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O PAPEL DA ARTE COMO EXPRESSÃO DA VERDADE EM MISSÕES

Wilson Avilla1

Introdução

É aceitável usar todas as formas de expressão artística como meios de


propagação do Evangelho?
Precisamos deixar nosso refinamento à porta da igreja em cada encontro público
de adoração?2 Os prazeres da cultura são pecaminosos? Devemos desconfiar de nosso
deleite com a música sacra, como Agostinho sugeriu?3
Um prelúdio de Phillip Glass4, um poema de Haroldo de Campos5, uma obra de
música concreta6, ou um quadro de Pablo Picasso7, seriam aceitáveis como expressão
artística em um culto cristão?
Quadros, poemas e músicas podem se tornar objetos da teologia?8 Não sob o
ponto de vista de sua forma estética, mas de seu poder de expressar, em e através de
sua forma estética alguns aspectos daquilo que nos preocupa de forma última?9
Muitas outras questões, tão instigantes quanto estas, têm sido levantadas por
estudiosos que se ocupam com as relações entre Teologia e Cultura, e mais

1 Wilson Avilla é pastor batista. Já exerceu na administração pública funções de gestão e liderança na área de cultura. Atuou como
músico profissional, professor, maestro e diretor de grupos artísticos. É Bacharel e Mestrando em Teologia, e sua formação
acadêmica inclui Bacharelados em Direito e Música e Mestrado em Educação, Arte e História da Cultura. Atualmente é doutorando
em Ciências Religião.
2 LEWIS, C. S. Reflexões cristãs. 2019, p. 40
3
Ibid., 2019, p. 43
4 Phillip Glass (1937- ) é considerado um dos mais influentes compositores norte americanos no final do século XX e começo do

século XXI. Embora não tenha apreço pela classificação, sua obra é comumente definida como minimalista.
5 Haroldo de Campos (1929-2003) foi poeta e tradutor, considerado um dos precursores do concretismo literário.
6 Música concreta – corrente de música experimental que teve início em 1940. Seu processo de criação contempla todos os tipos

de ruídos, inclusive de instrumentos musicais. Os sons podem ou não ser modificados por meios eletrônicos.
7 Pablo Picasso - considerado um dos principais artistas do século XX. Sua obra abrange mais de treze mil quadros, além de

desenhos e escultura. É tido como um dos fundadores do cubismo – movimento de vanguarda artística que teve início no começo
do século XX, caracterizado pelo uso de formas geométricas, rompendo com os modelos estéticos que valorizavam a perfeição das
formas.
8 TILLICH, Paul. Teologia da Cultura. 2009, p. 31
9
A expressão cunhada por Paul Tillich pode ser entendida como aquilo que nos preocupa de maneira incondicional
ou última, e se manifesta através dos elementos que compõem a cultura.

1
especialmente com os nexos entre estética e espiritualidade cristã. E não há nenhuma
pretensão de esgotá-las com estas breves considerações, mas tão somente identificar o
que em princípio se apresenta como mais relevante e urgente para uma abordagem
prática do tema que está proposto pelo título destas linhas.
O Terceiro Congresso Lausanne sobre Evangelização Mundial, realizado na
Cidade do Cabo, em 2010, trouxe um novo desafio à igreja global – testemunhar de
Cristo e de todo o seu ensinamento, em todas as nações, em todas as esferas da
sociedade e em todos os campos de reflexão. Certamente um convite a mergulhar em
um vasto oceano, dada a amplitude das proposições. Em todas elas há preocupações
de caráter profético, e um convite para cada cristão abraçar o seu chamado e encontrar
seu papel nessa grande tarefa. Há também uma grande e santa inquietação – promover
união entre convicções e prática, com base no ensino do apóstolo Paulo aos
Colossenses – sua profunda e maravilhosa representação da supremacia de Cristo que
resulta em um ensinamento prático do que significa estar enraizado em Cristo.
Dentre tantos pressupostos relativos ao tema deste texto, no chamado
‘Documento da Cidade do Cabo’, destacam-se:
a) A criatividade é uma dádiva que nos foi dada por Deus, pois somos feitos à
sua imagem e semelhança;
b) A arte é parte integral do que fazemos como humanos e pode refletir a beleza
e a verdade de Deus;
c) A verdade pode ser comunicada por meio da arte, e artistas são narradores da
verdade;
d) As variadas formas de expressão artística podem expressar a realidade de
nossa condição de perdidos e a esperança - firmada no evangelho - de que
tudo pode ser novo;
e) No mundo de missões a arte é um recurso ainda não suficientemente
explorado;
f) É necessário trazer de volta à comunidade de fé a arte como elemento válido
e valioso e apoiar as pessoas que têm dons artísticos;
g) A arte deve criar um ambiente acolhedor ao próximo e ao estrangeiro
(respeitadas as diferenças culturais).

2
Uma das iniciativas para a difusão desses pressupostos, a Rede de Artes de
Lausanne, tem buscado conectar cristãos artistas e influenciadores evangélicos,
promovendo ações e cogitações sobre seu papel e das artes na missão global – através
de encontros focados na oração, reflexão, treinamento e ações ministeriais. Para
alcançar tais objetivos, dois mandatos devem ser exercidos, segundo a Rede. Reunir os
artistas de volta ao serviço da igreja na missão global, através de sua imaginação criativa,
e equipá-los biblicamente para sua expressão artística, é o primeiro. O segundo diz
respeito à igreja, em sua missão e liderança acadêmica do mundo, que deve chamar ao
reengajamento os servos do Reino, para que atuem artisticamente sob a autoridade do
alto, promovendo evangelismo e compaixão de forma culturalmente relevante.
Encontrar padrões consensuais para a prática de todos esses postulados, não
obstante, coerentemente com respostas que satisfaçam as questões iniciais deste
escrito, exige um esforço intelectivo gigantesco, sem falar no desafio de preservar a
unidade, dada a diversidade cultural do universo de cristãos no mundo.
Só mesmo com a iluminação do Espírito é possível entender que esses padrões,
como movimentos de formação e mutação da cultura, que é objeto da antropologia, da
história e de disciplinas afins, compreendem processos que ocorrem em conjunto numa
unidade orgânica – a revelação e ação da graça divina, e uma sociedade espiritual e
uma histórica sagrada. Ou seja, não é possível fazer tal estudo sem a cooperação íntima
da teologia e da história, e, claro, da arte.10
Em forma idêntica, tão somente com a inteligência do alto é possível formular
algumas propostas a respeito do papel da arte na expressão da verdade em missões, de
forma simples, compreensível, e exequível, principalmente para a igreja local e sua
liderança.

Contextos e conceitos

A amplitude dos conceitos envolvidos nestas ponderações exige um mínimo de


definições como pontos de partida, já que deles e delas depende a delimitação e
aplicação do que está proposto. Todos estes conceitos têm relevo especial, dada a

10 DAWSON, Christopher. A formação da cristandade. 2014, p. 102

3
importância intrínseca de cada um e suas relações com a complexidade do momento
atual da história. E não creio que houvesse como intenção dos que redigiram o
Compromisso da Cidade do Cabo levar suas proposições (no que diz respeito à arte) à
profundidade e rigor acadêmico que cada um dos temas enseja.
Antes de formular conceitos, entretanto, é preciso também compreender o tempo
presente e alguns de seus contextos. A palavra mais usada (pelos cristãos
particularmente) para defini-lo é ‘secular’, que indica uma rigorosa separação entre
religião e Estado, aponta para uma existência sem referências sobrenaturais de qualquer
ordem, e atribui o sentido da vida às realizações humanas (econômicas e de bem-estar
principalmente).11 Em suma, uma cultura que prescinde da pessoa de Deus e se
predispõe a acreditar em tudo, sobretudo em si própria. Assim sendo, todo o senso de
pertencimento e eternidade decorrente da unidade humana emanada do Criador foi
diluido. A liberdade individual foi elevada a uma grandeza nunca vista na história da
humanidade, e o individualismo conquistou terreno na medida em que determinou novas
extensões do controle pessoal.12
São tempos de economia estética e de estetização da vida cotidiana, da cultura
de massa, de desregulamentações das distinções entre o econômico e o estético, a
indústria e o estilo, a moda e a arte, o divertimento e o cultural, o comercial e o criativo.13
Mas são tempos também de mudanças em velocidade alucinante, e controle humano
sobre a natureza cada vez mais impressionante. Com a amplificação dessas realidades,
e os deslocamentos de experiências do plano local e pessoal para outros globais e
coletivos, a dificuldade para escolher foi agravada, pela imposição de clichês e
padronizações, pelos imperativos tecnológicos, aliados a novas conjunturas de
dominação supra estatais, elementos que, reunidos, redundam em abdicações por vezes
involuntárias da capacidade de escolher.
Em face disto, são necessárias cinco definições para delimitar os campos que
contribuem para a assimilação do papel da arte como expressão da verdade em missões,
a saber: verdade, missão e missões, cultura e arte.

11 KELLER, T. Deus na era secular. 2018, p. 13


12 BAUMAN, Zygmunt. A individualidade numa época de incertezas. 2018, p.
13 LIPOVETSKY, et al.. A estetização do mundo. 2015 pp. 13-14 p. 163

4
Ao usar a expressão ‘verdade’, o Compromisso da Cidade do Cabo certamente
pressupõe um mínimo de consenso sobre esse entendimento. Mesmo assim, dar a ele
os contornos teológicos que embasam as pressuposições destes argumentos é
indispensável, considerando que a tendência da nossa experiência no mundo moderno
é firmemente contra uma percepção de que a fé cristã é verdade e está igualmente firme
em direção a uma percepção de que o secularismo é verdade.14
Wells afirma que muitos evangélicos, por acreditarem na inocência da cultura
moderna e, por essa razão, a explorarem e serem explorados por ela, não conseguem
acreditar em toda a verdade que antes caracterizava essa ortodoxia protestante. A alma
evangélica agora está obstruída por um mundanismo que muitos não reconhecem como
mundanismo por causa da aparente inculpabilidade com que ele se apresenta.
A verdade na qual cremos, afirmada pelo Movimento de Lausanne, e por outras
declarações confessionais, é uma afirmação teológica fundamentada sobre a auto
revelação de Deus e avaliada na base dessa mesma auto revelação.15 Podemos esperar
que ela seja acompanhada da evidência de que seu autor é o mesmo que anteriormente
reconhecemos como Deus da natureza. Esta evidência deve constituir-se numa
manifestação dele próprio, em sua pessoalidade trinitária, em caráter, Palavra, e
soberano governo de todas as coisas. No mundo exterior assim como no interior, só o
poder ou o conhecimento de Sua pessoa pode fazê-lo, como tal não pode ser
contraditado pelo mal ou equivocado pela alma cândida. Em resumo, podemos esperar
que Deus ateste pelos milagres e pela profecia a missão e autoridade divinas daqueles
a quem ele comunica uma revelação.
A verdade na Bíblia é primariamente uma qualidade pessoal e só em segundo
lugar propositiva: isso significa estabilidade, confiança, firmeza, fidelidade, a qualidade
da pessoa inteiramente coerente, sincera, realista, que não se deixa enganar.
A verdade, nesse sentido, é a natureza de Deus, e ela é então intrinsecamente
bela, como atestam as Escrituras. Algumas passagens do Antigo Testamento, em
Crônicas, Salmos, Isaías, e Zacarias,16 estabelecem o significado e fornecem uma
variada descrição de como a beleza divina é reconhecida, proclamada e louvada.

14 WELLS, David F. Sem lugar para a verdade. 2017, p. 107


15 McGRATH, Allister. Paixão pela verdade. 2007, p. 130
16 2 Crônicas 20.21; Salmos 8.1, 9; 27.4; 29.1-2; 36.7; 45.2-4; 145.5, 10-12; Isaías 24.14; 26.10; 35.2; Zacarias 9.16-17

5
Por extensão, a verdade, e a beleza de Deus, nela implícita, suscitam a adoração
da criação, e em expressões cúlticas dos adoradores, de caráter transformador, com a
finalidade de enviá-los, dela convencidos, ao ‘mundo real’, capacitados pelo Espírito
Santo, para trabalhar e refazer o mundo de Deus segundo suas intenções para a criação.
Ou seja, como entende Smith, quando o culto acaba no domingo, ele transborda para o
nosso trabalho cultural na segunda-feira.17
A verdade é, portanto, um conceito dinâmico na vida do discípulo de Cristo e da
igreja, que são impulsionadas a participar do que Deus está fazendo. Com muita
propriedade Moreland alega que algumas pessoas não conseguem ver certos padrões
em uma grande obra de arte, mesmo observando a tela, porque não foram educadas
para perceber tais padrões. Assim alguns indivíduos não conseguem ver a ação de Deus
no mundo ou compreender e se apropriar de certos aspectos da Bíblia, porque não foram
treinados para vê-los. Em vez disso, eles enxergam o mundo através de lentes seculares.
Suas estruturas subconscientes os fazem interpretar eventos e declarações de uma
forma que lhes inibe o crescimento.18
Com as lentes corretas podemos ver que a missão de Deus é recuperar a criação
e a vida da humanidade, da devastação causada pelo pecado. A função da igreja nessa
história é participar na missão de Deus; o envolvimento com ela define a identidade e o
papel da igreja.19 Uma parte crucial desse plano é a revelação de Cristo como Cabeça
da Igreja, o que deve promover em nós um senso de dedicação exclusiva, e convicção
de que Ele é o centro de todas as coisas, inclusive de nossa existência pessoal.
Infelizmente algumas igrejas de nossos dias têm a visão bíblica ofuscada pela
ênfase nos resultados, que reduzem a missão de Deus a um agir humano sem o impulso
divino para retratar a imagem e semelhança do Criador, obscurecendo também a
imagem de Cristo. Até mesmo um respeitado missiólogo, em obra referencial, apequena,
sob minha modesta ótica, a definição de Missão e Missões.20 Para ele ‘missão’ é o
trabalho amoroso de Deus para trazer a espécie humana, como igreja, para perto de Si.
Como consequência secundária, missão é o ministério global da Igreja para a

17
SMITH, James K. A. Imaginando o Reino. 2019 pp. 22-23
18 MORELAND, J. P. Racionalidade da fé cristã. 2013 pp. 12-13
19 WRIGHT, citado por GOHEEN, 2014, pp. 38-39
20 JOHNSTONE, Patrick. A igreja é maior do que você pensa. 1998, p. 12

6
Evangelização. E ‘missões’, em sentido afim, é qualquer atividade na qual os cristãos
estejam envolvidos para a evangelização mundial.
Não é que seja pouco, ou incorreto, mas teologicamente é possível depreender
mais. A igreja é chamada a ser uma participante crítica em seu cenário cultural,
consciente de que está lidando com a história de Deus, e não com a história da cultura
dominante, como ensina Goheen. Por tal razão missionários saberão que não devem
render-se às tendências espirituais de sua cultura anfitriã. Somente quando a igreja é
uma encarnação fiel do reino como parte da cultura ao seu redor – mas em contraposição
à sua idolatria – é que sua vida e suas palavras produzirão um testemunho atraente e
convincente a favor das boas-novas de que me Jesus Cristo um novo mundo é chegado
e está chegando. A palavra “missão” encontrou ressonância em cristãos hoje porque ela
desafia a igreja a assumir seu papel e deixar para trás sua preocupação com seus
próprios interesses e sua acomodação pecaminosa à sua história cultural.21 A
encarnação é a ‘invasão’ do Cristo nessa nesse cenário na forma mais radical e completa
possível.
Definir cultura, porém, não é uma tarefa simples. Ela evoca um estudo
multidisciplinar (antropologia, história, comunicação, etc.), que se vale de diferentes
enfoque e usos, e abarca diversos campos da existência. Historicamente o conceito
evoluiu da mera identificação de indivíduos que possuíam saber formal para um
significado mais coletivo, próximo de civilização, alcançando o sentido atual que abrange
conhecimentos, arte, crenças, leis, costumes, moral, e demais capacidades sociais do
ser humano.
Desse amplo contexto faz parte a arte, aspecto do existir humano de grande
complexidade e não menos desafiador em suas acepções. Invariavelmente ela é
associada à beleza, uma característica marcante da experiência humana. Agostinho, em
Confissões, diz que ‘questionou’ o mundo implicitamente pela atenção que lhe deu; e
notavelmente, a ‘resposta’ que ele diz ter recebido do mundo foi de beleza.22
A capacidade do ser humano de perceber o mundo à sua volta com um senso
estético é única. Essa inteligência, de caráter transcendente, reside principalmente na

21
GOHEEN, Michael. A igreja missional na Bíblia. 2014, p. 21
22
EDWARDS, L. Clifton, Artful Creation and Aesthetic rationality: Toward a Creational Theology of Revelatory Beauty, apud
Augustine, Confessions, 10.6

7
compreensão de que há juízos de valor na relação com os objetos definidos, no
entendimento de convenções, normas e estruturas hierárquicas de ‘imposição de
gostos’, assim como predicados individuais autônomos de percepções e julgamentos.
Nesse processo, em variada gama de atividades criativas (música, teatro, cinema,
dança, pintura, escultura, arquitetura, literatura, e outras contemporâneas), que
expressam ideias imaginativas, transformadoras, conceituais, artificiais, ou técnicas, com
a finalidade de serem apreciadas, valoradas, as elaborações formais são intrínsecas.
Sua definição é muito contestada e sofreu mutações ao longo da história, principalmente
na consideração das relações entre a obra, seu contexto estético e cultural, e o
apreciador.
Desde o princípio a arte é tão indispensável à vida quanto à pecuária
(alimentação, vestuário e proteção) e a metalurgia (relacionada ao fabrico de
instrumentos de defesa e utensílios que será prolongação das mãos humanas, fazendo
o que estas não podem fazer). Assim afirma Caldas Filho, tomando seu argumento da
interpretação do registro em Gênesis23, e tornando-o maiúsculo na defesa da
necessidade da arte. Em outras palavras: o humano não vive sem ela, que, em suas
variadas manifestações e possibilidades, evoca a beleza, a estesia. O texto típico da
poética hebraica, sugere que, para os humanos, a estética é tão importante quanto a
técnica.24
A essencialidade da arte decorre do seu caráter mediatório na construção de
sentido, que no caso, não está restrito ao proposicional ou ao conceitual, antes, pelo
contrário, nosso corpo constrói o sentido em uma esfera estética, sem a mediação
discursiva de palavras, conceitos ou proposições.25 É típico dela um caráter de parábola,
uma intensidade metafórica, um jogo impreciso em sua apresentação artesanal dos
sentidos compreendidos. Todavia, esse caráter da parábola e sua intensidade metafórica
não se encontram confinados à “arte” de maneira restrita; eles também são típicos do
aspecto estético do ser-no-mundo humano. Portanto, a metáfora é impelida pela

23 “Ada deu à luz Jabal; ele foi o precursor dos que criam rebanhos e moram em tendas. Seu irmão se chamava Jubal, o precursor
dos que tocam harpa e flauta. Zilá, a outra mulher de Lameque, deu à luz um filho chamado Tubalcaim, que se tornou mestre
em criar ferramentas de bronze e ferro. Tubalcaim teve uma irmã chamada Naamá.” (Gênesis 4.20-22 NVT)
24 FILHO, Carlos C. R. Aproximações entre teologia e estética. Uma introdução em perspectiva da teologia protestante. Cultura e

Comunidade, v. 11, n. 19. 2016, p. 130


25 SMITH, James K. A. Imaginando o Reino. 2019, p. 133

8
“alusividade” que caracteriza não apenas a arte, mas também nosso ser-no-mundo
estético. A metáfora é uma espécie de taquigrafia para o estético.”26

Questões e tensões

Se a realidade da arte como expressão do divino e das verdades bíblicas é tão


maravilhosa, como pôde a igreja diminuí-la tanto em importância ao longo de séculos?
Muitos têm afirmado que a cristandade, em diferentes momentos, e com
motivações variadas, ‘jogou o bebê fora juntamente com a água do banho’, referindo-se
aos movimentos para banir as manifestações artísticas das liturgias e vivências
comunitárias. O protestantismo, particularmente, tem mantido com as artes uma relação
de ambiguidade, e de aversão em alguns momentos.27
O entendimento histórico de como a igreja lidou com cada conceito aqui
anteriormente mencionado pode ajudar na percepção do ‘abandono’ de algumas
premissas bíblicas relacionadas a eles. Estabelecer tais nexos seria possível por muitos
trajetos metodológicos, cujos escopos transcenderiam os limites desta análise. Opto
então por abordar com breves comentários alguns pontos que considero cruciais. Cada
um deles, se não devidamente dimensionado, pode ocasionar desvios de propósitos na
missão de comunicar a verdade através da arte.
A necessidade da arte - A tradição da cultura cristã está enfraquecida em
influência e prestígio devido às mudanças sociais nos dois últimos séculos, que
transformaram os sistemas educacionais, assim como a ordem política e econômica.28
A dificuldade para compreender a necessidade arte em um mundo utilitarista e
pragmático, não é privilégio de cristãos, e anda abraçada com a educação formal voltada
para o trabalho e não para a completude do ser humano, desprezando por extensão sua
vocação de instrumento de equidade social. Precisamos concordar com Kuyper que é
simplesmente justo reconhecer que, ameaçado de atrofia pelo materialismo e pelo

26
Ibid. 2019, p. 141
27 FILHO, Carlos C. R. Aproximações entre teologia e estética. Uma introdução em perspectiva da teologia protestante. Cultura e
Comunidade, v. 11, n. 19. 2016, p. 134
28 DAWSON, Christopher. A formação da cristandade. 2014, p. 113

9
racionalismo, o coração humano naturalmente procura em seu instinto artístico
(criativo/imaginativo/estético) um antídoto contra esse processo de degradação.
Delimitações entre sacro e profano na arte - Um dos debates mais importantes no
seio da igreja primitiva dizia respeito à extensão com que os cristãos poderiam se
apropriar do imenso legado cultural do mundo clássico.29 Para Justino, os cristãos eram
livres para se utilizar da cultura clássica, com a consciência de que o que quer que “tenha
sido dito com precisão” se baseia, afinal, na sabedoria e no discernimento divinos.30
Essa rejeição irrestrita de todo aspecto da cultura pagã apresentava a vantagem
de ser facilmente compreensível, mas parecia negar aos cristãos o acesso ou o uso de
qualquer herança intelectual e cultural para um propósito plenamente louvável – isto é,
a proclamação do evangelho.31
Não é de surpreender o fato de que Agostinho tenha elaborado a resposta que
afinal seria aceita que talvez possa ser mais bem descrita como a “apropriação crítica da
cultura clássica”. Para ele, a situação era comparável à fuga de Israel do cativeiro no
Egito, à época do Êxodo. Embora tenham deixado para trás os ídolos do Egito, levaram
consigo o ouro e a prata do Egito para que pudessem fazer um uso melhor e mais
apropriado dessas riquezas, que assim estavam disponíveis para servir a um propósito
mais nobre que o anterior.32
Dilema entre contemplação e ação - O modo de vida das sociedades ocidentais,
marcado pelo pragmatismo das realizações econômicas, e por seus ditames
governadas, atribui a tudo que é imaterial um sentido de desvalor. Os cristãos dos nossos
dias são induzidos a olhar criticamente para todos os movimentos que ao longo da
história buscaram se retirar do convívio social, dando preferência à vida contemplativa.
O monasticismo surgiu como uma reação à degradação da sociedade e do
crescimento do poder das estruturas eclesiásticas, de subserviência pecaminosa aos
interesses do Estado. A palavra tem origem na língua grega a aplica-se a todos os que
vivem separados do mundo.33 Muitos desse núcleos tiveram um papel importantíssimo,
como microcosmos da cultura cristã. Em momentos agudos as abadias foram centros de

29 McGRATH, Alister. Teologia sistemática, histórica e filosófica. 2005, p. 50


30 Ibid. 2005, p. 51
31
Ibid., 2005, p. 52
32 Ibid., 2005, pp. 53-54
33 WAND, J. W. C. História da Igreja Primtiva. 2004, pp. 217-221

10
preservação da educação, da erudição, de livros, escrita, música, liturgia, arte e
arquitetura.34
A abstenção monástica precisa ser entendida como uma vocação para não
participar de certas instituições culturais. Há quem sustente que o “monasticismo santo
e legítimo” que Calvino ouve em Agostinho era essencialmente um projeto cultural. Não
havia um afastamento da economia, da política ou do trabalho; pelo contrário, o
monasticismo erigiu instituições culturais que ostentavam outra economia, outra política
e interesse pelo trabalho.
Contemplação e ação são faces da mesma moeda que tem nela cunhada a
imagem do Cristo, que trabalhou incansavelmente, mas que se retira para seus
momentos de contemplação do Pai.
O cristianismo é maior do que a história da igreja ocidental a partir da Reforma
Protestante - A responsabilidade por denominar a Idade Média como ‘idade das trevas’
é atribuída aos protestantes reformistas.35 O forte antagonismo cultural, bem como uma
oposição religiosa entre as duas metades da dividida cristandade, foi acompanhado de
diferenças nacionais e políticas em um universo social conflituoso. Os grandes cismas
da Igreja antiga tendiam, mais uma vez, a seguir os caminhos da raça, da língua e da
nacionalidade. O cisma, por exemplo, entre o catolicismo e o monofisismo foi parte de
uma cisão entre o Oriente e o Ocidente, entre o Império Romano do Oriente e os súditos
sírios e egípcios. Do mesmo modo, o cisma entre o Ocidente católico e o Oriente
ortodoxo na Idade Média foi o resultado de uma crescente alienação cultural e social
entre os súditos do Império Bizantino e os novos povos do Ocidente.36
Nossa tendência, como brasileiros protestantes evangélicos, é olhar para a
história da Igreja pensando que houve um ‘cristianismo verdadeiro durante os primeiros
trezentos anos da história cristã e, então, com o advento do Império Bizantino Cristão, o
cristianismo lentamente perdeu suas raízes e o próximo passo importante foi a Reforma
Protestante, que trouxe de volta a fé apostólica. É o que afirma Marcos Amado, em sua
Breve História da Igreja Ortodoxa. Segundo ele, essa maneira simplista e errônea de
olhar para nossa história cristã tem um bom número de implicações negativas.

34 DAWSON, Christopher. A formação da cristandade. 2014, p. 289


35 DAWSON, Christopher. A formação da cristandade. 2014, p. 87
36 Ibid., 2014, p 87

11
Começamos a pensar que nossa tradição cristã é correta e todas as demais estão
equivocadas. Quão importante seria revisitar os grandes teólogos ortodoxos dos
primeiros dez séculos, e numa atitude de humildade, reconhecer que eles ainda têm
muito a contribuir para nossa plena compreensão do que é o cristianismo.37
O valor da arte em face da importância de ganhar almas - Se a salvação de almas
humanas é nosso único meio para glorificar a Deus, que valor então tem a cultura? 38 A
pergunta é feita por ninguém menos que C. S. Lewis, que conclui que a cultura tem um
papel distinto a desempenhar no trazer certas almas para Cristo. Nem todas as almas –
há um caminho mais curto, e mais seguro, que sempre foi seguido por milhares de
naturezas afetivas simples que começam, onde esperamos que terminem, com devoção
à pessoa de Cristo.39 O risco do simplismo explícito na pergunta do celebrado escritor
britânico esconde uma incapacidade para disntuguir meios e fins. A finalidade maior da
proclamação sempre será glorificar a Cristo, e vários meios podem ser empregados para
alcança-la.
Liturgias e estilos – as grandes disputas sobre liturgias e estilos (musicais
principalmente) sempre se valeram de critérios técnicos, supostamente subjugados por
padrões bíblicos. Nesses caminhos e descaminhos históricos, percorridos por grandes
líderes religiosos em diferentes épocas da história da igreja, instrumentos foram banidos
ou aceitos nos cultos, intervalos musicais foram julgados diabólicos, textos bíblicos foram
tomados como fonte exclusiva das expressões musicais para o culto congregacional,
melodias populares foram demonizadas, e isso para falar de apenas algumas situações.
Por desconsiderar que o Evangelho é o primado de Cristo na vida do indivíduo
convertido, até hoje não se dá a devida atenção ao fato de que nenhuma alma humana pode
ter seu enlevo controlado por qualquer regra religiosa ou liturgia. Há séculos na história da
igreja com um vazio quanto à ênfase na obra do Espírito Santo, simplesmente porque havia
receios de excessos. Não cabe a nós definir o que promoverá em cada pessoa a
compreensão de Deus além das palavras, ainda que no plano coletivo da realidade de uma
comunidade de fé local haja necessidade de critérios para seus ajuntamentos.

37 AMADO, Marcos. Breve história da Igreja Ortodoxa. 2019, pp. 56-57


38 LEWIS, C. S. Reflexões cristãs. 2019, pp. 40-41
39 LEWIS, C. S. Reflexões cristãs. 2019 p. 57

12
Lewis responde à sua própria pergunta certo de há um caminho mais curto, e mais
seguro, que sempre foi erguido por milhares de naturezas afetivas simples que
começam, onde esperamos que terminem, com devoção à pessoa de Cristo, que é o
que importa quando se trata de liturgias e estilos, e do Evangelho.40

Propostas práticas para expressar através da arte


Formular uma teologia bíblica da estética – há um número considerável de
teólogos (Von Balthasar, Tillich e Kuyper, em especial, têm minha atenção) sensíveis ao
tema da arte como marco teórico da construção da ideia teológica da graça comum de
Deus, além, é claro, de considerá-la como meio de expressão da verdade. Herman
Bavinck, teólogo holandês, por exemplo, entende que a beleza tem origem no ser e na
natureza de Deus. A arte, portanto, ecoa a beleza da criação original, imaculada pelo
pecado, e antecipa de alguma maneira a consumação.41
Entender o contexto da igreja local – A história da igreja é uma história de teologias
contextualizadas que são respostas variadas à obra do Espírito de Deus em contextos
históricos específicos.42 Nicholls, que assim pensa, diz que a experiência avassaladora
que John Wesley teve do amor de Deus e de sua graça em Cristo não somente falava
às necessidades mais profundas das classes baixas e oprimidas da sociedade inglesa,
no contexto de uma igreja nacional racionalista e deísta, como também apelava de forma
extraordinária a pessoas comuns pelo mundo afora.43 Entender o contexto nada mais é
do que demonstrar sensibilidade ao que pode apelar a pessoas comuns para que
cheguem ao conhecimento da verdade.
Cultivar a sensibilidade estética – A sabedoria relacionada ao culto requer que
estejamos atentos ao senso prático das formas estéticas, para que não acabemos
cantando letras que confessam que Jesus é o Senhor acompanhadas de uma melodia
que significa uma coisa muito diferente. O pensamento de Smith tem conexão com a
questão da contextualização, sim, mas a ideia principal de sua valiosa obra é que de
igual modo, como nossas palavras significam mais do que seu conteúdo proposicional –

40 LEWIS, C. S. Reflexões cristãs. 2019, p. 57


41 FILHO, Carlos C. R. Aproximações entre teologia e estética. Uma introdução em perspectiva da teologia protestante. Cultura e
Comunidade, v. 11, n. 19. 2016, p. 136
42 NICHOLLS, Bruce J. Contextualização – uma teologia do Evangelho e cultura. 2013, p. 74
43
Ibid., 2013, p. 75

13
e como o culto tem como objetivo não apenas orientar o intelecto, mas também engajar
a imaginação – devemos estar atentos à poética e ao poder metafórico das palavras que
evocam o mundo vindouro, resistindo assim às tentações de achatar nossas palavras de
adoração reduzindo-as ao pragmatismo utilitário do mercado.44 Ele repete quase à
exaustão seu raciocínio de que as liturgias, sejam ‘sagradas’ ou ‘seculares’, modelam e
constituem nossa identidade, dando forma aos nossos desejos mais fundamentais e à
nossa disposição mais elementar para com o mundo.45
Formar líderes com capacidade para educar suas congregações – Nenhuma
mudança considerável ocorrerá no campo do relacionamento da igreja com as artes
enquanto não houver transformação da mentalidade das lideranças (eclesiásticas e
denominacionais). Nenhuma congregação local será maior do que a visão de seus
líderes. Pastores que entendem que sua ‘única missão é pregar’ perderão valiosas
oportunidades de motivar seus liderados a movimentos de aproximação com suas
comunidades.
Formar públicos para a apreciação artística – tão necessária quanto a formação
de líderes sensíveis às possibilidades da arte é a formação de públicos para a apreciação
artística. Se a necessidade da arte for ensinada biblicamente, o gosto será desenvolvido.
E o gosto desenvolvido resultará em crescimento, em âmbitos maiores que o artístico
inclusive.
Estruturação de ministérios de artes – a música tem dominado os contextos das
igrejas cristãs ao longo de muito tempo. Por séculos o teatro foi usado como poderosa
ferramenta de ensino, no interior de mosteiros e ambientes reais, contando histórias,
ensinando doutrinas e valores bíblicos. A igreja pode organizar uma agenda cultural para
alcançar seu público interno e externo com inteligência e bom gosto. Parece haver hoje
mais visão e cada vez mais igrejas estruturam seus ministérios de artes.
Preparar líderes para ministérios de artes – Estruturar ministérios sem formar
líderes para conduzi-los resultará em muito pouco. Essa formação deve ser estimulada
e sistematizada no âmbito das igrejas locais.

44
SMITH, James K. A. Imaginando o Reino. 2019, pp. 23-24
45
Ibid., 2019, p. 25

14
Uma visão renovada da criatividade a serviço da proclamação do Evangelho - o
cristianismo mudou a vida humana, tornando-se culturalmente criativo.46 Dawson
observa que cada época é um período de crise para a Igreja cristã. Em cada era a Igreja
deve enfrentar novas situações históricas, cujos problemas não podem ser resolvidos da
mesma maneira que foram no passado. A crise somente pode ser enfrentada pela ação
espiritual criativa, e ao ter êxito, a Igreja cria um novo modo de vida, já que está
comprometida com a determinada situação que enfrentou naquele período em particular.
Hoje está bastante claro para todos, católicos e não católicos, cristãos e não cristãos,
que vivemos numa época de crise. Talvez seja perigoso tentar definir a natureza dessa
crise com muita precisão, uma vez que os assuntos são demasiado complexos e de
grande amplitude.47

Conclusão

O evangelho é o coração da Bíblia. Tudo na Escritura ou é preparação para o


evangelho ou apresentação do evangelho ou participação no evangelho.48 Ser discípulo
de Jesus não é simplesmente ter ideias, doutrinas e crenças corretas na cabeça, para
que isso propicie o comportamento adequado; pelo contrário, é uma questão de ser o
tipo de pessoa que ama da maneira certa – que ama a Deus e ao próximo, e sua postura
em relação ao mundo é guiada pela primazia desse amor. Fomos feitos para ser tais
pessoas pela nossa imersão nas práticas materiais da adoração cristã – por meio do
impacto afetivo de cenas e de aromas, na água e no vinho, com o decorrer do tempo.49
Visto que a palavra hebraica yoda se refere mais ao conhecimento do coração do
que da mente, os protestantes podem agora aprender com as tradições católicas e
ortodoxas, especialmente no que diz respeito ao modo em que o conhecimento humano
de Deus é mediado pela formação, imitação, afetividade, intuição, imaginação,
interiorização e participação simbólica.50

46
DAWSON, Christopher. A formação da cristandade. 2014, p. 101
47
Ibid., 2014, p. 417
48 Dave Harvey
49 SMITH, James K. A.. Desejando o Reino. 2018, p. 33
50 Ibid.. 2018, p. 139

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O tempo das missões ainda não acabou. Determinada época passou, e podemos
agradecer a Deus pelo que foi realizado e também avaliar de forma crítica o fruto de dois
séculos de trabalho com o critério do evangelho. Ainda precisamos identificar lugares e
povos nos quais não há igreja para alcançá-los e, em seguida, avançar na busca de
novas maneiras de realizar a tarefa que temos à frente. Mas, em tudo o que fazemos,
devemos lembrar que se trata da missão de Deus, e que simplesmente oferecemos
nossos escassos dons para testemunhar a salvação de Deus, até os confins da terra,
para a glória dele. Tomando de empréstimo o raciocínio de um teólogo da religião, tanto
a igreja como a arte projetam seu objeto muito além de qualquer realidade imediata, para
aproximá-lo bem perto de nós, melhor que uma realidade imediata poderia fazê-lo.51

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51 HERVIEU-LÉGER, et al.. Sociologia da Religião. 2009 p. 154

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