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Atos dos Apóstolos( 2, 7-11),que nos conta como o testemunho dado a Jesus,
superando as barreiras de todas as línguas torna-se perceptível em todas as
línguas , isto é, em todas as culturas que se exprimem na língua. Em todas
estas culturas a palavra do homem torna-se portadora da própria palavra de
Deus, do seu próprio Logos. Diz a Encíclica : “ O anuncio do Evangelho nas
diversas culturas, ao exigir de cada um dos destinatários a adesão da fé, não
os impede de conservar uma própria identidade cultural. Isto não provoca
qualquer divisão, pois o povo dos batizados distingue-se pou um
universalidade que é capaz de acolher todas as culturas, fazendo com que
aquilo nelas está implícito se desenvolva até à sua epanação plena na
verdade”(n.71).
“Em conseqüência disto, uma cultura nunca pode servir de critério de juízo
e, menos ainda, de critério último de verdade a respeito da revelação de Deus.
O Evangelho não é contrário a esta ou àquela cultura , como se quisesse, ao
encontrar-se com ela, privá-la daquilo que lhe pertence, e a obrigasse a
assumir formas extrínsecas que lhe são estranhas. Pelo contrário, o anúncio
que o crente leva ao mundo e às culturas é um forma real de libertação de
toda a desordem introduzida pelo pecado e, simultaneamente, uma chamada
à verdade plena. Neste encontro, as culturas não são privadas de nada, antes
são estimuladas a abrirem-se à novidade da verdade evangélica, de que
recebem impulso para novos progressos”( n.71).
Quando o Papa insiste que não se deve renunciar a herança cultural adquirida,
que se tornou um veículo para procurar a verdade comum sobre Deus e sobre
o próprio homens, coloca-se naturalmente a questão se deste modo não
estaremos canonizando um eurocentrísmo da fé, que não parece superado nem
pelo fato que na sucessiva história da fé também uma nova herança possa
entrar, de fato entrou, na permanente identidade da fé que concerne a todos A
pergunta, permanece, portanto inevitável: quanto grega e quanto latina é a
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realidade da fé, que por outra não surgiu no mundo grego e latino, mas no
semita do Meio Oriente, no qual somos sempre encontrados e e se
encontram a Ásia, a África e a Europa A Encíclica toma posição a respeito
deste problema sobretudo no seu segundo capítulo sobre o desenvolvimento
do pensamento filosófico no interior da Bíblia e no quarto capítulo
apresentando o encontro decisivo desta sabedoria da razão crescida na fé com
a sabedoria grega da filosofia.
Finalmente vamos tratar do segundo ponto para terminar nosso estudo. Entre
a filosofia podem ser distinguidos diversos estádios relativamente à fé.
O primeiro é filosofia totalmente independente da revelação evangélica: é o
estádio da filosofia, existente historicamente nas épocas que precedem o
nascimento do Redentor, e, mesmo depois dele, nas regiões onde o Evangelho
ainda não chegou. Nesta situação, a filosofia apresenta a legitima aspiração de
ser um empreendimento “autônomo”, ou seja, que procede segundo suas
próprias leis, valendo-se simplesmente das forças da razão. Embora cientes
dos graves limites devidos à debilidade congénita da razão humana, uma tal
aspiração deve ser apoiada e fortalecida. De fato, o trabalho filosófico, como
busca da verdade no âmbito natural, pelo menos implicitamente permanece
aberto ao sobrenatural.
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