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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA INDEPENDENTE

CURSO BACHAREL EM TEOLOGIA


CULTURA BRASILEIRA
Prof. Édino Luiz de Melo

RESENHA DO LIVRO
"O EVANGELHO E A CULTURA'
Pr. João Evangelista Francisco

Campinas/SP
Março/2004
RESENHA
O EVANGELHO E A CULTURA

O Congresso Internacional de Evangelização Mundial, realizado em 1974 em


Lausanne, Suiça, onde reuniram 4000 congressistas vindos de várias partes do mundo,
resultou num movimento de evangelização sem precedentes, e impulsionou a igreja mundial a
uma reflexão teológica de grande significados e impactos.
Os autores de "O evangelho e a cultura" movidos por este processo, passaram neste
documento a abordar de que forma a Revelação Bíblica poderia ser encarada pelas diversas
culturas de forma que o evangelho pudesse ser aceito, bem como as questões oriundas à
comunicação do evangelho.
Partindo de uma definição bíblica e secular do termo 'cultura' chegam-se a conclusão
de que o homem é criatura de Deus, tendo sua cultura rica e bonita em bondade, porém; caída
e manchada pelo pecado, portanto, de inspiração maligna ou, simplesmente padrão seguidos
por um determinado grupo. Não obstante, a cultura engloba todos os aspectos da vida humana
ou um sistema integrado de crenças, valores, costumes e instituições que governam uma
sociedade. Uma vez que a revelação bíblica foi dada nos termos da cultura de Israel (ouvintes
da época) é legítimo perguntar como esta revelação poderia atingir outras culturas do planeta.
Daí é necessário compreender a natureza desta revelação bem como suas formas e
significações, pois é preciso resgatar o sentido real pretendido pelos autores bíblicos levando-
se em conta o contexto da cultura, isto é, o contexto histórico original. As abordagens
ortodoxas vai a revelação de forma literal e não consideram o contexto e aí, esquecem que a
tarefa de compreender as Escrituras pertencem a toda comunidade cristã.
Diante de todas estas dificuldades, os autores colocam que o importante é que se
pretendemos atingir o mundo com as Escrituras devemos iniciar a partir do cerne do
evangelho, ou seja, a crença e o reconhecimento de Deus como criador, a universalidade do
pecado, Jesus Cristo como filho de Deus, Senhor de tudo, e Salvador através de sua morte e
ressurreição, a necessidade da conversão, a vinda do Espírito Santo e seu poder de
transformação, a sociedade e missão da igreja, e a esperança na volta de Cristo.
Reconhecem-se que há muitas barreiras à comunicação do Evangelho, pois, algumas
pessoas apresentam resistências porque querem preservar sua cultura e, até Lausanne a
missiologia não levava em conta a cultura do receptor e impunha uma cultura alienígena na
comunicação do evangelho.
A solução de Lausanne, diz os autores, é a contextualização do evangelho sem faltar
com a fidelidade e a relevância. Assim, um novo modelo de missionário é procurado. Pessoas
que sejam suficientemente humildes para compreender problemas relacionados à cultura, dar-
se ao trabalho de apreciar a cultura do povo para o qual fora enviado, comunicar às pessoas
onde elas estão e não onde gostaria que estivessem, que reconheça que um cristão local
treinado é o melhor comunicador quando se trata de uma cultura estrangeira e, finalmente
mais humildade ainda para confiar no Espírito Santo de Deus, que é o mais divino
comunicador.
Em seguida, tomando Jesus e a decisão e o processo divino de enviá-lo, extrai
princípios tais como a renúncia de direitos e privilégios, de independência, de imunidade, de
identificação partilhou conosco de carne e sangue, sem portanto perder sua própria identidade.
Ao relatarem as questões oriundas da conversão, os autores, abordam os estágios que os
neoconversos passam, seja, rejeição, adaptação e o restabelecimento da identidade. Colocam
mais ainda que, a conversão não deve 'desculturalizar' o neoconverso, pois isto daria a
impressão de que houve traição às suas origens culturais.
Todas estas questões serão resolvidas satisfatoriamente se houver flexibilidade por
parte de quem anuncia o evangelho sem, todavia invalidar a mensagem divina a qualquer
povos, tribos ou línguas.

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