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FACULDADE EVANGÉLICA DE TECNOLOGIA, CIÊNCIAS E

BIOTECNOLOGIA

CURSO DE INTEGRALIZAÇÃO E GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA

LUIZ SEIXAS MAGALHÃES

O CULTO CRISTÃO E A INFLUÊNCIA DO


NEOPENTECOSTALISMO

RIO DE JANEIRO – RJ

2016
FACULDADE EVANGÉLICA DE TECNOLOGIA, CIÊNCIAS E
BIOTECNOLOGIA

CURSO DE INTEGRALIZAÇÃO E GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA

LUIZ SEIXAS MAGALHÃES

O CULTO CRISTÃO E A INFLUÊNCIA DO


NEOPENTECOSTALISMO

Artigo Científico apresentado à


Faculdade Evangélica de Tecnologia,
Ciências e Biotecnologia, como
requisito parcial para a obtenção do
título de Bacharel em Teologia.

RIO DE JANEIRO - RJ

2016
FACULDADE EVANGÉLICA DE TECNOLOGIA, CIÊNCIAS

E BIOTECNOLOGIA DA CGADB

CURSO DE INTEGRALIZAÇÃO E GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA

LUIZ SEIXAS MAGALHÃES

O CULTO CRISTÃO E A INFLUÊNCIA DO


NEOPENTECOSTALISMO

Artigo aprovado com grau: ________

___________________________________

Professor-Orientador, Rio de Janeiro

___________________________________

Professor, Rio de Janeiro

___________________________________

Professor, Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO – RJ

2016
O CULTO CRISTÃO E A INFLUÊNCIA DO
NEOPENTECOSTALISMO

Luiz Seixas Magalhães1

RESUMO
O mundo evoluiu e a ciência se multiplicou como o texto já predizia (cf. Dn 12.4)
e a igreja também sofreu influência de todos os tipos. Como formadora de
opinião, padrão moral e responsável pelo equilíbrio da sociedade, hoje divide
espaço com todo tipo de mídia, e com ela, seus modismos que tem influenciado
até mesmo nos cultos de adoração ao Senhor. Pois com tanta concorrência,
tornou-se inevitável atrair a atenção de um público cada vez mais exigente. Com
o surgimento do fenômeno neopentecostal somado a uma sociedade cada vez
mais secular, questionamentos são feitos, tais como: será que o tal movimento,
seus modismos e a mídia, representam uma ameaça real à verdadeira essência
do culto verdadeiramente cristão? É sabido que a ‘espiritualidade’ americana
afetou as igrejas protestantes tradicionais brasileiras na sua liturgia, ordem do
culto e no conteúdo das pregações. Percebe-se divergências de pensamento
teológico entre liturgia e cultos cristãos entre uma e outra igreja. As igrejas
americanas tem influenciado nossas igrejas com seus pensamentos capitalistas
de tal forma que até a proclamação do Evangelho tem sofrido mudanças.
Pregações enfáticas incentivando a troca de ‘favores’, com pregadores
itinerantes reconhecidos como celebridades, vendas de vários produtos com o
logotipo de Jesus aliado a alguma denominação e tratando seus antes irmãos e
frequentadores, hoje, como consumidores finais. O objetivo deste trabalho é
levantar dados de pesquisa sobre o culto cristão oferecido atualmente pelas
chamadas igrejas neopentecostais; identificar possíveis relações entre seus
modelos de culto com as diferentes transformações ocorridas por esse
movimento, assim como, refletir sobre a Teologia da Prosperidade e a fanerose.

Palavras-Chave: MÍDIA; NEOPENTECOSTAL; CULTO; TEOLOGIA DA


PROSPERIDADE; FANEROSE.

1
Luiz Seixas Magalhães é bacharelando em Teologia pela FAECAD/RJ.
SUMÁRIO

I - INTRODUÇÃO.............................................................................................. 5

1. Conceito de Liturgia .................................................................................... 6

2. Conceito de Culto Cristão ........................................................................... 6

II –A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE E SUAS INFLUÊNCIAS NA IGREJA


ATUAL ............................................................................................................ 7

III - IGREJAS PENTECOSTAIS E O FENÔMENO DA FANEROSE ............. 9

IV - IGREJAS NEO-PENTECOSTAIS E O SINCRETISMO RELIGIOSO ..... 9

CONCLUSÃO.................................................................................................. 12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CITADAS ............................................ 12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS ................................ 13

DOCUMENTOS VIA INTERNET .................................................................... 13


5

I –INTRODUÇÃO
O Protestantismo chegou ao país inibido, pós iluminismo europeu e por
necessidade de mão de obra qualificada e, devido ao acordo feito com a
Inglaterra para a suspensão do comércio de escravos e a situação espiritual dos
clérigos católicos envolvidos na política, (COSTA, 2004) foram fatores relevantes
para a aceitação do movimento pelas autoridades. Sua atuação foi tímida por
causa das leis estabelecidas em proteção a religião do Estado. Nesse contexto
social, político, econômico e religioso, as tradições católicas e o sincretismo
religioso e um protestantismo diluído e iluminista somados a um analfabetismo
colonial foram legitimados no Brasil através de liturgias e sacramentos e rituais
e cultos cristão num processo dialético para a manutenção da ordem já instituída
com tolerância e conveniência que segundo BERGER (1985) dando níveis
aceitáveis ao caos da sociedade e conforme a extensão da terra e necessidade
de ocupação.

As transformações necessárias ocorridas na Europa com o protestantismo de


Lutero, a separação da Igreja e do Estado na França através do movimento
iluminista passaram despercebidas e mantidas em alienação a realidade desse
novo mundo. Agora esses temas não resolvidos e contidos no passado vem de
uma forma sutil, aflorando um movimento de insatisfação na sociedade brasileira
com o poder político e religioso. De acordo com MALDONALDO2 (1998), A
potencialização dos sentidos nos atos dos cultos e liturgias carismáticas e a
situação precária das comunidades cria uma dinamização para a formação de
um novo processo dialético envolvendo toda sociedade. O movimento
neopentecostal entra na história como a causa e também efeito de uma reforma
religiosa brasileira e iluminista separando de fato a igreja do Estado.

O artigo se propõe a fazer uma análise crítica sobre a percepção histórica do


consenso e legitimação que o culto cristão trouxe para o Brasil como meio de
comunicação e construção de pensamentos e formação da sociedade brasileira
e compreensão do momento em que a Igreja de Cristo atravessa nesse ponto
da história no Brasil.

2
MALDONADO, Luís. A ação Litúrgica, Sacramento e Celebração. Ed. Paulus 1998 p.151 e 152.
6

1. Conceito de Liturgia
A liturgia na antiguidade era um serviço que uma pessoa de posição elevada
fazia de forma livre ou porque se sentia como que por obrigação fazê-lo. Assim,
as festas populares, jogos olímpicos, armadas militares e também a religião no
mundo antigo tinha um caráter público e passou a ter este significado. No grego
o ofício religioso, celebração religiosa pré-definida e de acordo com as tradições
de uma religião em particular pode incluir ou referir-se a um ritual formal. O termo
Liturgia torna-se muito abrangente na história e conforme escreve (HANS 2011):
“É uma palavra tomada de empréstimo da linguagem da antiguidade, na qual
designa, de modo bem geral, o serviço público para a coletividade e,
particularmente, o culto realizado por força do ofício ... foi adotado pela igreja
grega para designar a celebração da eucaristia. ”

MALDONADO (1998) se expressa do seguinte modo:

“Na liturgia da igreja não acontece nada que, de certo modo, não esteja
acontecendo ou já tenha acontecido no mundo. Bem pelo contrário. O que a
liturgia faz é apenas celebrar, ou acolher e expressar, o que está acontecendo
no âmbito do mundo[...] .”

Segundo WHITE (1997, p 18):


“Liturgia é, então, um trabalho executado pelas pessoas em benefício de
outras. Em outras palavras, trata-se da quintessência do sacerdócio de
todos os crentes compartilhado por toda a comunidade sacerdotal dos
cristãos. Denominar "litúrgico" um ofício é indicar que ele foi concebido
de modo que todas as pessoas que participam do culto tomem parte ativa
na oferta conjunta do seu culto. Isso poderia se aplicar tanto a um culto
quacre como a uma missa católica romana, contan to que a comunidade
participasse plenamente num ou noutro. Mas não poderia descrever um
culto no qual a comunidade fosse meramente uma plateia passiva. Nas
igrejas ortodoxas orientais, o termo "liturgia" é usado no sentido
específico de eucaristia, porém os cristãos ocidentais usam a
qualificação "litúrgico" para designar todas as formas de culto público de
natureza participativa.”

2. Conceito de Culto Cristão

O culto cristão possui uma relação com o culto judaico como comenta HANS et
al.3 (2011) e um lugar no plano da salvação:

“Entre os pais gregos, a expressão usual para designar sacramento era


mistêrion, termo adotado no latim como mysterium. Os escritores latinos também
empregavam sacramentum, vocábulo que trazia consigo outros significados
secundários no universo jurídico (um juramento reforçado por um sinal externo)

3
Manual de Ciências Litúrgicas - O Manual de Ciência Litúrgica foi organizado na Alemanha pelos
professores Hans-Christoph Schmidt-Lauber, Karl-Heinrich Bieritz e Michael Meyer-Blanck. p 63,
110 e 111, 2011.
7

e ofuscava algumas associações do "mistério¨. Teologicamente, o significado


principal do mistério não provém dos cultos secretos do mundo helenista,
embora a fé cristã oferecesse a salvação pela a qual aqueles tinham procurado
em vão, e embora a liturgia da igreja preenchesse alguns invólucros vazios do
rito pagão com novo sentido e força (ef. Jungmann, 1967)."Mistério" é antes
primordialmente e sobretudo a palavra que se emprega em partes do Novo
Testamento em relação ao plano de salvação de Deus: o mistério é o plano do
Pai para o mundo, e principalmente para a humanidade, um plano que é agora
revelado e realizado por Cristo e é consumado pelo Espírito Santo rumo ao reino
definitivo de Deus (Mc 4.11; Rm 11.25; 16.25-27; Ef 1.9; 3.1-12;6.19; Cl 1.25-28;
2.2;4.3; 1Tm 3.16; Ap 10.7)."... Entre protestantes verifica-se uma recepção
positiva dessa redescoberta em sua referência cristológica, mas, não em sua
aplicação eclesiológica[...]. ”

Sua origem é o termo latino colere, termo agrícola que significa "cultivar".
Conforme WHITE (1997), Um conceito um tanto diferente se apresenta
por trás do termo comum ao latim e às línguas românicas que é culto.No
inglês, cult tende a sugerir algo bizarro ou um modismo.Tanto o francês le
cu/te como o italiano il culto preservam essa palavra latina como o termo
usual para designar o culto.E um termo rico, muito mais rico do que a
palavra inglesa worship, uma vez que capta o caráter mútuo da
responsabilidade entre o agricultor e sua terra ou animais.Trata-se de uma
relação de dar e receber, certamente não em medida igual, mas pela
vinculação recíproca. Infelizmente a língua inglesa não faz prontamente a
conexão óbvia entre "cultivar" e "culto" que encontramos nas línguas
românicas. Para WHITE, o conceito de serviço é fundamental para
entender o culto. Segundo MALDONADO (1998, p 107), “A teologia bíblica
nos quer mostrar a íntima relação existente entre o culto e a vida , entre a liturgia
e a existência leiga no tempo e no mundo entre o sacramentos implícitos e os
sacramentos explícitos...¨

II – A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE E SUAS INFLUÊNCIAS NA


IGREJA ATUAL

- O que é Teologia da Prosperidade


A Teologia da Prosperidade baseia-se na chamada “lei da reciprocidade”, ou
seja, se o ser humano for bom para com Deus, Deus é “obrigado” a ser bom de
volta. É uma relação matemática, com ação e reação; na medida em que a
8

fidelidade humana é demonstrada de forma material, necessariamente se obterá


a prosperidade material nesta vida.
O pentecostalismo dessa teologia é antropocêntrico: não é o homem que serve
a Deus, mas Deus que serve ao homem. A teologia da prosperidade traiu o
cristianismo de forma clara. A teologia da prosperidade usa um jogo linguístico
em que as obras são renomeadas como “materialização, manifestação da fé”.
Isso significa que o que importa são as obras.
- Influência da Teologia da Prosperidade na Igreja Atual
A Teologia da Prosperidade deturpa os textos bíblicos para tentar justificar seus
despropósitos. Ensinos errôneos invadiram as igrejas brasileiras e tem ‘inchado’
templos com pessoas que buscam a bênção no lugar de procurar o Criador. De
acordo com ROMEIRO (2005), textos como o de Isaías 53.4,5:
“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores
levou sobre si; e nos o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas
ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas
iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas
pisaduras fomos sarados. ”
Ao verificar as publicações sobre os ensinos desta teologia, é possível perceber
que seus pregadores repetem muito uns aos outros, e quase todos acabam
repetindo as palavras de Kenneth Hagin. Uma das posições que mais tem
gerado controvérsia e suscitado críticas a teologia da prosperidade é a negação
dos sintomas da doença, levando o enfermo a rejeitar os recursos da medicina.
Nem todos os pregadores da confissão positiva agem assim, mas há os que
consideram um ato de fraqueza espiritual a ação de recorrer a medicina.
ROMEIRO ainda fala das campanhas semanais, os cultos de libertação, da
vitória, da conquista e da prosperidade que se multiplicam na disputa por fiéis
diariamente. Tudo isso dirigido a um público despreocupado também com as
regras de interpretação bíblica, pouco afinado com a reflexão, mas numa busca
constante e intensa de solução. Igrejas não pertencentes ao movimento
clonaram suas práticas litúrgicas de proselitismo e de arrecadação financeira. E
o caso de várias igrejas da Assembleia de Deus e de alguns grupos
considerados tradicionais, que passaram a realizar o “culto da libertação”, o
“culto dos empresários” e o “culto da prosperidade”, prática antes impensada no
modelo tradicional."
9

III – IGREJAS PENTECOSTAIS E O FENÔMENO DA FANEROSE


O Pentecostalismo surgiu nos Estados Unidos no início do século XX que
enfatiza o batismo no Espírito Santo como revestimento de poder subsequente
à conversão e ao falar em línguas estranhas. Nas reuniões pentecostais há
manifestações sobrenaturais como cura, profecias, dons de milagres e de
discernimento de espíritos.

Muitas igrejas evangélicas atualmente tem experimentado e difundido entre seus


seguidores um termo grego composto de duas palavras até pouco tempo
desconhecidas para nomear diferentes manifestações disseminadas pelo mundo
por Kennety Hagin. Fanerose é um termo que vem do grego ‘PHANERÓS’ e quer
dizer ‘visível’, ‘aparente’ e ‘PHAÍNEIN’, que quer dizer “fazer aparecer, tornar
visível”. Trata-se da prática na qual as pessoas que estariam sentindo a
“presença” de Deus caem como se estivessem desacordadas, em um estado
que a psicanálise chama de alfa. É considerada uma manifestação visível da
presença do Espírito Santo. Esse modismo foi trazido para o Brasil pelo casal
norte-americano Charles e Francis Hanter na década de 1980.Segundo
ROMEIRO (2005, p. 56, 57):

“No afã de demonstrar o poder Deus e produzir milagres, muitos pregadores


partiram para o sensacionalismo, empregando métodos suspeitos e nada
ortodoxos em suas atuações. Aparentemente funciona muito bem, pois nada
atrai mais uma certa parcela dos evangélicos hoje em dia do que as aberrações
produzidas em nome do Evangelho e interpretadas como manifestações do
poder de Deus. A maioria desse sensacionalismo vem da América do Norte e é
imitada com sucesso por muitos no Brasil. Quando se fala neste assunto, o
primeiro nome que vem à tona é o de Benny Hinn, que tem influenciado muitos
no Brasil, tanto pessoalmente quanto através de seus livros. Foi com Benny Hinn
que vários brasileiros aprenderam a arte de soprar, de jogar o paletó e de
derrubar as pessoas.... Um outro modismo religioso largamente praticado e
incentivado entre os neopentecostais e carismáticos é o de cair, mencionado
ironicamente por alguns como o "movimento do cai-cai". No inglês, é conhecido
como "Slain in the Spirit" (Morto no Espírito). [...].”

IV – IGREJAS NEOPENTECOSTAIS E O SINCRETISMO RELIGIOSO


Segundo MARIANO (2003, p. 79,80), o movimento pentecostal brasileiro se
divide em três ondas: a primeira onda é o chamado “Pentecostalismo Clássico”,
da Rua Azuza no início do século XX. A segunda onda é conhecida por “deutero-
pentecostalismo” ou “pentecostal neoclássico”, movimento de cura divina do
início da década de 1950. Por fim, a terceira onda: “neopentecostalismo”, tendo
10

suas origens na segunda metade da década de 70. Os precursores do


movimento neopentecostal (Edir Macedo, R. R. Soares e Miguel Ângelo) saíram
da Igreja de Nova Vida, do missionário canadense, naturalizado norte-
americano, Robert McAlister, e fundaram as primeiras igrejas neopentecostais
em solo brasileiro: Igreja Universal do Reino de Deus (1977), Internacional da
Graça de Deus (1980) e Cristo Vive (1986). ROMEIRO (2005, p. 87, 88), diz:

“Sem uma teologia definida, o movimento reúne várias posições doutrinárias e


correntes teológicas. Por ser um movimento fragmentado, com muitos líderes de
forte perfil carismático, cada grupo escolhe no que crer e determina a própria
liturgia. Com isso, cada igreja investe no que mais lhe interessa. Algumas
procuram desenvolver um ministério de cura e libertação. Outras, de batalha
espiritual, cura interior, espíritos territoriais, mapeamento espiritual e
prosperidade financeira. ”

O Neopentecostalismo mistura elementos bíblicos com crendices religiosas


formando um verdadeiro sincretismo religioso. Em alguns cultos faz-se o uso de
enxofre, óleo ungido, rosa ungida, fogueira santa, sal ungido, copo d'água em
cima do rádio ou da TV e uma variedade de símbolos e objetos para estimular o
fiel a adorar ou a contribuir financeiramente.

Existe algumas palavras que explicam melhor o sincretismo religioso, como:


fusão, conciliação, influência exercida de uma ou mais religiões. Observando-se
melhor a natureza humana, percebe-se que o homem é sincrético, a sociedade
é sincrética, logo, a religião é sincrética. Isso faz parte de um processo dialético
de que nenhuma instituição humana escapa. Pela necessidade de se adaptar a
novas situações, torna-se necessário tomar decisões de conciliações e fusões,
isso é sincretismo.

As religiões de certa forma acabam sofrendo mutações no afã de continuar


falando a linguagem da sociedade, usando de empatia ao fazer conciliações das
necessidades da comunidade e as aparentes soluções, com a subjetivação de
alcançar um censo comum. Trazer o equilíbrio social está acima do pensamento
individual, por isso vale o sacrifício do bom sincretismo. Há a possibilidade de
que haja o entendimento otimista ou apologista da questão sobre em ficar a favor
do sincretismo religioso, mas, ao arrazoar sobre isso percebem-se resultados
bons e ruins na sociedade e na história, frutos deste processo. Nunca se discutiu
11

tanto sobre liturgia, adoração e culto cristão como nos tempos atuais. Nunca se
investiu tanto em cursos Teológicos e seminários para leigos como agora. A
preocupação em fazer com que a mulher seja atuante nos meios eclesiásticos é
notória. O investimento em encontro de casais e a valorização da família
também.

Esses são alguns exemplos positivos do neopentecostalismo e seu sincretismo


açambarcante e atuante em todos os níveis da sociedade, não fazendo distinção
entre pequenos e grandes, brancos e negros, pessoas cultas e incultas incluindo
todos em um mesmo pacote, atingindo o homem em sua precariedade como o
evangelho de Cristo tem que ser. Tirando todos os outros seguimentos religiosos
de sua zona de conforto, fazendo esses repensarem em suas reuniões cristãs e
trazendo mudanças de comportamento. Tendo seu lado negativo também como:

- O empobrecimento intelectual nos púlpitos, homílias repetitivas sobre


prosperidade;

- Secularização da religião, e evasão de membros de uma igreja para outra


conforme sua conveniência;

- "Pescadores de aquário", pastores e evangelistas que acediam membros para


formar sua própria comunidade de fé;

- Pastores envaidecidos por conseguirem formar grandes comunidades,


esquecendo que existe um "Pastor Maior". Por causa da grande "concorrência”
formam-se obreiros cada vez mais despreparados para atender a demanda
deste seguimento.

Os cultos, reuniões cristãs sofrem, por perder seu cunho didático para o
aprimoramento do caráter e dialético entre Deus e o homem, para atender a
necessidade do" ter".
12

CONCLUSÃO
Os evangélicos avançaram e se desenvolveram devido ao seguimento
neopentecostal. Esse crescimento tem fundamento na religiosidade e
espiritualidade, somadas às crenças africanas, ameríndias, a luta do bem contra
o mal que se tornaram populares e formaram a base social para tornar isso
possível. O fenômeno do sincretismo no contexto brasileiro passa a ser algo
único no mundo e por isso sua importância para análise na história e religião e
cultura.

No culto cristão ocorreram manifestações religiosas e culturais que trazem


estabilidade, equilíbrio e segurança ao caos. Foi no início desde o
descobrimento, e continua sendo o modelo pelo qual os leigos, afastados ainda
podem ter a oportunidade de se relacionar com Deus.

As invenções de rituais dentro do culto afasta a possibilidade de aproximar o


homem a Deus, passando por desvios de finalidade, perdendo sua simplicidade
impactante e não atendendo mais ao pensamento do homem moderno.

As Religiões seguem um processo dialético com a sociedade ocupando seu


lugar na história. Nesse processo natural os pensamentos antigos somados aos
modernos formam outros pensamentos. E aquilo que antes era inaceitável passa
a ser aceitável, porque os pensamentos do homem estão em constante mutação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CITADAS


Hans, Christoph, et al. Manual de Ciências Litúrgicas - O Manual de Ciência
Litúrgica foi organizado na Alemanha pelos professores Hans-Christoph
Schmidt-Lauber, Karl-Heinrich Bieritz e Michael Meyer-Blanck. P. 63, 110 e 111,
2011.

LANG, Thomas L. et al. The Encyclopaedia Britannica: Multimedia Edition.


Chicago: University of Chicago, s.v. “Theological liberalism”.CD 1994-2000.

MACHEN, J. Gresham. Cristianismo e liberalismo. São Paulo: Os Puritanos,


2001, p. 18.

ROMEIRO, Paulo, Decepcionados com a graça: esperança e frustrações no


Brasil Pentecostal. São Paulo, Mundo Cristão, 2005.
13

MARIANO, Ricardo. Neopentecostais – Sociologia do Novo Pentecostalismo


no Brasil. (Citado na revista Compromisso, 1º trimestre de 2003, págs. 79,80).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS


BERGER, Peter Ludwig, O Dossel Sagrado: elementos para uma teoria
sociológica da religião. São Paulo, Edição Paulinas,1985.

COSTA, Hermisten Maia Pereira, 1956 – p 366.Raízes da Teologia


Contemporânea– São Paulo: Cultura Cristã, 2004.

GEERTZ, Clifford. Nova luz sobre a antropologia - tradução: Vera Ribeiro


revisão técnica: Maria Claudia Pereira Coelho, Rio de Janeiro, Jorge Zaar Ed.,
2001.

MALDONADO, Luis, 1930. A ação litúrgica: sacramento e celebração- São


Paulo, ed. Paulus, 1998.

ROMEIRO, Paulo,1995. Evangélicos em crise: decadência doutrinária na


igreja brasileira, São Paulo, Mundo Cristão,1999.

ROMEIRO, Paulo. Super crentes: o evangelho segundo Kenneth Hagin,


Valnice Milhomens e os profetas da prosperidade, São Paulo. Mundo
Cristão,1993.

SHEDD, Russel P.,1987. A Adoração Bíblica, São Paulo, Ed. Vida Nova, p 83
e 84, 1991.

SHEDD, Russel P. (1984). A justiça social e a Interpretação da Bíblia. São


Paulo, ed. Vida Nova p. 20 e 21, 1993.

VAINFAS, Ronaldo, A heresia dos índios: catolicismo e rebeldia no Brasil


colonial - São Paulo, Companhia da Letras, 1995.

WHITE, James F. Introdução ao culto cristão. Tradução de Walter Schulpp,


São Leopoldo, Sinodal, 1997.

DOCUMENTOS VIA INTERNET

http://www.significados.com.br/sincretismo religioso. Acesso 17/08/2016 00:17

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/500br/missa1.htm. Acesso em
26/07/2016, 00:22

http://www.brazilsite.com.br/religiao/catolica/master.htm. Acesso em
26/07/2016, 00:30
14

http://www.simonsen.br/revista-digital/wp-content/uploads/2014/12/Revista-
Simonsen_N1_Sergio-Chahon.pdf.Acesso em 26/07/2016, 00:39.

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