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INTRODUÇÃO

Para realizarmos o trabalho que se segue nos baseamos na pesquisa


bibliográfica de algumas obras que julgamos necessárias para tal empreendimento.
Essa pesquisa não pretende ser um resumo destas obras e nem de certa forma
parte delas. Nos ativemos a alguns pressupostos metodológicos para o estudo de
Liturgia e Discurso nas Práxis Religiosas. Com certeza, alguns detalhes e
informações foram omitidos que podem ser encontrados nas obras utilizadas.

A obra de Émile DURKHEIM, “As Formas Elementares de Vida


Religiosa: o sistema totêmico na Austrália”1, nos servirá de referencial teórico maior,
uma vez que trata todas as religiões como sendo verdadeiras. Segundo ele, “não
há, pois, no fundo, religiões que sejam falsas”.2 O autor percorre a história das
religiões primitivas (australianas) por questões de método, para poder
“compreendermos as religiões mais recentes”.3

DURKHEIM afirma que os ritos “são maneiras de agir que surgem


unicamente no seio dos grupos reunidos e que se destinam a suscitar, a manter, ou
a refazer certos estados mentais desses grupos”.4 Ao falar das religiões primitivas,
nos faz perceber como essas religiões fundamentalmente formaram parte das
religiões modernas, bem como toda sua complexidade.

É mister salientarmos que abordaremos a Liturgia e o Discurso na


Práxis Religiosa de uma religião específica, a saber, o cristianismo.

Assim, dividiremos o presente trabalho da forma que se segue:


começaremos com uma rápida abordagem dos significados dos termos discurso,
liturgia e práxis, para situarmos o leitor na discussão. Abordaremos a celebração

1
DURKHEIM, Émile. As Formas Elementares de Vida Religiosa: o sistema totêmico na Austrália. São
Paulo: Paulinas, 1989.
2
Para Durkheim todas as religiões são verdadeiras à sua maneira: todas respondem, ainda que de
maneiras diferentes, a determinadas condições de vida humana. (Cf. p. 31).
3
DURKHEIM, Émile. Op cit, p. 31.
4
DURKHEIM, Émile. Op cit, p. 38.
como memória e compromisso, subdividindo, esse ponto, em dois momentos, a
saber, celebrar é trazer à memória o Reino de Deus e celebrar é tornar concreto o
Reino de Deus. Discorreremos sobre as formas do discurso teológico para, depois
adentrarmos ao diálogo com Leonardo Boff para fundamentarmos a Teologia das
práxis. Por fim, agora com base na noção de Culto Negativo e Culto Positivo,
desenvolvida por DURKHEIM, falaremos sobre a Práxis religiosa e as manifestações
dos rituais e do discurso.

Por uma questão de método, no decorrer do trabalho estaremos


dialogando com outros autores, de forma a ampliar a gama de informações sobre o
tema proposto e podermos, assim, estar aptos a fazer uma contextualização do
assunto.
1. Discurso, Liturgia e Práxis : uma breve definição

Falamos, logo acima, em situarmos o leitor familiarizando-o com


algumas definições que serão de grande valia para o trabalho proposto. Pois bem,
façamos então, começando pelo discurso.

O discurso (cristão) é a proclamação do amor divino, da justiça, da


chegada do Reino de Deus. SILVA nos diz que “através do discurso o indivíduo deve
ser provocado à ação.”5 A oração feita por Jesus, “Pai nosso, que estás nos céus...”
(cf. Mt. 6, 9), expressa muito bem essa idéia. É, ao mesmo tempo, proclamação e
convocação.

A Liturgia (cristã ou não) “é uma arte”, um ritual, não um mero ritual de


ações repetitivas. Defini-se por uma seqüência de ações, sim, mas que caracterizam
um meio para nos relacionarmos com nós mesmos, com Deus, com o próximo e
com a natureza, e isso todos os dias. Liturgia é festa, e porque não dizermos que
próprio Deus também festejou: “E viu Deus que tudo era muito bom” (Gn. 1,31).
Enfim, definindo a liturgia cristã, SILVA nos diz que esta é

“... um conjunto de celebrações que foi nascendo nas comunidades


cristãs ao longo da história e que expressam fé, as convicções, a
maneira de compreender a vida, a maneira de os discípulos de Jesus
se relacionarem com o transcendente, o divino.” 6

O que seria, então, a práxis? Segundo FLORISTAN, “... la práxis es


cambio social y compromiso militante, transformación de estructuras y actitud crítica,
renovación del sistema social y emancipación personal.” 7 A práxis cristã seria,
então, o desafio de (como irmãos e irmãs participantes de uma mesma comunidade
que celebra e proclama a vida, o amor e a justiça) transformarmos a realidade

5
SILVA, Geoval Jacinto da. Aproprio-me aqui de parte da definição de Liturgia e Discurso dada em
sala de aula no dia 12/08/2004.
6
SILVA, Geoval Jacinto da. A inter-relação histórica e teológica da liturgia judaica e cristã. In: Estudos
de Religião. / Universidade Metodista de São Paulo / Pós-Graduação em Ciências da Religião. Vol. 1.
Nº 25. (dez. 2003). São Bernardo do Campo: UMESP, 2003, p. 159.
7
FLORISTAN, Casiano. TEOLOGIA PRACTICA:TEORIA Y PRAXIS DE LA ACCIÓN PASTORAL.
Segunda Edición. Salamanca: Ediciones Sigueme, 1993, p. 179.
presente, de manifestarmos o Reino de Deus ao mundo a exemplo de Jesus que
combateu a injustiça, o sexismo, a segregação racial etc. Seria utopia almejarmos
uma sociedade mais justa e igualitária? Que seja, se entendermos a utopia como “o
sonho perfeito, como paradigma, referencial para a construção de uma realidade
melhor.”8

2. Celebrar é Memória e Compromisso

A celebração litúrgica acontece quando o povo de Deus se reúne para


comemorar, com cânticos, discursos e ações, a obra redentora e vicária de Jesus,
o Senhor, bem como sua ressurreição. É “o momento de concentração, de reunião
no Espírito Santo, em torno do Cristo ressuscitado que ‘recicla’ e renova toda a
nossa vida (...) De lá somos enviados (as), impulsionados (as), de volta à missão 9.
MARASCHIN nos diz no que consiste esta missão quando define liturgia como “a
reunião do povo de Deus para celebrar os atos libertadores de Deus na história dos
seres humanos e para anunciar ao mundo essa mesma libertação10.

A liturgia também possui um aspecto simbólico, ritual. A liturgia cristã é


um fenômeno religioso e todo fenômeno religioso contém em sua estrutura, além de
outros mecanismos do processo de sacralização 11, o rito e o mito. KEE nos diz que
longe de serem padrões fixos “o mito e o ritual são processos dinâmicos de
adaptação e renovação de estruturas sociais e conceptuais cambiantes da
existência da comunidade”.12

8
Definição de Utopia dada pelo Prof. Dr. Geoval Jacinto da Silva em sala de aula, no dia 26/08/2004.
9
BUYST, Ione; SILVA, José Ariovaldo da. O Mistério Celebrado: Memória e Compromisso I. Espanha:
Siquem Ediciones, 2002, p. 11.
10
MARASCHIN, Jaci. A Beleza da Santidade: ensaios de liturgia. São Paulo: Aste, 1996, p. 133.
11
MOL, Hans J. Apud KEE, Howard Clark.. As Origens Cristãs em Perspectiva Sociológica. São
Paulo: Paulinas, 1983. (Coleção Bíblia e Sociologia – 1). Segundo este autor são quatro os
mecanismos: objetivação, comprometimento, ritual e mito. (cf. p. 86).
12
KEE, Howard Clark.. As Origens Cristãs em Perspectiva Sociológica. São Paulo: Paulinas, 1983.
(Coleção Bíblia e Sociologia – 1), p. 87.
Com relação aos mitos, MOL nos diz que dentre algumas funções eles
“banem a arbitrariedade e o caos e reforçam a identidade”. 13 KIRK14, por sua vez, faz
distinção entre três tipos de mito, a saber, (1)“narrativo”; (2)“operativo”, “iterativo” ou
“validatório”; (3)“especulativo” ou “explanatório”. Para o nosso objetivo nos interessa
mais de perto o que ele chama de “mito operativo, iterativo ou validatório”, que é
“relativo a ritual; recitação para garantir continuidade cósmica ou institucional”.15 Isso
porque tal definição nos conduz ao ritual, que na celebração litúrgica é processo
essencial para entendermos a relação entre a liturgia e a práxis cristã. Da mesma
forma que o mito, o ritual reforça a identidade, porque é uma “atuação repetitiva de
sistemas humanos de significação”.16

Existem várias formas de celebrações litúrgicas, mas todas elas


convergem para o maior dom de Deus à humanidade, para a vida. Todas as formas
de celebrações litúrgicas englobam dois momentos inseparáveis e que são o núcleo
da fé cristã celebrada: culto e missão. O culto é o momento da celebração
comunitária que nos remete àquilo que Deus fez pela humanidade em Cristo Jesus.
Missão é essa memória transformada em ação e compromisso, pela ação do
Espírito Santo. É práxis cristã.

2.1. Celebrar é trazer à memória o Reino de Deus

A Igreja Cristã nasce com uma certa relação de continuidade com a


religião judaica. Muitos dos elementos do culto judaico vão ser incorporados e re-
significados pela religião nascente. José Ariovaldo da Silva 17 enumera uma lista
bastante longa desses elementos.

O que ocorre, porém, é que a liturgia judaica, com suas orações e


leituras, longas e cansativas, se tornou, ao longo de seu desenvolvimento,
esvaziada de alegria, de vida. Na verdade esse tipo de liturgia denunciava uma
13
MOL, Hans J. Apud KEE, Howard Clark.. As Origens Cristãs em Perspectiva Sociológica. São
Paulo: Paulinas, 1983. (Coleção Bíblia e Sociologia – 1). p. 91.
14
KIRK, G.S. apud KEE, H.C. Op. Cit., p. 91.
15
Idem. Ibidem.
16
MOL, H.J. Op. Cit., p. 97.
17
BUYST, Ione; SILVA, José Ariovaldo da. O Mistério Celebrado: Memória e Compromisso I.
Espanha: Siquem Ediciones, 2002, p. 28.
religião que se distanciara da celebração dos atos salvíficos de Javé e não mais
recordava a libertação de um povo que fora escravo no Egito, libertação que se
concretiza com a posse de uma terra cheia de fartura.

Os primeiros cristãos não perderam de vista a importância desta


libertação para suas vidas bem como para a comunidade cristã que nascia. Esta era
a comunidade da nova aliança, que re-significa o Êxodo e a Festa da Páscoa, que
rememorava a saída da “terra da servidão” à luz da morte e ressurreição de Jesus.
Assim, a liturgia cristã passa a ser um momento onde se trazia à memória o que
Jesus realizara com sua vida-morte-ressurreição em prol da humanidade.

A celebração cristã nos remete à nova aliança de Deus com os seres


humanos. Essa aliança é o próprio Jesus, que com sua vida, mensagem e paixão
quis nos mostrar que a nossa reconciliação com Deus, conosco mesmos, com o
próximo e com a natureza é possível. Com sua mensagem e ação, Jesus revela um
símbolo que havia sido esquecido, um símbolo que quer ser uma utopia 18, o Reino
de Deus, que segundo GROOME, é um “...’símbolo tensivo’cuja função é evocar um
mito. O mito que ele evoca é o mito de um Deus que criou o mundo e era
continuamente ativo nesse mundo em favor de seu povo...” 19 A encarnação, a vida, a
morte e a ressurreição de Jesus, para os cristãos, realiza a expectativa messiânica.

O Reino de Deus é Justiça e Paz (Sl 85,11; Is 32,17). Jesus torna esse
reino uma realidade ao alcance de todos. Por isso, aos nos reunirmos, como
comunidade cristã para celebrarmos a intervenção de Deus na nossa história,
rememoramos a realidade dessa intervenção em Jesus Cristo. Porém, para que a
práxis cristã seja completa, não basta trazermos à memória esses feitos de Deus
nas nossas liturgias, mas agirmos no mundo, como cristãos, pra que esse reino de
justiça e paz se concretize em meio aos seres humanos.

18
Utopia é aqui entendida como um “modelo de perfeição que nos permite ver o que está errado
agora, no presente.” (anotação de definição de Utopia dada pelo Prof. Dr. Jung Mo SUNG em sala de
aula, em 12/08/2004).
19
GROOME, Thomas H. Educação Religiosa Cristã: Compartilhando nosso caso e visão. São Paulo:
Paulinas, 1985, p. 67.
2.2. Celebrar é tornar concreto o Reino de Deus

Falamos acima que Jesus revela o Reino de Deus através da sua vida,
da sua mensagem e Paixão. Nós, cristãos, somos convocados, na celebração
comunitária, a concretizar com nossa ação esse reino em meio aos seres humanos,
porque, ao rememorarmos a ação salvífica de Deus em nosso favor, através da
ação do Espírito Santo, somos compelidos à práxis 20.

Se o nosso culto se restringir à memória sem a prática daquilo que é


rememorado, ”a celebração litúrgica se torna uma formalidade (...) De nada adianta
dizer Senhor, Senhor... e não trabalhar para a transformação de si mesmo e do
mundo, para que aconteça a justiça do Reino”.21

O ritual, tanto quanto o mito, serve para reforçar a identidade das


instituições no tempo e no espaço. Sendo a liturgia um ritual, todas as vezes que é
realizado, traz à memória aquilo que é essencial na identidade cristã: a ação
libertadora de Deus em prol da humanidade. Assim sendo, a efetivação diária da
nossa identidade como povo de Deus se dará quando agirmos, em comunidade, em
prol da libertação dos necessitados da nossa sociedade (Mt 25,35-45). BUYST
salienta a importância de que a celebração litúrgica aconteça sempre
comunitariamente e nos diz que “todo o nosso empenho pastoral e missionário
devem brotar desse encontro comunitário com o Deus vivo...” 22

Cabe aqui salientar a importância do encontro comunitário para o


desenvolvimento da espiritualidade. Embora a palavra encontra-se desgastada pelo
uso e interpretações os mais diversos, incluindo aquela mais corrente onde a
espiritualidade está mais para uma forma de introspecção ou meditação,
entendemos, com BUYST, que ela “brota do encontro com o Senhor na liturgia,
expande-se na oração pessoal e expressa-se na vida pessoal, no trabalho, nas

20
Toda Práxis indica uma transformação da realidade. (Anotação de aula dada pelo Prof. Geoval
Jacinto da Silva, em 05/08/2004).
21
BUYST, Ione; SILVA, José Ariovaldo da. O Mistério Celebrado: Memória e Compromisso I.
Espanha: Siquem Ediciones, 2002, p. 20.
22
Idem, ibidem.
relações humanas, na organização da vida em sociedade”. 23 Depreende-se dessa
afirmação que a verdadeira espiritualidade significa envolvimento na liturgia e
compromisso social. É Culto e Missão.

Missão é a ação evangelizadora da Igreja. Ação é aqui entendida


“como o agir que instaura algo absolutamente novo e que vem sempre
acompanhado pelo discurso.”24 Ação e palavra, capacidade e liberdade de agir e
falar revelam o caráter completo da ação, ação que transforma, práxis. A
evangelização é uma ação “que deve infundir vida, dar vida, criar vida”. 25 Porém,
toda ação possui“o caráter de imprevisibilidade (...) e de ser ilimitada”. 26 O mesmo se
verifica na evangelização que, como práxis cristã onde estão presentes o agir e o
discurso, modifica o contexto onde ocorre. Por isso a evangelização é um risco.
Quando acontece muda o próprio evangelizador 27, que “ao revelar-se, mediante o
agir e o discurso, ‘afeta’ quem está ao redor e desencadeia assim uma reação que
se transforma em uma cadeia de processos”.28

Com base no que acabamos de salientar, temos a impressão que na


grande maioria das comunidades cristãs ocorre uma dicotomia entre o culto (aqui
entendido como celebração liturgia) e a missão. Falta uma ligação mais íntima entre
liturgia e compromisso ético29. Se a celebração litúrgica, como já vimos, é o
momento onde é evocada a memória da ação de Deus na nossa história humana,
porque as nossas liturgias não nos conduzem à ação, à práxis cristã? MARASCHIN
nos dá uma pista quando diz que

“... a liturgia que temos experimentado em muitas de nossas igrejas


[com] suas muitas e variadas manifestações (...) [são] desprovidas da
verdadeira memória da libertação efetuada por Deus junto ao seu povo,
no passado, e sem qualquer possibilidade de crítica às estruturas do
23
BUYST, Ione; SILVA, José Ariovaldo da. O Mistério Celebrado: Memória e Compromisso I.
Espanha: Siquem Ediciones, 2002, p. 21.
24
CASTRO, Clovis Pinto de. Op. Cit., p. 43. CASTRO baseia-se na definição da filósofa alemã Hanna
Arendt.
25
COMBLIN, José. A Força da Palavra – “No princípio havia a palavra”. Petrópolis: Vozes, 1986, p.
345.
26
CASTRO, C. Pinto de. POR UMA FÉ CIDADÃ: A DIMENSÃO PÚBLICA DA IGREJA –
FUNDAMENTOS PARA UMA PASTORAL DA CIDADANIA. p. 44.
27
COMBLIN, J. Op. Cit., p. 347.
28
CASTRO, C. Pinto de. Op. Cit., p. 44.
29
BUYST, I. Op. Cit.. p. 21.
presente mundo. Tampouco se voltam para o futuro na esperança da
implantação imediata do ‘novo céu e da nova terra’”.30

Ocorre que o ritual da celebração litúrgica que deveria evocar o mito de


um Deus que criou o mundo, incluindo todos os seres vivos e a natureza, e quer
fazer a sua manutenção tem se tornado esvaziado de sentido, visto que não nos
remete à memória alguma. Um povo sem memória, mesmo o povo de Deus, está
fadado ao desaparecimento, pois uma das funções a que compete o ritual é a de
reforçar a identidade. Sem memória a identidade vai se diluindo entre outras
identidades até desaparecer. Como cristãos, assistimos a cada dia a diluição da
nossa identidade, haja vista as nossas celebrações litúrgicas não nos conduzir à
práxis cristã. Fica aqui o desafio às comunidades cristãs que têm tido tanto sua
identidade quanto o seu discurso arrebatados pela identidade e pelo discurso da
modernidade: façamos um só ato culto e missão. Celebremos como memória e
compromisso!

3. As Formas do Discurso Teológico

A Teologia não se circunscreve unicamente no âmbito acadêmico, ou


restrita aos teólogos, mas todos quanto pensam a fé, tanto pastores, quanto o povo
simples (leigos), também fazem teologia. A partir desta compreensão, BOFF
distingue três formas fundamentais do discurso teológico, e que denomina de os três
“p”s da Teologia: Teologia profissional, Teologia pastoral e Teologia popular. 31
Utilizaremos, a seguir, como ilustração, o esquema apresentado pelo autor:

30
MARASCHIN, Jaci. A Beleza da Santidade: ensaios de liturgia. São Paulo: Aste, 1996, p. 133.
31
BOFF, Clodovis. Teoria do método teológico. Petrópolis: Vozes, 1998, p. 597.
TEOL. PROFISS. TEOL. PASTORAL TEOL. POPULAR
DESCRIÇÃO Mais elaborada e Mais orgânica Mais espontânea e
rigorosa. * ligada ao povo. difusa *
LÓGICA Da ciência Da ação e vida Da vida cotidiana
MÉTODO Mediações: Ver, julgar e agir. Confronto:
analítica Evangelho e Vida
hermenêutica e
prática
LUGAR Institutos teológicos Centros pastorais CEBs, grupos,
movimentos
MOMENTOS Congressos Assembléias Encontros de base
ALTOS teológicos pastorais
PRODUTORES Teólogos de Pastores e agentes Animadores e
profissão pastor. leigos em geral
PRODUÇÃO Cursos, Palestras, Testemunhos
ORAL assessorias relatórios celebrações
PRODUÇÃO Livros, Pregação, Roteiros,
ESCRITA artigos docum. pastor cartas, etc

Essas três formas não são exercidas individualmente. É preciso


trabalhar de modo integrado, caso contrário, segundo BOFF, isso causaria uma
“situação anômala”32: a) a Teologia popular, privada da Teologia profissional, cai
facilmente no sincretismo e no fundamentalismo. E sem uma Teologia pastoral,
torna-se espiritualista; b) a Teologia pastoral, sem a contribuição crítica da Teologia
profissional torna-se rotineira e ativista; e separada da Teologia popular, cai no
discurso conservador e autoritário; c) quanto a Teologia profissional: longe da vida
do povo e da comunidade eclesial, torna-se uma Teologia “alienada” em relação à
história e à fé viva da comunidade.

Diante do exposto, acreditamos que a Teologia é participativa, não


deve ser um monólogo como nos teatros, mas todos devem estar não só
comprometidos com a transformação do mundo, mas também responsáveis por ela.
Independentemente do tipo de teologia, os teólogos e todos quantos pensam a fé,
devem ter como alvo o povo, por isso a teologia deve ser voltada para a fé.

32
BOFF, Clodovis. Teoria do método teológico. Petrópolis: Vozes, 1998, p. 605.
4. A Teologia das Práxis

A Teologia das práxis funciona como normativa entre teoria e a prática.


Segundo FLORISTAN, “el binômio dialéctico teoria-praxis se establece mediante
una relación entre un modo de pensar y un ejercicio o acción.” 33 BOFF considera em
seu processo de produção três momentos essenciais que compõem o Discurso
Teológico como prática tendo como base desse processo a Sagrada Escritura: 34

A) Ausculta da fé (auditus fidei), ou hermenêutica – considerado pelo autor como


momento positivo. A fé é em primeiro lugar é ouvida e depois pensada: “Shemá
Israel” (Deut. 6,4). A revelação da palavra vem primeiro, tendo como pano de fundo
da escuta – a memória: “Fazei isso em memória de mim” (Luc 22,19). A fé é também
“um ato de tradição: funda-se sobre a anámnesis”. Por isso, a teologia não deve
apressadamente falar, mas escutar. Com efeito, a fé não é uma experiência morta,
presa ao passado, mas é uma experiência criativa, dinâmica, viva e progressiva. A
escuta da fé deve ter claros três momentos 35: momento heurístico: assumir os dados
da fé na elaboração teológica; momento hermenêutico: deve-se levar em conta o
contexto geral da época e outras regras de interpretação (contexto, sentido textual,
sentido atual etc); momento crítico: discernimento hermenêutico, que discerne ou
julga “o peso das respectivas autoridades segundo uma hierarquia de valor: primeiro
a palavra de Deus e sua tradição, depois o senso dos fieis, em seguida o magistério
e assim por diante”.36

B) Explicação da fé (intellectus fidei), ou especulativo/construtivo – explica o


conteúdo interno da fé através de um movimento ad intra. 37 Momento também
chamado teórico enquanto voltado imediatamente para o conhecimento do dado da
fé. Construtivo, pois, diferente do positivo, se propõe à construção de uma
inteligência teológica aprofundada. Três momentos para explicação da fé: 38 1)
análise, que explicita as razões lógicas ou os nexos internos da fé. “o porquê e o
33
FLORISTAN, Casiano. TEOLOGIA PRACTICA:TEORIA Y PRAXIS DE LA ACCIÓN PASTORAL.
Segunda Edición. Salamanca: Ediciones Sigueme, 1993, p. 176.
34
BOFF, Clodovis. Teoria do método teológico. Petrópolis: Vozes, 1998, pp. 197-296.
35
Idem, Ibidem, pp. 202-204.
36
Id. Ibid., p. 203.
37
Id. Ibid., p.197.
38
Id. Ibid., pp. 197-296.
como dos mistérios que se crêem; 2) consiste na sistematização do conteúdo da fé,
síntese orgânica; e 3) a criação, são novas conexões que a verdade em questão
pode ter com outros mistérios e com a condição e o destino humanos( novas
hipóteses teológicas para avançar na compreensão da fé). Como explicar a fé em
um mundo pós-moderno, globalizado, tecnológico? Como tornar prática e viva as
nossas teorias acadêmicas?

C) Atualização da fé (applicatio fidei) – momento prático, que busca atualizar ou


projetar a fé na vida (prática). É a fé ad extra39, enquanto projetada para fora, para a
missão. Também pode ser chamado de momento projetivo, porque nele se
examinam as “projeções” da fé no mundo, ou mesmo os “projetos” que ela implica
na realidade concreta. A lógica própria da atualização da fé é a lógica do agir. Por
isso, compreende a alguns passos: 1) a determinação dos objetivos da ação; 2) a
proposta dos meios concretos; e 3) a decisão voltada para a ação. 40

Não podemos teologizar presos a teorização da fé, visto que a fé tem


sua dinâmica própria: produzir vida, produzir ação, mudança. FLORISTAN ratifica
essa proposição ao salientar que “... quien llega a la fé descubre los imperativos de
la acción de caridad, ya que sin amor verdadero no hay autenticidad de fé.” 41
Quando falamos em vida corremos o sério risco de separar vida “espiritual” e vida
“material”, como se o indivíduo vivesse uma vida independente da outra, ou como se
o indivíduo estivesse dividido em mais de uma pessoa. Quando falamos em vida
falamos do indivíduo e situação concretos nas suas variadas dimensões.

Quando falamos em práxis teológica não deveríamos imediatamente


pensar nas crianças abandonadas, nos “sem-terra”, na violência, na discriminação
racial e tantas outras mazelas em que são acometidos os nossos próximos e que
também de certa forma, sofremos as suas conseqüências? Quando as estatísticas
revelam o número de crianças abandonadas, crianças que morrem de desnutrição,
em que as mazelas dos oprimidos se tornam tão gritantes, qual tem sido a nossa

39
Idem. Ibidem., p. 282.
40
Idem. Ibidem.
41
FLORISTAN, Casiano. TEOLOGIA PRACTICA:TEORIA Y PRAXIS DE LA ACCIÓN PASTORAL.
Segunda Edición. Salamanca: Ediciones Sigueme, 1993, p. 186.
atitude como participantes da proclamação do Reino de Deus? Afinal quando
falamos de fé, não falamos de salvação, de vida, de transcendência?

5. Práxis Religiosa e as Manifestações dos Rituais e do Discurso

Já foi dito, em partes anteriores, que ao trazermos à memória os atos


salvifico de Deus a favor da humanidade por ocasião das celebrações litúrgicas,
somos impulsionados, pela ação do Espírito Santo, à missão. A missão é a ação
evangelizadora da Igreja. Toda ação para ser completa tem dois momentos
intimamente correlacionados: agir e falar. A nossa ação, então, como comunidade
cristã inicia-se no encontro com Deus na celebração litúrgica. Podemos afirmar,
então, que a práxis religiosa se manifesta nos rituais e no discurso.

Segundo Émile Durkheim, a religião está embasada, primordialmente,


na separação entre o sagrado e o profano, sendo que “todo um conjunto de ritos tem
por objetivo efetivar esse estado de separação que é essencial”. 42 São ritos com
caráter proibitivo, de interditos. “O interdito religioso implica necessariamente a
noção de sagrado; vem do respeito que o objeto sagrado inspira e tem por finalidade
impedir que se falte a esse respeito”.43 O interdito religioso que visa a separar o
sagrado do profano “fornece a matéria de verdadeiro culto (...) porque o
procedimento que prescreve é aquele que o fiel jamais deve abandonar nas suas
relações com seres sagrados”.44 É o que DURKHEIM chama de culto negativo.

Interessante e capital para o que queremos abordar nessa parte do


trabalho é que o culto negativo não fica confinado apenas ao caráter proibitivo, mas
possui um outro objetivo, a saber, “é a condição de acesso ao culto positivo”.45
Quando a qualquer pessoa é negado o acesso ao sagrado por meio de proibições e
essa pessoa se submete aos ritos que têm esse fim, torna-se como que purificada,

42
DURKHEIM, Émile. As Formas Elementares de Vida Religiosa: o sistema totêmico na Austrália.
São Paulo: Paulinas, 1989, p. 363.
43
Idem. Ibidem., p. 365.
44
Idem., p. 366.
45
Id., p. 374.
fato esse que lhe autoriza participar de uma cerimônia religiosa qualquer. A
participação no culto implica em contato com o sagrado, momento esse que só pode
ocorrer quando a pessoa está em pé de igualdade com esse sagrado, ou pelo
menos, bem menos impura.

Podemos perceber esse fenômeno em muitas das nossas celebrações


litúrgicas. Como em qualquer religião, no cristianismo também se faz presente a
idéia do sagrado e do profano. A maior parte da vida humana cotidiana é vivida em
espaço profano, pois o lar, o trabalho, a escola, o clube estão relacionados nesse
tipo de espaço. Mas ocorre que os crentes, que também participam desse espaço
profano, como qualquer outro ser social, em algum momento se separa dele. Isso
acontece quando esses crentes saem de suas casas para se encontrarem e, em
comunidade, celebrar a intervenção divina em suas histórias, mediante a fé em
Jesus Cristo.

Quando saímos das nossas casas e chegamos à igreja local, trocamos


de ambiente: deixamos o ambiente profano e adentramos ao sagrado. Mas, porém,
num primeiro momento ainda trazemos para o espaço sagrado as marcas do
profano: conversamos, rimos; trazemos nossas preocupações e nossas frustrações.
Inicia-se, então, o culto, com uma leitura bíblica, uma oração, um prelúdio... que nos
transportam do ambiente profano para o sagrado. Então a nossa linguagem muda e
nos tornamos sisudos (não discutimos aqui se isso é positivo ou negativo). Aqui, o
momento da confissão dos pecados, que pode ter as mais variadas formas, nas
mais variadas tradições cristãs, é crucial: somos lembrados da nossa condição de
pecadores, levados ao arrependimento e, por fim a absolvição. Dessa forma, através
da fé no Deus que perdoa nossos pecados, nos sentimos livres para a celebração,
para o contato com o sagrado. As preocupações são esquecidas, as frustrações se
transformam em esperança. Todo esse ritual de purificação transfere para o objeto
profano as virtudes santificantes de objeto sagrado 46.

46
DURKHEIM, E. As Formas Elementares de Vida Religiosa: o sistema totêmico na Austrália. São
Paulo: Paulinas, 1989, p. 388. Essa afirmativa está baseada na idéia da “contagiosidade do sagrado”.
Existe, porém, um fato que chama a nossa atenção. Os espaços onde
ocorrem as celebrações litúrgicas não são profanos, tais como são os espaços que
ocupamos no nosso cotidiano? O que torna o “espaço litúrgico” sagrado?

5.1. A liturgia como fenômeno

Todos os espaços são, a princípio, profanos, tendo em vista que o


espaço social como um todo é profano 47. O que transforma esses espaços, onde um
grupo de pessoas cristãs ocupa, em sagrados, é a celebração litúrgica, que sendo
um ritual, evoca aquela memória vital, para esse grupo, do mito de um Deus criador
e mantenedor da sua criação e que se revelou (encarnou) em Jesus de Nazaré.
Quando essa memória vem à tona, o espaço ocupado se torna sagrado. Deus se faz
presente.

Mas a presença de Deus não é e não pode ser estática. A celebração


litúrgica nos traz à memória um Deus que se move constantemente em prol da
libertação do seu povo. Toda a Bíblia nos relata a saga do Criador preocupado com
sua criação, quer seja na Lei (Antigo Testamento), quer seja na Graça (Novo
Testamento). Logo, essa presença de Deus compele o grupo, reunido na
celebração, à missão, à práxis.

5.2. O discurso como fenômeno

A celebração cristã é memória e compromisso. Nela nunca pode faltar


a leitura e a interpretação da Sagrada Escritura 48. Essa leitura e interpretação da
Bíblia fazem o discurso cristão. O discurso cristão, na liturgia, fala de um Deus que
quer que os surdos ouçam, os cegos vejam, os pobres saiam de sua situação de
exclusão (social, econômica, política, cultural, eclesial),(...) [Nesse discurso] os

47
Baseamo-nos, aqui, na lei da contigüidade desenvolvida por Marcel MAUSS e Henri HUBERT, que
pressupõe que toda parte é equivalente ao todo a que pertence.” Apud MONTERO, Paula. Magia e
Pensamento Mágico. São Paulo: Ática, 1990 – (Série Princípios), p. 23.
48
BUYST, I. In: BUYST, Ione; SILVA, José Ariovaldo da. O Mistério Celebrado: Memória e
Compromisso I. Espanha: Siquem Ediciones, 2002, p. 123.
pobres reconhecem a presença e a ação transformadora do Deus-Conosco que lhes
dá força e coragem para se erguer... 49

Infelizmente não tem sido assim na maioria das comunidades cristãs.


Temos presenciado em muitas celebrações litúrgicas um discurso esvaziado de
sentido visto não nos remeter à memória do Deus Libertador e não nos conduzir a
ação. O discurso cristão é a propagação do Evangelho do Reino de Deus, é a fala
sobre o Deus Libertador, iluminada pelo Espírito do próprio Deus. O discurso cristão
deve se contrapor, assim, ao discurso da modernidade50que tem pregado a
conquista da vida em abundância sem a necessidade de Deus.

Não é o que temos ouvido. O discurso cristão, muitas vezes tem se


confundido com o discurso da modernidade, alimentando a vaidade e o egoísmo
humanos. A Bíblia é lida numa ótica fundamentalista, estreita e literal 51e sua
interpretação não tem fugido à regra, como se a Palavra de Deus se [encontrasse]
tal qual nas limitações humanas do texto bíblico 52.

Assim, o desafio se coloca à práxis cristã. Como o discurso cristão


poderá se contrapor ao discurso da modernidade? Em linhas gerais, podemos dizer
que nas celebrações litúrgicas tanto o ritual quanto o discurso devem acontecer com
um mesmo e indissolúvel fim, a saber, o de trazer à memória os atos salvíficos de
Javé, como Deus Libertador, e nos conduzir à concretização do Reino de Deus com
seu ideal de justiça e paz. Ritual e Discurso. Liturgia e Prédica. Memória e
Compromisso. Somente com as manifestações negativas e positivas nas
celebrações litúrgicas poderemos levar a efeito nossa práxis religiosa cristã.

49
BUYST, I. In: BUYST, Ione; SILVA, José Ariovaldo da. O Mistério Celebrado: Memória e
Compromisso I. Espanha: Siquem Ediciones, 2002, p. 127.
50
COMBLIN, José. A Força da Palavra – “No princípio havia a palavra”. Petrópolis: Vozes, 1986. O
autor desenvolve este tema no Capítulo V.
51
CAMPOS, Leonildo Silveira. In: STRECK, Danilo Romeu. Educação e Igrejas no Brasil: um ensaio
ecumênico. São Paulo: Ciências da Religião; Rio Grande do Sul: CELADEC; São Leopoldo: IEPG,
1995, p. 40.
52
BUYST, I. Op. Cit., p. 126.
CONCLUSÃO

Concluímos mais um trabalho que é o resultado de uma exigência


acadêmica. O título e o conteúdo são os mesmos: Liturgia e Discurso nas Práxis
Religiosas. Por isso iniciamos com uma breve, modesta e incompleta definição das
três palavras-chave: liturgia, discurso e práxis; definições que apenas tiveram o
objetivo de não deixar o leitor navegar às escuras.

Quando abordamos a celebração como memória e compromisso, nos


vimos perplexos diante de tantas novidades. Celebrar, como cristãos, é um ato que
nos traz à memória os atos salvíficos de Deus a nosso favor, por intermédio de
Cristo Jesus e da irrupção do Reino de Deus. E essa rememoração nos compele, ou
pelo menos deveria, ao compromisso, à proclamação, ao serviço...

Discurso e prática. Ah! O discurso teológico e suas mais variadas


maneiras de abordar e compelir os crentes ao serviço! Desde aquilo que é refletido
e exposto por um “leigo” sobre Deus até aquil’outro que é refletido, desdobrado,
comparado e apregoado pelos teólogos e agentes pastorais, o que Clodovis BOFF
nos coloca como Teologia Profissional, Teologia Pastoral e Teologia Popular.

Para nós, da área de Práxis Religiosa e Sociedade, o que nos


interessa é aquela teologia comprometida com a práxis.Uma teologia que seja uma
reflexão-ação. Uma teologia que, segundo BOFF, leve em consideração, na
construção da fé, três momentos, a saber: escuta as experiências dinâmicas da fé
das pessoas, sistematiza e explica essas experiências e as atualiza, levando em
consideração o contexto onde se dá cada uma destas experiências.

Por fim, voltamos a falar sobre a liturgia e o discurso, esses fenômenos


inseparáveis. Podemos afirmar, agora, que a experiência religiosa só se dá
mediante a existência desses dois fenômenos. Se faltar qualquer um deles na
celebração, a comunicação, entendida como algo que faz diferença, não se
completa, ou se dá de forma incompleta, culminando na distorção da mensagem
real.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOFF, Clodovis. Teoria do método teológico. Petrópolis: Vozes, 1998.

BUYST, Ione; SILVA, José Ariovaldo da. O Mistério Celebrado: Memória e


Compromisso I. São Paulo: LBT, 2002.

CASTRO, Clovis Pinto de. Por Uma Fé Cidadã: A dimensão pública da igreja –
fundamentos para uma pastoral da cidadania. São Paulo: Loyola, 2000.

COMBLIN, José. A Força da Palavra – “No princípio havia a palavra”. Petrópolis:


Vozes, 1986.

DURHEIM, Émile. As Formas Elementares da Vida Religiosa: o sistema totêmico na


Austrália. São Paulo: Paulinas, 1989.

FLORISTAN, Casiano. Teologia Practica: Teoria y praxis de la acción pastoral.


Salamanca: Sigueme, 1993, capítulos 8-9.

GROOME, Thomas H. Educação Religiosa Cristã: Compartilhando nosso caso e


visão. – Tradução de Alcione Soares Ferreira. – São Paulo: Paulinas, 1985.

KEE, Howard Clark.. As Origens Cristãs em Perspectiva Sociológica. – Tradução de


J. Rezende Costa. - São Paulo: Paulinas, 1983. (Coleção Bíblia e Sociologia –
1).

MARASCHIN, Jaci. A Beleza da Santidade: ensaios de liturgia. São Paulo: Aste,


1996.

MONTERO, Paula. Magia e Pensamento Mágico. São Paulo: Ática, 1990 – (Série
Princípios).

STRECK, Danilo Romeu. Educação e Igrejas no Brasil: um ensaio ecumênico. São


Paulo: Ciências da Religião; Rio Grande do Sul: CELADEC; São Leopoldo:
IEPG, 1995.

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