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O LEGADO DE SÃO JOÃO PAULO II PARA A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

Guzman Cariquiry

Agora vamos falar desse legado valioso e multifacetado deixado pelo grande
pontificado de São João Paulo II, no qual o ressurgimento, a atualização e o desenvolvimento
da Doutrina Social da Igreja - DSI foi um capítulo muito importante. Todos nós sabemos que
a doutrina social da Igreja encontra sua fonte nas Sagradas Escrituras, especialmente nos
textos do Novo Testamento e nos Padres da Igreja, entre os quais está o grande São Tomás,
mas que nos tempos de desenvolvimento das diversas fases contemporâneas da Revolução
Urbana Industrial têm se codificado em grandes e sucessivos documentos desde a encíclica
Rerum Novarum de 1891 até a atualidade.
Antes de tudo, o ressurgimento da DSI, nos tempos do pontificado de São João Paulo
II – SJPII, devido à superação de uma fase conjuntural de eclipse de sua tradição
caracterizada nos anos 60 e começo dos 70 por uma crise generalizada de credibilidade dessa
doutrina. Nos ambientes eclesiásticos e entre a militância cristã. O impacto do concílio tinha
exigido certamente uma refundação, uma atualização do grande patrimônio da DSI.
Sua codificação tradicional articulada sobre todos os princípios de direito natural
deveria agora ser enriquecida por uma autoconsciência eclesial renovada com relação a sua
missão e serviço mútuo como também pela mediação das ciências humanas e sociais e por
uma maior consciência e aderência histórica ás concretas e complexas realidades submetidas a
muitas e aceleradas transformações. Se isso levanta a ciência objetiva da assimilação e
desenvolvimento criativo dessa DSI, em renovadas modalidades de enculturação, houveram
muitos que se livraram do problema declarando-o superado como um resíduo do antigo
cristianismo, declarando-a tecnologicamente desvirtuada, culturalmente esgotada e
politicamente inútil.
Foi até espalhado que o próprio Concílio tinha consagrado sua extensão, ainda que a
constituição de Gaudium et Spes, em seu número 63, assumia explicitamente todo seu corpo
doutrinal, que se enriqueia durante a mesma década do Concílio com outras importantes
encíclicas sociais, como Pace Terra, em 63 e, logo que terminou o Concílio, a Populorum
Congressio em 68. Livres dessa proteção doutrinária, grande parte da militância crista ficava
mais facilmente susceptível e confundida pelas altas marés ideológicas daqueles anos muito
perigosos. Tinham católicos que se diziam com um neoliberalismo extremo, como cristãos
pelo socialismo, criticavam duramente a DSI como uma terceira opção de moralismo
reformista sem futuro.
Como não recordar, assim, o grande impacto provocado pelas vigorosas e explícitas
referencias da DSI nas duas primeiras viagens apostólicas SPII ao México e à Polônio?
Periferias católicas nas fronteiras do centro do poder mundial. E a terceira conferência
episcopal latino-americana?
SJPII inaugurou com um magnífico discurso aos bispos em Puebla e, no documento
final de Puebla, retomaram com força esse convite que SJPII fez para assumir todo esse
patrimônio da DSI e leva-la a cabo. Logo veio a encíclica Laboro in Excelsis em 81,
afrontando as impressionantes transformações no mundo do trabalho, ao consolidar-se
erguiam-se como sinal revelador e precursor da queda dos regimes do socialismo real. Cabe
recordar também, como fez meu amigo Eric, a encíclica Sollicitudo Rei Socialis, de 88, cuja
releitura, hoje, já caída a bipolaridade dos tempos de Yalta entre os Estados Unidos – EUA e
União Soviética, reflete ainda mais dramaticamente o espiral de injustiças e sofrimentos, de
violências e frustrações sofridas pelo povo, das diversas periferias dependentes, ameaçados de
crescentes concentrações no poder mundial.
E em 1991 foi a promulgação da grande encíclica Centesimus Annus, há 100 anos do
Rerum Novarum, em que o Papa SJPII recapitulava essa derrota do Império Soviético, de um
grande império, derrota sem violência e, repito, sem violência e ofereceu reflexões e
caminhos muito importantes para a mudança de época que já estava em seu rastro. Mas seria
muito parcial isolar somente alguns documentos desse pontificado. Teríamos que citar muitas
outras encíclicas , locuções, mensagens, discursos nos anos das numerosíssimas viagens
apostólicas de SJPII, porque talvez um dos sinais do ressurgimento e relançamento da DSI
pode ser advertido, que supera a impressão que as vezes deixava, a de ser um corpo separado
e coadjuvante, para se incorporar cada vez mais em todo o discurso, em toda a práxis
correspondente a missão da Igreja a serviço do homem, das nações e da comunidade
internacional.
Toda essa riqueza do ressurgimento, desenvolvimento e atualização da DSI, o Papa
SJPII quis condensar em um grande volume o compêndio da DSI em 1991. O Papa dava nas
mãos a todos os chefes de Estado que vinha lhe visitar no Vaticano. Então, nesse compêndio
da DSI, os conteúdos desses ensinamentos se articulam nos princípios fundamentais da DSI,
nos critérios de discernimentos e nas diretrizes para a ação.
Os princípios fundamentais que o Papa recalcou durante os numerosos anos do seu
pontificado foram: A dignidade da pessoa humana, a solidariedade e a subsidiariedade. Três
princípios fundamentais de toda a DSI desde sempre. A DSI tem firmado sempre a prioridade
da pessoa humana como sujeito, protagonista responsável e como objetivo da vida social, ou
seja, das instituições sociais, econômicas, políticas e culturais.
Hoje em dia, a Igreja assume mais do que nunca a salvaguarda da dignidade
transcendente da pessoa humana, como nos diz a Gaudium Et Spes no número 7. Trata-se,
antes de tudo, de reconstruir o homem, de resgatar e realizar a dignidade da pessoa, de
valorizar sua subjetividade, responsabilidade, diante de uma existência humana cada vez mais
fragmentada, desprovida de sentido, que arrisca ser uma partícula da matéria ou a um
elemento anônimo da cidade humana. Empobrecida sua vida interior por uma sistemática
manipulação a partir da sua constituição genética até os conteúdos de sua consciência e dos
seu estilos de vida.
Onde está ausente a fé em Deus feito homem, afirmava SJPII à igreja italiana em
Loreto, entra em crise o mais profundo motivo de reconhecimento da dignidade originária da
pessoa humana. Por isso a dignidade da pessoa humana que é criada a imagem de Deus, nada
menos que a imagem de Deus, e esse é o sublime fundamento de sua dignidade, que adquire
uma luz ainda mais radical quando se pensa no acontecimento daquele que revela o mistério
do homem, Jesus Cristo, que lhe dá sentido e esperança. Esse é o caminho para sua verdadeira
estatura, na qual e para a qual todo homem foi criado e destinado.
A admirável síntese entre a dimensão humana e a dimensão divina do mistério do
homem na primeira encíclica programática do pontificado de Redemptoris Hominis, o que
permite refundar a DSI, vem inserida no evento cristão. É por isso que SJPII desenvolve uma
riquíssima antropologia, uma antropologia que ele aplicará a sexualidade, as catequeses sobre
o corpo, sobre a sexualidade, sobre o matrimônio, sobre a família, mas que também dirá em
repetidas oportunidades que a democracia se funda sobre um ato integral da pessoa humana.
Segundo princípio fundamental: a solidariedade, contra todo individualismo ou
conformismo indiferente. O princípio da solidariedade só se realiza por uma paixão por uma
própria vida e destino que se faz paixão pela vida e destino de todos os demais; Como uma
fusão de responsabilidade compartilhada no conhecimento recíproco da dignidade. Com
efeito, os diferentes vínculos de interdependência e socialização entre as pessoas e os povos
são prefigurados pela virtude da solidariedade, quando o homem não enfrenta os outros
homens como inimigos ou não se mostra indiferente a eles.
SJPII insiste muito sobre essa solidariedade na encíclica Solicitude o Red Sociales,
número 40, define como a firme e perseverante determinação de comprometer-se pelo bem
comum, interessar-se todos com a vida de todos. Essa solidariedade não é uma reação
emotiva, episódica, mas uma virtude sustentada e animada pela caridade, que é a lei inscrita
no mistério do ser e o mais alto dom do espírito para o bem do homem.
O terceiro princípio fundamental é o da subsidiariedade que a instrução da
congregação para a doutrina da fé. A liberdade de consciência define assim, em virtude do
princípio de subsidiariedade, nem estado e nem nenhuma sociedade deveria jamais substituir a
iniciativa e a responsabilidade da pessoa sobre os grupos sociais intermediários nos níveis nos
quais eles podem atuar, nem destruir os espaços necessários para sua liberdade de ação. Existe
uma longa tradição da DSI já explicitada na encíclica Quadragésimos Annus, de 1931, que
sublinhava, destacava a subsidiariedade em tempos de expansão prepotente do capitalismo
monopolista por uma parte e de um brutal coletivismo estatista por outra.
Hoje, temos que fugir da simples dialética estado-mercado e temos que pensar em um
terceiro protagonista, uma sociedade civil ativa, livre, responsável, protagonista, construtora e
criativa. Por isso, a DSI relança o princípio da subsidiariedade por uma participação livre e
criativa das pessoas, das famílias, das associações, dos voluntariados, das organizações não
governamentais, de movimentos populares, de formas de auto-organizações populares dos
grupos sociais para mostrar as mais diversas iniciativas ao encontro das necessidades sociais.
E isso dá consciência democrática, expressão democrática à vida das nações mediante um
pluriformismo social.
Pois bem, o papa SJPII, esses são os princípios fundamentais, mas não queremos
apenas repetir, enunciar somente os princípios fundamentais. É fundamental, mas ao mesmo
tempo, passar os critérios de discernimento para fazê-los aplicáveis nas diversas mediações da
história para fazê-los aplicáveis na história concreta da vida do homem, das nações. E quando
se diminuem os critérios de discernimentos, se todos temos que aceitar os princípios
fundamentais e os critérios de discernimento, há uma maior pluralidade de enfoques, inclusive
entre os cristãos e ainda mais quando se chega as diretrizes para a ação, às diretrizes para a
ação nos mais distintos contextos em que se move o homem nas nações.
Então, SJPII, no seu pontificado insiste sempre em três condições essenciais de
realização da DSI. Para a Igreja, afirma o papa na Centesimus Annus, número 57, a mensagem
social do evangelho não deve ser considerada como uma teoria, mas, acima de tudo, um
fundamento e um estímulo para a ação. A primeira condição está explicitamente declarada
pelo próprio papa, a doutrina social é instrumento e dimensão da nova evangelização,
pertence à missão evangelizadora da igreja, faz parte essencial da mensagem cristã, está
enquadrada na luta pela justiça que é uma dimensão da evangelização.
O pontificado propõe, assim, a reconstrução de um novo catolicismo social dentro da
exigência e dinamismo da missão eclesial. A primeira e primordial condição de possibilidade,
de eficácia da DSI nos anos marcados por muito ceticismo, por muito niilismo difuso,
encontra seu fundamento, sua fonte, sua força de liberdade e mensagem de libertação em uma
radical reorientação do coração à Cristo, de onde se encadeia renovadas energias de
comunhão e serviço, de missão e solidariedade entre os homens.
Dissociada dessa reorientação radical e de seu compromisso missionário, corre-se o
risco de que a mensagem da DSI possa se confundir com uma oratória humanista e leve a uma
redução moralista da experiência de fé de muitos cristãos. Sabemos como o Papa Francisco
nos adverte sempre que não se pode confundir a igreja com uma organização não
governamental de fins religiosos e éticos. A segunda condição se refere à consideração nos
sujeitos reais que realizam a DSI.
A DSI não pode ficar reduzida a um nível acadêmico, ideológico, fazendo abstração
dos sujeitos reais que a realiza como realidade de vida nova, como feitos novos como
caminhos novos de convivência. SJPII reconhece na DSI, Centesimus Annus, número 3, a
atividade fecunda de milhões e milhões de homens, que atuando individualmente ou bem
coordenados em grupos, movimentos, associações e organizações, têm constituído um grande
movimento para a defesa da pessoa humana e para a defesa de sua dignidade. Requer-se, por
isso, sobretudo, renovar, renegar, formar, encorajar, correntes vivas de presença social de
novos investimentos cristão, um reconcentrar esforços na formação e companhia pastoral de
novas gerações de militantes católicos que testemunham com sua presença, com sua
identidade cristã, com sua generosa criatividade, com suas obras, essa identidade que os
anima e a partir dela, a solidariedade humana que os guia e que os coloca em movimento
apaixonadas pela vida e destino do seu próprio povo, da sua própria nação.
Além de todo o conformismo e mimetismo mundano, de todo retraimento intimista, de
todo fechamento eclesial, de toda imanência espiritualista, de toda redução moralista, os fiéis
leigos são chamados a gerar novas formas de vida e abrir caminhos de convivência de
melhoria em todas as fronteiras, arriscando sob a própria verdade e responsabilidade, mas
sustentados por comunidades vivas e guiados pelos pastores e seu magistério.
A terceira condição essencial está indicada também pelo santo padre quando afirma
que hoje, mais que nunca, a igreja é consciente, que sua mensagem social será crida primeiro
pelo testemunho das obras antes que por sua coerência lógica e interna, Centesimus Annus 57.
Não quer dizer ficar limitada na elaboração de modelos e projetos suspendidos para um futuro
indeterminado. A DSI tem mostrado sua fecundidade real para o bem do homem aqui e agora
em toda circunstância e ambiente, experimentando, anunciando, abrindo caminho para a
novidade de vida e convivência que testemunha os cristãos na sua vida matrimonial e familiar,
nas suas experiências educativas e universitárias em seus lugares de trabalho, nas respostas
solidárias e criativas aos mais diversos samaritanos que se encontram pelas ruas de nossa
cidade e dos campos.
“Obras são amores”, diz o ditado popular, A história do catolicismo social pertence a
uma grande variedade e fecundidade de obras sociais, educativas, de cooperação laboral e
econômica, de assistência dos indigentes, dos que sofrem, dos desamparados, de promoção da
cultura, da defesa da dignidade da mulher. Estas obras não são meras substituições de
deficiências provisórias do estado, dizia o Papa SJPII, muito menos uma competição contra o
estado, mas expressão original e criativa da fecundidade do amor cristão.
Bom, todos nós sabemos como SJPII foi um grande promotor dos direitos humanos,
sobretudo nas suas viagens apostólicas, direitos humanos que se fundam nessa dignidade da
pessoa como imagem de Deus e, no primeiro discurso inaugural da conferência grral do
episcopado latino americano, logo que começou seu pontificado, afirmou aquele famaso tripé:
verdade sobre Jesus Cristo, Verdade sobre a Igreja e Verdade sobre o homem.
SJPII percorria o mundo alegando a proteção, a defesa e a promoção dos direitos
fundados à imagem digna e transcendente da pessoa humana, mas também os direitos sociais
e culturais dos povos e nações. Na Polônia, no seu discurso à UNESCO, falou sobre a
proteção da soberania cultural dos povos que não tem que ser avassalada por uma
globalização tecnocrática impessoal, mas também falou e insistiu sobre os direitos dos pobres,
a opção preferencial pelos pobres que fez seus desde o primeiro discurso na América Latina
em Puebla de Los Angeles e que desenvolveu de modo especial na sua viagem apostólica ao
Brasil, se bem me recordo em 1981.
Bom, seu combate por todos esses direitos minará junto com outros fatores, os regimes
do totalitarismo soviético que entrará em colapso. O pontificado de SJPII desempenhou um
papel muito importante naquele colapso final do império soviético. Não podemos pensar que
foi um fator único, mas se combinou com muitos outros fatores econômicos, políticos
internacionais. Á quem diga que foi uma aliança entre o presidente norte americano Reagan e
o pontificado de SJPII. Nada de aliança! Certamente, por motivos diversos, assim como
Reagan acurralava a União Soviética numa carreira política que a União Soviética não podia
levar adiante enquanto se derrubava todo o seu coletivismo econômico desastroso, o Papa
SJPII apontava `liberdade religiosa, os direitos humanos, a soberania cultural dos povos,
seguindo aquela que era a missão da igreja.
Mas também essa proteção e combate pelos direitos humanos e denúncias pelos
humanos violados, fez com que sua passagem por Chile, do general Pinochet, por Haiti do
Papa Doc Duvalier, por Filipinas do presidente Marcos, entre outros, esses regimes ditatoriais,
esses regimes militaristas, corruptos, caíram em peso. Não somente por conta dos discurso
pontifícios, mas porque a presença do papa nesses países gerou grandíssimas manifestações
de autoconsciência popular. O povo ocupava novamente as ruas pela sua própria liberdade.
Pode-se dizer que o pontificado de SJPII ajudou a banir a década da violência que foi a
década de 70, de todo tipo de violência na América Latina, o papa condenou tanto a violência
do mundo guerrilheiro como a violência militarista, dos regimes de segurança nacional NA
América Latina. Lembremo-nos em Buenos Aires, a Jornada Mundial dos jovens, em 1987,
quando clamava “no más desaparecidos!” (Não mais desaparecidos). O Papa SJPII favoreceu
a grande obra de transição em processos de democratização na América Latina. Essa
democratização, que desde os anos 80 até hoje segue com muita ambiguidades, com muitos
“bolsones negros”, graças a Deus, até hoje subsistes.
Entre os direitos humanos, SJPII destacou dois direitos fundamentais, prioritários,
essenciais e por eles lutou de um modo muito valente, o direito da vida, que é o primeiro
direito de todos os direitos. É o direito dos mais vulneráveis. Não podemos não recordar a
importantíssima encíclica, Evangelium Vitae, de SJPII, contra o neomalthusianismo e a
banalização permissiva do aborto em massas. E o segundo direito fundamental que recalcou o
modo essencial foi a liberdade religiosa, porque a liberdade fundamenta todas as demais
liberdade pessoais e coletivas solidárias com ela.
Poder-se-ia afirmar também que seu pontificado cooperou em difundir uma atitude
crítica de desmitificação e desintoxicação das ideologias, da ideologia liberal, da presumida
autorregulação de mercado, da ideologia militarista de segurança nacional e da ideologia
marxista lenista. Por isso, o documento da Congregação para a Doutrina da Fé e seu maior
colaborador, que foi o cardel Joseph Ratzinger, a Libertatis Nuntius, marcou com força os
empréstimos marxistas de algumas correntes da teologia da libertação, enquanto que no
seguinte documento da congregação a liberdade de consciência recuperou as melhores
intuições proféticas da teologia da libertação relida e incorporadas a partir do patrimônio da
DSI, de tal modo que o papa educou e gerou uma maior consciência de identidade dos
católicos e da sua original contribuição na dialética democrática. Finalmente, das advertências
que SJPII fez, nas que declarava os tempos do neocapitalismo vencedor, o povo derruba o
regime soviético, ia ser tão difícil em outras condições, como no comunismo, se revelaram
mais uma vez proféticas.
Caberia concluir dizendo que com relação à evolução da DSI, há uma perfeita
continuidade entre o pontificado de SJPII, Bento XVI e o Papa Francisco. Na Centesimus
Annus, o Papa SJPII previu o desabrochar da mudança de época, essa mudança de época dos
tempos, do pontificado de Bento e sobretudo nos tempos do Papa Francisco adquiriu um
desenvolvimento importante. Por isso muito dos tempos já tocados, já esboçados por SJPII, na
Centesimus Annus, estão se implantando, desenvolvendo e ainda se atualizando nos
pontificados do Papa Bento XVI e do Papa Francisco.
Nesse centenário do nobre pontificado de SJPII, é muito importante manter viva essa
agradecida memória do seu pontificado, uma agradecida memória, uma memória de toda
fecundidade que teve seu pontificado por ajudar a inaugurar caminhos na igreja com maior
firmeza, com uma maior identidade, com uma maior serenidade, com uma maior vontade
arquitetônica, com um maior investimento de energia e generosidade, por isso lhe
agradecemos e lhe agradecemos também por esses conteúdos impressionantes que nos deixou
no desenvolvimento da doutrina social.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xtZpxxy6vpY


Apresentado: Retiro CACV – Comunidade Católica Shalom
05/06/2021

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