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Um avivamento em um monte de ossos

Ezequiel 37.1-4 “1A mão do Senhor estava sobre mim, e por seu Espírito ele me
levou a um vale cheio de ossos. 2Ele me levou de um lado para outro, e pude ver
que era enorme o número de ossos no vale, e que os ossos estavam muito secos.
3Ele me perguntou: ‘Filho do homem, esses ossos poderão tornar a viver?’ Eu
respondi: ‘Ó Soberano Senhor, só tu o sabes’. 4Então ele me disse: ‘Profetize a
esses ossos e diga-lhes’: ‘Ossos secos, ouçam a palavra do Senhor!’”
Introdução:
“Um pregador lida com possibilidades, mas o profeta com o impossível”.
O profeta Ezequiel foi levado por Deus a uma situação que podemos sim declarar
sem medo: SEM SOLUÇÃO, IMPOSSÍVEL.
Vamos refletir: Pregar num cemitério para os mortos, qual será o resultado “de
conversão, de arrependimento, ou de mudança de vida?”
Creio que para um pregador comum a possibilidade de ver qualquer coisa nesse
sentido é zero; mas para um profeta levantado por Deus, e comissionado por
Deus a pregar nos lugares impossíveis, improváveis, ver conversão,
arrependimento ou mudança de vida é algo verdadeiro e real. Embora seja algo
ilógico!
Ezequiel viveu essa experiência: “...e por seu Espírito ele me levou a um vale
cheio de ossos”.
Mas o Espírito do Senhor não o levou a esse vale sem propósito, “3Ele me
perguntou: ‘Filho do homem, esses ossos poderão tornar a viver?’ Eu respondi:
‘Ó Soberano Senhor, só tu o sabes’. 4Então ele me disse: ‘Profetize a esses ossos
e diga-lhes’: ‘Ossos secos, ouçam a palavra do Senhor!’”
“Profetiza a esses ossos secos”, que loucura, que coisa irracional, que ação sem
lógica, talvez isso esteja passando em seu coração nesse momento!
Quando as mulheres foram ao sepulcro onde Jesus foi sepultado, e a pedra
estava removida, e elas ouviram que Ele não estava ali, mas, havia ressuscitado;
elas foram correndo contar tudo isso aos discípulos, e a reação deles foi essa: “os
discípulos não acreditaram nas mulheres; as palavras delas para eles lhes
pareciam loucura”, Lc 24.11.
Paulo diz a respeito da mensagem da cruz: I Co 1.18 “Pois a mensagem da cruz
é loucura...”.
Paulo foi chamado de louco: At 26.24 “...Você está louco, Paulo! As muitas letras
o estão levando à loucura”.
E para essas “loucuras”, Deus conta com os loucos: I Co 1.27 “Mas Deus escolheu
as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas
fracas do mundo para envergonhar as fortes”.
Atenção loucos, tenham a coragem de profetizar em “vales de ossos secos”. A
pergunta que não quer calar:
E como isso funciona? Unimos “a nossa incapacidade a onipotência de Deus e a
sua vontade”, foi isso que o Senhor disse ao Apóstolo Paulo, II Co 12.9 “pois o
Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”, com isso profetizamos com coragem e
com fé. Ao fazermos isso o impossível se torna possível.
Um alerta muito importante: O mundo que está debaixo da maldição do pecado,
e morto espiritualmente nesse momento “não precisa de expositores
doutrinários”. E sim de profetas ousados, destemidos, corajosos; com a coragem
de demonstrar o poder de Deus através de suas vidas.
O mundo está adormecido em trevas e a igreja dorme na luz. Não deveria a
igreja estar despertando as pessoas que estão adormecidas nesse mundo, ao
invés de estar dormindo? Quanta zombaria se faz hoje com “as igrejas e até com
o nome de Cristo” por causa dessa inoperância da igreja frente a esse mundo de
trevas?
Por isso Deus levanta homens nesse tempo sombrio. E estes homens tem
características peculiares.
Homens de fé e de coragem, pra não dizer loucos, pois, estes são necessários pra
esses momentos de desesperança “política, espiritual, e desregramento moral”.
O Espírito Santo está aí, vivo, procurando aqueles que queiram humilhar-se e
confessar que, apesar de verem, estão cegos; aqueles que estão dispostos a
pagar o preço do quebrantamento e lágrimas, para então buscarem a unção do
poder divino, num reconhecimento sincero de sua pobreza de alma.
Por isso o Espírito está gritando as igrejas: Ap 3.17-19 “17Você diz: Estou rico,
adquiri riquezas e não preciso de nada. Não reconhece, porém, que é miserável,
digno de compaixão, pobre, cego e que está nu. 18Dou-lhe este aconselho:
Compre de mim ouro refinado no fogo e você se tornará rico; compre roupas
brancas e vista-se para cobrir a sua vergonhosa nudez; e compre colírio para
ungir os seus olhos e poder enxergar. 19Repreendo e disciplino aqueles que eu
amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se”.
Se você chegasse aqui hoje e encontrasse um cartaz com os seguintes dizeres:
“Esta igreja experimentará um avivamento ou um funeral”. Você contribuiria
pra qual desses eventos? Avivamento ou funeral?!
A igreja que deseja avivamento precisa ter esse desespero, afinal, esse
desespero agrada a Deus. Uma igreja sóbria demais não tem valor algum. Nesses
dias estamos precisando é de homens “bêbados, embriagados, com o poder do
Espírito Santo”. Infelizmente alguns dentro da igreja estão preferindo a
embriaguez alcoólica.
Não estamos no tempo de “discussões teológicas”, pois, o assunto que reina
dentro e fora das igrejas é a pobreza espiritual. Dentro da igreja porque muitos
“pensam que são ricos e não precisam de mais nada”; fora da igreja porque o
mundo pensa que “não precisa dessa riqueza”.
Talvez um pensamento que esteja dominando o coração da igreja seja: “É melhor
o conforto da esterilidade espiritual do que sentir as dores desse parto”. Se este
pensamento tem dominado o coração da igreja nesses dias, isso responde “os
poucos nascimentos”, “as poucas conversões”, “os poucos batismos” dentro das
igrejas.
A ordem de Deus para nós hoje é a mesma: “Profetize a esses ossos e diga-lhes:
‘Ossos secos, ouçam a palavra do Senhor!’”
Mas não devemos ficar satisfeitos enquanto esses ossos não estiverem na forma
que Deus quer, “com tendões, carne, pele e espírito” Ez 37.6.
Um corpo com “tendões, carne, e pele” é apenas um cadáver. Não é este o tipo
de cristão que Deus quer, “cristão cadáver”. Por isso o Senhor disse ao profeta
Ezequiel: Ez 37.9-10 “9Profetize ao espírito; profetize, filho do homem, e diga-
lhe: ‘Assim diz o Soberano Senhor: Venha desde os quatro ventos, ó espírito, e
sopre dentro desses mortos, para que vivam’. Profetizei conforme a ordem
recebida, e o espírito entrou neles; eles receberam vida e se puseram de pé. Era
um exército enorme!”
Quando profetizamos vida seguindo as ordens do Senhor, aqueles que receberam
essa profecia “recebem vida”. E não só isso eles se colocam de pé, ou seja, eles
estão prontos. Mas você pode estar se perguntando, pronto pra quê? Prontos
para marcharem como um grande exército do Senhor! A igreja de Cristo precisa
ser um grande exército do Senhor nesse mundo de trevas. Eu e você precisamos
ser conhecidos como os “valentes de Deus”.
Pensando nisso faço a você uma pergunta: “Como você é conhecido no inferno?”
“O que os demônios podem dizer de você?” Aos filhos de Ceva os demônios
disseram: “Conheço a Jesus e sei quem é Paulo e vocês quem são?”.
Quando nos apresentamos como profetas do Senhor, não podemos ser anônimos
ou desconhecidos do inferno. O inferno precisa nos conhecer, o inferno precisa
declarar quem somos em Cristo Jesus. Nossa espada não pode estar cega, a
palavra que pregamos precisa “ser mais penetrante que espada de dois gumes”,
pois, assim ela é! Hb 4.12 “Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada
que qualquer espada de dois gumes...”.
Três coisas são importantes para um profeta nos dias de hoje:
1) Coração quebrantado: “coração compungido e contrito não o desprezarás, ó
Deus”. Aliás, Ele só usa vasos quebrados. Quando Jesus multiplicou o pão,
primeiro pegou os pães do menino e partiu-os. E só então pôde alimentar a
multidão. O vaso de alabastro é outro exemplo. Só depois que ele foi quebrado o
aroma encheu o aposento — e o resto do mundo. E Jesus também disse: ‘Isto é o
meu corpo, que é partido por vós’. E se para o Senhor foi assim não deverá ser
também para o servo?
2) Choro: Jeremias clamou: “Oxalá a minha cabeça se transformasse em águas”;
e o salmista diz: “Torrentes de águas nascem dos meus olhos”. Irmãos, nossos
olhos estão secos porque nosso coração também está. Em nossos dias, é possível
ver uma religiosidade despida de compaixão. Certa vez, alguns oficiais do
Exército de Salvação escreveram a William Booth que haviam empregado todos
os métodos possíveis para levar pessoas a Cristo; e nada. E Booth lhes respondeu
sucintamente: ‘Experimentem chorar’. Foi o que fizeram, e experimentaram um
avivamento.
3) Reconhecer pecado: O que dizer do pecado? Diz a Bíblia que “os loucos
zombam do pecado” Pv 14.9. E quem zomba do pecado é louco mesmo. Os sábios
da igreja apontaram “sete pecados capitais”. É claro que sabemos que eles estão
muito enganados; todos os pecados são capitais. Mas esses sete são o ventre do
qual nasceram mais setenta vezes setenta milhões de outros pecados. São as sete
cabeças de um mesmo monstro, que está devorando esta geração a um ritmo
aterrador. Estamos vendo uma juventude amante de prazeres, que não liga a
mínima para Deus. Enfatuados com seu pseudo-intelectualismo, totalmente
indiferentes às coisas espirituais, eles rejeitam os padrões de moralidade vigentes.
Caiamos de joelhos, irmãos. Abandonemos a louca idéia de borrifar perfumes na
impiedade individual e internacional, com nossas colônias teológicas.
Descarreguemos em toda essa putrefação rios de lágrimas, de oração e de
pregações ungidas, para que seja purificada.
Isso hoje é profetizar sobre vales de ossos secos.
Conclusão:
“Profetiza a esses ossos secos”, essa é a palavra de Deus para sua igreja nos dias
de hoje. Precisamos ser como Ezequiel, obedientes. Precisamos afirmar como
Pedro: “Sobre a sua palavra eu profetizarei”.

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