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É com estrutura encíclica e quatro ordenações

A encíclica acena para quatro ordenamentos, a saber, o ordenamento das


relações civis; ordenamento das relações políticas; ordenamento das relações
internacionais; e ordenamento das relações mundiais. Na primeira parte, o
papa parte do indivíduo, da pessoa, e entende que em toda convivência
humana bem ordenada é preciso estabelecer como fundamento o homem que
é pessoa, ou seja, que tem uma dignidade, dada a filiação divina, portanto, sua
dignidade vem de Deus. O homem por possuir inteligência e livre arbítrio,
acena o Papa, tem, portanto, direitos e deveres.
Primeiro, que o homem tem direito à existência e a qualidade de vida, a uma
boa fama, a verdade e a cultura, ao direito do culto divino, dos familiares, dos
direitos econômicos, o direito à propriedade privada, o direito de reunião de
associação, o direito de residência e imigração, o direito de intervir na vida
pública e contribuir no bem comum, direito de segurança jurídica e direito a
ações igualitária para todos. Mas assim como o homem têm direitos, também
têm deveres são eles: o dever de respeitar os direitos dos outros, o dever de
colaborar com os outros, cada pessoa deve contribuir com sua colaboração
generosa para se assegurar uma convivência civil que respeitem os direitos
dos demais. Tem o dever de agir com responsabilidade e por sua própria
iniciativa e não movido por coação. Na convivência civil é fundamental está
enraizado na verdade, na justiça, no amor e na liberdade.
Há ainda na convivência civil um caráter espiritual e é importante que a ordem
na sociedade tenha essa natureza espiritual porque isso significa que é
baseado na verdade pelo mesmo motivo se pratica segundo os preceitos da
justiça, verificado pelo amor e respeitando a liberdade. E pelo amor e
respeitando a liberdade é que se estabelece relação com Deus. Esta ordem de
princípios universais absolutos cuja a origem está em Deus. Assim, só
embasados no verdadeiro amor caminharemos para uma convivência social
melhor, mais humanizada.
Mais adiante o Papa João XXIII fala sobre as relações políticas, três elementos
são vistos nelas: a autoridade, o bem comum e a constituição política da
sociedade, na medida em que a autoridade é necessária em toda a sociedade
e deve-se levar em conta, que sua origem deriva de Deus, na autoridade de
Deus e consiste na faculdade de ordenar de acordo com a razão, de uma força
moral, onde se deve respeitar a ordem estabelecida por Deus não deve estar
acima dela, e esta doutrina se concilia perfeitamente com a democracia
legítima.
O bem comum aparece como ponto singular, relacionado a autoridade, esses
dois estão bem unidos, ao passo que o conteúdo do bem comum é
determinado pelas demandas da natureza humana ou seja, as necessidades
básicas do homem, o Estado deve garantir que se tenha uma participação
efetiva e os bens devem ser levadas em consideração tanto os do corpo, como
os do Espírito
Já sobre a constituição política, a sociedade que deve promover os direitos das
pessoas, facilitar o seu cumprimento, e também o desenvolvimento econômico
e o progresso social, criar e manter os serviços públicos, evitar se criar cargos
de privilégio.
O procedimento quanto à ordem nas relações internacionais segundo o Papa
João XXIII fala que deve ser regido pelo mesmo princípio que se rege as
relações de convivência entre os cidadãos. E é essa lei natural que se baseia
nas virtudes da verdade, da justiça, da solidariedade e da liberdade deve ser
aplicado também às relações entre as comunidades políticas, em síntese as
relações internacionais deve ser pautada na verdade, uma vez que é
necessário que essas relações sejam livres de discriminação, exploração racial
e que todas as comunidades políticas sejam reconhecidas por caminhos iguais
em direitos e dignidade e cada uma delas tenha o direito à existência e ao seu
próprio desenvolvimento, na medida em que as relações internacionais devem
ser regidas pela justiça, exige o reconhecimento de direitos e cumprimento dos
deveres, de uma nação que não posso aumentar sua riqueza prejudicando
outra. Ademais, não se deve sanar as diferenças com armas e enganos, na
corrida armamentista, onde as nações fazem sacrifícios econômicos para
fortalecer-se para possíveis guerras, antes devem ater-se para incluir ajuda
econômica a nível social e especialmente aqueles mais desfavorecidos. As
relações internacionais são importantes para o fortalecimento da solidariedade.
Em última análise, as diferenças entre os povos devem ser resolvidas por
negociações e acordos e essas relações devem ser baseadas na obediência
ao amor e não no temor,
Quanto à ordem das relações mundiais, o Papa João XXIII levanta um
problema básico que é global. São problemas extremamente graves e difíceis,
que requerem uma solução imediata, especialmente no que diz respeito à
segurança e a paz do mundo inteiro, e as autoridades que se reúnem não
conseguem o suficiente. E segundo o papa tais dificuldades não são superadas
não por falta de vontade, mas porque lhes falta o poder necessário. E também
que o bem comum de todos os povos levanta problemas que afetam todas as
nações. E estas só podem enfrentar uma autoridade pública cuja estrutura de
poder e ambiente não são mais amplos o suficiente, por isso deve ter uma
autoridade pública geral e surge a necessidade de uma autoridade mundial que
deve ser estabelecida com o consentimento de todas as nações e não imposta
por forças que são imparciais todos, completamente alheios aos partidos, mas
sejam defendidos o direito comum e sobretudo que tem como princípio os
direitos que devem ser reconhecidos e a inviolabilidade deste deve ser
respeitada,
agora as relações entre o Estado público mundial e os poderes públicos de
cada nação são regulados pelo princípio da subsidiariedade, o que significa
que a missão desta autoridade mundial é justamente examinar e resolver os
problemas relacionados ao bem comum universal na ordem econômica, social,
política e cultural, uma vez que esses problemas representam dificuldades
superiores que cada governante não podem resolver sozinhos
A paz se fará presente, portanto, se esta já habitar no interior de cada pessoa.
No respeito a cada pessoa, aos governantes, este que por sua vez, devem
trabalhar por políticas públicas que proporcione acolhimento aos refugiados,
baseados na solidariedade, na busca de se estabelecer o bem comum no nível
nacional e internacional. Nesta encíclica o papa incentiva organizações
mundiais que propiciem o bem comum entre os povos. Dada a popularidade e
os princípios desta encíclica social, ela está arquivada na ONU devido o seu
compromisso com a paz mundial, que constitui uma aspiração universal.

Conclusão http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/602375-
ensino-social-da-igreja-pandemia

A encíclica de continuidade evidencia um tema importante e, ao mesmo tempo


complexo. A Populorum Progressio de Paulo VI tem o foco nas questões
sociais que se liga diretamente à vida política, a vida económica e cultural do
ser humano. O tema central é o desenvolvimento, ou progresso, como na
tradução do original. Populorum Progressio quer dizer, o Progresso dos povos.
O progresso que é uma realidade humana, mas que faz parte do plano divino,
para a superação da desigualdade.
Quando Deus cria o ser humano ele responsabiliza ao homem o
desenvolvimento da terra, o seu próprio Progresso. Assim, o homem deve ter o
direito de possuir as condições necessárias para um desenvolvimento
adequado à sua realidade, às suas demandas e às suas necessidades. No
tempo em que Paulo VI escreveu sua encíclica havia uma série de elementos
que ameaçavam o desenvolvimento das nações, e João XXIII já advertia sobre
os países subdesenvolvidos e os países desenvolvidos.
O fato é que existem países subdesenvolvidos, enquanto há alguns países que
detém muita riqueza. Que tem muitos meios de produzir e nada fazem para
ajudar os países mais pobres. Isso sim evidencia claramente a injustiça, e a
Igreja não pode ser omissa a essa realidade. Portanto, um elemento
importante, são as relações fraternas entre os povos, a ajuda que os povos
deveriam prestar, os que tem uma boa condição, riquezas que não sejam
indiferentes para aqueles que ainda não podem desfrutar do progresso.
Contundo, este progresso que podemos chamar não apenas de um
desenvolvimento econômico, apesar da sua importância, quando relacionado à
proposta cristã, se reflete a educação católica contida na doutrina social da
Igreja. O desenvolvimento tem que ser integral, de modo que o ser humano
alcance o progresso e uma série de condições de vida não só no plano
econômico, mas que é muito valioso que se consiga tudo o que permita ao
homem desenvolver-se plenamente como pessoa. Assim, o papa acena que o
desenvolvimento é capaz de humanizar, de passar “de condições menos
humanas para condições mais humanas” (19, 20).

É uma bela definição do que significa desenvolvimento, assim como


desenvolvimento integral, passando de condições menos humanas, menos
almas humanas, diz a fome que há no mundo. a corrida armamentista é um
escândalo que grita aos céus há pessoas que estão morrendo de fome e isso é
uma coisa terrível que aconteceu que aconteceu no tempo de Paulo o sexto
que infelizmente ainda acontece hoje em nossa realidade menos humana
analfabetismo menos humana a realidade da violência menos humana a
realidade da exploração que ocorre em vários lugares mais humanos
satisfação da fome no mundo uma casa digna trabalho honrado e saúde bem
paga educação mais humana participação nos bens culturais não só
participação própria, mas também universal, na tomada de decisões de
natureza político-social ico et cetera et cetera mais humano ainda E isso é o
que há de admirável na encíclica populorum progresio, a fé de que o homem
não só tem as suas necessidades básicas satisfeitas, mas também atinge uma
dimensão em que se pode relacionar livremente com Deus. e a fé que o leva a
experimentar a sua realidade espiritual transcendente e permite-lhe ser mais
humano porque é mais cristão e de certo modo se pretende passar de
condições mais humanas ou menos humanas a mais humanas, significa que o
homem não atinge a sua plenitude apenas como um ser que vive bem
alimentado, mas como um ser que pode ter um relacionamento adequado com
Deus na verdadeira fé Na verdadeira religião, neste sentido, a encíclica de
Paulo sexth populorum progresio oferece uma série de desafios muito
importantes e muito valiosos para assimilar, penso que é uma encíclica que já
tem bons anos, quase 50 anos. série de perguntas primeiro o questionamento
de que eu e um cristão contribuímos para o desenvolvimento de meu país para
o desenvolvimento de meus irmãos para o desenvolvimento que todos os seres
humanos alcançaram o desenvolvimento que contribuíram ou para o qual eu
deveria contribuir que somente o desenvolvimento humano tipo integral e esse
tipo de questionamento eu acho que eles são importantes todos nós somos
seres sociais, fazemos parte de uma sociedade e também temos um dever
para com isso, devemos contribuir para que a sociedade alcance um padrão de
vida que seja plenamente humano e que em nosso ambiente em nossa
sociedade também pode passar, como diz o Papa Paulo, de condições menos
humanas para mais humanas Há um grande desafio que certamente ao
assumi-lo poderemos responder ao fato de sermos cristãos nunca
desvinculados das questões sociais e nesse sentido o desafio será que nosso
cristianismo nossa experiência de fé se traduza em questões sociais que
tornam este mundo um mundo mais mundo humano um mais consistente com
o que Deus quer de todos nós. Muito obrigado

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