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Qual o ideal para uma sociedade justa?

O problema da organização de uma sociedade justa não é algo que surgiu nos dias de
hoje. Pelo contrário, trata-se de um tema atemporal que reside na sociedade desde que o Ser
Humano se tornou um ser social, ou seja, desde que começou a viver em grupo. Assim, desde
sempre se procura compreender como devemos viver em sociedade, quais os deveres e direitos
devem ser reconhecidos a cada cidadão, que tipo de funções deve ter o Estado e, principalmente
qual seria a forma de organização social e política mais justa. Deste modo, o ideal de uma
sociedade justa é caracterizado pelo conceito que cada pessoa tem sobre a justiça, este depende
da visão pessoal de cada um sobre a sociedade e também dos seus valores morais. Tendo em
conta que a justiça é um dos conceitos morais e sociais fundamentais para a vida de todos e
para um bom funcionamento da sociedade em que vivemos, surgiram diferentes perspetivas
políticas, como o igualitarismo, o comunitarismo, o liberalismo e o libertarismo.

No entanto, antes de abordarmos cada uma destas perspetivas devemos analisar a


sociedade em geral. É notório que a nossa sociedade nunca foi completamente justa e que
existem sempre aspetos a corrigir. Na atualidade, é possível verificar que vivemos numa
sociedade repleta de injustiças e desigualdades sociais. Na qual se verifica, por exemplo, uma
diferença absurda nas reformas das pessoas de maior idade, a impossibilidade dos mais
carenciados ao acesso a bens e serviços essenciais e ainda a diferença de salários entre homens
e mulheres.

Portanto, para resolver o problema da organização de uma sociedade justa e as


injustiças descritas anteriormente foram desenvolvidas quatro diferentes perspetivas políticas.
Primeiramente, o igualitarismo defende a igualdade de direitos e oportunidades para todos
quer a nível político, quer a níveis económicos e sociais. Desta forma, todos os cidadãos do
Estado devem ser tratados de forma imparcial, ignorando o seu estatuto social, a sua religião ou
as suas origens. Segundamente, o liberalismo que prioriza os direitos e as liberdades individuais.
Logo, o individuo possui igualdade de respeito, liberdade de expressão e de ação e também
liberdade religiosa e ideológica. De seguida, o libertarismo defende a minimização do papel do
Estado, já que nesta perspetiva o indivíduo é mais livre quanto menos interferências externas
tiver sobre a sua vida. Assim, o estado apenas tem a função de assegurar a segurança dos
indivíduos, através do exército, da polícia e do tribunal. Por fim, o comunitarismo que, no meu
ponto de vista, seria a filosofia política que poderia organizar-nos numa sociedade o mais
próxima possível de justa. Dado que, se baseia na ideia de que a identidade de um indivíduo é
moldada pelas relações comunitárias, nesta ideologia, o bem comum é, então, prioritário às
preferências individuais. Deste modo, o Estado tem a função de distribuir de forma justa a
riqueza e os bens essenciais para que se possa corrigir as desigualdades.

Para concluir, na minha opinião, o comunitarismo é, de entre as quatro perspetivas


apresentadas, a forma de organização social e política mais justa. Para mim, uma sociedade justa
é aquela que se une para refletir sobre o que é uma vida boa e que cria uma resposta para as
discordâncias que irão surgir. Ao contrário do liberalismo, esta foca-se no bem comum e não
apenas no bem individual, tentando corrigir as grandes desigualdades que se verificam na
sociedade dos nossos dias.

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