condições de equidade através da assinatura de
O problema da organização de
uma sociedade justa
Filosofia política-disciplina que estuda a maneira
como devemos viver em sociedade, isto é, trata
de saber quais as formas corretas de organização
social.
Formulação do problema ético-
político
Qual é a maneira correta de distribuir a riqueza
numa sociedade?
Como organizar uma sociedade justa?
Como conciliar a liberdade e a justiça?
Será a autoridade do Estado legítima?
Conceitos
Estado-instituição que organiza e regula a vida
social, exercendo o seu poder sobre os cidadãos e
manifestando-se sob a forma de autoridade.
Direito-conjunto de normas e leis que apoiadas
no poder coercivo do Estado regulam o
comportamento dos membros de uma sociedade.
Liberdade-liberdade de optarmos por diferentes
modelos de organização económica e social.
Estado de direito-regime em que todos, incluindo
o próprio Estado, são iguais perante a lei.
John Rawls
Teoria do liberalismo social
Tem influências da filosofia moral de Kant e das
teorias contratualistas, em oposição ao
utilitarismo de Mill.
Como Kant, recusa a instrumentalização do ser
humano.
Para Rawls a LIBERDADE é um valor fundamental,
mas a IGUALDADE também. São valores
compatíveis.
Propõe que a única forma de atingir princípios de
justiça é através da total imparcialidade, numa
situação de equidade. Assim, Rawls define essas
um contrato hipotético que inclui a posição
original e através do véu de ignorância:
Posição original-situação hipotética em que
ninguém conhece a sua posição na sociedade, a
sua inteligência, força, nível de instrução,
profissão, sexo, etnia, religião, orientação sexual,
os valores e a sua própria ideia de bem.
Véu de ignorância-impossibilita os indivíduos de
ver, na posição original, as suas características
particulares e de escolher em função dos seus
interesses pessoais
E o que sabemos é que não teremos todos a
mesma sorte na lotaria social e na lotaria
genética.
Regra maximin: interessa fazer escolhas de modo
que a construirmos uma sociedade em que o pior
que nos pode acontecer seja o melhor possível.
Princípios da justiça
1. Princípio da liberdade igual
(PRIORITÁRIO)
Princípio que assegura e protege os direitos
fundamentais dos indivíduos:
Liberdade de expressão, de pensamento, direito à
propriedade privada, ao voto, à mobilidade,…
A liberdade dos indivíduos não deve nunca ser
sacrificada em proveito de qualquer outra coisa.
2. a) Princípio da oportunidade justa
Princípio que garante a oportunidade de todos
acederem a funções/cargos sociais, em pé de
igualdade. Assim, o Estado deve também garantir
as mesmas oportunidades para todos no acesso à
educação, saúde, cultura,…
2. b) Princípio da diferenca
A distribuição da riqueza na sociedade deve ser
igual, exceto se a existência de desigualdades
económicas e sociais gerar o maior benefício para
os menos favorecidos.
Se a igualdade de oportunidades for efetiva,
então o que conseguir dependerá da minha
capacidade e empenho e é da minha
responsabilidade e mérito.
Esta distribuição desigual e equitativa dos bens
básicos deve favorecer quem se encontra em pior
situação por razões económicas, físicas ou
intelectuais.
Em oposição, o sujeito racional e livre de que nos
fala Rawls é um ser abstrato, desenraizado de
qualquer laço social que, por isso mesmo, seria
incapaz de escolher, o que é melhor para si ou
para os outros.

Críticas a rawls
Robert Nozick
Crítica libertarista de Nozick (discorda dos
resultados)

Defende que cada um de nós tem direito ao que

herdou ou ganhou de forma legítima. Isso é justo.

Não se justifica a aplicação do princípio da

diferença que retire riqueza aos mais talentosos
para dar àqueles que não tiveram tanta sorte na
lotaria social e natural, pois este viola o princípio
deontológico de Kant: nunca devemos tratar os
outros como meros meios (instrumentalizar).

Estado Mínimo
Nozick defende que o Estado deve cobrar apenas
os impostos necessários para pagar os serviços
prestados pelos tribunais, pela polícia e pelo
exército: proteção contra o roubo, fraude,
violência, execução de contratos...) e não para
redistribuir riquezas.

O Estado não deve ter funções sociais (hospitais,

escolas e universidades públicas, não deve pagar
reformas e subsídios...)

Michel Sandel
Crítica comunitarista de Sandel (discorda do
método)

Sandel critica os conceitos de posição original e

véu de ignorância, devido à sua abstração.

Defende que somos seres profundamente

comunitários, vivemos numa determinada
sociedade, integramos em grupos (familiar,
cultural, religioso, político, desportivo). No seio
destes grupos criamos laços, recebemos uma
herança cultural (valores, normas, tradições...)
que contribuem para a formação da nossa
identidade.