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FIORIN
ANA PAULA SCHER DIDIER DEMOLIN ESMERALDA VAILATI NEGRÄO EVANI VIOTTI
LELANDMCCLEARY LUCIANA R. STORTO MARCELO FERREIRA MARCOS LOPES
MARGARIDA PETTER PAULO CHAGAS DE SOUZA RONALD BELINEMENDES THOMAS FINBOW
Novos
caminhos da
Linguistica
editoracontexto
Organizador
2017 do
Copyright
reservados à
direitos desta edição
Todos os Ltda.)
Contexto (Editora Pinsky
Editora
de capa e diagramaçáo
Montagem
Gustavo S. Vilas Boas
Preparaçáo de textos
Lilian Aquino
Revisão
Karina Oliveira
na Publicação (c1r)
Internacionais de Catalogação
Dados
crB-8/7889
Almeida
Andreia de
de Souza.
/ Paulo Chagas
da linguística
Novos caminhos Luiz Fiorin.
São Paulo:
-
240 p
Bibliografia
ISBN 978-85-7244-984-7
-
Morfologia
1. Linguística Língua portuguesa
2.
Fonética
3. Lingua portuguesa-
Sintaxe 4.
I. Fiorin, José Luiz
I. Souza, Paulo Chagas
CDD 410
16-1275
sistemático:
Indice para catálogo
1. Linguística
2017
EDrrora CONTEXTO
www.cditoracontexto.com.br
A origeme a evoluçcão
da linguagem
Didier Demolin
Luciana R. Storto
LINGUAGEM
DARWIN EA EVOLUÇÃO DA
ser usado para
explicar a evolução das
Ha um
corpo de evidências que pode
a evolução
da anatomia do aparelho
homem moderno:
capacidades linguisticas do
do tamanho do cerebro a base ge.
e
Tonatório, a diacronia das linguas, a evolução
nética da linguagem.'
se encontram no
esse assunto ja
Os fundamentos de uma discussão séria sobre
ivro de Charles Darwin The Origin of Species (1859),
no qual ele afirma que a me-
orais, comportamento
pora
e
capacidades cognitivas, com os
chimpanzs bonobose
adernos. ja que eles e nos tivemos ancestrais
comuns. Um primeiro marco
ortante na evoluçi
1ção de nossos ancestrais foio
teve como consequencia a liberação do ritmo da
ue tev
aparecimento do bipedismo,
respiração para a marcha e
corrida. Mais tarde na
evoluçao, essa característica foi uma etapa
desenyolvimento da 1ala, isso porque para a produção de sons é importante
necessário
er m controlee uma
regulação independente da respiração "regular", que
antém
an o ser humano vivo. O
bipedismo libera também as mos para produzir
aestos manuais poteneialmente significantes. Os Australopitecus, como a famosa
I uCY, foram os primeiros bipedes. Depois deles apareceu o Homo habilis, entre
5el.5 milhöes de anos, no leste da Africa. E a ele que se atribui o uso das
primeiras fertamentas de pedra lascada. O próximo a surgir na nossa linhagem
foi o Homo erectus, que tinha ferramentas mais desenvolvidas. Ele foi também
o primeiro a sair do continente africano antes da migração do homem moderno,
a qual se deu há 100,000 anos. Os últimos Homo erectus e o homem moderno
podem também ter tido contato, o que gera diferentes hipóteses sobre o povoamento
eliminado o
do mundo pelo homem moderno. Uma é que o homem moderno teria
Homo erectus, que é a hipótese da "saída recente da Africa". A outra é a "hipótese
I S t i c a s e os dados coletados
sobre a
e subgrupos.
ser reagrupados em grupos
podem
1 a o e assim os espécimes todas as amostras de
DNA.
familia com
árvore de
DENe possível fazer uma
Mitocondrial", que
chamado "Eva
az desta árvore é um espécime hipotético modernas
técnicas genéticas
mutações. As
pa omenor número possível de
218 Novos caminhos da Linguistica
do continente
homem moderno para fora
corresponde ao período da migração do
datado, e há vários genes
africano. O resto do DNA humano também pode ser
do cromossomo Y. Isso
mais novos o DNA mitocondrial e o
mais velhos ou que
quais são os genes que
é importante porque nosso interesse é saber mais sobre
faculdade da linguagem humana.
podem ter tido um papel na
linguagem é o FOXP2,
ter influência sobre a
Um primeiro gene que sabemos
de letras no
identificado há 20 anos. As pessoas que têm uma mutação (mudança
O fato
desenvolvem problemas de fala e de linguagem.
DNA) deletéria deste gene
de este gene também estar presente
no Neandertal significa que pelo menos uma
não tem função linguistica. Entre os macacos, essa zona, onde se localizam os cha-
A EVOLUGÃO DA ANATOMIA
DO APARELHO FONATÓRIO
Duas modificações são pré-requisitos, a partir da anatomia dos hominideos
modernos. para o desenvolvimento da fala: (i) uma modificação da morfologia
do trato vocal; (ii) o desenvolvimento da capacidade de imitação vocal. Com
relação ao primeiro pré-requisito, é estranho que os primatas mais próximos
de nós na escala da evolução, os bonobos, não tenham uma habilidade vocal
equivalente à nossa. Os dados comparativos advindos de primatas não humanos
ajudarão, provavelmente, a esclarecer quais teriam sido as capacidades vocais
dos primeiros hominídeos. A evolução da fala está intimamente ligada aos me-
canismos de produção dos sons e a diferença mais evidente no que concerne à
fala, entre os homens e os outros mamiferos, é o trato vocal. O que podemos
dizer é que a anatomia do trato vocal humano é diferente daquela dos outros
primatas. A laringe humana se situa bem mais abaixo no pescoço do que a
dos outros primatas, e os homens não possuem bolsas vocais. A fala humana
requer também um controle sofisticado do sistema nervoso. A relação entre os
aspectos acústicos e articulatórios da fala é bem mais conhecida pela ciència
para os homens que para os outros primatas atuais, ineluindo os bonobos. Vale
a pena, portanto, avaliar as vocalizaçðes de especies como os bnobus a partir
dos principios acústicos que já são conhecidos para os humanos. Por enemplo,
dentro da teoria acústica da fonte e do filtro (Fant, 1960), é possivel avaliar a
hatureza da fonte das vocalizaçoes e interir como ela e tiltrada pelo trato vocal.
de um tubo acus-
frequentemente, as
ato vocal de um primata não humano são, n a outra (a
fechado
lábios) e
uco quase uniforme, aberto em uma extremidade (os eopadrao entre
ressonâncias
fonte do ar). Os tubos acústicos desse
formato geram
de 500HZ, 1.30Hz,
têm as frequências
ressonancias é o mesmo (por
exemplo, se o D s e r v a m
as
em
humanos, em que
existe o caso, não reportado aberta do
2.500Hz). Também graças a uma parte
extremidades,
r e s s o n a n c i a s de um tubo
aberto nas duas a z e n d o as vezes
aritenoides,
no nível
das
trato que existe,
atrás das cordas vocais, tipo de
t u b o tambem
ressonâncias desse
entre as tem um
uma abertura.
As diferenças o trato vocal
de confirma que
Isso não
mesma (2.000Hz, 4.000Hz, 6.000Hz). entre os primatas
é a uniforme. AS
vocalizações
transversal) h u m a n o s (Eklund,
tubo de secção (corte raro entre
os
o que é
frequentemente ingressivas, também sâo bem
h u m a n o s são humanos
primatas não
frequências produzidas pelos pertinente
2007). As
não há muita informação
últimos
humanos. Para os facilmente
maiores que as dos frequências chegam
os símios as
que para
acima de 8.000Hz, enquanto
a 10.000Hz. nas vocalizações
de que não há c o n s o a n t e s
é a informação resul-
De igual importância características
acústicas que sejam
há
humanos, porque n o durante
dos primatas não movimento da lingua
fechamentos ou aberturas
produzidas pelo
tantes de
exemplo). As c o n s o a n t e s surdas
ou ruídos de fricção, por
vocalizações (explosões entre as cordas
ou parcial com a glote (espaço
exigem uma constrição completa
mecanismos de iniciação do ar glotal (realizado na glote) ou
O sistema auditivo
trato vocal do
importante quando falamos da evolução do
Uma questão auditivo. Uma
fonatório dos hominídeos relação com o sistema
é sua
aparelho e audição,
evoluíram si-
pertinente seria se os dois sistemas, produção
questão sistema preexistente.
se adaptaram a um
multaneamente ou os sons produzidos
a fala. A anatomia
A audição humana não parece adaptada especificamente para
mamíferos, m e s m o se as dife-
ouvidos é bastante similar à de outros
de nossos
dimensão e forma.
médio e interno) variam em
rentes partes do ouvido (externo,
moderno se situa entre as frequências
de acuidade auditiva do homem
O grau as
uma zona de sensibilidade saliente para
2.000 e 4.000 Hz, que corresponde
o a
transforma em
mecânica e transmiti-la ao
ouvido interno, que a
tica em energia encontrados no
cérebro. Os ossos do ouvido
impulsos que são enviados ao
elétricos
viveu há 350.000 anos, sugerem que
ele. provavelmente.
Homo heidelbergensis, que
homem moderno (Martinez et
al. 2004). A
auditiva similar à do
possuía uma acuidade
moderno e dos chimpanzés sugere
da acuidade auditiva do homem
comparação como os o s s o s
poderiam estar ligadas à maneira
diferenças interessantes, que
bioacústicas. De qualquer
médio funcionam ou talvez a restrições
do ouvido
sistema auditivo têm um papel a cumprir
que o ouvido
e o
forma, isso mostra
humano. Sua li-
entendimento da evolução da capacidade auditiva do ser
no
sistemas sonoros das línguas
ainda está longe de ser
gação com a forma dos
continuum entre os
é saber que parece existir um
compreendido. O que importa
o homem moderno.
primatas superiores e
LINGUAGEM
A POSSÍVEL ORIGEM GESTUAL DA
Os gestos da fala
relativamente cedo na evo-
Agum tipo de unidade fonética deve ter emergicdo ter sido
não poderia
uya0 da linguagen. Um vocabulário razoavelmente grande
pudessem
holisticus se ditereneiar em categorias
S e l antes que as vocaliza(ões de organizar-se em palavras.
Ecas discretas. Elas teriam então a possibilidade
l d clapa critica da linguagem tem sido aindaé hoje- a segmentação de
meio de uma fonética partieular
a s , Ou a referencia simbólica verbal por não menos
ddert-Kennedy, 1998, 2000). Menos trequentemente notado, porém
un código, uma
Prtante, é que a sintaxe não poderia surgir até que houvesse
222 Novos caminhos da Linguistica
independente de seu sentido e sua função sintática, para que elaboração de uma
a
neural para as
elevação cíclicos do maxilar para a mastigação forneceranm a base
primeiras homologias como o bater os lábios ea lingua, os chamados e os gritos
que observamos nos macacos e nos primalas superiores modernos. A partir disso.
hominideos, que é a precursora da unidade
por hipótese, aparece a protossílaba dos
de balbucio dos bebés e a unidade de ritmo e de melodia ds adultos modernos.
Uma protossilaba pode serentendida como um gesto, ou seja, uma constrição e um
relaxamento dos órgàos, colocado em um contexto de uma postura global do trato
vocal, associado a uma açâo fonatória.
Uma vez que os gestos dos diferentes órgdos e seu suporte neurotisiologr-
co evoluiram em unidades discretas e combináveis, a expansdo dos sistemas
fonológicos teria passado por processos socioculturais de pelo menos duas
maneiras e sem que tenha havido uma mudança em nivel genético. Primeiro, a
Cpansão de um conjunto de traços diseretos poderia ter resultado da diteren-
Caào das açdes de um dado órgao, através de um processo de ajuste mutuo,
entre os locutores e interocutores individuais. Em seguida, as estruturasgestuais
Cada vez a s comnplenas poderiam ter emergido um pouco da nmanera que se
observa no desenvolvimento infantil. Por exemplo, o fato de que as ocusivas
aproximantes produzidas com um mesmo articulador sào praticamente ntet
cambaveis nus primeiras
50 palav ras de uma criança
sugere que o grau de coIs
triçào nào é ainda controlado sistematicamente. O fato de as oclusivas inicas
dos bebes serem
surdas e nào aspiradas indica que os gestos orale laringal nao
Cstao ainda coordenados. Um gesto da laringe como uma aduçào da glote no
A origem e a evolução da linguagem 223
contexto normal de fonação será percebido como [h]. Uma oclusiva nasal não
será percebida se a criança abaixar o véu palatino e efetuar uma constrição oral
A estrutura da língua de sinais americana (AsL), uma das mais bem estudadas
linguas de sinais do mundo, tem todas as propriedades essenciais da gramática das
linguas faladas. E mais facil entender como a gramática poderia ter evoluido a
nartir de representaçöes e de gestos de apontar do que a partir de gritos de animais.
224 Novos caminhos da Linguística
FuCial para explicar as mudanças observadas em uma gerayão e poke retletur "o
auinário" que muda as fornmas da tala ao longo dos seculs.
ACOMUNICAÇÃO ANIMAL
tA EMERGÊNCIA DAS ESTRUTURAS DA LINGUAGEM
ani-
paraçáo da linguagem huana com outros sistemas die comunicaçdo
mal Cenla fatos interessantes. Nåo se conhece, ou se conhece pouc, a evolução
apres fatos interes
dus sisten
db e comunicação de outros primatas nao humanos. E possivel nostrar
d falsa 4a Suposição
hominideos ndo evoluiram durante esse
supos
periodo. Essa observação
ot
de que apenas os
evoluir
vale para outras espécies, que tinham que
a as
226 Novos caminhos da Linguística
ambientais,
conta de fatores
anerentemente dos primatas superiores, claro, por homologia aparente
é a
SOciais e ecológicos diferentes. Outro fato impressionante
(baleias e golfinhos), os
os cetáceos
que existe entre os dialetos observados entre envolvidos. Pode-se
nos processos
humanos, tanto na forma como
passaros e os e bioacústicas e
esses processos têm base em restrições biológicas
imaginar que sonoros das linguas
fundamentais da dinâmica dos sistemas
são características dão conta das
entre as capacidades
cognitivas que
humanas. São as diferenças
diferenças entre as espécies. e não requerem,
ligados a uma função particular
Muitos sinais vocais são fixados
e
flexíveis que são adquiridos pela
ainda, os sinais vocais
portanto, aprendizagem. Há, mamíferos marinhos (golfinhos
e
social. Esse éo caso dos
experiencia, em particular, - e dos pássaros
cantores.
elefantes e morcegos
baleias), de outros mamíferos -como a comunicação dos primatas
até o momento,
Essa noção de flexibilização separa,
cantores têm em comum a
humanos e não humanos. Homens, cetáceos e pássaros
vocal ao longo de seu desenvolvimento,
sua comunicação
capacidade de construir
sob a pressão das influências sociais.
identidade do emissor, permite defender
o ter
Entre os pássaros, o canto carrega a
coesão social. Durante a aprendizagem, apenas
ritório, atrair um parceiro e garantir a
um desenvolvimento normal (Marler, 1970;
as interações com os adultos permitem
que o número de cantos. Isso é o inverso do que ocorre com a linguagem humad
A comparação entre a linguagem humana e os sistemas de comunicação anima
ajuda a entender o que forma a base dos sistemas de comunicação, o que é especiieo
a cada espécie em particular, as restrições que estão em jogo e como elas evoluira
ticamente. Todas de
as línguas humanas caracterizam-se por esses dois ni -
estrutura. Para ter uma sintaxe, um sistema de expressões tem que ter cel
dutividade, ou seja, regras para combinar os elementos de base em agrupano
entos,
A origem ea
evolugão da linguagem 227
ae
ed oferecer opçoes para conectar os agrupamentos menores em
majores. A
maiores. agrupamentos
A linguagem humana é extremamente produtiva desse ponto de vista. A
línguas hur
sintaxe das línguas umanas encaixa
construções linguísticas dentro de outras e
accim
as
cria construçoes bastante elaboradas. Essas
construções de encaixamento
hierárquico são quase inteiramente motivadas pela semântica. Certos animais como
bonobo Kanzi, estudado por Savage-Rumbaugh e Lewin (1984), foram capazes
de ealocar algumas palavras apos outras, mas eles não têm um traço fundamental
da linguagem que é a estruturação em construçðes que têm um início e fim, ou seja,
sentenças. Certos sistemas de comunicação animal têm a capacidade de combina-
ção (qualquer que seja o nome que demos a isso), mas até o momento nenhuma
evidência clara da existência de hierarquia foi demonstrada. Por isso, é pouco
provável, com os dados de que dispomos, que os enunciados animais apresentem
composição semântica. Mesmo que certos desses sistemas demonstrem produti-
vidade e produção de enunciados, eles são, pela ausência de hierarquia, sistemas
de capacidade gerativa fraca. Os humanos têm capacidade de memória bastante
diferente dos outros primatas e de outros mamíferos, o que certamente contribui
para as características que podemos observar na estrutura sentencial das línguas.
Hauser, Chomsky e Fitch (2002) propuseram considerar a faculdade da lingua
gem como uma série de habilidades e estruturas. distinguem entre a faculdade
Eles
de linguagem em um sentido amplo e estrito. A primeira compreende, além das
fornece sentido às
estruturas gerativas, o sistema conceitual-intencional (que
um
e significados.
Para
de estruturas
POduz-se um número virtualmente infinito
1aUser, Chomsky e Fitch, apenas o componente
computacional, que compreende
humana
é próprio da linguagem
recursivas da linguagem,
r a s gerativas de que existe
recursividade
há vários exemplos
na
, 2012, 2015). No entanto, que uma diferença
importante
atuais sugerem
ens ncação animal. Os dados animal está ligada å
au-
comunicação
guagem humana e os sistemas de humanos são produzidos
não
sencia nantica
de sem composicional e que
os sistemas
não são
signitica dizer que eles
Isso
porg de capacidade gerativa
fraca.
são produzidos por
uma
dotadoeds contrário dos que
hierárquicas, ao
Cstruturas
Semántica composicional. Hauser, Chomsky
distinção feita por
Pinker e Ja
cJackendoff (2005)
a
contestaram
ções dos diversos sitios arqueológicos como Skhul, Qafzeh, a Gruta dos Pombos,
Oued Djebbana e as cavernas de Blombo sugerem, contudo, uma ligação entre a
linguagem e as capacidades simbólicas observadas. D'Errico e Vanhaeren (2009)
realçam que os ornamentos pessoais sinalizam para comunicarjuízos de valor a ou-
tros membros do grupo. Para eles, os itens simbólicos que não têm nenhum objetivo
utilitário e seus sentidos são compartilhados de maneira permanente pelos membros
de uma comunidade. Eles representam os objetos arqueológicos mais próximos do
uso linguagem. Segundo Searle (1996), eles lembram que nenhum sentido insti-
da
tucionalizado pode ser transmitido sem capacidade linguística. Objetos semelhantes
de que ele tinha
também foram atribuídos ao Neandertal. Isso conduziu à hipótese
modernos. Para
um sistema de comunicação semelhante ao dos primeiros homens
de Blombo na Africa
Henshilwood e Dubreuil (2009), as peças de ocre das cavernas
sentido simbólico desses objetos
do Sul sugerem que a transmissão e a partilha do
devem de uma linguagem sintática.
depender
CONCLUSÃO
mostra numerosos fatores de-
evolução da linguagem que
O estudo da origem e
fenómeno. O ponto central
vem ser levados em consideração se quisermos explicar o
assunto em
das características estudadas, para resumir
o
eo desenvolvimento gradual
termos darwinistas. das caracteristicas. Quando
se
importância da evolução
gradual
Darwin mostrou a Darwin sdo sinais, gestos,
características em jogo para
cVOca alinguagem humana, as instintivos, que
evidencam que, para com-
Ons naturais, gritos de outros
animais, gritos moditicaçdes
animal, precisamos distinguir entre as
Picender a evolução da comunicação transmitidas
culturalmente.
tisiológicas
do ECTOma e as resultam de adaptaçðes faculdades mentais e
que importância das
estavam
tocadas na
nivel
Darwin E
15 Intuições de
nesse
evolugdo da linguagem.
do cérebro para explicar
a
desen-
Cnvolvimento cogiuvas se
e as capxacilacks
da linguagem
base biológica
mostra
a
relação entre a do cerebro dos primatas
anatomia e a fisiologa Essas
entre a nodemo.
Comparaçâo homem
cerebrais no
cl de novas zonas elas se
0 desenvolvimento modemo e entre
C homem
capacidades cogilivas do
mplicadas em
innclui
a
linguagem humana.
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230 Novos caminhos da Linguistica
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