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Microestrutura/Expressão 1

Profa. Júnia Andrade


whatsapp do Turma de Redação: 32-98886-7661

Microestrutura - Expressão
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profa. Júnia Andrade
Material-base para acompanhamento feito por aula audiovisual.

PROBLEMAS DE MORFOLOGIA

1. Acentos gráficos e outros sinais.


 Acentos, til, pingos e vírgula: devem ser bem nítidos para que
os examinadores não tenham dúvidas, ao julgar o emprego dos
sinais.

Segue, assim, uma lista de palavras que são acentuadas e estão


constantemente presentes nas discursivas:

Público, político, econômico, país, ímprobo, cúmplice, código,


consequência, distância, vínculo, difícil, pôr (verbo), têm (plural
de ter), vêm (plural de vir), prática.

 Uso do hífen

Minirreforma, autocorreção, autorregulação, matéria-prima,


mão de obra, infraconstitucional, subumano, desumano,
reeducar, reeleger, coobrigar, socioeconômico, antissocial,
subemprego, antieconômico, bem-vindo, “causa-mortis”,
contrassenso, decreto-lei, ex-presidente, extraoficial,
“habeas-corpus”, pré-requisito, plurianual, semiaberto,
vice-presidente.

 Aspas (“ “)

Se empregarem latinismos, termos estrangeiros, coloquiais


(=populares) ou conotativos (=figurados), usem aspas sobre estes
termos.
As aspas serão dispensadas, se quaisquer dos termos começarem por
inicial maiúscula.

Exemplos: “habeas corpus”, “coisa” pública, “status”, “site” etc.

2. Numerais

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Sendo cardinais, são grafados na forma extensiva, quando sua


expressão requer apenas uma palavra para expressá-los e devem
ser grafados como algarismos, se precisarmos de duas ou mais
palavras para redigi-los. Exemplos:

Duas instruções normativas foram editadas.

Tenho quatorze livros da área fiscal.

Dos 25 artigos da Lei, cinco foram revogados.

O parecer tem 1600 páginas.

Qualquer numeral seguido de símbolos (%, $, º, ª, kg etc.) deve ser


grafado na forma de algarismo: Exemplo: ano 2019, R$ 19 mil,
10% etc.

3. Uso de maiúsculas ou de minúsculas.


 Inicial maiúscula

Deve ser empregada quando se começa um período (após


ponto final ou ponto de interrogação ou exclamação).

Não deve ser empregada após o sinal de dois pontos ou o


de ponto e vírgula.
Deve ser empregada também em nomes próprios ou
específicos (leis especificadas, por exemplo). Exemplos: Lei
de Acesso à Informação, Lei 8.666, Constituição Federal,
Reforma Trabalhista etc.

4. Inicial minúscula

É empregada em substantivos comuns, sem qualquer


especificação. Exemplos:

Obedecer à lei é deve de todos.

Os ministros estão reunidos agora.

5. Uso dos pronomes relativos.


Destacaremos o emprego de dois relativos: ONDE e CUJO.

a. Empregaremos ONDE, quando houver relação com palavra que


indique lugar físico.

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Exemplo: O Brasil é um país onde a população encontra-se

politicamente dividida.

b. Empregaremos CUJO, quando houver ideia de posse entre um nome


e a “coisa” possuída.
Exemplo: o policial cuja conduta é ética sempre será respeitado.

Obs: não podemos empregar ONDE quando a ideia relacionada


for diferente da de lugar físico e não podemos empregar artigo
após CUJO.

PROBLEMAS DE SINTAXE

Emprego da concordância verbal


Devemos ter cuidado em escrever os verbos das seguintes formas:

a. Houve decisões favoráveis às minorais (Haver = existir: o haver fica


no singular).

b. Pode haver decisões favoráveis às minorias (o auxiliar é contaminado


pela impessoalidade do verbo haver e fica no singular por isso).

c. Trata-se de novos projetos de lei. (o verbo TRATAR-SE é impessoal e


deve, por isso, não ser precedido de nenhuma palavra que pareça
sujeito e deve ser empregado apenas no singular).

d. Mantiveram-se os artigos polêmicos (=os artigos polêmicos foram


mantidos – portanto, há plural).

e. Precisa-se de revisões constantes. (como não é possível reescrever a


frase, o verbo ficou no singular).

f. A revisão da lei e do decreto ocorreu em meio à polêmica. (há uma


revisão para os dois).

g. A revisão da lei e a do decreto ocorreram em meio à polêmica.


(notem que há dois artigos, o que indica sujeito composto que leva o
verbo para o plural).

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Cuidados com a regência


VISAR (= objetivar) pede preposição A, quando vier seguido de
SUBSTANTIVO.

Exemplos:

As pessoas visam a um cargo estável.

As pessoas visam ter um cargo estábel. (seguido de verbo, não


há preposição A).

IMPLICAR e ACARRETAR (=gerar) não vem seguido de preposição.

Exemplo:

A reforma implicou descontentamento.

OBEDECER pede preposição A.

Exemplo:

Motoristas geralmente não obedecem às Leis de Trânsito.

Emprego da crase
Não há crase antes de verbo.

Exemplo: a partir desta ideia, definiremos os termos.

Não há crase antes de masculino.

Exemplo: tudo será divulgado a prazo.

Não há crase antes de artigo ou de pronome indefinido (atenção para


“cada”, “toda”, “uma” etc.).

Exemplo: a cada ano, diminuem os recursos naturais.

Não há crase antes dos seguintes pronomes femininos: esta, essa, ela.

Não há crase entre palavras repetidas.

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Exemplo: dia a dia, face a face etc.

Não há crase antes de palavra feminina flexionada no plural, se não


houver artigo definido feminino também flexionado no plural.

Exemplos:

Não vou a festas./Não vou às festas.

Há crase, antes de adjuntos adverbiais femininos: à espera, à toa, à


mercê de, à medida que, às vezes, à vista, à proporção que, à direita,
à luz de etc.

Emprego da pontuação
É recomendável empregar vírgula para separar adjunto adverbial
deslocado (início ou meio da frase).

Exemplos:

No Brasil, ainda há muita tolerância em relação à corrupção.

Não sabemos, no Brasil, fazer uso do voto.

Além de tais medidas, será necessário rever os parâmetros do ensino


básico.

É obrigatório empregar vírgula antes de gerúndio, particípio e infinitivo,


quando estes forem oração subordinadas adverbiais reduzidas.

Exemplos:

O MP entrará com uma ação, objetivando corrigir o desvio


legal. [correto]

O MP entrará com uma ação. Objetivando corrigir o desvio


legal. [erro]

Não se usa ponto final antes de POIS ou de outra conjunção explicativa.

Exemplo:

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É preciso conciliar a manutenção da justiça social com os


direitos humanos, pois um implica a construção do outro.
[correto].

Não se vírgula ou ponto final antes do E, quando este trouxer ideia de


soma.

Exemplos:

Na política há um conflito que envolve o interesse dos


defensores das minores, a questão agrária, e a contrapartida
dos evangélicos. [errado]

Na política há um conflito que envolve o interesse dos


defensores das minores, a questão agrária e a contrapartida
dos evangélicos. [correto]

Use POR EXEMPLO entre vírgulas sempre ou entre vírgula e dois pontos.

Exemplo:

Há diversos atores que fiscalizam o uso dos recursos naturais,


como, por exemplo, o Ibama.

Não use dois pontos após conjunção ou verbo.

Exemplos:

Há diversos atores que fiscalizam o uso dos recursos naturais,


como: o Ibama. [errado]

Há diversos atores que fiscalizam o uso dos recursos naturais,


como os seguintes: o Ibama e a Polícia Federal.[correto]

Prefira usar o ponto final para confeccionar períodos menores e mais


claros.

Prefira usar parênteses a travessões.

Exemplo: Tribunal de Contas da União (TCU).

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PROBLEMAS DE CONEXÃO

1. Emprego dos pronomes demonstrativos


Isso, essa e esse são pronomes que resgatam ideia anterior. Portanto,
são estes os mais empregados numa dissertação.

Este e Esta também podem resgatar o que já se passou, mas devem se


referir pontualmente a substantivos, não a ideias.

o Exemplos:
o O Ministério do Meio Ambiente (MMA) é guardião dos
recursos naturais brasileiros. Isso está consagrado em nossa
Constituição.

o Isso = resume a ideia de o MMA ser o guardião do dos recursos


naturais brasileiros.

o O Ministério do Meio Ambiente (MMA) é o guardião dos


recursos naturais brasileiros. Estes não podem ser usurpados
por interesses privados.

o Estes = os recursos naturais brasileiros..

2. Emprego das conjunções

POSTO QUE = embora (posto que – não é conjunção causal!!!)

NA MEDIDA EM QUE tem valor de “porque” (causa); é diferente de à


medida que (=proporcional).

CONTUDO = Não é conjunção conclusiva. Trata-se de conjunção


adversativa, ou seja, conjunção de oposição.

A FIM DE QUE = PARA [ambas expressam finalidade)

obs: em prova, é melhor trabalhar com conectores simples do que


correr riscos de errar o uso de uma conjunção e perder pontos até
mesmo na coerência entre as ideais.

3. Vocabulário

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DENTRE = deve ser empregado somente quando se quer


destacar, diferenciar algo. Em provas, é melhor empregá-lo
apenas quando houver uso do verbo DESTACAR. Em outros
casos, melhor será o uso de ENTRE.

O MESMO = não existe! É coloquial.

TRATAR-SE = como é de uso muito restrito, deve-se investir em


outro verbo para evitar complicações.

UM OUTRO (um certo) = não usamos dois indefinidos juntos.

ATRAVÉS= é melhor empregar “por meio de”, já que “através”


tem o sentido de atravessar meio físico. No entanto, ele pode ser
empregado livremente, quando já se usou “por meio de” na
redação.

ONDE = para evitar problemas, melhor usar sempre “em que”.

VERBO NO GERÚNDIO = melhor não empregar, porque o uso é


muito restrito.

COISA = mesmo se referindo à “coisa pública”, é melhor


empregar aspas sobre coisa. De preferência, não é recomendável
trabalhar com isso.

CONCLUI-SE, PORTANTO,... = ou se usa a conjunção conclusiva


ou o verbo concluir.

CARTA MAGNA = melhor não empregar apelidos para a


Constituição.

HODIERNO, MISTER = são arcaísmos e devem ser evitados.

VEZ QUE = não existe.

CONOTAÇÕES = as figuras de linguagem ou qualquer outro


sentido figurado deve ficar em segundo plano. É bom dar
preferência ao sentido real, objetivo e claro do que se escreve.
Portanto, o emprego de vocabulário simples é a melhor resposta
ao tecnicismo vazio.

4. Uso de siglas

É necessário, se o redator for trabalhar com siglas, que ele empregue o


nome extensivo ao lado do primeiro uso da sigla.
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Também não é recomendável empregar muitas siglas no texto.


Devemos usá-las somente quando for estritamente necessário.

Exemplo: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Obs: prefira empregar parênteses a empregar travessões para


isolar siglas.

5. Enumerações: evite longas enumerações. Se necessário o for, ao fazer


a citação de vários elementos, para evitar a extensão do período,
habitue-se a começar nova frase com elementos de adição: Além de...,
há também...soma(m)-se a isso...
Exemplos: Entre os princípios constitucionais que devem ser
observados estão o princípio da publicidade e o legalidade. Há que se
apontar também os princípios da impessoalidade e da moralidade...

***

6. Mecanismos de coesão
Explicação/causa Porque, visto que, uma vez
que, já que, pois.
Condicionalidade/ Tão...que, tanto...que, Se x...,
x´, com isso, sendo assim,...
Consequência
Nexos de continuidade
Adição Também, soma-se a isso...,
além disso, nesse sentido, de
forma similar,...
Finalidade Para, a fim de.
Radicais Mas, porém, contudo,
todavia, no entanto,
Nexos de entretanto.
oposição/contraste
Flexíveis Não obstante, embora, por
mais que, ainda que.
Conclusivos Logo, portanto, assim, por
conseguinte, por isso.
Nexos de encerramento
Sintetizadores Por todo o exposto, por tais
razões, em razão disso.

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***
Até a próxima aula!
Júnia Andrade

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