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Nossa maior escravidão.

"Como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem
busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem,
não ha nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto, com a língua, urdem engano,
veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura;
são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria;
desconheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos". (Romanos
3.10-18)
Depois de falarmos sobre alguns principios fundamentais que devemos entender sobre os
"caminhos da restauração" de Deus em nós, abordaremos a partir de agora os
desdobramentos dessa restauração em algumas áreas da nossa vida. Mas, ainda assim, é
pre- ponderante para o tema falarmos da condição do homem que precisa ser restaurado,
ou seja, do objeto a ser restaurado-todos nós!
A Biblia diz claramente: "é mau o designio intimo do homem desde a sua mocidade" (cf.
Gênesis 8.21). Todos nós, desde a nossa concepção, temos a nossa natureza inclinada ao
pecado (cf. Salmos 51.5), fazer o bem é como "remar contra a corrente" exige-nos esforço,
pois é algo contrário ao curso natural da nossa natueza caída. Você leu com cuidado o texto
que abre esse capitulo? Pois nele, Romanos 3.10-18, o apóstolo Paulo fala com clareza
sobre a natureza humana, da condição do homem sem Deus, a síntese dessa mensagem
apostólica poderia ser "não há um justo sequer...não há quem busque a Deus".
Por isso, antes de tratarmos a respeito de restauração e de cura emocional, é preciso
entendermos, definitivamente, que antes mesmo de nossos traumas e rejeições, temos
uma natureza caída que nos inclina ao mal. Mesmo que você tenha tido uma família
saudável emocional e espiritualmente, que você nunca tenha passado por traumas e
abusos, sua natureza é caída e escrava do pecado. E o pecado, especialmente os pecados
sexuais, é uma das principais armas do inimigo contra a nossa vida. A maioria das nossas
derrotas, quedas e vergonhas estão diretamente ligadas a pecados sexuais. Se você prestar
atenção, quando Deus levanta um profeta na Bíblia, a maioria deles são usados por Deus
para denunciar os pecados sexuais do seu povo, pecados estes que se tornam, depois,
analogia especialmente para o pecado da idolatria.
O livro de Oseias ilustra bem esse problema. Falar sobre pecados sexuais é tratar de
problemas que afetam terrivelmente a igreja, o povo de Deus. Um fato que tem devastado
terrivelmente os casamentos é a mácula causada pela imoralidade. As pessoas estão
atoladas em imoralidade e, atualmente, tem sido difícil encontrar casamentos que estejam,
de fato, isentos desses pecados, que a imoralidade não tenha, em algum ponto, tocado o
relacionamento do casal.
Abordar o tema da imoralidade é sempre um desafio. A instituição família está sendo mais
e mais enfraquecida. Os núcleos familiares estão diminuindo e, se não bastasse isso,
mesmo esses pequenos núcleos têm se tornado disfuncionais.
Muitas das distorções na sexualidade de um indivíduo têm como "útero" uma família
disfuncional, mas, ao mesmo tempo é preciso entendermos que não é preciso nascer em
uma família disfuncional para praticar a imoralidade sexual. Os desejos sexuais
descontrolados nascem naturalmente em nós, como dito, como consequência da nossa
natureza caída. As famílias disfuncionais apenas "disparam" e "potencializam" o que já
somos em essência por causa do nosso pecado em Adão. Somos caídos. Nascemos caídos.
Na regeneração o nosso espírito é vivificado por Deus, mas ainda assim nossa natureza
continua inclinada ao mal.
O teólogo Anthony Hoekema é muito preciso e claro ao discorrer sobre a queda do homem,
ao dizer que ela distorceu a imagem de Deus na humanidade. Hoekema nos diz que as
"estruturas" (como as faculdades intelectuais, senso moral, conjunto de dons e
capacidades, etc.) passaram a não mais "funcionar" de uma maneira que glorifica a Deus.
Assim, ao pensarmos na sexualidade, por exemplo, seria uma faceta dessas "estruturas"
que não são más em si (intrinsicamente), mas que após a queda se tornaram meios através
dos quais o homem peca contra Deus.
Até o Senhor Jesus voltar, nossa natureza caída estará conosco, assim, é nossa
responsabilidade ouvir com temor a palavra de Deus direcionada a Caim: "Se procederes
bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à
porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo" (Gênesis 4.7). Evidentemente
que devemos ter ciência que por nós mesmos nunca poderíamos vencer essa batalha
contra o pecado, a prova maior disso é que mesmo após a regeneração, com a ação
poderosa do Espírito Santo em nossas vidas, ainda assim cedemos ao pecado, escolhemos
algumas vezes esse caminho que desagrada a Deus.
Portanto, para ficar claro, após a regeneração (o nosso espírito ser vivificado por Deus),
ainda continuamos com a nossa natureza inclinada ao pecado, a diferença fundamental
agora é que não somos mais escravos do pecado, continuamos a pecar, mas deixamos de
ser escravos do pecado. Os capítulos 6 e 7 de Romanos Paulo fala bastante sobre essa
condição. Então, mesmo após a regeneração, "carne" continua sendo "carne", sendo
importante dizer aqui que "carne" não diz respeito apenas ao nosso "corpo", mas se refere
também, de um modo geral, a completude da natureza humana. Sobre a condição da
natureza humana, o evangelista João nos diz palavras interessantes do conhecimento que
Jesus tem a esse respeito:
Estando ele em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos, vendo os sinais que ele fazia,
creram no seu nome; mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a
todos. E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque
ele mesmo sabia o que era a natureza humana. (João 2.23-25)
Tudo o que você e eu despertamos em nossa "carne", tudo o que nossa natureza caída em
Adão experimentou e experimenta, teremos que lidar de uma forma ou de outra ao longo
da nossa vida. Algumas pessoas se iludem pensando que, pelo fato de se- rem convertidas,
não terão mais os desejos que tinham antes. Infelizmente, não funciona desse jeito! Talvez
alguns desejos nunca abandonem você! O processo de maturidade emocional e espiritual é
que levará você a aprender a dominar esses desejos. Paulo menciona as obras da "carne"
em Gálatas 5.19-21.
Pois bem, temos uma natureza caída. E a Bíblia nos diz mais, pois nos diz que estamos
completamente corrompidos pelo pecado, seja em nossa mente, seja em nossos desejos o
que inclui os sexuais, estamos corrompidos pelo pecado. Mesmo a "melhor" das atitudes
de um homem está inevitavelmente manchada pelo pecado. A Bíblia não fala que o ser
humano está "quase morto", ela fala que o ser humano está completamente morto em
"vossos delitos e pecados" (cf. Efésios 2.1). O homem sem Deus não está "doente", está
morto.
A sexualidade pervertida, deixar-se dominar por uma vida sexual fora dos princípios de
Deus, é uma das maneiras do homem caído manifestar a sua rebelião contra Deus. Ora, se
passamos pelo "novo nascimento" quer dizer que estávamos mortos. Esse "evangelho" que
fica apresentando um "Deus" que mais parece um produto que tem de ser vendido trata o
homem como se este tivesse apenas um problema, quando, na verdade, o homem é o
problema.
A pessoa que não se converteu é considerada morta pela Palavra de Deus. Embora viva
para o pecado, permanece morta para todo prazer e interesse pela pessoa de Deus. Isso
não significa que o homem está completamente neutro em relação a Deus. Mas é
importante você entender que o pecado atingiu todas as áreas da vida humana: razão,
emoção e desejo. Significa que o homem não pode voltar-se para Deus por si mesmo, uma
vez que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; nem o homem pode mudar a
si mesmo, como um etíope não pode mudar sua pele nem um leopardo suas manchas,
conforme diz Jeremias em 13.23 Significa que o homem, em seu estado natural, está morto
nos seus delitos e pecados e sua salvação é uma obra exclusiva de Deus, uma intervenção
sobrenatural e graciosa do Senhor.
Parte 2.
Por que tenho que tratar sobre a natureza caída do homem? Porque muitas vezes, nós
conselheiros, achamos que todo o problema do homem está 100% voltado apenas para
suas feridas emocionais e traumas. A raiz de tudo não são apenas as feridas emocionais e
os traumas. O homem é em essência adoecido e completamente escravo do pecado.
Naturalmente não amamos a Deus, naturalmente somos corruptos, abusadores e rebeldes.

Nossa vida sem Deus agride o caráter de Deus. É como se olhássemos para Deus e
falássemos: "Fica aí, Deus, a vida é minha, eu que faço as minhas escolhas". Isso se chama
pecado. O apóstolo Paulo nos diz: "E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e
inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas" (Colossenses 1.21) e que "todos
pecaram e carecem da glória de Deus" (Romanos 3.23). Essa é a condição dos homens sem
Deus, e mesmo os homens regenerados ainda sofrem essa influência.

Costumo dizer que a sensação mais maravilhosa que pode- rei experimentar será o dia em
que eu abrirei os olhos e não senti- rei mais o pecado em mim. É escravizador ficar nos
protegendo, saber do pecado que constantemente assalta o nosso coração, por vezes
exteriorizarmos que está tudo bem, mas somente Deus sabe da luta travada dentro de nós.
É terrível a necessidade que humano tem de querer provar aos outros que está bem, que se
o ser tem boas condições financeiras, bons relacionamentos, uma boa moralidade. Mas isso
é apenas aparência, a realidade é que o ser humano está "mergulhado" no fundo poço da
queda e da inimiza- de com Deus.

Como já dito, a condição do homem em pecado é tão pro- funda e tão forte que nos torna
escravos da nossa própria natureza e nos tornamos moralmente incapazes de vencer nossa
própria rebelião e cegueira. Tal a total incapacidade de salvarmos a nós mesmos. Por isso, a
base, as premissas fundamentais para sermos curados e restaurados por Deus são: 1) O ser
humano sem Deus está morto em seus delitos e pecados (cf. Efésios 2.1-5); 2) nossa
"carne" é inimiga de Deus, pois não está sujeito à Deus, nem mesmo pode estar (cf.
Romanos 8.7-8).
A Bíblia também fala que fomos vendidos à escravidão do pecado, que o homem é escravo
do pecado (cf. Romanos 7.14-25). Eu pergunto a você: escravo tem escolha? Consegue
decidir o que fazer? Ou existe uma lei que o prende? A pessoa sem Deus é escrava do
pecado, não consegue fazer nada diferente disso, é como um carro com problema na
direção, em que o volante se inclina sempre para um lado. A natureza humana sem Deus
sempre se inclina para o pecado. Talvez na vida você tenha escolhas, mas quando você
estiver diante do pecado, você vai escolher o pecado, a não ser que você tenha o Espírito
Santo dentro de você.
Como disse, sem Deus somos escravos do pecado. O pecado não somente nos separa de
Deus; ele escraviza o homem. Nossos maus hábitos, nossas crises de identidade é mais do
que um hábito adoecido, o pecado revela uma profunda e arraigada corrupção em nosso
interior. Diferente do que muitos falam e ensinam, o homem não é bom por natureza. O
homem não nasce puro e se contamina. O homem nasce impuro, sem consciência do seu
pecado, mas que com o tempo sua consciência dada por Deus o acusa do seu pecado.
Salmo 51.5 diz: "Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe". Na
verdade, os pecados que cometemos são manifestações exteriores e visíveis de uma
enfermidade interior e invisível, são os sintomas de uma doença moral. Nascemos com uma
natureza que pode produzir toda a sorte de maus frutos.
O Antigo Testamento já ensinava essa verdade. Como coloca Jeremias: "Enganoso é o
coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?"
(19.7). A Bíblia está repleta de referências a essa infecção da natureza humana que
chamamos de "pecado original". Trata-se de uma tendência ou predisposição egoísta, que
herdamos de nossos pais, e que está profundamente arraigada em nossa personalidade
humana e se manifesta milhares de vezes, de maneira repulsiva. Paulo chamou- a de
"carne", e nos deixou uma lista de suas "obras", ou consequências: "Ora, as obras da carne
são conhecidas, e são: prostituição, impureza, lascivia, idolatria, feitiçarias, inimizades,
porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas
semelhantes a estas" (Gálatas 5.19-21).
Muitas pessoas não pecam tanto como gostariam apenas porque não tiveram ainda a
oportunidade para tal. Deus, em Sua misericórdia, nos dá muitos livramentos,
especialmente quando estamos "cegos" para alguns dos riscos que corremos. Muitos,
porém, ficam se enganando. O ser humano, sem o Espírito Santo de Deus, não consegue
falar "não" para o pecado. Ele está morto em seus delitos e pecados, ele está vendido ao
pecado, e, se já não bastasse, também está habitado pela maldade. A maldade habita o ser
humano, veja o que Paulo fala em Romanos 7.18: "Porque eu sei que em mim, isto é, na
minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o
efetuá-lo".
O meu objetivo nesse capítulo é desiludir você de você mesmo, lançar um grande
pessimismo sobre você acerca da pretensa capacidade, que alguns advogam, que o ser
humano tem de vencer o mal (alguns até chegam a afirmar que nem mesmo pecador o ser
humano é). O que certamente transformará a sua vida é primeiramente o entendimento de
sua total incapacidade de vencer o pecado e o entendimento de sua completa dependência
de Deus nesse processo de restauração e santificação. Diga um basta à mania de viver para
você mesmo e para seus desejos. Queira ser transformado! Diga para Deus que você é
fraco, que não consegue sem Ele, que somente Ele pode realizar em você algo
sobrenatural. Você precisa tomar uma postura de ir em direção a Deus.
O apóstolo Paulo olhava para dentro de si mesmo, e ele não tinha ilusões a seu próprio
respeito. Ele olhava para sua vida e não havia como se enganar: "o ser humano é caído! Ele
é vendido ao pecado". O homem é escravo do pecado, a não ser que Deus intervenha em
sua história e que o Espírito Santo faça morada nele, o seu destino é a condenação.
Há pessoas que caem em pecado, mas não se arrependem do que fizeram de errado. Elas
ficam apenas decepcionadas com elas mesmas, pensando: "como é que pode uma pessoa
como eu ter feito o que eu fiz? É um absurdo, pastor, eu sou uma pessoa tão boa, tão
honesta, como isso foi acontecer comigo?". Pessoas assim não estão arrependidas, mas
apenas "decepcionadas", "surpresas", pois se auto flagraram em seus delitos. Não são
diferentes de um prisioneiro que, na primeira oportunidade de liberdade, erra novamente e
depois fica se repetindo: "eu não poderia ter feito isso!".
O homem sem Deus sempre escolherá o caminho do peca- do. E a lei serve para mostrar ao
homem que, sozinho, ele nunca conseguirá responder ao padrão de Deus. John Stott usa
duas imagens para ensinar a ação da lei de Deus em nossas vidas, especialmente dos Dez
Mandamentos. Para Stott, podemos ver a lei de Deus tanto como um "quadro" quanto
como um "espelho". Como "quadro" a lei nos revela a pessoa de Deus, dá-nos mostrando-
nos Seu caráter; como um "espelho" a lei nos revela acerca de nós mesmos, nos mostra o
quanto o nosso coração está distante do padrão de Deus.
Convido você a ler Mateus, capítulo 5. Aqui, no primeiro grande bloco do denominado
"Sermão do Monte", Jesus nos apresenta um pouco do "caminho estreito" dos servos de
Deus: dar a outra face, emprestar sem esperar que nos retornem, andar uma milha a mais,
amar o inimigo, etc. Entenda uma coisa: sem o Espírito Santo de Deus habitando em nós,
esse caminho não é apenas difícil, mas impossível! Apenas Cristo pôde cumprir perfeita-
mente a lei de Deus, por isso que a salvação se tornou possível, em Cristo os salvos são
justificados, pois Deus os declara justos. Por nós mesmos, é impossível o cumprimento
perfeito da lei de Deus, por isso, a cada dia, Cristo deve viver a nossa vida, para que, por
amor e gratidão, possamos obedecer aos mandamentos do Senhor Toda a santidade e a
pureza que experimentamos não advém de nós mesmos, mas de Deus. Vivendo
naturalmente, segundo a inclinação da nossa natureza, pecaremos. Uma vez fiz uma "ex-
periência" da qual não me orgulho, mas que ilustra bem o que estou tentando registrar
aqui. Meu filho, na ocasião, estava com um pouco mais de um aninho. E comecei a olhar
para ele e repetir algumas falas, a fim de "testar o adãozinho" dele, o pecador que habita
no velho homem. Comecei a falar "glória a Deus!" e ele ficava me olhando, sem entender
direito o que estava acontecendo. E eu continuava: "aleluia!" e ele ficava me olhando.
"Louvado seja o nome do Senhor Jesus!" e ele olhava... até que falei um palavrão. E, nesse
momento, ele riu e repetiu o palavrão que eu havia dito. A natureza caída está dentro de
nós, você não precisa nem ensinar uma criança a bater, a dar um soco, a ser agressiva com
você, pois ela capta isso naturalmente, porque a natureza caída do homem está dentro
dela.
O que quero enfatizar com essa ilustração é que o homem está morto nos seus delitos e
pecados, vendido ao pecado e o peca- do habita no homem, na "carne" não habita bem
algum. Observe a leitura que o apóstolo Paulo faz do homem: "como está escrito: Não há
justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus" (Romanos 3.10-
11). A Bíblia não mente. Ninguém, por si mesmo, vai atrás de Deus. As pessoas até buscam
uma entidade que lhes possa oferecer algo, resolver seus problemas, etc. Há pessoas
viciadas em procurar ajuda de orixás, cartomantes, videntes, benzedeiras... passam a vida a
oferecer sacrifícios, pagar promessas e oferecer cultos a diferentes entidades. Algumas
dessas pessoas descobrem a igreja, mas continuam com o velho hábito de buscar ajuda, só
mudam a "entidade", pois descobriram aquele que é mais forte e poderoso para lhes
oferecer ajuda. problema dessas pessoas é que, ao sair da presença de Deus, continuam as
mesmas pessoas idólatras e pecadoras. Não houve novo nascimento.
Muitas pessoas, hoje, na igreja, não estão buscando Deus, elas estão buscando alguém que
resolva seus problemas. Esses ginásios lotados, essas congregações lotadas... muitas dessas
pessoas não buscam Deus, elas buscam uma entidade poderosa, superior, que é o Deus dos
deuses, mas muitas delas não vivenciaram um novo nascimento, não experimentaram uma
metanóia ("transformação da mente"), não assumiram uma postura de santidade diante do
pecado. E, por ansiarem pela ajuda para resolverem seus problemas, submetem-se a
qualquer coisa. Se precisarem ficar sentadas por dez horas ouvindo alguém, elas ficam. Se
precisa- rem amarrar a fronha do travesseiro, pagar promessa, guardar mandinga, fazer
feitiço, beber água "ungida", comer o que estiver na panela... elas farão qualquer coisa,
porque não houve transformação de caráter.
O problema de buscar Deus para resolver nossos problemas é que, nessa linha de
raciocínio, não somos nós que precisamos mudar, mas Deus quem tem de fazer o
impossível - o Seu milagre -para nos ajudar. Talvez minhas palavras pareçam duras, mas é
difícil ser cristão. Basta conviver com um cristão para saber muito em sua vida é hipocrisia.
No culto, é um, em casa, é outro. que E, muitos que teriam um bom testemunho a dar são
tão pecado- res quanto os que não têm o bom testemunho, pois se vangloriam de seus
feitos, tentando roubar a glória e honra que pertencem apenas a Deus.
Saber que Deus existe, que Ele tem poder, que enviou Seu filho para nos salvar... nada disso
muda a vida de alguém. O que muda tudo é quando cremos verdadeiramente nisso, e o
Espírito Santo passa a fazer habitação em nosso coração, conduzindo-nos, dia a dia, à
santificação, fortalecendo-nos e conservando-nos fieis nas lutas, pressões, tentações e
provações. É isso que faz diferença em nossa vida. Nossa natureza é caída. Não podemos
confiar em nós mesmos, pois somos pecadores. E se você passou pelo novo nascimento,
sua única saída é depender do Espírito Santo na sua vida para guiá-lo, pois é o poder de
Deus que fará você vencer o pecado diariamente.

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