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Pornografia: um mal escondido entre nós

Gostaria de compartilhar alguns pensamentos e lições que aprendi com minha própria
experiência ao lidar com este pecado que me parece tão comum hoje em dia, seja entre os
homens, seja entre as mulheres. Trata-se de um mal que vem tirando a paz de muitos, não
importa sua idade ou situação civil. Solteiros, casados, jovens, adultos, homens, mulheres...
tantos deles têm enfrentado dificuldades com isso, muitas vezes, sozinhos.

A pornografia e os pecados sexuais no meio cristão são tratados, de uma maneira geral, sob
muito legalismo e são poucas as ferramentas oferecidas para lidarmos com essas questões.
Penso que grande parte da dificuldade das pessoas em lidar com este tipo de problema,
especialmente os jovens, tem a ver com a forma com que, muitas vezes, pensamos a respeito
dessas questões e com a maneira como lidamos com o pecado de uma maneira geral.

Aliás, talvez tenhamos conceitos superficiais a respeito do pecado e o estejamos tratando


equivocadamente de acordo com a realidade bíblica. Podemos tomar a exemplo disso a que
muitos têm de que a “natureza pecaminosa” já foi completamente eliminada de nossas vidas.
Na próxima seção, discutiremos a esse respeito.

Lendo Paulo corretamente

Consideremos o verso a seguir: “Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele,
para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado”
(Romanos 6.6).

Geralmente, quando lemos trechos como esse, entendemos que o pecado não está mais
presente em nossas vidas, ou que a natureza pecaminosa já foi completamente eliminada de
nosso ser.

Porém, essa forma de enxergar o texto é tanto um equívoco bíblico, quanto uma leitura
superficial da forma como Paulo, muitas vezes, trata tais questões. Primeiramente, João nos
lembra que “se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a
verdade não está em nós. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus
um mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1 João 1.8,10). Logo, como esclarece a Bíblia,
a natureza pecaminosa ainda permanece em nós. Outras pessoas até podem afirmar que não
nos veem pecando, mas, o simples fato de afirmarmos isso a nosso próprio respeito já é
pecado.

É preciso ressaltar que nossa consciência deve ser sempre de humilhação diante de Deus por
causa da nossa natureza pecaminosa. Nosso esforço pela santidade não é para que
alcancemos nada da parte de Deus, pois, na verdade, Ele já nos deu tudo. Assim sendo, a busca
por uma vida em santidade deve ter como princípio o desejo de expressar Deus em nossa
existência.

Vejamos ainda o que Paulo escreve mais à frente, na carta aos Romanos: “Pois aqueles que de
antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a
fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também
chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou” (Romanos
8.29,30).

Note-se que verbos estão no passado: conheceu/amou, predestinou/escolheu, chamou,


justificou, glorificou. Entendemos claramente que os efeitos dos quatro primeiros verbos, de
fato, já se evidenciam em nós hoje, mediante a fé na obra da Cruz. Mas, como entender o fato
de o último verbo, o verbo “glorificou”, também estar conjugado no passado? Concordaríamos
em dizer que não há ninguém glorificado hoje aqui. Então, o que explica esse verbo conjugado
no passado?

A resposta é esta: Paulo tem certeza de que Deus cumprirá sua Palavra, de modo que a
questão da glorificação já está resolvida, é um fato! Assim, não haveria porque tratá-la como
algo para um futuro distante, uma vez que esta já nos é garantida, pois se alicerça na promessa
de um Deus que não volta atrás do que promete.

E, o que seria essa glorificação? Ora, a glorificação consiste em nos tornarmos semelhantes a
Jesus após sua ressurreição. Então, teremos um corpo em que todas as limitações e mazelas
impostas por nossa natureza pecaminosa serão removidas. Isso porque a própria natureza
pecaminosa será removida, visto que entraremos em contato direto com a Glória de Deus.
Essa Glória de Deus não coaduna com o pecado e, portanto, tudo o que é pecaminoso será
completamente destruído. Nós, no entanto, seremos preservados por causa do sangue de
Jesus em nós.

Em vista disso, precisamos entender que hoje o pecado e a natureza pecaminosa ainda estão
presentes em nós. O velho homem foi crucificado. Isso significa que está garantida sua derrota
definitiva, mas, por enquanto, ele ainda está presente para que o derrotemos diariamente.
Inclusive, às vezes podemos até ter a impressão de que ele acorda mais cedo do que nós para
essa luta diária...

“Pecado” é uma coisa só

Uma vez que entendemos bem a questão anterior, precisamos também entender a dinâmica
do pecado na nossa vida. Geralmente, simplesmente categorizamos os pecados e os tratamos
apenas por categorias. Dessa forma, os pecados de ira são uma coisa, os de inveja são outra e
os de questões sexuais, outra.

Contudo, em essência, “pecado” é uma coisa só e, mesmo em categorias diferentes,


internamente, eles estão ligados uns aos outros e uns puxam os outros. Note-se como, em
Romanos 1, a partir do verso 18, Paulo vai descrevendo o comportamento humano, que
suprime e esgana a verdade para que ela não fale. Esses comportamentos vão da ingratidão
para a idolatria, e, depois, vão para pecados sexuais de todos os tipos. Por fim, culminam em
toda sorte e categoria de pecados.

Assim, não podemos pensar, de forma simplista, que uma pessoa que está enfrentando
dificuldades na área sexual esteja passando por isso simplesmente porque está “alimentando”
sua mente com coisas desse tipo. Internamente, todo tipo de pecado nos carrega daqui que
chamamos de O Pecado. Esse Pecado, com “P” maiúsculo é a pecaminosidade humana em
essência, o alimentar da natureza pecaminosa em nós. Assim, qualquer categoria de pecado
alimenta nossa natureza pecaminosa, ou seja, essencialmente de uma coisa só. Logo, uma
pessoa que se irou ou teve inveja pode, da mesma forma, manifestar sua natureza pecaminosa
mais explicitamente na distorção da sexualidade.

Uma semana estressante, uma frustração com alguma situação, uma briga com alguém... tudo
isso pode desencadear outras espécies de pecado que, pouco a pouco, pode jogar a pessoa
para algum pecado referente à sexualidade, geralmente, a pornografia aliada à masturbação.
Mas, o que precisamos entender como a essência do pecado é a revolta contra Deus. No
fundo, queremos nos vingar de Deus ou retalha-lO de alguma forma. E isso se dá porque, no
fundo, consideramos que Deus é aquele que nos proibiu de termos acesso ao que
desejávamos e, por isso, queremos nos vingar. Contudo, parece um tanto estranho conceber
que podemos estar pensando dessa forma, ainda mais considerando que somos cristãos. Essa
estranheza se dá porque esse tipo de pensamento não passa por nossa mente de uma forma
mais consciente. Se assim o fosse, como cristãos, perceberíamos e nos afastaríamos mais
facilmente desse pensamento. No entanto, a natureza pecaminosa nos conduz a ações
pecaminosas e é exatamente por isso que agimos como agimos, de forma tão errada e
obstinada. Logo, nosso grande arrependimento diário deveria também ser a respeito dessa
nossa interna revolta contra Deus.

Pensemos em Caim e Abel (Gn 4.1-12). Superficialmente, Caim teve inveja de Abel, mas seu
desejo assassino não era diretamente contra ele. Sua raiva era contra Deus. Caim queria matar
Deus! Como Deus é inacessível, Caim então mata a imagem e semelhança de Deus. Da mesma
forma, nossos desejos e ações pecaminosas serão sempre, em última instância, manifestações
de nossa revolta contra Deus.

Portanto, sempre nas situações críticas da vida, devemos estar mais atentos em relação ao
pecado. Se a semana foi pesada, estressante, frustrante, se passamos por muitas situações de
raiva e estresse, é bom que fiquemos ainda mais vigilantes, pois, nesses momentos, estamos
ainda mais vulneráveis a nossa natureza pecaminosa. O pecado ameaça à porta; ele deseja
conquistá-lo, mas, lembre-se: você deve dominá-lo (Gênesis 4.7).

Uma teoria sobre pecados sexuais

Ainda tenho uma teoria a respeito do porquê de as pessoas em geral se lançarem ou


descarregarem suas frustrações e raivas em pecados sexuais. A princípio, acredito que seja
pelo fato de que, exceto alguns atos hediondos (como o estupro, a pedofilia e a pornografia
infantil), pecados sexuais não são punidos pela lei civil como aconteceria no caso de um
assassinato, por exemplo. Consideremos o que o descendente de Caim, Lameque, fez após um
homem o ferir e um rapaz o machucar. Lameque matou ambos, o que, à época, era muito
comum pela debilidade da lei civil. Aliás, era bem provável que Lameque fosse, à ocasião, o
governante daquela cidade.

Penso que, se não houvesse uma lei civil rígida hoje, nosso grande problema seria o
assassinato. Tanto é que vivemos assassinando pessoas moralmente em todo o tempo, uma
vez que sempre estamos odiando pessoas ao invés de perdoá-las por seus atos praticados
contra nós. Só como exemplo dessa tese cito um trecho de Ivair Nogueira Itagiba em seu
livreto “Do homicídio”: “o homem primitivo não possuía a mínima noção de respeito à vida do
seu semelhante. O homicídio é da época pré-histórica. Matar era natural. Assassinava-se com a
sem-cerimônia do camponês que mata um réptil venenoso. Na luta para adquirir o alimento o
selvagem era crudelíssimo; cometia todas as violências com perversidade artística. O
homicídio é tão velho quando a fome”.

E, devido à lei civil que temos, nossas questões acabam sendo descarregadas nas áreas
sexuais. E, como indústria, a pornografia se alimenta disso. É uma indústria tão perversa que,
além de tudo, escraviza mulheres, aumenta o tráfego humano e, hoje, tem até mesmo se
utilizado de crianças.

Orientações práticas em lugar de receitas mágicas...


Para auxiliar os irmãos e irmãs quanto a esta reflexão, precisamos desenvolver algumas ações
um pouco mais práticas. Busco não ser pragmático, pois, a meu ver, um conjunto de ações
podem funcionar melhor que ações isoladas. Com isso, quero dizer que não bastam as atitudes
exteriores para a luta contra o vício em pornografia, por mais que elas possam nos auxiliar em
certa medida. Contudo, é necessária uma transformação moral e interna.

Algumas questões básicas e, a meu ver, um tanto óbvias, apenas citarei sem me delongar na
explicação. Por exemplo, pressuponho que aqueles que param para ler um texto como este
tenham a vontade de serem libertos do pecado e sentem arrependimento. Mas, não podemos
ver o arrependimento como um ato legalista, como já me deparei diversas vezes ao escutar
por aí que “o arrependimento verdadeiro tem que ser acompanhado de lágrimas” ou que “só é
arrependimento de verdade se abandonou o pecado”. Devemos pensar no arrependimento
como a tentativa de domar um cavalo selvagem. Você pode até cair várias vezes, mas, duas
coisas devem estar presentes sempre que você cai: a própria dor da queda e a vontade de
tentar novamente com tudo o que você tem. Assim, fica claro que o pecado deve produzir
tristeza, mas, nem sempre ele virá acompanhado de lágrimas, uma vez que o choro pode
requerer algumas características da própria personalidade ou história do indivíduo. A vontade
de vencer o pecado é mais importante e é esta vontade que nos impulsionará vorazmente
para algumas ações que devemos empreender.

A primeira ação que devemos ter em perspectiva é o ato da confissão. Devemos procurar
ajuda e falar do problema, confessar o nosso pecado. Há situações nas quais resolvemos
algumas questões apenas entre nós e Deus. Há outras nas quais precisamos do outro como um
representante de Deus diante de nós. Todavia, precisamos buscar nos confessar com uma
pessoa confiável, preparada e que tenha a graça como cultura em sua vida.

Confessar é difícil por uma série de fatores. Nem sempre encontramos a porta da graça aberta
ao buscar um irmão ou irmã para conversar. Na época em que enfrentei dificuldades com a
pornografia, senti que tinha poucos amigos confiáveis com os quais poderia me confessar. Em
certa ocasião, assentei-me à mesa com um amigo e achei que aquela poderia ser uma boa
oportunidade para minha confissão. No entanto, ele se adiantou falando de forma um tanto
desdenhosa, sobre quantas pessoas estavam presas à pornografia e como aquele era um mal
sobre o qual tínhamos que fazer alguma coisa. Muito provavelmente não tenha sido intenção
daquele amigo me fazer sentir o que senti, mas, sua expressão de certo desdém quanto àquele
tipo de pecado fechou para mim a porta da graça e não tive coragem de me confessar, de dizer
que, de fato, aquele era um problema enfrentado por muitos, inclusive por mim àquela época.
Então, já desmotivado a me confessar ou pedir ajuda àquele amigo, só pude concordar com o
que ele estava dizendo: “Realmente, né? Muitas pessoas presas a esse pecado... Precisamos
mesmo fazer alguma coisa...”, disse eu, um tanto decepcionado e desanimado.

Portanto, se você se dispõe a ser um líder na igreja e a discipular pessoas, tenha o cuidado de
não parecer desprezar uma situação enfrentada por outros irmãos. Muitos deles chegam até
nós já com um imaginário de que serão rejeitados e desprezados pelo tipo de pecado que
necessitam confessar. Tenha a graça de Deus como perspectiva sempre. Nós, como cristãos,
devemos aprender a lidar com os pecadores, lembrando-nos de que nós somos parte desse
grupo. Nossa hipocrisia deve ser deixada de lado pois, afinal, devemos manter em perspectiva
o fato de que TODOS somos pecadores! É essa perspectiva que condiz com a graça do
Evangelho e é ela que nos ajudará a acolher o irmão que vem até nós confessar, muitas vezes
angustiado e desesperançoso, seu pecado.
Por outro lado, devemos ter a coragem de nos expor quando estamos lidando com situações
de aprisionamento. Quando nos confessamos ao irmão, estamos nos confessando a Deus de
uma forma mais honesta. O irmão diante de nós, aquele a quem estamos confessando nosso
pecado e pedindo ajuda, representa Cristo. E é nessa situação, na oração do irmão por nós,
que teremos a certeza de que fomos perdoados. Muitas vezes, quando nos confessamos a
Deus diretamente, ou seja, sem a presença de um irmão ou irmã, estamos simplesmente nos
auto absolvendo e, assim, em muitos desses casos, a situação não se resolve e continuamos
aprisionados ao nosso pecado, escravos de nossas vontades e desejos.

Além disso, na confissão pública - ou seja, quando confessamos a um irmão ou irmã -, nosso
próprio orgulho é quebrado. Todo pecado esconde o orgulho como sua raiz. Mata-se a raiz,
morre o pecado. Contudo, não se trata de um passe de mágica. Nem sempre essa confissão
será suficiente para vencer definitivamente o pecado. Em alguns casos, precisaremos de
muitas confissões e de uma caminhada em discipulado com um irmão que nos ajude a
encontrar caminhos para vencer nosso pecado. Outras vezes, como no meu caso àquela época,
confessa-se uma vez e a libertação acontece.

Outros conselhos práticos...

Como mencionamos anteriormente, outra causa para a busca da pornografia está na busca por
aliviar uma carga de estresse, uma busca por compensação de prazer, quando não estamos
separando tempo para descanso, prática de atividades físicas e atividades saudáveis que nos
distraiam e descansem. Nesse sentido, outra atitude que pode nos ajudar é descarregar o
estresse. Nesse caso, uma boa atividade física auxilia bem. Talvez, praticar artes marciais, fazer
uma corrida ou outra atividade física, como jogar bola, ou algo prazeroso, como atividades
manuais ou outras atividades de que goste podem ser bons aliados na luta contra a
pornografia e a masturbação.

Mais uma atitude importante também seria a militarização da mente. Uso este termo
emprestado do filme “A Origem” (Inception), com participação de Leonardo DiCaprio, que
mostra um sonho que se passa dentro de outro sonho. Enfim, se não conhece o filme não tem
problema. A ideia é que precisamos estar atentos à mente.

Estamos em uma sociedade que estimula muito a pornografia e nos incentiva enxergar as
pessoas meramente como objetos sexuais. Assim, precisamos, o tempo todo, estar atentos à
forma como enxergamos as pessoas, o que pensamos a respeito delas e, de forma consciente
e intencional, nos vigiar constantemente. Sempre que virmos uma pessoa e a acharmos bonita
e atraente, por exemplo, de forma que isso desperte nossos desejos sexuais, precisamos nos
atentar para isso, reprimir esses desejos inapropriados e clamar a Deus que aquele sentimento
que nos veio e despertou imagens a respeito daquela pessoa sejam removidos de nossa
mente, de forma que esta seja purificada e transformada pelo Espírito Santo de Deus.

Esse tipo de batalha que se dá em nossa mente é fundamental para nos mantermos sóbrios
nesta questão. Contudo, apenas essa atitude não funcionará sem um próximo passo, que é
uma transformação interna. Nossos valores a respeito da forma como olhamos as pessoas
precisam ser purificados. Como Paulo instruiu a Timóteo: “Não repreenda asperamente ao
homem idoso, mas exorte-o como se ele fosse seu pai; trate os jovens como a irmãos; as
mulheres idosas, como a mães; e as moças, como a irmãs, com toda a pureza” (1 Tm 5.1,2).
Consideremos a comparação expressa pelo apóstolo Paulo. A partir de sua orientação,
precisamos claramente transformar a nossa maneira de considerar as pessoas ao nosso redor.
Em termos criacionais, a humanidade é uma grande família. Portanto, mesmo aquelas pessoas
que se dispõem a serem usadas pela indústria da pornografia como objetos sexuais devem ser
amadas por nós, dignificadas pela atitude que dirigimos a elas como filhos de Deus que somos.
Precisamos enxergar essas pessoas como enxergamos nossa família: mãe, pai, irmãos e irmãs,
e enxergá-las com o mesmo amor e misericórdia com que Deus as enxerga.

Em um contexto normal de família, ninguém tem desejos pela irmã ou pela mãe, ninguém
deseja consumi-los como produtos sexuais. Família é algo de que a gente cuida, protege e da
qual a gente cobre a nudez, assim como fizeram os dois filhos de Noé quando seu pai ficou
embriagado (Gênesis 9:20-23).

Então, a forma como demonstramos verdadeiramente o amor de Deus por essas pessoas é
não vendo a sua nudez. Não se trata de uma atitude pensada somente em nossa própria
direção, um pensamento como “não vou ver isso para não me contaminar”. É algo mais
sublime que isso! Mais que uma autopreservação ou, até mesmo, uma atitude puramente
religiosa, trata-se se pensar no próximo, de preservar o outro, de ter misericórdia do outro e
se mover de profunda misericórdia por essas pessoas a ponto de querer cobrir sua nudez e
interceder por sua salvação. Um pensamento como “Não, este não é um objeto para minha
satisfação sexual egoísta e pecaminosa! Este é um ser humano, criação de Deus, amado de
Deus, alvo do sacrifício de Cristo e da obra da Redenção. Este é um pecador que, como eu,
precisa ser resgatado pela obra milagrosa de Cristo! Cristo pode restaurar essa vida! Que Deus
tenha misericórdia desta pessoa como teve de mim e traga salvação sobre ela”. Portanto,
quando não contemplo a nudez desse outro ser humano é também para que este não perca
sua dignidade diante dos meus olhos. O amor passa a se mover de mim em direção ao
próximo, e não somente de mim para mim mesmo.

Finalmente, como leitura complementar sobre o tema, sugiro o artigo de Guilherme de


Carvalho, a pessoa que me ajudou naquele momento de luta contra o pecado. São deles as
referências que tomei para escrever este artigo. O texto se intitula “Pureza e Impureza Sexual”
e está disponível em: http://ultimato.com.br/sites/guilhermedecarvalho/2013/06/01/pureza-
e-impureza-sexual/. Que Deus te abençoe!

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