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TEOLOGIA DO PECADO (PARTE 3)

A JORNADA
EM BUSCA DEDO
TEOLOGIA UMA
PECADORELEVANTE
TEOLOGIA (PARTE 3)

Aula 1
Aula 46
1803
dede
março de 2021
Fevereiro de 2022

YAGO
Aula MARTINS
ministrada por
Pedro Pamplona

Transcrição: Pedro Antunes Revisão e adaptação: Débora Oliveira


Transcrição: Júlia Costa | Revisão e adaptação: Alana Lins | Diagramação: Loanny Costa
AULA 46 @institutoschaeffer
TEOLOGIA DO PECADO (PARTE 3)

Aula 46
Teologia do pecado
(parte 3)
Em aulas passadas eu comecei em Efésios 3:1-3 e vimos um resumo
dessa perícope onde Paulo fala muito sobre o pecado. Há muitos
elementos sobre a teologia do pecado de Paulo de forma condensada
nesses versículos. Nós vimos o vocabulário que Paulo usa. Vimos as
palavras que Paulo usa para pecado. Hamartia, como pecado; vimos
a Palavra paraptoma, como sendo transgressão; vimos epithymia
que é o desejo e a paixão; vimos ainda parábases, que também
é traduzido como transgressão. Esses não são os únicos textos que
Paulo usa para pecado, mas esses são os principais. E Paulo usa de
diversidade de pecado para apresentar como o pecado se mostra de
maneiras diferentes. Depois fomos a um conceito muito importante
de Paulo que é o pecado enquanto um poder. algo que está sobre nós.
Nós estamos debaixo desse poder. Romanos 3:9 diz que estamos
debaixo do pecado. Nós vivemos sob esse poder que nos oprime. Há
uma influência sobre nós. Algo que tem nos manipulado e carregado.
Em seguida olhamos para a relação do pecado com a lei, onde nós
gastamos mais tempo, onde também vimos aqueles textos que dizem
que onde não há lei, aí não há transgressão. Estudamos um pouco
sobre isso a partir do termo parábases. Olhamos para Romanos 5 onde
diz que antes de existir lei já existia pecado. Olhamos para alguns
textos e vimos características sobre a lei em relação ao pecado. Vimos
que a lei não criou o pecado, nem que o pecado só começou a fazer
efeito com a lei, mas a lei clarificou o pecado e aumenta, suscita a ira
de Deus. Agora poderíamos transgredir mandamentos mais claros aos
quais podemos desobedecer conscientemente. A lei veio para clarificar
o pecado e suscitar a ira de Deus, pois uma coisa é desobedecer sem
lei, outra é desobedecer com a lei, mesmo que isso não influencie em
salvação ou morte, mas é um peso, como no exemplo que dei sobre um
filho que desobedece ao pai. Vimos que a lei não tem poder para nos
libertar do domínio, do poder do pecado, e vimos que a lei aponta para
a necessidade que nós temos de um salvador que, sim, é capaz de nos
libertar do domínio do pecado e reverter a nossa situação.
Retomarei a aula a partir do slide sobre a essência do pecado.
Qual, então, é a essência do pecado para Paulo? Quando olhamos

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para o pecado, e veja que estamos olhando para o pecado sempre


no singular, ou seja, tudo o que envolve a pecaminosidade ao nosso
redor, um princípio que regula nossa vida, a condição pecado, quando
olhamos para isso qual é sua essência? Quando olhamos para o texto
conhecidíssimo de Romanos 3:23, nós começamos a ter alguma ideia
de qual é essa essência do pecado: “pois todos pecaram e carecem
da glória de Deus”. Fazendo uma leitura até devocional desse texto,
nós percebemos que o pecado tem alguma relação com Deus. Todos
pecaram e todos carecem da glória de Deus, então o pecado é algo feito
com relação a Deus. E nós podemos aprender de vários textos bíblicos
que o pecado é contra Deus. Davi falou no Salmo 51 “pequei contra
ti”. Além disso, ele traz essa consequência. Nós somos afastados da
glória, nós carecemos, nós não temos mais a glória de Deus. O pecado
diz respeito à nossa relação com Deus e mexe com essa relação. Com
isso nós já entendemos o que é essa essência.
Pecar é carecer, é estar longe de Deus, longe do seu caráter, longe
da sua natureza, é não viver em conformidade com Deus. Nós pecamos
e nos afastamos da vontade de Deus e de nosso relacionamento com
Deus, carecemos dele e de sua revelação. Na prática, isso é trabalhado
por Paulo em Romanos 1:18-23. Trabalhamos muito em Romanos
visto que Paulo fala muito de pecado nesta carta. Em Romanos 1.18, é
onde ele começa a tratar tanto da pecaminosidade dos gentios quanto
de judeus, para depois trabalhar sobre a salvação desse pecado, a partir
dos capítulos 3 e 4. O verso 18, eu creio, é onde nós começamos a ter
uma base da essência do pecado, ou o grande fundamento da nossa
pecaminosidade.
“A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e injustiça
dos seres humanos que, por meio da sua injustiça, suprimem a verdade.
Pois o que se pode conhecer a respeito de Deus é manifesto entre eles,
porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus,
isto é, o seu eterno poder e a sua divindade, claramente se reconhecem,
desde a criação do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que
Deus fez. Por isso, os seres humanos são indesculpáveis. Porque, tendo
conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram
graças. Pelo contrário, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios,
e o coração insensato deles se obscureceu. Dizendo que eram sábios, se
tornaram tolos e trocaram a glória do Deus incorruptível por imagens
semelhantes ao ser humano corruptível, às aves, aos quadrúpedes e
aos répteis.” (Romanos 1.18-23)
A partir desse texto, Paulo vai começar a tratar de alguns outros
pecados, vai tratar da depravação da mente, do corpo, da imoralidade

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sexual, onde ele fala, também nesse contexto, da homossexualidade,


e ele vai falar das manifestações pecaminosas depois. Antes de tudo,
ele traz o que é a essência. Aquilo que fez com que Deus entregasse os
homens à sua própria condição reprovável de mente, aquilo que trouxe
ao coração humano toda essa rebeldia contra Deus. Para Paulo, essa
essência é a idolatria. É ter a revelação de Deus, os atributos invisíveis
de Deus, revelados na criação, onde o ser humano poderia ter algum
tipo de acesso a algum tipo de revelação natural - a qual o levasse a
crer que havia um Deus Criador, a procurá-lo e entender que o Deus
Criador é o Deus de Israel. Além disso, eles preferiram trocar a glória
do criador pelas coisas criadas. Essa relação de como o pecado surgiu
com a essência do pecado às vezes até se confunde. Não havia idolatria
antes do pecado e, depois do pecado, sua essência foi a idolatria. É
difícil de explicar. Mas nós temos aqui, nesse ato de esquecimento do
Criador e passar a adorar a criatura, o rompimento pecaminoso com
Deus.
Em Gênesis, a tentação da serpente com Adão e Eva era a ideia
de que quando eles comessem o fruto eles seriam como Deus. Ele
os tentou dizendo que Deus sabia que eles não morreriam. A ideia
que eles tiveram foi de que eles saíriam da situação de submissão e
inferioridade para com Deus, para passar a ser como Deus, e fazem-
se, de alguma forma, Deus. Isso é idolatria. Nós temos na ideia da
essência do pecado o nosso rompimento do nosso relacionamento com
Deus. Nós pecamos contra Deus porque somos idólatras. No centro do
nosso coração e dos nossos desejos, da nossa mente estão outras coisas,
que são criadas, e não o Criador. Geralmente, somos nós mesmos no
centro. Nós queremos satisfazer os nossos próprios desejos e não a
vontade de Deus. Nós queremos trilhar os nossos próprios caminhos e
não os caminhos de Deus. Adoramos outras coisas e não a Deus. Isso
nos levou a ser tolos. Depois, Deus vai nos entregar à uma condição
reprovável e, a partir disso, Paulo vai dizer que nós corrompemos o
nosso entendimento de Deus, sobre aquilo que Deus criou.
Paulo usa a homossexualidade como exemplo porque é uma clara
perversão do que Deus criou. Deus criou o casamento para ser entre
homem e mulher, mas eles caminham em direção contrária ao que
Deus criou, porque são idólatras, não seguem a Deus e estabeleceram
relações entre si, homens com homens, mulheres com mulheres. Paulo
usa isso como exemplo para mostrar como a idolatria se desenrola na
total desobediência aos princípios de Deus. Nós temos essa grande
essência do pecado, a idolatria, que leva à imoralidade e a todo esse
caos que está dentro de nós.

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Como resolvemos o problema da idolatria? Trabalhei sobre


isso quando tratamos sobre o pecado da homossexualidade aqui na
Escola de Teologia. A resposta é que a idolatria é combatida com o
evangelho. Você precisa assumir que Deus é o Senhor da sua vida e
isso é feito por meio de Jesus Cristo. Mais uma vez nós percebemos de
forma diferente, por vários caminhos de argumento, nós percebemos
que o problema do pecado só é resolvido por meio do evangelho. Só o
evangelho consegue colocar Deus no centro dos nossos corações e das
nossas vidas. Só Jesus pode nos libertar do poder do pecado, da mesma
forma que eu disse que só o poder do evangelho e da graça de Deus
podem nos tirar da condição de depravados. Só o evangelho pode nos
colocar de volta no centro das nossas vidas. É por isso que eu disse que
só uma boa educação não pode resolver o problema do nosso pecado,
só o avanço científico não resolve o problema do nosso pecado. Se o
problema é Deus de lado, fora do centro, na margem, a solução não
tem a ver comigo mesmo. Eu posso mudar completamente. Deus
continuará na margem. Posso ter a melhor educação do mundo, estudar
nos melhores colégios. Posso fazer a melhor terapia do mundo, com os
melhores psicólogos e psiquiatras, moldar minhas emoções em todas
as áreas, Deus continuará à margem, porque o problema é esse. Nosso
coração só começa a viver em santidade e abandonar o pecado quando
Deus está no centro das coisas, reconhecendo que ele é o Criador. Para
Paulo a essência do pecado humano é a idolatria.
“Pastor, eu tenho vivido um problema de pecado, eu luto e
não consigo parar de pecar. Eu tenho uma tendência a esse pecado.”
Você deve se perguntar, quando você está pecando, quando a tentação
te chama, quando tal pecado contra o qual você luta a tanto tempo e
te corrói, quando você se entrega ele, você está adorando a quem?
que ídolo tem se alimentado no seu coração com esse pecado. Então
você poderá trabalhar na essência do pecado. Geralmente o pecado
está satisfazendo um ídolo seu, muitas vezes é você mesmo, e ao
satisfazer este ídolo você se satisfaz de alguma forma. Então você
precisa se perguntar “quem eu estou adorando quando eu cometo esse
pecado? Estou adorando a mim, outra pessoa, meus filhos, minha
namorada, minha esposa, ou outra coisa?” O que você está adorando?
Como isso satisfaz o seu coração, então você poderá tratar disso na
raiz do problema, pois você identifica o seu ídolo e não corta isso do
seu coração, talvez o pecado será deixado lá. Se o ídolo ainda está
alí, você pode tirar um pecado A, mas você poderá migrar para um
pecado B que irá satisfazê-lo. No pecado que te atormenta, quem você
está adorando quando você peca? Há um livro muito interessante
chamado Purificando o coração da idolatria sexual, e ainda outro

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chamado Ídolos do coração, onde você poderá aprender mais sobre


isso. É muito importante você ter em mente que esta é a essência do
pecado para Paulo.
Vamos agora falar de pecados no plural agora. Temos falado
sobre a situação pecado, desse princípio pecado. Agora, falaremos de
pecados, dos vários tipos de pecado. E eu queria começar dizendo
que eu não sei quantos pecados existem, não tem como falarmos de
todos os pecados que existem. Há pecados que eu nem conheço. A
bíblia diz que os homens são inventores de males. As pessoas estão
inventando formas de fazer o mal o tempo todo. Nem a bíblia tem
uma lista exaustiva de pecados, mesmo quando olhamos para listas de
pecado que Paulo faz. Alí tem quase nada em comparação aos pecados
que existem na humanidade, apesar de ele usar palavras que resumem
vários tipos de pecado e poderiam se encaixar ali. Essas listas são
resumo, não formas de apresentar pecados de maneira exaustiva. Não
tem uma categorização sistematizada, são listas que ele fala de acordo
com o que ele está escrevendo, para a igreja a qual escreve de forma
resumida.
O que farei aqui é seguir um estudo, também de Douglas Moo,
que lista três tipos de pecado que ele citou em suas cartas. Isso é muito
interessante para percebermos os pecado que Paulo mais citou, que ele
mais se preocupou em exortar. E gostaria que, à medida que leio, faça
uma análise da sua vida. Esta é uma aula sobre pecado, bem pastoral,
quero que você pense em sua vida. Depois ore, se arrependa, trate com
seu pastor a mudança.
Três tipos de pecado sobre os quais Paulo mais fala. O primeiro
é o pecado da ganância e o da cobiça. Isso é muito atual. Paulo fala
disso várias vezes. Efésios 4, 5, Colossenses 3, 1 Timóteo 3, 1 Timóteo
6, 2 Timóteo 3, Tito, Paulo fala várias vezes sobre a ganância e sobre
a cobiça.
Colossenses 3:5: “Portanto, façam morrer tudo o que pertence
à natureza terrena: imoralidade sexual, impureza, paixões, maus
desejos e a avareza, que é idolatria;” Avareza é a palavra pleonoxia,
que é ganância ou cobiça. Olha o que ele diz. Esse é um texto que casa
com o que acabamos de ver. Essa avareza faz parte da nossa natureza
terrena. Faz parte do nosso pacote de pecado. Nós temos a tendência
a sermos gananciosos, de cobiçar. Isso está em nós. E Paulo conclui
que a avareza e a ganância são idolatria. Perceba que isso só é dito
sobre a avareza, sobre a pleonoxia. Por mais que outras coisas venham
da idolatria, Paulo dá ênfase maior sobre a ganância. “E a avareza,

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que é idolatria”. Ser ganancioso é ser idólatra. Paulo trabalha muito


com o Antigo Testamento quando ele fala isso. O Antigo Testamento
sempre coloca a busca exagerada da riqueza, sempre em competição
com adoração a Deus, com o próprio Deus, como fruto de segurança.
Nós temos esse background judaico que tratava sobre isso. E essa
ganância como esse desejo de sempre acumular mais nos passa uma
ideia de que a nossa segurança não está em Deus, de que Deus não é o
nosso provedor. e se estamos o tempo todo preocupados em ter mais,
tendo o dinheiro com o nosso foco, Deus tem uma relação bem difícil
com pessoas que pensam assim. Deus não dá seu lugar no teu coração
ao dinheiro. Paulo fala a Timóteo que aqueles que querem ficar ricos
entram em grande cilada e o amor ao dinheiro é a raiz de todos os
males. Paulo bate bastante na ganância.
Nós vivemos em um mundo muito “coachinizado”. Vemos
outras pessoas se tornando milionárias “ensinando” outras pessoas
a ficarem milionárias. E nós vemos muito essa cultura de ficar rico,
e cedo. “Tenho que ficar rico, eu preciso ficar rico”. Gente que fica
endividado para ficar rico. E Paulo fala sobre isso. Se você é ganancioso
você é um idólatra, se o maior alvo da sua vida é ficar rico. Uma das
formas de você idolatrar o dinheiro é quando você tem dificuldade de
dizimar. O dízimo, oferta, seja lá como você chamar, tem um padrão
que o novo Testamento nos deixou, que é uma adoração a Deus, mas
também é didático e libertador. Quando eu estou priorizando a minha
contribuição à igreja, eu aprendo a lidar melhor com a minha igreja,
para não ser ganancioso. Quantas vez eu já pensei que se eu não
desse o dízimo naquele mês eu poderia comprar aquilo que eu tanto
poderia comprar, que se eu deixasse de dar o dízimo em seis meses,
eu poderia fazer aquela viagem que eu queria fazer, que se eu pegasse
meu dízimo e investissem em ações, em fundos imobiliários, eu teria
uma renda muito boa no futuro. Pura ganância. O dízimo é litúrgico
e didático e nos ensina a combater a ganância e a avareza. Para tratar
muito sobre isso e nós devemos estar atentos a esse pecado e tem
levado muita gente como o próprio Paulo diz à ruína. Muitos não têm
um bom relacionamento com Deus porque pensam muito no dinheiro,
que trabalha demais pelo dinheiro, vai a igreja de menos por causa do
dinheiro e tem acabado com a vida por causa do dinheiro.
O segundo pecado no qual Paulo fala muito é a imoralidade
sexual. Você já deve ter notado que a imoralidade sexual estava entre
os que eu citei. Conhecemos vários textos onde Paulo fala sobre
imoralidade sexual. Romanos 1 é um deles, 1 Coríntios 5 e 6, Efésios
4 e 5, 1 Tessalonicenses 4, 1 Timóteo 1 nós também temos e muitos
outros.

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O texto de 1 Tessalonicenses 4:3-5 é mais emblemático sobre


esse pecado: “Pois a vontade de Deus é a santificação de vocês: que
se abstenham da imoralidade sexual; que cada um de vocês saiba
controlar o seu próprio corpo em santificação e honra, não com desejos
imorais, como os gentios que não conhecem a Deus.”
Paulo diz que a vontade de Deus é que sejamos santos e, nesse
contexto, Paulo aplica santidade principalmente ao pecado sexual. Se
abstenham. Não façam. Neguem a imoralidade sexual. E que vocês
aprendam a “controlar o seu próprio corpo em santificação e honra”.
Fujam dos desejos imorais. É um chamado. A vontade de Deus é que
vocês sejam sexualmente puros e que vocês fujam da imoralidade
sexual.
Paulo fala isso pois ele vivia em um contexto onde o sexo,
como nos nossos dias, era um tema sempre em debate. Naquela época
existia uma perversidade sexual muito grande no império romano.
Havia cultos que eram espécies de orgias. Haviam prostitutas cultuais.
Havia a cultura da pederastia no império romano também. Tudo isso
trazia um risco muito grande de imoralidade sexual. Este é um pecado
perene na história da humanidade. Perversidade sexual é algo que
sempre vai existir. Veja que o pecado que Paulo usa para mostrar a
idolatria e a rebeldia contra Deus é a imoralidade sexual. Você vê Paulo
falando de pornéia, que se demonstrará de algumas formas diferentes
na bíblia. Paulo falou muito sobre o pecado sexual também.
Sempre temos que observar nossa vida em relação a isso.
Como minha vida sexual está. Com relação a tudo. Se você é solteiro,
como está minha vida com relação à masturbação, com a pornografia,
com os pensamentos imorais, com os olhos e os desejos, com as
tentações? Se você namora, como está sua vida sexual com relação
à sua namorada? Se casado, como está sua vida sexual com relação
à sua esposa? Sempre avalie isso. Paulo estabelece um grande alerta
sobre isso. E nós devemos seguir o Apóstolo Paulo. Satanás usa muito
isso para destruir nossas vidas.
Outro pecado muito citado por Paulo, são os pecados da língua.
Esse é outro tipo de conjunto de pecados sobre o qual Paulo muito
trata. Vemos isso em Efésios 4 e 5, Colossenses 3, 1 Timóteo 1 e 3,
2 Timóteo, e Tito também. Paulo fala bastante do pecado da língua.
A bíblia fala muito sobre. Tiago, Provérbios, etc. Paulo fala que nós
pecamos muito com nossa língua. Basta olhar para o nosso dia a dia
que poderemos perceber essa realidade.

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Efésios 4:25, por exemplo: “Por isso, deixando a mentira, que


cada um fale a verdade com o seu próximo, porque somos membros
do mesmo corpo.” O pecado da língua aqui, inclui a mentira. Inclui
também a destruição do próximo por meio da língua: “Não saia da
boca de vocês nenhuma palavra suja, mas unicamente a que for boa
para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos
que ouvem.” (Efésios 4:29). Às vezes temos o entendimento reduzido,
sobre o que se traduz como “palavra suja” (NAA), ou “palavra torpe”
(ARA;ARC),que é o termo grego saprós, que tem um significado de
algo que é podre, que é ruim. É interessante perceber que isso não se
refere apenas a palavrões, que também pode ser, mas inclui outras
coisas. Não podemos reduzir esse texto somente ao falar palavrão.
Perceba agora o que está em contraposição à saprós: “mas
unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade,
e, assim, transmita graça aos que ouvem.” Não saia “palavra torpe”,
ao contrário, “...aquilo que edifica”, que transmite graça. Então tudo
o que é dito ao contrário permite-nos entender a abrangência do
significado da palavra torpe. A palavra torpe é aquilo que, ao contrário
da edificação, traz maldição, traz destruição, que não transmite graça,
mas essa maldição. Então, para mim, pelo contexto, a palavra torpe
é aquela que é usada para destruir o outro. Você pode fazer isso sem
dizer nenhum palavrão. Você pode estar em uma discussão com seu
cônjuge, ou amigos e poder usar sua língua, com muita educação,
você pode estar trazendo um mal para o outro. Por mais que palavrões
destruam pessoas, não pense que isso significa apenas isso. Aqui é um
discurso que destrói e que amaldiçoa. É um dos vários tipos de pecado
que Paulo fala na bíblia. E assim como devemos sempre analisar o
coração ganancioso, nossa relação com o pecado sexual, devemos
sempre analisar nossa língua, nosso linguajar. Como temos falado
com os outros? Como eu falo com quem me exorta? Como eu falo
com quem discorda de mim? Como eu falo nos debates e discussões?
Como eu falo com minha esposa? E já que hoje, além de falar, nós
escrevemos, como eu me manifesto nas redes sociais? Como eu falo
com outras pessoas no debate público? Como eu opino? Naquilo que
eu escrevo e posto, eu tenho destruído as pessoas, ou tenho transmitido
graça e edificado? É uma avaliação que nós sempre devemos fazer.
Estes são os três tipos de pecado que Paulo mais fala. Fique com isso
em mente para sempre se avaliar. A ganância, o pecado sexual e o
pecado da fala, ou da língua.
Também é importante dentro da teologia paulina sobre o
pecado, vemos o conceito de Paulo sobre a carne e o termo que ele usa
para falar sobre a carne. O termo grego para carne é sarx, e em alguns

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textos o termo não é traduzido como carne, mas como pecado, ou


como outras coisas. Paulo usa esse termo para tratar de vários assuntos
inclusive, não só sobre pecado. Há um campo semântico muito grande
nesta palavra. Eu peguei um resumo em que sarx aparece em corpus
paulino.
Quatro sentidos em que Paulo usa carne (sarx) em seus escritos.
O primeiro é o mais literal, quando ele fala de carne no sentido físico
e biológico, a carne que cobre os ossos. 1 Coríntios 15:38, 39, Paulo
vai usar carne neste sentido: “ Mas Deus lhe dá corpo como ele quer
dar e a cada uma das sementes dá o seu corpo apropriado. Nem toda
carne é a mesma; porém uma é a carne dos seres humanos; outra, a
dos animais; outra, a das aves; e outra, a dos peixes.”
O segundo sentido é quando Paulo fala do corpo humano
por completo, como por exemplo 2 Coríntios 7:1 quando ele diz:
“Portanto, meus amados, tendo tais promessas, purifiquemo-nos de
toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa
santidade no temor de Deus.” Ele fala tanto do espírito como do corpo.
Nós temos um terceiro sentido, que é quando Paulo usa sarx
para a falar da pessoa, do ser humano. 1 Coríntios 1:28 não tem a
palavra carne na tradução, porque Paulo está usando sarx para no
sentido de ser a pessoa humana: “E Deus escolheu as coisas humildes
do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a
nada as que são, a fim de que ninguém se glorie na presença de Deus.”
“Ninguém” é sarx. Se fôssemos traduzir literalmente seria “a fim de
que nenhuma carne se glorie diante de Deus”, e essa “carne” está no
sentido de pessoa humana.
Tome muito cuidado quando fizer, ou ler algum estudo que
diz “ Em 1 Coríntios 7:1 carne significa isso, portanto, em 1 Coríntios
1 também vai significar isso”, uso esse caso como exemplo. “Se na
mesma carta, no capítulo 15, carne significa carne física, no sentido
biológico, então no capítulo 1 também deve ser, já que é o mesmo
termo”. Muitos usam o grego assim. Isso é uma falácia exegética bem
básica. Olhe para o português, por exemplo, usamos “manga” para a
fruta ou para a parte da camisa. Só saberemos pelo contexto.
Agora, nós veremos a carne como conceito ético, a condição
do pecado da humanidade, que também é o termo sarx. O texto mais
comum é o de Gálatas 5:16,17: “Digo, porém, o seguinte: vivam
no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne. Porque a
carne luta contra o Espírito, e o Espírito luta contra a carne, porque

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são opostos entre si, para que vocês não façam o que querem.” É o
sentido de carne no conceito ético, “desejos da carne”, nossa condição
de pecado. Aqui está claro um princípio de que a carne é contrária
ao princípio do Espírito, a condição de quem vive nos Espírito. A
carne tem esse uso ético e essa condição que nos aponta para a nossa
condição de pecado. Não é mais o ser humano, o corpo humano, ou
material biológico, mas agora é um status. O nosso status sem Cristo é
a carne. Só temos duas opções, ou andamos no Espírito ou na carne.
É importante fazer uma colocação que Paulo faz principalmente
em sua carta aos Colossenses. Ao usar carne, Paulo não está dizendo
que a origem do pecado está no corpo físico, ou que o pecado está
exclusivamente ligado ao corpo físico. Não se trata da ideia de
que o Espírito seja puro e que está apenas aprisionado nesse corpo
pecaminoso, que era uma ideia muito conhecida naquele tempo entre
os gnósticos e algumas filosofias gregas que pregavam esse tipo de
dicotomia que estava entrando na igreja como parte de uma ética cristã
de que nós teríamos que nos libertar do corpo, ou de que poderíamos
viver em santidade, mesmo entregando o corpo ao pecado, como os
coríntios pensavam. Paulo não tem essa ideia.
Em Colossenses 2:20-23 ele fala contra isso: “Se vocês
morreram com Cristo para os rudimentos do mundo, por que se
sujeitam a regras, como se ainda vivessem no mundo? Todas estas
coisas se destroem com o uso; são preceitos e doutrinas dos homens.
“Não toque nisto”, “não coma disso”, “não pegue naquilo”. De fato,
essas coisas têm aparência de sabedoria, ao promoverem um culto que
as pessoas inventam, falsa humildade e tratamento austero do corpo.
Mas elas não têm valor algum na luta contra as inclinações da carne.”
O que Paulo está dizendo é pesado.
Em Colossenses, adentrou um tipo de heresia gnóstica, meio
helenística, uma mistura bem sintética, há até uma dificuldade em
definir qual era essa heresia e Paulo atacou esse tipo de ascetismo e de
negação do corpo, onde as pessoas diziam que a ética cristã é negar
qualquer tipo de desejo do corpo, negando a vida do corpo, o que
importa é o Espírito. O corpo precisa ser rejeitado porque é pecado.
Eles viviam com esse tipo de regra. Coisas que Deus nunca proibiu e
as pessoas dizendo que nunca deveriam fazer isso ou aquilo. Paulo diz
que isso não vale de nada contra a inclinação da carne, porque não é
algo exclusivo do corpo, não é como se estivesse presente no nosso
físico. Paulo diz que o pai, a essência do pecado é a idolatria, está no
coração. Estamos sob o pecado. Não é só algo físico

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Então, quando Paulo fala de carne, não confunda, ou referencie


diretamente aos outros significados de carne que Paulo usa, como
corpo, ou material físico. E pecado não é exclusivo disso. E há muitos
cristãos que pensam assim. Com a ideia de que o Espírito é puro e o
corpo é que é pecador, de que aqui nós temos que viver para negar o
desejo do meu corpo, enquanto Deus não leva o meu espírito puro para
viver espiritualmente no céu, esquecendo que Jesus tem um corpo e
que nós também ressuscitaremos em um corpo com 1 Coríntios 15 diz.
Nossa eternidade é corporal, mesmo que em corpos glorificados.
Um outro texto onde Paulo fala sobre a carne, onde ele usa
dos seus diversos significados é no capítulo 8 de Romanos. Romanos
8: 5-8 diz assim: “Os que vivem segundo a carne se inclinam para as
coisas da carne, mas os que vivem segundo o Espírito se inclinam
para as coisas do Espírito. Pois a inclinação da carne é morte, mas
a do Espírito é vida e paz. Porque a inclinação da carne é inimizade
contra Deus, pois não está sujeita à lei de Deus, nem mesmo pode
estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.”
Vou resumir o que ele explica sobre a situação da carne. “Os
que vivem segundo a carne…”, então, carne é uma condição de vida. A
condição de pecado, uma situação que nós vivemos, é o caminho que
nós andamos. As pessoas vivem “segundo a carne” e “se inclinam para
coisas da carne”. A carne nos inclina e nos leva. Ela nos influencia a
desejar as suas próprias coisas, seus próprios pecados. Vivemos isso
e temos esses desejos carnais. É uma condição e um status que nos
inclina às coisas da carne.
Além disso, viver na carne é o oposto de viver no Espírito.
“Mas os que vivem segundo o Espírito se inclinam para as coisas do
Espírito”, os que vivem na carne se inclinam para as coisas da carne.
Disso, podemos entender que carne para Paulo é o sistema pecaminoso
desta era e que isso está em oposição ao reino de Deus, onde somos
guiados pelo Espírito. Esta é a era da carne. Quando Deus está, o seu
reino invade o nosso tempo, nossa era, ele traz o seu Espírito para nos
guiar. Ele nos dá o já do seu reino que nós ainda não temos na sua
plenitude nesta era, mas o princípio da carne foi quebrado quando
Deus invadiu esta era. A carne é a essência desta antiga era de pecado.
É o sistema ético contrário ao sistema ético de Deus.
Paulo também diz que a carne resulta em morte, o resultado da
inclinação da carne é morte. E, em último lugar, Paulo diz que a carne
é inimizade contra Deus. “Os que estão na carne não podem agradar a
Deus.”

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Aqui nós temos um bom resumo da situação do pecado. É uma


condição de vida para a qual andamos, inclinando-nos para as coisas
pecaminosas. A situação pecado (singular) nos inclina a pecados
(plural). Esta situação é o oposto a viver no Espírito. É o sistema
pecaminoso da nossa era, ao sistema do Reino de Deus e sua ética.
Pecado na carne resulta em morte e quem está no pecado, na carne, não
pode agradar a Deus. Há muitos vivendo na carne, não arrependido,
não crendo em Jesus para livrar do poder do pecado e acha que está
agradando a Deus, porque faz caridade, porque doa para alguma
instituição, porque se acha uma boa pessoa porque nunca roubou
e nunca matou ninguém, porque tem uma família bem estruturada.
Se você está na carne, você não pode agradar a Deus. Inclusive, aos
crentes, se você está dando lugar à carne, você não está agradando a
Deus. Nós fomos criados e recriados, na salvação, para agradar ao
Senhor.
Por fim, o último ponto que eu gostaria de tratar sobre o que
Paulo fala sobre o pecado. De novo, há muito o que eu poderia falar,
mas ficaremos por aqui. E eu quero estabelecer uma relação na teologia
paulina dos pecados como os poderes espirituais. Paulo falou muito
sobre isso, a influência que os poderes espirituais do mal tem sobre o
pecado. Vou ler dois pontos que achei bons para resumir o que Paulo
fala.
O primeiro deles é em 2 Coríntios 4;3,4: “‘Mas, se o nosso
evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que ele está
encoberto, nos quais o deus deste mundo cegou o entendimento dos
descrentes, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória
de Cristo, o qual é a imagem de Deus.”A primeira coisa é que Paulo
chama Satanás e o seu poder de “deus deste mundo”. Nós temos
outros títulos como “o príncipe da potestade do ar”, ou o “mundo jaz
no maligno”, quando Paulo diz que este mundo é mal e que satanás
está atuando no mundo e pelo mundo estar no pecado, Satanás é uma
espécie de autoridade ou de poder que vai tentando manipular este
mundo de pecado, por isso “deus deste mundo”. Não que o deus
deste mundo seja satanás no sentido de que ele é soberano. Não!
Deus é soberano sobre Satanás, mas ele é este poder e é o “deus” que
representa este mundo de pecado e está sempre tentando manipular
este mundo e fazendo-o mais pecaminoso.
Paulo diz ainda que este “deus deste mundo” está atuando. Paulo
está dizendo que Satanás é atuante e está “cegando os descrentes”. Para
Paulo existe um poder espiritual que está atuando para que pessoas
não sejam libertas do pecado, para que pessoas caminhem para a

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condenação. Porque esse é o destino dele, ele quer levar o máximo de


pessoas com ele e ele está trabalhando para isso.
Um outro texto que fala sobre isso é Efésios 2:2 que diz: “nos
quais vocês andaram noutro tempo, segundo o curso deste mundo,
segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos
filhos da desobediência.” Ele diz que esses crentes que se converteram,
antes, enquanto andavam no pecado andavam segundo a vontade de
satanás, deste princípio de poder maligno espiritual, desse espírito que
atua nos filhos da desobediência. Paulo está dizendo que há poderes
espirituais que nos levam ao pecado, que levam pessoas segundo o
curso deste mundo.
Isso é tão verdade que Paulo nos diz para lutarmos contra isso.
Efésios 4:27 é bem claro: “Não deem lugar ao diabo”. O diabo está
atuando. Não dê lugar para que ele atue em sua vida. Você vai se irar?
Não peque. Não deixe o sol se pôr sobre a sua ira, porque senão você
dará lugar ao diabo. O diabo está procurando lugares para atuar. Ele
está lá em ação.
Efésios 6:11, famoso texto da armadura de Deus: “Vistam-se
com toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as
ciladas do diabo.” O diabo tem suas setas malignas, suas ciladas, suas
armadilhas. Ele quer o tempo todo nos levar ao pecado porque ele sabe
que o pecado atrapalha o nosso relacionamento com Deus. O pecado
cega, ele nos faz esfriar, o pecado nos afasta do evangelho. O tanto
que Paulo fala sobre isso nos diz a importância disso. A luta contra
o pecado também é uma luta contra Satanás. É batalha espiritual e é
batalha espiritual bíblica. É luta e oração contra Satanás. É luta de vida
devocional com Deus, luta de santidade.
Paulo usa algumas expressões para falar dessa ação espiritual
maligna. Ele usa “anjos”, “autoridades”, “governantes”, “poderes”,
“trono”. Paulo diz que satanás, os poderes malignos, estão atuando
para nos afundar em pecado e nós, crentes, não podemos nos esquecer
disso. Talvez você seja batista, presbiteriano, mais tradicional,e
nós, muitas vezes, por não falarmos tanto no diabo, não podemos
nos esquecer disso. Não podemos deixar isso à margem. Isso é uma
verdade importante dentro da vida cristã na vida contra o pecado. Lutar
pela santidade também é batalhar espiritualmente. Isso nunca foi uma
desculpa para pôr a culpa de nossos pecados no diabo. O meu pecado
é culpa minha. Sou eu que vou ter com Deus sobre isso. O diabo já
está condenado, sentenciado e derrotado na cruz. Os meus pecados
eu vou tratar com Deus com arrependimento e salvação, ou dureza

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minha e condenação da parte de Deus. Ele influencia e age nessas


áreas, arma suas ciladas, mas 1 Coríntios 10:13 está nos dizendo que
nenhuma tentação é mais forte que nós. Nós podemos suportar, Deus
dá o escape. Então, Satanás nunca vai pegar você em uma cilada
perfeita. Às vezes, não sabemos como escapar, mas tem como. A culpa
do pecado é sua, mas devemos lutar em oração e nos protegermos
contra satanás. Sabemos que ele está atuando.
Encerramos aqui sobre a teologia do pecado e eu te encorajo a
continuar estudando sobre a teologia do pecado. Estudar e ver como
o pecado funciona, ver como Paulo fala de pecados específicos e ir ao
texto bíblico para ver o que Paulo fala sobre os pecados, sobre o que
o apóstolo escreveu. Como esses textos podem me ajudar? Como eu
posso aplicar isso na minha vida? Olhe para essas aulas e faça uma
tomografia, um exame em sua vida em relação ao pecado. Essas aulas
não adiantarão de nada se você não tomar alguma atitude e lutar contra
o pecado. Conhecer o pecado por conhecer, e pecar sabendo o que é
pecado é pior ainda. Pecar sabendo o que Deus odeia, olhando para a
teologia do pecado, entendendo toda a desgraça, todo o mecanismo
do pecado tudo o que ele é contra Deus só para você saber e você
continuar vivendo na mesma vida de pecado, seria muito melhor que
você nem tivesse essas aulas, seria melhor que você nem soubesse.
Aprenda sobre o pecado para você aprender o que ele é, para você
rejeitar e aprender a lutar contra ele, para você aprender a agradar a
Deus e lutar contra o pecado, para aprender as soluções e os caminhos
para vencer o pecado. Saia destas aulas sabendo que quem está na
carne não agrada a Deus.
Você foi feito para agradar a Deus. Como na aula sobre o
conceito de hedonismo cristão de John Piper diz, quanto mais você
estiver satisfeito em Deus, mas Deus é glorificado em nós. Quando
estamos satisfeitos nele e não no pecado, Deus é glorificado. Viva sua
vida para agradar a Deus. E isso envolve uma luta contra o pecado.
Sempre tenha esse foco. Quando você está lutando contra o
pecado só focando o pecado “eu não posso fazer isso, eu não posso
fazer isso, eu não posso fazer isso…”, você cansa. Isso é um propósito
pequeno. Por que não posso ver pornografia? Ou fazer sexo com minha
namorada? “É porque não pode, é porque não pode, é porque não
pode…”. Sim, você não pode, porque Deus disse que não pode, mas
foque em “eu preciso agradar a Deus. Meu propósito é esse, minha
alegria é essa. Eu tenho mais prazer em agradar a Deus, doque em uma
noite de sexo pecaminoso”. Sempre foque “preciso agradar a Deus”.

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Quem está na carne e é guiado por ela não pode agradar a


Deus. Então se essa é a situação,lute contra a carne, chore bastante e
entregue a sua vida para uma verdadeira luta contra o pecado, porque
você foi criado e salvo e será santificado e glorificado para agradar o
Senhor.

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