Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus pela salvação eternar em Cristo Jesus, pelo chamado
ao sagrado ministério e por suas ricas e preciosas bênçãos derramadas sobre minha
vida ao longo desses 4 anos de formação no seminário José Manoel da Conceição.
À Simei, minha amada e preciosa esposa, que em todo tempo esteve ao meu lado, que
foi compreensiva nos momentos em que não pude lhe dar maior atenção em razão do
acúmulo de atividades acadêmicas e que sempre tinha uma palavra de ânimo, consolo
e de admoestação em meus momentos de desânimo.
Aos meus pais que sempre estiveram ao meu lado incentivando-me a continuar firme,
aconselhando-me diante das dúvidas e apoiando-me em todas as minhas necessidades.
Aos amigos de sala que durante esses quatro anos de formação ao sagrado ministério
alegraram-se com os que se alegram e choraram com os que choram.
Ao Rev. Johnny Clayton Cardoso Teles, Rev. Luiz Antônio Ferraz e Rev. Agnaldo
Duarte de Faria por me acompanhar ao longo da minha caminhada cristã, colaborar
para minha formação e crescimento espiritual, reconhecer meu chamado ao sagrado
ministério e por seus conselhos em meus momentos de dúvidas e incertezas.
4
Resumo
INDICE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 6
1. A DOUTRINA REFORMADA DA INSPIRAÇÃO E INERRÂNCIA DAS
ESCRITURAS ............................................................................................................... 10
1.1. A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS .............................................................. 10
1.1.1. CONCEITO..................................................................................................... 13
1.1.2. TEORIAS QUANTO À INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS .................... 15
1.1.2.1. TEORIA DA INSPIRAÇÃO MECÂNICA OU DITADA ........... 15
1.1.2.2. TEORIA DA INSPIRAÇÃO DINÂMICA ................................... 16
1.1.2.3. TEORIA DA INSPIRAÇÃO PARCIAL....................................... 18
1.1.2.4. TEORIA DA INSPIRAÇÃO MENTAL ....................................... 18
1.1.3. EVIDÊNCIAS INTERNAS DA INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS ....... 19
1.2. A INERRÂNCIA DAS ESCRITURAS .............................................................. 24
1.2.1. CONCEITO..................................................................................................... 26
1.2.2. EVIDÊNCIAS INTERNAS DA INERRÂNCIA DAS ESCRITURAS ...... 28
2. A PÓS-MODERNIDADE E A DESCONSTRUÇÃO DA VERDADE ........... 29
2.1. O QUE É PÓS-MODERNIDADE? .................................................................... 30
2.1.1. SEU NASCEDOURO ..................................................................................... 30
2.1.2. DEFININDO A PÓS-MODERNIDADE ...................................................... 33
2.1.3. CARACTERÍSTICAS DA PÓS-MODERNIDADE .................................... 35
2.2. O MÉTODO HISTÓRICO-CRÍTICO .............................................................. 39
2.2.1. CRÍTICA DAS FONTES ............................................................................... 40
2.2.2. CRÍTICA DA FORMA .................................................................................. 42
2.2.3. CRÍTICA DA REDAÇÃO ............................................................................. 43
2.3. HERMENÊUTICAS PÓS-MODERNAS .......................................................... 44
2.3.1. DESMITOLOGIZAÇÃO............................................................................... 45
2.3.2. ESTRUTURALISMO .................................................................................... 46
2.3.3. CRÍTICA DA RESPOSTA DO LEITOR..................................................... 47
2.3.4. DESCONSTRUCIONISMO .......................................................................... 48
3. A RESPOSTA REFORMADA À RELATIVIZAÇÃO PÓS-MODERNA ..... 51
3.1. A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS ............................................................ 54
3.2. A INDESTRUTIBILIDADE DAS ESCRITURAS ........................................... 58
3.3. O CUMPRIMENTO DAS PROFECIAS PRESENTES NAS ESCRITURAS60
3.4. A HARMONIA E A UNIDADE DAS ESCRITURAS ..................................... 62
3.5. O TESTEMUNHO DO ESPÍRITO SANTO ..................................................... 66
3.6. A INFLUÊNCIA TRANSFORMADORA DAS ESCRITURAS NA VIDA
DAS PESSOAS ............................................................................................................ 69
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 71
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 73
6
INTRODUÇÃO1
Mas essa visão a respeito das Escrituras não vigorou somente entre o povo
de Deus do período veterotestamentário e os do primeiro século depois de Cristo. Entre
os pais da igreja é possível também observar que, por reconhecerem a Bíblia, como a
palavra inspirada pelo próprio Deus, esta era digna de crédito, confiança e aceitação
como a única regra de fé e de prática.
Deste modo, em razão da igreja, desde seu nascedouro, até por volta do
século IV reconhecer as Escrituras como inspiradas por Deus, essa por consequência,
1
Todas as referências bíblicas apresentadas nesta monografia foram retiradas da BÍBLIA SAGRADA.
Trad. João Ferreira de Almeida. Ed. Revista e Atualizada no Brasil. 2 ed. Barueri: Sociedade Bíblica do
Brasil, 1999
2
BESSA, Josemar. A Inerrância e a Infalibilidade da Bíblia. Disponível em: <
http://www.josemarbessa.com/2006/08/inerrncia-e-infalibilidade-da-bblia.html>. Acesso em: 05 Ago
2016
3
HANKO, Ronald. A Inspiração da Escritura. Disponível em: <
http://www.monergismo.com/textos/bibliologia/inspiracao-escritura_hanko.pdf>. Acesso em: 05 Ago
2016
4
COMFORT, Philip Wesley (ED.). A Origem da Bíblia. Trad. Luís Aron de Macedo. Rio de Janeiro:
CPAD, 1998, p. 62
7
também a reconheceu como infalível, ou seja, para o povo de Deus, as Escrituras estão
livre de erros, falhas, inveracidades e contradições, logo, uma fonte confiável e
fidedigna da revelação de Deus e de sua vontade ao homem.
5
DIAS LOPES, Hernandes. A Suficiência das Escrituras. Disponível em: <
http://hernandesdiaslopes.com.br/2011/10/a-suficiencia-das-escrituras/#.V6TdjfkrLIU>. Acesso em:
05 Ago 2016
8
O Segundo capítulo, por sua vez, procura identificar o ventre que gerou o
relativismo, bem como a forma que este se desenvolveu ao longo da história. Ele é
dividido em três seções, cuja primeira parte tem como finalidade definir o que é pós-
modernidade através da identificação do seu nascedouro, das definições dos
pensadores ao longo da história, bem como através de suas principais características e
9
A autoria das Escrituras, bem como a sua autoridade são temas que sempre
geraram discussões, embates e questionamentos no meio da igreja. Entre os papistas é
onde podemos ver os primeiros movimentos em direção ao enfraquecimento da
autoridade das Escrituras6. Embora os papistas não negassem a autoria propriamente
dita das Escrituras, eles buscaram enfraquecer a sua autoridade, transferindo à igreja a
fonte de inspiração que chancela credibilidade tanto à escritura, quanto à tradição7, a
fim de que pudessem livremente estabelecer suas tradições não inspiradas. Em outras
palavras, a Escritura é útil para a igreja não porque Deus é o seu autor, mas sim porque
a igreja romana confere utilidade e credibilidade a ela.
6
TURRETINI, François. Compêndio de Teologia Apologética. Trad. Valter Graciano Martins. São
Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 1, p. 105
7
HODGE, A. A. Confissão de Fé Westminster Comentada por A. A. Hodge. 4. Ed. Trad. Valter
Graciano Martins. São Paulo: Os Puritanos, 2013, p. 62
8
MCGRATH, Alister. Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica: Uma introdução a teologia cristã.
Trad. Marisa K. A. de Siqueira Lopes. São Paulo: Shedd Publicações, 2005, p. 131
9
HODGE, Charles. Teologia Sistemática. Trad. Valter Martins. São Paulo: Hagnos, 2001, p. 133
10
Ibidem, HODGE, Teologia Sistemática, p. 133
11
Senhor, por acaso não será verdadeira a tua Escritura, ditada que foi
por ti, que és verdadeiro, ou melhor, que és a própria Verdade?14
11
BOICE, James Montgomery. O Alicerce da Autoridade Bíblica. São Paulo: Vida Nova, 1982, p. 189
12
SPROUL, R. C. Posso Crer na Bíblia? Trad. Francisco Wellington Ferreira. São José dos Campos/SP:
Fiel, 2014, p. 13
13
FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia Sistemática: Uma análise histórica, bíblica e
apologética para o contexto atual. São Paulo: Vida Nova, 2007, p. 90-92
14
Ibidem, FERREIRA, Teologia Sistemática: Uma análise histórica, bíblica e apologética para o
contexto atual, p. 91
15
CALVINO, João. As Institutas: Edição clássica. Trad. Waldir Carvalho Luz. São Paulo: Cultura
Cristã, 2002, v. 1, p. 71-72
16
Ibidem, HODGE, Confissão de Fé Westminster Comentada por A. A. Hodge, p. 43
12
Na seção IV vemos que Deus não é somente o autor das Escrituras, mas
que também lhe aprouve conservar a Bíblia através dos tempos, a fim de que seu povo,
em todas as eras, pudesse ter acesso à Sua verdade e vontade, para que vivam de forma
que a glória do Senhor seja resplandecida através de suas vidas.
17
WESTMINSTER, Assembléia. Confissão de Fé de Westminster. 17. ed. São Paulo: Cultura Cristã,
2005, p. 19
18
Ibidem, WESTMINSTER, Confissão de Fé de Westminster, p. 23
13
1.1.1. CONCEITO
19
WARFIELD, Benjamin. A inspiração e autoridade da Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 84.
20
Ibidem, WARFIELD, p. 85
21
COSTA, Hermisten Maia Pereira da. A Inspiração e Inerrância das Escrituras. São Paulo: Cultura
Cristã, 1998, p. 98
14
Nos três autores, pelos menos três pontos são comuns. O primeiro, é que
todos eles defendem a autoria divina das Escrituras, ou seja, que os Escritos presentes
na Bíblia, embora tenham sido redigidos por homens, são de origem divina, dado a
cada um deles através da obra sobrenatural do Espírito Santo e não por meio de
experiências de intimidade e ou comunhão. Outro ponto comum é a finalidade da
inspiração. Os três autores concordam que a inspiração operada por Deus nos autores
secundários teve como finalidade preservar as Escrituras de qualquer forma de erro ou
que algo fosse deixado de lado em relação à vontade de Deus ao seu povo. Por fim, a
inspiração na visão dos autores tem por finalidade conceder autoridade as Escrituras,
a fim de que o homem viva segundo a vontade e para a glória de Deus. Inclusive, a
Confissão de Fé de Westminster no seu Capítulo I, seção II diz que “sob o nome de
Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do
Antigo e do Novo Testamentos, todos dados por inspiração de Deus para serem regra
de fé e prática”24.
22
ANGLADA, Paulo. Sola Scriptura: A doutrina reformada das Escrituras. São Paulo: Os Puritanos,
1998, p. 50
23
TENNEY, Merril C.; BARABAS, Steven, et al. Enciclopédia da Bíblia. Trad. Equipe de
colaboradores da Cultura Cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, v. 2, p. 241-242
24
Ibidem, WESTMINSTER, Confissão de Fé de Westminster, p. 17
15
Essa teoria afirma que Deus ditou aos autores secundários tudo aquilo que
deveria ser escrito, registrado29, cabendo a estes simplesmente registrar, sem qualquer
tipo de interferência ou mudança, aquilo que Deus lhes transmitiu. Muitas vezes,
quando fala-se em Inspiração Mecânica ou Ditada das Escrituras, o primeiro conceito
que vem às mentes é o da psicografia, ou seja, muitos afirmam que o processo de
inspiração das Escrituras é semelhante àquilo que acontece no espiritismo, onde
pseudo-indivíduos “desencarnados” utilizam-se dos que encontram-se vivos para
transmitir uma mensagem, sendo estes apenas um meio a fim de que a mensagem
25
BAVINCK, Herman. Dogmática Reformada: Prolegômena. Trad. Vagner Barbosa. São Paulo:
Cultura Cristã, 2012, v. 1, p. 428
26
GEISLER, Norman; WILLIAM, Nix. Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós. São Paulo:
Vida, 2006, p. 15.
27
Ibidem, GEISLER, Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós, p 19.
28
MILHORANZA, Alexandre. As Teorias da Inspiração da Bíblia. Disponível em: <
http://www.milhoranza.com/2009/09/08/teorias-da-inspiracao-da-biblia/#axzz4AWuxnL3Y>. Acesso
em: 03 Jun 2016
29
ERICSON, Millard J. Teologia Sistemática. Trad. Robinson Malkomes, Valdemar Kroker e Tiago
Abdalla Teixeira Neto. São Paulo: Vida Nova, 2015, p. 195
16
chegue aos destinatários. Se assim o fosse, Deus para atingir seu propósito, teria que
anular a personalidade, a cultura e a mente de cada indivíduo que ele utilizou para a
escrita da Bíblia. Paulo Anglada, discorrendo a respeito do tema diz:
Por fim, é importante ressaltar e destacar que não estamos afirmando que
Deus não tinha o pleno controle sobre o que estava sendo escrito, pois Deus é soberano
sobre tudo e sobre todos, mas que simplesmente não anulou as caraterísticas peculiares
de cada indivíduo no processo.
30
Ibidem, ANGLADA, Paulo. Sola Scriptura: A doutrina reformada das Escrituras, p. 54
31
Ibidem, COSTA, A Inspiração e Inerrância das Escrituras, p. 93
32
CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo: Hagnos, v. 2,
p. 475
33
Ibidem, ERICSON, Teologia Sistemática, p. 195
17
34
BERKHOF, Louis. Manual de Doutrina Cristã. 1992 apud SANTOS, João Alves dos. Bibliologia:
Revelação, Inspiração e Cânon: A Natureza da Inspiração, parte II. Centro Presbiteriano de Pós-
Graduação, Universidade Mackenzie, São Paulo, 2009
35
Ibidem, ANGLADA, Sola Scriptura: A doutrina reformada das Escrituras, p. 55
36
Ibidem, ANGLADA
18
37
Ibidem, HODGE, Teologia Sistemática, p. 135
38
GILBERTO, Antônio. A Bíblia é a Palavra de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012. Disponível em <
http://www.cpadnews.com.br/blog/antoniogilberto/fe-e-razao/30/a-biblia-e-a-palavra-de-deus-(parte-
i).html>. Acesso em: 03 Jun 2016
39
Ibidem, COSTA, A Inspiração e Inerrância das Escrituras, p. 95
40
SANTOS, João Alves dos. Bibliologia: Revelação, Inspiração e Cânon: A Natureza da Inspiração,
parte II. Centro Presbiteriano de Pós-Graduação, Universidade Mackenzie, São Paulo, 2009, p. 1.
19
defendido41.
Logo em seguida, Gary cita John Frame, onde este aponta que este tipo de
acusação não pode ser imputado somente aos cristãos e suas afirmações, pois em
última instância todas as afirmações acabam por incorrer nesta circularidade.
41
DeMAR, Gary. Raciocínio Circular. Disponível em: <http://www.monergismo.com/textos/apo
logetica/raciocinio-circular_demar.pdf>. Acesso em: 25 Jun 2015
42
FRAME, John M. Doctrine of the Knowledge of God: A Theology of Lordship (Phillipsburg, NJ:
Presbyterian and Reformed, 1987), p. 130 apud DeMAR, Gary. Raciocínio Circular. Disponível em:
<http://www.monergismo.com/textos/apologetica/raciocinio-circular_demar.pdf>. Acesso em: 25 Jun
2015
43
Ibidem, TURRETINI, Compêndio de Teologia Apologética, v. 1, p. 112
21
44
Ibidem, TURRETINI, Compêndio de Teologia Apologética, v. 1, p. 112
45
Ibidem, BAVINCK, Dogmática Reformada: Prolegômena, p. 387
22
soprado. Nesse sentido, entendemos que as Escrituras foram sopradas, expiradas por
Deus àqueles que foram vocacionados por ele mesmo, a fim de que sua vontade fosse
registrada aos leitores da época, bem como aos futuros leitores, cujo propósito é
garantir infalibilidade, bem como autoridade a tudo quanto foi revelado da parte de
Deus. Cheung ao comentar sobre o significado da palavra inspirado diz que o termo:
Para asseverar sua autoridade, ele ensina que ela é inspirada por
Deus. Porque, se esse é o caso, então fica além de toda e qualquer
46
Ibidem, BAVINCK, Dogmática Reformada: Prolegômena.
47
BÍBLIA SAGRADA. Trad. João Ferreira de Almeida. Ed. Revista e Atualizada no Brasil. 2 ed.
Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999
48
Ibidem, COSTA, A Inspiração e Inerrância das Escrituras, p. 96
49
CHEUNG, Vincent. O ministério da Palavra. Brasília: Monergismo, 2010, p. 6
23
Se alguém objetar e perguntar como é possível saber que foi as- sim,
minha resposta é a seguinte: é pela revelação do mesmo Espírito que
Deus se tem feito conhecer como seu Autor, tanto aos discípulos
quanto aos mestres51.
50
CALVINO, João. Pastorais: Série comentários bíblicos. Trad. Valter Graciano Martins. São José dos
Campos: Fiel, 2009, p. 262-263
51
Ibidem, CALVINO, Pastorais: Série comentários bíblicos, p. 263
24
Deus, movidos pelo Espírito Santo”52. Assim como em 2Tm 3.16, essa passagem
também é um texto prova quanto a origem divina das Escrituras, ou seja, que elas
foram inspiradas por Deus.
Neste texto, Pedro, já logo no início de suas palavras, enfatiza que nada do
que está presente nas Escrituras é de origem humana53, nenhuma das profecias,
ensinos, narrativas, poesias etc, tem o homem como seu autor. Pelo contrário, o que os
homens sempre fizeram foi falarem da parte de Deus. Deste modo, mais uma vez
podemos concluir que, o homem nunca teve um papel ativo na composição das
Escrituras Sagradas, ao invés disso, seu papel sempre foi passivo, ou seja, agiam
conforme o Espírito Santo lhes movia e lhes dirigia o que deveria ser falado e
posteriormente registrado, ficando assim evidente, que as Escrituras não são um
amontoado de conceitos meramente humanos, mas que elas são a manifestação visível
da voz de Deus ao homem, revelando-os sua vontade e verdade para a salvação e vida
cristã.
Duas são as bases fundamentais para uma crença sadia e fiel nas Escrituras.
A primeira delas – assunto este já tratado anteriormente – é a crença de que os Escritos
Sagrados são em sua totalidade a Palavra de Deus. O segundo pilar, é a crença de que
a Bíblia está livre de erros, ou seja, que ela é infalível, inerrante, logo, verdadeira em
todos os seus ensinamentos54. Isso porque, se partirmos do pressuposto de que as
Escrituras possuem erros, falhas, omissões, falta de harmonia entre seus livros etc,
então esse livro não pode ser confiável, não pode se tornar regra de fé e de prática, não
pode ser um livro que conduza o indivíduo à salvação em Jesus Cristo e que guie seus
passos em direção a uma vida que glorifique o nome do Senhor. Crer na possibilidade
das Escrituras serem falíveis é assumir que todas as doutrinas construídas a partir de
seu estudo são indignas de confiança e acabam por não se sustentarem, ou seja, o
cristianismo entraria totalmente em colapso.
52
BÍBLIA SAGRADA. Trad. João Ferreira de Almeida. Ed. Revista e Atualizada no Brasil. 2 ed.
Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999
53
KISTEMAKER, Simon J. Comentário al Nuevo Testamento: Exposición de las epístolas de Pedro y
de la epístola de Judas. Grand Rapids: Desafío, 1999, p. 227
54
Ibidem, ERICSON, Teologia Sistemática, p. 209
25
55
Ibidem, COSTA, A Inspiração e Inerrância das Escrituras, p. 103
56
UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Glossário de
Crítica Textual. Autógrafo: Manuscrito da mão do autor (por oposição a alógrafo). Disponível em: <
http://www2.fcsh.unl.pt/invest/glossario/glossario.htm>. Acesso em 26 Jun 2015
57
Ibidem, COSTA, p. 103-104
26
1.2.1. CONCEITO
58
P. D. Feinberg, Bíblia, Inerrância e Infabilidade da: In: EHTIC, I, p. 180; Idem, The Meaning of
Inerrancy: In: Norman L. Geisler, ed., Inerrancy, p. 294 apud COSTA, A Inspiração e Inerrância das
Escrituras, p. 103
59
MARCOS GRANCONATO é pastor titular da Igreja Batista Redenção desde 1997, concentrando seu
ministério na sede da igreja em São Paulo. É formado em Teologia pelo Seminário Bíblico Palavra da
Vida (Atibaia, SP) e em Direito, pela Universidade São Francisco de Bragança Paulista. O Pr. Marcos
também é mestre em Teologia Histórica pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper
(São Paulo, SP). É autor de vários livros e atua como professor de Teologia Sistemática, Teologia
Bíblica e História Eclesiástica desde 1984. Também atua como conferencista e preletor, ministrando
cursos teológicos em diferentes partes do Brasil. É casado com Simone e pai de três filhas, Isabela,
Helena e Sofia. Disponível em: <http://igrejaredencao.org.br/index.php?option=com_content&view=
article&id=2351&Itemid=169>. Acesso em: 31 Mai 2016
60
GRANCONATO, Marcos. A Inerrância da Bíblia. Disponível em: <http://igrejaredencao.org.br/
index.php?option=com_content&view=article&id=760:estudo-8-a-inerrancia-da-biblia&catid=37:teol
ogia-basica&Itemid=147>. Acesso em 26 Jun 2015
27
seguinte forma:
61
LOPES, Augustus Nicodemus. Sobre a Inerrância da Bíblia. Disponível em: <http://tempora-
mores.blogspot.com/2006/02/sobre-inerrncia-da-bblia.html>. Acesso em: 26 Jun 2015
62
O’HARE. Hyatt Regency. Declaração de Chicago Sobre a Inerrância da Bíblia. Disponível em:
<http://www.monergismo.com/ textos/credos/declaracao_chicago.htm>. Acesso em: 22 Abr 2016
28
63
LIMA, Leandro Antonio de. Cristãos no Século 21: Os dilemas e oportunidades da época atual. São
Paulo: Editora Agathos, 2015, p. 5, v. 1
64
Ibidem, LIMA, Cristãos no Século 21: Os dilemas e oportunidades da época atual, p. 5, v. 1
65
OLIVEIRA. Fabiano de Almeida. Reflexões Críticas Sobre Weltanschauung: Uma análise do
processo de formação e compartilhamento de cosmovisões numa perspectiva Teo-referente. Fides
Reformata, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 38, 2008. “Num sentido mais amplo, todo indivíduo já nasce imerso
em um Zeitgeist, que é o espírito do tempo, um campo mais abrangente de significado, socialmente
compartilhado por uma determinada época, que moldará o estilo de vida e a maneira de pensar das
pessoas.”
30
66
Ibidem, LIMA, p. 5–6, v.1
67
AMORESE, Rubem Martins. Pós-Modernidade e o Desafio da Aliança. Disponível em: <http://ww
w.monergismo.com/textos/pos_modernismo/pos_alianca.htm>. Acesso em: 26 Abr 2016
68
FILHO, Isaltino Gomes Coelho. Neopentecostalismo, 2004. In. NUNES, Élton de Oliveira. Conflito
e Exclusão: O conceito de pós-modernidade e sua recepção no meio protestante brasileiro. Revista
Brasileira de História das Religiões, Paraná, n. 3, p. 63, 2009
69
NUNES, Élton de Oliveira. Conflito e Exclusão: O conceito de pós-modernidade e sua recepção no
meio protestante brasileiro. Revista Brasileira de História das Religiões, Paraná, n. 3, p. 60, 2009
GOUVÊA, Ricardo Quadros. A Morte e a Morte da Modernidade: Quão pós-moderno é o pós-
modernismo?. Fides Reformata, São Paulo, v. 1, n. 2, 1996.
Ibidem LIMA, Cristãos no Século 21: Os dilemas e oportunidades da época atual, p. 5, v. 6-8
FREITAS, Susy Elaine da Costa. As Características da Pós-Modernidade como Influência da Videoarte
Contemporânea. Texto Digital, Santa Catarina, v. 8, n. 2, p. 68
70
GRENZ, Stanley J. Pós-Modernismo: Um guia para entender a filosofia do nosso tempo. São Paulo:
Vida Nova, 1997, p. 34
31
Entretanto, algo muito claro quanto a parte do século XX é que esse tem
sido marcado por movimentos filosóficos, artísticos, arquitetônicos, teológicos,
educacionais etc, que em sua essência tem como objetivo romper, quebrar, se apartar
de tudo aquilo que ao longo dos séculos passados foram cridos como verdade absoluta,
como verdade fundamental71 para a sociedade. Em outras palavras, parte do século XX
tem sido marcado por profundas mudanças e transformações que tem afetado todas as
esferas e níveis da sociedade. Vejamos então, um pouco do ventre que gerou e
posteriormente deu a luz à pós-modernidade
Ademais, Perry ainda demonstra em sua obra que embora o termo tenha
sido usado por Onís e outros, o uso deste só ganhou notoriedade mais tarde, cerca de
20 anos depois, no mundo de fala inglesa, agora não para determinar um modelo
estético como propôs Onís, mas agora para determinar uma época75, uma era que
estava se iniciando dentro do caminhar e do desenvolver da história. Isso é tão verdade
que em 1954 Arnold Toynbee no oitavo volume de sua obra Study of History
denominou o período pós-segunda guerra mundial de idade pós-moderna76.
71
CAMPOS, Heber Carlos de. O Plurarismo do Pós-Modernismo. Fides Reformata, São Paulo, v. 2,
n. 1, 1997
72
PERRY, Anderson. As Origens da Pós-Modernidade. Trad. Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1999, p. 9-10
73
Ibidem, GRENZ, Pós-Modernismo: Um guia para entender a filosofia do nosso tempo, p. 35
74
Ibidem, PERRY, As Origens da Pós-Modernidade, p. 10
75
Ibidem, PERRY
76
Ibidem, PERRY
32
77
SANTOS, Jair Ferreira dos. O Que é Pós-Moderno. São Paulo: Editora Brasiliense, 1986, p. 8
78
Ibidem, SANTOS, O Que é Pós-Moderno, p. 9
79
Ibidem, SANTOS, p. 10
80
Ibidem, SANTOS, O Que é Pós-Moderno, p. 10
81
LEITE, Luciana de A. Pós-Moderno: A problemática do pós-moderno no campo artístico. Disponível
em: <http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo6/posmoderno.html>. Acesso
em: 04 Mai 2016
82
Ibidem, LEITE, Pós-Moderno: A problemática do pós-moderno no campo artístico
83
Ibidem, LEITE
84
Ibidem, CAMPOS, O Plurarismo do Pós-Modernismo, v. 2, n. 1
85
Ibidem, CAMPOS
33
domínio com a queda do muro de Berlim em 198986, período esse marcado não
somente pelo fim do domínio comunista na Europa, mas também pelo fim da era
moderna, período em que o pós-modernismo se instalou de uma vez por todas como o
espírito dominante de nossa época.
86
Ibidem, CAMPOS
LOPES, Augustus Nicodemus. Hermenêuticas Pós-Modernas: Conferência Fiel Portugal. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=ygnvt0BrU-k>. Acesso em 04 Mai 2016. Augustus
Nicodemus também concorda com Heber Campos que o marco que define o fim do modernismo e início
da pós-modernidade é a queda do Muro de Berlim.
87
Ibidem, LOPES, Hermenêuticas Pós-Modernas
88
MCGRATH, Alister. Paixão Pela Verdade: A coerência intelectual do evangelicalismo. Trad. Hope
Gordon Silva. São Paulo: Shedd Publicações, 2007, p. 155
89
Ibidem, FREITAS, As Características da Pós-Modernidade como Influência da Videoarte
Contemporânea. v. 8, n. 2, p. 68-69
90
Ibidem, AMORESE, Pós-Modernidade e o Desafio da Aliança
34
91
Ibidem, MCGRATH, Paixão Pela Verdade: A coerência intelectual do evangelicalismo, p. 155
92
CRAIG, Willian Lane. Ensaios Apologéticos: Um estudo para uma cosmovisão cristã. Trad. José
Fernando Cristófalo. São Paulo: Hagnos, 2006, p. 282
93
Ibidem, GRENZ, Pós-Modernismo: Um guia para entender a filosofia do nosso tempo, p. 68
35
94
VEITH JR, Gene Edward. De todo o teu entendimento: Pensando como cristão num mundo pós-
moderno. São Paulo: Cultura Cristã, 2006, p. 56-57
95
OPPENHEIMER, Mike. A Arte do Humanismo no Mundo de Hoje. Disponível em: <http://www.eis
meaqui.com.br/estudos-biblicos/4128-verdade-absoluta-x-verdade-relativa>. Acesso em: 04 Mai 2016
36
96
VEITH JR, Gene Edward. Tempos Pós-Modernos: Uma avaliação cristã do pensamento e da cultura
da nossa época. São Paulo: Cultura Cristã, 1999, p. 30
97
Idem, OPPENHEIMER, A Arte do Humanismo no Mundo de Hoje
98
BETTENCOURT, D. Estevão. O Que é o Relativismo? Revista Pergunte e Responderemos. Rio de
Janeiro, n. 531, 2006, p. 394
37
99
NEIRA, Marcos Garcia. O Currículo Cultural da Educação Física em Ação: A perspectiva dos seus
autores. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2011, p. 63. Disponível em: <http://www.gpef.fe.usp.
br/teses/agenda_2012_04.pdf>. Acesso em: 04 Mai 2016
38
100
GRUDA, Mateus Pranzetti Paul. Os Discursos do Politicamente Correto e do Humor Politicamente
Incorreto na Atualidade. Assis: Unesp. Disponível em: <http://www.assis.unesp.br/Home/PosGradua
cao/Letras/ColoquioLetras/Mateus_Gruda.pdf>. Acesso em: 04 Mai 2016
101
LOPES, Augustus Nicodemus. Fundamentos. São Paulo: Mackenzie. Disponível em: <http://www.
mackenzie.br/fundamentos.html>. Acesso em: 04 Mai 2016
102
Ibidem, PERRY, As Origens da Pós-Modernidade, p. 109
39
103
Ibidem, CAMPOS, O Plurarismo do Pós-Modernismo, v. 2, n. 1
104
CASA PUBLICADORA DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS. Os métodos de interpretação da Bíblia:
Conheça cada um deles, evite equívocos e pratique uma hermenêutica sadia. Rio de Janeiro:
CPADNEWS, 2013. Disponível em: <http://cpadnews.com.br/conteudo-exclusivo/14765/os-metodos-
de-interpretacao-da-biblia-(parte-1).html>. Acesso em: 09 Mai 2016
105
SÓHISTÓRIA. O Iluminismo: Pensadores e características. Disponível em:
<http://www.sohistoria.com.br/resumos/iluminismo.php>. Acesso em: 09 Mai 2016
40
cristianismo, dando início àquilo que ficou conhecido como liberalismo teológico.
Logo, o liberalismo teológico influênciado pelo Iluminismo e pela filosofia
racionalista, rompe com o método histórico-gramatical, método este adotado pelos
reformadores do século XVI e aqueles que vieram a posteriori, implantando uma nova
forma de interpretar as Escrituras que ficou conhecido como método histórico-crítico.
A crítica das fontes surgiu com um indivíduo chamado Jean Astruc. Este
indivíduo ao estudar o livro de Gênesis chegou à conclusão que Moisés valeu-se de
106
Ibidem, CASA PUBLICADORA DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS, Os métodos de interpretação
da Bíblia: Conheça cada um deles, evite equívocos e pratique uma hermenêutica sadia.
107
SEMLER, J. S. Abhandlung von freier Untersuchung des Canon, em Texte zur Kirchen- und
Theologiegeschichte, 68 (Gütersloh, 1967), p. 52, apud LOPES, Augustus Nicodemus. O Dilema do
Método Histórico-Crítico na Interpretação Bíblica. Fides Reformata, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 121,
2005
Ibidem, CASA PUBLICADORA DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS, Os métodos de interpretação da
Bíblia: Conheça cada um deles, evite equívocos e pratique uma hermenêutica sadia.
41
algumas fontes de dados para redigir a história narrada em tal livro. Para a crítica das
fontes, o relato de Gênesis não foi expirado, soprado por Deus, mas Moisés utilizou-
se de dados já existentes para redigi-lo. Augustus Nicodemus a este respeito ele diz o
seguinte:
Desse modo, pode-se definir a crítica das fontes como um método que tem
por objetivo reconhecer quais foram as fontes – essas de diferentes tempos e lugares –
utilizadas na redação e confecção de determinado livro das Escrituras Sagradas. A esse
respeito lemos o seguinte:
Esse método não leva em conta a possibilidade dos autores terem utilizado-
se de diversos termos para falarem do mesmo assunto ou de uma mesma pessoa,
demonstrando assim uma riqueza de vocabulário. Ao contrário, encaram essas
variações como fontes de dados diferentes umas das outras, concluindo assim que as
Escrituras possuem erros e que de modo algum podem ser inspiradas por Deus,
levando-as a um profundo descrédito.
108
LOPES, Augustus Nicodemus. O Dilema do Método Histórico-Crítico na Interpretação Bíblica.
Fides Reformata, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 123, 2005
109
Ibidem, LOPES, O Dilema do Método Histórico-Crítico na Interpretação Bíblica, v. 10, n. 1, p.
124
110
Ibidem, CASA PUBLICADORA DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS, Os métodos de interpretação
da Bíblia: Conheça cada um deles, evite equívocos e pratique uma hermenêutica sadia.
42
Enquanto que a crítica das fontes tem por finalidade demonstrar que os
autores bíblicos lançaram mão de fontes de vários tempos e lugares para
confeccionarem seus escritos, a crítica da forma tem por objetivo demonstrar que as
palavras ditas por Jesus, relatadas nos Evangelhos, por exemplo, não são
verdadeiras111, ou seja, a igreja a fim de que seus objetivos fossem alcançados, acabara
por adultera-las e deturpa-las a seu bel prazer. O críticos da forma ainda afirmam que
o objetivo primaz dessa aproximação reside na busca pela verdade, ou seja, encontrar
as reais palavras de Jesus112, por exemplo, quando essas ainda não foram deturpadas
por parte da história ou da igreja quando esses resolveram por redigi-las. Em outras
palavras, quando essas ainda encontravam-se em sua fase oral113. Pois, na visão dos
críticos da forma as Escrituras foram a Palavras de Deus quando essas ainda
encontravam-se em sua fase oral de transmissão. Na visão dos críticos da forma as
Escrituras não são a Palavra de Deus expirada a seus autores através do Espírito Santo,
mas sim um livro literário como qualquer outro. Leonardo Gonçalves conceitua a
crítica da forma nas seguintes palavras:
111
GONÇALVES, Leonardo. Crítica da Forma: O método investigativo de Rudolf Bultmann.
Disponível em: <https://teologiacontemporanea.wordpress.com/2009/10/07/critica-da-forma-o-
metodo-investigativo-de-rudolf-bultmann/>. Acesso em 09 Mai 2016
112
Ibidem, LOPES, O Dilema do Método Histórico-Crítico na Interpretação Bíblica, v. 10, n. 1, p.
125
113
OSBORNE, Grant R. A Espiral Hermenêutica: Uma nova abordagem à interpretação bíblica. São
Paulo: Vida Nova, 2009, p. 256
114
Ibidem, GONÇALVES, Crítica da Forma: O método investigativo de Rudolf Bultmann
115
Ibidem, LOPES, O Dilema do Método Histórico-Crítico na Interpretação Bíblica, v. 10, n. 1, p.
126
43
Como observado até aqui, a crítica da redação também tem por finalidade
descontruir a ideia de que as Escrituras Sagradas são a Palavra de Deus. Em razão de
116
Ibidem, CASA PUBLICADORA DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS, Os métodos de interpretação
da Bíblia: Conheça cada um deles, evite equívocos e pratique uma hermenêutica sadia.
117
Ibidem, OSBORNE, A Espiral Hermenêutica: Uma nova abordagem à interpretação bíblica, p. 257
118
Ibidem, LOPES, O Dilema do Método Histórico-Crítico na Interpretação Bíblica, v. 10, n. 1, p.
127
44
tal objetivo, este método também acabou por contribuir para a disseminação da crença
de que a Bíblia é sim cheia de falhas e erros e que a doutrina da infalibilidade das
Escrituras é uma farsa. Isso porque, a crítica da redação deposita integralmente no
redator a responsabilidade pela forma final das Escrituras a que temos acesso.Pois, em
última instância foi a sua vontade que acabou por prevaceler sobre o texto e não a
vontade do Espírito Santo através dos diversos autores que as Escrituras possuem.
119
Ibidem, LOPES, O Dilema do Método Histórico-Crítico na Interpretação Bíblica, v. 10, n. 1, p.
127
45
2.3.1. DESMITOLOGIZAÇÃO
Ninguém que seja adulto o suficiente para pensar por conta própria
120
KAISER JR, Walter C; SILVA, Moisés da. Introdução à Hermenêutica Bíblica: Como ouvir a
palavra de Deus apesar dos ruídos de nossa época. 2 ed. Trad. Paulo C. N. Dos Santos; Tarcízio J. F. de
Carvalho; Suzana Klassen. São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 220
121
LOPES, Augustus Nicodemus. Resenha da obra: BULTMANN, Rudolph. Jesus Cristo e Mitologia.
Trad. Daniel Costa. São Paulo: Editora Novo Século, 2000, 80 p. Fides Reformata, São Paulo, v. 5, n.
2, 2000
122
CONN, Harvie M. Teología Contemporánea en el Mundo. Trad. Ewerton B. Tokashiki. Grand
Rapids: Libros Desafío, 1992, pp. 38-42. Disponível em: <http://doutrinacalvinista.blogspot.com.br/20
12/01/desmitologizacaoa-mensagem-de-rudolf.html>. Acesso em: 10 Mai 2016
46
2.3.2. ESTRUTURALISMO
123
BULTMANN, Rudolph, apud, SILVEIRA, Jonathan. Rudolf Bultmann e a desmitologização.
Disponível em: <http://bereianos.blogspot.com.br/2014/07/rudolf-bultmann-e-desmitologizacao.
html>. Acesso em: 10 Mai 2016
124
Ibidem, CONN, Teología Contemporánea en el Mundo
125
Ibidem, OSBORNE, A Espiral Hermenêutica: Uma nova abordagem à interpretação bíblica, p. 606
126
Ibidem, OSBORNE, p. 607
47
focalizar tanto o contexto macro do texto, quanto interpretar os signos deixados pelo
autor a fim de que se chegue ao real sentido da passagem. Grant Osborne em seu livro
A Espiral Hermenêutica cita um exemplo que esclarecerá o método estruturalista.
127
Ibidem, OSBORNE, A Espiral Hermenêutica: Uma nova abordagem à interpretação bíblica, p. 608
128
Teoria da Crítica da Resposta do Leitor: Uma introdução. Disponível em: <http://www.shmoop.
com/reader-response-theory/>. Acesso em: 11 Mai 2016
129
JOBLING, David; et al. A Bíblia Pós-Moderna: Bíblia e cultura coletiva. São Paulo: Edições Loyola,
2000, p. 39
48
2.3.4. DESCONSTRUCIONISMO
130
Ibidem, OSBORNE, p. 615
131
Ibidem, OSBORNE, A Espiral Hermenêutica: Uma nova abordagem à interpretação bíblica, p. 616
132
Detweiler, 1982; Culler 1982; Ellis 1989; Burke 1992; Critchley 1992, entre outros.
49
francês, Jacques Derrida viu seus ideais ganharem força e notoriedade nos Estados
Unidos quando lá ministrou aulas na Johns Hopkins University133. Para Jacques
Derrida o pensamento, principalmente no ocidente, é formado por estruturas superiores
que impedem a inserção novas formas de pensamento no estudo e formação do
conhecimento. Para ele só há um caminho, a desconstrução, ou seja, para que o
pensamento ocidental ganhe novas roupagens, tenha contato com outras visões e
versões é necessário que essas estruturas superiores sejam colocadas a baixo a fim de
que as novas estruturas possam assumir o seu lugar ao sol.
133
GOULART, Audemaro Taranto. Notas Sobre o Desconstrucionismo de Jacques Derrida. Minas
Gerais: PUC, 2003, p. 2. Disponível em: <http://www.pucminas.br/imagedb/mestrado_doutorado/
publicacoes/PUA_ARQ_ARQUI20121011175312.pdf>. Acesso em: 11 Mai 2016
134
DERRIDA, Jacques. Posições. Trad. Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2001,
p. 48, apud, PREDOSO JÚNIOR, Neurivaldo Campos. Jacques Derrida e a Desconstrução: Uma
introdução. Disponível em: <http://www.encontrosdevista.com.br/Artigos/Neurivaldo_Junior_Derrida
_e_a_desconstrucao_uma_introducao_final.pdf>. Acesso em: 11 Mai 2016
135
CROUSE, Bill. Desconstrucionismo: O culto de Hermes pós-moderno. Disponível em: <http://omar
xismocultural.blogspot.com.br/2014/01/desconstrucionismo-o-culto-de-hermes.html>. Acesso em: 11
Mai 2016
50
136
BAVINCK, Dogmática Reformada: Prolegômena, v. 1, p. 455
137
Ibidem, GEISLER, Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós, p. 55
138
Ibidem, ANGLADA, Sola Scriptura: A doutrina reformada das Escrituras, p. 74
139
POMPEU, Renato. Calvinismo e Democracia. Disponível em: <http://www.monergismo.com
/textos/calvinismo/calvinismo_democracia.htm>. Acesso em: 14 Jul 2016
140
Ibidem, POMPEU, Renato. Calvinismo e Democracia
52
Isso porque, o grande desejo por parte dos genebrinos era o de que as
Escrituras tomassem um lugar central na vida de todos142, não só na esfera eclesiástica,
mas também na vida civil, ou seja, os genebrinos ansiavam para que as Escrituras,
pregadas por Calvino, interferisse positivamente em todo o seu modus operandi, por
crerem que ela era infalível, logo, suficiente para dirigir e governar todas as suas
relações.
141
MIRANDA, Daniel Leite Guanaes. Calvino e o Sola Scriptura: A aplicação deste princípio na cidade
de Genebra e a sua relevância para o Brasil nos dias atuais. Disponível em: <
http://www.monergismo.com/textos/jcalvino/Calvino-Sola-Scriptura_Daniel-Leite.pdf>. Acesso em:
14 Jul 2016
142
WALLACE, Ronald. Calvino, Genebra e a Reforma. Trad. Marco Antônio Domingues Sant’anna.
São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p. 35
143
Ibidem, ANGLADA, Sola Scriptura: A doutrina reformada das Escrituras, p. 74
53
Além das Escrituras serem a verdade porque nela Deus revelou o seu
caráter e o Espírito Santo assegurou que tudo o que fosse nela registrado se tornasse
plenamente confiável. Essa também é verdade porque nela encontramos o testemunho
de Jesus Cristo que assegura veementemente a sua veracidade. Em sua oração
sacerdotal, registrada no capítulo 17 do Evangelho de João, Jesus nos diz o seguinte:
trecho das Escrituras é a palavra grega ἀλήθεια, que no contexto de João tem
a “palavra da parte de Deus é válida, eficaz, e não é falsa de modo algum; pelo
contrário, está de acordo com a realidade. É todas estas coisas precisamente porque é
a palavra reveladora do próprio Deus.”148
144
WELLS, David F. Coragem Para Ser Protestante. Trad. Wadislau Gomes. São Paulo: Cultura Cristã,
2010, p. 75
145
BÍBLIA SAGRADA. Trad. João Ferreira de Almeida. Ed. Revista e Atualizada no Brasil. 2 ed.
Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999
146
COSTA, Hermisten Maia Pereira da. Introdução à Cosmovisão Reformada. São Paulo: Material não
publicado, 2015, p. 318
147
BROWN, Colin; COENEN, Lothar. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. 2.
ed. Trad. Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 2000, v. II, p. 2616
148
Ibidem, BROWN; COENEN, Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, p. 2619
54
149
BOICE, James M.; et al. Firme Fundamento: A inerrante palavra de Deus em um mundo errante.
Trad. Claudio Chagas. Rio de Janeiro: Anno Domini, 2013, p. 82
150
HANKO, Ronald. A Autoridade da Escritura. Trad. Felipe Sabino de Araújo Neto. Disponível em:
<http://www.monergismo.com/textos/bibliologia/a-autoridade-escritura_dag_r-hanko.pdf>. Acesso
em: 18 Jul 2016, p. 1
151
MENEZES, Escriba Valdemir Mota de. O que é A Igreja Católica Romana?. Disponível em: <
https://books.google.com.br/books?id=TX-wCQAAQBAJ&pg=PA10&lpg=PA10&dq=dogma+da+in
falibilidade+da+igreja+1076+d+c&source=bl&ots=38Tw4uPeq8&sig=Z0JQn1A2Iogzpu8L7gBv52m
rKsw&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjXp6Wvov3NAhVEx5AKHSIfAXAQ6AEIHDAA#v=onep
age&q=dogma%20da%20infalibilidade%20da%20igreja%201076%20d%20c&f=false>. Acesso em:
18 Jul 2016, p. 10
152
Ibidem, MENEZES, O que é A Igreja Católica Romana?, p. 13
153
MIRANDA, Leonardo. Autoridade das Escrituras. Disponível em: <
http://www.ubeblogs.com.br/profiles/blogs/autoridade-das-escrituras>. Acesso em: 18 Jul 2016
154
Ibidem, SPROUL, Posso Crer na Bíblia?, p. 15
55
155
Ibidem, MIRANDA, Autoridade das Escrituras
156
MATOS, Alderi Souza de. A Centralidade da Bíblia na Experiência Protestante. São Paulo: CPAJ,
disponível em: <http://www.mackenzie.br/6965.html>. Acesso em: 18 Jul 2016
157
Ibidem, HANKO, A Autoridade da Escritura, p. 1
158
LOPES, Augusto Nicodemus. A Confiabilidade e a Autoridade das Escrituras. Disponível em:
<http://voltemosaoevangelho.com/blog/2012/03/augustus-nicodemus-confiabilidade-e-autoridade-das-
escrituras/>. Acesso em: 18 Jul 2016
159
STOTT, John. Eu Creio na Pregação. Trad. Gordon Chown. São Paulo: Editora Vida, 2003, p. 52
56
universidade, Estado, igreja, Bíblia, papa e Deus”160 está sendo questionado, criticado
e até mesmo abandonado.
160
Ibidem, STOTT, Eu Creio na Pregação, p. 52
161
Ibidem, STOTT, Eu Creio na Pregação, p. 53
162
Ibidem, LOPES, A Confiabilidade e a Autoridade das Escrituras
163
Ibidem, GEISLER, Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós, p. 56
164
ANGLADA, Paulo. A Doutrina Reformada da Autoridade Suprema das Escrituras. Fides
Reformata, São Paulo, v. 2, n. 2, 1997. Disponível em: <
http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_II__1997__2/a_doutrina_r
e.....pdf>. Acesso em: 18 Jul 2016
165
SCHWERTLEY, Brian M. Sola Scriptura e o Princípio Regulador do Culto. Trad. Marcos
Vasconselos. São Paulo: Os Puritanos, 2001, p. 12
166
BAVINCK, Dogmática Reformada: Prolegômena, v. 1, p. 459
57
suficiente fonte de autoridade e de verdade, bem como deve ser vista como fonte de
autoritativa acima da autoridade humana167 exercida por meio do Estado, da ciência,
da arte etc, ou seja, todas as demais coisas necessitam estar submetidas à sua
autoridade. Sproul, ao tratar a respeito das Escrituras e a sua autoridade, acrescenta
que essa autoridade que as Escrituras carregam em si, permeiam o seu todo e não
apenas algumas partes, pois, seu propósito é levar os indivíduos a crer que as Escrituras
são a Palavra de Deus, ao invés da crença de que elas contem a Palavra de Deus.
167
BAVINCK, Dogmática Reformada: Prolegômena, v. 1, p. 465
168
Ibidem, SPROUL, Posso Crer na Bíblia?, p. 13-14
169
Ibidem, ANGLADA, Sola Scriptura: A doutrina reformada das Escrituras, p. 63
170
Ibidem, ANGLADA, A Doutrina Reformada da Autoridade Suprema das Escrituras
171
Ibidem, COSTA, A Inspiração e Inerrância das Escrituras, p. 111
58
uma porcentagem ainda menor dura um século, e uma porção quase insignificante dura
cerca mil anos. Entretanto, as Escrituras Sagradas têm resistido não só aos ataques,
que vêm sobre ela de todos os lados, mas ao próprio tempo que, também colabora para
que os escritos caiam no mar do esquecimento.
172
MEDEIROS FILHO, Carlos Fernandes de. Biografias: Diocleciano, Gaius Aurelius Valerius
Diocletianus. Campina Grande/PB: UFCG. Disponível em:
<http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/Diocleci.html>. Acesso em: 19 Jul 2016. Imperador romano
(284-305) nascido perto de Salona, posteriormente Split, na costa da Dalmácia, cujas reformas
contribuíram para adiar o declínio de Roma e criaram as bases do império bizantino. De origem modesta,
fez carreira militar, chegando a comandante da guarda imperial e cônsul. Depois da morte do
imperador Numeriano (284), matou o suposto assassino, Árrio Áper, e assumiu o poder, apoiado pelo
exército da Anatólia. Reconhecido pelo Senado (285), após o assassínio do irmão de Numeriano, o co-
imperador Carino, deu início às reformas que marcaram seu governo. Inicialmente dividiu o império
em dois (285): do Ocidente e do Oriente, com dois augustos e dois césares, com seu homem de
confiança, Maximiano, a quem entregou a metade ocidental do império, enquanto ficava com a parte
oriental. Em seguida, repartiu mais ainda o poder num sistema chamado tetrarquia (governo de quatro),
implantado para acabar com as agitações nas sucessões imperiais (293), porém com indiscutível
predomínio de sua autoridade e uma progressiva centralização de poder. O governo do Ocidente ficou,
assim, dividido entre Maximiano, a quem coube a Itália e a África, e Constâncio Cloro, que recebeu a
Bretanha, a Gália e a Espanha. Enquanto no Oriente, a maior parte, inclusive o Egito, ficava com o
próprio Diocleciano, e as regiões do Danúbio e da Ilíria eram confiadas a Galério. No campo executivo
limitou os poderes do Senado, fortaleceu e ampliou o exército imperial e promoveu reformas tributárias
e legislativas. No campo judiciário, determinou que se realizassem duas compilações de leis imperiais,
os códigos gregoriano e hermogeniano. No campo religioso, tornou obrigatório o culto a Júpiter, com
quem se identificou, e ordenou uma violenta perseguição aos cristãos (303), que se estenderia por mais
de dez anos, na Itália, África e no Oriente. Muito doente, abdicou a 1 de maio (305),
obrigou Maximiano a fazer o mesmo (305) e viveu os últimos anos de sua vida no suntuoso palácio que
mandara construir, em Salona.
173
Ibidem, GEISLER, Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós, p. 56
174
SILVA, Hélio de Menezes. Bibliologia: A doutrina da Bíblia. João Pessoa/PB: 2008. Disponível em:
<http://solascriptura-tt.org/Bibliologia-InspiracApologetCriacionis/Bibliologia-BibliaGenuinaConfiav
elCanonicaInspirada-Livro-Helio.htm>. Acesso em: 19 Jul 2016
175
Ibidem, LOPES, A Confiabilidade e a Autoridade das Escrituras
60
176
Ibidem, TURRETINI, Compêndio de Teologia Apologética, v. 1, p. 145
177
Ibidem, GEISLER, Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós, p. 59
178
GILBERTO, Antônio. A Bíblia Através dos Séculos: A história da formação do livro dos livros. Rio
de Janeiro: CPAD, 1986, p. 24
179
Ibidem, CALVINO, As Institutas: Edição clássica. Vol. 1, p. 93
61
Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, com o
que entesouraram teus pais até ao dia de hoje, será levado para a
Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o SENHOR. Dos teus
próprios filhos, que tu gerares, tomarão, para que sejam eunucos no
palácio do rei da Babilônia.
Algo que pode ser observado nas palavras de Deus por intermédio de seu
profeta, é que agora ele inclusive alerta o povo a respeito de qual seria o povo
responsável por destruir, desterra-los e transforma-los novamente em escravos.
Em Jeremias 15.4, Deus promete por meio de boca de seu servo que
seguramente o reino de Judá não passaria incólume diante de seus olhos, mas que
futuramente disciplinaria o seu povo por causa de sua desobediência: “Entregá-los-ei
para que sejam um espetáculo horrendo para todos os reinos da terra; por causa de
Manassés, filho de Ezequias, rei de Judá, por tudo quanto fez em Jerusalém.”. Em
Jeremias 25.11, Deus novamente por meio de seu profeta, cerca de 100 anos antes182,
transmite a seu povo o tempo que eles ficariam exilados na Babilônia: “Toda esta terra
virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta
anos. (Destaque nosso)”.
180
Ibidem, GILBERTO, A Bíblia Através dos Séculos: A história da formação do livro dos livros, p. 24
181
Ibidem, CALVINO, As Institutas: Edição clássica. Vol. 1
182
HILL, Andrew E.; WALTON, J. H. Panorama do Antigo Testamento. Trad. Lailah de Noronha. São
Paulo: Editora Vida, 2007, p.470
183
Ibidem, CALVINO, As Institutas: Edição clássica. Vol. 1
62
descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as portas, que não se fecharão.”,
ou seja, o Senhor promete que o futuro rei Ciro seria o seu instrumento para libertação
e restauração de seu povo à terra prometida.
Portanto, diante de tais fatos, que não só foram profetizados, mas que se
cumpriram exatamente como o Senhor prometera (Jr 1.12), não há como negar tanto a
origem divina das Escrituras, quanto a sua veracidade. Logo, digna de ser crida,
obedecida e utilizada para combater os sofismas que tentam induzir o homem ao
engano quanto à verdade absoluta das Escrituras.
184
Ibidem, GEISLER, Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós, p. 59
185
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Isaías e Malaquias. Trad. Degmar Ribas
Júnior. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 79
186
PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo:
Hagnos, 2006, p. 436
187
Ibidem, ANGLADA, Sola Scriptura: A doutrina reformada das Escrituras, p. 51
63
mas ousa dizer que não há outro livro com as mesmas características que as Escrituras
– vários escritores, de lugares e tempos diferentes – que tenha a mesma harmonia e
unidade que as Escrituras possuem.
Para que tivéssemos as Escrituras nos moldes que a temos hoje, foram
utilizados cerca de 40 escritores191, que exerciam as mais variadas atividades possíveis.
Daí, encontrar nas Escrituras essa variedade de estilos literários que ela possui192.
Como exemplo dessa realidade, podemos citar o caso de Moisés, que junto ao povo de
Israel exercia as funções de juiz, legislador, administrador sacerdote e profeta193, mas
que conforme Atos 7.22 também havia sido educado na ciência dos egípcios. Davi e
Salomão eram reis e Daniel era chefe de estado na Babilônia. Em Amós 7.14 lê-se que
o autor desse livro não possuía nenhum dos nobres ofícios aqui destacados, mas que
188
RYLE, J. C. A Inspiração das Escrituras. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, (s.d.),
2-3
189
Ibidem, HODGE, Teologia Sistemática, p. 125
190
Ibidem, HODGE, Teologia Sistemática
191
Ibidem, GEISLER, Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós, p. 57
192
Ibidem, GILBERTO, A Bíblia Através dos Séculos: A história da formação do livro dos livros, p. 22
193
GRONINGEN, Gerard van. Revelação Messiânica no Antigo Testamento. 2. ed. Trad. Cláudio
Wagner. São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p. 197
64
194
COSTA, Hermisten Maia Pereira da. A Inspiração da Escritura: Sua perfeição e harmonia. São
Paulo: Mackenzie, 2009. Disponível em: <
http://www.mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/EST/DIRETOR/A_Inspiracao_da_Escritura__sua_Per
feicao_e_Harmonia.pdf>. Acesso em: 21 Jul 2016, p. 6
195
Ibidem, GILBERTO, A Bíblia Através dos Séculos: A história da formação do livro dos livros, p. 22
196
Ibidem, TENNEY; BARABAS, Enciclopédia da Bíblia, v. 1, p. 788
197
Ibidem, ANGLADA, Sola Scriptura: A doutrina reformada das Escrituras, p. 51
198
Ibidem, GILBERTO, A Bíblia Através dos Séculos: A história da formação do livro dos livros, p. 22
199
Ibidem, ANGLADA, Sola Scriptura: A doutrina reformada das Escrituras, p. 51
65
Logo, mais uma vez temos uma prova indubitável de que as Escrituras não
são um livro meramente religioso, verdadeiro somente para as religiões, ou um livro
de origem meramente humana. Pelo contrário, as Escrituras são verdade para todos e
a verdade acima de todas as verdades, porque é um livro divino, um livro advindo do
200
Ibidem, COSTA, A Inspiração da Escritura: Sua perfeição e harmonia, p. 7
201
Ibidem, GEISLER, Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós, p. 57
202
Ibidem, HODGE, Teologia Sistemática, p. 125
203
Ibidem, GILBERTO, A Bíblia Através dos Séculos: A história da formação do livro dos livros, p. 22
204
Ibidem, LOPES, A Confiabilidade e a Autoridade das Escrituras
66
próprio Deus, um livro como supracitado, cuja origem provém de uma só mente; que,
embora tenha usado diversos autores, nas mais diversas circunstâncias, a preservou de
tal modo, que essa se apresenta a seus leitores de forma harmoniosa e uma,
apresentando única mensagem, a redenção, que só é possível através de uma única
pessoa, Cristo, a quem a própria Escritura diz que: “Porque dele, e por meio dele, e
para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”.
205
GEISLER, Norman (Org.). A Inerrância da Bíblia. Trad. Antivan Guimarães Mendes. São Paulo:
Editora Vida, 2003, p. 404
206
Ibidem, GEISLER, A Inerrância da Bíblia, p. 403
67
207
Ibidem, CALVINO, As Institutas: Edição clássica, v.1, p. 81
208
Ibidem, TURRETINI, Compêndio de Teologia Apologética, v. 1, p. 145
209
Ibidem, BETTENCOURT, O Que é o Relativismo? p. 394
68
seja, determinar se as Escrituras são ou não verídicas, pois, além da própria Escritura
testificar de si mesma que ela é inspirada, suficiente e veraz, é também necessário que
o Espírito Santo não só testifique ao homem que o mesmo agora é filho de Deus (Rm
8.16)210, mas também, assim como encontramos na segunda epístola de Pedro, que este
testifique em seus corações que as Escrituras são de fato a Palavra inspirada e infalível
de Deus (2Pe 1.20-21), ou seja, em cada indivíduo que é justificado pela graça,
mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 5.1), o Espírito Santo é responsável por infundir
em seu coração a certeza quanto à veracidade das Escrituras Sagradas211. Pois,
conforme afirma Millard Erickson, o homem por causa de sua finitude e dos efeitos da
queda, não consegue compreender a Deus em sua totalidade212, como também carece
de certeza quanto a assuntos relacionados a questões de esfera divina.
210
Ibidem, GEISLER, Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós, p. 56
211
Ibidem, GILBERTO, A Bíblia Através dos Séculos: A história da formação do livro dos livros, p. 24
212
Ibidem, ERICSON, Teologia Sistemática, p. 237
213
Ibidem, ERICSON, Teologia Sistemática
214
Ibidem, TURRETINI, Compêndio de Teologia Apologética, v. 1, p. 145
215
Ibidem, CALVINO, As Institutas: Edição clássica, v.1, p. 85
69
216
MEYER, F. B. Comentário Bíblico. 2. ed. Trad. Amantino Adorno Vassão. Belo Horizonte: Betânia,
2002 apud GILBERTO, A Bíblia Através dos Séculos: A história da formação do livro dos livros, p. 25
217
Ibidem, TURRETINI, Compêndio de Teologia Apologética, v. 1, p. 119
218
CARSON, D. A (org.). A Verdade: Como comunicar o evangelho a um mundo pós-moderno. Trad.
Jurandy Bravo. São Paulo: Vida Nova, 2015, 111 - 112
219
Ibidem, GILBERTO, A Bíblia Através dos Séculos: A história da formação do livro dos livros, p. 25
70
o direito no mundo todo220, pela sua grande capacidade expansionista, mas que
também não foram capazes de barrar a licenciosidade, a impureza, o politeísmo, a
idolatria, bem como a corrupção. Tal fato é tão verdade, que a célebre frase “o tempora,
o mores” cunhada pelo senador e escritor Cícero, foi dita com o propósito de
exteriorizar a perversidade, os costumes dissolutos221, bem como a corrupção no
império Romano.
220
XAVIER, Renata Flávia Firme. Evolução histórica do Direito Romano. Revista Jus Navigandi,
Teresina, ano 16, n. 2782, 12 fev. 2011. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/18474>. Acesso
em: 22 Jul 2016, p. 2
221
PAPIN, Lourenço M. “Ó Tempora, Ó Mores”!. Disponível em: <
http://www2.uol.com.br/debate/1489/cadd/cadernod04.htm>. Acesso em: 22 Jul 2016
222
Ibidem, GEISLER, Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até nós, p. 57
223
Ididem, STOTT, Eu Creio na Pregação, p. 109
71
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, todo esse caminho foi percorrido, pois o objetivo dessa
monografia foi demonstrar como a doutrina da Infalibilidade das Escrituras é a
72
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Bibliologia: Revelação, Inspiração e Cânon: A Natureza da Inspiração, parte II.
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GEISLER, Norman; WILLIAM, Nix. Introdução Bíblica: como a Bíblia chegou até
nós. São Paulo: Vida, 2006
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ouvir a palavra de Deus apesar dos ruídos de nossa época. 2 ed. Trad. Paulo C. N. Dos
Santos; Tarcízio J. F. de Carvalho; Suzana Klassen. São Paulo: Cultura Cristã, 2009
P. D. Feinberg, Bíblia, Inerrância e Infabilidade da: In: EHTIC, I, p. 180; Idem, The
Meaning of Inerrancy: In: Norman L. Geisler, ed., Inerrancy, p. 294 apud COSTA, A
Inspiração e Inerrância das Escrituras
SANTOS, Jair Ferreira dos. O Que é Pós-Moderno. São Paulo: Editora Brasiliense,
1986
SPROUL, R. C. Posso Crer na Bíblia? Trad. Francisco Wellington Ferreira. São José
dos Campos/SP: Fiel, 2014
STOTT, John. Eu Creio na Pregação. Trad. Gordon Chown. São Paulo: Editora Vida,
2003
TENNEY, Merril C.; BARABAS, Steven, et al. Enciclopédia da Bíblia. Trad. Equipe
de colaboradores da Cultura Cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2008
VEITH JR, Gene Edward. De todo o teu entendimento: Pensando como cristão num
mundo pós-moderno. São Paulo: Cultura Cristã, 2006
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Cultura Cristã, 2010
XAVIER, Renata Flávia Firme. Evolução histórica do Direito Romano. Revista Jus
Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2782, 12 fev. 2011. Disponível
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