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IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL

SEMINÁRIO PRESBITERIANO DO NORTE

ANDREW PHELLIPP C. LIMA DE ALMEIDA

EXEGESE DO SALMO 46

RECIFE

11/2013
ANDREW PHELLIPP C. LIMA DE ALMEIDA

EXEGESE DO SALMO 46

Trabalho para composição de nota

na disciplina de exegese dos salmos,

do professor Gaspar de Souza.

RECIFE

11/2013
SUMÁRIO

1. A MENSAGEM DOS SALMOS............................................................................01


2. O CONTEXTO HISTÓRICO DO SALMO ........................................................02
3. ANÁLISE LITERÁRIA..........................................................................................03
3.1 CATEGORIA DO SALMO................................................................................03
3.2 LINHAS, COLA, E PARALELISMO................................................................04
3.3 SEGMENTAÇÃO DO SALMO.........................................................................05

4. TRADUÇÃO E ANÁLISE MORFOLÓGICA.....................................................05


5. TRADUÇÕES COMPARADAS............................................................................11
5.1 COMENTÁRIO DAS TRADUÇÕES.................................................................12
6. TEOLOGIA DO TEXTO.......................................................................................13
7. HOMILIA................................................................................................................ 19
8. BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................26
1. A MENSAGEM DOS SALMOS

Os primeiros capítulos dos salmos são dados para o interprete como um índice, ou como
a mensagem introdutória para a compreensão de todo o resto. “Enquanto que o capítulo
1 é uma orientação ao leitor para receber a coleção do livro inteiro, o salmo 2 torna
explícito o conteúdo essencial da instrução – o Senhor reina”!1 Ao tratarmos do assunto
dos Salmos, não temos como pretensão destacar alguns dos principais temas teológicos
contidos no livro, mas entender qual é máxima de seu conteúdo.

No primeiro capítulo da seção do saltério o autor se propõe a oferecer instruções divinas


que resultará em uma vida verdadeiramente feliz, mas que mensagem nos assegura a
viver em consonância com essas instruções? Sem dúvida alguma a resposta está no
capítulo 02, que confirma para o leitor a certeza de que o Senhor Reina!

A realeza de Deus é, portanto a mensagem dominante do livro, nos ensinando que o


Senhor Deus é o único Rei, que Ele nos destinou para a glória, e que esse Rei está
vindo. Como Rei, o Senhor é aquele que tem o governo soberano de Deus sobre o
universo, e ele o faz por meio do seu ungido.

“A felicidade prometida no salmo 1 só é possível uma vez que Deus está pronto a
mediar a vida verdadeiramente feliz no governo do seu ungido”.2 Essa felicidade parece
até certo ponto paradoxal, uma vez que do capítulo 3 até o capítulo 13, o autor retrata
um cenário de profunda dor e lamento, todavia a mensagem começa a ganhar sua
estrutura nos capítulos posteriores, principalmente nos últimos 13 capítulos do livro,
aonde o lamento é transformado em louvor e o sofrimento em glória. A mensagem dos
salmos nos ensina que:

“A vida verdadeiramente feliz, oferecida no ensino do salmo 1 e garantida


pelo governo de Deus no salmo 2, pode não ser experimentada em todos os
momentos ao longo do caminho da vida. Entretanto, essa macroestrutura do
livro nos ensina que a vida é verdadeiramente feliz é certamente o destino de
Israel e das nações. o nosso destino é a glória”.3

1
McCann, “Psalms”, P.689
2
Futato, Mark D. Interpretação dos Salmos 1º edição. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, P.64
3
Futato, Mark D. Interpretação dos Salmos 1º edição. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, P.67

1
É importante salientar que a estrutura dos salmos culmina para um propósito bem
definido. Todos os livros nele contido contêm uma clara esperança de que tanto o Rei
divino quanto o Rei messiânico um dia viriam cumprir suas promessas. “Assim como os
salmos proveu uma esperança ao antigo povo de Deus, instando com eles para que
olhassem adiante para o dia em que o rei viria; assim os salmos nos dão esta mesma
esperança a nós hoje”. 4

2. O CONTEXTO HISTÓRICO DO SALMO

Quanto ao contexto dos salmos Bruce Waltke diz que um salmo pode ser lido
em múltiplos contextos históricos, dada a natureza crescente do cânon das escrituras. 5
Para ele o significado do texto poderia ser lido de forma diferente por parte do poeta
original, dos editores, da comunidade pós-exílica e dos autores do novo testamento.
Alguns estudiosos propõem que ele foi escrito em um momento de grande adversidade.
Derek Kidner afirma que “seu tom robusto e desafiador sugere que foi composto em um
momento de crise, que torna duplamente impressionante sua confissão de fé” 6. Allan
Harman também caminha nesta mesma direção, mostrando que o plano de fundo
histórico de sua composição é de vicissitude. Ele assegura que Jerusalém está sendo
atacada7.
O salmo em questão está em grande possibilidade de fazer parte do contexto
histórico em que Deus livrou Jerusalém das mãos dos Assírios no tempo do rei Ezequias
(II Re 18:13 _19:37). Se a pesquisa for fidedigna, é possível que o próprio Ezequias o
tenha escrito. João Calvino, elucidando este salmo certifica:
“quanto ao tempo em que este salmo foi escrito, é algo também incerto, a
menos que, talvez, nos seja possível pressupor que foi escrito quando
subitamente suspendeu-se o cerca da cidade mediante a terrível e dolorosa
destruição que Deus infligiu sobre o exército de Senaqueribe (2Rs 19.35).
Esta opinião prontamente admito, porque concorda mais com todo o escopo
do salmo”8.

Outros estudiosos, como Rosenmuller e Allan Harman, indicam como sendo a vitória de
Josafá, quando os moabitas e amonitas insurgiram contra ele em Jerusalém.

4
Futato, Mark D. Interpretação dos Salmos 1º edição. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, P. 80
55
Bruce K. Waltke, “A canonical process approach to the psalms”.
6
KIDNER, D. Salmos 1-72: Introdução e Comentário, 2. Ed. São Paulo: Sociedade Religiosa e Edições
Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão, 1981. p.195.
7
HARMAN, A. Comentário do Antigo Testamento: Salmos, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2011.
p.203.
8
CALVINO, JOÃO. Série Comentários Bíblicos: Salmos, vol. 2. São Paulo: Editora Fiel, 2011. p. 317-318.

2
Diante das suposições contextuais, prefiro assegurar-me da posição adotada por
Calvino, em que Jerusalém estava diante da invasão de Senaqueribe, pois reflete melhor
as imagens contidas no salmo.

3. ANÁLISE LITERÁRIA

O Salmo 46 se localiza em um contexto literário estratégico. Há um


entrelaçamento dos salmos 45 ao 48. Enquanto os salmos 45 e 47 indicam a realeza de
Deus, os salmos 46 e 48 são salmos de refúgio. Mark D. Futato afirma: “O
entrelaçamento literário dos salmos sobre realeza e refúgio demonstra artisticamente o
entrelaçamento conceitual destes dois motivos”.9 Em outras palavras, existe uma ligação
muito íntima entre a imagem de Deus como rei e de Deus como refúgio, pois a função
de proteção está associada ao ofício de rei.

3.1 A CATEGORIA DO SALMO

Todas as canções no livro dos Salmos se classificam em uma única categoria –


Elas são todas salmos. 10 no entanto podemos subdividi-las de acordo com as
características apresentadas. O salmo 46 se enquadra na categoria chamada de canções
de confiança. Esses salmos eram uma expressão de confiança por parte dos seus
escritores, mas que apesar de expressarem tal confiança ainda não a haviam
experimentado. De certa forma tal categoria é vista como um cântico de fé. Futato diz
que esse tipo de categoria não apresenta um formato estrutural uniforme, no entanto
existem várias características que o qualificam; dentre elas, está a fé inabalável na
salvação do Senhor mesmo em meio a circunstâncias adversas. A máxima para esta
confiança são os atributos do caráter de Deus e a imagem mais freqüente nessa categoria
é a de Deus como refúgio. Conforme Gunkel, o salmo 46 também pode ser categorizado
como canções de Sião, ele diz:

“Estes salmos tendem a faltar uma determinada introdução. Eles louvam


Yahweh, louvando Jerusalém, dirigindo-se ao lugar santo, e invocando
bênçãos sobre ele. Eles eram cantados em ocasiões particulares que

9
FURTATO, D. M. Interpretação dos Salmos, São Paulo: Cultura Cristã, 2011. p.88.
10
Futato, Mark D. Interpretação dos Salmos 1º edição. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, P. 127

3
celebravam a majestade de Jerusalém e o seu significado escatológico
futuro”.11

3.2 LINHAS, COLA, PARALELISMO E IMAGENS

Ao mestre de canto. Dos filhos de Corá. Em voz


de soprano. Cântico.  Bicolon
1 Deus é o nosso refúgio e fortaleza,  Paralelismo – Sintético
socorro bem presente nas tribulações.  Duas imagens
2 Portanto, não temeremos ainda que a terra se
transtorne  Tetracolon
e os montes se abalem no seio dos mares;  Paralelismo – Sinonímico
3ainda que as águas tumultuem e espumejem  Quatro imagens
e na sua fúria os montes se estremeçam.
4 Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de
Deus,  Tetracolon
o santuário das moradas do Altíssimo.  Paralelismo – Sintético
5 Deus está no meio dela; jamais será abalada;  Três imagens
Deus a ajudará desde antemanhã.
6 Bramam nações, reinos se abalam;  Bicolon
ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve.  Paralelismo – Sintético
 Três imagens
7 O Senhor dos Exércitos está conosco;  Bicolon
o Deus de Jacó é o nosso refúgio.  Paralelismo – Sinonímico
 Duas imagens
8 Vinde, contemplai as obras do Senhor,  Bicolon
que assolações efetuou na terra.  Paralelismo – Sintático
 Uma imagem
9 Ele põe termo à guerra até aos confins do  Tricolon
mundo,  Paralelismo – Sintético
quebra o arco e despedaça a lança;  Três Imagens
queima os carros no fogo.

11
Cf. WILLIAMS, Tyler. Uma classificação dos salmos baseado na crítica da forma de acordo com
Hermam Gunkel. Trad. Bio Nascimento, Alberta, Canadá, 2009, p.2

4
10 Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus;  Tricolon
sou exaltado entre as nações,  Paralelismo – Sintético
sou exaltado na terra.  Duas imagens
11 Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de  Bicolon
Jacó é o nosso refúgio.  Paralelismo – Sinonímico
 Duas imagens

3.3 SEGMENTAÇÃO DO SALMO

B A

`ryvi( tAmïl'[]-l[;( xr:q-o+ ynEb.li x;Cîne m: l. ;


`dao)m. ac'îm.nI tArªc'b.÷ hr"îz>[, z[o+w" hs,äx]m; Wnl'â ~yhiäl{a
`~yMi(y: bleäB. ~yrIªh'÷ jAmïb.W #r<a'_ rymiäh'B. ar"ynIâ-al{ !KEå-l[;
`hl's,( Atåw"a]g:B. ~yrIßh'-Wv)[]r.yI) wym'_yme Wråm.x.y< Wmåh/y<
`!Ay*l.[, ynEKï .v.mi vdoªq.÷ ~yhi_l{a/-ry[i WxïM.f;y> wyg"©l'P. rh'ªn"
jAM+Ti-lB; HB'r>qiB.â ~yhiäl{a/ jAM+Ti-lB; HB'r>qiB.â ~yhiäl{a/
`#r<a'( gWmïT' AlªAqB.÷ !t:ïn" tAk+l'm.m; Wjm'ä ~yIAgà Wmåh'
`hl's,( bqoå[]y: yheÞl{a/ Wnl'÷-bG")f.mi WnM'_[i tAaåb'c. hw"åhy>
`#r<a'(B' tAMåv; ~f'Þ-rv,a] hw"+hy> tAlå[]p.mi Wzx]â-Wkl.(
tynI+x] #Ceäqiw> rBev;y>â tv,q<å #r<a'îh'ñ hceçq.-d[; étAmx'l.mi tyBiîv.m
`vae(B' @roðf.yI tAlªg"[]÷
`#r<a'(B' ~Wrïa' ~yI©AGB;÷ ~Wrïa' ~yhi_l{a/ ykiänOa'-yKi W[d>Wâ WPår>h;
`hl's,( bqoå[]y: yheÞl{a/ Wnl'÷-bG")f.mi WnM'_[i tAaåb'c. hw"åhy

4. TRADUÇÃO E ANÁLISE MORFOLÓGICA

`ryvi(tAmïl'[]-l[;( xr:qo+-ynEb.li x;Cîne :m.l; Sal. 46:1

x;Cîne m: l. = l. Preposição h; Artigo xcn Verbo no piel masculino singular absoluto = Ao

mestre

5
xr:qo+-ynEb.li = l.Preposição!Be Substantivo masculino plural xr;q onome próprio = dos

filhos Corá.
tAmïl'[]-l[;( = l[; Proposição= em tAml'[] Substantivo feminino no plural = mulheres

jovens (voz de soprano).


Ryv = Substantivo masculino singular = canção.

ac'îm.nItArªc'b.÷ hr"îz>[, z[o+w" hs,äx]m; Wnl'â ~yhiäl{a/ Sal. 46:1


`dao)m.
~yhiäl{a/= Substantivo masculino = Deus
Wnl'â= Preposição com sufixo na primeira pessoa do plural = é nosso
hs,äx]m;= Substantivo masculino singular = Refúgio (abrigo)
z[o+w" = w> Conjuntivo z[o Substantivo masculino no singular = e força (poder)

hr"îz>[, = Substantivo feminino singular = Socorro (ajudante)


tArªc'b.÷= B. Preposição hr'c' Substantivo feminino plural = Nas Estreitos (Angustias,

aflições)
ac'îm.nI = Verbo no niphal perfeito na terceira pessoa do singular masculino = ser
encontrado, aparece, ,presente, ele encontra
dao)m. = Advérbio = muito, mui grande (magnitude, grandeza, força)

~yrIªh'÷jAmïb.W #r<a'_ rymiäh'B. ar"ynIâ-al{ !KEå-l[; Sal 46:2


`~yMi(y: bleäB.
!KEå-l[; = Advérbio = Portanto
ar"ynIâ-al{= al{ = Não Ary Verbo qal imperfeito primeira pessoa comum do plural =

Não temeremos.
rymiäh'B. = B. Preposição rwm Verbo hiphil infinitivo construto = mesmo se altere.

#r<a'_ = Terra.

6
jAmïb.W = w> Conjuntivo B. Preposição jwm Verbo qal infinitivo construto = Cambalear

(Vacilar sobre os pés, não ter apoio)


~yrIªh'÷= Substantivo masculino no plural = montes
bleäB.=B. Preposição bl eSubstantivo masculino singular construto =(Homem interior,

coração, mente, vontade)


`~yMi(y: = Substantivo masculino no plural = mares.

`hl's,( Atåw"a]g:B. ~yrIhß '-Wv)[]r.yI) wym'_ymeWråm.x.y<Wmåh/y< Sal. 46:3

Wmåh/y<= Verbo qal imperfeito 3 ª pessoa do plural masculino = a rosnar, murmurar.


Wråm.x.y< = verbo qal imperfeito 3 ª pessoa do plural masculino = a formação de espuma.
wym'_yme = Substantivo masculino plural no construto e sufixo na terceira pessoa

masculino do singular = as águas.


~yrIhß '-Wv)[]r.yI = v[r
Verbo qal imperfeito 3 ª pessoa masculino plural rh; Substantivo
masculino plural comum absoluto = estremeçam as montanhas.

Atåw"a]g:B. = B.
Preposição hw"a]G: Substantivo singular com sufixo na terceira pessoa do
singular = na majestade dele, orgulho

hl's,(= = Interjeição = para levantar, exaltar

ynEKï .v.mivdoªq.÷ ~yhi_l{a/-ry[i WxïM.f;y>wyg"©l'P. rh'ªn" Sal. 46:4


`!Ay*l.[,
rh'ªn=" Substantivo masculino singular = Rio, (fluxo).
wyg"©l'P. = Substantivo masculino plural com sufixo na terceira pessoa masculina do
singular = canal (corrente).
WxïM.f;y> = Verbo piel imperfeito 3 ª pessoa do plural masculino = que alegram .
~yhi_l{a/-ry[ = Tradução dos substantivos= a Cidade de Deus.
vdoªq.=÷ Adjetivo masculino no singular = sagrado, santo.
ynEKï .v.mi = Substantivo masculino no plural = moradas (tabernáculo).

7
`!Ay*l.[, = Adjetivo masculino no singular = Altíssimo (nome de Deus)

~yhiªl{a/÷ h'r<îz>[.y: jAM+Ti-lB; HB'r>qiB.â ~yhiäl{a/ Sal. 46:5


`rq,Bo) tAnðp.li
~yhiäl{a = Substantivo masculino = Deus
HB'r>qiB.â= B.
Preposição br,q, Substantivo singular com sufixo na terceira pessoa do
singular feminino masculino = na parte interior, no meio

jAM+Ti-lB =.lB; Adverbio jwm Verbo niphal imperfeito na terceira pessoa feminino do

singular = para ser agitado.


h'r<îz>[.y: =rz[ Verbo qal imperfeito na 3 ª pessoa masculino singular sufixo terceira

pessoa feminino singular = para ajudar


~yhiªl{a = Substantivo = Deus.
tAnðp.li = l. preposição hnp verbo qal infinitivo no construto = para transforma.

`rq,Bo) = Substantivo masculino no singular = manhã.

gWmïT' AlªAqB.÷ !t:ïn" tAk+l'm.m; Wjm'ä ~yIAgàWmåh' Sal. 46:6


`#r<a'(
Wmåh' = Verbo qal na terceira pessoa do plural = rosnam, murmuram.

~yIAgà = Substantivo masculino no plural = nações, povos.

Wjm'ä = Verbo qal na terceira pessoa do plural = abalam.

tAk+l'm.m = Substantivo feminino no plural = reinos.

!t:ïn" = Verbo qal perfeito na terceira pessoa masculina do singular = faz, dar.

AlªAqB =B. Preposição lAq Substantivo masculino singular construto com sufixo na

Terceira pessoa masculina do singular = sua Voz

8
gWmïT' = Verbo qal imperfeito na Terceira pessoa feminina do singular = derrete.

#r<a'(= Terra
bqoå[]y: yheÞl{a/ Wnl'÷-bG") f.miWnM'_[i tAaåb'c. hw"åhy> Sal. 46:7
`hl's,(
hw"åhy>= SENHOR
tAaåb'c. =Substantivo no plural = exércitos

WnM'_[i = Preposição com sufixo na primeira pessoa do plural = conosco.

Wnl'÷-bG")f.mi= bG"f.mi
Substantivo masculino singular l. Preposição com sufixo na
primeira pessoa do plural

yheÞl{a/ = Deus

bqoå[]y: = Jacó

hl's,( = para levantar, exaltar

`#r<a'(B' tAMåv; ~f'Þ-rv,a] hw"+hy>tAlå[]p.miWzx]â-Wkl.( Sal. 46:8


Wzx]â-Wkl.(=$lh Verbo qal no imperativo masculino do plural hzx Verbo qal

imperativo masculino do plural = Andem, vejam


tAlå[]p.mi= Substantivo feminino no plural, construto = ações
hw"+hy>= SENHOR
~f'Þ-rv,a] =rv,a] ~yf Verbo qal perfeito na terceira pessoa masculina do singular =
que colocou

tAMåv; = Substantivo feminino no plural = assolações

`#r<a'(B' = na Terra

tv,q<å #r<a'îh'ñhceçq.-d[; étAmx'l.mityBiîv.m; Sal 46:9


`vae(B' @roðf.yItAlªg"[]÷ tynI+x] #Ceqä iw>rBev;y>â
tyBiîv.m =tbv Verbo no hiphil no masculino do singular = Para destruir

9
étAmx'l.mi= Gerra
hceçq.-d[; =d[; Preposição hc,q' Substantivo masculino no singular = na medida em

que, até, fim, final, extremidade.


#r<a'îh'ñ= A terra
tv,q<å = o arco.

rBev;y>â = Verbo piel imperfeito na Terceira pessoa masculina do singular = para quebrar.
#Ceqä iw>=w> Conjunção #cq Verbo piel com Vav consecutivo no perfeito da terceira

pessoa masculina do singular = e para cortar .


tynI+x] = Substantivo = a lança.

tAlªg"[]÷ = Substantivo feminino no plural = o carros (carrinhos).

@roðf.yI= Verbo qual imperfeito na terceira pessoa masculina do singular = para queimar.
vae(B' = B. Preposição h; Artigo vae Substantivo singular = no fogo.

~yI©AGB;÷ ~Wrïa' ~yhi_l{a/ ykiänOa'-yKi W[d>WâWPår>h; Sal. 46:11


`#r<a'(B' ~Wrïa'

WPår>h=Verbo no hiphil imperativo masculino do plural = afrouxar, abandonar (aquietai-


vos).
W[d>Wâ=w Waw conjuntivo[dy Verboqalno imperativo masculino do plural = E sabei

ykiänOa'-yK i= yKi
Conjunção ykina
O ' Pronome independente na primeira pessoa do
singular= que eu.

~yhi_l{a/= Deus
~Wrïa'=~wr Verbo qal imperfeito na primeira pessoa comum do singular = Euexaltado

~yI©AGB;÷ =B. Preposição h; Artigo yAG Substantivo masculino no plural = nações

~Wrïa'=Verbo qal imperfeito na primeira pessoa comum do singular = Euexaltado

#r<a'(B'=Na terra.

10
bqoå[]y: yheÞl{a/ Wnl'÷-bG")f.miWnM'_[i tAaåb'c. hw"åhy> Sal. 46:12
`hl's,(

hw"åhy>= SENHOR.
tAaåb'c. = Substantivo no plural = exércitos.

WnM'_[i = Preposição com sufixo na primeira pessoa do plural = conosco.

Wnl'÷-bG")f.mi= bG"f.m iSubstantivo masculino singular l. Preposição com sufixo na


primeira pessoa do plural = Nosso refugio.

yheÞl{a/ = Deus

bqoå[]y: = Jacó

5. TRADUÇÕES COMPARADAS

Almeida Corrigida e Fiel: Cântico sobre Alamote, para o músico-mor entre os


filhos de Coré. 1 DEUS é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.
2 Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se
transportem para o meio dos mares. 3 Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda
que os montes se abalem pela sua braveza. (Selá.) 4 Há um rio cujas correntes alegram a
cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. 5 Deus está no meio dela; não se
abalará. Deus a ajudará, já ao romper da manhã. 6 Os gentios se embraveceram; os
reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu. 7 O SENHOR dos
Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá.) 8 Vinde, contemplai as
obras do SENHOR; que desolações tem feito na terra! 9 Ele faz cessar as guerras até ao
fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. 10 Aquietai-vos, e
sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra. 11 O
SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá.)

11
Nova Tradução na Linguagem de Hoje: Ao regente do coro – para soprano.
Canção do grupo de Corá. 1 Deus é o nosso refúgio e a nossa força, socorro que não
falta em tempos de aflição. 2 Por isso, não teremos medo, ainda que a terra seja abalada,
e as montanhas caiam nas profundezas do oceano. 3 Não teremos medo, ainda que os
mares se agitem e rujam, e os montes tremam violentamente. 4 Há um rio que alegra a
cidade de Deus, a casa sagrada do Altíssimo. 5 Deus vive nessa cidade, e ela nunca será
destruída; de manhã bem cedo, Deus a ajudará. 6 As nações ficam apavoradas, e os
reinos são abalados. Deus troveja, e a terra se desfaz. 7 O SENHOR Todo-Poderoso está
do nosso lado; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. 8 Venham, vejam o que o SENHOR
tem feito! Vejam que coisas espantosas ele tem feito na terra! 9 Ele acaba com as
guerras no mundo inteiro; quebra os arcos, despedaça as lanças e destrói os escudos no
fogo. 10 Ele diz: “Parem de lutar e fiquem sabendo que eu sou Deus. Eu sou o Rei das
nações, o Rei do mundo inteiro”. 11 O SENHOR Todo-Poderoso está do nosso lado; o
Deus de Jacó é o nosso refúgio.

Nova Versão Internacional: Para o mestre de música. Dos coraítas. Para vozes
agudas. Um cântico. 1 Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre
presente na adversidade. 2 Por isso não temeremos, ainda que a terra trema e os montes
afundem no coração do mar, 3 ainda que estrondem as suas águas turbulentas e os
montes sejam sacudidos pela sua fúria. [Pausa] 4 Há um rio cujos canais alegram a
cidade de Deus, o Santo Lugar onde habita o Altíssimo. 5 Deus nela está! Não será
abalada! Deus vem em seu auxílio desde o romper da manhã. 6 Nações se agitam,
reinos se abalam; ele ergue a voz, e a terra se derrete. 7 O SENHOR dos Exércitos está
conosco; o Deus de Jacó é a nossa torre segura. [Pausa] 8 Venham! Vejam as obras do
SENHOR, seus feitos estarrecedores na terra. 9 Ele dá fim às guerras até os confins da
terra; quebra o arco e despedaça a lança; destrói os escudos com fogo. 10 “Parem de
lutar! Saibam que eu sou Deus! Serei exaltado entre as nações, serei exaltado na terra”.
11 O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é a nossa torre segura.

5.1 COMENTÁRIO DAS TRADUÇÕES

Ao compararmos as traduções acima, percebemos que não há muitas distinções, exceto


quanto a definição do vocábulo Amalote. O título do Salmo, a Almeida Corrigida Fiel
não traduz o termo “Alamote”, cujo significado não se sabe precisamente. Por isso que a

12
versão coloca o título desta maneira: “Cântico sobre Alamote”. Na NTLH o termo
“Alamote” é traduzido como “para soprano”, uma tradução possível, apesar do
significado do termo ser incerto. A tradução literal do termo é “sobre moças” e alguns o
entendem como uma referência à voz feminina ou aos instrumentos que deveriam
acompanhar a voz feminina. A NVI traduz o termo “Alamote” por “para vozes agudas”,
semelhante à NTLH. Além dessa observação, outro fato interessante é a interpretação
dada pela NTLH para a expressão “Ser exaltado”; a mesma é traduzida por ser rei, e
isso no presente, não sendo uma boa interpretação, uma vez que o vocábulo está no
imperfeito do hebraico, que denota um tempo futuro.

6. COMENTÁRIO TEOLÓGICO

A expressão hebraica hs,äx]m; - traduzida como: Refúgio , abrigo; A raiz deve,

provavelmente ser distinguida de batah, “depender de”, refugiar-se em”, por denotar
uma ação mais repentina. A etimologia é duvidosa. Com os seus derivados a raiz é
usada 56 vezes, predominantemente nos salmos e na literatura poética e hínica
semelhante. Embora empregada literalmente para o ato de abrigar-se de uma
tempestade, ou de ir para os montes em situação de perigo, a palavra com maior
freqüência, designa figuradamente a ação de procurar refúgio, e conseqüentemente, pôr
sua confiança em alguma potência importante, inclusive Deus. Essa idéia de refugiar-se
pode muito bem ter origem na experiência comum das pessoas em situação de guerra,
sejam refugiados, sejam combatentes, para quem os montes adjacentes significavam um
imediato ponto elevado e seguro, ou rocha firme, para os quais o defensor desamparado
podia correr em busca de proteção; desta maneira, o termo é usado como sinônimo de
fortaleza, ou lugar de escape. Deus é sempre o único refúgio para o seu povo. Buscar
refúgio ressalta a insegurança e a insuficiência até mesmo dos homens mais poderosos;
Ela enfatiza o aspecto defensivo ou externo da salvação em Deus, o imutável em quem
encontramos abrigo.

Segundo Derek Kidner: “Refúgio dá o aspecto defensivo ou externo da salvação: Deus


o imutável, em Quem seu povo acha proteção. Fortaleza dá o aspecto dinâmico: Deus

13
intervindo. Ambos os conceitos se resumem na expressão: socorro bem presente, que
indica Sua prontidão para ser “achado” e sua “suficiência” para qualquer situação”. 12

Outra expressão que aparece ainda no verso um é o vocábulo: hr'z>[, - Ajudar, apoiar.
A exceção do acadiano e do etíope, esta raiz ocorre em todas as línguas semíticas.
Empregado aproximadamente 80 vezes no AT, em geral azar indica apoio militar. O uso
do vocabulário com referência ao Egito é ilustrativo. O Egito cairá apesar daqueles que
lhe dão apoio. O termo também é usado como composto a nomes próprios com formas
do nome divino: Azareel (Deus ajudou), Azriel (Deus é minha ajuda), Azarias (O
Senhor ajudou), Esdras (Ajuda) e Ebenézer (Pedra de ajuda). O auxílio divino é, muitas
vezes, de natureza militar; isso se dá em diversas ocasiões em que os servos de Deus
travavam suas lutas; tal consciência, referente a ajuda divina concedida, era sem dúvida
o estímulos para as batalhas. No Salmo 46 (texto em estudo), Jerusalém, talvez no
século oitavo, é livrada das mãos de Senaqueribe por intermédio da ajuda divina; é bem
possível que este salmo tenha também uma ênfase escatológica, assim como em Isaías
63:5. Em sua ira e vindicação contra as nações, Deus não recebe ajuda humana alguma.
Em face da ajuda divina, Israel terá proteção e segurança e vencerá os seus inimigos.
Essa expressão também pode está associada a ajuda pessoal, como o ajudador dos
pobres, órfãos, enfermos, perseguidos, aflitos e de tantos outros dilemas humanos.

tArªc'b.÷ - O Substantico “tsarah” pode designar qualquer coisa estreita que impõe

limites. Uma situação ou lugar apertado; aflição, dificuldades. Semelhante a um recinto


que torna-se pequeno demais para as pessoas morarem quando estas aumentam em
número (2Rs 6.1), ou com um cobertor estreito demais para a pessoa nele se enrolar (Is
28:20); também designa a ação de enclausurar (2Sm 20:3) e pode ter o sentido de
“tolher”. Pode se referir também a forte reação emocional que a pessoa experimenta
quando sofre pressões externas feitas pelos inimigos ou pressões internas que são fruto
de decisões erradas. Essa raiz assemelhasse com uma outra que descreve a aflição de
uma mulher em trabalho de parto (Jr 48:41). O vocábulo indica ainda uma imensa
agitação no íntimo, semelhante ao terror experimentado com a aproximação de um
exército destruidor.

12
KIDNER, D. Salmos 1-72: Introdução e Comentário, 2. Ed. São Paulo: Sociedade Religiosa e Edições
Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão, 1981. p.196.

14
ac'îm. - No AT essa raíz é usada aproximadamente 450vezes, a maioria delas no Qal;

embora o seu sentido básico seja achar, “matsa” também assume outras nuanças de
sentido. O termo deve ser observado junto as línguas cognatas como o aramaico, o
etiópico e com o ugarítico; ambas as línguas traduzem essa raiz com palavras similares.
Por essa identificação com outros idiomas, a expressão no gral Qal, não deve ser
traduzida apenas no sentido de achar, mas também o de “chegar, encontrar e alcançar”;
ou seja, a expressão denota o resultado que se chega após um período de procura; como
está em Is 55.6 “buscai ao Senhor enquanto se pode achar”.

A palavra hebraica que é traduzida por “bem presente” quer dizer que “Ele é
encontrado”. Esta palavra está no pretérito, que é melhor traduzido como: “nEle se tem
encontrado”.13 Isso realmente se associa ao termo “tribulações”. Isto é, Deus não é
socorro simplesmente em um momento especifico, mas Ele intervém em seu povo em
todas as tribulações.
Comentando este Salmo, João Calvino afirma:
“é obvio que o proposito do salmista era exaltar o poder e a
benevolência de Deus para com seu povo, bem como mostrar quão
pronto está Deus para oferecer-lhes assistência, para que no tempo de
suas adversidades não olhem para todos os lados ao redor de si, mas
que repousem satisfeitos unicamente com Sua proteção”14.

ar"ynIâ- Expressão derivada do verbo “yare” que pode denotar a emoção do medo, a

previsão intelectual do mal, sem que haja ênfase na reação emocional, reverência ou
respeito, comportamento íntegro ou piedade ou adoração religiosa formal. O temor aqui
descrito pode ser derivado tanto pelos grandes feitos de Deus, como por situações
desconfortáveis. No salmo 46 a expressão na verdade é de destemor, pois o verbo está
ligado a partícula negativa “al{ . A intenção do Salmista era de afirmar que apesar dos

desconfortos apresentados em face da guerra iminente, o seu coração permanecia


descansado na proteção que vêm do Senhor. Ainda que o medo fosse legítimo para o
momento, aqui percebemos com nitidez o sentimento de profunda confiança de um
homem diante das explosões emocionais causadas pelo perigo.

13
Melhor compreensão ver a parte de Análise Gramatical deste trabalho nas páginas: 2-9.
14
CALVINO, João. Comentário dos Salmos. Vol. II.

15
O salmista passa a seguinte mensagem: mesmo que a terra esteja em caos, os
montes sejam arrancados e lançados nos mares, no meio das tribulações e agitações.
Ainda que as águas tumultuem e se avolumem e por sua fúria os montes percam sua
firmação. Ainda que os montes de Jerusalém se abalem diante da tribulação, o salmista
diz: “não temeremos” porque é Deus o refúgio, é Deus a Fortaleza.
A mesma ideia de confiança que o Salmo 121 transmite:
“Elevo os olhos para os montes:de onde me virá o socorro?O meu
socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra.Ele não permitirá que
os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda. É certo que
não dormita, nem dorme o guarda de Israel. O Senhor é quem te
guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita. De dia não te molestará
o sol, nem de noite, a lua. O Senhor te guardará de todo mal; guardará
a tua alma. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora
e para sempre.”15

A confiança dos salmistas não esta firmadas nas coisas criadas por Deus,
entretanto, no Deus que criou todas as coisas. É este Deus Todo-Poderoso que se revela
como “refúgio” e “fortaleza”, “socorro bem presente nas tribulações”.

rh'ªn" – Rio, ribeiro. Palavra usada 120 vezes no AT. o substantivo também é

encontrado nas línguas semíticas. A palavra é usada geralmente para se referir aos
principais rios das terras bíblicas.

wyg"©l'P. – Derivado do vocábulo “Palag”, significando fender, dividir; em sua

forma literal deve ser traduzido como “Canal”. No tempo do Rei Ezequias ele edificou a
cidade e esses canais foram melhorados, se tornaram secretos e levavam água para
várias partes de Jerusalém. A água vinha em um canal fino de pouca espessura
comparado aos rios, mas, as aguas sempre chegavam a toda Jerusalém.
O salmista faz uma comparação: ainda que os mares estejam turbulentos, há um rio
cujas correntes, ou cujos canais, alegram a cidade de Deus.

!Ay*l.[, - Um dos nomes divinos, em geral aparece co inicial maiúscula, “Altíssimo”. O


emprego de “elyon” como nome de Deus tem sido objeto de intensos debates no estudo
do AT. uma das idéias básicas da religião semítica em geral e do AT em particular é a
posição exaltada de Deus e irresistível da majestade de Deus. O vocábulo indica a

15
BÍBLIA DE GENEBRA. Ed. Cultura Cristã. São Paulo. 1998. p.707-708.

16
supremacia da divindade. Elyon também é descrito como o lugar de proteção e abrigo
para Israel (Sl 9:2; 91:1,9) e seu rei (Sl:21:7,8). Parece que Elyon tem um interesse
especial por Sião (Sl 46:4,5; 87:5), muito embora seja o Senhor dos céus e da terra. O
termo aparece também em alguns compostos, a mais freqüente é El Elyon.

jAM+Ti-lB; - particular negativa acompanhada do verbo “Môt” – tremer, cambalear,

escorregar. Esse verbo, que ocorre como uma figura de linguagem designativa de
grande insegurança, também pode denotar confiabilidade e certeza quando aplicado a
Deus e tendo como prefixo uma partícula negativa, como é o caso do Salmo 46:5. Aqui
encontramos a segurança daqueles que se refugiam no Senhor; eles serão inabaláveis,
pois têm ao Senhor como sua rocha e salvação. Deus lhe estende a mão para que não
escorreguem. Embora as montanhas possam sair do lugar e as colinas possam tremer, o
amor leal de Deus jamais se afastará e sua aliança jamais tremerá.

tAaåb'c. – Exércitos – pode se referir a qualquer exército arregimentado, aos moradores


dos céus ou aos corpos celestiais. Israel empunhava as armas, mas suas vitórias deviam-
se ao fato de que Deus, na condição de chefe dos exércitos, lutava por Israel. Deus é
apresentado como comandante de todos os exércitos existentes. Deus dos exércitos é um
nome especial para Deus; tal expressão ocorre cerca de 285 vezes no AT, a maioria
delas em Jeremias. Esse nome divino aparece pela primeira vez em I Sm 1:3 no final do
período dos juízes. Uma vez que Israel se levantava como uma nação com
relacionamentos internacionais, Deus se revela como o Senhor dos exércitos de todos os
poderosos impérios da época. Deus era de fato o rei daquelas nações, pois uma vez que
Israel não se voltasse parar Deus, Ele as usaria para subjugar o seu povo. Deus é o
soberano de toda terra, Senhor de todos os exércitos e rei glorioso para todo o sempre.
Está expressão: “O SENHOR dos exércitos está conosco, o Deus de Jacó é o nosso
refúgio” Indicam a Aliança de Deus com o Seu povo. John Stott diz que “este é um
termo da aliança de Deus com seu povo”. Portanto, este assunto, faz parte da categoria
sistemática da Natureza da Aliança da Graça.

17
W[d>Wâ – Essa raiz aparece mais de 994 vezes, é usada em todos os graus que expressa
uma variedade de aspectos de conhecimento adquirido pelos sentidos. Seus sinônimos
mais próximos são discernir e reconhecer; também é encontrada nas línguas semíticas.

Na seqüência do salmo encontramos a seguinte expressão: “Aquietai-vos e sabei


que eu sou Deus” (Sl. 46.10). Em outras palavras Ele está dizendo: Sossegai-vos,
deixem toda perturbação ou ansiedade, deixem isto, e, entendam que EU SOU DEUS.
“Sou exaltado entre as nações, Sou exaltado na terra” (Sl 46.10) Deus está Reinando
acima de todas as coisas. Por isso o Salmo 46, no seu contexto literário, está relacionado
com “Salmos Reais”.

~Wrïa' – Ser exaltado, estar no alto, erguer-se. Três grandes idéias estão presentes em
usos não cúlticos de rum e seus derivados. 1 – Altura literal; 2 – Altura como símbolo
de noções positivas, tais como glória e exaltação; e 3 – como símbolo de noções
negativas, tais como arrogância e orgulho. O termo é utilizado descrevendo literalmente
o sentido de altura, no entanto, essa é uma expressão idiomática para referir-se a alta
posição de Deus. No AT essa é uma expressão comum, descrevendo Deus como o mais
elevado, acima de tudo e de todos.

bG")f.mi – Lugar elevado, refúgio – o substantivo masculino “misgab” deriva da raiz


“sagab”, “está em posição elevada”, e é encontrado 15 vezes no AT, 11 delas em
salmos. Na maioria de suas ocorrências, a palavra é empregada com um sentido
positivo. Misgab fala de Deus ser a torre elevada, ou o refúgio 46:7,11,8,12 ou a defesa
do crente. Essa é uma alusão ao fato de que, no mundo antigo, tanto para o fugitivo
quanto para quem descansava, segurança era sinônimo de encontrar e permanecer em
um local elevado e fortificado, inacessível quer a animais, quer a inimigos. Os salmistas
viram essa figura como a representação mais exata da segurança que o crente tem em
Deus.

18
7. HOMILIA

INTRODUÇÃO:

Em Abril de 1521, Martinho Lutero declarou diante o tribunal de Worms: "Não


posso fazer de outro modo. Mantenho o que escrevi. Que Deus me ajude." Suas
Noventa e Cinco Teses afixadas à porta da igreja em Wittenberg em 31 de outubro de
1517 iniciaram a maior revolução na história da Igreja Cristã: a Reforma Protestante.
Pregara e publicara com ousadia sobre os abusos, erros e pecados da igreja romana. Por
estas e outras razões o Papa e outros líderes da igreja Católica queriam a sua morte.
Lutero Passou por muitos momentos difíceis em sua caminhada de fé sofreu
perseguições e ameaças de morte.

ELUCIDAÇÃO:

Os Salmos são livros de hinos e de orações da Bíblia. Os Salmos foram escritos


por diferentes autores, tais como: Davi que é citado como autor de grande parte deles,
Moisés, os filhos de Corá, os filhos de Asafe, Etã e Salomão; e uma outra série de
Salmos que não encontramos informações autorias. Suas datas e ocasiões vão desde a
época de Moisés, e vão até a época posterior ao exílio dos Judeus na Babilônia. Durante
um período de mais ou menos de setecentos anos (de 1000 a 333 a.C.).

O nome “Salmos” quer dizer “Cânticos” ou “Cântico que é acompanhado com


algum instrumento de cordas”. E é da Septuaginta, a antiga tradução grega do Antigo
Testamento, que se deriva esse título. Eles foram usados pelo povo de Israel nas suas
reuniões em adoração a Deus, enfocando diversos temas tais como: Salmos de louvor e
ações de graças, Salmos de lamentações, Salmos de confiança, Salmos reais, Salmos
sapienciais e Salmos proféticos.

Os Salmos estão agrupados em cinco livros, assim divididos:

Primeiro Livro dos Salmos 1-41

Segundo Livro dos Salmos 42-72

Terceiro Livro dos Salmos 73-89

19
Quarto Livro dos Salmos 90-106

Quinto Livro dos Salmos 107-150

O salmo de nosso meditação nesta manhã se encontra no segundo livro dos


salmos. Este Salmo parece mais uma expressão de gratidão por algum livramento
específico do que pelo auxílio contínuo pelo qual Deus sempre protegeu e preservou sua
Igreja. E possível inferir-se dele que a cidade de Jerusalém, ao ser golpeada por algum
terror e exposta a extremo perigo, foi preservada pelo inesperado e miraculoso poder de
Deus, contrariando todas as expectativas. Os filhos de Corá compôs este Salmo,
enaltecendo um livramento tão singularmente concedido por Deus e exorta os fiéis a se
entregarem confiadamente à sua proteção, e a não duvidarem de que, confiando
destemidamente nEle como seu guardião e o protetor de seu bem-estar, seriam
continuamente preservados em segurança contra todos os assaltos de seus inimigos,
visto ser sua função peculiar dominar todas as sublevações.

Quanto ao tempo em que este Salmo foi escrito, é algo também incerto, a menos que,
talvez, nos seja possível pressupor que foi escrito quando subitamente suspendeu-se o
cerco da cidade por meio de uma terrível e dolorosa destruição que Deus infligiu sobre
o exército de Senaqucribe (2 Rs. 19:35)

Diante destes fatos, gostaria de propor o seguinte tema para o sermão desta
manhã:

TEMA: CONFIANDO EM DEUS MESMO EM ADVERSIDADES

SENTENÇA DE TRANSIÇÃO: Devemos confiar em Deus porque ele se revela:

1º - COMO ABRIGO SEGURO (V. 1-3)

1 - Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações.

2 - Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no


seio dos mares;

20
3 - ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se
estremeçam.

Aqui o salmista começa com uma expressão ou sentimento geral, antes de começar a
falar do livramento mais específico. Ele começa mostrando que Deus é suficientemente
poderoso para proteger a seu povo peculiar e que lhes comunica base sólida de
esperança. Na primeira parte deste versículo o salmista usa um paralelismo sinonímico,
ou seja duas palavras, mas uma mesma idéia, quando ele diz “Refúgio e Fortaleza”. A
idéia no original é que Deus seria em meio a crise, a perseguição e as lutas do dia-a-dia,
abrigo que protege do perigo, não somente um mero aprigo, mas um forte abrigo, uma
fortaleza de proteção contra uma grande tempestade. Na segunda parte do versículo, a
expressão “Socorro bem presente na angústia”. No hebraico a idéia é de uma ênfase a
algo bem perto, ou seja algo tão próximo que sentimos a sua presença. Deus tem sido
achado, Ele tem sido testado e provado por Seu povo. Ele nunca Se desvia das aflições
dos seus servos. Ele é socorro, verdadeiramente, eficazmente, constantemente; Ele está
presente ou perto dos seus, bem ao lado e pronto para socorrer, e isto é enfatizado pela
palavra “bem” em nossa versão, Ele é mais presente do que um amigo ou parente pode
ser, sim, mais presente do que o próprio problema. A esta verdade confortante é
adicionada a consideração de que Seu auxílio vem no momento de necessidade. Ele não
é como o outono que nos leva no inverno; Ele é um amigo na necessidade e um amigo
de fato. Esta parte do versículo, também pode ser traduzida por “nele se encontra um
excelente socorro nas tribulações”. O verbo “encontrar”, é escrito no completo niphal
dando a entender que Deus seria achado nos momentos de adversidades.

O salmista ao escrever este texto tinha como propósito exaltar o poder e a


benevolência de Deus para com seu povo, bem como mostrar quão pronto está Deus a
oferecer-lhes assistência, para que no tempo de suas adversidades não olhem para todos
os lados ao redor de si, mas que repousem satisfeitos unicamente com sua proteção, pois
Deus seria achado quando o seu povo se dirigisse a ele como seu refúgio e fortaleza.

APLICAÇÃO:

Em meio as nossas crises, lutas, tribulações, angústias, adversidades, temos um Deus


que se revela, como proteção segura, como auxílio que não falha, como uma fortaleza
na qual podemos nos abrigar e ter a confiança de um Deus que nos protegerá de
qualquer tempestade. Não sei como você se encontra nesta manhã, se estais em meio as

21
adversidades ou não, mas o que quero te falar é que nós podemos ter a certeza de um
socorro que não falha. Sabemos que muitos de nossos colegas vivem tempos de
adversidades, na vida sentimental, espiritual, familiar, financeira e até mesmo
ministerial, mas louvado seja o nome do Senhor que Nele podemos encontrar este
abrigo e ter a certeza do seu socorro.

2º - COMO DEUS PRESENTE (V.4-5)

4 Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do


Altíssimo.

5 Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã.

A expressão “no meio dela” é um substantivo masculino singular, referindo-se a pessoa


de Deus e vem acompanhada de um sufixo pronominal da 3ª pessoa do singular a qual
aponta para a palavra cidade do verso anterior. Portanto, o salmista nos mostra que,
durante aquele momento de dificuldade que a cidade de Deus estava passando, Deus
estava no meio dela, como um Deus presente. Por esta razão, o salmista declara que esta
cidade jamais seria abalada, não por méritos próprios, mas porque Deus estava presente
e como conseqüência seria ajudada. A expressão “Deus está no meio dela”, atesta a
Sua presença, embora nem sempre percebidas pelos homens.

Como também o salmista mostra que a grande segurança da Igreja consiste


nisto: que Deus habita no meio dela; pois o verbo que traduzido, não se abalará, é do
gênero feminino, tampouco pode ser traduzido em relação a Deus, como se destinasse a
ensinar que Deus é inamovível. A frase deve ser explicada da seguinte forma: A santa
cidade não se moverá nem se abalará, uma vez que Deus habita ali e está sempre pronto
a ajudá-la. Deus é o rio que está no meio da cidade, conferindo-lhe vida e benção, e isso
em meio à paz, o que contrasta com os terremotos e mares revoltos dos povos.

Como também, a expressão, desde antemanhã pode ser traduzida literalmente


como: “no alvorecer da manhã.” denota o dia, tão logo o sol nasça sobre a terra. O
texto fala da madrugada de um dia mais brilhante. Ou seja, meus queridos, Deus virá
muito cedo para socorrê-la, antes mesmo que algum inimigo se desperte para fazer-lhe
mal.

22
A suma de tudo é: A proteção pela mão divina deve, acima de tudo, residir no
fato que Deus habita no meio da cidade e toda esperança de segurança depende
unicamente de sua presença. Além do mais, embora Deus nem sempre surja
imediatamente em socorro, segundo a pressa dos desejos humanos, todavia Ele sempre
virá em tempo oportuno, a fim de fazer evidente a verdade expressa neste versículo

APLICAÇÃO:

Precisamos entender que na nossa adversidade não estamos sozinhos, Deus se


revela com a sua presença, ajudando-nos, dando força, encorajamento, animando-nos.
Deus se faz presente na nossa crise, no mais profundo abismo que possamos está neste
momento, ou quando tudo parece está distante de nós, ou até mesmo quando não temos
mais força para lutar.

3º – COMO SOBERANO (V. 10-11)

10 Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado
na terra.

11 O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.

A expressão Senhor dos Exércitos indica que Deus é aquele que vai adiante do
seu exército, como também, não é apenas Senhor do exército de Israel, mas de todos os
exércitos da terra, inclusive dos exércitos inimigos. Por causa disso o salmista declara
que o povo deveria se aquietar porque Deus é exaltado sobre todas as nações. Este verbo
“aquietai-vos”, está no hiphil imperativo masculino plural, dando a idéia de que Deus
ordenou a acalmar, sossegar, relaxar os braços, descansar em meio a adversidade,
porque é Ele que põem termos a guerra até aos confins do mundo, quebra o arco e
despedaça a lança; queima os carros no fogo. Deus domina tudo, tem o controle do
universo em suas mãos, por isso a ordem de Deus para aquietar-se. Demonstrando a sua
total Soberania.

Berkhof ao falar sobre a soberania de Deus diz: “Deus é apresentado como


Criador, e Sua vontade como a causa de todas as coisas. Ele está revestido de poder e
autoridade absoluta sobre as hostes celestiais e sobre os moradores da terra. Ele

23
sustenta todas as coisas com a Sua onipotência, e determina os fins que elas estão
destinadas a cumprir.”

 O salmo 115:3 diz: “No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada”;
 I Cr. 29:11 diz: “Teu, SENHOR, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a
majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, SENHOR, é o
reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos.” ;
 Sl. 24:1 diz: “Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o
mundo e os que nele habitam.”
Conta-nos a história que quando João Wesley morria em Londres, certamente
muitos pensamentos lhe acudiram à mente e ao coração, mas suas últimas palavras
foram estas: “O Senhor dos Exércitos está conosco, o Deus de Jacó é o nosso refúgio.”
Em meio ao sofrimento de sua alma, ele entendia que Deus tinha o controle de tudo em
suas mãos.

APLICAÇÃO:

Somos pessoas que até cremos na soberania de Deus, mas quando estamos na
adversidade esquecemos que Deus tem o domínio de todas as coisas e que nada foge do
seu controle. É preciso tranqüilizar o coração, nos aquietar, sossegar a alma e saber que
o nosso Deus é o Senhor dos Exércitos, o dono do ouro e da prata, o Senhor do
universo, o todo poderoso, o Deus da paz e que as nossas vidas estão confiadas nesse
Deus.

CONCLUSÃO:

Retornando à história de Lutero, em meio às suas perseguições, adversidades


que ele e seus companheiros de reforma estavam enfrentando, sempre cantavam o salmo
46 que servia de conforto para suas almas. Em 1523, em Bruxelas, dois jovens foram
julgados e queimados, sendo que o único crime que cometeram foi sua profissão de fé,
em consonância com a doutrina Bíblica, pregada pelos reformistas. Em honra a esses
dois mártires, e baseado no salmo 46 Lutero escreveu e compôs a música do seu
primeiro hino: Castelo forte é nosso Deus.
A primeira estrofe do hino diz:

24
Castelo forte é o nosso Deus,
Espada e bom escudo!
Com seu poder defende os seus
Em todo transe agudo.
Com fúria pertinaz
Persegue Satanás
Com ânimo cruel!
Mui forte é o Deus fiel,
Igual não há na terra.

25
8. BIBLIOGRAFIA

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Gordon Chonw. São Paulo: Vida Nova, 2008.

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2013.

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27

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