Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CENTRALIDADE
DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo
em Nossas Vidas e Igrejas
Monte Mor/SP
2018
Esta apostila foi redigida a partir das videoaulas ministradas na Escola
Convergência de Teologia & Vida Cristã EAD (Ensino a Distância) e
outros materiais didáticos relacionados, cujas referências constam no
corpo da mesma.
•
Copyright© 2018 por Escola Convergência
Todos os direitos reservados
•
Autor:
Tony Felício
Revisão Teológica:
Harlindo de Souza
Revisão Final:
Maria de Fátima Barboza
Diagramação:
Fabi Vieira
•
Esta apostila ou qualquer parte dela não pode ser reproduzida
ou usada de forma alguma sem autorização expressa da Escola
Convergência, exceto pelo uso de citações breves desde que
mencionada a fonte, com endereço postal e eletrônico.
ESCOLA CONVERGÊNCIA
www.escolaconvergencia.com.br
contato@escolaconvergencia.com.br
(19) 98340-8088
Aula 2
v.1.0.0
O LUGAR
QUE DEUS
DEU A JESUS
Nesta segunda aula, sobre a centralidade de Cristo, abordaremos sobre o lugar que
Deus deu a Jesus. Porém, antes de olharmos para Jesus, precisamos entender a
intenção de Deus em criar o homem.
A CRIAÇÃO DO HOMEM
Mesmo sabendo que o homem iria traí-lo Deus o criou, pois não dependia dele
para nada; nem tampouco a criação serviu para completar algo que faltava à Trinda-
de. O que motivou Deus a criar o homem está explicitado em um dos textos mais
conhecidos da Bíblia:
14
CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas
“Porque Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
(Jo 3.16 – A21)
Deus amou! Ele não fez o homem por uma necessidade, ou por algo que lhe faltava.
Ele o fez porque o amor lhe sobrava. Isso é exclusividade de Deus, pois nenhum
homem ou criatura alguma tem tanta abundância de algo a ponto de não necessitar
receber, mas somente dar. Deus não estava carente, mas havia sobra de amor em
sua essência e ele desejou reparti-lo.
Para entendermos melhor o amor de Deus é preciso nos desvencilhar da nossa
definição moral, como nos exorta A. W. Pink:
Há muitos que falam acerca do amor de Deus, que são totalmente alheios
ao Deus de amor. O amor divino é comumente considerado como uma es-
pécie de fraqueza amigável, uma forma de indulgência gentil; ele é redu-
zido a um mero sentimento doentio estampado após a emoção humana. A
verdade é que nisto, como em qualquer outra coisa, nossos pensamentos
devem ser formados e regulados pelo o que está revelado nas Escrituras.
Que há necessidade urgente para isto está aparente, não somente pela
ignorância a qual tão generalizadamente prevalece, mas também pelo
baixo estado de espiritualidade o qual é agora tão tristemente evidente
em toda parte entre Cristãos professos. Quão pouco amor real há para
Deus. Uma razão principal para isto é porque nossos corações são tão
pouco ocupados com Seu maravilhoso amor por Seu povo. Quanto me-
lhor estivermos acostumados com Seu amor – seu caráter, plenitude, ben-
ção – mais nossos corações irão mergulhar em amor por Ele.
Dizer que Deus tem o amor como atributo é dizer que ele se doa eterna-
mente aos outros. Essa definição interpreta o amor como uma doação de
si mesmo em benefício dos outros. Esse atributo de Deus mostra que faz
parte da sua natureza doar-se a fim de distribuir bênçãos ou o bem aos
outros.
João nos diz que “Deus é amor” (1 Jo 4.8). Temos sinais de que esse
atributo de Deus já existia antes da criação entre os membros da
15
CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas
A QUEDA DO HOMEM
Foi no Éden, lugar onde o homem tinha autoridade e domínio como vice-regente
de toda a criação, que o Criador permitiu Satanás entrar para “oferecer” outra pro-
posta, a fim de dar ao homem a oportunidade de escolha – pertencer ou não a Deus.
O desejo de Satanás era destronar Deus e ter seu próprio trono, tornando-se assim,
igual ao seu Criador. Para tanto, ele queria destruir todas as estruturas e formas de
governo que Deus estabelecera. Assim, na forma de um animal que rasteja, procu-
rou enganar primeiro a mulher e depois o homem.
A serpente, então, mentiu para a mulher dizendo que ela não poderia comer de
nenhum dos frutos das árvores do Jardim. Em seguida, continuou mentindo. Fez a
mulher pensar que, se comesse do fruto proibido, seria igual a Deus. Essa foi, en-
tão, a proposta da serpente para Eva: ser igual a Deus, porém, sem Deus. Esse era
exatamente o sonho de Satanás para si mesmo.
Enganados, o homem e a mulher caem na armadilha de Satanás. O homem, então,
perde tudo o que Deus havia lhe dado; a liderança, os deveres, os privilégios e a
autoridade não estavam mais em suas mãos. Em consequência disso ocorreu um
16
CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas
Após a queda, o homem dependeria da terra e de seu próprio suor para prover
suas necessidades. Assim, o homem se voltou para as coisas naturais e colocou sua
esperança no que é visível, palpável e controlável. O sobrenatural, eterno, e até o
próprio Deus, se tornaram totalmente distantes, e tudo o que o homem passou a
fazer e tocar se tornou contaminado por sua rebeldia. Assim se sucedeu a queda do
homem e de toda a criação.
17
CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas
Como o primeiro Adão falhou, Deus precisou levantar o segundo, e último, Adão.
Alguém que redimiria todas as coisas e que a partir dele se levantasse um novo tipo
de homem. Não mais rebelado contra Deus, mas obediente, submisso e novamente
debaixo da autoridade do Pai. Assim, Deus se humilhou e se fez carne, o Criador se
fez criatura para que tudo retomasse o seu lugar. Jesus, aquele que sempre existiu,
um dia nasceu nesta terra.
Então, mais uma vez, Satanás se levanta para tentar frustrar o plano de Deus.
Pensando que enganaria o segundo Adão como fizera com o primeiro, após mais
uma vez Deus permitir, Satanás tentou o homem. Porém, o segundo Adão, Jesus,
18
CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas
obedeceu ao Pai. Ele tinha poder para reinar sobre tudo naquele momento, como
Satanás o tentara, mas ele sabia que não era a vontade do Pai e foi obediente até a
morte. Sua obediência nos proporcionou uma nova linhagem e uma nova natureza.
Não somos mais da descendência do primeiro Adão, mas agora, ressurretos em
Cristo, somos nova criatura. Ele viveu uma vida fazendo em todo o tempo a vonta-
de do Pai, vivendo de forma digna e sem pecado. E mesmo sem acusação alguma
se deu para morrer pelos nossos pecados. Ele venceu o pecado e a morte e, com
isso, conquistou o direito divino de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força,
a honra, a glória e o louvor, como descrito em Apocalipse 5.12.
Paulo ensina em Filipenses, que pela obediência de Jesus, o Pai lhe deu o lugar de
destaque:
O Lugar de Cristo
O texto abaixo nos ajudará a ilustrar o cenário do lugar de Cristo:
19
CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas
Nos primeiros versículos vemos claramente a revolta organizada contra Deus. To-
das as instituições humanas, juntas, conspirando contra ele e contra Jesus, dizen-
do que não querem ser mais controladas, e desejando que lhes tirem as algemas
porque querem governar sozinhas. O que se iniciou no Éden, continua. O mundo
é um lugar de pessoas em rebelião contra Deus, a qual reflete em todas as áreas
de suas vidas. Isso não acontece só a nível individual, mas, como mostra o Salmo,
atinge todas as instituições humanas.
Assim, não devemos nos enganar pensando que a solução virá deste mundo, dos
políticos, empresários ou grandes organizações, como a ONU ou qualquer outra.
Só existe uma Pessoa capaz de consertar todas as coisas. Mais adiante, no Salmo,
diz que Deus se ri. Sim, Deus está tranquilo, pois é muito grande para ser abalado
por qualquer outra força que se levante contra ele. O problema não o atinge, mas
atinge ao homem e a todo o mundo. Ele, porém, está tranquilo porque tudo conti-
nua conforme havia planejado antes da fundação do mundo.
O Salmo é profético e aponta para coisas que ainda vão acontecer. Mas, a partir do
verso 5, fala sobre algo que já está acontecendo. Jesus não é ainda o rei de todas as
nações da terra, pois se fosse os povos não estariam como estão. Deus, porém, es-
tabeleceu uma nação, um povo na Terra; e é nesse lugar que vai honrar a Jesus – seu
povo foi escolhido para glorificar a Jesus. Na sua segunda vinda Cristo não virá mais
como um cordeirinho, mas virá cheio de glória, e como Juiz da terra estabelecerá
juízo sobre todas as coisas.
Antes disso, porém, existe um povo que não se rebela contra o Senhor. Um povo
constituído de homens obedientes e semelhantes a Jesus; semelhantes ao segundo
Adão e não mais ao primeiro. Homens obedientes que confiam e fazem a vontade
do Pai.
Primazia e Plenitude
Há duas palavras chaves a respeito do que o Pai deu a Jesus, e que nos permite
entender o lugar de Cristo.
20
CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas
1. Primazia
Refere-se ao lugar em que Deus colocou Jesus. Na aula anterior vimos que João
reconheceu isso ao dizer que Jesus tinha primazia, porque já existia antes dele.
Deus colocou Jesus no primeiro e mais importante lugar.
2. Plenitude
Refere-se ao que Jesus é e ao que o Pai lhe deu. Todas as coisas lhe pertencem e nele
está tudo o que é necessário para o cumprimento da vontade do Pai. Ele é a fonte
de tudo o que precisamos; é o autor e sustentador de todas as coisas. Nele estão
escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.
21
CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas
“Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo imenso amor com que nos
amou, estando nós ainda mortos em nossos pecados, deu-nos vida junta-
mente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente
com ele, e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus,
para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça,
pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus.” (Ef 2.4-7 – A21)
Terminaremos esta aula nos deliciando com mais um texto a respeito de Jesus e o
lugar que o Pai lhe deu:
“No passado, por meio dos profetas, Deus falou aos pais muita vezes e
de muitas maneiras; nestes últimos dias, porém, ele nos falou pelo Filho,
a quem designou herdeiro de todas as coisas e por meio de quem também
fez o universo. Ele é o resplendor da sua glória e a reprwesentação exa-
ta do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder e
tendo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade
nas alturas, tornando-se superior aos anjos, a ponto de herdar um nome
mais excelente do que eles.” (Hb 1.1-4 – A21)
22