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ESCOLA CONVERGÊNCIA

de teologia & vida cristã

CENTRALIDADE
DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo
em Nossas Vidas e Igrejas

Monte Mor/SP
2018
Esta apostila foi redigida a partir das videoaulas ministradas na Escola
Convergência de Teologia & Vida Cristã EAD (Ensino a Distância) e
outros materiais didáticos relacionados, cujas referências constam no
corpo da mesma.

Copyright© 2018 por Escola Convergência
Todos os direitos reservados

Autor:
Tony Felício

Compilação e Elaboração de Texto:


Gabriel Galvão

Revisão Teológica:
Harlindo de Souza

Revisão Final:
Maria de Fátima Barboza

Diagramação:
Fabi Vieira

Esta apostila ou qualquer parte dela não pode ser reproduzida
ou usada de forma alguma sem autorização expressa da Escola
Convergência, exceto pelo uso de citações breves desde que
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Aula 5
v.1.0.0

A PRÁTICA DA
CENTRALIDADE
DE CRISTO:
NA VIDA PESSOAL
Parte 2
Nessa segunda parte de “A Prática da Centralidade de Cristo na vida Pessoal” es-
tudaremos mais dois aspectos: sobre a ação do Espírito Santo em nós e através de
nós, e sobre as nossas expectativas.

O CENTRO DA AÇÃO DO ESPÍRITO


EM NÓS E ATRAVÉS DE NÓS

“Quando vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Es-


pírito da verdade, que procede do Pai, esse dará testemunho acerca de
mim.” (Jo 15.26 – A21)

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Entre as muitas ações do Espírito Santo (desde que Jesus foi assunto ao céu) está
a principal delas: dar testemunho de Jesus. Não há como conhecer a Cristo sem a
revelação do Espírito. Sabemos que ele é a palavra, o Verbo de Deus, mas é o Es-
pírito Santo que o revela a nós e transforma a palavra em vida em nosso interior.
Portanto, a diversidade de trabalhos do Espírito Santo só tem uma finalidade: dar
testemunho de Jesus Cristo. Ou seja, o Espírito nos ensina sobre Jesus, nos conduz
a ele, e nos revela quem é o Filho de Deus. Todas as suas obras em nós, e através de
nós, tem esse único objetivo e intenção.
Destacaremos a seguir, as obras do Espírito Santo em nós que expressam o senho-
rio de Cristo na nossa vida, individual e comunitária:

1. Os dons e os ministérios

Os dons e os mistérios são sobrenaturais e concedidos a nós pelo Espírito Santo.


Eles são diversos e têm como objetivo edificar a igreja e o cristão individualmente.
Paulo faz uma lista deles, nos textos abaixo:

“Na igreja, Deus designou alguns primeiramente apóstolos; em segundo


lugar, profetas; em terceiro, mestres; depois os que realizam milagres;
depois, os que têm dons de curar, os que socorrem os outros, os que admi-
nistram e os que falam variedades de línguas.” (1 Co 12.28 – A21)

(1) apóstolos; (2) profetas; (3) mestres; (4) milagres;


(5) curas; (6) socorro; (7) administração; (8) línguas.
***

“Porque a um é dada, pelo Espírito, a palavra de sabedoria; a outro,


pelo mesmo Espírito, a palavra de conhecimento. A outro, pelo mesmo
Espírito, é dada a fé; a outro, pelo mesmo Espírito, dons de curar; a
outro, a realização de milagres; a outro, profecia; a outro, o dom de dis-
cernir os espíritos; a outro, variedade de línguas; e a outro, interpretação
de línguas.” (1 Co 12.8-10 – A21)

(1) palavra da sabedoria; (2) palavra do conhecimento; (3) fé; (4) dons de curar;
(5) milagres; (6) profecia; (7) discernimento de espíritos;
(8) línguas; (9) interpretação de línguas.
***

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“E ele designou uns como apóstolos, outros como profetas, outros como
evangelistas, e ainda outros como pastores e mestres” (Ef 4.11 – A21)

(1) apóstolo; (2) profeta; (3) evangelista; (4) pastor; (5) mestre.
***

“De modo que temos diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se
é profecia, que seja de acordo com o padrão da fé; se é serviço; se é ensino,
que seja exercido no ensino; ou quem encoraja, use o dom para isso; o que
contribui, faça-o com generosidade; quem lidera, com zelo; o que usa de
misericórdia, com alegria.” (Rm 12.6-8 – A21)

(1) profecia; (2) serviço; (3) ensino; (4) encorajamento; (5) contribuição;
(6) liderança; (7) misericórdia.
***

“Desejaria que todos os homens estivessem na mesma condição em que


estou. Mas cada um tem o seu dom da parte de Deus, um de um modo, e
outro de outro. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas que lhes seria bom
se permanecessem na mesma condição em que estou. Mas, se não conse-
guirem dominar-se, que se casem..” (1 Co 7.7-9a – A21)

(1) celibato; (2) casamento.


***

Vimos acima que existem diversos dons, os quais o Espírito Santo dá como pre-
sente aos cristãos. Sem eles seria muito difícil ser edificado, tanto a nível pessoal
quanto coletivo (a igreja). É certo que necessitamos dos dons, porém, precisamos
vê-los da perspectiva certa, isto é, eles não servem para glorificar o indivíduo nem a
igreja. Seu principal objetivo é testemunhar e glorificar Cristo (o cabeça). Os dons
nos possibilitam, individualmente, a ser mais parecidos com Jesus.
Em relação aos ministérios, eles são dados para que o corpo de Jesus (a Igreja) seja
bem equipado, capacitando-o para o seu bom funcionamento. Seu propósito não é
a pessoa que o tem (não é exaltá-la nem levantá-la), mas a edificação do corpo e a
glória de Cristo. A finalidade última dos dons e ministérios (individuais e coletivos)
é ligar o corpo à cabeça (Cristo) levando-o a conhecê-la mais.

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2. Ele é o Consolador

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique
para sempre convosco, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode
receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, pois ele
habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para
vós.” (Jo 14.16-18 – A21)

O que o Espírito Santo, como consolador, faz em nossas vidas?

• Nos leva a experimentar o poder da morte e ressurreição de Cristo.


Ele consola e nos convence da obra redentora de Jesus, nos livrando de toda con-
denação e rompendo as prisões da mentira que levam nossas mentes ao engano.
Ele nos cura de nossos traumas para, assim, podermos viver de forma plena e alegre
com Cristo, conhecendo-o e repartindo-o com outros. Entendemos que a cruz nos
dá toda condição de sermos pessoas saudáveis, uma vez que somos convencidos
pelo Espírito de que Jesus levou sobre si (quando morreu na cruz) todas as nossas
dores e enfermidades, sejam elas do corpo ou da alma.

• Ele nos convence do pecado (dos nossos erros)


O Espírito Santo nos revela quando estamos agindo em desacordo com a vontade
do Pai. Em outras palavras, ele aponta para o nosso erro e nos convence a não viver
mais no pecado e na iniquidade.
Além de indicar onde estamos falhando, ele mostra a causa dessas falhas. E, então,
sua voz se faz ouvir em nosso interior levando-nos a buscar o perdão, através do
arrependimento. Maravilhosamente ele nos revela a graça que nos consola e na
qual estamos firmados. A graça nos faz viver reconciliados e nos encoraja a viver em
santidade. Logicamente, vamos errar porque somos seres humanos, mas os erros
não terão mais poder de nos parar e travar.

• Ele nos consola nas nossas aflições:


Jesus disse que no mundo teríamos aflições. Diante disso, o Espírito Santo nos
consola revelando-nos Jesus, ensinando como lidar com as aflições, e nos manten-
do no foco mesmo em meio às adversidades. Ele nos faz lembrar que Cristo venceu
e, por estarmos em Cristo, nós também venceremos. A vitória de Jesus é a garantia
da nossa vitória e, certamente, nos conduzirá à vitória final no grande dia em que
nos encontraremos com ele.

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Creia! Tudo o que o Espírito Santo faz é para nos mostrar Jesus, para nos preparar
para ele e fazê-lo mais visto e percebido em nós e através de nós.

JESUS – O CENTRO DAS NOSSAS EXPECTATIVAS

Ter expectativa não é errado, pois são elas que normalmente nos movem para che-
gar onde queremos. Ter expectativa é importante em nossa caminhada, aliás, todo
projeto humano é gerado a partir de alguma expectativa. Porém, elas são, muitas
vezes, a origem de nossas frustrações, ansiedade e falta de paz interior. Como fazer,
então, para que as expectativas não sejam uma arma contra nós mesmos? Paulo
parece ter encontrado a solução disso. Vejamos o que ele escreveu a respeito disso,
em sua carta aos Filipenses:

“Se bem que eu poderia até mesmo confiar na carne. Se alguém pensa
que pode confiar na carne, muito mais eu; circuncidado no oitavo dia, da
descendência de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto
à lei, fui fariseu; quanto ao zelo, persegui a igreja; quanto à justiça que
há na lei, eu era irrepreensível. Mas o que para mim era lucro, passei a
considerar perda, por amor de Cristo. Sim, de fato também considero
todas as coisas como perda, comparadas com a superioridade do conhe-
cimento de Cristo Jesus, meu Senhor, pelo qual perdi todas as coisas. Eu
as considero como esterco, para que possa ganhar Cristo, e ser achado
nele, não tendo por minha a justiça que procede da lei, mas sim a que
procede da fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé, para
conhecer Cristo, e o poder da sua ressurreição, e a participação nos seus
sofrimentos, identificando-me com ele na sua morte, para ver se de al-
gum modo consigo chegar à ressurreição dos mortos. Não que eu já a
tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas vou prosseguindo, procuran-
do alcançar aquilo para que também fui alcançado por Cristo Jesus. Ir-
mãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado; mas faço o seguinte:
esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que
estão adiante, prossigo para o alvo, pelo prêmio do chamado celestial de
Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3.4-14 – A21)

O apóstolo Paulo diz que se esqueceu das coisas que ficaram para trás a fim de pros-
seguir para as que estavam diante dele. Algo havia levado todas as suas expectativas
e seu foco agora era uma expectativa muito maior, a qual roubou a sua atenção e o
brilho de tudo o que ele tinha. Sim! Paulo resolveu o problema das expectativas.

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Quando Jesus ensina (por parábolas) sobre o reino do céu, fica ainda mais claro para
nós o que Paulo disse acima:

“O reino do céu é semelhante a um tesouro escondido no campo, que um


homem esconde, depois de achá-lo. Então, em sua alegria, vai e vende
tudo que tem, e compra aquele campo.” (Mt 13.44 – A21)

Vamos fazer um paralelo entre algumas expressões usadas por Paulo e algumas coi-
sas que costumamos fazer com a nossa vida:

• “circuncidado ao oitavo dia”


Nós diríamos: “Meus pais fizeram o que deveriam ter feito.” Colocamos expecta-
tiva na criação que recebemos, como se quem recebeu uma boa criação (teve pais
que fizeram tudo certo), fosse garantia de que nada vai nos conduzir ou produzir
alguma frustração.

• “da linhagem de Israel”


Nós diríamos: “Eu sou crente bem convertido e minha religião é a certa, a me-
lhor de todas.” Colocamos nossa expectativa nas experiências religiosas, como se a
“nossa” religião (ir à igreja e ter práticas cristãs) fosse nos garantir sucesso pleno e
satisfação completa.

• “da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus”


Nós diríamos: “Sou da melhor família, da melhor igreja; meu pai e minha mãe são
maravilhosos.” Mas, por mais maravilhosos que sejam nossos pais e irmãos, ou o fato
de estarmos nessa ou naquela parte da família ou igreja, isso não nos garante satis-
fação completa, não garante que os nossos desejos mais profundos serão atendidos.

• “quanto à lei, fariseu”


Nós diríamos: “Não tenho uma história de muitos pecados e, de certa forma, sou
até bonzinho.” Pensamos que a nossa bondade (boas obras) nos satisfarão, como se
a conquistássemos por mérito. Terrível engano é achar que a bondade está em nós!

•“sou zeloso ao ponto de perseguir a igreja”


Nós diríamos: “Ah, mas quando cometi erro foi com a melhor das intenções.” Te-
mos a ousadia de dar tal desculpa, para justificar um erro nosso. Não queremos nos
frustrar e achamos que mesmo quando erramos estamos, na verdade, querendo
fazer o bem.

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• “quanto à justiça que há na lei, irrepreensível”


ós diríamos: “Eu tento ser perfeccionista, tento não errar.” Colocamos expectativa
em nós mesmos, na nossa performance, na nossa justiça própria, naquilo que con-
seguimos fazer. Mas será que, por melhor que eu seja, posso garantir que nunca vou
errar? Ou posso garantir que é pelos meus acertos que Deus me recebe? Sabemos
que não! Por mais que eu faça algo que considero bom ou que alguém considera
bom, a justiça própria é como trapo de imundícia para Deus.
Paulo fez diferente do que sempre fazemos. Ao listar todas essas coisas, ele as tra-
tou como menos importante, pois o importante para ele era ganhar a Cristo. Tudo
o que havia feito ou construído, todos os bons atos que havia realizado, passou a
não ter mais valor, considerou TUDO como perda. Nada mais tinha valor diante
da possibilidade de ganhar a Cristo a quem ele desejava conhecer profundamente,
mais que tudo. Sua maior expectativa, além de conhecê-lo, era ser achado nele.
O anelo de Paulo deve ser também o nosso maior anelo e ambição. Isso inclui não
nos prender a nada que venha de nós mesmos. Ganhar a vida é conhecer a Jesus!
Esse deve ser nosso sonho e expectativa de vida. Saber tudo sobre Jesus é mais im-
portante do que qualquer outra coisa.

“E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a


Jesus Cristo, que enviaste.” (Jo 17.3 – A21)

Conhecer Jesus vai além de saber quem ele é – conhecer Jesus é experimentá-lo.
Faz parte disso o querer conhecer os detalhes do seu coração, da sua mente, da obra
que ele realizou e realizará, isto é, conhecer os detalhes da sua vinda e do seu go-
verno futuro. Se você se empenhar em conhecê-lo descobrirá que os dias são curtos
aqui nesta terra e que, então, precisará da eternidade para continuar a conhecê-lo.
Muitas pessoas estão travadas porque pararam em algum momento de suas vidas
em algum tipo de frustração, por algo que não aconteceu ou não deu certo. Elas
colocaram como alvo as suas expectativas em coisas e pessoas, deixando sua espe-
rança fora de Cristo. Que possamos entender que tudo o que fazemos, e também
os nossos relacionamentos, devem acontecer a partir do nosso trabalho de conhe-
cer a Cristo. Que em meio aos seus afazeres diários você o encontre, porque tudo
o que precisa está nele. Não pare em nenhuma frustração. Deixe o Senhor curar,
restaurar e tirar você de onde parou, acreditando que ali estava a sua satisfação.
Que, como Paulo, você possa prosseguir em direção ao alvo – conhecer a Jesus e
ser achado nele, quando voltar.

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Não há melhor e mais sublime expectativa do que ver o nosso amado no dia da sua
volta! Reencontrar face a face o autor e consumador de nossas vidas há de suprir a
maior de todas as nossas expectativas. Para que assim seja precisamos, como Paulo,
nos esquecer das coisas que ficaram para trás. Isso requer de nós duas ações progressi-
vas: DEIXAR e ESQUECER. Ou seja, deixar as coisas para trás e esquecê-las.
Essas duas ações nos farão entender que as coisas que ficaram para trás, em nada
suprem o nosso ser, e que nosso interior anseia em sua totalidade (alma, espírito e
matéria) ser preenchido por Cristo – pelo que ele é e faz por nós – até que sejamos
totalmente preenchidos pela sua glória.

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