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ESCOLA CONVERGÊNCIA

de teologia & vida cristã

CENTRALIDADE
DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo
em Nossas Vidas e Igrejas

Monte Mor/SP
2018
Esta apostila foi redigida a partir das videoaulas ministradas na Escola
Convergência de Teologia & Vida Cristã EAD (Ensino a Distância) e
outros materiais didáticos relacionados, cujas referências constam no
corpo da mesma.

Copyright© 2018 por Escola Convergência
Todos os direitos reservados

Autor:
Tony Felício

Compilação e Elaboração de Texto:


Gabriel Galvão

Revisão Teológica:
Harlindo de Souza

Revisão Final:
Maria de Fátima Barboza

Diagramação:
Fabi Vieira

Esta apostila ou qualquer parte dela não pode ser reproduzida
ou usada de forma alguma sem autorização expressa da Escola
Convergência, exceto pelo uso de citações breves desde que
mencionada a fonte, com endereço postal e eletrônico.

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Aula 7
v.1.0.0

IGREJA
CRISTOCÊNTRICA:
CORPO, CASA E
FAMÍLIA.
Parte 2

Desde a aula passada estamos vendo sobre a centralidade de Cristo na igreja. Antes de
continuarmos, vamos relembrar as três figuras que Paulo usa para se referir à Igreja:
• Corpo;
• Casa (edifício);
• Família.
Pontos comuns entre elas:

1. Cada figura é feita por muitas partes:

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CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas

FIGURA PARTES
Corpo Membros
Edifíco Pedras
Família Indivíduos

Essas figuras mostram que a Igreja é feita por partes distintas e diferentes. As pe-
dras de uma construção são diferentes; os membros de um corpo são diversos; e,
de igual forma, os indivíduos de uma família têm papéis e funções diferentes. Po-
rém, todos são únicos e indispensáveis.
Assim também Deus fez na Igreja. Cada pessoa é diferente da outra e desempenha
uma função também diferente, mas ao mesmo tempo elas se completam. Não há
funcionalidade na Igreja sem a unidade delas.

2. Elementos necessários para conectar as partes às


figuras:

FIGURA PARTES CONEXÕES


Corpo Membros Juntas e tendões
Edifíco Pedras Cimento
Família Indivíduos Aliança ou genética

Ou seja, a Igreja é feita de partes que se ligam umas às outras. Pedras só funcionam
na construção de um edifício, quando se coloca cimento entre elas. Juntas e ten-
dões, de igual forma, conectam os membros entre si. Na família também tem que
haver vínculos, por aliança de casamento ou genético. Concluímos, através dessas
comparações, que a Igreja é formada por partes diferentes que se conectam. Estar-
mos ligados uns aos outros nos garante sermos Igreja.

3. Cristo tem um papel fundamental em cada uma das


figuras:

FIGURA PARTES CONEXÕES PAPEL DE CRISTO


Corpo Membros Juntas e tendões Cabeça
Edifíco Pedras Cimento Pedra angular (principal
Família Indivíduos Aliança ou genética Primogênito

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CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas

Cristo é a parte central de todas as figuras usadas para representar a Igreja; em to-
das elas ele tem o papel principal.
Nossa vida hoje e no futuro está totalmente ligada a Jesus. Estamos nos movendo
para nos tornarmos um com ele. Cristo é também a identidade de sua Igreja. Não
somos pessoas “normais”, não podemos nos comparar aos que vivem no mundo.
Temos um nascimento, um objetivo e um alvo totalmente sobrenatural e diferente
do que o mundo conhece.

MISTÉRIOS DE DEUS

Aprofundaremos agora o nosso estudo, sobre a centralidade de Cristo na Igreja, ob-


servando a expressão “mistérios de Deus”, usada por Paulo em alguns textos bíblicos.
Mistério se refere a algo escondido, a algum segredo ou a alguma coisa que não foi
revelada. Paulo ensina que Deus tem um mistério, porém, apesar de ter sido se-
gredo, ele o está revelando aos homens. Deus decidiu revelar seu mistério através
de Seu Filho, Jesus Cristo. Vamos compreender melhor esse mistério, através de
lermos os textos abaixo:
1º Mistério: “fazer convergir em Cristo todas as coisas”

“E fez com que conhecêssemos o mistério da sua vontade, segundo a sua


boa determinação, que nele propôs para a dispensação da plenitude dos
tempos, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão
no céu como as que estão na terra.” (Ef 1.9,10 – A21)

Tudo e todas as coisas convergem para Cristo. Muitas já foram realizadas nesse sen-
tido, mas em sua segunda vinda ocorrerá em plenitude. O mistério é Deus resolver
que todas as coisas, as quais o pecado tirou do lugar, sejam para a exaltação do
nome de Cristo. Convergir significa trazer de volta para debaixo da mesma cabeça,
da mesma pessoa.

Convergência
Esta palavra era comumente utilizada em tempos antigos, quando um
exército perdia seu general e todos os soldados comandados por ele, fica-
vam sem comando; à beira da desordem e à mercê do inimigo. Porém, ao
ser convocado um novo general, todos eram chamados para convergirem
em torno do novo líder que reestabeleceria a ordem no exército, fazendo
com que novamente tivessem comando.

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CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas

Todas as coisas, seres e homens têm sua existência e sentido em Cristo. Deus, san-
to e soberano, só pode ser acessado por meio do Verbo, o Deus encarnado – Jesus.
Tudo que, por causa do pecado de Adão, perdeu seu lugar, e por isso, sua existência
e sentido foram corrompidos e danificados, pode ser regenerado se orbitar ao redor
de Cristo. Ele é o centro de todas as coisas. Esse é o infalível plano de Deus para
trazer de volta todas as coisas ao seu desígnio original:

“Que é o seu corpo, a plenitude daquele que preenche tudo em todas as


coisas.” (Ef 1.23 – A21)

2º Mistério: “Cristo em vós a esperança da glória”

“O mistério que esteve oculto durante séculos e gerações, mas que agora
foi manifesto aos seus santos, a quem Deus, entre os gentios, quis dar a
conhecer as riquezas da glória deste mistério, a saber, Cristo em vós, a
esperança da glória.” (Cl 1.26,27 – A21)

Podemos observar aqui, duas informações:


• Cristo é mais uma vez o destaque;
• Cristo está dentro de nós.
Ou seja, o grande poder de Deus para nos transformar à sua semelhança e, assim,
exaltar a Cristo, é o próprio Cristo habitando na sua Igreja.
Não será apenas o mundo, a natureza e as coisas externas que serão consertadas em
Cristo, mas também nele as nossas vidas serão transformadas – ele colocará em or-
dem o nosso interior. Por isso, temos a convicção de que iremos morar com ele, isto
é, estaremos futuramente com Cristo se hoje permitirmos que ele habite em nós.
Quando ele habita em nós tudo vai sendo transformado e a sua luz invade, cada vez
mais, a escuridão do nosso interior. O que permitirá a plenitude de Deus em nós
não são as coisas que temos ou fazemos. Nenhuma atitude nossa irá nos tornar dig-
nos diante de Deus. O que nos torna plenos é Cristo habitando em nós. E quando
isso acontece, gradativamente, tudo vai entrando em ordem e reencontrando o seu
devido lugar, tais como: nossos pensamentos, sentimentos e vida prática. Desta
forma, com tudo no lugar, somos pessoas cheias de paz e que não vivem mais no
meio do caos, sem saber como agir e para onde ir. Antes, vivendo com um único
objetivo: aguardar ansiosamente a volta de Cristo.

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CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas

3º Mistério: “os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo”.

“pois ele é a nossa paz. De ambos os povos fez um só e, derrubando a pare-


de de separação, em seu corpo desfez a inimizade, isto é, a lei dos manda-
mentos contidos em ordenanças, para em si mesmo criar dos dois um novo
homem, fazendo assim a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em
um só corpo, tendo por ela destruído a inimizade” (Ef 2.14-16 – A21)

“de forma que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do


mistério de Cristo. Esse é o mistério que em outras gerações não foi ma-
nifestado aos homens, da forma como se revelou agora no Espírito aos
seus santos apóstolos e profetas, isto é, que os gentios são co-herdeiros,
membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus
por meio do evangelho.” (Ef 3.4-6 – A21)

Agora, Paulo aumenta a revelação do mistério que havia dito anteriormente.


Cristo acaba com a inimizade entre judeus e gentios ao fazer com que ambos se
tornem, em si, um só povo. Por isso, já não há dignidade em nenhum povo, aliás,
ninguém é digno de nada, como diz as palavras do evangelho: “Todos merecemos a
condenação eterna, pois não temos mérito ou direito algum”. Porém, por sua abun-
dante graça, Deus resgatou um só povo (quer judeus ou gentios) através da morte de
seu Filho e nos enxertou nele, tornando a todos nós uma só família e um só corpo.

4º Mistério: “Cristo e a igreja serão uma só carne.”

“Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá a sua mulher, e os dois
serão uma só carne. Esse mistério é grande, mas eu me refiro a Cristo e à
igreja.” (Ef 5.31,32 – A21)

A última e quarta parte do mistério é que Cristo e a Igreja serão um só. O grande
mistério citado neste texto, não tem a ver com o casamento entre um homem e
uma mulher, mas o que acontece entre Cristo e a Igreja. A vontade de Deus vai
muito além de termos acesso a ele, o que já seria grandioso demais para nós. Po-
rém, é muito mais poderoso que isso – Deus deseja que Cristo e a Igreja se tornem
um. E isso só é concebido através de casamento.
Temos, agora, mais uma nova figura da Igreja em relação a Cristo. Mas antes de apre-
ciá-la, vamos compilar o mistério revelado até aqui em quatro etapas sequenciais:

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CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas

Deus exalta Jesus coloca Cristo dentro de nós


resolve a inimizade entre os judeus e gentios prepara
uma noiva para Cristo.

A NOIVA DE CRISTO

Na Bíblia, a Igreja também é chamada de a noiva de Cristo. Porém, neste momento


da história, ela ainda não está pronta para o casamento, mas está em processo de
amadurecimento. Ou seja, o Espírito Santo a está preparando, adornando, corri-
gindo e ensinando para estar pronta para o grande dia. Ele a está purificando atra-
vés da Palavra.

“a fim de santificá-la, tendo-a purificado com o lavar da água, pela pa-


lavra, para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha,
nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.”
(Ef 5.26,27 – A21)

Assim será feito a ela, para que possa cumprir a expectativa do Pai, do Espírito
Santo e do próprio noivo, Jesus. Outro trabalho do Espírito Santo neste tempo é
apresentar o noivo para a noiva, ou seja, fazer com que a Igreja conheça cada vez
mais a Cristo.
Ao olhar a Igreja, através dessa analogia, podemos entender algo muito bonito e
grandioso: Deus quer ser um conosco. Ele deseja muito mais de nós do que, nor-
malmente, buscamos dele. Ele deseja ser muito além do que simplesmente um pro-
vedor ou aquele que nos abençoa. O desejo maior dele é se casar com a sua Igreja.
Uau! Que grande mistério! Você, eu e todos os que fazem parte da sua Igreja, sere-
mos um com o próprio Deus! Isso é tremendo!
Ao lermos o livro de Apocalipse percebemos que haverá uma grande festa de casa-
mento – o dia das bodas do Cordeiro.

“Alegremo-nos, exultemos e demos glória a ele, porque chegou o momen-


to das bodas do Cordeiro, e sua noiva já se preparou” (Ap 19.7 – A21)

A Igreja, sua noiva, não será mais aquela que o traiu e rejeitou por tantas vezes, mas
aquela que será pura e imaculada e que junto com o Espírito Santo dirá: Vem! E assim

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ele receberá a sua tão esperada resposta, e saberá que finalmente sua noiva está pron-
ta para o casamento. O plano de Deus não é simplesmente restaurar e resolver tudo
o que fora desordenado pelo homem, ou trazer a paz entre os povos, ou, ainda, nos
transformar interiormente. Seu plano é muito maior do que isso; é glorificar seu Filho
tornando-o um com sua Igreja pura e santa.

“O Espírito e a noiva dizem: Vem! E quem ouve, diga: Vem! Quem


tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida.”
(Ap 22.17 – A21)

Cristo aguarda ansiosamente por esse dia que só o Pai conhece. Mas será que sua
Igreja está da mesma forma ansiosa? Você já se percebeu desejando Jesus mais do que
sua alma consegue suportar? Podemos comparar esse desejo a uma paixão que temos
ou tivemos e que de tão forte desejamos estar todo tempo perto da pessoa amada. Po-
rém, o nosso anseio por Cristo deve ser muito maior do que esse ou qualquer outro
desejo que possamos ter por qualquer outra pessoa. Pare um pouco e avalie como está
o seu desejo interior por ele. O quanto você anseia pelo dia que o verá de perto? O
quanto você espera e faz escolhas em direção ao dia das bodas do Cordeiro?

“e lhe disse: Tu viverás comigo muito tempo; não te prostituirás, nem se-
rás mulher de outro homem; eu também viverei contigo.” (Os 3.3 – A21)

Nesse texto, o pedido do amado à sua noiva é que espere. Mesmo se ele demorar,
que ela não busque outros amores ou se deixe seduzir pelos que lhe quer apresentar
outros prazeres.
Esse é o convite do nosso amado à sua Igreja hoje – Espere! Esse tempo de aguardar
a sua vinda é necessário e muito importante para ela, porque enquanto isso o Espírito
Santo trabalha para embelezá-la. Ele conhece o coração do noivo e o estado da noiva,
por isso, trabalha na sua purificação, para que no grande dia possa entregá-la ao Noivo.
Esse será o dia em que perceberemos que todos os processos e lutas terão valido a
pena. Quanto mais a Igreja espera pelo Noivo, mais o conhecerá e mais será atraída
por ele. Assim, deixará de desejar qualquer outra coisa e não mais as colocará no
lugar de Cristo:
• Não mais se distrairá buscando riquezas, tentando ajuntar tesouros na terra,
os quais serão destruídos e corroídos, pois entenderá que a sua riqueza é Cristo.

“Mas deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no


nome do SENHOR.” (Sf 3.12 – A21)

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CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas

• Não mais correrá atrás de fama, querendo ser o centro das atenções na sua
busca por valor, mas entenderá que sua glória é a glória de Cristo.
• Igualmente deixará de buscar poder, quer político, quer de influência ou
intelectual, pois entenderá que sua luta não é contra carne ou sangue. Antes,
buscará o poder de Deus através do Espírito Santo.

A PRÁTICA DO MISTÉRIO REVELADO

Implicações práticas do mistério revelado em nossas vidas:


• Quem deseja a Jesus, deseja a Igreja.
Jesus e a Igreja são inseparáveis, uma vez que a cabeça não se separa do corpo. Po-
rém, está crescendo o grupo de pessoas que enganadas dizem amar a Deus, mas
não querem a Igreja. Elas buscam isoladamente conhecer a Cristo, mas não sabem
que isso é impossível!
Quem quer a Jesus quer a Igreja, e quem ama a Jesus ama a Igreja; e, consequentemen-
te, quem ama a Igreja ama a Jesus, mas quem não ama a Igreja não pode amar a Jesus.
Na história de Saulo, por exemplo, Jesus aparece a ele pessoalmente. Sim! Saulo
tem um encontro pessoal com Cristo. Porém, Jesus decide não fazer tudo e ordena
que Saulo procure outra pessoa para lhe falar o que estava acontecendo; deveria
procurar alguém daquela mesma Igreja que ele, determinadamente, perseguia.

“E, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que
me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? O Senhor respondeu:
Eu sou Jesus, a quem persegues” (At 9: 4-5)

Jesus diz a Saulo que quando persegue a Igreja é ao próprio Cristo que ele está perseguindo.
Assim como orientou a Saulo é também a maneira que Cristo nos orienta: algumas
vezes ele mesmo nos ensina e revela coisas, outras vezes ele o faz através de nos-
sos irmãos, porque esse é o desejo de Deus – aprender a receber dele através dos
irmãos. Todos nós fazemos parte do mesmo corpo.
• Viver para Cristo é o mesmo que viver para a Igreja.
Quando vivemos para Cristo também vivemos para os nossos irmãos, e não para
coisas que podemos alcançar ou para um projeto particular. Porque o tempo que
gastamos é, primeiramente, para as pessoas que fazem parte do corpo de Cristo.

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CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas

“Pois para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Mas, se o viver no


corpo resulta para mim em fruto do meu trabalho, não sei então o que
escolher. Sinto-me, porém, pressionado de ambos os lados, tendo desejo
de partir e estar com Cristo, pois isso é muito melhor; todavia, por vossa
causa, acho mais necessário permanecer no corpo. E, tendo esta confian-
ça, sei que ficarei e permanecerei com todos vós para vosso desenvolvi-
mento e alegria na fé; para que cresça o motivo de vos orgulhardes em
Cristo Jesus por minha causa, pela minha presença de novo entre vós.”
(Fp 1.21-26 – A21)

Paulo está passando por uma espécie de crise. Ele ama a Jesus e quer partir para
estar com ele, mas também ama a Igreja (tinha revelação de que Cristo e a Igreja são
um só), por isso, a importância e responsabilidade que sentia de edificá-la. Em seu
dilema sabe que estar com Cristo é infinitamente melhor do que qualquer coisa,
mas, ao mesmo tempo, entende que é melhor para a Igreja que ele fique.
Nós também devemos ter esse mesmo zelo pela Igreja, pois se amamos a Jesus tam-
bém amamos a Igreja e se desejamos servir a Jesus, certamente, serviremos à Igreja.
• A plenitude de Cristo também se encontra na Igreja
Outro ponto prático para nós é perceber que não conseguimos alcançar toda a ple-
nitude de Cristo somente nos relacionando com ele, precisamos também daquilo
que ele depositou na vida dos irmãos. Por isso, não podemos vê-los nem conhecê-
-los segundo a carne, mas segundo o Espírito. Cristo tem que ser a nossa lente atra-
vés da qual enxergamos nossos irmãos. Se assim fizermos receberemos o que há
de Cristo neles. Devemos praticar a cultura de honra enxergando em nosso irmão
o Cristo que habita dentro dele, pois é dessa maneira que Deus também enxerga.
Não são as limitações e erros que definem a nós e aos nossos irmãos.
Deus deu de si a cada um de nós para que ao nos relacionarmos recebamos mais
dele e sejamos unidos uns aos outros.

AO MEU AMADO
Quando é que te terei
Quando é que me terás
Até quando esperarei
Até quando me aguardarás
Sinto teu perfume
Mas não posso te tocar

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CENTRALIDADE DE CRISTO
Praticando a Centralidade de Cristo em Nossas Vidas e Igrejas

Cresce em mim o ciúme


E o medo de me afastar

Fala, meu amado


Me deixe te ouvir
Me prenda ao teu lado
Não pare de me seduzir

De noiva tu me chamas
Mas sei que não posso ser tua
Estou certa que me amas
Mas estou longe, na rua

Vai meu amigo


Adorna-me depressa
Quero chamá-lo contigo
Mas tenho pressa

Diga a ele que sou confusa


Estou frágil e ainda adormecida
A carne ainda de mim abusa
Mas não posso ser esquecida
Briga por mim meu amado
Vence por mim meu amigo
Eis meu compromisso sagrado
Fazer de teus braços meu abrigo

- Tony Felício

70

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