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4° Trimestre De 2023

TEMA: Terceira Epistola de João – Instituindo o discipulado baseado na verdade, no amor e


fortalecendo os laços da fraternidade Cristã |

Lição 09: O Verdadeiro Discípulo promove a comunhão


TEXTO ÁUREO
“Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” Salmos 133.1

VERDADE APLICADA
Uma das marcas do discípulo de Cristo é o interesse e a busca em estar junto com os que
também estão em Cristo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Reafirmar a importância da unidade dos cristãos.
Mostrar o propósito de Deus para a Igreja
Expor os benefícios da comunhão.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Atos 242 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas
orações.
43 E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
44 E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.
45 E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de
mister.
46 E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos
com alegria e singeleza de coração,
47 Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à
igreja aqueles que se haviam de salvar.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA – Sl 133.1 A bênção da comunhão.
TERÇA – At 2.44 Tudo em comum.
QUARTA – At 16.5 A fé promove o crescimento.
QUINTA – 2Co 13.13 A graça e o amor se manifestam na comunhão.
SEXTA – CI 2.2 Corações unidos em amor.
SÁBADO – 1Tm 4.6 Um bom discípulo segue a sã doutrina.

HINOS SUGERIDOS: 61, 88, 573


A MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que o discípulo obedeça à ordem divina para defender e promover a comunhão.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1– A comunhão da Igreja
2– A vida em comunhão
3– Objetivos da comunhão
Conclusão

INTRODUÇÃO
A comunhão é um dos aspectos cruciais e característicos da Igreja Cristã, razão pela qual é
chamada pelo apóstolo Paulo de “Corpo de Cristo”. Sem essa condição, ela não serviria aos
propósitos de Deus na Terra.

1- A COMUNHÃO DA IGREJA
O significado da palavra comunhão, no dicionário, é o conjunto de pessoas que partilham as
mesmas crenças, ideias, tendências, valores etc. O sentido bíblico do termo vem do grego
koinonia, que se traduz por “fraternidade, associação, comunidade, comunhão, participação
conjunta, relação”. É muito importante que cada membro do Corpo de Cristo esteja bem
consciente de que o serviço cristão não nos dispensa da comunhão uns com os outros. Esse
Corpo, por sua vez, por ser de Cristo carece de comunhão com Ele [1 Jo 1.6].
1.1. No partir do pão. A primeira reunião para partir o pão associada à comunhão da Igreja de
Jesus foi convocada por Ele [Lc 22.8]. Durante a ceia no cenáculo, Jesus chamou o pão de
“minha carne”, simbolizando a comunhão entre os discípulos e deles com Jesus. A partir dali,
Jesus os orientou a realizar o mesmo ato, em sua memória [Lc 22.19]. Ao excluir os crentes da
comunhão, Diótrefes sabotou a ordem divina [3 Jo 10].

A Ceia é o partir do pão, a comunhão que deve ser o estilo de vida dos crentes em Jesus, o
cabeça do Corpo [C11.18]. Fomos criados por Deus para o relacionamento e comunhão com Ele,
e a natureza relacional do ser humano e Sua transcendência exigem o culto, eis por que, quando
não adoram o Deus verdadeiro, os seres humanos elegem deuses falsos e filosofias vãs. A
“mesa” é um dos maiores símbolos de comunhão, foi nela que Cristo partiu o pão em unidade
com Seus discípulos [Mt 26.19-20], Diótrefes não promovia a comunhão, o que era seu papel
como um obreiro influente. Ao contrário disso, ele excluía as pessoas da Igreja [310 10]. Por
causa dessa atitude, João, usando de sua autoridade apostólica, resolve denunciar as atitudes
de Diótrefes contrárias ao bom desenvolvimento da igreja local.

1.2. Nas orações. A oração é uma atividade espiritual que promove a comunhão, seja
individualmente ou em grupo. No primeiro caso, acontece quando estamos em comunhão com
Deus, sendo a oração o canal desse relacionamento [Mt 6.6]. No segundo, é na unidade da igreja
quando está reunida no mesmo propósito [At 2.42]. Foi por meio da oração que Jesus pediu ao
Pai para que nós nos tornássemos um entre nós mesmos e um com Ele [Jo 17.11]. Esse desejo
de Jesus era Sua prática de vida e ministério, pois estava constantemente em oração e
comunhão com o Pai, em momentos bons ou difíceis [Mt 26.39]. O Corpo de Cristo é a Igreja
unida que se conecta com o “Cabeça” pela oração, o que Diótrefes ignorava, pois não prezava os
irmãos e, ao invés de reunir-se com eles, os lançava fora da igreja. Gaio e Demétrio amavam a
comunhão, por isso recebiam e hospedavam não só os irmãos, mas os estranhos, dando
mostras do verdadeiro amor cristão [3 Jo 5].
A Igreja nasceu num ambiente de comunhão e oração [At 1.12-14]. Notamos que os discípulos,
após a ascensão de Jesus, procuraram permanecer juntos em oração, aguardando o
cumprimento da promessa. E quando o Espírito Santo veio sobre eles, “estavam todos reunidos
no mesmo lugar” [At 2.1]. Neste dia, o povo de Deus se tornou o Corpo de Cristo cheio do
Espírito Santo. John Stott diz que esse fato gerou “a comunhão do Espírito” [2Co 13.13] e essa
comunhão nos fez ser parte desse corpo, a Igreja de Deus.

1.3. Na doutrina apostólica. Lucas frisa que os crentes da Igreja Primitiva se dedicaram ao
ensino por meio da comunhão. O termo no grego didache significa “ensino, doutrina, instrução
nas assembleias religiosas dos cristãos”. Havia no início da Igreja uma comunhão com propósito
doutrinário, que passou a fazer parte do estilo de vida da Igreja, que era perseverar “na doutrina
dos apóstolos” [At 2.42].

Cristãos que negligenciam a Palavra de Deus ficarão secos. E sua alienação espiritual pode
espalhar morte por todo o seu campo eclesiástico. A corrupção e a doença espirituais na vida de
um discipulador podem espalhar-se como câncer por toda a vida espiritual de todos que estão
ligados a ele. A falsa doutrina, juntamente com a má conduta, pode condenar muitos ao inferno
mais rapidamente do que todas as paixões ou pecados da carne. Diótrefes não podia suportar o
peso da doutrina de João, que era séria e verdadeira, voltada para as profundidades interiores
do ser.

EU ENSINEI QUE:
A comunhão deve ser desejada pelo discipulador, como Jesus a desejou, e promovida,
conforme fazia a Igreja Primitiva, em reuniões com os irmãos, por meio de oração e do
ensinamento bíblico perseverante

2- A VIDA EM COMUNHÃO
Igreja é uma comunidade de fé e nasceu com esse caráter. Eles andavam, oravam e comiam
juntos. A comunhão era um estilo de vida da Igreja Primitiva e essa modalidade não expirou. A
comunhão é uma ordem divina que promove bênçãos [Sl 133] e o desejo de Jesus [Jo 17]. Esse
estilo de vida levou a Igreja a um novo patamar espiritual e ministerial, a charis, a simpatia que
atraia os não crentes, fazendo a Igreja crescer [At 2.47].
2.1. Preza a reverência. Os prodígios e sinais que Deus efetuava na Igreja gerava temor, da
própria comunidade de fé [At 5], e dos de fora. Essa reverência é condição indispensável no
relacionamento do cristão com Deus, o que Diótrefes desprezava a olhos vistos, razão pela qual
era irreverente no trato com a “Igreja de Cristo”. A reverência está vinculada à santidade, caráter
que a Igreja, que será buscada por Jesus, deve ter, conforme Efésios 5.27.

Diótrefes usava várias acusações falsas e palavras maliciosas para afastar e manter fora aqueles
que estavam pregando a verdade. O negócio dele não era comunhão, mas apenas aquilo que
traria alguma benesse para si. Ele não permitiu sem mesmo que a igreja recebesse os textos de
João. Seus esforços para proteger seu próprio império religioso eram prejudiciais à causa de
Cristo. A Igreja só tem um Senhor e Deus, que deve ser reverenciado. Salomão disse: “O temor
do Senhor é o princípio da sabedoria” [Pv 9.10a]. O relato do apóstolo João demonstra que
faltava a Diótrefes a sabedoria espiritual, que é imprescindível a todos que têm a
responsabilidade de cuidar do Corpo de Cristo.

2.2. Experimenta o sobrenatural. A sobrenaturalidade era – e continua sendo – a marca da Igreja


de Deus. “Muitos sinais e prodígios aconteciam no meio dela através dos apóstolos. O que antes
eles testemunharam com Jesus, agora, com o nascimento da Igreja, passava a ser realizado por
eles [At 3.6,7]. As experiências sobrenaturais e o poder de Deus eram meios de convencer os não
crentes, além de mostrar a autoridade da Igreja. Mas, para Diótrefes, o que importava era exibir
o seu super- poder humano por meio de ameaças e intimidações. É preciso estarmos atentos
quanto ao aspecto sobrenatural da Igreja. Pois trata-se de algo inerente à sua própria natureza.
Edificada por Cristo, sobre Cristo e feita morada de Deus [Ef 2.20-22]. Diótrefes parece que não
se importava com tal verdade.

Chamamos de sobrenatural tudo o que não conseguimos explicar naturalmente. Deus quer que
aprendamos a viver de forma a não sermos guiados e influenciados unicamente pelas
circunstâncias naturais [2Co 5.7), mas dirigidos pelo Espírito Santo. Maus discípulos como
Diótrefes só veem o que enxergam naturalmente, eles não creem e não buscam uma vida sob
nenhum comando, nem mesmo o divino. Assim, estão fora do âmbito do qual deveriam fazer
parte, onde Deus age.

2.3. Convive em comunidade. A igreja é a comunidade cristã, um ambiente de fé onde a vida


deve ser compartilhada. “Que eles sejam um”, Jesus pediu [Jo 17.11]. Antes de iniciar Seu
ministério, Ele mesmo nomeou doze homens para que estivessem consigo [Mc 3.14],
partilhando o chamado. Os primeiros cristãos começavam a moldar esse novo modo de viver,
passando a ter “tudo em comum”, ou seja, a viver sob o koinos, termo grego que significa
“comum, ordinário, compartilhado por muitos”. Esse era o espírito sob o qual Gaio vivia, como
um obreiro generoso e hospitaleiro que dava abrigo aos missionários em sua casa [3 Jo 5].

O discípulo que se inspira em Jesus constrói um relacionamento com base no amor e no


respeito. Ele sacrifica sua natureza prepotente e vaidosa, porque sabe que é impossível
representar a Cristo sendo um líder arrogante e insensível. Diótrefes tinha muito o que aprender,
já que não sabia partilhar nada.

EU ENSINEI QUE:
A Igreja é a comunidade espiritual onde há compartilhamento de dons e de coisas. Fomos
chamados para doar e receber
3- OBJETIVOS DA COMUNHÃO
A comunhão quebra o egoísmo, pois funciona pelo altruísmo, ou, como ensina o apóstolo Paulo
em Filipenses 2.3-4: “… considere os outros superiores a si mesmos. Não atente cada um para o
que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros”.
3.1. Unanimidade de propósitos. O termo unânime vem do original grego homothumadon, que
tem o sentido de “com uma mente, de comum acordo, com uma paixão singular, única”. Esse
significado aparece em 10 de suas 12 ocorrências no livro de Atos. Isso nos ajuda a entender a
singularidade da comunidade cristã. Homothumadon é um composto de duas palavras que
significam “impedir” e “em uníssono”, que aponta para harmonia em grau e tom. A Igreja nasceu
para que seus integrantes andassem em harmonia de propósito: viver e compartilhar as boas-
novas [Rm 10.15]. Gaio e Demétrio andavam na verdade, ou seja, estavam sob o propósito
divino. Mas Diótrefes vivia para seus próprios interesses [2Co 6.12].

Jesus expressou qual era o propósito divino, ao nomear seus discípulos para saírem por todas
as nações, batizando pessoas em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; e ensinando-as a
guardar tudo o que Ele havia ordenado [Mt 28.19-20a].

3.2. Concordância. Pouco antes da vinda do Espírito Santo, os discípulos de Jesus receberam
uma ordem dele, para ficarem unidos em oração, enquanto esperavam a promessa do Espírito
[At 1.4]. A decisão deles foi obedecer: “E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos
reunidos no mesmo lugar” [At 2.1]. Havia neles o mesmo coração, cujo termo original grego é
kardia, por isso o Espírito caiu sobre todos. Gaio e Demétrio estavam juntos, em concordância
com seu líder João, para o mesmo propósito.
Diótrefes não atraiu nenhuma concordância, pois andava sozinho, fora do espírito comunitário
da igreja. O verdadeiro líder leva todos em consideração, transmitindo ao grupo a alegria de
estarem uns com os outros e de trabalharem juntos, fazendo com que todos se sintam valiosos e
necessários. Ao escrever sua Terceira Carta, João faz isso, mostrando o contraponto entre um
mau discípulo que pensava em si, que era Diótrefes, e outros que andavam na verdade do
chamado e do Evangelho, que eram Gaio e Demétrio. Esses, por seus posicionamentos, foram
louvados e referenciados pelo apóstolo João. A concordância entre o povo de Deus em torno
das verdades e dos valores bíblicos resulta em progresso e crescimento da Igreja [Mt 18.19].

3.3. Louvor a Deus. Louvar a Deus era uma das expressões de alegria e gratidão manifestadas
pelos irmãos da Igreja Primitiva [At 2.47]. Havia consciência de que era Deus quem estava
agindo e não de qualquer pessoa da igreja, ainda que fosse um de seus líderes mais
proeminentes [Rm 11.36]. Sendo um deles, João tinha esse entendimento e denunciou a
motivação errada de Diótrefes, que gostava de “ser o mais importante entre eles” [3]o 9].

O fato de um crente buscar aplausos é algo que está em desarmonia com o coração de Deus [Jo
7.18]. Quando buscamos louvores, desviamo-nos de Jesus. Em seu livro Atitude: práticas
positivas que levam ao sucesso, o Bispo Samuel Ferreira escreveu: “O Senhor não somente
opõe-se ao orgulhoso, mas fica longe-bem longe dele. Devemos abandonar qualquer
pensamento de estrelismo que nos faça pensar que somos especiais”. A Igreja Primitiva
reconhecia que o louvor pertence a Deus [Ap 19.1].

EU ENSINEI QUE:
A Igreja existe para caminhar em unidade e unanimidade de propósitos, com seus membros e
líderes servindo com o mesmo coração, em gratidão e alegria pelo que Deus realiza. É pela
comunhão que a Igreja alcança o objetivo de considerar o outro superior a si mesmo.

CONCLUSÃO
Cada membro do Corpo de Cristo necessita estar em constante vigilância quanto aos ataques do
maligno e a tendência da natureza humana pecaminosa que tentam minar e destruir a
comunhão do povo de Deus. O mesmo Espírito que nos reveste de poder, também opera a união
[Ef 4.3-6].

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