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Allan Kardec
APOSTILA 01
grupoallankardec.blogspot.com
Apostila elaborada por Rudymara - Taubaté-SP
APOSTILA 1 (básico do Espiritismo)
QUE É DEUS?
“Deus é a inteligência suprema, a causa primária de todas as coisas”, ou seja, Deus é
a inteligência maior do Universo e o causador de todas as coisas que há e acontece
nele.
A IGREJA É A CASA DE DEUS?
Não. Jesus disse: “Há muitas moradas na casa de meu pai”, então entendemos que a
casa de Deus é o Universo.
ONDE DEVEMOS ADORAR DEUS?
Jesus respondeu esta pergunta para a samaritana dizendo: “(...) Virá a hora em que
não será nem neste templo (que ficava na cidade da Samaria), nem (no templo) em
Jerusalém que adorareis o Pai. Deus é espírito e em espírito e verdade é que o
devem adorar os que o adoram.” Em nosso relacionamento com Deus, julgamos que
haveremos de encontrá-lo nos templos religiosos. Mas, se Deus é espírito, Ele está em
todos os lugares, dentro e fora dos templos. E agradá-Lo, não é frequentar templos
religiosos, em dias e horas certas, ou então, utilizando práticas exteriores, e esquecer o
fundamental, que é o combate às nossas imperfeições, no esforço de renovação íntima
que marca a verdadeira religiosidade. Temos que ser verdadeiros (diante dos
ensinamentos evangélicos) em todos os lugares, dentro e fora dos templos, no lar, no
trabalho, na rua, no trânsito, etc . . . Nos templos buscamos o entendimento e o
fortalecimento para enfrentarmos os problemas, as dores, as aflições que apareçam
em nossas vidas.
JESUS FOI DEUS ENCARNADO?
Não. Em vários momentos Jesus deixou claro que ele não era Deus. E um desses
momentos foi quando em seu momento final na Terra disse: “Pai, nas suas tuas mãos
entrego meu Espírito.” Mesmo após a sua morte e ressurgimento espiritual, Jesus
continua a demonstrar, com suas palavras, que permanece a dualidade e desigualdade
entre ele e Deus: "Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus." - (Jo
20:17)
DEUS CASTIGA?
Não. Deus não julga cada ato das pessoas. Deus faz leis que regem a vida universal e,
para cada ato há uma consequência que vem naturalmente e automático. Por
exemplo: As leis dos homens são elaboradas pelos deputados. Quando alguém
transgride alguma dessas leis e é condenado à prisão, ninguém diz: “Os deputados me
castigaram!” Assim acontece com a lei divina. Deus fez leis que devem ser seguidas,
mas quando transgredimos uma delas e sofremos as consequências não devemos
dizer: “Deus me castigou!” Na verdade estamos sendo julgados pela lei Dele, ou
melhor, colhendo o que plantamos.
O PAPA É REPRESENTANTE DE DEUS NA TERRA?
Não. Alguém auto eleger-se como representante de Deus, estando na sua condição de
humanidade, sujeito às vicissitudes não deixa de ser um salto muito audacioso, porque
ao representar Deus, de alguma forma, assume-Lhe a postura. Nós o consideramos o
chefe da Igreja, o chefe político, o chefe ideológico, o chefe social, mas um cidadão,
embora nobre, igual a qualquer um de nós.
NÓS VEREMOS DEUS APÓS A DESENCARNAÇÃO?
"Ninguém jamais viu a Deus", afirma João em sua epístola (I 4:12). Por que não?
Porque "Deus é Espírito" (assim ensinou Jesus à mulher samaritana, em Jo 4:24) e,
como tal, não pode ser percebido pelos sentidos comuns, materiais. Não podemos ver
Deus com os olhos do corpo. Embora nos seja invisível, Deus não nos é totalmente
desconhecido. Se não se mostra aos olhos do corpo, Ele se faz evidente ante nossa
compreensão por todas as suas obras (a Criação) e podemos senti-Lo espiritualmente,
nas vibrações do seu infinito amor. Quanto mais desenvolvermos nosso conhecimento
e sensibilidade espiritual, mais "veremos" a Deus, percebendo, entendendo e sentindo
sua divina presença e ação em tudo o que existe, em tudo o que acontece. "Bem-
aventurados os puros de coração, porque verão a Deus." (Jesus -Mt 5:8)
ONDE PODEMOS ENCONTRAR A PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS?
Nesta frase usada pelos cientistas: NÃO HÁ EFEITO SEM CAUSA. Procuremos a causa
de tudo o que não é obra do homem, e a nossa razão nos responderá. Para acreditar
em Deus, basta lançarmos os olhos sobre as obras da criação. O universo existe,
portanto ele tem uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito
tem uma causa e admitir que o nada possa fazer alguma coisa.
DÊ UM EXEMPLO DESSE EFEITO PARA QUE POSSAMOS ACREDITAR EM QUEM O
CAUSOU.
Explica o cientista dr. Cressey Morrison: se, por acaso, o fundo do mar fosse mais baixo
dois metros apenas não haveria a vida na superfície da Terra, pois a água do mar
absorveria o oxigênio e o gás carbônico e os seres vivos não poderiam respirar. Se, por
acaso, a atmosfera da Terra, que mede 60 quilômetros, fosse menor, a vida seria
totalmente impossível porque diariamente caem sobre a Terra milhões de aerólitos,
pedaços de planeta. Se a atmosfera da Terra não houvesse sido necessariamente
calculada, eles destruiriam a vida e provocariam milhões de incêndios diariamente.
Logo, alguém pensou sobre isso!
Nós acreditamos que Jesus evoluiu como qualquer outra pessoa, mas em outro
planeta.
E, quando Ele alcançou o patamar de Espírito puro, Deus o incumbiu de ser o
Governador do nosso planeta. Ele, então, participou da formação de tudo. Como
explica Emmanuel: "(...) Jesus, já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução
de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes
no curso dos milênios conhecidos:
A primeira reunião, aconteceu quando nosso planeta estava sendo formado, quando o
orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lançasse, no Tempo e
no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródomos da vida na matéria
em ignição, do planeta;
A segunda reunião, foi quando se decidia a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo
à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção."
Mas, muitos séculos antes de sua vinda, Jesus destinou outros Espíritos, embaixadores
de sua sabedoria e misericórdia para ensinar a Regra Áurea: “Amarás o teu próximo
como a ti mesmo.”
Diziam os gregos: “Não façais ao próximo o que se vos faça.”
Afirmavam os persas: “Fazei como quereis que se vos faça.”
Declaravam os chineses: “O que não desejais para vós, não façais a outrem.”
Recomendavam os egípcios: “Deixai passar aquele que fez aos outros o que desejava
para si.”
Doutrinavam os hebreus: “O que não quiserdes para vós, não desejeis para o
próximo.”
Insistiam os romanos: “A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da
sociedade como a si mesmo.”
Mas, apesar dos povos receberem a lei de ouro da magnanimidade do Cristo, os
profetas, administradores, juízes e filósofos procederam, muitas vezes, de maneira
diferente da que pregavam. Então, Jesus resolveu nascer entre nós. E, desde a infância
viveu indiferente à sua própria felicidade, pois seus sonhos e ideais só objetivavam a
felicidade alheia. Além de ensinar exemplificou, não com virtudes parciais, mas em
plenitude de trabalho, abnegação e amor, nas praças públicas, revelando-se aos olhos
da Humanidade inteira.
Ele veio nos mostrar o caminho da “salvação”. E só através da vivência de seus
ensinamentos estaremos "salvos" ou "livres" do mal que ainda se encontra dentro de
muitos de nós. E é assim, que Ele aguarda que surja o homem novo (citado por Paulo
de Tarso), a partir do homem velho (que somos nós).
Respeitamos os que escolheram outros iluminados como instrutores espirituais: Buda,
Maomé, Confúcio, Zoroastro, Moisés, etc., mas, acreditamos que todos eles foram
trabalhadores de Jesus enviados por Ele.
Por isso, Jesus é para o espírita “o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem,
para lhe servir de guia e de modelo.”
Compilação feita por Rudymara retirada dos livros: "A Caminho da Luz"; "O livro dos
Espíritos"; "Caminho, Verdade e Vida"; "O Evangelho segundo o Espiritismo"; "Em
busca do homem novo".
3 - BÁSICO DO ESPIRITISMO
Compilação de Rudymara
4 - A CASA DE DEUS É O UNIVERSO
Que é Espírito?
Espírito é o princípio inteligente do Universo. É nele que fica armazenado todo
conhecimento que adquirimos através das inúmeras encarnações. O Espírito se utiliza
da matéria (corpo físico) para expor sua inteligência aos que não tem mediunidade
para vê-los, ou seja, a matéria não tem inteligência.
Onde moram os Espíritos?
Estes seres inteligentes, quando estão desencarnados, povoam o mundo invisível.
Muitos ficam em colônias, outros em regiões umbralinas, há quem continue
convivendo com os encarnados para obsediar, por apego aos bens materiais, aos
familiares e por outros tantos motivos, depende do grau de entendimento,
desprendimento e evolução de cada um. Mas, quando estão encarnados, ou seja,
quando revestem temporariamente um corpo carnal aproveitam para se purificar,
esclarecer e evoluir.
Espírito tem sexo?
Não, tanto podem encarnar em um corpo masculino como feminino. Quando estão
encarnados, interpretam papéis, como artistas num filme ou novela. Um homem, por
exemplo, não É homem, ele ESTÁ interpretando o papel de homem, porque veste um
corpo masculino. Assim ocorre também em relação à mulher.
Qual a diferença de Espírito e alma?
Ambos são a mesma coisa. Só utilizamos o termo ESPÍRITO quando este está
desencarnado e ALMA quando o Espírito está encarnado.
Há outra coisa no homem além do corpo carnal e do Espírito?
Sim. Há outro corpo que liga o Espírito ao corpo físico que chamamos de Perispírito.
Como o Espírito não tem uma forma definida, é o perispírito que lhe dá esta forma. Ele
é a roupagem do Espírito. O perispírito é semimaterial, ou seja, ele não tem tanta
matéria como o corpo físico, mas não é desmaterializado como o Espírito. É ele que
possibilita a comunicação entre o corpo físico e o Espírito e vice-versa.
Numa comunicação espiritual quem aparece ao médium é o Espírito ou o
perispírito?
É o Espírito utilizando o perispírito. Como foi dito anteriormente, o Espírito não tem
uma forma definida, ele é como uma chama, um clarão, ou uma centelha etérea.
Então, geralmente, ele aparece ao médium com a aparência que tinha na última
encarnação, mas ele pode modificar a aparência e aparecer mais jovem, com
aparência de outras encarnações, etc. E quem proporciona esta moldagem e
modificação é o perispírito.
O Espírito pode ficar visível e palpável aos encarnados?
Na questão 95 do O Livro dos Espíritos os Espíritos disseram à Allan Kardec que o
Espírito pode ficar visível e até palpável aos encarnados na forma, como já dissemos,
que lhe convém usando o envoltório semi material chamado perispírito. Exemplo:
Emmanuel não se apresentava com a aparência de sua última encarnação (Manoel da
Nóbrega), mas sim com a da encarnação que lhe marcou mais que foi como o senador
Públio Lentulus, que viveu na época de Jesus, confirmada no livro "HÁ 2000 MIL
ANOS".
O que seria o corpo físico sem alma?
Seria um corpo de carne sem inteligência. Exemplo: O corpo físico é como uma roupa.
Quando vestimo-la tem movimento. Quando a tiramos ela fica inerte, não se mexe,
não tem movimento. Com o corpo físico é a mesma coisa. O que dá movimento ao
corpo físico é o Espírito ou alma juntamente com o fluido vital.
Então, o corpo físico não existe sem alma?
Existe. Por exemplo: durante o sono ou o coma, a alma sai, mas o corpo físico, apesar
de inerte, continua vivo. O corpo físico e a alma estão separados, mas há um cordão
fluídico que os mantém ligados. Mas, quando este cordão se rompe, ou seja, quando a
vida orgânica se esgota, a alma não poderá habitar mais este corpo. E um corpo sem
alma é uma massa de carne sem inteligência.
E o que é fluido vital?
Quando o Espírito encarna, recebe uma carga de fluido vital (fluido da vida), que
chamamos de princípio vital, porque é ele que dá princípio á vida. Este fluido é a
energia que o Espírito necessitará para sua experiência reencarnatória. Por exemplo:
o Espírito que reencarna para viver em torno de 20 anos não receberá a mesma
quantidade de fluido de quem reencarna para viver em torno de 60 anos. A quantidade
de fluido recebido não é a mesma em todos os seres orgânicos.
O Espírito pode viver no corpo físico além do tempo marcado?
Sim. A vida bem vivida pela causa do Bem pode dar “moratória”,ou seja, uma
sobrevida, uma dilatação do tempo de permanência do Espírito no corpo de carne.
Qual a função do fluido vital no organismo físico?
Os órgãos se impregnam do fluido vital e este tem a função de dar a todas as partes
dos organismos uma atividade. Mas, quando os elementos essenciais ao
funcionamento dos órgãos estão destruídos, ou muito profundamente alterados, o
fluido vital se torna impotente para lhes transmitir o movimento da vida, e o ser morre.
O fluido vital é para o Espírito encarnado o que a pilha é para um aparelho elétrico
que, com o tempo vai descarregando. E assim como há pilha que pode ser
recarregada, há corpos que também podem. Então, o Espírito encarnado poderá
adquirir este fluido vital, no decorrer da vida, para sua manutenção quando absorve
automaticamente e inconscientemente por várias portas de entrada, destacando-se a
respiração, a alimentação e os centros de força vital, os chamados chacras, através,
por exemplo, do passe e da prece. Há pessoas que possuem o fluido em quantidade
apenas suficiente e outras em abundância. Quem tem mais pode transmitir a quem
tem menos.
Os animais e plantas tem alma?
Os animais, o homem e as plantas são seres orgânicos, ou seja, eles nascem,
crescem, se reproduzem por si mesmos e morrem. São providos de órgãos especiais
para a realização dos diferentes atos da vida, apropriados às suas necessidades de
conservação. Mas, apesar de serem seres orgânicos, as plantas não têm alma, já o
homem e animais têm. As plantas não pensam, não sentem dor, só tem vida orgânica.
Já os animais têm alma, mas esta é inferior à do homem.
E os seres inorgânicos?
Os seres orgânicos são todos os que não tem nem vitalidade, nem movimentos
próprios e são formados apenas pela agregação da matéria; são os minerais, a água,
etc. Estes também não tem alma.
Reencarnação é uma palavra criada por Allan Kardec que significa a volta do espírito “NA”
carne, “NUMA NOVA CARNE”. E ressurreição significa “RESSURGIR”. Muitos entendem a
ressurreição como o ressurgimento do espírito na carne, mas “NA MESMA CARNE”, ou seja,
no mesmo corpo que morreu. Mas, como pode um espírito ressuscitar (ressurgir), por
exemplo, num corpo carbonizado, ou que foi comido pelos peixes, etc.? Então, reencarnação
significa o retorno do espírito em um novo corpo carnal; e ressurreição significa o retorno do
espírito no mesmo corpo carnal, o que cientificamente é impossível. As aparições de
desencarnados (mortos) acontecem graças ao corpo espiritual, também conhecido como
perispírito ou corpo astral, já que o corpo material está morto. Foi o que aconteceu, por
exemplo, com Jesus quando este se materializou ante os discípulos (Mc 16:4/18; Lc 24:36/49 e
Jo 20:19/23). As portas da casa onde os apóstolos encontravam-se estavam trancadas, porque
eles tinham medo da perseguição dos judeus. E estavam eles ainda falando dessas coisas,
quando Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz seja convosco!” Como teria Jesus
entrado, se as portas estavam trancadas? Sendo fluídico o corpo com o qual ressurgira, não
encontrou nenhum obstáculo nas paredes ou portas trancadas.
Se Kardec não houvesse criado a palavra REENCARNAÇÃO, nós espíritas poderíamos usar a
palavra RESSURREIÇÃO para dizer que RESSUSCITAREMOS, ou seja, RESSURGIREMOS em UM
NOVO CORPO CARNAL, o sentido seria o mesmo que damos ao significado da palavra
REENCARNAÇÃO. Algumas religiões cristãs anunciam a ressurreição dos mortos e o retorno de
Jesus para separar o "joio" do "trigo", os "bodes" das "ovelhas", os bons dos maus,
transformando a Terra em paraíso pelos "eleitos". Parece filme de horror imaginar corpos
decompostos reorganizando-se, reestruturando células e órgãos, com o aproveitamento de
átomos que se dispersaram e que, no desdobrar do tempo, formaram incontáveis organismos
nos reinos vegetais e animais. Ainda que isso ocorresse, por mágica divina, haveria uma
multidão tão grande de ressuscitados que, literalmente, ocuparia todos os espaços, tornando
impossível a vida na Terra, já que o homem surgiu há pelo menos um milhão de anos. Essas
fantasias, extremamente ingênuas à luz do conhecimento atual, nasceram de interpretações
equivocadas, por má fé ou descuido, de textos evangélicos. O "juízo final" é incompatível com
a Justiça, pois nenhum crime, por mais tenebroso, nenhum comportamento, por mais vicioso,
nenhuma existência, por mais comprometida com o mal, justifica uma destinação definitiva,
um sofrimento sem fim. Não há crime que justifique um castigo eterno. Toda sentença deve
ser compatível com as necessidades evolutivas de cada um.
Reencarnação não é punição é oportunidade de repararmos os erros que cometemos. Deus é
misericordioso, bondoso e justo, ele não castiga ninguém. Ele nos mandou as leis que devemos
seguir, através de Jesus. Se nós não seguirmos direitinho estas leis, teremos que nascer de
novo, quantas vezes forem necessárias, para que aprendamos a segui-las. "Se nossa esperança
em Cristo se limita a essa vida somos os mais infelizes de todos os homens." - Coríntios 15:19
Compilação de Rudymara
8 - ONDE FICA NOSSA INTELIGÊNCIA?
TEXTO DE RUDYMARA
9 - ESPÍRITA OU KARDECISTA?
Compilação de Rudymara
Por que no Brasil se confunde Espiritismo com cultos africanistas, com terreiros e
coisas assim?
Raul Teixeira responde: Isso se deve ao fato de termos um grande contingente de
pessoas que desconhecem o que seja o Espiritismo e que não se interessam, nem
desejam saber o que realmente ele é. Muitos espalham informações sobre o
Espiritismo de acordo com o que supõem que seja, demonstrando grande dose de
leviandade ou de má intenção. Ainda que o Espiritismo e, por sua vez, os espíritas, não
tenham nada contra as práticas e crenças africanistas, é importante que cada coisa
esteja no seu lugar, facilitando até a busca e o enquadramento das criaturas que estão
procurando novas propostas de vida. Somente por meio das leituras sérias e dos
estudos metódicos se conseguirá desfazer a confusão que gera tantos mal entendidos
entre os espiritualismo.
O primeiro livro espírita a ser codificado por Allan Kardec foi “O Livro dos Espíritos”. Ele
apresenta-se na forma de perguntas e respostas. As perguntas foram feitas por Kardec e as
respostas foram dadas pelos Espíritos, totalizando 1.019 tópicos. Foi o primeiro de uma série
de cinco livros editados pelo pedagogo sobre o mesmo tema. As médiuns que serviram a esse
trabalho foram inicialmente Caroline e Julie Boudin (respectivamente, 16 e 14 anos à época),
às quais mais tarde se juntou Celine Japhet (18 anos à época) no processo de revisão do livro.
Após o primeiro esboço, o método das perguntas e respostas foi submetido a comparação com
as comunicações obtidas por mais de dez médiuns franceses, cujos textos psicografados
contribuíram para a estruturação de O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de Abril de 1857,
no Palais Royal, na capital francesa, contendo 550 itens. Só a partir da segunda edição, lançada
em 16 de março de 1860, com ampla revisão de Kardec mediante o contato com grupos
espíritas de cerca de 15 países da Europa e das Américas, aparecem as atuais 1019 perguntas e
respostas. Este livro está dividido em quatro (4) partes, e de cada parte nasceram os demais
livros da codificação.
1ª PARTE : DAS CAUSAS PRIMÁRIAS: deu origem ao 5º livro "A GÊNESE" (1868). Este livro,
além de representar a maturidade do pensamento kardequiano em torno da Doutrina Espírita,
traz de forma lógica e reveladora, considerações acerca da origem do planeta Terra; explica a
questão dos milagres, a natureza dos fluidos, os fatos extraordinários e as predições contidas
no Evangelho;
2ª PARTE: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS: deu origem ao 2º livro "O LIVRO
DOS MÉDIUNS" (1861). Também conhecido como guia dos médiuns e dos evocadores, o livro
dá seqüência ao “O Livro dos Espíritos”. Ele trata do tema central da Doutrina: a atuação dos
médiuns e o relacionamento deles com os Espíritos desencarnados. Trata também da Ciência
espírita e apresenta uma série de definições para as atuações e tipos de médiuns, bem como
para os Espíritos que podem apresentar imperfeições, uma vez que nada mais são do que
humanos sem corpo físico;
3ª PARTE: DAS CAUSAS MORAIS: deu origem ao 3º livro "O EVANGELHO SEGUNDO O
ESPIRITISMO” (1864). Kardec entendia que as seitas, cultos e religiões se preocupam mais com
a parte mística do que com a parte moral. Explica ele que, apesar da moral evangélica ter sido
sempre admirada, trata-se mais de um ato de fé do que compreensão verdadeira, uma vez que
o novo testamento é de difícil entendimento para a maioria dos leitores. Os preceitos morais
contidos no Evangelho foram escritos repletos de parábolas e metáforas, dificultando o
entendimento. Assim, para tornar as “passagens obscuras” do texto, mais claras, o Evangelho
Segundo o Espiritismo traz explicações sobre como aplicar os ensinamentos de Cristo na vida.
Desta maneira, com a ajuda dos Espíritos, Kardec introduz o que ele chama de “chave” para
decifrar o conteúdo do Evangelho;
4ª PARTE: DAS ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES: deu origem ao 4º livro "O CÉU E O INFERNO”
(1865). Este livro trata das causas do temor da morte; fala obviamente sobre Céu e Inferno, e
traça paralelos entre as crenças cristãs existentes e a espírita (uma nova crença cristã) a
respeito do limbo, das penas eternas, dos anjos e origem dos demônios. Na parte em que
apresenta depoimentos, surgem narrações de desencarnados em condições razoáveis de
evolução, bem como Espíritos infelizes, sofredores e suicidas. Traz um exame comparando
sobre a passagem da vida material para a espiritual, falando sobre as penalidades e
recompensas, anjos e demônios.
Portanto, O Livro dos Espíritos é uma obra monumental, antídoto do materialismo, bússola
que nos orienta à viagem para nosso interior.
Compilação de Rudymara
11 - OS ESPÍRITAS SÃO CONTRA A BÍBLIA?
Compilação de Rudymara
12 - DEVEMOS SEGUIR O NOVO OU O VELHO TESTAMENTO?
Compilação de Rudymara
13 - O EVANGELHO DOS ESPÍRITAS
Ele trata com atenção especial a aplicação dos princípios da moral cristã e
de questões de ordem religiosa como a da prece e da caridade.
Rudymara
14 - COMO DEUS RENOVA OS MUNDOS?
No livro “A Gênese”, cap. XI item 15 diz que: Os planetas são formados de fluido
cósmico universal. Com o tempo, estes planetas se esgotam pelo envelhecimento, por
isso, dissolvem-se pouco a pouco devolvendo ao espaço o fluido cósmico que
utilizaram para formar-se. Este fluido que é devolvido ao espaço será utilizado na
formação de outros mundos.
Como aprendemos nas obras básicas, um planeta novo chama-se mundo primitivo
(onde habita seres maldosos e ignorantes ou maldosos por serem ignorantes); quando
evolui um pouco mais passa a chamar-se mundo de provas e expiação (onde habita
seres que terão de passar por provas e/ou expiar (pagar) pelos seu erros); depois de
evoluir um pouco mais passa a ser um mundo de regeneração (onde habita espíritos
regenerados, mas que terão que provar se estão realmente regenerados); depois
passa a chamar-se ditosos ou felizes (onde o bem predomina, mas ainda não domina,
por isso os habitantes são quase perfeitos)e por fim o mundo divino ou celeste (onde
habita espíritos puros).
Cada vez que os habitantes evoluem ESPIRITUALMENTE, o planeta sofre um
decréscimo junto, ele se modifica, sofre perdas, não só em conseqüência do atrito,
mas também pela desagregação das moléculas, como uma pedra dura que, corroída
pelo tempo, acaba reduzida a poeira. Em seu duplo movimento de rotação e
translação, ele entrega ao espaço parcelas fluidificadas da sua substância, até ao
momento em que se completa a sua dissolução.
E seus habitantes?
Então vejamos, cada vez que evoluímos, nosso perispírito fica mais etéreo, mais sutil,
até o dia que não precisaremos mais dele, ou seja, o perispírito modifica-se também,
fica mais transparente, sua espessura ficará mais fina até desaparecer. Seremos então,
apenas espíritos, uma centelha divina, ou seja, não precisaremos do corpo carnal, nem
do perispírito, habitaremos determinados mundos, mas não estaremos presos a eles
como acontece aos que estão na Terra; poderemos estar em todos os lugares. E,
quando visitarmos mundos inferiores, nos revestiremos com um perispírito cuja
matéria será retirada do mundo que visitarmos, com a rapidez de um relâmpago.
Rudymara
15 - JESUS NÃO É DEUS
Nos primeiros 3 séculos de Cristianismo, não se fala de Jesus como Deus. A idéia de
divinização de Jesus firma-se sob o século IV, ao tempo do Imperador Constantino,
após a célebre controvérsia entre Alexandre e Arrius.
Alexandre, patriarca da Alexandria, pregava um Jesus igual a Deus. Arrius, presbítero
de uma das igrejas, procurava demonstrar Jesus como filho de Deus, mas não igual a
Ele. Entretanto, Arrius é que foi considerado herético e a divindade de Jesus foi
proclamada pela Igreja Católica.
No século VII, se aprovaria o dogma da Santíssima Trindade.
Imposta à cristandade, a divinização de Jesus não foi aceita sempre e nem por todos.
De vez em quando, aqui e ali, surgem tentativas de reapresentar Jesus como um ser
humano. Tentativas que, às vezes, resvalam para o erro de ir ao extremo oposto e
querer fazer de Jesus não apenas um ser humano, mas um homem comum demais,
com as fraquezas e inferioridade dos humanos pouco evoluídos. Podemos citar a
fantasiosa estória do livro Código Da Vinci. É mais fácil tentar justificar nosso erro do
que corrigi-lo. É mais fácil tentar trazer Jesus para nosso nível evolutivo, buscando
erros em Sua conduta, do que buscarmos alcançar o nível Dele. É mais fácil copiar
erros, que supomos ter Ele cometido, do que copiarmos os acertos . . .
Entretanto, no que se refere à natureza de Jesus, os Evangelhos são absolutamente
concordantes e coerentes, não dando lugar a qualquer equívoco.
Kardec examina exaustivamente o assunto em "Um Estudo sobre a Natureza de Jesus"
(em "Obras Póstumas"). As palavras do próprio Jesus são o maior argumento contra a
pretensa natureza divina, que lhe quiseram atribuir posteriormente; elas evidenciam
dualidade e desigualdade entre Jesus e Deus, que não há entre eles quaisquer
identidade nem de natureza nem de poder, pois: um é o Criador, outro a criatura; um
é o Senhor, outro o seu enviado e submisso executor de sua vontade. Eis algumas
dessas afirmativas:
"que te conheçam a ti, O ÚNICO DEUS VERDADEIRO, e a Jesus Cristo, A QUEM
ENVIASTE" - (Jo 17:3)
"meu Pai, que me enviou, foi quem me prescreveu, POR MANDAMENTO SEU, O QUE
DEVO DIZER E COMO DEVO FALAR" - (Jo 12:49/50)
" . . .as obras que meu Pai ME DEU O PODER DE FAZER (...) dão testemunho de mim" -
(Jo 5:36)
"NADA FAÇO DE MIM MESMO; MAS DIGO O QUE MEU PAI ME ENSINOU" - (Jo 8:28)
"se me amásseis, rejubilaríeis, pois que vou para meu Pai, porque MEU PAI É MAIOR
DO QUE EU" - (Jo 14:28)
"Pai, tudo TE É POSSÍVEL (Mc 14:26)
"Se QUERES, afasta de mim este cálice" - (Lc 22:42) "Todavia, não seja como eu quero
e, sim COMO TU QUERES" - (Mt 26:39)
"Pai, NAS TUAS MÃOS ENTREGO O MEU ESPÍRITO" - (Lc 23:46)
Mesmo após a sua morte e ressurgimento espiritual, Jesus continua a demonstrar,
com suas palavras, que permanece a dualidade e desigualdade entre ele e Deus: "Subo
para MEU PAI e vosso Pai, para MEU DEUS e vosso DEUS." - (Jo 20:17)
Compilação de Rudymara
16 - COMO ACONTECE NOSSA EVOLUÇÃO
Nosso planeta teve sua origem há mais ou menos 4,5 bilhões de anos e tudo era uma
massa incandescente não possibilitando haver vida.
No decorrer de milhões de anos, a massa incandescente foi esfriando e foram se
formando os elementos que existem hoje em nosso planeta: o ar, a água, as rochas, o
solo, as plantas, os animais e o homem.
A vida apareceu há mais ou menos 3,5 bilhões de anos, portanto, um bilhão de anos
após o início da formação da Terra. Afirma-se que a primeira forma de vida surgiu na
água sob forma de seres minúsculos extremamente simples. Estes foram se tornando
cada vez mais complexos e deram origem às células, depois às plantas e aos animais
invertebrados que habitavam o mar. Mais tarde, a vida se fixou sobre a terra firme e
depois no ar.
É fantástica a marcha de surgimento de diferentes formas de vida sobre a Terra:
microrganismos, plantas, peixes, répteis, aves, mamíferos.
Ao longo de muito tempo, os seres sofreram transformações sucessivas, dando origem
a várias espécies. Esse processo chama-se EVOLUÇÃO.
Mas, após os répteis, surgem os animais horrendos das eras primitivas, os
dinossauros. Emmanuel, no livro A Caminho da Luz disse que a Natureza tornou-se
uma grande oficina de ensaios monstruosos. Os trabalhadores do Cristo analisaram a
combinação prodigiosa dos complexos celulares, cuja formação eles próprios haviam
delineado, então, aperfeiçoaram a máquina celular no limite possível em face das leis
físicas do globo. Foi então que eles desapareceram para sempre da fauna terrestre.
Os primeiros seres humanos surgiram sobre a Terra há aproximadamente 3 milhões de
anos. Parece muito, mas não é, se considerarmos que a vida no planeta tem mais de 3
bilhões de anos.
Nós espíritas concordamos com a teoria de Charles Darwin, mas ele deteve-se na
evolução da forma física e Kardec deu continuidade mostrando que o corpo evolui
conforme a evolução espiritual através da reencarnação.
De acordo com o Gênesis (o primeiro livro bíblico), o mundo, os animais e o homem
foram criados diretamente por Deus durante uma semana.
Essa descrição é de uns 3 mil anos atrás, época em que o homem não tinha os
conhecimentos científicos de hoje.
Atualmente, a narrativa da criação do mundo seria bem diferente. Mas num ponto ela
continuará igual: Deus é o criador de tudo o que existe.
Tudo começa pelo átomo; do átomo passamos a ser um mineral; do mineral passamos
a ser um vegetal; do vegetal passamos a ser um animal; do animal passamos a seres
humanos; e enfim, de seres humanos passaremos a arcanjos. Por milênios e milênios
de evolução experimentamos graus inferiores até conquistarmos a inteligência. Entre o
irracional e o homem, há longos caminhos a percorrer.
Não fomos criados todos ao mesmo tempo, porque Deus cria incessantemente, por
isso é natural que encontremos Espíritos, encarnados e desencarnados em graus de
evolução diferentes.
Quando um cachorro, por exemplo, der sinal de inteligência, não continuará mais aqui
na Terra, que não lhe oferecerá condições; ao desencarnar o Espírito desse cachorro
irá para mundos em começo de evolução. Após cachorro, reencarnará no corpo de um
primata aprendendo a andar de pé, a usar as mãos. Depois reencarnará num planeta
primitivo, cujos moradores são espíritos que moram em cavernas. E assim, evoluirá
com o planeta, assim como ocorreu com nós. Fomos moradores das cavernas,
desencarnamos e aprendemos no plano espiritual alguma coisa; reencarnamos e
voltamos melhor, com mais conhecimento; desencarnamos e encarnamos várias vezes
até sairmos da caverna e nos tornarmos seres mais evoluídos, buscando cada vez mais
o crescimento espiritual. Nosso planeta já foi um mundo primitivo e está passando de
provas e expiações para regeneração. Enquanto isso, outros mundos estão sendo
criados e com ele passando por todo processo de evolução deles e dos seres que nele
aparecerem.
Cada planeta é habitado por Espíritos com grau evolutivo correspondente ao planeta.
Allan Kardec classifica os planetas em:
1) Primitivos: onde os espíritos realizam suas primeiras encarnações.
3) De Regeneração: neles não há mais a expiação, mas ainda há provas pelas quais o
espírito tem de passar para consolidar as conquistas evolutivas que fez e desenvolver-
se mais. São mundos de transição entre os mundos de expiação e os que vêm a seguir.
4) Ditosos ou Felizes: nestes mundos predomina o bem, porque seus moradores são
espíritos mais evoluídos; há muito bem-estar e progresso geral.
Compilação de Rudymara retirados dos livros "A Gênese" de Kardec; "O Evangelho
segundo o Espiritismo"; "A Caminho da luz" de Emmanuel; "Espiritismo, uma nova
era" de Richard Simonetti.
17 - DEUS DISTRIBUIU MEDIUNIDADE
Este Espírito, que o profeta (médium) Joel disse que seria derramado
sobre toda a carne são Espíritos desencarnados (mortos) que uns chamam
de anjo, outros chamam de Espírito, outros de Espírito Santo. Analisemos
este conselho de Paulo aos Coríntios (6: 19:20): “quem se entrega à
imoralidade peca contra o seu próprio corpo. Ou vocês não sabem que o
seu corpo é templo do Espírito Santo, que está em vocês e lhes foi dado
por Deus?” Paulo explica que todo corpo físico merece respeito e
cuidados, carinho e zelo contínuos, por ser a sede do Espírito, o
"santuário" da vida em evolução. Portanto, todo corpo abriga um Espírito
Santo, mesmo os que ainda se encontram na imoralidade. Então,
podemos concluir que são os "desencarnados" (mortos) que estão se
comunicando através da mediunidade de vários médiuns, espíritas ou não.
E, estes desencarnados podem ter evolução ou não. Por isso, sigamos a
recomendação de João, quando disse para que: “Não acreditemos em
todos os Espíritos, mas que examinássemos se eles são de Deus.” Ou
seja, que examinemos se suas comunicações são baseadas na moral cristã.
Há muitos Espíritos usando nomes respeitáveis da história, brincando com
a fé das pessoas, pedindo e aconselhando coisas absurdas.
Rudymara
18 - POR QUE MOISÉS PROIBIU A NECROMANCIA?
Então, o problema com Moisés não era com o profetismo e sim com o
mau profetismo. A exploração do profetismo. Isso vai gerando a
ignorância cada vez maior nas pessoas.
Muitos, que não conhecem a Doutrina Espírita, dizem que os espíritas transgridem a lei divina
porque evocam os mortos. Na verdade, a evocação dos mortos, está no Antigo Testamento,
conforme se lê em Moisés. Se este proibiu é porque tal prática era possível, e além de ser
possível dela se abusava. Ainda hoje há abusos, porque muitos procuram um(a) médium (não
espírita e sim espiritualista) para pedir aos espíritos favores materiais como: destruir
casamento, pessoas, etc.; buscar solução para problemas familiares, financeiro, sentimental,
etc. E para alcançar o desejado, muitos usam rituais que sacrificam animais, e até
crianças . . .
Como poderíamos falar de Jesus, que pregou o "amor" pedindo para que "fizéssemos aos
outros o que queremos que os outros nos façam", e semear a discórdia, a desunião, a morte, a
vingança, enfim, a infelicidade do próximo? Seria incoerente.
Os espíritas, evocam os "MORTOS" quando há uma intenção útil, como fez Allan Kardec para
trazer ensinamentos úteis ao nosso crescimento espiritual ou quando fazem preces à eles. Pois
a prece nos liga, pelo pensamento, com os desencarnados.E quando eles querem (e podem) se
comunicar, são eles que nos evocam. Como disse Chico Xavier “o telefone toca de lá para cá e
não daqui para lá”. Aliás, este telefone não chama só pelos espíritas, mas por todos aqueles
com sensibilidade mediúnica. Já que a mediunidade não foi inventada pelos espíritas, e nem é
de nossa propriedade. Na Bíblia, por exemplo, há várias comunicações mediúnicas, e o
Espiritismo nem existia. Um exemplo é o rei Saul buscando uma médium para aconselhar-se
com Samuel que já estava “MORTO”. Essa passagem está em I Samuel, cap. 28: vv 8 á 15. O rei
Saul proibiu a evocação de mortos, mas ele mesmo a transgrediu.
Kardec nos adverte no cap. XVIII, item 51 dizendo: “Lançar reprovação contra os que não
pensam como nós, é reclamar essa liberdade para nós e recusá-la aos outros . . ."
Compilação de Rudymara
20 - JESUS FOI CRIADO PURO E PERFEITO?
Richard Simonetti
21 - COMO É E ONDE FICA O MUNDO ESPIRITUAL DE
POVOS E CONTINENTES DIFERENTES?
OBSERVAÇÃO: Numa entrevista feita pela TV gaúcha, uma pessoa, perguntou para o
médium espírita Divaldo P. Franco: “Porque, sendo espírita, sofro tanto a muito
tempo?” E Divaldo respondeu que o Espiritismo não nos torna salvos da dor. A função
do Espiritismo é a de nos fortalecer para a dor e não a de nos libertar dela sem o
necessário mérito do sofrimento; a função do Espiritismo é nos dar uma visão ampla
da vida, nos oferecendo recursos para superarmos as limitações. E acrescentou, que
graças a Deus, ela sendo espírita, estava sofrendo, porque é sempre bem-aventurado
aquele que resgata perante os Bancos da Misericórdia Divina. Porque a dor, ao invés
de ser punição, é benção, é crédito perante a vida.
Portanto, como vemos, até entre nós espíritas, que temos o esclarecimento espiritual
da lei de causa e efeito, há pessoas que querem ter o privilégio de se “salvar”, ou seja,
de escapar do sofrimento, causado por nós mesmos quando transgredimos as leis
divinas, só porque somos dessa ou daquela religião. Isso só acontece, porque nosso
orgulho nos faz achar que somos melhores do que os outros, e principalmente por não
buscarmos o conhecimento, ou esclarecimento da Doutrina dos Espíritos.
(Texto de Rudymara)
25 - A CARIDADE ESPÍRITA É A ESMOLA?
Muitos acham que nós espíritas fazemos apenas a caridade da esmola e que isso não
caracteriza a autêntica vida cristã. Respeitamos o ponto de vista daqueles que pensam assim,
mas acreditamos que estão enganados. Caridade para nós é mais abrangente, vejamos a
explicação: A caridade no nosso entendimento pode ser MATERIAL e MORAL.
A CARIDADE MATERIAL: é quando usamos dinheiro para comprar roupas ao nu, remédio ao
enfermo, alimento ao faminto, etc.
E A CARIDADE MORAL: é quando usamos nosso tempo, nosso amor para sermos úteis em
creches, hospitais, asilos, escolas, é uma boa palavra, um bom pensamento, um bom ato, um
bom exemplo, um sorriso, uma prece para quem sofre, é perdoar, aceitar as imperfeições
alheias, é usar a bondade com todos, etc.
Do ponto de vista espírita, pode haver: esmola sem caridade, esmola com caridade e caridade
sem esmola. E qualquer uma deve ser feita sem preconceito de raça, religião, posição social,
etc., assim como fez o bom samaritano da parábola.
A ESMOLA SEM CARIDADE: é quando damos a esmola para nos ver livre de quem nos pede; é
quando damos pensando em receber algo em troca, como em época de eleição; enfim, é a
doação arrancada contra nossa vontade. A esmola sem caridade é constrangedor para quem
dá, e humilhante para quem recebe (apesar de ser útil muitas vezes). Do ponto de vista do
beneficiário, a caridade pode ter efeitos desastrosos. Em muitos casos, ela desmotiva o
mendigo a sair de sua situação. Quanto ao doente, ele nem sequer tenta se tratar, pois a cura
significaria a perda dessa fonte de dinheiro.
Em todos os casos, a mendicância priva o homem de sua dignidade. Dispensando-o de prover
as suas necessidades, ela o incita à passividade. Não é suficiente ficar sentado e estender a
mão para ganhar a vida.
A ESMOLA COM CARIDADE: é quando doamos em silêncio; é não esperar nada em troca
daquele que está recebendo; é quando não nos identificamos ao beneficiário; e se nos
identificarmos, temos que doar com alegria, sem humilhar quem recebe; é dar o peixe, mas
ensinando o beneficiário a pescar, para não viciar quem pede. É conveniente oferecer o
primeiro peixe (sopa, cesta básica, roupa, etc.) e, depois, somente depois, ensinarmos os
companheiros a pescar. Devemos evitar acomodação, da qual teremos que dar contas à
própria consciência. Precisamos primar pelo trabalho da promoção humana, auxiliando o
indivíduo a libertar-se da necessidade, por meio dos estudos necessários, por meio do esforço
para buscar o próprio ganha-pão. ; enfim, a esmola será meritória aos olhos de Deus
dependendo do grau de pureza do conteúdo caritativo.
A CARIDADE SEM ESMOLA: é quando cultivamos as virtudes cristãs, que são “filhas do amor”,
como o perdão, a humildade, a indulgencia, a piedade, a solidariedade, é não abusar do
próximo, não roubar, não adulterar, fazendo aos outros o que gostamos que os outros nos
façam, etc.
Existe também a caridade para conosco. Quando descobrimos que estamos neste planeta para
evoluir, começamos a ter caridade para com nosso corpo físico. Pois, somos apenas inquilinos
dele. Daí, passamos a cuidar melhor da nossa saúde. Deixamos de tomar bebidas alcoólicas,
drogas ilícitas, exagero alimentar, sexo desregrado, etc. Afinal, como podemos dizer que
amamos Deus se não respeitamos sua criação: uma delas somos NÓS.
Então, para nós espíritas, não é tão simples praticar caridade, mas é fundamental. E se essa
caridade não é viver o autêntico cristianismo, aguardaremos uma explicação melhor. Por isso,
a bandeira do Espiritismo é: "Fora da caridade não há salvação."
"Muitas religiões se contentam com uma prece semanal, atos religiosos quinzenais, mas no
Espiritismo somos "alfinetados", e ninguém escapa desde que estejamos dentro dessa
"empresa", que é o Espiritismo, trabalhando . . . Não apenas glorificando o nome do Senhor,
mas trabalhando muito para que a nossa fé seja realmente uma fé ativa e criativa, ao mesmo
tempo." - frase de Chico Xavier
Observação de O Livro dos Espíritos questão 886: O amor e a caridade são o complemento da
lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer todo o bem que está ao nosso alcance e que
gostaríamos que nos fosse feito. Esse é o sentido das palavras de Jesus: “Amai-vos uns aos
outros como irmãos”. A caridade, para Jesus, não se limita à esmola. Ela abrange todas as
relações com nossos semelhantes, sejam inferiores, iguais ou superiores. Ensina a indulgência,
porque temos necessidade dela, e não nos permite humilhar os outros, ao contrário do que
muitas vezes se faz. Se uma pessoa rica nos procura, temos por ela mil atenções, mil
amabilidades; se é pobre, parece não haver necessidade de nos incomodar. Porém, quanto
mais lastimável sua posição, mais se deve respeitar, sem nunca aumentar sua infelicidade pela
humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar o inferior aos seus próprios
olhos, diminuindo a distância entre ambos.
Compilação de Rudymara
26 - AS 3 REVELAÇÕES DE DEUS
Jesus dizia: “Eu não vim destruir a lei”, porque “A Lei” para os
judeus consistia nos mandamentos escritos por Moisés que estão
nos cinco primeiros livros da Bíblia: Gênese, Êxodo, Levíticos,
Deuteronômio e Números.
Tais leis serviram de freio para conter aquele povo ignorante. Elas
eram rígidas e seu lema era: “olho por olho dente por dente”.
Por exemplo: “Os filhos desobedientes e rebeldes, que não
ouçam seus pais e se comprometam no vício, serão
apedrejados até a morte”. (Deuteronômio, 21: 18-21). Quantas
igrejas, templos, estariam vazios, pois a maior parte foram, ou
são, filhos desobedientes e rebeldes. Em seus depoimentos eles
dizem: “Eu fui um ex-viciado, ex-presidiário, etc.” Se
aplicássemos a lei de Moisés, não daria tempo para muitos
“aceitar Jesus”, porque estariam mortos.
Mas, naquele tempo, as leis de Moisés eram respeitadas, apesar de
se confundir com as leis de Deus que ele recebeu no Monte Sinai:
Os dez mandamentos. Pois, muitas leis de Moisés pediam para
apedrejar até a morte, e uma das leis divina dizia: “Não
matarás.” Mas, de qualquer forma eram respeitadas.
Mais tarde, séculos depois, surge Jesus, falando de amor, perdão,
etc. O povo judeu, mais particularmente os doutores da lei (os
grandes conhecedores da lei de Moisés), acharam estranho,
porque para eles parecia que Jesus estava pregando contra a lei de
Moisés. Mas, na verdade, eles não entenderam que Jesus veio
cumprir, desenvolver, dar verdadeiro sentido a lei de Deus, ou
seja, aos dez mandamentos, e não ás leis de Moisés. Antes de
morrer, Jesus disse: "Muitas coisas tenho para vos dizer, mas
vós não as podeis suportar agora." (Jo 16:12). Era preciso
aguardar o amadurecimento da alma humana e o progresso da
ciência. E Jesus acrescentou: “Se me amais, guardai os meus
mandamentos, e eu rogarei ao Pai e Ele vos enviará outro
Consolador, a fim de que fique eternamente convosco. (...) O
Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque
não o vê e absolutamente não o conhece. Mas quanto a vós,
conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. (...)
Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai
enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará
recordar tudo o que vos tenho dito.” - (Jo 14:15/17 e 26).
Então, em meados do século XIX. O progresso científico e a
evolução das idéias modificaram a organização social (igualdade,
liberdade, fraternidade) deram tolerância maior para todas as
formas de pensamento, permitiram uma visão mais cosmopolita e
universal e levaram a uma busca do entendimento dos fatos pela
razão.
O ambiente humano está favorável a uma nova revelação e, no
centro cultural do mundo de então (a França), o Espiritismo vai
surgir.
A iniciativa é dos espíritos: manifestam-se e se comunicam em
fenômenos (efeitos físicos e intelectuais), chamando a atenção da
humanidade para a realidade espiritual, a fim de "salvá-la" do
materialismo e do egoísmo.
E, na parte de elaboração humana, Kardec codifica os ensinos, a
Doutrina dos Espíritos, denominando-a Espiritismo, sendo seus
princípios fundamentais: Deus, a Criação, existência e
sobrevivência do espírito, intercâmbio mediúnico, vidas
sucessivas (reencarnação), evolução, lei de causa e efeito,
pluralidade dos mundos habitados, unidade e solidariedade
universal.
O Espiritismo:
- não revoga a lei divina revelada por Moisés e por Jesus.
- recorda, explica, completa, desenvolve, fazendo aliança da
Ciência e da Fé.
- Atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola
pela fé e pela esperança. (O Evangelho segundo o Espiritismo,
cap. VI).
28 - MORADAS ESPIRITUAIS
O que são moradas espirituais?
Divaldo responde: são as construções, as habitações, as cidades de
onde procedemos (viemos). André Luiz nos desvelou “uma” das
milhares de cidades espirituais, que é Nosso Lar. Da mesma forma
que iam sendo construídas as cidades físicas, aqueles mesmos
desbravadores espirituais quando se desligavam da Terra pela
desencarnação, começaram também a construir, no Mundo
Cósmico, conglomerados correspondentes. Nosso Lar, por exemplo,
é uma cidade com aproximadamente dois milhões de habitantes.
Situa-se numa faixa que corresponde à área de Campos dos
Goitacazes, passando por Cabo Frio e alcançando a cidade do Rio
de Janeiro, mais ou menos a sessenta quilômetros de altitude da
periferia da Terra. É uma cidade como outra qualquer, sendo que a
energia mental modela-a, qual um raio laser pode atuar em
transplantar uma imagem de um lugar para outro, em desbloquear
um rim que esteja obstruído, uma artéria que esteja com coágulos . .
. Ele os atravessa e logra a desobstrução desejada.
Richard Simonetti
31 – ADÃO E EVA
COMPILAÇÃO DE RUDYMARA
32 – QUEM SOMOS NÓS?
Rudymara
33 - PODEMOS BUSCAR CARTAS DO ALÉM?
Podemos, mas o médium Divaldo P. Franco explica no livro “Entrevistas e Lições” que,
nem sempre nos convém receber mensagens do além. Muitas vezes, o intercâmbio
pode produzir males a ambos: a quem ficou na Terra e àquele que desencarnou. Afinal
de contas, o amor, quando é legítimo, não necessita de intercâmbio tão constante.
Ideal seria que nós mantivéssemos viva a chama do amor e aguardássemos o tempo,
sem maior inquietação. Quando for oportuno, Deus nos concederá a bênção do
reencontro. QUANTO TEMPO LEVA PARA QUE OS DESENCARNADOS POSSAM SE
COMUNICAR? Há comunicação que ocorre logo após o instante da desencarnação e
outros não. No livro O Céu e o Inferno, Allan Kardec faz uma abordagem sobre a
questão, narrando fatos sobre pessoas que se comunicam poucos minutos depois da
morte. Temos também o exemplo de José Herculano Pires, que no momento que
sofreu um enfarte, estava acontecendo um trabalho mediúnico em seu lar. A família
que o socorreu não contou aos participantes para não atrapalhar o trabalho. No final
foram lidas duas mensagens psicografadas, sendo uma delas a de Herculano dirigida a
sua esposa. Os membros não acreditaram porque não sabiam de sua desencarnação. É
um fenômeno raro, mas possível. Outras comunicações, no entanto, sucedem após
meses, anos e até séculos. Tudo se encontra relacionado com o desprendimento, ou
não, do Espírito que desencarnou, está ligado á sua evolução. Exemplo: quando
chegamos a um país estrangeiro e não dominamos bem a língua temos dificuldades de
nos comunicar; se não sabemos fazer uma ligação telefônica, não conseguiremos
transmitir notícias. Da mesma forma, recém-chegados ao Além, em geral não dispõe,
ainda, de meios para enviar mensagens. Embora tenhamos capacidade, falta-nos a
possibilidade de fazê-lo. E a “morte” é uma cirurgia total. Há pessoas que despertam
de uma intervenção singela com grave distúrbio emocional, desequilibrando-se,
totalmente, sob efeito de determinados anestésicos. Outras voltam a si com
serenidade e lucidez, após operação mais complexa. Outras sofrem com a cobrança de
sua consciência nos umbrais. Além disso, não basta o desencarnado desejar transmitir
a mensagem. É necessário, principalmente, encontrar um intermediário (médium) fiel,
em condições de conduzi-la. Médiuns sérios atraem Espíritos sérios; médiuns levianos
atraem Espíritos levianos. O médium que não se ajusta aos princípios morais pode ser
vitimado pela ação do mundo espiritual inferior. Então, poderemos receber
mensagens falsas, escritas por espíritos zombeteiros, brincalhões. As comunicações
espontâneas são as mais belas, as mais convincentes. MAS O QUE É UMA
COMUNICAÇÃO ESPONTÂNEA? São as reuniões públicas, onde as pessoas chegam a
casa espírita, sentam, e não se falam. O médium chega, senta e espera “o telefone
tocar de lá para cá” e atende, ou seja, psicografa. As evocações não são recomendadas
pela Doutrina Espírita, porque são portas abertas para espíritos brincalhões,
zombeteiros que se metem em tudo e a tudo respondem sem se importarem com a
verdade. E quando termina a psicografia, o médium diz: FULANA DE TAL TEM AQUI
UMA MENSAGEM DE BELTRANO. Ele nem sabe se a pessoa está presente. Aí se lê a
mensagem. E as pessoas também lêem essas mensagens e verificam se os dados são
verdadeiros. O grande exemplo foi o venerendo apóstolo Chico Xavier pela nobreza,
pela limpidez, na maneira que era exercido. A pessoa perdia-se na multidão, sem
nenhum contato prévio com ele. Antes do labor, ele atendia alguns necessitados que o
buscavam para outros fins e anotava, às vezes, determinados tipos de pedidos, nunca,
porém, propunha qualquer interrogação em torno de familiares desencarnados, como
datas, nomes, ocorrências, como, infelizmente, vem sendo feito por alguns insensatos.
Sou testemunha, porque eu o conheci por mais de 40 anos, e recebi de minha genitora
uma mensagem através dele, dando-me dados que eu demorei mais de dois anos
pesquisando em cartórios para poder confirmar sua veracidade. O QUE DIZER DE
MÉDIUNS QUE SE REVOLTAM A QUALQUER DESCONFIANÇA? Este médium está
desequilibrado e equivocado. Fácil presa de obsessores. Se é um médium espírita
deveria saber que a escala espírita dos médiuns se resume em MÉDIUNS RUINS E
MÉDIUNS REGULARES. Não há MÉDIUNS PERFEITOS. E a recomendação é “MELHOR
REPELIR DEZ VERDADES QUE ACEITAR UMA MENTIRA”. Os bons espíritos não se
importam com a desconfiança, ao contrário dos vaidosos, dos mistificadores que
temem que descubram a farsa. Então, devemos tomar cuidado. Até médiuns de
grande respeitabilidade estão sujeitos a espíritos mistificadores. Por isso, a proposta
do Espiritismo é que estudemos para que possamos entender um pouco mais sobre o
assunto. DEIXANDO CLARO QUE A DOUTRINA ESPÍRITA NÃO É CONTRA, MAS PEDE
CAUTELA. Sanson, no item 21, capítulo V, do O Evangelho Segundo o Espiritismo nos
adverte em sua mensagem: “que os nossos mortos amados necessitam de nossos bons
pensamentos, de nossas preces, mas não do nosso desespero que só serve para fazê-
los sofrer. Estamos todos na Terra para uma breve experiência de vida material, mas a
nossa vida verdadeira é a espiritual. Os que partem antes de nós concluíram sua tarefa
e estão livres dos tormentos da vida terrena. Mas como nos amam, continuam ligados
a nós pelo pensamento, pelo sentimento, pelo amor que nos dedicam.” Então, a
proposta Espírita é Consoladora: “ELES VIVEM.” Precisamos compreender isso para
não os perturbarmos na vida espiritual com o desespero do nosso amor egoísta.
Agradeçamos pelo período que convivemos com eles, e nos preparemos para o
reencontro.
Compilação de Rudymara
34 - O DIABO NA VISÃO ESPÍRITA
Sabemos que, nós somos espíritos, e levamos para o além túmulo a nossa
indisciplina e maldade, assim como levamos também todas as experiências boas
adquiridas. Nosso planeta ainda é muito inferior, por isso a predominância dos
espíritos inferiores é maior. Esses espíritos, deste e do outro mundo, constituem
a falange denominada no Evangelho pelo nome de SATANÁS, DIABO ou
DEMÔNIO. São os adversários, os inimigos da Justiça, do Bem, da Verdade.
Mas não podemos nos esquecer que, são filhos de Deus, consequentemente,
nossos irmãos. Deus, que é eternamente justo e bom, não pode ter criado seres
predispostos ao mal por sua própria natureza e condenados pela Eternidade. Se
Deus, que é bom, não é capaz de perdoar, como espera que exercitemos o
perdão ensinado por Jesus? Acreditar na pena eterna, seria negar Sua bondade.
E, como poderia existir um maligno lutando de igual para igual com a Divindade
e cuja única preocupação seria de contrariar Seus desígnios? Será que não
podemos confiar nos "anjos", já que estes seres perfeitos correm os riscos de
rebelarem-se? Os Espíritos não retrocedem na evolução, portanto, quando
alcançam a perfeição não se rebelam, porque não abrigam mais sentimentos de
orgulho ou revolta. Se acreditássemos nisso teríamos que acreditar que Deus
errou na Sua criação, consequentemente, que Ele não é perfeito. Seria um
absurdo acharmos isso.
Anjo e Demônio, segundo a Bíblia, é uma maneira simbólica de dizer que o
Bem e o Mal lutam constantemente dentro de nós. Entretanto, podemos
designar por anjos os Espíritos puros que já alcançaram a perfeição. Neles o
Bem já venceu o Mal; por demônios, os Espíritos atrasados, imperfeitos, que
ainda cedem às tentações do mal.
O "DIABO", nada mais é que espírito (ou espíritos), que viveu entre nós, e que
continua realizando o que realizava, quando estava encarnado, utilizando-se de
pessoas que pensam e agem como eles agiam. Estes espíritos não vão senão
onde acham com o que satisfazerem a sua perversidade; para afastá-los, não
basta pedir-lhes nem mesmo ordenar, é preciso despojar de nós o que os atrai.
Os maus espíritos farejam as chagas da alma, como as moscas farejam as chagas
do corpo; do mesmo modo que limpamos o corpo para evitar a bicheira,
limpemos também a alma de suas impurezas para evitar o ataque dos maus
espíritos. Jesus quando expulsava o “demônio” aconselhava dizendo: “Vá, e não
peques mais”; ou seja, “vá e não erre mais”, para não atrair novamente estes
"demônios". Em outra passagem (João, 6:70), Jesus profetizou dizendo: "Vocês
não são os doze que escolhi? Apesar disso, um de vocês é um diabo".
Jesus se referia à Judas. E este, como sabemos, não tinha capa vermelha, chifres
e tridente. O homem, por necessitar de imagens e figuras para impressionar sua
imaginação, pintou os seres incorpóreos com formas materiais dotadas de
atributos que lembram as suas qualidades ou seus defeitos.
Os anjos são representados numa figura radiosa, com asas brancas, símbolo da
pureza, e Satanás com chifres, garras e os atributos da bestialidade, símbolo das
baixas paixões. Mas o Mestre apenas quis dizer que um dos discípulos iria
cometer um ato diabólico. No conceito do Mestre o diabo não indicava um
gigante de perversidade, poderoso e eterno. Designa o próprio homem, quando
algemado às imoralidades do sentimento inferior. Daí concluímos que cada
criatura humana apresenta certa percentagem de expressão diabólica na parte
da personalidade. A Doutrina Espírita explica também que, existem sim as
zonas sombrias, terríveis e dolorosas, mas como vimos, o diabo partilhou dos
serviços apostólicos, ou seja, foi um apóstolo do Cristo. Assim como Jesus, nós
também nos deparamos diariamente com muitos diabos encarnados em nosso
dia-a-dia. São os que nos sugerem beber, fumar, usar drogas, abortar, roubar,
lesar o próximo; os que enganam inocentes para satisfazer seus desejos sexuais
desequilibrados; os que cometem crimes hediondos como torturar e matar uma
criança, um animal, um idoso, um doente, etc.; sem nos esquecermos daqueles
que matam indiretamente, como os que desviam o dinheiro público para
enriquecer enquanto milhares de pessoas morrem na miséria ou nas portas dos
hospitais; os que retiram vidas em desabamentos e acidentes ao construírem
casas, prédios, escolas, pontes, estradas, etc. com material inferior; os que se
vingam covardemente; os traficantes, que são vendedores de sonho que, cedo ou
tarde, vira pesadelo ao usuário, aos familiares e á sociedade que é roubada,
assaltada, assassinada para sustentar o vício destes sonhadores; os que
compram produtos roubados são incentivadores de crimes; os “Judas” da
atualidade ou Falsos Cristos, que enriquecem vendendo Jesus, ou seja, seus
ensinamentos, por bem mais que 30 moedas, iludindo miseráveis, ignorantes e
sofredores. Estes são alguns, dos muitos atos diabólicos. Mas lembremos que, a
condição de "DIABO" é transitória, passageira, porque Deus nos criou para a
perfeição e lá chegaremos quer queiramos ou não, porque essa é a Sua vontade.
O demônio de hoje será o anjo de amanhã, quando a vida lhe impuser penosas
experiências de reajuste, através da reencarnação, reconduzindo-o aos roteiros
do Bem. Então, podemos dizer que O DIABO EXISTE, encarnado e
desencarnado, não da maneira alegórica que muitos imaginam, mas no
comportamento diabólico de muitas pessoas.
Compilação de Rudymara
35 – REENCARNAÇÃO
Compilação de Rudymara
36 – DESENCARNAÇÃO
a)Das circunstâncias da morte do corpo. Nas mortes por velhice, a carga vital foi se
esgotando pouco a pouco e, por isso, o desligamento tende a ser natural e fácil e o
espírito poderá superar logo a fase de perturbação. Nas mortes por doença prolongada,
o processo de desligamento também é feito pouco a pouco, com o esgotamento
paulatino da vitalidade orgânica, e o espírito vai se preparando psicologicamente para a
desencarnação e se ambientando com o mundo espiritual que, às vezes, até começa a
entrever, porque percepções estão transcendendo ao corpo. Nas mortes repentinas ou
violentas (acidentes, desastres, assassinatos, suicídios, etc.) o desatar dos laços que
ligam o espírito ao corpo é brusco e o espírito pode sofrer com isso, e a perturbação
tende a ser maior. Em casos excepcionais (como o de alguns suicidas), o espírito poderá
(não é regra geral) sentir-se por algum tempo, "preso" ao corpo que se decompõe, o que
lhe causará dolorosas impressões.
Therezinha Oliveira
37 - OBSESSÃO E OBSESSORES
OBSESSORES
Quem são?
São espíritos maus que, consciente e voluntariamente, assediam encarnados (ou desencarnados),
procurando exercer sobre eles ação insistente, dominadora, que os pode prejudicar.
O desejo de vingança. Com a perturbação que causam, querem fazer sofrer quem os feriu,
pessoalmente ou a seus entes queridos, nesta ou em outra encarnação.
O agressor de hoje é aquele mesmo que foi traído, ofendido, arruinado, morto e que, desejando
fazer justiça com as próprias mãos, pretende submeter o desafeto a sofrimentos mil vezes
acentuados.
Vítima de ontem, verdugo de hoje.
Vítima de hoje, verdugo de ontem.
Para usufruir alguma situação, por meio do obsidiado. Apegados a sensações materiais mas
não dispondo mais de corpo físico para satisfaze-las, querem levar o encarnado a atos que lhes
permitam usufruí-las; aproveitam e estimulam as tendências que o encarnado apresentar.
Ligação que mantêm com o obsidiado. São ligações profundas e desequilibrantes, que vêm
desta ou de encarnações anteriores: paixões doentia, pacto, domínio de um e dependência de
outro. Ex.: espírito querendo que o obsidiado retorne ao grupo religioso de que ambos
participavam.
Por ser adversário do bem. Procuram agredir a pessoa ou grupo que se disponham a servir ao
bem, ajudar ao próximo, divulgar a verdade.
As falanges obsessoras
Hermínio C. Miranda, no seu livro Diálogo com as Sombras, indica alguns de seus
participantes:
Dirigente das trevas. É aquele que comanda a ação de uma falange. Geralmente, fica oculto,
embora exercendo a direção de tudo. Quando comparece à reunião de desobsessão é porque o
trabalho do grupo desobsessivo está atingindo sua fase final. Então, como é de ação e comando,
não tem paciência para dialogar, exige, ordena, ameaça, quer intimidar.
Planejador. Só planeja. Não expede ordens mas, sem ele, as trevas não teriam coordenação
para as atividades.
Jurista. "Só" analisa o processo das vítimas e sentencia. Acha que distribui justiça.
Vingador. Não confia na justiça divina, ignora-a ou não tem paciência de esperar por ela; uniu-
se à falange para tomar em suas mãos os instrumentos da justiça do "olho por olho, dente por
dente".
Religioso. Apresenta-se falsamente como zeloso trabalhador de Cristo, empenhado na defesa da
"sua" Igreja mas o que quer é continuar mantendo, mesmo no mundo espiritual, a posição de
mando, destaque e privilégios, de que desfrutava na Terra, em nome da Igreja de Cristo. Às
vezes, são meros fanáticos e, nesse caso, estão enganados e dominados pelas trevas.
Auxiliares da falange. Agem a mando dela e levados por diferentes motivos, tais como:
a) Estão subjugados e ameaçados de punição se não obedecerem;
b) Recebem algo em troca do que fazem (gozos, domínios, favores, privilégios dentro da
falange e sobre os obsidiados);
c) Gostam do que fazem (maltratar, dominar), mesmo que não tenham nada de pessoal contra
a vítima;
d) Pura inveja do bem-estar e felicidade dos obsidiados.
Magnetizadores e hipnotizadores. Dizem-se magos e feiticeiros. Agem com técnicas e
recursos especiais, de sugestão e influenciação, de impregnação de substâncias e objetos.
Basicamente, porém, os efeitos que possam causar serão sempre pela ação do pensamento e da
vontade sobre os fluidos, efeitos que o pensamento e a vontade voltados para o bem podem
evitar ou superar.
Rancores, gritarias, desafios, violência, agressividade . . . São infelizes, a despeito de tudo que
digam ou façam.
Querem o amor (que está sepultado em suas almas entre desesperanças e desenganos) mas
temem confiar e novamente sofrer, e defendem-se na couraça do ódio, da agressão, da dureza de
sentimentos.
No fundo, querem ser convencidos de seus erros para retomarem o caminho evolutivo que
abandonaram há tempos, embora alguns receiem enfrentar as conseqüências do mal que já
fizeram, enquanto outros não acreditam que possam ser perdoados e recomeçar.
Os Espíritos podem ver tudo que fazemos, porque estão constantemente nos rodeando.
“Estamos cercados por uma nuvem de testemunha” como disse o apóstolo Paulo. Mas, só
vêem aquilo que lhes interessa. Eles conhecem nossos mais secretos pensamentos, chegam a
conhecer o que desejamos ocultar de nós mesmos. Os Espíritos levianos que nos rodeiam riem
das pequenas peças que nos pregam e zombam das nossas falhas. Os Espíritos sérios se
condoem dos nossos erros e procuram nos ajudar.
Os Espíritos influem em nossos pensamentos, de uma tal maneira, que, muitas vezes, são eles
que nos dirigem.
Os nossos pensamentos chegam a se misturar com o pensamento dos Espíritos, nos causando
uma incerteza, são duas idéias e se combaterem.
"Se um Espírito quiser agir sobre uma pessoa, dela se aproxima, envolve-a com o seu
perispírito, como num manto; os fluidos se penetram, os dois pensamentos e as duas vontades
se confundem e, então, o Espírito pode servir-se daquele corpo como se fora o seu próprio,
faze-lo agir à sua vontade, falar, escrever, desenhar, etc. assim são os médiuns. Se o Espírito
for bom, sua ação será suave e benéfica e só fará boas coisas; se for mau, fará maldades; se
for perverso e mau, ele o constrange, até paralisar a vontade e a razão, que abafa com seus
fluidos, como se apaga o fogo sob um lençol d'água. Fá-lo pensar, falar e agir por ele; leva-o
contra a vontade a atos extravagantes ou ridículos; numa palavra, o magnetiza e o cataleptiza
moralmente e o indivíduo se torna um instrumento cego de sua vontade. Tal é a causa da
obsessão, da fascinação e da subjugação, que se mostram em diversos graus de intensidade. O
paroxismo da subjugação é geralmente chamado "possessão". Deve notar-se que, neste estado,
muitas vezes, o indivíduo tem consciência do ridículo daquilo que faz, mas é constrangido a
faze-lo, como se um homem mais vigoroso que ele o fizesse, contra a vontade, mover os braços,
as pernas, a língua." A.K.
Obsessão simples é a mais comum, freqüente, e que poucas pessoas estão livres. Nesse tipo de
obsessão o obsidiado permanece no pleno uso de suas faculdades mentais, conservando o
discernimento, ele sabe que está errado nos absurdos em que incorre. Reconhece que sua
conduta é irregular, não raro ridícula, como lavar repetidamente as mãos ou verificar à exaustão
se trancou a porta ou desligou um aparelho elétrico. Numa conta de 2+2 ele sabe que o resultado
é 4, mas ele debruça-se sobre a possibilidade de não ser esse o resultado. Diante de idéias
infelizes acabamos envolvidos por perseguidores invisíveis que acentuam nossa infelicidade.
A fascinação é mais envolvente. Ela é desenvolvida por hábeis obsessores, estes não se limitam
ao bombardeio de idéias infelizes. Atuando com sutileza e inteligência, tratam de convencer o
obsidiado das fantasias que lhe sugerem. É como se o obsessor colocasse no obsidiado óculos
com lentes desajustadas, confundindo-lhe a visão. O obsidiado numa conta de 2+2 ele não tem
dúvida que o resultado da operação é 5. A influência maior ocorre durante o sono.
A subjugação faz com que o obsidiado paralise a vontade e comece a agir segundo a vontade
do obsessor. Impondo-lhe muitas vezes gemer, gritar, agoniar, desmaiar e desvarios
absolutamente incontroláveis. Boa parcela dos alienados mentais que estagiam nos hospitais
psiquiátricos são vítimas da subjugação. No Evangelho (Lucas, 9) tem uma passagem de um pai
que roga a Jesus dizendo: “Mestre, suplico-te que vejas meu filho, porque é o único; um
Espírito se apodera dele e, de repente, grita, e o atira por terra, convulsiona-o até
espumar, e dificilmente o deixa, depois de o ter quebrantado.” Jesus afasta o espírito, e o
menino livra-se do problema. A subjugação pode ser moral ou corporal. Na subjugação
moral, o obsidiado é colocado muitas vezes em situações comprometedoras. Na subjugação
corporal, o espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários,
podendo levar aos mais ridículos atos.
Na obsessão simples o indivíduo é perturbado por idéias infelizes.
Na fascinação o indivíduo se vê convencido delas.
Na subjugação pouco importa o que pensa. O obsessor controla seus movimentos, como uma
marionete.
CONCLUSÃO:
Os maus espíritos não vão senão onde acham com o que satisfazerem a sua perversidade; para
afastá-los, não basta pedir-lhes nem mesmo ordenar: é preciso despojar de nós o que os atrai. Os
maus espíritos farejam as chagas da alma, como as moscas farejam as chagas do corpo; do
mesmo modo que limpamos o corpo para evitar a bicheira, limpemos também a alma de suas
impurezas para evitar os maus espíritos.
Jesus quando expulsava o “demônio” dizia: “Vá, e não peques mais”; ou seja, “vá e não erre
mais”, para não atrair novamente estes “demônios.”
Nas sessões de descarrego, nas casas “Evangélicas”, o Espírito é afastado porque as pessoas
erguem as mãos, dizendo: “sai demônio”. Não é pelo grito ou ordem que ele se afasta, mas sim
porque das mãos das pessoas saem magnetismo, e o Espírito não consegue ficar ali. Só que este
Espírito voltará, enquanto não limparmos a casa (mental) das coisas ruins.
Em Lucas cap. 11, v. 24 a 27 diz: “Quando um espírito mau sai de um homem, fica vagando
em lugares desertos à procura de repouso, e não encontra. Então diz: ‘Vou voltar para a casa
de onde saí.’ Quando ele chega, encontra a casa vazia, varrida e arrumada. Então ele vai, e
traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. Eles entram e moram aí; no fim, esse
homem fica em condições pior do que antes. É o que vai acontecer com esta geração má.”
Se limparmos da nossa casa as coisas boas, certamente ficarão as ruins. Assim, a casa estará de
acordo com o gosto de certos Espíritos.
Um Espírito perverso, ignorante, numa sessão de descarrego, sendo xingado, imaginemos qual
será a reação dele . . . Geralmente ele irá querer revidar. Se nós discutirmos com o Espírito, nós
estaremos entrando na sintonia dele. A autoridade que devemos ter é a autoridade moral. Temos
que falar com energia, porém, com amor. Respeitando seus sentimentos. Quem nos garante que
não fomos, ou não somos obsessores?
Na verdade, o obsessor não é nosso inimigo, ele é nosso amigo. Porque pede reforma, boa
conduta, amor. Ele, indiretamente, nos leva a vigiar nossos pensamentos, sentimentos, palavras
e atos, “para não cairmos em tentação.” Ele é como o médico que nos pede um regime, para que
nos curemos ou controlemos uma doença. O regime é chato, duro, mas necessário para uma boa
saúde. Ele é uma pessoa que de alguma forma está reivindicando amor, coisa que faltou no
passado. Por isso, ele age como uma criança que bate o pé e quer ser amado.
O obsedado não é o coitadinho, ele é o culpado. O obsessor, evidentemente, é alguém que não
conseguiu perdoar, e que deve ter sofrido muito nas mãos dessa pessoa. Então, ele vem com o
propósito de se vingar. Emmanuel diz que não existem “coitados”, existem “culpados”.
Mas, este “demônio”, nada mais é que nosso irmão. Não é um arcanjo que se rebelou. Se fomos
criados simples e ignorantes, como dizem os Espíritos, prova que todos nós temos a mesma
criação. Allan Kardec fala que desde o átomo até o arcanjo, ou seja, todos nós passamos pela
mesma fieira evolucionista. Ninguém foi criado para o mal, e nem perfeito como os anjos.
Nós, durante a caminhada erramos, uns mais outros menos. Podemos ficar um longo período
dentro do erro, mas um dia teremos que sair dele.
Criar um Espírito com este poder tão grande que pode enfrentar Deus, será tirar todo poder de
Deus, seria pôr um igual a Ele. Seria um combate eterno entre Deus e o Diabo, o que seria um
absurdo.
Diabo é um símbolo, é uma luta entre o bem e o mal, simbolicamente falando.
Agora, “diabinho” somos todos, porque até alcançarmos uma evolução maior, temos uma ligeira
tendência, uns mais outros menos. E através da reencarnação vamos nos depurando, e
aprendendo que vale a pena ser Bom.
Em uma das palestras de Divaldo Pereira Franco, ele narra o caso de um obsessor que o
perseguiu anos a fio. Divaldo nos conta que tentou todas as formas de prece e de doutrinação
para tentar ajudar aquele irmão sofredor, mas nada surtia o efeito desejado. Até que um dia,
um dos membros da Mansão do Caminho (instituição modelo, criada e presidida por Divaldo
Franco, que abriga crianças órfãs), foi chamá-lo porque uma criança recém-nascida fora
encontrada na lata de lixo. Divaldo correu até o local e, no momento em que subia as escadas
com a criança nos braços, o irmão obsessor se fez visível no alto da escada e perguntou a ele:
- Então, a partiu de agora, eu vou deixar você em paz, porque essa criança é minha mãe.
Os Espíritos amigos tiveram que atingir as fibras mais íntimas do obsessor para que ele se
comovesse e deixasse Divaldo em paz.
Que o Senhor nos fortaleça para nós não cairmos na tentação (de ouvir sugestões de espíritos
obsessores) e para que estejamos livres do mal (que esteja dentro de nós dando condições para
estes atuarem), agora e sempre. Assim seja!
A CURA DA OBSESSÃO
Você é um ser humano adulto e consciente, responsável pelo seu comportamento. Controle as
suas idéias, rejeite os pensamentos inferiores e perturbadores, estimule as suas tendências
boas e repila as más. Tome conta de si mesmo. Deus concedeu a jurisdição de si mesmo, é
você quem manda em você nos caminhos da vida. Não se faça de criança mimada. Aprenda a
se controlar em todos os instantes e em todas as circunstâncias. Experimente o seu poder e
verá que ele é maior do que você pensa.
A cura da obsessão é uma autocura. Ninguém pode livrar você da obsessão se você não quiser
livrar-se dela. Comece a livrar-se agora, dizendo a você mesmo: “sou uma criatura normal,
dotada do poder e do dever de dirigir a mim mesmo. Conheço os meus deveres e posso
cumpri-los. Deus me ampara.”
Repita isso sempre que se sentir perturbado. Repita e faça o que disse. Tome a decisão de se
portar como uma criatura normal que realmente é, confiante em Deus e no poder das forças
naturais que estão no seu corpo e no seu espírito, à espera do seu comando. Dirija o seu barco.
Você não depende dos outros, depende da sua mente. Mantenha a mente arejada, abra suas
janelas ao mundo, respire com segurança e ande com firmeza. Lembre-se dos cegos, dos
mudos e dos surdos, dos aleijados e deficientes que se recuperam confiando em si mesmos.
Desenvolva a sua fé. Fé é confiança. Existe a Fé Divina, que é a confiança em Deus e no Seu
Poder que controla o Universo. Você, racionalmente, pode duvidar disso? Existe a Fé Humana,
que é a confiança da criatura em si mesma. Você não confia na sua inteligência, no seu bom
senso, na sua capacidade de ação? Você se julga um incapaz e se entrega às circunstâncias
deixando-se levar por idéias degradantes a seu respeito? Mude esse modo de pensar, que é
falso.
Quando vier às reuniões de desobsessão, venha confiante. Os que o esperam estão dispostos a
auxiliá-lo. Seja grato a essas criaturas que se interessam por você e ajude-as com sua boa
vontade. Se você fizer isso, a sua obsessão já começou a ser vencida. Não se acovarde, seja
corajoso.
Disse Chico Xavier: "Já presenciei alguns casos de obsessão com crianças, mas muito
raramente acontecem. No período da infância, o espírito conta com a proteção natural
que o imuniza contra os ataques de seus desafetos desencarnados . . . Mas, quando o
ódio é muito entranhado, quando o compromisso é recente , o espírito obsessor se
mostra implacável . . . Enquanto não consegue os seus objetivos de vingança, ele não
abandona a vítima. Por este motivo, vemos crianças morrerem barbaramente ou,
ainda, serem alvo de seqüestro, estupro, pancadaria por parte dos pais, com seqüelas
cerebrais irreversíveis."
Rudymara
Uma pessoa nos mandou este quadro abaixo pedindo para explicar cada item segundo a visão
espírita. Vamos lá:
1 - Não acreditamos mesmo. Pois, foi o próprio Jesus que deixou claro que Ele não era Deus.
Exemplo: "Pai, NAS TUAS MÃOS ENTREGO O MEU ESPÍRITO" - (Lc 23:46).
Mesmo após a sua morte e ressurgimento espiritual, Jesus continua a demonstrar, com
suas palavras, que permanece a dualidade e desigualdade entre Ele e Deus: "Subo
para MEU PAI e vosso Pai, para MEU DEUS e vosso DEUS." - (Jo 20:17)
2- Nós não acreditamos que “tudo” que esteja na Bíblia seja a palavra de Deus. Porque o Antigo
Testamento há uma PARTE HUMANA e uma PARTE DIVINA.
Tanto que, muitas leis de Moisés dizem para: “... apedrejar até a morte”, caso não sejam
seguidas. E uma das leis contidas nos 10 mandamentos diz: “ não matarás”. Então, se todas as
leis fossem de Moisés, este seria contraditório. Da parte humana da Bíblia, muita coisa ficou
ultrapassada pelo progresso do conhecimento humano e mudança dos costumes sociais.
Exemplo: O homem que se deitar com outro homem (homossexualismo) será punido até a
morte (Levítico, 20: 13); Deficientes físicos estão proibidos de aproximar-se do altar do
culto, para não profaná-lo com seu defeito (Levítico, 21: 17-23); Os adúlteros serão
apedrejados até a morte (Deuteronômio, 22: 22); Quem trabalha no sábado será morto
(Êxodo, 35:2); Os filhos desobedientes e rebeldes, que não ouçam pais e se comprometam
no vício, serão apedrejados até a morte (Deuteronômio, 21: 18-21), dentre outros. Como
vemos, não são só os espíritas que não seguem o antigo testamento. Cremos que ninguém segue
tais leis.
Observemos o que Jesus disse: "Vocês ouviram o que foi dito (por Moisés no passado):
'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo.' Mas eu (Jesus) lhes digo: "Amem os seus
inimigos e orem por aqueles que os perseguem (...)" Jesus deixou claro que seus
ensinamentos, que são os mesmos de Deus, são diferentes dos de Moisés.
3- Se o Cristo tivesse levado o pecado do mundo o mundo não estaria cheio de pecadores e
pecados. Para nós espíritas Jesus não morreu para nos salvar; Jesus viveu para nos
mostrar o caminho da salvação. Para nos libertarmos dos “pecados”, ou seja, dos nossos erros,
das nossas falhas morais, devemos estar dispostos a contribuir, utilizando os ensinamentos Dele
como nosso guia. É cômodo pensar que estamos “salvos”, assim continuaremos a pecar, errar e
transgredir as leis de Deus e, consequentemente, a plantar dores e aflições.
7 - Segundo a doutrina da Igreja os demônios foram criados bons e tornaram-se maus por sua
desobediência: são anjos colocados primitivamente por Deus no ápice da escala, tendo dela
decaído. Segundo o Espiritismo os demônios são Espíritos imperfeitos, suscetíveis de
regeneração e que, um dia serão espíritos elevados (anjos). Os que por má-vontade persistem
em ficar, por mais tempo, nas classes inferiores, sofrem as conseqüências dessa atitude, o hábito
do mal dificulta-lhes a regeneração. Um dia, a fadiga dessa vida penosa e das suas respectivas
conseqüências os farão mudar; eles comparam a sua situação à dos bons Espíritos e
compreendem que o seu interesse está no bem. Deus fornece-lhes constantemente os meios,
porém, com a faculdade de aceitá-los ou recusá-los. Se o progresso fosse obrigatório não
haveria mérito, e Deus quer que todos tenhamos o mérito de nossas obras. Ninguém é colocado
em primeiro lugar por privilégio; mas o primeiro lugar a todos é franqueado à custa do esforço
próprio.
Os anjos mais elevados conquistaram a sua graduação, passando, como os demais, pela rota
comum.
Compilação de Rudymara
Os espíritas não usam rituais, porque acham mais importante seguir os ensinamentos.
No caso do batismo, por exemplo, as pessoas acham mais fácil copiar o ritual de jogar
água sobre a cabeça ou no corpo todo, do que seguir o pedido que João fez ao povo:
"QUEM TIVER TÚNICAS, REPARTA COM QUEM NÃO TEM, E QUEM TIVER ALIMENTOS,
FAÇA DA MESMA MANEIRA”; aos publicanos (coletores de impostos) orientava
dizendo: "NÃO PEÇAIS MAIS DO QUE VOS ESTÁ ORDENADO”; aos soldados
aconselhava: "A NINGUÉM TRATEIS MAL NEM DEFRAUDEIS, E CONTENTAI-VOS COM O
VOSSO SOLDO”. Portanto, para os espíritas, o batismo, foi tão somente um divisor de
águas, o marco de uma vida nova. A renovação da alma pertence àqueles que ouviram
os ensinamentos do Mestre Divino, e que exercitam através da prática. Pois, muitos
recebem notícias do Evangelho, todos os dias, mas somente os que ouvem e praticam
estarão transformados. Como disse Allan Kardec: “Reconhece-se o espírita, pelo
esforço que ele faz para melhorar-se”; “O espírita deve ser hoje melhor do que foi
ontem, e ser amanhã melhor do que foi hoje.” Este deve ser o batismo de fogo dos
espíritas.
Cezar Carneiro de Souza, no seu livro “Encontros com Chico Xavier”, editado pela
Editora e Livraria do Centro Espírita Aurélio Agostinho, de Uberaba, Minas Gerais conta
que, certa vez, numa conversa, o assunto girava em torno de cultos exteriores. Um
companheiro lembrava que o Espiritismo nos proporciona libertação das fórmulas
exteriores de adoração. Comentava-se se o espírita devia ou não aceitar convites para
apadrinhamento nos batizados de crianças, quando Isaltino da Silveira, conhecido
espírita de Juiz de Fora, jocosamente asseverou:
– Deixem-me contar uma boa saída “deste amigão aqui!...” (assim falando, referia-se
ao Chico ali presente).
– Algumas vezes – continuou -, agradecidas pela assistência recebida e pelo carinho
que devotam ao nosso estimado amigo, várias mães o procuram, pedindo que aceite
ser padrinho de batismo de seus filhos. Encontrava-me, certa feita, ao seu lado,
numa dessas ocasiões. E sabem o que o Chico lhe respondeu?
Ouvindo aquela evocação calorosa do querido amigo e lúcido orador espírita, o Chico
confirmava sorrindo.
Contou-nos, então, o ocorrido, nosso prezado confrade de Juiz de Fora.
– Quando foi procurado para um batismo, ele explicou, com muito respeito, que no
Espiritismo não existem tais cerimônias. “Mas a senhora me dá o nome da criança e
dos pais, que irei ao cartório para registrá-la. Ficarei, assim, sendo seu padrinho
espiritual...”.
Aí, então, Isaltino remata, gracioso:
– Não foi uma boa saída essa do Chico?!
E mirando-o, concluiu:
– Só você mesmo para se sair com uma tirada destas!..
42 – QUAL A DIFERENÇA ENTRE UMBANDA, CANDOMBLÉ E
ESPIRITISMO?
UMBANDA é uma religião nascida em 1908 pelo médium Zélio de Moraes (foto). Une
elementos do catolicismo, do Espiritismo e religiões afro-brasileiras. Segue o princípio
da fraternidade e da caridade sob as leis da Natureza e do plano espiritual.
CANDOMBLÉ é uma religião musical e culturalmente rica, trazida pelos escravos da
África no final do século XVI. Segue as leis da Natureza, que tem como divindade os
Orixás. Estes que cuidam e equilibram as energias da nossa existência.
ESPIRITISMO deve ser entendido como a Doutrina surgida na França no século XIX
mais precisamente em 1857, cujos ensinamentos foram trazidos pelos Espíritos e
organizados por Allan Kardec nos 5 livros: "O Livro dos Espíritos", "O Evangelho
Segundo o Espiritismo", "O Livro dos Médiuns", "A Gêneses", "O Céu e o Inferno".
Constatando que a Bíblia não pode estar nos condenando, já que o Espiritismo nasceu
em 1857 e ela começou a ser escrita por Moisés em 1437 a.C. e terminou com João em
98 d.C...
O ESPIRITISMO NÃO TEM: dogmas, rituais, vestes especiais, cálice com vinho ou
qualquer bebida alcoólica, incenso, mirra, fumo, altares, imagens, andores, velas,
procissões, trabalhos espirituais, talismãs, amuletos, sacrifício animal, santinho,
horóscopo, cartomancia, quiromancia, astrologia, numerologia, pagamento de
promessas, despachos, riscos de cruzes e pontos, não tem curas espirituais milagrosas,
fórmulas mágicas para resolver problemas sentimentais ou financeiros, etc.
MACUMBA É PRÁTICA ESPÍRITA? Antes de tudo, MACUMBA é um
instrumento africano de percussão e macumbeiro é quem toca este instrumento.
Mas, no sentido de trabalho espiritual, precisamos esclarecer que mediunidade não é
propriedade dos espíritas. Há médiuns espíritas e médiuns que não são espíritas, são
espiritualistas. Esse tipo de “trabalho” não se encontra nas Casas Espíritas, e sim em
algumas casas espiritualistas. Seria incoerente falarmos de Jesus que ensinou a perdoar,
amar o próximo e o inimigo, etc. e prejudicarmos alguém. Lembrando que, espíritos que
pedem sacrifícios animais ou humanos, bebida alcoólica, charutos, comida, sacrifício e
sangue de um irmão inferior (animal) ou mesmo humano, que participam de trabalhos
de vingança ou outra maldade qualquer, precisam de esclarecimento cristão. Eles ainda
estão apegados a coisas materiais e sentimentos inferiores. Os que buscam os que
intermediam e o espírito que aceita tal trabalho estão contrariando a Lei de Deus.
Respeitamos o livre arbítrio de cada um, mas, devemos advertir que não é uma prática
espírita.
Se Espíritos resolvessem problemas, Chico Xavier, que foi muito mais merecedor que
muitos de nós, não teria sofrido com doenças e problemas. Já que vivia em contato
direto com eles. Então, sigamos o conselho do apóstolo Paulo: "Não creiais em todos
os espíritos, mas examinai se eles são de Deus." (João 4:1). Examinemos se seus
conselhos e pedidos agradariam a Deus. Então, Umbanda e Candomblé não são práticas
espírita e sim espiritualista. Elas não derivam do Espiritismo, embora algumas utilizem
alguns livros da doutrina espírita. Então, não forme sua opinião utilizando como base a
opinião dos outros, principalmente a dos falsos profetas que pregam aos seus fiéis a
mentira, o preconceito, a inimizade e até o desrespeito que, muitas vezes, chega à
violência. Isto não é cristão. Busque conhecer para não confundir e julgar.
Rudymara
43 - MUNDOS SUPERIORES E INFERIORES (O evangelho segundo o
Espiritismo, cap. 3, itens 8,9 e 10)
Rudymara
ALLAN KARDEC CRIOU O ESPIRITISMO?