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ESPIRITUALIDADE I

Coração

PARTE 1 – AUTORIDADE INTERNA

Existem outros tipos de espiritualidade em outras religiões, sem religião e mesmo entre
aqueles que não creem em Deus.

Alain de Botton no livro “Religião para ateus” de 2012 disse:

“Ser colocados no nosso lugar por uma coisa maior, mais antiga e mais grandiosa do que nós
mesmos não é humilhação, deveria ser aceito como alívio das ambições insanamente otimistas que
temos para as nossas vidas”.

Fala sobre senso de plenitude, integralidade, controle do sentido da vida (racionalidade),


uma transcendência fluida, percepção de si ou conhecimento da realidade nos vínculos das relações
com o outro. É um transcender-se sem o fator metafísico.

Mariah Corbir

Fala da espiritualidade sem crenças, cultivada pela via do conhecimento silencioso. Da


necessidade de silenciar as crenças para entrar no absoluto. Absoluto é a espiritualidade sem
crenças.

Cultura Mundo
por Gilles Lipovetsky / Jean Serroy

Um novo ciclo da modernidade reorganiza o mundo e inaugura um regime de cultura


desconhecida. Uma hipótese seria um novo regime cultural, a hipermodernidade que se constitui no
horizonte da globalização. Um universo que desenvolve profunda transformação no espaço-tempo
mundial. Vê-se a “cultura mundo” no universalismo imposto no estilo de vida e modo de pensar um
mundo em questionamento tão intenso quanto inquieto de si mesmo. Mundo que se torna cultura,
cultura que se torna mundo: uma cultura mundo.

Se a cultura mundo pacifica as democracias e reorganiza a experiência do espaço-tempo,


fica evidente que ela é também o que desorganiza em grande escala as consciências, os modos de
vida, as existências. O mundo hipermoderno está desorientado, inseguro, desestabilizado, não
ocasionalmente, mas no cotidiano e de maneira estrutural e crônica.
A consequência de acordo com os pensadores é uma profunda e extensa desorientação
cultural, insegurança e instabilidade num mundo intensamente ansioso e depressivo. E isso é novo.
As sociedades que nos precederam sempre tiveram seu quinhão de medos e de angústias,
conheceram pavores, terrores e outras barbáries, mas se desenvolviam em um mundo dominado
pelos deuses e em corpo social “pleno”, em que homens conheciam seu lugar sem duvidar da ordem
do mundo.

Remédio pelos pensadores; Equalizar o hiperindividualismo Narcisista e desintegração das


ordens coletivas, ao “pertencimento” colaborativo na Família, Religião, Politica e Moralidade.

RELIGIÃO TEM CARÁTER EXTERNO E SEU PROCESSO, QUANDO BEM VIVIDO,


PROVOCA ESPIRITUALIDADE QUE É INTERNO, ESPONTÂNEO E CARREGA O DESEJO
POR EVOLUÇÃO. A ESPIRITUALIDADE CRISTÃ EM JESUS SE INTEGRA A VIDA, NÃO É
ALIENÍGENA.

Romanos 8:9-17

Mas, se o próprio Deus está em vocês, dificilmente irão pensar mais em vocês mesmos que
nele. Quem não recebeu esse Deus invisível, mas plenamente presente, o Espírito de Cristo, não
saberá do que estamos falando. Mas vocês que o receberam e o têm habitando em vocês, mesmo
que ainda experimentem as limitações do pecado, experimentam a vida de acordo com Deus. Não
há dúvida de que, se o Deus vivo e presente que ressuscitou Jesus dentre os mortos atua na vida de
vocês, ele fará em vocês o mesmo que fez em Jesus: ele os trará vivos para si. Quando Deus vive e
respira em vocês (e ele o faz, como o fez em Jesus), vocês são libertos daquela vida morta. Com seu
Espírito vivendo em vocês, o corpo de vocês será tão cheio de vida quanto o de Cristo!

Vocês não percebem que não devemos um centavo à velha vida, na qual a pessoa tem de
fazer tudo por si. Não há nada nessa vida para nós, nada mesmo. O melhor a fazer é dar a ela um
enterro definitivo e se engajar na nova vida. O Espírito de Deus nos chama. Há muito que fazer e
lugares para conhecer!

A vida da ressurreição que vocês receberam, de Deus não é vazia. Nela há uma constante
expectativa de aventura, que sempre pergunta para Deus: “E agora Pai, o que vamos fazer?”, como
as crianças fazem. O Espírito de Deus entra em contato com nosso espírito e confirma nossa
identidade. Sabemos quem ele é, e sabemos quem somos: Pai e filhos. Sabemos também que vamos
receber o que está por vir — uma herança inacreditável! Iremos passar pelo que Cristo passou. Se
enfrentamos momentos difíceis com ele, então é certo que com ele passaremos momentos
inesquecíveis!

Efésios 2:19-22

Não é maravilhoso? Vocês já não vivem andando sem destino, como exilados. Este Reino de
fé agora é a casa de vocês, a sua própria terra. Não são mais estrangeiros nem gente de fora.
Vocês pertencem ao Reino, com todos os direitos que o nome cristão permite. Deus está construindo
uma casa. E, nela, ele usa todos. Independentemente de como chegamos aqui. Ele usou os apóstolos
e os profetas como fundação. Agora usa vocês, colocando-os como que pedra por pedra — um santo
templo construído por Deus, todos nós nele incluídos, um templo onde Deus está de fato em casa.

Efésios 4:20-24

Mas isso não é vida, gente. Vocês aprenderam de Cristo! Acho que aprenderam direito, que
foram bem instruídos na verdade, exatamente como a temos em Jesus. A desculpa da ignorância não
vale mais, tudo — e quero dizer tudo mesmo — que está ligado àquele velho estilo de vida tem de
ser abandonado. É pura podridão. Doideira total. Saiam fora! Agora é hora de ter um estilo de vida
totalmente novo, zerado — uma vida planejada por Deus, renovada a partir de dentro; uma vida que
muda para melhor a conduta de vocês e que faz o caráter de Deus tornar-se realidade em nossa vida.

Colossenses 3:9-11

Não mintam uns aos outros. Vocês faziam assim na velha vida. Vocês já tiraram a roupa suja
e rasgada e a jogaram no fogo. Agora, estão vestidos com roupa nova. Cada item do seu novo modo
de vida foi feito sob medida pelo Criador, e cada um traz sua marca. Os velhos costumes já eram.
Palavras como judeu e não judeu, religioso e sem religião, ter passado por ritual ou não, bárbaro e
estrangeiro, escravo e livre não significam nada. Agora, tudo é definido por Cristo, tudo está
incluído em Cristo.

Metamorphoõ – Metamorfose
mudar a própria forma, usado de modo figurado sobre a nossa mente como no coração.

Romanos 12:2 - Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela
renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus.

2 Coríntios 3:18 - E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do
Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem
do Senhor, que é o Espírito.

Metamorphoõ – metamorfose
mudar a própria forma, usado literalmente sobre a transfiguração de Cristo sobre o monte

Lucas 9:29-31 - Enquanto orava, a aparência de seu rosto se transformou, e suas roupas
ficaram alvas e resplandecentes como o brilho de um relâmpago. Surgiram dois homens que
começaram a conversar com Jesus. Eram Moisés e Elias. Apareceram em glorioso esplendor, e
falavam sobre a partida de Jesus, que estava para se cumprir em Jerusalém.

Mateus 17:2 e Marcos 9:2 - Ali ele foi transfigurado diante deles. Sua face brilhou como o
sol, e suas roupas se tornaram brancas como a luz.
Dicotomia

Como cristãos, uma das coisas das quais precisamos nos livrar, é da dicotomia entre
“sagrado” e “secular”. A dicotomia entre sagrado (espiritualidade) e secular (comum) representa
uma forma atualizada de duas concepções excludentes, que têm ao longo dos séculos, se
consolidado.

O sagrado mais contemplativo privilegia os valores espirituais e dá pouca importância ao


comum e ordinário e o considera uma forma de fugir das questões centrais da vida e do sagrado.

A vida terrena é apenas uma passagem para a pátria celeste, que deve ser o
centro das atenções. O comum secular (profano) focaliza a ação no mundo, espaço e tempo, lugar e
história e associa as atividades contemplativas à passividade e alienação.

As duas concepções, e as posições que as legitimam, tem sua origem antes do cristianismo,
não surgem na igreja, fazem parte de uma cosmovisão de oposição exclusão, própria de um
dualismo que vem, sobretudo da cultura helênica, penetrou na comunidade cristã e ficou enraizada
na consciência e prática cristã influenciando sua cosmovisão.

Assim pois, quando pensamos em algo dicotômico, pensamos em elementos opostos entre
si. Por exemplo: corpo e alma, sagrada e secular, mundo e igreja. A verdade é que muitos dos
conceitos que carregamos, não são respaldados pelo que a Bíblia ensina. Mas, herdamos essas
ideias de nossa “cultura religiosa”.

Nenhuma parte da atividade humana deveria ser vista como fora do interesse divino, Isso
quer dizer que o artista não está livre de suas convicções, assim como o político não pode deixar de
lado suas convicções ou crenças bíblicas, mas em ambos os casos participar da cultura de modo a
exercer a cosmovisão bíblica. Fomos criados dentro deste mundo, chamados para este mundo e
redimidos neste mundo.

O Mestre nos diz em Mateus 5:14-16.

Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E,
também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a
no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês
diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos
céus.

Rejeitar a dicotomia entre “sagrado” e “secular” aponta Jesus como SENHOR sobre todas
as áreas da vida, e expressa Sua verdade e Redenção em todos os setores da sociedade. Uma
ressignificação que declara que mesmo uma minoria de cristãos, se realmente comprometida com as
escrituras, expressão substancialmente sobre uma sociedade. Não com atitude triunfalista, pois se
trata, de uma geração de cristãos que renovam o compromisso de expressar a verdade bíblica em
sua nação.

Quando homens transbordam o Reino, a vida e o testemunho de Jesus se faz glorioso


entre eles.
PARTE 2 – ARQUÉTIPOS

Criação

Precisamos integrar a criação à espiritualidade e entender que a criação é o fundamento do


evangelho, se você parar para pensar. Os capítulos 1 e 2 de Gênesis expõem as leis ou normas
criacionais. Elas incluem a distinção Criador-criatura, a humanidade feita à imagem e semelhança
de Deus, a distinção entre homem e mulher nessa imagem divina única, o imperativo de encher a
terra e o mandato cultural. Podemos chamar isso de ordem criacional.

Gênesis 1.26-28, Amplificando a tradução no significado das palavras “Imagem e Encher”


no texto, podemos dizer que Deus significou uma espiritualidade.

“Então disse Deus: Façamos o homem para refletir como sombra, para refletir como
sombra de Deus o criou; homem e mulher os criou. Deus os abençoou, e lhes disse: Sejam férteis e
multipliquem-se! Você é um recipiente cheio para consagrar, realizar, confirmar, cumprir,
satisfazer, tornar reto (esticar), transbordar em plenitude e subjuguem a terra.”

Redenção

O evangelho é a missão de Deus para redefinir à imagem original – Redenção. Um falso


evangelho tende, todavia, a internalizar e privatizar em caráter sincrético, que combina o misticismo
e a especulação filosófica ao evangelho. Mas se entendermos que o objetivo do evangelho é a
restauração da ordem criacional de Deus, aumentar a aderência a suas normas criacionais, não só
para a sua glória, mas para o nosso deleite, reconheceremos que essas tarefas e muitas outras estão
bem dentro da estrutura do evangelho bíblico.

Uma falha teológica fundamental está na raiz desse falso evangelho. Em sua linguagem ele
aponta Jesus como mediador da redenção, mas sua falha é não tê-lo como o mediador da criação. O
evangelho restaura uma espiritualidade à imagem de Jesus, e ao ser formada, à imagem de Deus
redime o homem à imagem original, ou seja, a identidade original na imagem de Deus.

Precisamos redefinir nossa espiritualidade ao ver Jesus como mediador da criação, ele
atua como Deus mediador entre os homens, "homens e homens", ou seja, a partir dele o "tom" do
relacionamento muda ao estar entre eles, gerando um relacionar-se com o próximo a partir de Jesus,
e por fim, Jesus é o mediador entre o homem e o homem mesmo porque sem Jesus o homem está
fragmentado nele mesmo, perdido na identidade e a partir da restauração dessa ruptura Jesus
assume mediar o homem consigo mesmo e restaura a identidade, aí entendemos o apóstolo dizer:
Romanos 7:19-21

"Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo
fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim.
Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim.

Em Jesus essa identidade desfigurada é vencida e o homem retorna a sua identidade e nesse
sentido Jesus é o mediador entre o homem e ele mesmo.

Colossenses 1.13-20

Ele [Deus o Pai] nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu
amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados [aqui temos Jesus como mediador da
redenção]. Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram
criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam
soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes
de todas as coisas. Nele, tudo subsiste [aqui temos Jesus como mediador da criação]. Ele é a
cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as
coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo
feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas,
quer sobre a terra, quer nos céus.

A mediação de Jesus tanto na criação quanto na redenção integra ambas para transmitir a
plenitude de Deus para e dentro do cosmos. O Jesus que morreu na cruz é o mesmo Jesus que
moldou as leis do universo e sustenta a sua existência.

Porque o falso evangelho abraçou uma “espiritualidade” incompleta da Bíblia, enfatiza o


evangelho numa construção mais restrita ao sacrificar as verdades criacionais mais fundamentais
em que o verdadeiro evangelho está fundamentado. A negligência não foi intencional, mas foi
negligência mesmo assim e reduziu a cosmovisão bíblica. A solução para essa negligência é um
retorno a uma “espiritualidade completa da criação e as normas criacionais”

A forma como enxergamos o evangelho afeta a forma como você agimos no mundo. Não
cremos em salvação por obras pois sabemos que, por causa da queda, o homem é incapaz de se
achegar a Deus por suas próprias forças. Uma espiritualidade que deposita no homem ou em
ideologias humanas a esperança de redenção, é uma visão antibíblica e idólatra.

A ênfase é transbordar o reino e está tudo interligado, o ideal divino na origem aponta para
uma realidade futura, e afeta o presente imediatamente, e só através do transbordar do reino que há
essa costura de que o meu passado é a realidade da vontade do que Deus queria para o ser humano
na CRIAÇÃO e continua uma realidade ainda que com vários obstáculos durante a história desde a
QUEDA , e que através do reino instaurado na REDENÇÃO faz a realidade futura garantida, são
temas conectados.
Metáforas para a vida espiritual

O Éden é arquétipo da experiência autêntica e plena do espiritual na comunhão. A queda


trouxe essa ruptura espiritual com consequências físicas no mundo, mas a morte imediata foi uma
morte espiritual. O sentido da vida foi reduzido a mundo, uma vida sem Deus até que o Pai revele o
sentido autentico e pleno no homem Jesus Cristo, no qual não há divisão entre espírito e carne; o
qual as coisas são parte do ser, nisto encontramos a espiritualidade. “Não” é uma concorrência com
o material, é encher-se do significado.

Jeremias 1.11 – Deus perguntou a ele. “Que é que vês?”


A estranha resposta de Jeremias é esclarecedora. Ele responde, “Vejo uma vara de
Amendoeira”. Mesmo parecendo uma resposta estranha, Deus disse, “Viste bem; pois eu
Velo sobre a minha palavra para cumprir

Perguntamos, “Qual foi a palavra de Deus para Jeremias?”


“Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei
profeta às nações”. Jeremias 1:5

A resposta de Jeremias é uma referência a Números 17.1-8


O Senhor disse a Moisés que tomasse doze varas, uma para e as colocasse na tenda da
congregação perante a arca de Deus. A vara que florescesse confirmaria qual homem Deus havia
escolhido para falar por Ele.

Números 17.1-8 “Peça aos israelitas que tragam doze varas, uma de cada líder das tribos.
Escreva o nome de cada líder em sua vara. Na vara de Levi escreva o nome de Arão, pois é preciso
que haja uma vara para cada chefe das tribos. Deposite-as na Tenda do Encontro, em frente da arca
das tábuas da aliança, onde eu me encontro com vocês. A vara daquele que eu escolher florescerá, e
eu me livrarei dessa constante queixa dos israelitas contra vocês. Assim Moisés falou aos israelitas,
e seus líderes deram-lhe doze varas, uma de cada líder das tribos, e a vara de Arão estava entre elas.
Moisés depositou as varas perante o Senhor na tenda que guarda as tábuas da aliança. No dia
seguinte Moisés entrou na tenda e viu que a vara de Arão, que representava a tribo de Levi, tinha
brotado, produzindo botões e flores, além de amêndoas maduras”.

Jeremias compreendeu que ele estava, de forma figurativa, colocado no chão do


Tabernáculo enquanto sua vara florescia!

Na espiritualidade o princípio mais fundamental são às percepções e para amadurecer


precisamos refletir sobre o que nos move
PARTE 3 – EXPERIÊNCIA AUTÊNTICA

DISTÂNCIA E PROXIMIDADE, RESPEITO E PROXIMIDADE

Se o temor se transforma em medo nos afastamos e nos escondemos, Mas quando o amor
nos atrai a uma devoção reverente e amorosa, nos abrimos para Deus, para o próximo e para nós
mesmos. Surge um novo afeto, um desejo que nos atrai para Deus, nos aproxima do outro e nos leva
a olhar com compaixão para nós. Nasce a comunhão cristã.

Readquirimos autoridade sobre nós mesmos na prática de disciplinas espirituais a partir do


fortalecimento das convicções (revelação), do bom uso da razão e da persistência às paixões e
seduções que há no mundo. O domínio próprio é uma virtude desafiadora.

Perdemos a integridade porque nosso corpo, nossas emoções, razão, vontade e sexualidade
funcionam sem harmonia alguma. O pecado desestrutura e desorganiza a vida humana. Já as
disciplinas espirituais da meditação bíblica e da oração, da quietude e do silêncio, da confissão e da
adoração pública, do exercício zeloso dos deveres cristãos e do trabalho para o bem comum
reordenam nossa vida interior, integrando as dimensões fundamentais da espiritualidade.

A unidade interior, integrados pela graça por meio da revelação, dos afetos redimidos e das
disciplinas espirituais nos conduz a uma nova liberdade, fruto da harmonia e da paz que nos torna
íntegros. Alcançar essa liberdade é a vocação e o chamado de todo cristão.

Deus se revela a nós como um grande e poderoso Deus. Temê-lo é uma atitude natural e
necessária. Mas Ele também se revela como um Deus cheio de misericórdia, amor e compaixão.
Amá-lo e nos abrir para Ele é também uma resposta natural e necessária. Esta tenção entre temor e
o amor cria em nós o que chamamos de reverência.

Espiritualidade, Análise do coração


Olhar para mim, Olhar para Jesus

- Olhar para mim, resulta em orgulho e farisaísmo ou depressão profunda.


- Olhar para jesus, acho que sou como jesus ou não tem salvação para mim, não sou nada.
- Olhando para mim e para jesus, vejo o resgatador de quem sou, cristo é exaltado em minha
rendição e gera adoração e espiritualidade.

Ekklesia (Igreja)

A bíblia revela uma história que aponta o início estando Deus com o homem num Jardim em
Gênesis 2.15 e aponta uma cidade no final dela em Apocalipse 21.2 a Nova Jerusalém.
Mateus 16.13-19

Quando chegou às vilas de Cesareia de Filipe, Jesus perguntou aos discípulos: “O que o
povo anda dizendo a respeito do Filho do Homem?”
Eles responderam: “Alguns pensam que é João, o Batista. Outros acham que é Elias. Há
quem pense que é Jeremias ou algum dos profetas”.
Ele insistiu: “E vocês? Quem acham que eu sou?”.
Simão Pedro declarou: “Tu és o Cristo, o Messias, o Filho do Deus vivo!”
Jesus afirmou: “Deus o abençoe, Simão, filho de Jonas! Você não retirou a resposta dos
livros nem citou algum professor. Meu Pai no céu, o próprio Deus, revelou a você o segredo sobre
quem sou de fato. Agora vou dizer quem você é de verdade. Você é Pedro, uma pedra. Essa é a
pedra sobre a qual vou edificar minha igreja, uma igreja tão exuberante e tão cheia de energia que
nem as portas do inferno serão capazes de obstruir seu avanço.
“E isso não é tudo. Vocês terão acesso livre e total ao Reino de Deus e chaves para abrir
qualquer porta, sem mais barreiras entre o céu e a terra, a terra e o céu. Um ‘sim’ na terra é um ‘sim’
no céu. Um ‘não’ na terra é um ‘não’ no céu”.

A primeira vez que Jesus usa essa palavra Ele está em Cesárea de Filipe, cidade de César ou
Cidade do Imperador Romano.

Quando Jesus teve essa conversa com os seus discípulos ele estava numa cidade chamada
Cesareia de Filipe: Segundo alguns historiadores Jesus estava diante de um monte onde havia várias
estátuas de imperadores romanos e seus ministros. Esse grupo de ministros que auxiliava o
imperador, era chamado de ekklesia. E foi olhando para essas estátuas de imperadores com seus
ministros que Jesus falou a Pedro: “Eu também vou estabelecer a minha ekklesia”. A ekklesia se
reunia para estabelecer os decretos do rei em todo domínio do reino. O rei tinha uma vontade, então
Ele reunia a sua ekklesia e dizia qual era sua vontade, e essa ekklesia definia a aplicação dessas leis
para que a vontade do rei fosse estabelecida em todo o seu domínio.

- Fundar minha Ekklesia.


- Ter um time de Elite.
- Influenciar em todas as áreas, todos os lugares e com todas as possíveis ferramentas.

Evangelho:

Jesus não veio para levar o homem para o céu, veio trazer o Céu para o homem e a Ekklesia
traz o Céu para Terra numa Cultura do Céu… Eu os envio ao mundo!

LEITURA COMPLEMENTAR

Texto bíblico A Mensagem: Bíblia em linguagem contemporânea. Editora Vida. São Paulo. 2002

Texto bíblico da Nova Versão Internacional, NVI. Vida Melhor Editora S.A. Rio de Janeiro. 2018

Gonzáles, Justo L. Cultura e Evangelho. São Paulo. Editora Hagnos. 2011


Johnson, Bill. A presença: Desvendando os assuntos celestiais. Rio de Janeiro. Editora
Luz às Nações. 2013

Manning, Brennan. Convite à loucura. São Paulo. Mundo Cristão. 2007

Manning, Brennan. O anseio furioso de Deus. São Paulo. Mundo Cristão. 2010

Souza, Ricardo Barbosa de. A espiritualidade, o evangelho e a igreja. Viçosa, MG. Editora
Ultimato. 2013

Tenney, Tommy. Nos ombros de Deus. São Paulo. Ágape. 2013

Tozer, A. W. Homem: Habitação de Deus, a experiência cristã vivida em profundidade.


São Paulo. Mundo Cristão. 2007

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