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INTRODUÇÃO
Dentro do contexto cristão jovem, a última das perguntas talvez seja a mais pertinente,
daquelas que tiram a paz dos que insistentemente procuram sua resposta. Todo jovem
cristão pelo menos uma vez já se perguntou: Afinal, qual é o meu chamado?
A palavra “chamado” se refere a um convite feito por alguém para um objetivo específico.
Como um verbo, ele remete a uma ação feita por um sujeito. E como um verbo transitivo
direto, necessita de um complemento. Ou seja, o chamado é sempre feito por alguém e
para algo. Podemos entendê-lo fazendo três perguntas: Quem chamou? Para quê chamou?
Como chamou?
COMO CHAMOU?
Como mencionado acima, o verbo “chamar” é um transitivo direto, ou seja, ele é uma ação
feita por alguém e que necessita de um complemento, que é o “para quê?”.
Sabemos que Deus é aquele que faz o chamado a toda criatura para sermos partes do seu
plano de resgate. Porém, uma dúvida ainda permanece: de qual forma somos chamados?
Ou melhor, como respondemos a esse chamado?
Para responder essa pergunta, dividirei a resposta em duas propostas que visam analisar a
maneira como somos chamados pelo Deus criador e como podemos responder a isso.
1. O Chamado Geral
A primeira parte do chamado feito por Deus a toda criatura é aquele do qual todo o restante
se desenrola. Visto ter toda a humanidade, a partir de Adão e Eva, se desconectado com o
Deus Criador e perdido o prumo das coisas. Em seu plano de resgate, Deus tem por
objetivo refazer aquilo que foi perdido no Éden, a saber, a comunhão com a sua mais
perfeita criação, que passou a responder a Deus de forma insuficiente e rebelada, tendo
tornado-se inimiga de Deus.
Sendo assim, o chamado geral feito a todos os seres humanos é o de ter comunhão com
Ele. Durante o início de seu ministério aos 30 anos, Jesus visitou diversos lugares ao redor
da Galileia e escolheu pelo menos 12 homens para serem seus discípulos. Dentre todos os
seus pedidos, estava aquele que se manifestava como o mais conflitante de todos:
“siga-me!”. O chamado geral de seguí-lo inclui tê-lo como ponto de referência, acreditar no
que Ele representa e aderir ao novo significado dado por Ele a nossas vidas. Inclui também
superar as próprias dificuldades bem como negar as vontades e pensamentos indevidos
que surgem em razão da natureza pecaminosa que herdamos. Ao seguir a Jesus e
tornar-se o seu discípulo, recebemos também uma identidade completamente nova, isto é,
a de Filhos, e iniciamos um processo de retorno à comunhão com Deus na restauração que
Ele provê daquilo que em nós foi deturpado.
Portanto, no chamado para ser parte do plano de resgate, o primeiro ponto inclui
recebermos a Jesus como nosso Salvador e Senhor para que sejamos filhos de Deus e
tenhamos a substituição das naturezas, da humana em divina, através do Espírito Santo.
Somos ‘geralmente’ chamados para andar com Deus e sermos seus filhos adotados.
2. O Chamado Específico
No início dos Evangelhos, vemos a narrativa de toda a história de Jesus na terra desde o
seu nascimento até a sua morte e ressurreição. Nesse ínterim, há pelo menos 2 mandatos
dados por Ele a seus discípulos. Dois convites capazes de pôr em conflito toda uma alma.
Convites inicialmente difíceis e consequentemente irresistíveis. O primeiro está no início de
toda a sua trajetória diante dos discípulos, o “segue-me”. Como visto anteriormente, Deus
nos chama para algo e esse algo é Ele mesmo. Ele nos convida de volta à perfeita
comunhão numa vida completamente descentralizada de nós mesmos cuja glória é
atribuída ao único digno esta, o Senhor Deus Criador. E a partir desse primeiro convite, Ele
nos define e restaura pouco a pouco conforme aquilo que no princípio criou.
Por isso, podemos dizer que o chamado específico feito a todo filho é o de pregar o
Evangelho a fim de que toda criatura O conheça e se arrependa de sua rebelião contra
Deus. Isso, no entanto, não parece ser algo específico (questionamento que pode
porventura vir em sua mente), o chamado específico é um chamado para divulgá-lo através
de toda e qualquer ferramenta posta em nossas mãos. E a essas ferramentas podemos
chamar habilidades, gostos ou talentos.
Em nossa formação, a Bíblia indica que fomos feitos por Deus conforme a sua Imagem e
Semelhança, o que inclui atributos (isto é, características) que Deus possui e nos deu
gratuitamente. E isso inclui a capacidade de desenvolver habilidades, sejam inatas ou
adquiridas ao longo da vida. Cada um de nós é constituído de coisas que faz com certo
domínio e sem muitas dificuldades. Talvez você tenha a habilidade de ensinar e possa ser
um ótimo professor naquilo que te for mais interessante. Talvez você goste de cantar ou
escrever coisas, mas também tenha o talento de dançar, falar em público, gerir negócios e
até criar e possibilitar serviços no meio da sociedade. O ponto é que todos somos
constituídos de habilidades possibilitadas por Deus, e que essas se manifestam como
ferramentas que poderão ser úteis em nossa pregação.
Sendo assim, o chamado específico é aquele que Deus faz para a pregação da boa
mensagem de salvação com o uso de nossas habilidades. Sendo Deus o Dono de todo
conhecimento, por que não poderia Ele falar de si mesmo através de tudo o que existe?
CONCLUSÃO
Portanto, embora a dúvida acerca dessa questão relacionada ao chamado seja muito
pertinente na mente do jovem cristão, chegando até mesmo a ser confusa demais,
podemos compreender que o chamado é um convite feito pelo Deus Criador a toda criatura
para alguma coisa, que se manifesta de duas formas principais: o Chamado Geral, que é
aquele que corresponde ao convite feito por Jesus de sermos parte do plano de resgate de
Deus, retornando à origem e sendo adotados como Filhos dele por meio de Cristo; e o
Chamado Específico, que se revela como aquele em que Deus nos convida para sermos
participantes da divulgação deste projeto, isto é, para pregá-lo a toda criatura através de
ferramentas que Deus nos dá, e a essas ferramentas chamamos habilidades, gostos ou
talentos.