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Boa noite a todos! Que a paz do Mestre Jesus esteja hoje e sempre em
nossos corações.
Não mais penas eternas – o que nos cabe é a vida progressiva, com
desfalecimentos temporários (encarnações e desencarnações) o
nosso aprimoramento vem das nossas idas e vindas ao mundo
corpóreo, novas oportunidades nos são dadas para nosso
aprendizado até que consigamos nos superar e atingir a nossa
elevação espiritual.
A reencarnação – não existe o Juízo final, nem o inferno – a volta em
novos corpos apropriados a necessidade do espírito e moldados de
acordo com as perfeições e imperfeições. A reencarnação é para o
efeito de proporcionar ao ser o aprendizado na Terra, quase sempre
experimentado pelas dores, quer as provindas pelo convívio dos
semelhantes, quer as provocadas pelas asperezas da natureza;
todas imprescindíveis a sua felicidade futura, porque a felicidade
depende da purificação do espírito.
Deus não veio a terra – Como Ser Supremo, arquiteto do universo,
enviou seus Missionários e dentre eles o Cristo, que procuraram
apontar o Caminho, trazer a Verdade e alimentar a Vida.
Não serão escolhidos apenas alguns – não há preferências para
Deus. Todos somos seus filhos. Deus não endurece os corações
nem exalta em merecimento. O progresso, a elevação, a felicidade
são frutos do esforço próprio.
Há evolução, o desenvolvimento espiritual, o livre-arbítrio progressivo
– todos podemos nos tornar pessoas melhores – é uma questão de
diligência, de lutas íntimas, de tempo.
Não há diabos nem eternos atazanadores dos seres humanos, com
o fim de encaminhá-los ao reino de Satã – o que há são espíritos
inferiores aos quais damos acesso por afinidade, por semelhança de
pendores, por baixeza de sentimentos e que se aproveitam de
nossas fraquezas para nos prejudicarem, já induzindo-nos ao mal.
Agora, e quem foi Allan Kardec? Primeiro esse não era o nome dele. Ele
se chamava Hyppolyte Léon Denizard Rivail, nascido em Lyon na França.
E todos aqui sabemos que ele trouxe pra gente a doutrina espírita. Vamos
ver que, há muitas semelhanças da vida dele com a nossa. Antes de mais
nada, Allan Kardec era uma pessoa como nós: com qualidades e defeitos.
E isso não o impediu de fazer sua tarefa.
Em resumo, ele queria que seus alunos – e ele também procurava ser
assim – aprendessem a pensar, fossem críticos e questionadores de forma
a tirarem suas próprias conclusões do mundo e do que observavam. Ele
se considerava um “verdadeiro discípulo de Pestalozzi”. Vamos ver adiante
que isso tem influência direta na sua missão de codificador. E é um dos
motivos dele ter sido escolhido para isso.
Bom, Rivail decidiu ver esse tal fenômeno que muitos descreviam como
algo sobrenatural, “de outro mundo”. Ele já tinha na sua cabeça diversas
teses para explicar esse fenômeno antes de presenciá-lo. Magnetismo,
força magnética do ser humano e a mais comum para muitos: uma fraude.
Fios invisíveis, roldanas, algum mecanismo que faria a mesa girar. Então,
cheio de curiosidade e desconfiança ele se dirigiu pra primeira reunião de
mesa girante, na casa da Sra. Plainemaison.
Mas uma pergunta Rivail não respondia: o que os pais das meninas e as
meninas ganhavam com tudo isso? Como eles se beneficiariam desses
fenômenos? Absolutamente nada. E a partir daí, Rivail começa a acreditar
em uma “força oculta” por trás disso tudo. E essa força oculta, em uma das
mensagens, se autodenomina “Espíritos”.
E a partir daí, Rivail anotava tudo que ele presenciava nas reuniões nos
mínimos detalhes para estudar depois. E decide começar a fazer
perguntas mais, digamos, inteligentes para os tais “espíritos”. Ainda um
pouco cético mas procurando seguir os seus métodos de ensino
“Observar, comparar e julgar”. E a cada sessão as perguntas ficavam mais
e mais complexas. Perguntas como “Quem é Deus?”, “Os espíritos
possuem forma?”, e assim por diante. Claro que pras outras pessoas
essas perguntas eram uma chatice. E assim ele seguiu formulando
perguntas e mais perguntas para os espíritos e segui fazendo-as nas
reuniões. Mas esse trabalho, que parecia simples, era bem complexo. Ele
ficava noites, dias, madrugadas, feriados, finais de semana formulando
novas perguntas e estudando as respostas. E depois de se convencer da
existência de espíritos, ele passa a perguntar como os fenômenos das
mesas girantes ocorriam, como eles se comunicavam com os vivos. Aí se
escuta pela primeira vez a palavra médium, como o meio entre o “mundo
dos mortos e o mundo dos vivos”. No vocabulário de hoje, o meio entre
desencarnados e encarnados. E assim tudo ia se encaixando aos poucos.
Não iremos falar aqui de todas as explicações senão ficaremos até
amanhã.
Rivail sentia necessidade de compartilhar todas aquelas respostas com o
público. E com isso ele começa a escrever um novo livro. (Obs: ele
escrevera livros didáticos e outras obras e trabalhava como contador
nessa época para complementar sua renda como educador. Passava por
dificuldades financeiras).
O espírito da Verdade disse a ele que ele poderia recusar a missão, afinal
ele tinha – assim como nós – o Livre Arbítrio. Mas ele aceita a missão.
Aqui fica claro que ele não escreveria só um livro e que muito da doutrina
espírita ainda estaria por vir. Mas assim nasce o Livro dos Espíritos, o
primeiro livro da codificação.
E por que Allan Kardec? Rivail era escritor e sabia que muitos escritores
adotavam pseudônimos e resolveu fazer o mesmo nessa obra tão
importante. E Allan Kardec foi o nome escolhido porque foi o nome de uma
encarnação passada de Rivail, que foi revelada em uma das reuniões com
as irmãs Baudin.
O que ele nos ensina? Podemos fazer tudo, com disciplina, paciência e
persistência. Não é fácil obviamente, mas temos a prova que não
precisamos ser um ser angelical para fazer grandes obras. E grandes
obras muitas vezes é ajudar um amigo, ouvir um colega que passa por
momento difícil, dar bom dia no elevador praquele morador que nunca olha
na nossa cara, dar passagem no trânsito...são diversas maneiras de
contribuir com um mundo melhor!
E por que hoje não temos mais mesas girantes? Por que aquilo foi
necessário na época? Para chamar a atenção. Será que se não fosse
assim, as pessoas teriam ido investigar “o além”?