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EVANGELHO
DE DEUS
A boa nova de uma perspectiva pessoal e cósmica
Monte Mor/SP
2018
Esta apostila foi redigida a partir das videoaulas ministradas na Esco-
la Convergência de Teologia & Vida Cristã EAD (Ensino a Distância)
e outros materiais didáticos relacionados, cujas referências constam
no corpo da mesma.
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Copyright© 2018 por Escola Convergência
Todos os direitos reservados
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Autor:
Harlindo de Souza
Revisão Final:
Maria de Fátima Barboza
Diagramação:
Fabi Vieira
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Esta apostila ou qualquer parte dela não pode ser reproduzida
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Aula 2
v.1.0.0
QUEM É O
HOMEM?
INTRODUÇÃO
Na aula anterior falamos sobre quem é Deus, vimos que é impossível adentrar nas
verdades do evangelho, sem antes mergulhar na realidade de quem Deus é. Como
sequência ao assunto da disciplina, falaremos sobre o homem, discorreremos sobre
sua condição após a queda. A humanidade encontra-se imergida no pecado e é em
meio às suas maldades que o evangelho ressoa. As boas novas da salvação propa-
gam-se em um contexto de completa corrupção. O pecado de Adão condenou a hu-
manidade ao jugo desse mal, toda a criação foi e ainda é afetada pela maldade, desde
o Éden. Portanto, é necessário voltar os olhos para o que a Bíblia tem a dizer sobre
a condição humana. O que as Escrituras falam a respeito de quem é o homem? Ao
olhar para a humanidade, segundo a ótica bíblica, é possível perceber a condição
em que o evangelho encontrou o homem e sobre a condição que gera nele a neces-
sidade pela mensagem salvífica de Cristo.
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O homem é mau, ainda que pense em praticar o bem, sua natureza o faz pender
para tudo aquilo que é contrário à lei de Deus¹. Além de ter em si uma natureza pe-
caminosa o homem é incapaz de melhorar a si próprio, contudo mantém-se iludido
por acreditar que existe bondade inata em seu coração. Como se não bastasse todas
essas idiossincrasias a respeito da condição humana, o homem ainda se nutre de
uma religiosidade nociva e opressora. Esses serão assuntos que veremos a fundo
nessa aula, pois é necessário conhecer a verdadeira natureza do homem, para assim
caminhar rumo à proposta do evangelho.
1. Rm 7. 18,19.
2. Importante filósofo, teórico político, escritor e compositor de Genebra. Considerado um
dos principais filósofos do iluminismo.
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Sem floreios ou voltas, a grande verdade a respeito do ser humano é que ele é peca-
dor, ou seja, mau em sua natureza. Segundo Greg Gilbert:
A Bíblia diz que não somente Adão e Eva são culpados de pecado. Todos
nós somos. Em Romanos 3.23, Paulo diz: “Todos pecaram e carecem da
glória de Deus”. E um pouco antes ele diz: “Não há justo, nem um se-
quer” (3.10). O evangelho de Jesus Cristo é cheio de pedras de tropeço,
e essa é uma das maiores. Para corações humanos que pensam obstina-
damente de si mesmos como bons e autossuficientes, essa ideia de que
os homens são fundamentalmente pecaminosos e rebeldes não é apenas
escandalosa. É também revoltante.³
Nessa passagem Noé acaba de sair da arca e faz um sacrifício diante de Deus, a
passagem diz que o cheiro do sacrifício o agradou. Mas ainda que o cheiro daquele
sacrifício tenha sido suave diante de Deus, ele se refere ao homem e às futuras
3. GILBERT, Greg. O que é o evangelho?. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2015. p.70
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gerações como sendo imbuídas de maldade. Então, prometeu que não amaldiçoaria
mais a terra por conta de sua maldade, pois sabia muito bem que o homem é mau
desde a sua meninice e que sua natureza é corrupta. Todos, sem exceção, nascem
maus e contaminados pelo pecado. Mesmo os homens que a Bíblia considera como
sendo justos, são maus em sua essência e precisam de Deus para serem resgatados
de suas maldades. Jesus foi o único homem justo e livre de pecados que andou
sobre a terra.
A CONDIÇÃO HUMANA
1. O HOMEM É MAU
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“Todos nós somos como o impuro, e todas as nossas justiças, como trapo
da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas malda-
des nos arrebatam como o vento. E não há quem invoque o teu nome, que
desperte e te detenha, pois escondeste de nós o rosto e nos consumiste por
causa das nossas maldades” (Is 64.6,7)
“Pois não há um só homem justo sobre a terra, que só faça o bem e nunca
peque.” (Ec 7.20)
“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem al-
gum; pois o querer o bem está em mim, mas não o realizá-lo.” (Rm 7.18)
“Ele vos deu vida, estando vós mortos nas vossas transgressões e peca-
dos, nos quais andastes no passado, no caminho deste mundo, segundo
o príncipe do poderio do ar, do espírito que agora age nos filhos da deso-
bediência, entre os quais todos nós também antes andávamos, seguindo
os desejos carnais, fazendo a vontade da carne e da mente; e éramos por
natureza filhos da ira, assim como os demais.” (Ef 2.1-3)
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Esses são alguns dos versículos que revelam a maldade humana. A palavra de Deus
não mede esforços quando o assunto é apontar o quão pecador o homem é. O pe-
cado é como uma lama que inunda o homem por dentro e se espalha por todo seu
ser. Não existe nenhum aspecto do seu caráter que não seja manchado pelo pecado.
A esse respeito, Greg Gilbert nos diz que:
A maldade humana é um tema bíblico que não abre margem para questionamentos
ou interpretações. O homem é mau, é rebelde contra a vontade de Deus, ainda que
de forma involuntária. Sua natureza o direciona ao pecado desde sua tenra idade.
O homem não é apenas mau, ele é também incapaz de melhorar a si próprio. Não
existe no homem nenhuma arma que o ajude a evoluir ou purificar sua natureza
pecaminosa. Qualquer tentativa de autopurificação pode resultar apenas em uma
troca por pecados socialmente aceitos. Por exemplo, um homem pode desejar se
livrar da impureza sexual, uma vez que tal pecado pode trazer prejuízos para sua
vida. Mas será grato se trocar a imoralidade pelo orgulho. Tal atitude não revela
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uma evolução espiritual, isso significa apenas que houve esperteza na forma como
o pecado foi administrado. Não existe nenhuma habilidade no homem capaz de
ajudá-lo a evoluir e livrar-se de seus pecados. O caminho que resta à humanidade
é o caminho de arrependimento, é necessário reconhecer toda maldade que habita
em nosso coração e aceitar o fato de que não temos em nós a mínima capacidade
de nos autopurificar. O homem possui a habilidade inata de ser mau, porém, é
completamente inapto no que diz respeito a curar-se de sua maldade.
3. O HOMEM É ILUDIDO
“Se dissermos que não temos pecado algum, enganamos a nós mesmos, e
a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel
e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se
dissermos que não temos cometido pecado, nós o tornamos mentiroso, e
sua palavra não está em nós.” (1 Jo 1.8-10)
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sas tentativas de bondade são livres de corrupção. O profeta Isaias7 nos diz que até
mesmo nossos atos de justiça são como trapo de imundícia diante de Deus. Mesmo
as obras mais justas executadas por nossas mãos não são suficientes para agradar a
Deus.
A lei divina mostra ao homem o quão incapaz ele é, por mais que tente cumpri-la
ele irá falhar. Nós não conseguimos fazer aquilo que é correto diante de Deus por
causa do pecado. Apenas quando temos um encontro com Deus e somos acusados
da nossa total incapacidade em cumprir a sua lei é que estaremos preparados para
receber o evangelho. Uma vez que toda a nossa esperança pecaminosa na bondade
humana é aniquilada pelo padrão divino contido nela. Reconhecer a sua própria
maldade e pecado é a única forma de conduzi-lo a Deus.
O homem é capaz das maiores atrocidades, entre suas inúmeras atitudes pecami-
nosas está o fato de se apropriar da lei de Deus e usá-la como instrumento para
oprimir outras pessoas. A lei de Deus nos foi dada para acabar com a ilusão de que
somos bons; um de seus objetos é gerar corações humildes, porém, tem sido usada,
muitas vezes, como objeto de orgulho e arrogância. O homem é mau, incapaz de
melhorar a si próprio, iludido e ainda religioso. É comum que a lei de Deus seja uti-
lizada como pódio, para que o homem se vanglorie diante dos outros, julgando-se
melhor do que aqueles que são ignorantes quanto ao conhecimento da lei. Quando
usamos o conhecimento da lei de Deus, sem a prática, para oprimir outras pessoas,
ou quando tentamos barganhar com Deus usando a sua própria palavra, estamos
sendo religiosos.
Muitas vezes, quando o homem esbarra na sua incapacidade em cumprir a lei
divina, ele a distorce encaixando-a em um formato que condiga com a sua
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“Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o evan-
gelho de Deus e dizendo: Completou-se o tempo, e o reino de Deus está
próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho.” (Mc 1.14,15)
Nessa passagem Jesus começa a pregar o evangelho após João ter sido preso. Ele
não abandonou a mensagem que João pregava, mas começou a pregar sobre arre-
pendimento. Isso nos mostra que antes de crer no evangelho é necessário abraçar
a mensagem de arrependimento. Não é possível trilhar o caminho proposto por
Cristo sem compreender que todos os homens são falidos como criaturas de Deus.
Ao passo que você conhece a lei de Deus, é possível que se questione sobre a exis-
tência de atitudes religiosas em sua vida. É possível fazer uma autoanálise e buscar
compreender, por meio de seis aspectos muito simples, se existe religiosidade em
seu coração. Vejamos esses aspectos que denunciam a religiosidade:
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CONCLUSÃO
A natureza pecaminosa do homem o faz pensar, por vezes, que sua conduta pode
atrair o favor divino. Porém, vimos que os atos de justiça dos homens são como
trapos de imundícia para Deus. Cada centímetro do ser humano está corrompido
pelo pecado. O homem é mau, incapaz de melhorar a sua condição de pecador,
iludido e ainda religioso. A situação do homem perante Deus não é nada favorável,
visto que ele abomina o pecado, justamente a habilidade que o homem melhor sabe
desempenhar. Por serem religiosos, muitos acreditam que podem chegar a Deus
por meio de suas obras de justiça, porém o evangelho nos diz que existe apenas um
justo perante Deus. Jesus Cristo foi o único homem justo, santo e irrepreensível
que andou pela Terra.
Qualquer noção de justiça própria deve ser abandonada pelo homem. É necessário
que abracemos a opinião de Deus a respeito de nossa natureza. Esse é o primeiro
passo para o arrependimento, o único caminho que conduz às boas novas da salva-
ção. Para abraçar o evangelho bíblico é necessário compreender que qualquer ato
de justiça desempenhado pelo homem, chega às narinas de Deus como um cheiro
desagradável. Quando abandonamos a ilusão de que somos bons, podemos receber
uma justiça muito maior do que a nossa, a justiça do próprio Jesus Cristo. Portanto,
creia no que Deus diz a seu respeito, Ele diz que você é pecador e que sua maldade
é pútrida perante ele. Esse caminho, ainda que difícil, é o único que pode conduzi-
-lo ao verdadeiro arrependimento. Ao abraçar a má notícia de que é pecador, você
se torna apto a abraçar as boas notícias da salvação.
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