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12 Resenha de obra ou artigo Avresenha é um género textual que apresenta a sintese das principals ideias contidas em um texto ou em uma obra, destacando 0 seu encadeamento logico e a sua sequencia expositiva. Segundo Motta-Roth, enquanto género, a resenha 6 usada no meto académico para avaliar ~ elogiar ou criticar ~ o resultado da producio intelectual em uma drea do saber. Ela é publicada em periddicos clentificos, em secao diferente daquela em que os artigos aparecem, uma vez que seus obje- {twos sao distintos (2001, p. 20-21) e permite ao leitor decidir sobre o seu interesse em ler 0 original. Os aspectos relevan- tes expostos na resenha so escolhidos de acordo com a sua finalidade. Esse género textual nao deve ser confundido com ‘o resumo, sendo este apenas um elemento da sua estrutura. De acordo com Plato e Florin (1995) uma resenha pode ser deseritiva ou critica. ‘A resenha deseritiva expée com precisdo € fidelidade os elementos referenciais ¢ essenciais de um texto, com a sua descrigdo minuciosa e sucinta, e nao apresenta nenhum jul- gamento do resenhador. Arresenha critica, por sta vez, além dos elementos cons tantes na descritiva, apresenta o julgamento ou a apreciagiio do resenhador, que manifesta a sua avallagio nos seus co- ‘mentarios, criticando ou eloglando, Conforme Motta-Roth, © resenhador desereve e avalia uma determinada obra a partir do conhecimento produzido anteriormente sobre 6 mesmo assunto, Seus comentarios devem se conectar com a area do saber em que @ obra foi produzida ou com outras diseiplinas relevantes para o seu entendimento (2001, p. 21). Os julga- ‘mentos intetramente pessoais, que s6 exprimem o sentimento do autor, tals como eu gosto ou eu ndo gosto, devem ser evi tados, porque nao sdo justificados pela razao. Para articular as idelas que compoem a resenha, o rese- nhador vale-se dos componentes da argumentacdo (conecto- res, sequenciadores, preposigdes, locucdes prepositivas etc.) {que ligam os pardigrafos entre st e conferem unidade ao texto, ‘obtendo-se assim coesdo ¢ coeréncia. tapas de uma resenha Aresenha consta de: 1) Identificagao da obra com os elementos essenciais de referenciacao, segundo a ABNT (vide capitulo 15). Ao final da referencia, deve ser indicado o ntimero total de paginas. Exemplo: 242 p) 2) Apresentacio da obra, sintetizando 0 seu contetido. 3) Deseri¢ao sumaria da estrutura da obra (divisao dos capitulos ou assuntos dos capitulos etc.). 4) Descricao do conteido da obra ou do artigo. 5) Andlise critica da obra, fundamentada num pressupos- to tebrico claro e pertinente. Pode-se, para isso, estabelecer confronto com algum outro autor ou teorias referentes a0 ‘mesmo tema, 6) Relacao das implicagdes decorrentes do tema apresen- tado, seus resultados ou suas afirmagSes em relagdo a um contexto teérico ou pritico (implicacdes de nivel pedagégico, te6rieo, econdmico, social ete). 7) Identificacao e contextualizacao do autor: informagoes sobre o autor, situando a obra dentro de sua producao global (formagao, local de trabalho, outras obras publicadas etc). Ee ‘Var Satin Ras / Oct Mark Bot at / Chara Feria Pavan 8) Assinatura e identifieagao do resenhador. Observacdo: os itens 5 € 6 fazem parte apenas da resenha critica endo da deseritiva. Sintetizando, a resenha critica constitui-se de: = ‘Uma das caracteristicas da resenha académica éa presenca de outro enunciador, para insertr voz, dectaragao, opiniao ou testemunho, além daquele que redige o texto. Para descrever ul apresentar o contetido resenhado, o autor da resenha uti- liza eltacoes, diretas ou indiretas, com 0 uso dos verbos de dizer. que sao chamados discendi. Tanto no diseurso direto, sto é,o que transcreve literalmente as palavras do outro, como no discurso indireto, em que a fala do outro esta parafraseada elo resenhador, esses verbos sao utilizados com frequéncia, Enumeramos alguns verbos de dizer: Teiiicagio Apreseracto Dascrigso Avaliagio Recomtendacio ais do autor Assinatura edados do resenhador ‘comalbar Colocr eterinar —_eogar Aersceat Conch peat nat Aimar” Conia” fatcer ee Aealea- Comar ama = Argent Coninar— Bemptier pa ‘separ tear Blea Prtener Asicalr ——Oemomtor—Fatew pee Car Descever omer et Qiesionar Ret Resear Star Ralfcar | Rete Ree Sn Recomendar Rept Reamir Sater Recontecer on a 3 18 @ expressdes prepositivas que Algumas das preposicdes © expressoes ‘mais costiimam ser utilizadas na producio de uma resenha ‘sao: de acordo com, na opiniao de, segundo, conforme, para, em ete. Observe a resenha que segue: Resenha de obra SOUZA. Nall de Jesus de, Desenolsimento economic. S80 Paulo: Alas, 1988, 242 p . ts um ie i bem eg oq bc pra Ia tstca deumteto quia versie de toda alias £m arto wrod emai teméric,hulmerts mina occ puis ec tees pb Caveat chp a unas dosnt ore esses Senha prlznts rence ones somo” ¢ ems, (ive ¢ ddl en 12 caps enobnds concn de deo rt seen, psa tes evo panini at uti pp moons cgetn ah Speier ict eat eee cee ‘Seated ndalanao ena ral eg cate pen. At Keven hoe nc mcm aeaee ‘er na de pra min ew ce Sc cratinew, dar deena rade 6 deel Sra 2 hme oct on qa oor mona apie ese n= an ada 2 spe 1as sao obscurecidas, oes cles use ere pee, a fecwutenene flat dora ease ea elie ene rento, os limites da abordagem—oque fica speed cua nna dpetaet ° Tr agp tr caged apace ne cave preamente nein eno elec de dtr rel, Provo sles aes ea exo do concn ani ‘hoo wa con an topo raat o proce de dev deine ice na inet cnn Teresi, om eos momentos dominates, ec anta Sal se / Ode Mart Bent Bef / Chara Perera Rn so influencladas pelo relativo sucesso (ou insuceso} experiment em deteminado contestohistricoe institucional, que dicimentepoderaset ‘epredzido 50 também se apica afases dentro de uma mesma extiga ‘Como argumentao autor, nas consieragées fais, dictsoatualsobe vera da economia, desesatizaio, abetura comercial et, represent a ‘onclusto de longo debates efetuadosnaliteratura sobre crescmentoweladn ara dentro ou aberto ao exterior (p, 235) Elesugere que a abertura comers fundamental para 0 desenvolvimento econdmico,sallentando, eontula ‘e “numa economia na histria do desenvolvimento capitalist com, Dletamente aber 20 exterior (p. 236. Assim, ele concli que as props ‘a nova ortodoxia, que compreende uma estrattgia de desenselvimentn ‘lta para o exterior, através liveralizagdo das importagoes redo das restigdes quanttatva ede tars taxa de cimbio real unifiadaefauare, 8 ptvatizacto e redugao do Estado na economia, no deve, panto, ei. mado 2p da lta, mas consderado com determina se de apart” (. 236). Esa uma lio amadurecida pelo autor 20 longo de ser esos Pesquisas @acompanhamento dos problemas ds teoras do desenvolvinents ‘da economia brasileira ssa posturapragmsticaresponde &necesidade de 58 confronarateoria com atealidade, ‘Cremos que esse vo uma referencia importante naliteratura spon om lingua portuguesa. Estudantes de graduacéo e opblicoleitor nterececioe nos problemas do desenvolvimento econémico, e voltaao pa esse toto aliviados com a possbilidade de terem uma niciaco mai que satis o {ema sso estimula um aprendizado que deve ser completado com a lets ts novas ideas que esti sendo incorporadas& teoria no final deste seco, Esse volume oferece uma anela por onde pasa ua coment de vento que fefresca nossa compreensio dos problemas do desenvolvimento conden, (© autor, Nall de Jesus de Souza, 6 profesor tiular do Depatamento te Economia edo Curso de Ps-Graduac3o em Economia da Universidade ee! 1 Rio Grande do Sul Joanitlio Rodolpho Teixeira Departamento de Economia da Universidade de Brasilia (TEIXEIRA, Joanilio Rodolpho. Desenvolvimento econd- Inlco, Revista de economia politica, S80 Paulo v.14, n. 2. p. 151-152, abr./jun. 1994) - Adaptacao das autoras, = —

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