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Literatura

Rodrigo Paes

Modernismo

1ª Geração
Cartão-postal de Tarsila do Amaral
Não teve início específico num
autor. Movimento Moderno foi
umFoi
movimento
o resultado deartístico e
uma série de
culturaleventos
que surgiu
que se no começo
iniciaram no do
século XIX, na França.
século XX, e seu objetivo era
MODERNISMO quebrarAcontecimentos
com o "tradicionalismo"
que guiavam o da
época, experimentando
pensamento novas
a partir de vários
artistas. artísticas.
técnicas e criações

Consolidou-se a partir de vários


artistas.
Fases do Modernismo brasileiro

1922-1930 (1a fase): “fase heroica” marcada pelo radicalismo, pela releitura e ruptura com
o passado brasileiro. Principais autores: Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel
Bandeira.

1930-1945 (2a fase): consolidação das ideias pós Semana de Arte Moderna; prosa
regionalista e amadurecimento da poesia brasileira. Principais autores: Graciliano Ramos,
Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Erico Verissimo, Jorge Amado, Carlos Drummond de
Andrade, Vinicius de Moraes, Cecília Meireles, Murilo Mendes e Jorge de Lima.

1945-1960 (3ª fase - Pós-Modernismo): intensa pesquisa estética, fragmentação da


narrativa e experimentação. Principais autores: Guimarães Rosa, Clarice Lispector e João
Cabral de Melo Neto.
1ª geração do Modernismo
É chamada de “fase heroica” e se estende de 1922 até 1930

Foi um movimento artístico, cultural, político e social

A Semana de Arte Moderna de 1922 foi o marco inicial da estética moderna no Brasil .

MARCO • O Modernismo representou um rompimento de artistas e intelectuais com a


INAUGURAL arte acadêmica e o tradicionalismo cultural no Brasil.
• Influenciados pelos movimentos de vanguarda na Europa, os modernistas
Semana de arte brasileiros da primeira fase adotaram uma postura radical e destrutiva em suas
Moderna 1922 produções artísticas.
Memórias
Macunaíma sentimentais de João
Mário de Andrade Miramar
Oswald de Andrade
Nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, realiza-se um
festival com uma exposição com cerca de 100 obras e três
sessões literárias e musicais noturnas.

A produção de uma arte brasileira, afinada com as tendências


vanguardistas da Europa sem perder o caráter nacional, era uma
das grandes aspirações que a Semana tinha de divulgar.
CARACTERÍSTICAS

Senso de contemporaneidade: “A vida é agora.” – Presente

Liberdade de expressão: nada de limitações ou imposições; o autor deve procurar seu próprio
caminho para expressar-se.
O vocabulário aproxima-se do falar cotidiano, da linguagem coloquial: desrespeito ao padrão
sintático da gramática.
Temática próxima da realidade; assimilação do cotidiano, do mundo do século XX, do novo ritmo
de vida (velocidade) que o progresso industrial impôs.

Registro das origens nacionais, do nosso primitivismo.

Atitude de aversão aos comportamentos de assimilação de culturas indígenas – prática de


xenofobia.
CARACTERÍSTICAS

Atitude de irreverência, inclusive diante de fatos históricos ou políticos.

Ruptura com o passado e, inclusive, com a arte anterior, particularmente as de valorização


passadista: Parnasianismo e Romantismo, principalmente.
Arte de engajamento político-social, com viés nacionalista e crítica às artes alienadas –
Parnasianismo, principalmente.
Senso de pesquisa sobre novas práticas ou modelos de expressão artística: poema-piada, poema-
minuto, incorporação do humor em poesia.

Despreocupação com a métrica e emprego do verso livre.

Privilégio da poesia sobre a prosa, mas poesia-prosódica.


Acontecimentos prévios à Semana de 22

Criação de O Pirralho, por Oswald de Andrade e Emílio Menezes, em 1911

Em 1912, Oswald de Andrade divulga ideias cubistas e futuristas.

Exposição de Lasar Segall, em 1913

Ronald de Carvalho participa da criação da revista Orpheu, em 1915.

1917: publicações de Manuel Bandeira, Mário de Andrade e a crítica “Paranoia


ou mistificação”, de Monteiro Lobato

A estudante, c. 1917, de Anita Malfatti


Semana de Arte OS SAPOS – Manuel Bandeira
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Moderna de 1922 Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.

A reação do público foi de perplexidade e Em ronco que a terra,


choque. Berra o sapo-boi:
— “Meu pai foi à guerra!”
— “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”

O dia 15 foi o mais agitado. Menotti Del O sapo-tanoeiro
Picchia iniciou a noite com uma Parnasiano aguado,
conferência. Diz: — ” Meu cancioneiro
É bem martelado.

Vede como primo
Em comer os hiatos!
Entre vaias e urros do público, Que arte! E nunca rimo
Ronald de Carvalho declamou “Os Os termos cognatos.
sapos”, de Manuel Bandeira, —
O meu verso é bom
ridicularizando os poetas Frumento sem joio.
Capa do catálogo da exposição da
Semana de Arte Moderna, de
parnasianos. Faço rimas com autoria de Di Cavalcanti
Consoantes de apoio.
Entre os movimentos que surgiram na década de
1920, destacam-se:

• Movimento Pau-Brasil;
• Movimento Verde-Amarelo e Grupo Anta;
• Movimento antropofágico.

A principal forma de divulgação destas novas


ideias se dava através das revistas.

• Revista Klaxon
• Revista de Antropofagia
• Terra Roxa e Outras Terras
• Estética
• Festa
• Verde
• A Revista. Imagem: Revista Klaxon nº1 / Guilherme de Almeida /
http://blogs.estadao.com.br/p2p/2010/03/16/antropofagia-digitalizada/
Movimento Pau-Brasil

Este movimento teve início em 1924 a partir da


publicação do livro “Pau-Brasil”, da autoria de
Oswald de Andrade (1890 -1954) e ilustração da sua
• Revisão crítica do passado
esposa, a artista plástica Tarsila do Amaral (1886 - histórico
1973). • Abandono do academicismo
• Valorização da identidade
O Movimento do Pau-Brasil é um movimento nativista, que nacional
defendia a poesia brasileira de exportação. Tal como o pau- • Originalidade
brasil foi o primeiro produto brasileiro a ser exportado, • Linguagem coloquial e
Oswald de Andrade desejava que a poesia brasileira se
tornasse um produto cultural de exportação; daí a escolha humorada
do nome do movimento.
Movimento Verde-amarelo
Escola Anta

• Ufanismo é a característica que


Grupo que surgiu na primeira fase do Modernismo e foi
constituído por Menotti del Picchia (1892-1988), Plínio melhor define o movimento da
Salgado (1895-1988), Guilherme de Almeida (1890-1969) Escola da Anta (exaltação do Brasil
e Cassiano Ricardo (1895-1974).
e hostilidade às proveniências
estrangeiras).
O Movimento Verde-Amarelo defendia o patriotismo em • A ideologia fascista - baseada no
excesso e teve clara tendência nazifascista.
racismo.
• A Escola da Anta: representação da
Em 1927 o Movimento Verde-Amarelo transformou-se
na Escola da Anta, ou Grupo Anta
nacionalidade brasileira (contexto
mítico desse animal na cultura
tupi).
Movimento Antropofágico
Abaporu: junção dos vocábulos
Liderado por Oswald de Andrade (1890-1954) e tupis aba (homem), pora (gente)
Tarsila do Amaral (1886-1973), a finalidade principal e ú(comer). Sendo assim, seu
era de estruturar uma cultura de caráter nacional. significado é "homem que come
gente" ou "homem antropófago".
A marca símbolo do movimento é o quadro
Abaporu (1928) de Tarsila do Amaral, o qual foi dado
de presente ao marido, Oswald de Andrade.

A divulgação do movimento era realizado na Revista • Contrário à reprodução (imitação) da cultura


de Antropofagia, publicada em São Paulo. Já o estrangeira, mas com o interesse também de
primeiro número trazia o Manifesto Antropofágico. ressignificar a arte de fora.
Essa revista foi editada em duas fases: • Características do primitivismo (valorização das
1. primeira fase: editada entre maio de 1928 e
culturas indígenas, africanas e de outras
fevereiro de 1929;
2. segunda fase: editada entre 17 de março a 1º de sociedades pré-industriais).
agosto de 1929. • Influências dos pensamentos e ideias de Marx,
Engels, Freud, Nietzsche e Rousseau.
GRUPO DOS 5

Mário de Oswald de Menotti del Tarsila do Anita


Andrade Andrade Picchia Amaral Malfatti

Crítico literário, Satírica, debochada, obra mais marcante é Uma das mais Uma das mais
musicólogo, acentuada crítica aos o poema “Juca importantes pintoras importantes artistas
folclorista e ativista “monstros sagrados” Mulato”, em que a da primeira fase do plásticas brasileiras
cultural brasileiro das artes nacionais. temática é o caboclo modernismo. da primeira fase.
Manuel Bandeira (1886-1968): escritor, professor, crítico de arte e historiador brasileiro. De sua obra
poética destacam-se: A Cinza das Horas (1917), Libertinagem (1930) e a Lira dos Cinquent'anos (1940).
Graça Aranha (1868-1931): escritor e diplomata brasileiro, sua obra de maior destaque é “Canaã”
(1902).
Victor Brecheret (1894-1955): escultor ítalo-brasileiro. O “Monumento às Bandeiras” (1953), na cidade
de São Paulo é, sem dúvida, sua obra mais importante.
Plínio Salgado (1895-1975): escritor, político e jornalista brasileiro e fundador do movimento nacionalista
radical denominada “Ação Integralista Brasileira (1932), sua obra mais emblemática do período é “O
Estrangeiro”, publicada em 1926.
Ronald de Carvalho (1893-1935): poeta e político brasileiro, publicou em 1922 “Epigramas Irônicos e
Sentimentais”.
Guilherme de Almeida (1890-1969): escritor, jornalista e crítico de cinema brasileiro, publicou em 1922 a
obra “Era Uma Vez…”.
Sérgio Milliet (1898-1966): escritor, pintor e crítico de arte brasileiro, publicou em 1927 a obra “Poemas
Análogos”.
Heitor Villa-Lobos (1887-1959): maestro e compositor brasileiro, Villa Lobos é considerado o maior
expoente da música moderna no Brasil. De suas composições com traços modernos destaca-se
“Amazonas e Uirapuru” (1917).
Cassiano Ricardo (1895-1974): escritor e jornalista brasileiro. De sua obra destaca-se o poema indianista
e nacionalista, publicado em 1928, “Martim Cererê”.
Tácito de Almeida (1889-1940): escritor, jornalista e advogado brasileiro, foi colaborador da Revista
Klaxon onde publicou diversos poemas. Em 1987, foi publicado uma seleção de poemas na obra: “Túnel
e Poesia Modernista 1922/23”.
Di Cavalcanti (1897- 1976): pintor brasileiro, considerado um dos mais importantes representantes da
primeira fase modernista. Foi ilustrador da capa do “Catálogo da Semana de Arte Moderna”,
destacando-se com sua obra “Pierrot” (1924).
Lasar Segall (1891-1957): nascido na Lituânia mudou-se para o Brasil em 1923. Foi pintor e escultor de
influência expressionista, sendo suas obras mais representativas: o “Retrato de Mário de Andrade”
(1927) e "Auto-retrato" (1933).
Alcântara Machado (1901-1935): escritor, jornalista e político brasileiro, destaca-se sua coletânea de
contos intitulada “Brás, Bexiga e Barra Funda”, publicada em 1927.
Vicente do Rego Monteiro (1899-1970): poeta, pintor e escultor brasileiro, dentre suas obras temos:
“Mani Oca (O nascimento de Mani)” (1921) e “A Crucifixão” (1922).

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