Você está na página 1de 24

SEMANA 5

MAFALDA: História social e política


Rosa Yokota

ACIEPE: Arte, Cultura e Movimentos


Sociais na América do Sul
Dep. de Letras / CECH / UFSCar
Período Suplementar 1 - 2020
Partes desta aula:
- Quino
- Mafalda: um pouco da história da classe
média de Buenos Aires
- Leitura de algumas tiras de Mafalda –
linguagem das HQs
- A imagem de Mafalda como ícone
- Troca de ideias
Quino (Joaquín Salvador Lavado Tejón)
Nasceu em 1932
1954 se estabeleceu em Buenos Aires como
desenhista de cartuns e tiras.
1963, publicou seu primeiro livro e recebeu um
pedido de agência de publicidade para criar uma
personagem, que será Mafalda. 1964, publica as
primeiras tiras de Mafalda e em 1966, o primeiro
livro de Mafalda. 1973 para com a tira Mafalda.
Casado com Alicia Colombo, doutora em Química e
ex professora da UBA.
Publica tiras e cartuns antes, durante e depois de
Mafalda.
Quino cartunista
Caricatura e charge
https://www.pinterest.cl/pin/371265563017224134/
Quino. Esto no es todo. Buenos Aires: Ed de la Flor, 2014, p. 158

Cartum
Paulo Ramos: Em tempo: episódio representado na charge ocorreu na sexta passada
(29/05/2020). Um empresário de "Alphaville", região da Grande São Paulo onde se concentram
condomínios de luxo, destratou um Policial Militar. Ela acionou a PM por estar sendo maltratada
pelo marido.
Em tempo 2: "Você é um bosta. É um merda de um PM que ganha mil reais por mês, eu ganho
300 mil reais por mês. Quero que você se foda, seu lixo do caralho. Você não me conhece. Você
pode ser macho na periferia, mas aqui você é um bosta. Aqui é Alphaville, mano", disse o
empresário, aos gritos. (Facebook – Paulo Ramos)
HQ: tiras, gibis, livros, coletâneas etc.
• Mafalda – ressignificação ao longo do tempo

«… yo la hacía para la página editorial, no para la


página de historietas. Salía en la página de
comentario político y de actualidad. Siempre la
hice pensando en gente adulta, no para chicos.
Pero ahora los chicos tienen tal nivel de
información que más o menos pescan todo
lo que [se] dice en las historietas de Mafalda.»
(Quino, entrevista disponível em https://www.quino.com.ar/voces)
Ícone – Produto
• https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/20/internacional/1532097805_690625.html

Criador da Mafalda repudia uso da personagem pela


campanha antiaborto na Argentina
Quino responde a uma mensagem nas redes que lhe atribui uma crítica à lei que se discute no
Senado
Buenos Aires - 20 JUL 2018 - 21:30 BRT

(...)A mensagem de Quino foi o oposto da apócrifa: “Foram


divulgadas imagens da Mafalda com o lenço azul que
simboliza a oposição à lei de interrupção voluntária da
gravidez. Não as autorizei, não refletem minha posição e peço
que sejam removidas. Sempre acompanhei as causas dos
direitos humanos em geral, e a dos direitos humanos das
mulheres em particular, a quem desejo sucesso em suas
reivindicações”. Quino evitou manifestações abertamente a
favor da lei, ainda que sua menção aos “direitos humanos das
mulheres” faça parte dos argumentos dos setores que
defendem o aborto legal. (...)
CLASSE MÉDIA ARGENTINA NOS ANOS 60 E 70
“*...+ a tira que foi lida, discutida e utilizada como
uma representação emblemática de tal classe
[média] e foi consumida especialmente por esse
setor social.” (COSSE, p.35)

“Assumo que Mafalda *...+ trabalhou sobre


materiais da sociedade, mas que, ao mesmo tempo,
agiu sobre essa realidade: a tira ‘cristalizou’ uma
identidade de classe média que dialogava – e
produzia – práticas concretas que agiam em termos
sociais, culturais e políticos.” (COSSE, p.36)
Mafalda – a tirinha
- Surgimento: propaganda (1963) e publicação
das primeiras HQs do que viria a ser a tira de
Mafalda na Revista Leoplan

- Revista Primera Plana (1964-1965)

- Jornal El Mundo (1965-1967)

- Revista Semanario Siete Días (1968-1973)


Primórdios
Quino, Mafalda todas las tiras. Buenos Aires, Ediciones de la Flor, 2013
Revista Primera Plana (1964-1965)
Jornal El Mundo (1965-1967)
Jornal El Mundo (1965-1967)
Golpe militar 1966
Revista Semanario Siete Días (1968-1973)
Quino, Mafalda todas las tiras. Buenos Aires, Ediciones de la Flor, 2013
Quino. Toda Mafalda, Ed. de la Flor, Buenos Aires, 1996, p.302
Quino, Mafalda todas las tiras. Buenos Aires, Ediciones de la Flor, 2013
Mafalda e censura
P. ¿Lo censuraron alguna vez?
• R. Con Mafalda no, con las páginas de humor sí.
Cuando llegué a Buenos Aires en 1954 con mi
carpetita me enteré cómo era la cosa: Chistes
con la religión no, con sexo tampoco, con
militares no, que atenten contra la famila (que no
sé bien qué quiere decir) tampoco. No había un
ente censor, pero el secretario de redacción por
ahí te decía "No, esto mejor lo guardamos". Era
una especie de autocensura, pero se sabía que
venía de más arriba.
(Quino, entrevista disponível em https://www.quino.com.ar/voces)
!Qué mala es la gente!
Lumen, 1997, p.125
https://www.livrosepessoas.com/tag/quino/
• Bibliografia consultada:

• COSSE, Isabella. Mafalda: historia social y política. Buenos Aires: Fondo de Cultura
Económica, 2014.
• ECO, Umberto. Apocalípticos e integrados. São Paulo: Perspectiva, 1993.
• LATINO, Mario.; YOKOTA, Rosa.. HQs na aula de língua espanhola. In: ALVES-
BEZERRA, Wilson; SIGNORI, Mônica Baltazar Diniz. (org.) Letras em Jornada.
Artigos da 12ª Jornada de Letras da UFSCar. São Carlos: Pedro & João. 2009. p.151-
174.MENDONÇA, Márcia R.S. Um gênero quadro a quadro: a história em
quadrinhos. In: DIONÍSIO, A.P. MACHADO, A.R. BEZERRA, M.A. Gêneros Textuais &
Ensino. 1 ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. p. 209-224.
• QUINO. Mafalda Inédita. Buenos Aires: Ediciones de la Flor,1988.
• QUINO. Toda Mafalda. Buenos Aires: Ediciones de la Flor, 1993.
• QUINO. Mafalda. Todas las tiras. Buenos Aires: Ediciones de la Flor, 2013.
• SILVA, Bárbara Z. As tiras de Mafalda no Brasil: tradução e tradutores. 2015. 229 f.
Dissertação (Mestrado em Letras). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015

• Sobre Quino:
• https://www.quino.com.ar/
• Sobre linguagem das HQs
• https://www.youtube.com/watch?v=WS2xp6wTUh0

Você também pode gostar