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DESENHO

UNIVERSAL
DOCENTE RENATA AGUILAR
Ao longo da história podemos observar o quanto o ser
humano modifica o ambiente para poder viver nele,
adaptando o meio natural, suas cidades, casas e objetos,
sempre visando tornar os espaços mais adequados ao seu
uso.

AMBIENTE
AMBIENTE
AJUSTADO ÀS
CONFORTÁVEL
NECESSIDASDES

Mas e quando o ambiente não leva em


conta as necessidades ou limitações
humanas?
Quando entramos no processo de
concepção do projeto, precisamos
considerar as diversidades de usuários
quanto a sexo, dimensões, idade, cultura,
destreza, força e demais características,
assim uma maior porcentagem da população
poderá utilizar o espaço confortavelmente.
Desenho Livre
1961 1963 Desenho livre
Uma conferência Em Washington,
internacional na nasceu a Barrier-free
Suécia reuniu design, uma comissão Desenho Universal
esforços do Japão, com o objetivo de
Estados Unidos e discutir desenhos de O Desenho Universal não é uma tecnologia
países da Europa. em equipamentos, direcionada apenas aos que dele
busca da redução de edifícios e áreas necessitam; é desenhado para todas as
barreiras urbanas adequados à pessoas. A idéia do Desenho Universal é,
arquitetônicas para utilização por pessoas justamente, evitar a necessidade de
pessoas com com deficiência ambientes e produtos especiais para
deficiências. ou com mobilidade pessoas com deficiências, assegurando
reduzida que todos possam utilizar com segurança
e autonomia os diversos espaços
construídos e objetos
Início do debate sobre acessibilidade e
desenho universal no Brasil

1980
Ano Internacional de Atenção às Pessoas com
Deficiência

1981
BRASIL Primeira norma técnica brasileira relativa à
acessibilidade, “Acessibilidade a edificações,
mobiliários, espaços e equipamentos urbanos
à pessoa portadora de deficiência

1985
Inclusão e
exclusão
social
Quando uma pessoa com deficiência é
colocada em um ambiente acessível,
suas atividades são preservadas e a
deficiência não afeta suas funções, mas,
e se alguém sem qualquer deficiência é
colocado em um espaço inacessível?
Link video - inclusão

O mundo é mais difícil quando não é


projetado para você.
Pessoas com deficiências passam por
diversas barreiras diariamente, isso
acontece quando um cadeirante deseja

Pessoas fazer uma compra, mas a loja não possui


rampa de acesso, quando uma pessoa

com cega vai em algum ambiente e não tem


informações em braile.
deficiência A luta das pessoas com deficiência por
mais inclusão e acessibilidade é um
desafio constante
Inclusão
Acessibilidade
QUAL A DIFERENÇA?

INCLUSÃO ACESSIBILIDADE
Conjunto de ações que Possibilidade de acessos e
combatem a exclusão da vida em condições para utilização com
sociedade causadas pelas segurança e autonomia de espaços
diferenças. públicas por pessoas com deficiência
ou mobilidade reduzida.
CENSO DE 2010

Quase 24% da população


brasileira declarou ter algum
46 grau de dificuldade em pelo
menos uma das atividades
milhões investigadas, como enxergar,
caminhar, subir degraus e
ouvir ou possuir deficiência
mental, ou intelectual.
CENSO DE 2010

Considerando somente aqueles


que possuem grande ou total
12,5 dificuldade nesse cenário, nos
6,7%
milhões
temos cerca de 12,5 milhões de população
brasileiros com deficiência
correspondendo a cerca de
6,7% da população.
Foi a partir da constituição
que outras leis e normas mais
Garante os direitos sociais
específicas começaram a
e individuais das pessoas
surgir, com o objetivo de
com deficiência
garantir acessibilidade e
inclusão
Conscientização
A conscientização social e jurídica sobre os problemas que as pessoas
com deficiência enfrentam é relativamente recente e por isso a questão
de acessibilidade é pouco difundida apesar da sua extrema relevância.

Será que podemos falar sobre


inclusão e igualdade se um
usuário de cadeira de rodas
precisa ser carregado para
entrar em algum lugar?
ACESSIBILIDADE
É um desafio para pessoas com deficiência em
todo o país, a legislação brasileira sobre esse tema
é excelente, mas existem lugares que ainda não se
propuseram a abrir as portas e pensar na inclusão.
Falta de Acessibilidade

Falta de acessibilidade em prédios IR


públicos e privados de uso coletivo, em
restaurantes, lojas, universidades, hotéis
e ruas, fere o direito garantido de ir e vir. VIR
INCLUSÃO
Só podemos falar de inclusão das
pessoas com deficiência ou mobilidade
reduzida se houver acessibilidade com
indepedência e autonomia.

ACESSIBILIDADE
Significa dar a essas pessoas o acesso
aos mesmos bens e serviços disponíveis
Campanha iguais na diferença
aos demais cidadãos.
Design Inclusivo

Para desenvolver um design inclusivo é USABILIDADE


necessário identificar a maior parte das Trata da adequação entre o produto, as
possíveis necessidades e dificuldades tarefas a cujo desempenho ele se destina
e o usuário que o utilizará.
de usabilidade.

Para o desenvolvimento de um projeto universal devemos


considerar o usuário em sua diversidade de habilidades e o
desenho precisa apresentar um desempenho aceitável ao maior
número de usuários possíveis.
Conheça as diferenças
Todas as pessoas terão problemas com o ambiente quando não forem respeitadas
as suas diferenças, dificuldades e características funcionais.

Pessoas que andam, mas tem mobilidade reduzida

Gestantes, obesos, crianças, pessoas com nanismo, idosos,


usuários com prótese e órtese, pessoas carregando pacotes, etc.
Essas apresentam dificuldades para vencer desníveis, subir
escadas, equilibrar-se passar por locais estreitos, pisos
escorregadios, abrir e fechar portas, caminhar longos percursos,
etc.
Conheça as diferenças
Usuários de cadeiras de rodas

Paraplégicos, tetraplégicos, hemiplégicos, amputados, idosos, etc. As maiores


dificuldades são a impossibilidade de vencer desníveis bruscos, usar escadas ou
rampas muito íngremes, limitação de seu alcance visual e manual, necessidade
de espaços amplos para girar a cadeira, dificuldade de abrir e fechar portas e de
passar por locais estreitos
Conheça as diferenças
Pessoas com deficiência sensoriais e cognitivas

Pessoas com dificuldades de percepção devido a uma limitação total ou parcial


de sua capacidade sensitiva, principalmente visual e auditiva. Possuem
dificuldades em identificar objetos, dificuldades em acesso a informações,
detectar obstáculos salientes e desníveis, determinar direções e seguir um
itnerário e identificar sinalizações. Além disso, eles podem experimentar
sensação de isolamento em relação ao entorno, causando insegurança.
Conceito de
Desenho Universal
O Desenho Universal é responsável pela criação de
ambientes ou produtos que podem ser usados pelo maior
O que é número de pessoas possíveis.
Projeto universal é o processo de criar ambientes
Desenho acessíveis para todas as pessoas, independente de suas
Universal características pessoais, idade, ou habilidades. A meta é
que qualquer ambiente ou produto poderá ser alcançado,
manipulado e usado, independentemente do tamanho do
corpo do indivíduo, sua postura ou sua mobilidade.
Desenho Universal

O Desenho Universal não é uma tecnologia direcionada apenas aos que dele
necessitam, é desenhado para todas as pessoas. A ideia do Desenho Universal
é, justamente, evitar a necessidade de ambientes e produtos especiais para
pessoas com deficiências, assegurando que todos possam utilizar com
segurança e autonomia os diversos espaços construídos.
Princípios do Desenho
Universal
Em 1987, o americano Ron Mace, arquiteto que usava
cadeira de rodas e um respirador artificial, criou a
terminologia Universal Design.
Na década de 90, o próprio Ron criou um grupo com
arquitetos e defensores destes ideais para estabelecer os
sete princípios do desenho universal. Estes conceitos são
mundialmente adotados para qualquer programa de
acessibilidade plena.
Princípios do Desenho
Universal

IGUALITÁRIO
Uso equiparável

São espaços, objetos e produtos que


podem ser utilizados por pessoas com
diferentes capacidades, tornando os
ambientes iguais para todos.
Portas com sensores que se abrem
sem exigir força física ou alcance das
mãos de usuários de alturas variadas.
Princípios do Desenho
Universal

ADAPTÁVEL
Uso flexível

Design de produtos ou espaços que


atendem pessoas com diferentes
habilidades e diversas preferências,
adaptáveis para qualquer uso.

Tesoura que se adapta a


destros e canhotos.
Princípios do Desenho
Universal

ÓBVIO
Uso simples e intuitivo

De fácil entendimento para que uma


pessoa possa compreender,
independente de sua experiência,
conhecimento, habilidades de Sanitário feminino e Sanitário masculino
para pessoas com e para pessoas com
linguagem, ou nível de concentração.
deficiência deficiência
Princípios do Desenho
Universal

CONHECIDO
Informação de fácil percepção

Quando a informação necessária é


transmitida de forma a atender as
necessidades do receptador, seja ela
uma pessoa estrangeira, com Utilizar diferentes maneiras de
dificuldade de visão ou audição. comunicação, tais como símbolos e
letras em relevo, braille e sinalização
auditiva.
Princípios do Desenho
Universal

Um recurso ainda não muito utilizado são os


mapas com informações em alto relevo para
que pessoas com deficiência visual identifiquem
os ambientes em que se encontram, ou ainda
maquetes táteis de obras de arte de grande
porte ou obras de arquitetura.
Princípios do Desenho
Universal

SEGURO
Tolerante ao erro
Previsto para minimizar os riscos e
possíveis consequências de ações
acidentais ou não intencionais.

Elevadores com sensores em diversas alturas


que permitam às pessoas entrarem sem riscos
de a porta ser fechada no meio do procedimento
e escadas e rampas com corrimão.
Princípios do Desenho
Universal

SEM ESFORÇO
Baixo esforço físico
Para ser usado eficientemente, com
conforto e com o mínimo de fadiga.
Maçanetas tipo alavanca, sendo de fácil
utilização, podendo ser acionada até com o
cotovelo. Esse tipo de equipamento facilita a
abertura de portas no caso de incêndios, não
sendo necessário girar a mão.
Princípios do Desenho
Universal

ABRANGENTE
Dimensão e espaço para aproximação e uso
Que estabelece dimensões e espaços
apropriados para o acesso, o alcance, a
manipulação e o uso, independentemente
do tamanho do corpo (obesos, anões etc.),
da postura ou mobilidade do usuário
(pessoas em cadeira de rodas, com
carrinhos de bebê, bengalas etc.).
Poltronas para obesos em cinemas e
teatros
Princípios do Desenho
Universal

Banheiros com dimensões adequadas para pessoas em cadeira de rodas ou as


que estão com bebês em seus carrinhos.
Trabalhar cada um em sua esfera
de competência e segundo suas
possibilidades para uma casa e
uma cidade mais humanas, para
uma cidade que seja capaz e
organizada arquitetonicamente
para todos os homens, inclusive
para que os que usam cadeiras de
rodas possam circular
planamente, livremente...

Le Corbusier
Parâmetros de
acessibilidade em edificações

Apesar de pensarmos na diversidade humana e das inúmeras formas de


redução de mobilidade, precisamos entender que há um consenso em
adotar como parâmetro as necessidades dos usuários de cadeira de
rodas. Isso acontece, porque é um tipo de necessidade que requer maior
espaço no ambiente para circulação, manobras e transferência e que
impõe maior limitação de alcance visual e manual.
Parâmetros de
acessibilidade em edificações

Módulo de referência para


projeção no piso do espaço
necessário para uma pessoa em
cadeira de rodas

Rotação 90 graus Rotação 180 graus Rotação 360 graus


NBR 9050
Normas técnicas
NBR 9050 – Acessibilidade a Edificações Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos
NBR 13994 – Elevadores de Passageiros – Elevadores para Transportes de Pessoa Portadora de Deficiência.
NBR 14020 – Acessibilidade a Pessoa Portadora de Deficiência – Trem de Longo Percurso
NBR 14021 - Transporte - Acessibilidade no Sistema de Trem Urbano ou Metropolitano
NBR 14022 – Acessibilidade a Pessoa Portadora de Deficiência em Ônibus e Trólebus para Atendimento Urbano e
Intermunicipal
NBR 14273 – Acessibilidade à Pessoa Portadora de Deficiência no Transporte Aéreo Comercial
NBR 14970-1 - Acessibilidade em Veículos Automotores - Requisitos de Dirigibilidade
NBR 14970-2 - Acessibilidade em Veículos Automotores- Diretrizes para Avaliação Clínica de Condutor
NBR 14970-3 - Acessibilidade em Veículos Automotores- Diretrizes para Avaliação da Dirigibilidade do Condutor
com Mobilidade Reduzida em Veículo Automotor Apropriado
NBR 15250 - Acessibilidade em Caixa de Auto-Atendimento Bancário
NBR 15290 - Acessibilidade em Comunicação na Televisão
NBR 15320:2005 - Acessibilidade à Pessoa com Deficiência no Transporte Rodoviário
NBR 14022:2006 - Acessibilidade em Veículos de Características Urbanas para o Transporte Coletivo de
Passageiro
NBR 15450:2006 - Acessibilidade de Passageiro no Sistema de Transporte Aquaviário
A QUALIDADE ESPACIAL
DO PROGRAMA DE
HABITAÇÃO SOCIAL
VILA DIGNIDADE DE
PRESIDENTE PRUDENTE
(SP)
YOSHIDA, Débora M.
FONTES, Mariana F.
SILVA, Renata B. A.
FARIA, Obede Borges
FONTES, Maria Solange Gurgel de Castro;
MAGAGNIN, Renata Cardoso
Projeto
O projeto foi elaborado de acordo com as
premissas do Desenho Universal, sendo
incorporados elementos associado ao
conforto, à segurança, além de garantir a
acessibilidade. As residências possuem a
seguinte tipologia: casas térreas,
geminadas, com 39m2 de área útil cada
uma. A divisão interna dos ambientes é
composta por: 1 dormitório (suíte), sala
conjugada à cozinha, área de serviço e
uma pequena área externa nos fundos,
podendo ser usada como jardim ou horta.
Todas as casas possuem aquecedor solar
Projeto
Projeto
Projeto
Houve inúmeros problemas identificados quanto a acessibilidade na casa, como tamanho dos
cômodos considerados insuficientes e não acessíveis em relação à disposição dos mobiliários e
largura insuficiente nos pontos de passagem de um cômodo ao outro devido à disposição dos
mobiliários. As residências foram projetadas segundo as normas de acessibilidade e incorporando as
necessidades físicas e psicológicas do idoso, mas ainda há a necessidade de se repensar neste
projeto.

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