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CURSO: Licenciatura História

POLO DE APOIO PRESENCIAL: Feira de Santana, Bahia

SEMESTRE: 01° (Primeiro)


COMPONENTE CURRICULAR / TEMA: Introdução aos estudos de História.

NOME COMPLETO DO(A) ALUNO(A):Guilherme Henrique Gomes Teixeira

TIA: 10923012641

NOME DO PROFESSOR(A): Wesley Espinoza Santana

A obra Fontes históricas – Introdução aos seus usos historiográficos do


historiador José D’Assunção Barros, publicada em 2019 tem o intuito de instruir e
orientar curiosos, estudantes, professores e pesquisadores do ramo de estudos da
história a respeito das fontes historiográficas. Quais são as vertentes da
historiografia? De que modo podem ser utilizadas as fontes, e como interpretar
evidências históricas? Em suma, José D’.A Barros irá responder essa e outras
perguntas ao longo de mais de 400 páginas, dividida em três partes em diversos
tópicos. De início, o autor apresenta uma série de definições em torno do que são as
“fontes historiográficas” ou “documentos historiográficos”, nomenclatura dada em
virtude da diferenciação do método e os objetivos propostos pelo estudo, além do
período em que a análise foi feita
A humanidade, do período paleolítico a contemporaneidade passou por vários
estágios de desenvolvimento para chegar até onde o homem se situa atualmente.
Desde os períodos mais remotos até os dias atuais, diversos eventos entre
catástrofes climáticas, revoluções sociais, políticas, econômicas, religiosas,
mudanças governamentais, além dos estilos de vida, acontecerem diante dos olhos
de homens e mulheres que vivenciaram em suas épocas acontecimentos, que
posteriormente se perpetuariam nos anais da história. Deixando de forma “voluntária”
ou “involuntária”, fontes historiograficas de acontecimentos, que no mais tardar seriam
analisadas, e preencheriam lacunas a respeito dos momentos de determinado
período, e consequentemente refletiriam no presente.
Primeiramente, para argumentar esse pensamento, o autor discorre em seu
texto o que são fontes históricas, definindo-as como: "tudo aquilo que, por ter sido
produzido pelos seres humanos ou por trazer vestígios de suas ações e interferência,
pode nos proporcionar um acesso significativo à compreensão do passado humano
e de seus desdobramentos do presente” [2019. P,17. Linha 1 a 2] em vista disto a
frase é assertiva a respeito do que são fontes históricas, por que tudo o que é
ocasionado pelo homem, possui uma bagagem que expõe de forma objetiva e
subjetiva diversos aspectos detalhados e que possam passar despercebidos diante
de olhos comuns, mas não do historiador, que utilizaria o artefato para analisar as
condições sociais, econômicas, éticas e morais, e os modos de vida da população,
sendo aquilo seja deixado de forma intencional ou não.
Posteriormente ao longo dos capítulos, o autor irá contextualizar e definirá as
diferenças entre “fontes” e “documentos históricos”. Embora, à primeira vista,
pareçam possuir a mesma finalidade e significados parecidos, as diferenças entre
eles são enormes dependendo do contexto, período e objetivo de estudo. A
historiografia clássica positivista tratada no livro, propõe que a história deve ser
analisada apenas por dados oficiais, produzidos por instituições governamentais e
sociais que consequentemente obtivessem a versão oficial e concreta dos fatos em
seus “documentos”. Esse método de estudo, abre diversas portas para interpretações
errôneas da história, deixando lacunas e chances para versões unilaterais do fato, o
que será criticado nos anos de 1930, pelos franceses da Escola de Annales.
A transição do periodo clássico para a nova história será tratado no tópico 4,
da primeira parte da obra, em que será relacionados os períodos de transição entre
a historiografia clássica positivista para as proposta de Lucien Febvre e Marc Bloch
a respeito da escrita historiográfica. Será exposto novos métodos e novas formas de
análises através da utilização de outros instrumentos, que servirão de base para
estudos dos “fatos históricos”. Além dos dados documentais, será recomendado o
uso de todo e qualquer artefato antigo que possua evidências de determinado
período, e que possa contar a história e o contexto social dos povos. Essa nova visão
abre um leque de oportunidades para englobar objetos importante, que anteriormente
seriam descartados. Não só isso, também da oportunidade de ir mais a fundo, e de
se fazer um apanhado mais detalhado do que aquele determinado item tem para nos
dizer de forma subjetiva. O autor dirá que tais acontecimentos dentro dos estudos da
historiografia são de suma importância, pois também abre portas para fontes
voluntárias e involuntárias e que essas seriam as “duas grandes revoluções
documentais” da historiografia.
As fontes “voluntarias” e “involuntárias”, seriam os “documentos históricos”
diretos e indiretos de determinado momento produzido pelo homem, afim de deixar
um registro para as próximas gerações. As fontes voluntarias, possuem a
intencionalidade de ser direto e objetivo ao próximo destinatário da informação, com
o objetivo de produzir evidências dos acontecimentos. Já as fontes involuntárias
seriam aquelas produzidas de forma acidental e sem a intencionalidade de
documentar nada, mas ao ser feita uma análise meticulosa, o “não intencional” diria
muito mais a respeito de um fato, do que se fossem produzidas sobre olhos críticos
que intencionam divulgar seus acontecimentos. Essa interpretação do objeto de
estudo depende da maneira e da finalidade do historiador, quais suas concepções e
visões de mundo que ele possue.
O livro é de grande valia para entermos quais métodos de estudos foram
empregados e serão analisados e o que precisaramos utilizar para interpretar um fato.
A obra possui um cuidado especial para contar a importância ao se divulgar a história
dos fatos, e de que forma um objeto interliga os acontecimentos do passado aos dias
atuais. Fica aqui as sugestões de leitura do tópico quatro, onde é tratado a
intencionalidade dos fatos históricos e todo o processo revolucionário na utilização e
organização da documentação histórica, além dos capítulos onze e doze, onde será
tratado de forma mais detalhada as implicações da utilização da documentação ou
dos fatos históricos para a construção e a adição de mais um acontecimento na llinha
cronológica espaço-tempo da humanidade.

Referência bibliográfica:
Barros, José D’Assunção
Fontes históricas:introdução aos usos historiográficos/ José D’Assunção de
Barros- Pétropolis, RJ: Vozes, 2019

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