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Elísio Ernesto Guiamba

A historiografia.

O termo historiografia é composto a partir dos termos “história” (que vem do grego e
significa pesquisa) e “grafia” (que também vem do grego e significa escrita). Sendo assim, o
próprio nome já contém o sentido mais claro da expressão, isto é, “escrita de uma pesquisa”
ou “pesquisa que precisa de uma forma escrita, de uma narrativa”. De forma sucinta: uma
escrita da história.

A historiografia, ou escrita da história, portanto, permeia toda a história das civilizações


desde suas primeiras manifestações. Tanto as civilizações do Médio Oriente, como as que se
desenvolveram na Mesopotâmia, quanto as civilização do Extremo Oriente, como a chinesa e
a hindu, tiveram escribas (pessoas que dominavam a arte da escrita) que se encarregavam de
escrever, além dos rituais religiosos e da contabilidade económica das antigas cidades, as
memórias das tradições que fundaram aquela civilização específica. Nesse processo de escrita
da história da Antiguidade, por diversas vezes a história esteve entrelaçada com os mitos ou
com a narrativa mitológica. Só com os gregos, como Heródoto e Tucídides, que a história
ganhou pela primeira vez uma organização mais sistemática.

Os autores da historiografia grega foram os primeiros a ter consciência de estarem


produzindo uma pesquisa com a finalidade de “não deixar os fatos e feitos” de sua época
perderem-se no tempo (como defendia Heródoto, considerado o “pai da história”). Como
herdeiros culturais dos gregos, grandes historiadores romanos também desenvolveram sua
própria historiografia. Foi o caso, por exemplo, de Cícero, Políbio e Tácito. Esse último
mencionou em sua obra a presença de Jesus de Nazaré na Palestina – que era uma província
do Império Romano na época.

Hoje a historiografia é discutida em vários sentidos, principalmente no que se refere à visão


ideológica dos historiadores. Fala-se muito em tipos de historiografia que se ajustam de
acordo com a ideologia ou a nacionalidade. É o caso, por exemplo, da “historiografia
marxista”, “historiografia conservadora”, ou “historiografia brasileira” e “historiografia
francesa”, ou inglesa”, entre outras.
Abordagens sobre as fontes históricas

“Fonte Histórica” é tudo aquilo que, produzido pelo homem ou trazendo vestígios de sua
interferência, pode nos proporcionar um acesso à compreensão do passado humano. Neste
sentido, são fontes históricas tanto os já tradicionais documentos textuais (crônicas,
memórias, registoscartoriais, processos criminais, cartas legislativas, obras de literatura,
correspondências públicas e privadas e tantos mais) como também quaisquer outros que
possam nos fornecer um testemunho ou um discurso proveniente do passado humano, da
realidade um dia vivida e que se apresenta como relevante para o Presente do historiador”.

“Fonte histórica, documento, registro, vestígio são todos termos correlatos para definir tudo
aquilo produzido pela humanidade no tempo e no espaço; a herança material e imaterial
deixada pelos antepassados que serve de base para a construção do conhecimento histórico. O
termo mais clássico para conceituar a fonte histórica é documento.

Basicamente hoje a ideia que temos acerca de fonte histórica está dividida em três categorias:
fontes escritas, fontes materiais não-escritas e fontes não-materiais (ou imateriais). Não
obstante, é importante ressalvar que essas três categorias foram uma escolha minha, pois
existem outras formas de se classificar as fontes, por exemplo: fontes visuais, fontes
audiovisuais, fontes sonoras, fontes escritas, fontes impressas, fontes digitais, etc., porém
preferi estruturar estas três categorias generalizantes para tornar mais fácil a explicação.

a) Fontes escritas:

As fontes escritas ainda são as mais comuns no estudo da História, e de certa forma as com
mais clareza de entendimento, pois as fontes materiais não-escritas e as fontes imateriais
cobram do historiador ou do pesquisador, um nível mais apurado de atenção e abstração, elas
são mais subjectivas, pois em alguns casos é preciso ter uma capacidade de raciocínio de se
enxergar além do visível, ou seja, ver para além do que esta palpável ou impalpável diante de
si. Diferente da ideia dos metódicos de que os documentos “contavam a História” ou seriam
os “pedaços da História”, não é o documento que se faz por si só ser uma fonte histórica, mas
a validade e importância que o historiador concede a ele. É preciso salientar que nem todos os
documentos manuscritos, impressos, talhados, desenhados, rabiscados, etc., possuam um
valor histórico significativo.
b) Facto histórico:

O próprio conceito de fonte histórica também está relacionado com o conceito de fato
histórico. O historiador britânico Edward HalletCarr [1996] apontou que o fato histórico
difere-se do fato, pois nem tudo que é fato necessariamente possua uma importância para a
pesquisa histórica. É necessário agir de forma crítica para se analisar aquele fato e encontrar
uma cadeia de significância que possa ser contextualizado a outros acontecimentos que
demonstrem uma importância de serem lembrados em um lugar, em uma época, entre um
povo. A partir dessa importância isso determinará a plausibilidade e validade de determinada
fonte como uma fonte histórica, e por sua vez como um fato histórico.

“É comum dizer-se que os fatos falam por si. Naturalmente isto não é verdade. Os fatos falam
apenas quando o historiador os aborda: é ele quem decide quais os fatos que vêm à cena e em
que ordem ou contexto”. (CARR, 1996, p. 39).

O historiador francês Antoine Prost [2008] também chama a atenção para a condição de que é
o “problema” do historiador que cria o documento e não o documento que cria o “problema”.
Às vezes você possui o “problema” (note-se aqui que ele faz referência à história-problema
de Febvre), mas lhe falta às fontes, em outros momentos, se possuem as fontes, mas lhe falta
o “problema”.

“Com efeito, a história não pode proceder a partir dos fatos: não há fatos sem questões, nem
hipóteses prévias. Ocorre que o questionamento é implícito; mas, sem ele, o historiador
ficaria desorientado por desconhecer o objeto e o lugar de suas buscas. [...]. A história não é
uma pesca com rede; o historiador não lança seu barco na tentativa de apanhar alguns peixes,
sejam eles quais forem”. (Prost, 2008).

“O passado só se torna história quando expressamente interpretado como tal; abstraindo-se


dessa interpretação ele não passa de material bruto, um fragmento de fatos mortos, que só
nasce como história mediante o trabalho interpretativo dos que se debruçam, reflexivamente,
sobre ele”. (RÜSEN, 2001, p. 77).
c) Fontes materiais não-escritas:

As fontes materiais não-escritas referem-se a uma vasta gama de objectos, utensílios,


ferramentas, armas, roupas, máquinas, veículos, instrumentos, construções, pinturas,
esculturas, espaços artificiais e naturais, fenómenos naturais, o corpo humano, animais,
plantas, alimentos, etc. Essas já vinham sendo pesquisadas desde pelo menos o período
Renascentista como apontaram Peter Burke [2003; 2008] e Roger Chartier [2009],
principalmente em referência ao trabalho dos antiquários em se estudar suas colecções de
objetos em seus gabinetes de curiosidade, a fim de descobrir a história por trás deles.

A partir da tendência dos antiquários e de alguns curiosos, pois a profissão de historiador não
possuía regulamentação e não possuía cursos universitários para formação do historiador; os
historiadores eram empíricos, ou seja, era na prática da pesquisa e da escrita que eles se
tornavam historiadores. Contudo, foi a partir dessa preocupação em não apenas guardar-se os
objetos nos gabinetes de curiosidade, mas de procurar entender a história por trás deles que
começaram a surgir às chamadas “ciências auxiliares”:

 diplomática (estudo dos documentos);


 numismática (estudo das moedas);
 heráldica (estudo dos brasões e escudos);
 genealogia (estudo das linhagens familiares);
 codicologia (estudo físico dos livros);
 arqueologia (estudo dos vestígios humanos);
 história da arte;
 história da arquitetura, etc.

Contudo, as chamadas “ciências auxiliares” não ficaram apenas restritas ao estudo das fontes
materiais não-escritas, mas também passaram a estudar as fontes escritas.

 Paleografia (estudo da escrita);


 epigrafia (estudo das inscrições);
 filologia (estudo do desenvolvimento da língua escrita e falada);
 sigilografia (estudo dos selos);
 estatística (estudo de dados estatísticos).
Hoje algumas dessas chamadas “ciências auxiliares” consistem em ciências próprias, não
vistas como subordinadas ao estudo da História, mas consistindo também no estudo de seus
próprios campos.

d) Fontes imateriais:

Basicamente define-se fonte não-material aquilo que não é tangível, aquilo que não está
registrado num suporte físico (papel, pergaminho, madeira, pedra, argila, meio digital, etc.),
mas que se transmite através da cultura de forma oral, corporal e simbólica. Festas, ritos,
cultos, celebrações, música (aqui no sentido de melodia), dança, teatro, ofícios, história oral,
costumes, hábitos, lendas, saberes, folclore, mitologia, etc., tudo que esteja relacionado a vida
cotidiana de uma comunidade, de uma sociedade, que represente aspectos sociais e culturais
de um povo.

Logo, as chamadas “história das ideias”, “história das mentalidades”, “cultura imaterial”,
“imaginário social”, termos surgidos ao longo do século XX, que hoje estão inseridos nos
estudos de história cultural e história social, representam as tentativas e meios dos
historiadores em se estudar a sociedade não do ponto de vista do documento escrito ou da
cultura material, mas sim dos seus costumes, representações, práticas, ideias, etc.

“Muitos historiadores aprenderam a usar o termo ‘cultura’ no sentido amplo. [...]. Alguns
deles, especialmente na França, nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, frequentaram
seminários de antropologia, tomaram de empréstimo alguns conceitos e construíram uma
abordagem que veio a ser conhecida como ‘antropologia histórica’, muito embora ‘história
antropológica’ talvez fosse mais apropriada. Uma das mudanças mais significativas que se
seguiu a esse longo momento de encontro entre história e antropologia – encontro que ainda
não chegou ao fim, embora provavelmente esteja menos estreito – foi o uso do termo
‘cultura’ no plural e em um sentido cada vez mais amplo”. (BURKE, 2008, p. 44).

No caso do conceito de cultura, Burke, Chartier e outros historiadores gostam de usar o


sentido proposto por Clifford Geertz em seu livro A Interpretação das Culturas (1988) onde
ele disse que a cultura seria:
“Um padrão, historicamente transmitido de significados incorporados em
símbolos, um sistema de concepções herdadas, expressas em formas
simbólicas, por meio das quais os homens se comunicam, perpetuam e
desenvolvem seu conhecimento e suas atitudes acerca da vida”.

Com esse conceito amplo de cultura como falou Burke, a ideia de fonte imaterial cresceu
vertiginosamente a ponto de como Burke disse: “estamos caminhando para uma história de
quase tudo”, e para se estudar “quase tudo”, é necessário ter fontes para isso. Não irei entrar
nesse debate, mas algo que ele chamou a atenção é que hoje não temos uma clareza de
fronteiras nas possibilidades do estudo da história cultural.

Classificação das fontes:

Também é necessário rapidamente abordar a classificação de fonte primária, secundária e


terciária para a história, que na realidade não é algo tão complexo como se supõe.

Fonte primária ou fonte original: consiste na fonte produzida no contexto temporal na qual
ela se insere. Neste caso a fonte primária é contemporânea do seu autor, seja um manuscrito,
uma pintura, um livro, uma estátua, uma espada, um baú, um barco, uma casa, etc.

Fonte secundária consiste na análise, descrição, estudo, interpretação, apropriação da fonte


primária, geralmente usamos essas características para se tratar mais das fontes escritas. As
fontes secundárias escritas além de se referirem a outras fontes primárias escritas, também
podem se referir a fontes secundárias.

No caso das fontes materiais não-escritas, as chamadas cópias, transcrições, réplicas,


modelos, reconstruções, etc., podem ser consideradas fontes secundárias. Por exemplo, forjar
uma espada de bronze no modelo do gládio romano, não é uma fonte primária, embora a
arma seja idêntica, mas ela não foi feita na época que normalmente foi usada. Cópias do
quadro da Mona Lisa, não são fontes primárias, pois a Mona Lisa é única. Contudo o que
define uma fonte primária não é propriamente a unicidade de sua existência, mas a sua
produção em seu tempo.

Por fim, a fonte terciária é usada num contexto mais bibliográfico. Considera-se fonte
terciária a obra que tende a abranger uma gama de conteúdos específicos ou variados, mas
que atue de forma organizadora. Um almanaque, um manual, uma enciclopédia, um livro de
notas, um livro de bibliografias, um dicionário especializado, são considerados obras
terciarias.

A fonte terciária pode fazer referências a fontes primárias, secundárias e até outras fontes
terciárias. Na biblioteconomia, a fonte terciária atua como uma espécie de catálogo de
orientação, onde apresenta numa forma geral o conteúdo ou conteúdos, ou atua como uma
orientação para obras que tratem mais especificamente de tais assuntos.

Abordagens históricas:

Sendo assim, para caminharmos ao encerramento desse texto, apresentarei algumas fontes
que podem ser utilizadas para a pesquisa histórica, dividindo essa explanação em quatro
categorias: história política, história económica, história social e história cultural.

a) História política:

Ao longo do século XIX e até meados do XX, a história política tradicional ainda estava em
alta. Os historiadores daquele tempo visavam muito a “documentação oficial”, nesse caso
como Silva & Silva [2009] assinalaram: a ideia de documento passou a se referir no século
XIX a fonte escrita, mas não qualquer fonte escrita, mas as fontes produzidas por órgãos,
entidades, funcionários e autoridades do governo, isso gerava uma credibilidade a fonte.
Relatórios, atas, notas, cartas oficiais, memorandos, declarações, diário oficial, documentos
jurídicos, militares e administrativos, etc., tudo que tivesse sido produzido pelo governo ou
para o governo, era visto como fonte para esse tipo de história.

Aqui se pode ver que houve um desenvolvimento historiográfico no campo dos estudos da
história política, e hoje podemos procurar realizar diversas abordagens tomando todos os três
tipos de fontes apresentados. Para estudar a história política podemos usar: relatórios
administrativos do Estado, relatórios governamentais, relatórios militares, documentação
particular dos políticos, reportagens, entrevistas, pesquisas eleitorais e de opinião pública,
propaganda eleitoral, propaganda antipolítica, índices econômicos, índices demográficos,
espaços do poder, ideia de poder, simbolismo por trás da ideia de governar; idolatria aos
líderes, formas de governo, teoria política, ideia de justiça, ordem, disciplina; religião e
governo; estrutura burocrática, movimentos sociais, revoltas, guerras, revoluções, políticas
sociais, políticas externas, geopolítica, etc.
b) História economica:

A partir do estudo da história económica, desenvolveu-se o estudo da história demográfica,


desenvolveu-se os estudos dos métodos quantitativos e seriados, aplicáveis inicialmente a
história económica, mas passaram a ser usados nos estudos demográficos, políticos, sociais,
etc. Embora hoje tais metodologias estejam em baixa, em meados do século XX, foram
bastante empregadas principalmente na França, um dos polos historiográficos do mundo. A
importância destes métodos e da história económica foi a introdução do uso de números na
pesquisa histórica, pois diferente do que normalmente alguns pensam, que o historiador só
utiliza números para se referir as datas, nós usamos diferentes valores para esboçar diferentes
situações e índices.

A história quantitativa de Labrousse e seu método seriado foi aplicado para unir aos estudos
económicos, fontes antes renegadas pelos historiadores ou consideradas de pouca
importância, porém com o advento do interesse pelos estudos demográficos e sociais, passou-
se a usar como fontes escritas: certidões de nascimento, óbito, casamento, divórcio, taxas de
migração, índices de desemprego e de emprego, índices de criminalidade, mortalidade e
natalidade, posteriormente com a melhoria nos censos demográficos novos índices foram
incluídos nos estudos demográficos, assim como também se tornaram base para estudos
económicos, sociais, etc.

Originalmente a história económica se preocupava com as crises económicas, os modelos


económicos e os modos de produção, dando maior importância a fontes escritas. Hoje já
usamos fontes materiais não-escritas e até fontes imateriais, onde podemos estudar a cultura
material pelo consumismo e a produção; índices de desemprego e emprego; desenvolvimento
tecnológico; modo de vida; tributação, inflação, mercados, bancos, bolsas de valores;
políticas económicas, taxas de câmbio, taxas de preço, divisão do trabalho, divisão da renda,
história do trabalho, história do dinheiro, produção rural, produção industrial, produção
urbana, etc.

c) História social:

O campo da história social é complexo e bastante abrangente, contudo me limitarei aqui a


tentar realizar uma síntese de algumas obras importantes para elucidar a questão das fontes
históricas e as possibilidades de estudo. A preocupação com o estudo da sociedade já existia
antes do século XX; Michelet como visto neste texto, ainda no século XIX, apresentou
atenção para se estudar o povo.

Bloch [1997] chegou a dizer uma famosa frase: “a História é o estudo do homem no Tempo”.
A partir dessa frase demasiada óbvia para hoje em dia, podemos pensar que a História só
existe por causa do homem, ou melhor, por causa de sociedades que compartilham valores
internos e externos, daí Bloch complementar sua frase apontando essa necessidade de que o
estudo histórico não analisa o indivíduo a parte de uma sociedade, mas sua relação com a
sociedade que está inserido ou que está se comunicando.

Daí pensar-se que a sociedade seria o grande foco do estudo da história, pois a economia, a
política, as leis, os saberes, a cultura, etc., seriam necessidades desenvolvidas pelas pessoas
para poderem conviver e sobreviver. A historiadora brasileira Ângela de Castro [1997]
apontou que o conceito de história social estava dividido em três fases ao longo do século
XX, e em cada fase a história social era interpretada de forma diferente.

d) História cultural:

Assim como a história social possui um amplo debate, a história cultural também se compara
neste ponto. Sobre os estudos culturais, Burke [2008] nos mostrou que a história cultural
surgiu no século XIX e até meados do século XX, ela esteve bastante ligada ao estudo de
fontes escritas e fontes materiais não-escritas sendo que neste caso, principalmente obras de
arte. Burke chamou a atenção para que nesse período o foco era se estudar a pintura,
literatura, escultura, música erudita e a arquitetura, privilegiando a produção artística a partir

"A ideia de 'cultura popular' ou Volkskultur se originou no mesmo lugar e momento que a de
'história cultural': na Alemanha do final do século XVIII. Canções e contos populares,
danças, rituais, artes e ofícios foram descobertos pelos intelectuais de classe média nessa
época. No entanto, a história da cultura popular foi deixada aos amantes de antiguidades,
folcloristas e antropólogos. Só na década de 1960 um grupo de historiadores, sobretudo, mas
não exclusivamente anglófonos, passou a estudá-la". (BURKE, 2008, p. 29).

Mas quais seriam as fontes para a história cultural? Essa é uma resposta difícil, pois é esse
campo de estudo é bastante abrangente, mas citarei alguns exemplos de fontes: artes,
ciências, tecnologia, costumes, hábitos, opinião pública, festejos; vestimentas, armas,
ferramentas; paisagens naturais, rurais e urbanas; conceitos, ideias, modelos sociais,
científicos, religiosos, económicos, políticos, etc; guerra, paz, forças armadas; religião,
memória, esquecimento, oralidade, escrita; sexualidade, feminilidade, machismo; meios de
transporte, meios de comunicação; imaginário social, folclore, mitologia, lendas, superstição,
crendices, etc. As possibilidades de se estudar a cultura é algo ainda não determinado,
dependendo da capacidade do historiador de problematizar as fontes.

Referências Bibliográficas:

BARROS, José Costa D' Assunção. Fonte histórica (1): o que é fonte histórica? Disponível
em: http://escritasdahistoria.blogspot.com.br/2011/01/fonte-historica-1-o-que-e-fonte.html.
Acessado em 24 de outubro de 2020.

BURKE, Peter. O que é história cultural? Tradução de Sérgio Goes de Paula, 2a ed, Rio de
Janeiro, Zahar, 2008.

CADIOU, François; COULOMB, Clarisse; LEMONDE, Anne; SANTAMARIA, Yves.


Como se faz a história: historiografia, método e pesquisa. Petrópolis, Vozes, 2007.

CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (orgs.). Domínios da história: ensaios de


teoria e de metodologia. 5a ed, Rio de Janeiro, Campus, 1997.

CARR, Edward Hallet. Que é história? 4ª ed, São Paulo, Paz e Terra, 1996.

CASTRO, Hebe. História Social. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo
(orgs.). Domínios da história: ensaios de teoria e de metodologia. 5a ed, Rio de Janeiro,
Campus, 1997.

COLISTETE, Renato Perim. O que é história econômica? São Paulo, FEA/USP, 2008.

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