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1. Introdução...........................................................................................................................3
1.3. Metodologia.................................................................................................................4
4.1.6. Brasil..................................................................................................................11
5.1. Factores que Contribuíram para o Uso do Português como Língua Franca..............13
10. Conclusão......................................................................................................................22
11. Bibliografia...................................................................................................................23
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1. Introdução
A língua portuguesa, com suas raízes profundas na história e cultura lusitana, transcendeu
fronteiras geográficas e culturais ao longo dos séculos, tornando-se um dos idiomas mais
falados e influentes do mundo. A expansão global do português é um fenómeno linguístico
notável que ecoa não apenas a influência colonial de Portugal, mas também a capacidade de
adaptação e resiliência da língua diante de desafios diversos. Este trabalho se propõe a
explorar a fascinante jornada da língua portuguesa desde suas origens até sua actual presença
em diferentes continentes, destacando as razões históricas, sociais e políticas por trás desse
processo.
A história da expansão da língua portuguesa é uma narrativa rica e multifacetada que abrange
séculos de evolução linguística e interacções culturais. Ao longo desse período, o português
foi levado por marinheiros, exploradores e colonizadores a terras distantes, estabelecendo-se
como uma língua de comunicação e cultura em regiões tão diversas quanto a África, as
Américas e a Ásia. Esse processo de difusão linguística não apenas reflecte a exploração
geográfica e a colonização, mas também a troca de ideias, tradições e valores entre diferentes
povos.
Ao mergulhar nessa rica tapeçaria de história linguística, esperamos lançar luz sobre a
relevância contínua do português como língua de conexão entre povos, culturas e nações,
bem como seu potencial para moldar o futuro da comunicação global.
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A metodologia é uma parte crucial de qualquer pesquisa académica, sem ela um trabalho
designasse incompleto. Para elaboração do nosso trabalho sobre a expansão da língua
portuguesa no mundo, optamos a seguinte metodologia:
Revisão Bibliográfica
No século XV, Portugal se destacou como uma potência marítima, explorando novas rotas
comerciais e estabelecendo colónias em várias partes do mundo. De acordo com Valente
(2012), essa expansão foi um marco fundamental na disseminação da língua portuguesa, à
medida que os portugueses estabeleceram contacto com culturas e povos diversos.
Uma das características mais distintivas da formação do português clássico nos séculos XV e
XVI foi a relativização linguística, um processo resultante do intenso contacto entre os
exploradores portugueses e uma miríade de culturas e línguas estrangeiras. Esse fenómeno
desencadeou mudanças profundas na língua portuguesa, como observado por Valente (2012).
Conforme observado por Santos (2015), a presença de Portugal na Índia e em outras partes da
Ásia introduziu influências linguísticas marcantes. A língua árabe, em particular, exerceu
uma influência profunda no léxico português, trazendo termos como 'alcatruz' (do árabe 'al-
qādūs') e 'caravela' (originada do árabe 'qārib'). Além disso, palavras relacionadas a
especiarias e comércio, como 'açúcar' e 'algodão', foram incorporadas ao português nesse
contexto.
Conforme observado por Vieira (2010), a presença de Portugal na Índia e em outras partes da
Ásia introduziu influências linguísticas marcantes. A língua árabe, em particular, exerceu
uma influência profunda no léxico português, trazendo termos como 'alcatruz' (do árabe 'al-
qādūs') e 'caravela' (originada do árabe 'qārib'). Além disso, palavras relacionadas a
especiarias e comércio, como 'açúcar' e 'algodão', foram incorporadas ao português nesse
contexto.
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Como destacado por Alves (2014), uma das características fonéticas mais distintivas do
português clássico desse período foi a simplificação da pronúncia de consoantes finais não
pronunciadas. Anteriormente, palavras que terminavam em consoantes eram pronunciadas
com essas consoantes finais, mas durante os séculos XV e XVI, houve uma tendência
crescente para a simplificação desses sons finais. Isso levou à pronúncia das palavras sem a
última consoante, como "amor" passando a ser pronunciado como amo (Alves 2014).
Palavras de Empréstimo
De acordo com o estudo de Silva (2014), o contacto com diversas culturas e a expansão
global levaram à incorporação de palavras de empréstimo no léxico português. Termos de
origem estrangeira foram assimilados e adaptados, enriquecendo o vocabulário. Palavras de
origem árabe, como "azeite" (do árabe "az-zayt"), e termos náuticos de origem holandesa,
como "içar" (do neerlandês "hijsen"), são exemplos notáveis desse fenómeno.
Sintaxe Colonial
Formalização da Gramática
O português dos séculos XV e XVI, durante a era dos Grandes Descobrimentos, representa
um período crucial na evolução da língua. A relativização linguística, o enriquecimento do
léxico, as mudanças fónicas e as influências sintácticas se tornaram características distintivas
desse período (Pereira, 2011).
A trajectória da língua portuguesa ao longo dos séculos XV a XIX é uma narrativa intrincada
e fascinante de exploração, expansão colonial e transformação linguística. Durante esse
período, o português não apenas se disseminou em diferentes partes do mundo, mas também
evoluiu como língua franca global, desempenhando um papel significativo na formação de
crioulos em diversas regiões (Mendes, 2018).
Nos albores do século XV, Portugal embarcou em uma era de exploração e expansão que
ficaria marcada na história como a Era dos Descobrimentos. Foi durante esse período que os
portugueses, liderados por destemidos exploradores, lançaram-se no oceano Atlântico em
busca de novas terras e rotas comerciais (Fernandes, 2009).
A história da Madeira começou em 1419, quando João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz
Teixeira, navegadores portugueses, avistaram pela primeira vez uma massa de terra
desconhecida no horizonte (Alves, 2014). Determinados a explorar essa nova terra, eles
desembarcaram na ilha que mais tarde seria chamada de Porto Santo. No ano seguinte, em
1420, a ilha principal da Madeira foi descoberta e recebeu o nome de "Ilha da Madeira"
devido à abundância de madeira encontrada ali.
A descoberta das ilhas dos Açores, situadas mais a noroeste no Atlântico, ocorreu alguns anos
depois. Em 1427, o navegador Diogo de Silves avistou essas ilhas e lançou as bases para a
colonização subsequente (Fernandes, 2009). As ilhas açorianas eram estrategicamente
importantes devido à sua localização, servindo como uma espécie de ponto de parada vital
para as expedições marítimas que se aventuravam pelo Atlântico diz (Fernandes, 2009).
Com a colonização das ilhas da Madeira e Açores, o português se tornou a língua oficial e
predominante nessas novas colónias (Fernandes, 2009). Isso não apenas consolidou o
domínio português nessas regiões, mas também contribuiu para a unificação linguística. No
entanto, ao longo do tempo, características regionais distintas se desenvolveram em dialectos
locais, resultando em diferenças na pronúncia, vocabulário e expressões que persistem até
hoje (Fernandes, 2009).
A expansão geográfica do português nas Ilhas de Cabo Verde, situadas no meio do oceano
Atlântico, representou um marco significativo na expansão colonial portuguesa durante os
séculos XV e XVI (Martinho, 2010). A descoberta e colonização dessas ilhas, inicialmente
desabitadas, foram impulsionadas por motivações económicas, estratégicas e marítimas. O
arquipélago de Cabo Verde tornou-se um ponto estratégico fundamental para as rotas
comerciais e para o próprio processo de expansão do império português (Martinho, 2010).
Além de seu valor estratégico, Cabo Verde desempenhou um papel crucial na expansão da
língua portuguesa. O português se tornou a língua oficial nas ilhas e, ao longo dos anos,
desenvolveu características linguísticas distintas influenciadas pelas línguas africanas locais e
pelo contacto com outras culturas. Essa evolução linguística é reflectida no crioulo cabo-
verdiano, que é uma variante do português com influências africanas e europeias únicas
(Martinho, 2010).
4.1.6. Brasil
A colonização do Brasil foi liderada por Pedro Álvares Cabral, que inicialmente avistou a
costa brasileira em 1500. Com a subsequente colonização, os portugueses estabeleceram
feitorias, plantações e fortalezas em diversas regiões do país. A interacção entre os colonos
europeus, as populações indígenas e os africanos escravizados resultou em uma rica fusão
cultural e linguística que moldou a identidade brasileira. O português, influenciado pelas
línguas indígenas e africanas, desenvolveu-se para criar o português brasileiro, uma variante
distinta da língua com características únicas de pronúncia, vocabulário e gramática.
A chegada dos portugueses à Índia em 1498, liderada por Vasco da Gama, marcou um marco
importante na exploração do Oceano Índico. Os portugueses estabeleceram postos comerciais
e fortalezas ao longo da costa indiana, estabelecendo um domínio significativo na região. A
Índia era uma fonte valiosa de especiarias, como pimenta, canela e cravo, que eram altamente
cobiçadas na Europa. Essa expansão económica foi fundamental para a economia portuguesa
da época.
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Além de seu impacto económico, a presença portuguesa na Índia teve implicações culturais e
linguísticas profundas. O português, como língua colonial, tornou-se um meio de
comunicação entre os colonos europeus e as diversas comunidades locais na Índia. Essa
interacção resultou em uma troca de conhecimentos e costumes, bem como na influência
mútua nas línguas. O português deixou uma marca duradoura no léxico e na cultura da Índia,
e seu legado pode ser observado em empréstimos linguísticos e influências culturais que
persistem até os dias de hoje (Oliveira, 2011).
Além da Índia, os portugueses também expandiram sua presença para o Extremo Oriente,
estabelecendo postos comerciais em lugares como Macau (actualmente uma Região
Administrativa Especial da China) e Nagasaki, no Japão. A presença portuguesa no Extremo
Oriente contribuiu para o intercâmbio cultural entre o Ocidente e o Oriente, incluindo a
disseminação da cultura europeia e o comércio de produtos como seda, porcelana e chá
(Oliveira, 2011).
A expansão geográfica realizada por Portugal entre os séculos XV e XIX teve um profundo
impacto na difusão do português como língua franca em diferentes partes do mundo (Ramos,
2017). Durante esse período, os portugueses estabeleceram colónias e rotas comerciais em
regiões tão diversas quanto a África, a Ásia e as Américas. Como resultado, o português
emergiu como uma língua de comunicação entre os colonizadores europeus e as comunidades
locais, facilitando o comércio, o intercâmbio cultural e o entendimento mútuo (Ramos, 2017).
O uso do português como língua franca durante a Era dos Descobrimentos (séculos XV a
XIX) foi influenciado por uma série de factores que contribuíram para a disseminação e
aceitação da língua em diferentes partes do mundo:
Além do léxico, o português também influenciou a gramática e a sintaxe das línguas crioulas,
embora tenha ocorrido uma simplificação e adaptação desses elementos para se adequarem às
necessidades e características das comunidades locais. Essa influência gramatical se reflecte
nas estruturas de frases, acordos nominais e verbais, e na organização linguística das línguas
crioulas. Por exemplo, em muitos crioulos, podem-se identificar padrões gramaticais que têm
raízes no português, mas evoluíram para se tornarem parte integral das línguas crioulas
(Gonçalves, 2018).
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Exemplos
Cabo Verde - Crioulo Cabo-verdiano: Nas ilhas de Cabo Verde, o Crioulo Cabo-
verdiano é uma língua crioula baseada no português, mas enriquecida com influências
africanas e europeias. Por exemplo, a palavra "meninu" em Crioulo Cabo-verdiano
significa "criança", derivando do português "menino". Esta língua crioula é
amplamente falada nas ilhas e possui várias variedades regionais.
São Tomé e Príncipe - Forro: Em São Tomé e Príncipe, a língua crioula conhecida
como Forro é um exemplo notável. Ela incorpora elementos do português, mas com
simplificações na gramática e influências de línguas africanas locais. Por exemplo, "N
fala português" (Eu falo português) em Forro reflecte a influência directa do
português na estrutura da frase.
Guiné-Bissau - Crioulo da Guiné-Bissau: O Crioulo da Guiné-Bissau é uma língua
crioula que surgiu da interacção entre o português e línguas africanas nativas. Um
exemplo é a palavra "kuskus," que significa "escola" em Crioulo da Guiné-Bissau,
uma adaptação da palavra portuguesa "escola."
Cabo Delgado, Moçambique - Crioulo de Base Portuguesa: Nessa região de
Moçambique, o Crioulo de Base Portuguesa é influenciado pelo português, mas
também pela língua suaíli local. A palavra "kupika," que significa "cozinhar" em
Crioulo de Base Portuguesa, reflecte a influência das línguas africanas na criação
desse crioulo.
Haiti - Crioulo Haitiano: Embora não esteja directamente relacionado ao português, o
Crioulo Haitiano é outro exemplo de uma língua crioula que se originou do contacto
entre línguas europeias (principalmente o francês) e línguas africanas. Esse crioulo é
amplamente falado no Haiti e é um exemplo de como as línguas crioulas podem
emergir em contextos coloniais diversos.
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Segundo Vieira (2010), a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500 marcou o início da
trajectória do Português Brasileiro. Ao longo dos séculos, esse dialecto se transformou sob a
influência de diversas línguas indígenas, africanas e europeias. Essa diversidade linguística é
evidente na variedade de sotaques, vocabulário regional e estruturas gramaticais que existem
em todo o Brasil. Do sertão nordestino às metrópoles urbanas do sudeste, cada região
contribuiu para a riqueza do Português Brasileiro, criando uma tapeçaria linguística vibrante
(Vieira, 2010).
Uma característica marcante do Português Africano é a influência das línguas africanas nas
estruturas gramaticais, no léxico e na fonologia. Por exemplo, em Angola, é comum a
influência do kimbundu e do umbundu, enquanto em Moçambique, línguas como o macua e o
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changana deixaram suas marcas na variedade linguística. Além disso, o Português Africano
frequentemente apresenta uma pronúncia única, com características fonéticas distintas em
comparação com o Português Europeu ou o Português Brasileiro (Santos, 2020).
Cada região africana que abraçou o português como língua oficial desenvolveu sua própria
variedade do Português Africano, com características únicas que reflectem a diversidade
étnica, cultural e linguística do continente (Pereira, 2019). Essa riqueza linguística é um
testemunho da resiliência das comunidades africanas em preservar suas identidades culturais
e linguísticas, mesmo em meio à influência colonial. O Português Africano continua a
evoluir, reflectindo a dinâmica social e cultural em constante transformação das nações
africanas, e é uma parte essencial da herança linguística do continente.
A presença dos portugueses na Ásia teve início com a chegada de Vasco da Gama à Índia em
1498. Ao longo dos séculos seguintes, Portugal estabeleceu postos comerciais, fortalezas e
rotas comerciais em várias partes da Ásia, incluindo Goa (na Índia), Malaca (na Malásia),
Macau (na China) e Timor-Leste. Essas áreas se tornaram pontos cruciais para o comércio de
especiarias, seda, porcelana e outros produtos valiosos (Silva, 2014).
O Português Asiático, influenciado pelas línguas e culturas locais, evoluiu para uma
variedade distinta. Em Goa, por exemplo, o Konkani e o Marata influenciaram fortemente o
Português Asiático, resultando em uma mistura única de vocabulário e estruturas gramaticais.
Em Macau, onde o contacto com o cantonês era frequente, surgiram variações específicas. A
influência do português também se estendeu às línguas locais, com muitos termos e palavras
portuguesas sendo incorporados ao léxico dessas línguas (Reto, 2014).
Apesar de ter perdido sua posição predominante após a colonização portuguesa na Ásia, o
Português Asiático deixou um legado linguístico e cultural que persiste até hoje. Em Macau,
por exemplo, o português é uma das línguas oficiais, e a influência cultural portuguesa é
visível na arquitectura e nas tradições locais. Nas Filipinas, o crioulo conhecido como
"Chavacano" tem elementos do português em sua base linguística (Silva, 2014).
Além disso, a expansão geográfica do português gerou uma vasta diversidade linguística
(Sousa, 2017). Em cada região colonizada, o português interagiu com línguas locais,
resultando em crioulos e variantes regionais que são testemunhos da complexidade das
dinâmicas culturais. Essas línguas crioulas não são apenas meios de comunicação, mas
também expressões culturais únicas que reflectem as identidades das comunidades locais.
A expansão da língua portuguesa nos séculos XX e XXI é um fenómeno notável que engloba
não apenas os países lusófonos, mas também comunidades de língua portuguesa na diáspora,
conhecidas como lusofonia (Silva, 2019). O Brasil, como o maior país lusófono do mundo,
desempenha um papel central nesse processo, exercendo influência cultural e económica
global através de sua música, cinema, literatura e negócios (Ferreira, 2018). A bossa nova de
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João Gilberto, as canções de Caetano Veloso e Gilberto Gil, bem como os filmes de Glauber
Rocha e Walter Salles, são exemplos notáveis dessa influência cultural (Santos, 2020).
Além disso, países africanos de língua portuguesa, como Angola e Moçambique, estão
experimentando um período de crescimento económico e desenvolvimento nas últimas
décadas. Isso tem fortalecido a presença internacional desses países, à medida que buscam
estabelecer parcerias comerciais e diplomáticas em todo o mundo (Pereira, 2017). O uso do
português como língua oficial nesses países é um factor importante em sua capacidade de se
envolverem em negociações internacionais e de se beneficiarem da crescente lusofonia
(Ribeiro, 2019).
Os governos dos países lusófonos têm reconhecido a importância da língua portuguesa como
uma ferramenta diplomática poderosa (Martins, 2016). Muitos promovem a língua e a cultura
lusófonas no exterior por meio de iniciativas de diplomacia cultural. Isso envolve a realização
de eventos culturais, intercâmbios académicos e programas de ensino do português em
universidades estrangeiras. Essas acções têm como objectivo não apenas fortalecer os laços
entre as comunidades de língua portuguesa no exterior e as suas nações de origem, mas
também aumentar a visibilidade e o prestígio do português como língua internacional
(Oliveira, 2015).
desafios como a diversidade linguística e a manutenção das identidades culturais devem ser
abordados para garantir um futuro vibrante para o português. É uma língua de conexão entre
culturas diversas e uma ferramenta poderosa para a comunicação, a cultura e o comércio,
enriquecendo o mundo com sua riqueza linguística e cultural.
Além disso, a interacção entre o Português e as línguas Bantu em Moçambique vai além das
palavras e da pronúncia. É uma fusão cultural e linguística que molda a identidade do país
(Simões, 2017). Práticas como a medicina tradicional são frequentemente discutidas em um
contexto que envolve ambas as línguas, demonstrando uma integração profunda de
conhecimentos e crenças. Além disso, festivais e celebrações locais incorporam elementos
linguísticos e culturais de ambas as tradições, promovendo uma sensação de identidade
híbrida e enriquecedora.
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10. Conclusão
O português, uma língua que teve início em Portugal, atravessou os oceanos durante a Era
dos Descobrimentos e estabeleceu-se firmemente em continentes tão diversos quanto a
África, a Ásia e as Américas. Sua expansão não se limita apenas à geografia, mas também
abrange as mentes e os corações das pessoas que a adoptaram como parte integrante de sua
identidade cultural.
Ao longo desta análise, ficou claro que a expansão da língua portuguesa é resultado de uma
complexa interacção de factores históricos, sociais e políticos. Os laços coloniais, o comércio
internacional e as migrações têm desempenhado papéis cruciais na disseminação e na
diversificação do português.
A língua portuguesa não é apenas um meio de comunicação; é uma expressão viva da rica
herança cultural de seus falantes. Ela se adaptou e evoluiu, absorvendo influências locais e
regionais, criando uma tapeçaria única de sotaques, dialectos e variações. Esse dinamismo é
uma prova de sua vitalidade e capacidade de se conectar com as pessoas em um nível pessoal
e emocional.
Hoje, a língua portuguesa é uma língua global, com uma presença crescente na política
internacional, no comércio, na educação e na cultura. Organizações como a CPLP
desempenham um papel fundamental na promoção e na protecção do português, bem como
na celebração da diversidade linguística que a língua abraça.
11. Bibliografia
Alves, C. (2014). O português como língua de herança nos Estados Unidos: Uma análise
sociolinguística. In S. P. Silva & M. L. Oliveira (Eds.), Línguas em contacto: Perspectivas
sociolinguísticas (pp. 67-82). Editora ABC.
Silva, S. (2019). O português como língua de herança nos Estados Unidos. In S. P. Silva
(Ed.), Português como língua de herança: Perspectivas teóricas e metodológicas (pp. 87-104).