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Introdução

O presente trabalho insere-se no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa, a temática


escolhida é a Mudança da Língua Portuguesa, um tema interessante e muito importante para a
cultura geral, neste trabalho pretendemos divulgar um pouco mais sobre o contexto biológico
da Língua Portuguesa. Este texto procura inicialmente apresentar um pouco da história desta
língua, partindo das raízes latinas na Europa até o português moderno. Em seguida, apresentar
a situação actual do português nos diversos países e regiões do mundo onde ele é falado.

Este texto não é escrito para especialistas em línguas. Destina-se às pessoas em geral que
desejam conhecer um pouco mais sobre a língua portuguesa. Trata-se de um trabalho formado
a partir de contribuições recolhidas de diversas fontes e por várias pessoas. Por estas razões,
pedimos antecipadamente desculpas por eventuais erros e omissões e convidamos todos a
acrescentarem seus comentários e sugestões.

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Evolução da Língua Portuguesa no Tempo

O surgimento da Língua Portuguesa está profunda e inseparavelmente ligado ao processo de


constituição da Nação Portuguesa. Na região central da actual Itália, o Lácio, vivia um povo
que falava latim. Nessa região, foi posteriormente fundada a cidade de Roma, esse povo foi
crescendo e anexando novas terras ao seu domínio. Os romanos chegaram a possuir um
grande império e, a cada conquista, impunham aos vencidos os seus hábitos, as suas
instituições, os seus padrões de vida e a sua língua.

Existiam duas formas de expressar o latim:

 O latim vulgar
 O latim clássico

Latim Vulgar

O latim vulgar era somente falado. Era a língua do quotidiano, usada pelo povo analfabeto
da região central da actual Itália e das províncias: soldados, marinheiros, artífices,
agricultores, barbeiros, escravos, etc. Era a língua viva, sujeita a alterações frequentes e por
isso apresentava diversas variações.

Latim Clássico

O latim clássico era a língua falada e escrita, apurada, artificial, rígida, era o instrumento
literário usado pelos grandes poetas, prosadores, filósofos, retóricos. A expressão do latim que
os romanos acabavam por impor aos povos vencidos era a vulgar; estes povos eram muito
diversificados e falavam línguas muito diferentes, por isso em cada região o latim vulgar
sofreu alterações distintas, o que resultou no surgimento dos diferentes romanços (do latim
romanice, que significa "falar à maneira dos romanos"), que deram posteriormente origem às
diferentes línguas neolatinas ou românicas.

O Português vem do Latim vulgar, sabe-se que o latim era uma língua corrente de Roma.
Roma, destinada pela sorte e valor de suas bases, conquista, através de seus soldados, regiões
imensas. Com as conquistas vai o latim sendo levado a todos os rincões pelos soldados
romanos, pelos colonos, pelos homens de negócios. As viagens favoreciam a difusão do latim.

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Primeiramente o latim se expande por toda a Itália, depois pela Córsega e Sardenha, plenas
províncias do oeste do domínio colonial, pela Gália, pela Espanha, pelo norte e nordeste da
Récia, pelo leste da Dácia, surgindo daí as línguas românicas ou novilatinas.

São línguas românicas porque tiveram a mesma origem: ao latim vulgar. Essas línguas são, na
verdade, continuação do latim vulgar. Essas línguas românicas são: português, espanhol,
catalão, provençal francês, italiano, rético, sardo e romeno.

Indo-Europeia

O estudo comparado com diversas línguas europeia e da Ásia levou os linguísticos a pensar que
estar terão derivado de uma língua comum: o indo – europeu com excepcao do básico todas as
línguas oficiais dos países Europa ocidental pertencem a quatro ramos da família indo –
europeia: o elenico (grego), o românico (português, italiano, francês, castelhano e romeno) o
germânico (inglês, alemão) e o cetico (irlandês, e galelico) um quinto ramo, o eslavo engloba
diversas línguas actuais da Europa oriental.

Do ramo românico fazem parte das línguas que derivam do latim uma das quais que é a língua
portuguesa

Do latim as línguas românicas

O latim era a língua falada no lacio (Região da Roma) que se propagou alem fronteiras com a
romanização – processo de conquista territorial e dominação cultural efectuado pelos romanos.

O latim apresentava diversas variedades e registos linguísticos: o latim clássico e o vulgar. Foi
esta variedade que se expandiu com a romanização. Pois era a língua utiizada pelos legionários,
os soldados que participaram na expansão do império romano. Noutros locais entrando em
contacto com outras línguas e culturas, o latim sofreu modificações e diferenciações originando
primeiro os romanos e depois as línguas românicas ou novilatinas constituídas pelas seguintes
línguas: português, espanhol, ou castelhano, italiano, francês, romeno, sardo e provençal.

O abstracto

Os povos que habitam a região da península ibérica antes da romanização falavam outras línguas
sobretudo a celta. Embora os povos vencidos tenham adoptado a língua dos vencedores romanos

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foram transportados para o latim termos dessas línguas autóctones. o latim foi assim ganhando
novas palavras oriundas da língua celta que se falava na península Iberica.

Surperstrato

Por volta do século V, a.C, os povos germânicos invadiram a península Iberica, como possuiam
uma cultura inferior. Adoptaram a língua dos vencidos (o latim) mas introduziram – lhe palavras
da sua línguas.

Após a invasão dos Romanos novos povos invadiram a Península, tal comos os bárbaros
germânicos, nomeadamente os visigodos.
Os árabes foram também um dos povos que invadiram o nosso território após a Romanização.
Ainda hoje são visíveis as marcas que esses povos deixaram inclusive os inúmeros vocábulos
introduzidos.

Variação histórica do português Antigo

Do português arcaico (de fins do Século XII e XVI)

Neste período o português evolui sem influencia de outra língua. Ate meados do século XIV.
Esteve associado ao galego originando galego – português ou galaico – português.

Considera – se que o português nasceu oficialmente no século XIII, quando o rei Luís legislou
que todos os documentos fossem escritos em português.

Do período clássico (do século XVI ao XVII)

Com expansão marítima, nos séculos XV e XVI. A língua portuguesa passou a ser falada em
muitas regiões de África, Ásia, América, tendo sido nesta altura, inqueridas com vocábulos
provenientes dessas culturas.

A partir do século XII, com a intensificação das relações comerciais e cultuas de Portugal com
outros países europeus, vários termos de outras línguas foram adoptadas pela língua portuguesa,
são os estrangeirismos.

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Transformação Linguística

Preciso constante renovações e modificação da língua e no decorrer dos anos notou-se que o
enriquecimento de nosso falar era essencial e indispensável para satisfazer um propósito de uma
culta comunicação onde algumas dúvidas estão a cerca da evolução da língua portuguesa que
veremos a seguir. Assim que os Romanos invadem a Península, no século III A.C ,e passam a
dominar a mesma onde a romanização afectou muitas áreas , incluindo a língua.

Ao longo da sua evolução a Língua Portuguesa, tal como já foi dito, sofreu várias alterações.
Chama-se evolução fonética quando os vocábulos sofrem uma alteração no som, enquanto que se
dá o nome de evolução semântica à alteração do significado das palavras.

Exemplos:

 Evolução Fonética - a palavra "calidu" é hoje "caldo".


 Evolução Semântica - a palavra "Gesto" significava, no Passado, rosto ou semblante, mas
nos dias de hoje refere-se a um movimento corporal.

Evolução Semântica

Na evolução da linguagem1, deu-se um fenómeno interessante, o da mudança da significação das


palavras. É a semântica que trata dessa mudança.
Na passagem do latim para oportuguês, as palavras, além da evolução fonética, sofreram por
vezes uma evolução de sentido (semântica).

À medida que o mundo se modifica, a língua, como organismo vivo, acompanha


necessariamente essamudança. Neste contexto, observam-se o surgimento de palavras novas, ao
invés de outras que caem em desuso. Algumas palavras, sobretudo as dos domínios técnicos e
científico, dependem do contacto quecom elas se estabeleça para se manterem mais ou menos
presentes no nosso léxico mental. Verificamos que a intermitência entre a lembrança e o
esquecimento aprofunda o conhecimento de algumas palavras,ao mesmo tempo que constatamos
que, para além do significado que já conhecíamos, elas podem na realidade ter dois ou mais
significados.

Assim, percebemos que as vivências, as transformaçõesculturais, científicas e tecnológicas


(sobretudo as de grande impacto), nos conduzem à ampliação do nosso léxico mental, com as

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palavras que a mente vai gerando para designar novas realidades e,consequentemente, às
evoluções semânticas.

Evolução Fonética

Na passagem, em lenta evolução, dos vocábulos do latim para o português, operaram-se vários
fenómenos fonéticos (transformações de sons), quer vocálicos, quer consonânticos.

Mesmo depois de fixada a língua portuguesa, continuaram a verificar-se muitos destes


fenómenos que ainda hoje são vivos, quer na língua popular quer na linguagem corrente.

Essas transformações visam a facilidade de articulação dos vocábulos e são os seguintes os

princípios que as caracterizam:

 Lenta evolução: as transformações operam-se lentamente, através dos séculos.


 Princípio do menor esforço: inconsciência na evolução, os indivíduos falantes não têm
consciência das transformações; resultam elas de uma tendência natural para reduzir de
mínimo esforço necessário para a pronúncia de certos fonemas.

Na evolução do latim para o português perde-se por vezes algumas sílabas das palavras. A sílaba
tónica, porém, persiste por ser a que mais feria o ouvido.

Mudança que atinge os sons de uma língua, i. e., mudança fonética ou fonológica, e que parece
obedecer a um princípio de regularidade: o mesmo som, numa dada língua, por vezes em
contexto fonético determinado, evolui no mesmo sentido em todas as palavras dessa língua
durante um certo período.

Português de África

A língua portuguesa nos países africanos

Muitos dos fenómenos linguísticos identificados na LDP coincidem com os existentes nas
variedades do português falado actualmente em África. Pode-se depreender que, apesar da
distância temporal, apresentam afinidades, que teriam por base as línguas de substrato,
maioritariamente "bantu".
Em África, a impossibilidade de se impor uma língua africana como língua nacional, unificadora,
tem, consequentemente, favorecido a expansão do português. Como qualquer língua viva, o

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português não é alheio à variação linguística e contém diferentes variantes e variedades,
nomeadamente a nível geográfico, social e temporal. Nos países africanos de língua oficial
portuguesa, o português é utilizado na administração, no ensino, na imprensa e nas relações
internacionais.
Nas situações da vida quotidiana, são utilizadas também línguas nacionais ou crioulos de origem
portuguesa. Essa convivência com línguas locais vem causando um distanciamento entre o
português regional desses países e a língua portuguesa falada na Europa, aproximando-se em
muitos casos do português falado no Brasil.
As mudanças linguísticas nas línguas vivas são inevitáveis e compreensíveis. As diferenças não
podem ser utilizadas para criar estereótipos ou, pior ainda, justificar a opressão sobre o Outro. E
quando as variantes `acção' e `discurso' entram em interacção, os homens distinguem-se entre si
pela sua forma de falar, que contribui decisivamente para a identificação do sujeito que a produz.

Português de Moçambique

O português de Moçambique está a atravessar uma fase de grande instabilidade no que diz
respeito ao uso dos pronomes objecto.

Quanto à colocação do pronome na frase, observa-se às vezes uma tendência para a anteposição
do pronome relativamente ao verbo, como no português do Brasil (“Eh, pá, você me está a
insultar, ou quê?”) e às vezes uma tendência para a posposição do pronome em situações em que
tal não aconteceria nem no português europeu nem no português brasileiro (“Como ela chama-
se?”).

Além disso, há grande instabilidade na escolha das formas de acusativo e dativo. Por influência
da estrutura das línguas bantas, a tendência é cada vez mais usar sempre lhe(s) quando o
pronome refere pessoas, independentemente de se usar com um verbo transitivo directo ou não:
“A Ermelinda já chegou da Beira; encontrei-lhe ontem à noite na rua”.

Construção com nem em início de frase


Ao contrário do que acontece noutras variantes do português, nas frase iniciadas com nem, com
o sentido de “nem sequer”, coloca-se um não antes do verbo: “estava teso, nem dinheiro para
beber uma cerveja não tinha”. A construção também é usada pelos moçambicanos que têm o
português como língua materna.

Redobro no português de Moçambique


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Chamo redobro à duplicação consecutiva de uma unidade lexical.
Em português, usa-se o redobro de nomes e adjectivos (“ele é doido doido” ou “isto é que é
medronho medronho”), de quantificadores, em frases negativas (“não gosto muito muito”, “não é
assim tanto tanto…”) ou de formas verbais, para formar nomes (chupa-chupa).

Em Moçambique, há algumas destas formas com redobro de forma verbal para formar nomes
que não são utilizadas no português europeu. Dois exemplos de que me lembro são ganho-ganho,
que significa trabalho remunerado monetariamente, por oposição aos sistemas de ajuda mútua, e
mata-mata, para referir o jogo infantil que em Portugal se chama apenas mata.

Finalmente, outro uso muito moçambicano do redobro é o que se faz com numerais, quando se
fala de preços, para significar “cada um”:

 A como está a folha de abóbora?


 Está (a) mil mil (=mil meticais [antigos] cada molho).
 Ou
 A como estão os cigarros? [em Moçambique, vendem-se na rua cigarros avulsos]
 Quinhentos quinhentos (=cinquenta centavos cada).

Moçambique Significado

Agorinha agora mesmo

Bichar formar fila

Pápa de farinha de milho, mapira, mexoeira,


Chima
mandioca

Caniço bairro-de-lata (Portugal), favela (Brasil)

Cronicar fazer/escrever crónicas

Estrutura autoridade, responsável governamental

Machamba campo agrícola

machimbombo autocarro (Portugal), ônibus (Brasil)

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Conclusão

Depois de tanta pesquisa do trabalho com o tema supracitada conclui que, a língua Portuguesa
vem do Latim vulgar, e uniformizou-se a partir do século XVI e adquiriu as características do
português actual. Em razão das navegações portuguesas nos séculos XV e XVI, tornou-se um
dos poucos idiomas presentes na África, América, Ásia e Europa. Tal como já referimos o Indo-
Europeu foi uma língua cujos vários ramos se diversificaram por vastas regiões da Europa e
da Ásia. O indo – europeu com excepção do básico todas as línguas oficiais dos países Europa
ocidental pertencem a quatro ramos da família indo – europeia. Das diversas línguas que se
formaram, surgiu o Latim que se originou através do ramo Itálico.

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Referencias Bibliográficas

ANDERSON, JM (1985), «Pre-Roman Indo-European languages of the Hispanic Peninsula»


[Línguas prerromanas indoeuropéias da península hispânica],

ALMEIDA, Fernando R (2013.), A Origem da Língua Portuguesa, Chiado

JEAN-Louis Calvet, A Herança Africana em Portugal» 2014.

Williams, Edwin B. (1968). From Latin to Portuguese: Historical Phonology and Morphology of
the Portuguese Language. Philadelphia: University of Pennsylvania Press.

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Índice
Introdução ................................................................................................................................................. 1
Evolução da Língua Portuguesa no Tempo .............................................................................................. 2
Latim Vulgar ............................................................................................................................................. 2
Latim Clássico .......................................................................................................................................... 2
Indo-Europeia ........................................................................................................................................... 3
O abstracto ................................................................................................................................................ 3
Surperstrato ............................................................................................................................................... 4
Variação histórica do português Antigo.................................................................................................... 4
Transformação Linguística ....................................................................................................................... 5
Evolução Semântica .................................................................................................................................. 5
Evolução Fonética..................................................................................................................................... 6
Português de África................................................................................................................................... 6
A língua portuguesa nos países africanos ................................................................................................. 6
Português de Moçambique ........................................................................................................................ 7
Conclusão.................................................................................................................................................. 9
Referencias Bibliográficas ...................................................................................................................... 10

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