Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FUNDAMENTAL
8º ANO
M
VOLU E 1
O
ARTE
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
EXEMPLAR DO PROFESSOR
M
VOLU E 1
O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
BOLHAS
DE GELO
O
Coordenação editorial Casa de Ideias, Luiz Salla
BO O
Autoria Cíntia Muramatsu
SC
Edição Andressa Serena, Kleber Santos, Rogério Ramos, Camilla Garcia
M IV
Assistência editorial Cláudia Renata Costa Colognori
Leitura crítica Andressa Serena, Carolina Leite, Luciana Nobre
O S
Preparação Esther Alcântara
D LU
Revisão Renata Coppola, Luzia Leite Rodrigues
Gerência de design Cleber Figueira
Coordenação de design Diogo Mecabo
O C
Edição de arte Ariane Lima
Coordenação de pesquisa e Maiti Salla
N X
licenciamento
SI E Pesquisa e licenciamento Andrea Bolanho, Cristiane Gameiro, Heraldo Colon Jr., Maricy Queiroz, Sandra
Sebastião, Shirlei Sebastião
Coordenação de fluxo de ilustrações Bruna Tiso
O
Ilustrações Bruna Sousa, Color Meow, Madine Oliveira, Marcelo Kina
Projeto gráfico APIS Design Integrado
EN S
O
BO O
Apresentação II
SC
M IV
Proposta pedagógica III
Prática docente XIII
O S
D LU
O QUE É BELO?
A concepção do belo 7
O C
Perspectiva e proporção áurea na arte 19
N X
SI E A DESMEDIDA DO BARROCO
Barroco: fé e emoção 29
O
A identidade da arte barroca no Brasil 39
EN S
DA ÓPERA AO MUSICAL
E U
O teatro musical 64
A LD
Ópera 66
As inovações nas artes cênicas 69
A música no cinema 71
EM IA
Design 83
Elaborando um design 97
SI AT
O
BO O
Ensino Fundamental.
SC
Levando em conta sua prática cotidiana de sala de aula, este con-
M IV
teúdo deve ser visto como uma referência de trabalho, a qual pode ser
ampliada por sua experiência de professor.
O S
O conteúdo deste volume resulta de meio século de vivência pedagó-
D LU
gica do Sistema de Ensino Dom Bosco. Esperamos que, além de facilitar
seu trabalho, ele desperte reflexões para, juntos, darmos continuidade à
busca de soluções educativas cada vez mais eficazes.
O C
N X
Bom trabalho.
SI E
O
Equipe Dom Bosco by Pearson
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
II Arte | 8o ano 1
O
BO O
consiste em oferecer soluções educacionais que garantam aprendizado en-
SC
gajador, significativo e eficaz, por meio de metodologia de integração entre
M IV
responsáveis, alunos e escola, fundamentada na paixão por educar, o novo
material do Ensino Fundamental — anos finais baseia-se nos documentos
O S
oficiais que norteiam esse segmento educacional no Brasil, principalmente
D LU
na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na perspectiva teórico-metodo-
lógica sociointeracionista e no conceito pedagógico da interdisciplinaridade.
O Ensino Fundamental, com nove anos de duração, determinado em 2006
O C
pela Lei nº 11.274, que alterou a redação da Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
N X
cação Brasileira — LDB, é a etapa mais longa da educação básica, abrangendo
SI E
geralmente estudantes entre 6 (seis) e 14 (quatorze) anos. Há, portanto, crian-
ças e adolescentes que, no decurso do Ensino Fundamental, passam por uma
O
série de mudanças relacionadas a aspectos físicos, afetivos, sociais, emocio-
nais, dentre outros. Essas mudanças impõem desafios à elaboração de cur-
EN S
O
PARA
BO O
2 Exercitar a curiosidade intelectual
Investigar, causar, elaborar e testar
SC
e recorrer à abordagem própria das
hipóteses, formular e resolver problemas
M IV
PENSAMENTO ciências, incluindo a investigação, a
e criar soluções (inclusive tecnológicas)
CIENTÍFICO, CRÍTICO reflexão, a análise crítica, a imaginação
com base nos conhecimentos das
E CRIATIVO
O S
e a criatividade.
diferentes áreas.
D LU
PARA
O C
Desenvolver o senso estético.
REPERTÓRIO locais às mundiais, e também participar
CULTURAL
N X
de práticas diversificadas de produção
SI E artístico-cultural.
PARA
Entender as relações próprias do mundo
6 Valorizar a diversidade de saberes e
ST ER
PARA
Formular, negociar e defender ideias,
M
IV Arte | 8o ano 1
PARA
Fazer-se respeitar e promover o respeito
O
BO O
Exercitar a empatia, o dialogo, a acolhimento e valorização da diversidade
EMPATIA E
SC
resolução de conflitos e a cooperação. de indivíduos e de grupos sociais,
COOPERAÇÃO
M IV
seus saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.
O S
10 PARA
D LU
Agir pessoal e coletivamente com
Tomar decisões segundo princípios éticos,
autonomia, responsabilidade,
AUTONOMIA E democráticos, inclusivos, sustentáveis e
flexibilidade, resiliência e determinação.
RESPONSABILIDADE
O C
solidários.
N X
As competências foram definidas a partir dos direitos éticos, estéticos
SI E
e políticos assegurados pelas DCN e de conhecimentos, habilidades, ati-
tudes e valores essenciais para a vida no século XXI. Pretendem contribuir
O
para a construção de uma sociedade mais ética, democrática, responsá-
vel, inclusiva, sustentável e solidária, que respeite e promova a diversida-
EN S
mento oficial,
A LD
Manual do Professor V
O
Para a definição do currículo da nova coleção, assumiu-se a concep-
BO O
SC
ção de que o currículo não se esgota nos componentes curriculares e
M IV
nas áreas de conhecimento. Valores, atitudes, sensibilidades e orienta-
ções de conduta são veiculados não só pelos conhecimentos, mas por
O S
meio de rotinas, rituais, normas de convívio social, festividades, visitas
D LU
e excursões, pela distribuição do tempo e organização do espaço, pelos
materiais utilizados na aprendizagem, pelo recreio, enfim, pelas vivên-
cias proporcionadas pela escola.
O C
As novas matrizes curriculares das diferentes disciplinas estão articu-
N X
ladas com uma proposta de currículo que respeita questões de inclusão
SI E e de diversidade, tal como proposto pela BNCC:
O
EN S
VI Arte | 8o ano 1
O
as atividades de reconhecimento e sistematização de conteúdos, por
BO O
meio de registros frequentes daquilo que se aprende.
SC
M IV
O sociointeracionismo é uma concepção de desenvolvimento humano
que prioriza a análise dos reflexos do mundo exterior no interior dos
O S
indivíduos, pela interação deles com a realidade. Trata-se, portanto, de
D LU
uma visão sociocultural. O objeto de estudo de Lev Vygotsky (1896-1934),
nome maior dessa concepção, é o desenvolvimento humano mediante
processo histórico do indivíduo. As mudanças que nele ocorrem estão
O C
ligadas à sua interação com a cultura e com a história da sociedade da
N X
qual faz parte. De acordo com os conceitos desenvolvidos por Vygotsky,
o aprendizado envolve sempre a interação com outros indivíduos e a in-
SI E
terferência direta ou indireta deles; a linguagem é o elemento principal
O
de mediação entre as relações sociais e a aprendizagem.
Propor a aprendizagem como ato de interação implica considerar o
EN S
por meio da troca com outros sujeitos e consigo próprio, ele internaliza
saberes, papéis e funções sociais.
ST ER
O
SEQUÊNCIA DIDÁTICA
BO O
SC
Pode ser entendida como um conjunto de atividades ordenadas, es-
M IV
truturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacio-
nais, que têm um princípio e um fim conhecido tanto pelos professores
O S
como pelos estudantes. A sequência didática se traduz nas seções edi-
D LU
toriais do material, como demonstrado a seguir.
Problematização
O C
Seção Vasculhando ideias
N X
SI E • Busca despertar a curiosidade dos alunos;
• Sondagem;
• Verificação dos conhecimentos prévios;
O
• A partir de situações do cotidiano.
EN S
E U
Desenvolvimento do conteúdo
Seção Ponto de partida
D E
Sistematização
Seção Mural do conhecimento
• Atividades mais desafiadoras;
• Aplicação dos conceitos em contexto diverso;
• Pode ser trabalhada em sala de aula ou em casa, a critério do professor.
O
BO O
Aplicação
SC
M IV
Seção Mãos à obra
• Nova oportunidade para o aluno concretizar e aplicar os conteúdos
O S
aprendidos no capítulo;
D LU
• Registro de hipóteses, fixação e amarração de ideias.
O C
SEÇÕES ESPECÍFICAS DA DISCIPLINA
N X
Seção Nossa arte
SI E
• Criação, apreciação e crítica de arte por meio de atividades em grupo.
O
BOXES GERAIS
EN S
Boxe Ampliações
E U
Boxe Biografia
A LD
Boxe Glossário
EM IA
Boxe De olho
M
Boxe Diálogos
• Apresenta conteúdo interdisciplinar a respeito do capítulo.
Manual do Professor IX
Arte
A arte tem sentido transformador desde os tempos pré-históricos. Atra-
vés dela, as pessoas expressam sentimentos, emoções, censura ou crítica
O
BO O
em relação ao momento histórico. Está presente em toda parte: pinturas,
SC
grafites, músicas e sons, peças teatrais, movimentos de dança, esculturas.
M IV
A disciplina de Arte leva o aluno a refletir e entender sua identidade
cultural e a associá-la às diversidades existentes; também a entender o
O S
processo artístico dinâmico, que se entrecruza com outras disciplinas,
D LU
com o conteúdo histórico, enfim, com as várias linguagens.
Há pleno reconhecimento de que ela beneficia o desenvolvimento dos
O C
alunos: desenvolve seu espírito crítico em relação aos bens culturais que
a humanidade construiu ao longo do tempo. Assim, eles compreendem e
N X
modificam os processos criativos.
SI E As atividades deste material, planejadas para incentivar sociabilidade,
expressividade e integração, promovem a aprendizagem de novas no-
O
ções de mundo e a criatividade.
EN S
X Arte | 8o ano 1
O
BO O
Para o pleno desenvolvimento do trabalho proposto, é necessário ob-
SC
servar alguns aspectos importantes quanto aos procedimentos de cria-
M IV
ção (liberdade de expressão), aplicabilidade dos conhecimentos, formas
de avaliação e condução das atividades no espaço da sala de aula.
O S
Tanto os temas do referencial teórico quanto as técnicas desenvolvi-
D LU
das por meio das atividades permitem que o aluno adquira conhecimen-
tos teóricos e práticos sobre Arte, os quais lhe possibilitam compreender
O C
os processos da Arte, organizar a realidade e envolver-se na constru-
ção ativa da própria capacidade intelectual para operar com símbolos,
N X
ideias, imagens e representações.
SI E
O desenvolvimento dos temas das unidades fundamenta-se em con-
ceitos e conteúdos relevantes da história da Arte e na possibilidade de
O
troca de experiências entre aluno e professor. Assim, o aluno é levado à
leitura de obras de arte, refletindo sobre elas, e a práticas de produção
EN S
a realidade.
A LD
Manual do Professor XI
OBJETOS DE
CAPÍTULO TÓPICOS HABILIDADES
CONHECIMENTO
O
• Discutir o conceito de
BO O
• A concepção do belo e a mudança da
SC
1. belo percepção ao longo
M IV
• Perspectiva e da história. • (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes
O QUE É BELO? proporção áurea • Cores e luzes. estilos visuais, contextualizando-os no
O S
na arte • Medida áurea, ponto tempo e no espaço.
de fuga e perspectiva • (EF69AR04) Analisar os elementos
D LU
• Renascimento: constitutivos das artes visuais (ponto, linha,
contexto histórico, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão,
artistas, obras, espaço, movimento etc.) na apreciação de
O C
diferentes produções artísticas.
características.
• (EF69AR16) Analisar criticamente, por meio
N X
• Mecenato: reflexão
da apreciação musical, usos e funções da
• Barroco: fé e sobre a relação
2.
SI E emoção entre arte e poder
música em seus contextos de produção e
circulação, relacionando as práticas musicais
• A identidade da (econômico, político,
A DESMEDIDA DO às diferentes dimensões da vida social,
O
arte barroca no religioso).
BARROCO cultural, política, histórica, econômica,
Brasil • Barroco: contexto estética e ética.
EN S
O
tavam na lista dos melhores eram levados a pensar que não teriam chan-
BO O
ce de sucesso na vida. A forma de viver, comunicar, trabalhar e aprender
SC
M IV
modificou-se. O indivíduo de sucesso não necessariamente foi o aluno de
melhor desempenho escolar. Flexibilidade passou a ser valor individual
O S
bastante solicitado — flexibilidade de tempo, espaço, conhecimento, tare-
fas, relações, trabalho (GARCIA; VAILLANT, 2009). Essa flexibilidade passou a
D LU
ser entendida como condição de inserção social, já que a atual economia
solicita nova configuração organizacional do trabalho: descentralização e
O C
colaboração. Uma das características mais valorizadas na sociedade atual
é o trabalho em grupo e a escola é o espaço ideal para essa aprendizagem.
N X
SI E
Trabalho em grupo dos professores
O
O trabalho docente tem sido realizado, historicamente, de forma indi-
vidualizada. Cada professor atua na sua área do conhecimento, em sua
EN S
gar ao professor.
Transformações sociais revelam que o trabalho docente deve ser com-
partilhado, discutido, analisado por grupos dos próprios professores,
M
O
BO O
de aprendizagem coletiva.
SC
O compromisso mútuo passaria a ser o eixo articulador do trabalho
M IV
em grupo dos professores e a equipe teria maior valor que o indivíduo
“que tudo sabe”; seria a soma dos conhecimentos parciais dos professo-
O S
res para compor o conhecimento maior do grupo.
D LU
Sugestões de atividades em grupo para os professores:
O C
• Planejamento da ação docente do bimestre/trimestre/semestre por
área do conhecimento;
N X
SI E • Planejamento da ação docente do bimestre/trimestre/semestre por
diferentes áreas do conhecimento;
• Planejamento de projetos educativos por área ou diferentes áreas
O
do conhecimento;
EN S
• Grupo de estudos;
• Grupo de reflexão sobre a ação docente cotidiana.
D E
O
instituir, na sua prática docente, situações pedagógicas que propiciem a
BO O
SC
aprendizagem de trabalho coletivo, contribuindo, efetivamente, para a
M IV
construção do princípio de participação cidadã dos jovens, estimulando
o exercício de cooperação e solidariedade.
O S
O trabalho em grupo precisa ser uma estratégia de ensino embasada,
D LU
solidamente, no objetivo da aprendizagem — eixo estrutural do plane-
jamento da aula conforme objetivo pretendido. O professor tem toda a
condição de escolher a estratégia, conduzir as reflexões e debates, sis-
O C
tematizar o resultado das discussões, assegurando a compreensão da
N X
estratégia como uma das etapas da aprendizagem.
Ao organizar a aula estruturada no trabalho em grupo, o principal ob-
SI E
jetivo a alcançar é que os alunos passem a ser os principais responsá-
veis pela própria aprendizagem.
O
O planejamento da estratégia de ensino para trabalho em grupo re-
EN S
OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM
A LD
1º Mapear a informação.
EM IA
ST ER
Manual do Professor XV
O
tados de aprendizagem, permitindo ampliar o conhecimento a partir da
BO O
SC
posição de cada participante.
M IV
Como possibilita ampliar o conhecimento, essa atividade deve ser bem
organizada e preparada por professor e alunos, evitando que a discussão
O S
se prenda a pontos de vista do senso comum. O tema do fórum deve ser in-
D LU
teressante, curioso, atraente e/ou polêmico para assegurar o interesse pela
participação do grupo. O professor precisa preparar-se bem para conduzir
discussões e debates, para atingir o objetivo da aprendizagem.
O C
A preparação envolve leituras que se podem associar a peças de tea-
N X
tro, livros, filmes, exposições, visitas, fatos ou qualquer alternativa per-
SI E tinente. A avaliação do fórum abrange participação do grupo no que se
refere à coerência da arguição e à síntese das ideias apresentadas. O
O
professor atento controla a participação do grupo e assegura a opor-
tunidade de todos os alunos se posicionarem. Para isso, recomenda-se
EN S
INOVAÇÃO E APRIMORAMENTO
Escola é espaço de inovação, de aprimoramento pessoal e profissional.
EM IA
O
BO O
do saber pedagógico e do saber docente.
SC
Uma profissão, para ser exercida, precisa de uma formação inicial, es-
M IV
pecífica, para que o sujeito possa exercê-la com domínio, e de uma for-
mação continuada, permanente, constante para que ele se constitua um
O S
profissional autônomo, crítico e reflexivo.
D LU
Com base nessa concepção de profissionalização é que se indica a
pesquisa como alternativa para a constante busca por informações e
O C
novos conhecimentos. Essa busca caracterizaria, também, a atualização
permanente, a formação contínua a ser procurada em diversos espaços
N X
de formação formal e informal. Essa situação possibilitaria que o indiví-
SI E
duo pudesse questionar e analisar, crítica e criativamente, a construção
e reconstrução de seus conhecimentos profissionais.
O
As propostas de formação incluem a perspectiva da formação de um pro-
fessor investigador de sua própria prática docente e que possibilite uma ação
EN S
reflexiva sobre a sua prática pedagógica. A escolha desse tema suscita uma
E U
dadãos com competências para construir uma sociedade mais justa e solidária,
além de instigar a inovação pedagógica na educação básica.
A reflexão na ação leva o sujeito a analisar e reconsiderar as situa-
EM IA
AMBIENTE DE APRENDIZAGEM
O
A sala de aula é o espaço na escola destinado ao processo de apren-
BO O
SC
dizagem e cabe ao professor criar, na turma, um ambiente favorável para
M IV
o ensino-aprendizagem.
Sensibilizar, instigar à cooperação e participação, mobilizar os conhe-
O S
cimentos prévios dos alunos, solicitar o respeito à pessoa e à proprie-
D LU
dade do outro, desafiar a cognição e criatividade são exemplos de um
clima favorável à aprendizagem.
O C
N X
A promoção da qualidade do ensino-aprendizagem é a principal com-
SI E petência profissional a ser desenvolvida pelo professor em sala de aula.
O fazer docente valoriza o processo de ensino-aprendizagem, privilegian-
do os conhecimentos científico e pedagógico que o professor demonstra
O
no desempenho de sua função e a qualidade do professor é fator escolar
EN S
O
BO O
3º Organização dos conteúdos de forma lógica e coerente.
SC
M IV
4º Definição do objetivo da aprendizagem
O S
e seleção da estratégia de ensino.
D LU
5º Proposição de atividades de avaliação integradas e coerentes.
O C
N X
ARTICULAÇÃO ENTRE OS CONTEÚDOS
SI E
Inicie a organização da aprendizagem definindo o conteúdo escolar
a trabalhar com os alunos. Primeiramente é necessário conhecer e en-
O
tender a organização da matriz curricular adotada pela escola. Converse
EN S
do conhecimento.
Esta etapa de organização e estruturação da aprendizagem, que a
ST ER
O
Essa articulação é essencial para ter visão sistêmica do conteúdo associa-
BO O
do à matriz curricular adotada. Ao definir relevância, profundidade e atualida-
SC
de do conhecimento, cada professor consegue perceber qual a contribuição
M IV
da sua aula/disciplina/área de conhecimento para a formação do aluno. Esse
entendimento permite-lhe, também, refletir sobre a própria atuação, já que
O S
pode entender, a cada planejamento, o sentido de seu papel na educação.
D LU
Nesta etapa, retome a discussão entre os demais colegas, verifique o en-
foque a dar ao conhecimento e evite a incompreensão desse conteúdo por
O C
falta de conhecimentos prévios, contextuais, aplicação, entre outros fatores.
N X
SI E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE FORMA
LÓGICA E COERENTE
O
Após a fase da pesquisa do conhecimento, inicie a organização de
EN S
XX Arte | 8o ano 1
O
zagem do aluno. Ele é o especialista. Quando isso ocorre, determinar a
BO O
estratégia de ensino é uma tarefa simples e fácil. O objetivo requer que
SC
a aprendizagem se processe de forma individual ou em grupo? Ele de-
M IV
pende de prévia explicação teórica ou o aluno pode entendê-lo por meio
da pesquisa? É um assunto que solicita discussão? As respostas levam
O S
à escolha da estratégia de ensino: aula expositiva dialogada, estudo de
D LU
texto, estudo dirigido, aulas práticas em laboratório, fórum, debate, se-
minário, ensino com pesquisa, estudo do meio, entre outras.
O C
A opção pela estratégia deve considerar o tempo disponível para cada
conhecimento e cada aula. Algumas estratégias necessitam tempo mui-
N X
to longo; outras, de espaços diferenciados e maiores que os da sala de
SI E
aula; há ainda as que podem gerar movimentação e barulho. Planeje
criteriosamente sua aula, porque a estratégia de ensino tem o intuito de
O
facilitar a aprendizagem do aluno.
EN S
INTEGRADAS E COERENTES
D E
O
BO O
a acompanhar o desenvolvimento do aluno.
SC
• Explicar aos alunos as formas de avaliação adotadas — a avaliação
M IV
também serve como ferramenta de acompanhamento do progresso
na aprendizagem pelo próprio aluno. Assim, conhecer as propostas
O S
do professor e da escola faz parte da sua aprendizagem. Elas devem
D LU
ser apresentadas, explicadas e discutidas sempre que necessário.
Tarefas de casa, exercícios corrigidos em sala de aula, participação
O C
nas discussões são exemplos de formas avaliativas da aprendiza-
gem, mas sempre consideradas sob a perspectiva de que o aluno
N X
SI E entenda as regras estabelecidas previamente, desde o início do pro-
cesso de aprendizagem, e amplamente debatidas. Trata-se de um
direito de qualquer indivíduo a ser submetido à avaliação.
O
• Utilizar instrumentos diversificados — não é novidade que as pes-
EN S
O
BO O
mas) sem esclarecer o que deve ser feito e como será corrigido e
SC
avaliado perde toda a intencionalidade avaliativa. A ausência de
M IV
critérios torna a avaliação simples instrumento de poder do pro-
fessor sobre o aluno. Apresentar e discutir regras e critérios de cor-
O S
reção dá chance ao professor de se mostrar firme quanto às regras
D LU
estabelecidas, sem causar danos no contexto escolar. Da mesma
forma, avaliar a participação em sala de aula deve seguir critérios
muito bem estabelecidos para evitar que aluno extrovertido seja
O C
confundido com participativo.
N X
• Discutir os resultados da avaliação com os alunos — o propósito da
SI E
avaliação é acompanhar o desenvolvimento do aluno. Dentro desse
pressuposto, o resultado é tão ou mais importante que a avaliação
O
em si. Se o professor não a usar para detectar as dificuldades dos
alunos e rever o processo de aprendizagem, a avaliação perde sua
EN S
O
acontece: uma aula sem muitas perspectivas aos olhos do professor torna-
BO O
SC
-se sucesso, tem participação, envolvimento, bons debates. A complexidade
M IV
da profissão docente está justamente no entendimento de que as aulas,
os alunos e as dinâmicas da aprendizagem apresentam vertentes distintas.
O S
A vantagem da profissão docente é justamente a possibilidade de re-
D LU
ver o planejamento dia a dia, aula a aula. As ideias surgem no transcor-
rer da carreira profissional e as adequações no planejamento são per-
feitamente aceitas no meio, porque a dinâmica da educação funciona
O C
assim mesmo. Conversar constantemente com os colegas para discutir
N X
o processo de aprendizagem leva a aprimorá-lo sempre. Na medida em
SI E que analisa sua prática, o professor se aperfeiçoa permanentemente.
O
SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
EN S
O
BO O
• estimular a ampla aquisição de conhecimentos;
SC
M IV
• empregar conhecimentos teóricos na solução de problemas, asse-
gurando a aquisição de praticidades;
O S
• desenvolver a capacidade de solucionar problemas e de autoapren-
D LU
dizagem;
• estimular a curiosidade para aprender;
• desenvolver hábitos para trabalhar em grupo;
O C
• compartilhar informações e conhecimentos (MOREIRA, 2010).
N X
Nesse sentido, o papel do professor é planejar situações em que o
SI E
aluno precise, obrigatoriamente, desempenhar algumas tarefas vincu-
ladas aos problemas cotidianos, com o intuito de solucionar as ques-
O
tões propostas. A proposição das tarefas pode basear-se em diferentes
EN S
O
Campinas, SP: Papirus, 1999. (Coleção Práxis).
BO O
SC
GARCIA, C. M. Formação de professores. Para uma mudança educativa.
M IV
Porto: Porto, 1999.
O S
GARCIA, C. M.; VAILLANT, D. Desarollo profesional docente. Madrid: Narcea
S.A., 2009.
D LU
GRAÇA, A. et al. Avaliação do desempenho docente. Um guia para a ação.
Lisboa: Lisboa, 2011.
O C
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. (Coleção Magisté-
N X
SI E rio. 2º grau. Série Formação do Professor).
MOREIRA, P. Pedagogia no ensino de alimentação humana. In: LEITE, C.
Sentidos da pedagogia no ensino superior. Porto: CIIE; Livpsic, 2010.
O
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos pro-
EN S
O
Tempo e perspectiva
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
LIVRO DO PROFESSOR
O
Capítulo 2: A desmedida do Barroco
talvez ainda não familiar
BO O
Barroco: fé e emoção 35
a muitos alunos: a de A identidade da arte barroca no Brasil 45
SC
que o mármore branco
M IV
Capítulo 3: Da ópera ao musical 58
das esculturas gregas e Teatro: uma breve história 62
romanas já foi colorido – e O teatro musical 70
O S
Ópera 72
muito colorido –, uma vez As inovações nas artes cênicas 75
que ambas as civilizações
D LU
A música no cinema 77
abusavam da policromia Capítulo 4: Tão bonito que não dá vontade de usar 86
em suas produções. No Design 89
entanto, as tintas das Elaborando um design 103
O C
peças se desgastaram ao Logo: construindo uma marca 104
N X
foi brevemente tratado
no boxe Ampliações, no
SI E
capítulo 14 da Unidade D
do 6º ano. Caso necessário,
O
retome-o.
Séculos depois, durante o
EN S
Renascimento, os artistas
apropriaram-se da referência
E U
conhecer algumas
expressões artísticas de
diferentes épocas, além
ST ER
2 Arte | 8o ano 1
O
seus vocabulários.
BO O
• (EF69AR08) Diferenciar
SC
as categorias de artista,
M IV
artesão, produtor
cultural, curador,
O S
designer, entre outras,
estabelecendo relações
D LU
entre os profissionais do
sistema das artes visuais.
• (EF69AR33) Analisar
LOUISA GOULIAMAKI/AFP
O C
aspectos históricos,
sociais e políticos da
N X
produção artística,
SI E problematizando as
narrativas eurocêntricas
e as diversas
O
categorizações da arte
(arte, artesanato, folclore,
EN S
design etc.).
E U
D E
Habilidades
SI AT
forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de
diferentes produções artísticas.
• (EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções
da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas
musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica,
econômica, estética e ética.
• (EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo
e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.
1
serão apresentados artistas
O que é belo?
e obras do Renascimento,
período marcado pela
transição entre a Idade
Média e a Era Moderna. O
movimento foi marcado
O
por um período de grandes
BO O
transformações no campo
SC
literário, filosófico, artístico
M IV
e científico, quando a
religião deixou de ser
O S
tema central das reflexões
humanas (teocentrismo)
D LU
e o próprio ser humano
passou a ocupar esse papel
(antropocentrismo).
O C
No campo das artes,
Armando Borges / Alamy Stock Photo
especialmente da
N X
pintura, no período do
Renascimento foram
SI E
desenvolvidas diversas
técnicas, como a
O
perspectiva, o sfumato e o
afresco. Leonardo da Vinci,
EN S
Michelangelo e Rafael,
inspirados na Antiguidade
E U
a imagem de abertura
do capítulo e indague
os alunos sobre o que
ST ER
consideram feio ou
bonito, questionando
como chegaram a essas Explore a abertura
SI AT
conclusões, sondando
A escultura David pesa 6 toneladas e, antes de Michelangelo, o bloco de mármore que a
conhecimentos prévios e
originou já havia sido trabalhado pelo escultor Agostino di Duccio (1418-1481), que desistiu
estimulando-os a pensar de um projeto de escultura anterior. A obra de Michelangelo ilustra este capítulo que se
M
de forma crítica sobre o dispõe a tratar do belo, retomando a Grécia Antiga e o Renascimento. É possível que alguns
assunto. Avalie também se alunos não conheçam o personagem bíblico David, aquele que matou o gigante Golias.
muitos desses conceitos Assim, caso julgue interessante, proponha uma pesquisa ou a leitura de uma adaptação
previamente adquiridos se da saga do herói para que os alunos apreciam a obra. Essa estátua causa admiração não
originam de alguma reflexão apenas pelos detalhes elaborados pelo artista e pelo impecável trabalho no mármore, mas
ou de construções sociais. também por seu tamanho e pela forma desproporcional de alguns membros do corpo,
como a cabeça e a mão direita. Comente em sala de aula que, durante a Idade Média, era
comum que grandes homens fossem chamados de manus fortis (mão forte, na tradução do
latim), representando grande força e poder.
4 Arte | 8o ano 1
O
BO O
O material também
explora diferentes obras
SC
M IV
artísticas do Renascimento,
apresentando os artistas
que, hoje, são considerados
O S
a tríade do movimento: Da
Vinci, Rafael e Michelangelo.
D LU
Habilidades
• (EF69AR02) Pesquisar e
O C
analisar diferentes estilos
N X
visuais, contextualizando-
SI E -os no tempo e no espaço.
• (EF69AR04) Analisar os
elementos constitutivos
O
das artes visuais (ponto,
linha, forma, direção, cor,
EN S
A
inda que muitos críticos e curadores validem diver- tom, escala, dimensão,
sas obras de arte e tentem ao máximo explicar a re- espaço, movimento
E U
de modo individual,
coletivo e colaborativo,
ST ER
fazendo uso de
materiais, instrumentos e
recursos convencionais,
Atividade 1: Resposta pessoal. Espera-se que os alunos comentem que estão vendo alternativos e digitais.
SI AT
Renascimento, belo,
propagandas ou livros. Deixe que compartilhem suas impressões com os colegas. afresco, perspectiva,
proporção áurea.
Atividade 3: Resposta pessoal. Os alunos poderão comentar que o tamanho e a
perfeição do corpo esculpido em pedra são aspectos que fazem com que a peça seja
tão impressionante.
art
despretensiosidade de Observe a imagem e, em seguida, acompanhe a leitura do texto.
suas formas. A formosidade
O
por exemplo, está em
BO O
sua espontaneidade,
SC
em sua postura, bem
M IV
como na postura dos
outros personagens. A
O S
obra remete às estátuas
clássicas da Grécia antiga,
D LU
com corpos femininos sem
curvas e mais quadrados,
que se aproximam de um
O C
ideal de beleza voltado
ao masculino. Para o
N X
autor, Rafael merece
reconhecimento por atingir
SI E
o que os artistas de seu
período tanto perseguiam:
O
a harmonia de um grupo
de personagens que,
EN S
forma livre.
Quando concluiu a “Galateia”, um cortesão perguntou a Rafael onde encontrara
Comente com os alunos um modelo de tamanha beleza. Respondeu o artista que não copiava modelos espe-
D E
que o “modelo imaginado” cíficos, preferindo seguir uma “certa ideia” formada na sua mente. Rafael, portanto, à
semelhança de seu mestre Perugino, abandonara, em certa medida, a reprodução fiel
de Rafael está relacionado
A LD
e com o que os artistas foi um escultor grego, muito reverenciado por suas esplêndidas obras de arte, conhecidas
estavam acostumados ainda hoje.
a fazer dentro desse
Atividade complementar
M
6 Arte | 8o ano 1
art
do tempo acerca do ideal
de beleza é justamente
O
2. De acordo com o trecho, qual foi a referência usada por Rafael para a composição esta: o ser humano buscava
BO O
de O triunfo de Galateia? definir seus próprios
SC
padrões de belo, e não
M IV
mais reproduzir a perfeição
da natureza. Comente
com a turma que o que se
O S
3. Qual foi a mudança no ideal de beleza ao longo do tempo apontada por Gombrich? convenciona como ideal de
D LU
beleza é algo em constante
mutação. Esse pode ser,
inclusive, um tópico a ser
discutido em sala de aula.
O C
A CONCEPÇÃO DO BELO Atividade: Resposta
N X
Você já se perguntou de onde vem a ideia daquilo que é belo? Como chegamos a pessoal. Espera-se que
SI E um ideal de beleza? Quem define o que é belo? Esse tipo de questionamento pode pa-
recer algo tão difícil quanto determinar o que é arte – discussão que já foi trabalhada
na introdução do material de Arte do 6º ano, quando você iniciou seus estudos. Para
os alunos compreendam
que tendemos a classificar
aquilo que é belo
O
definir o conceito de beleza, também é necessário voltarmos alguns séculos na história
da arte. Esse panorama abrangerá um retorno à Antiguidade Clássica e o estudo de como algo harmonioso,
aspectos do Renascimento, dois momentos importantes para a construção da noção
equilibrado, que traz prazer
EN S
de belo artístico.
• Com a ajuda dos colegas e do(a) professor(a), tente criar uma definição do que é
ao olhar por ser bom,
E U
preconceituosos, agressivos
e/ou que seja ofensivos
a alguém.
Atividade 1: Resposta pessoal. É possível que muitos alunos apontem como ponto
SI AT
principal de atenção a musa do quadro, Galateia, que é a figura central e tem espaço
de destaque na composição – como era o intuito do artista. Galateia está navegando
em uma grande concha puxada por golfinhos. A concha pode remeter à obra O
nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli, que, assim como Rafael, elaborou-a para
M
Atividade 2: Rafael teria usado seu próprio ideal de beleza: uma beleza regular e que
não tentava ser completamente fiel à natureza, e sim mais voltada aos padrões gregos
e às estátuas clássicas.
O belo na Antiguidade
Foram os gregos que definiram e estudaram a fundo a percepção daquilo que é
belo. Filósofos como Platão e Aristóteles debruçaram-se em diálogos sobre o que fi-
art
cou conhecido como estética. Embora hoje a palavra “estética” costume ser relaciona-
da exclusivamente à ideia de beleza física ou de tratamentos de beleza, na realidade
o conceito refere-se a um vasto campo de estudo filosófico e científico, relacionado a
Sublime: aquilo que é tudo aquilo que agrega percepções sensoriais aos seres humanos – o que é sublime
O
perfeito; belo. ou feio e de que forma essas percepções nos atingem.
BO O
Moral: campo do Para os gregos, os estudos estéticos estavam diretamente relacionados com o estudo
estudo filosófico que
SC
analisa as regras da da moral, associando o que é belo ao que é bom, harmônico, verdadeiro e simétrico. Nes-
vida em sociedade e se sentido, o corpo masculino era a representação concreta do belo. Para essa sociedade,
M IV
o modo de agir das os homens exibiam a união clara entre harmonia, forma e simetria, compondo a verda-
pessoas.
deira beleza.
O S
Adam Eastland/Alamy Stock Photo
D LU
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EN S
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obras de arte, o contraposto, técnica que buscava distribuir melhor o peso de uma
peça por meio da flexão dos membros da figura (como a perna e o braço no caso da
Doríforo). Isso garante a ideia de movimento e deixa o personagem representado em
uma postura mais natural, diferente das antigas estátuas, que eram rígidas. A técnica
do contraposto foi muito explorada séculos mais tarde pelos artistas renascentistas
Rafael e Michelangelo.
EM IA
14 Arte | 8o ano 1
ST ER
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M
8 Arte | 8o ano 1
Amplie a abordagem
Se julgar interessante,
AMPLIAÇÕES
O que é um cânone?
amplie com a turma a
art
Cânone é um termo oriundo de uma palavra grega usada para nomear uma vara utilizada como instrumento
de medida. Como conceito, é um conjunto de regras ou de modelos que se tornam referência, um padrão a ser ideia de que a beleza
alcançado. Os cânones foram muito usados no campo das artes pelas academias, uma vez que eram a referência
ideal das medidas ou regras que deveriam ser seguidas pelos demais artistas. estaria diretamente ligada
à moral ainda nos dias
O
BO O
Porém, quando as mulheres eram representadas nas obras gregas, em geral como de hoje. Para isso, peça
deusas femininas, não se trabalhava a ideia de movimento. Pelo contrário, corpos
aos alunos que pensem
SC
femininos eram representados vestidos ou tinham suas curvas disfarçadas, com o in-
M IV
tuito de fazer com que se aproximassem cada vez mais da beleza do corpo masculino. em seus heróis favoritos
de livros, desenhos ou
vkstudio/Alamy Stock Photo
O S
muitos deles mencionem
personagens que se
D LU
assemelhem de muitas
formas e que estejam
diretamente associados
O C
ao que tomamos como
belo nos dias de hoje.
N X
Ao pensar nos vilões de
SI E seus heróis, o oposto
deverá acontecer e figuras
grotescas podem surgir,
O
como se o feio estivesse
diretamente relacionado
EN S
Com o passar do tempo e a ascensão de Roma, esta civilização bebeu da fonte da histórico entre a morte
de Alexandre, o Grande
arte grega e se apropriou de diversos elementos dessa cultura. Muitas obras de arte
(356 a.C-323 a.C.), e a
sobre como nosso olhar
romanas tinham como referência os grandes artistas do período helenístico. Vale res-
saltar a inovação empreendida por Roma na arquitetura, com seus edifícios religiosos
ascensão do Império
Romano, marcado pela
pode ser moldado por
e políticos de enorme magnitude: eram projetadas construções simétricas e grandio- difusão da cultura e da produções culturais
arte grega.
sas, considerando que o belo era o bom, e o bom era o civilizado (e o feio, o caos). e artísticas ao longo
EM IA
art
turma uma linha do tempo
que o apresente de forma
clara e didática. Portanto,
O
não é objetivo do capítulo
BO O
estudar o desenvolvimento
SC
artístico das civilizações
M IV
mencionadas
nem estabelecer
O S
aprofundamentos em
alguma de suas fases;
D LU
o que se pretende é Interior do Panteão, em Roma, Itália, construído por volta do século I. Ainda hoje o edifício atrai diariamente centenas de
traçar um panorama de turistas para admirar características como a simetria de suas pilastras, arcos e sua grandiosa cúpula.
O C
elaboraram o conceito de
A partir do século V, com o declínio do Império Romano e a conjunção de fatores
belo e lidaram com ele que caracterizariam o período posteriormente chamado de Idade Média, a beleza foge
N X
ao longo do tempo. Caso das mãos dos seres humanos e volta-se para Deus. Nesse período, a religião católica
se consolida na Europa e a Igreja determina que a inspiração de toda beleza é o Cria-
julgue necessário explorar
SI E dor, cabendo aos seres humanos segui-lo para alcançar uma vida boa e justa. Assim,
algum tema ou disponha homens e mulheres tornavam-se belos quan-
Andrii Lutsyk/Shutterstock
10 Arte | 8o ano 1
Vlad G/Shutterstock
art
O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
Nos arcos das portas e nas grandes torres e pilastras da Catedral de Notre-Dame, os visitantes encontram
diferentes figuras sagradas esculpidas em pedra.
O C
No campo das artes, durante a Idade Média os artistas passaram a buscar nas
histórias bíblicas a inspiração para seus trabalhos, registrando em afrescos e escul-
turas personagens sagrados. Esse era um contexto em que poucas pessoas apren-
N X
diam a ler e a escrever, saberes
Album/akg-images/André Held/Album/Fotoarena
geralmente reservados aos que se-
SI E guiam carreira religiosa e aos mais
ricos. Dessa forma, representações
em imagens podiam levar os ensi-
namentos de Cristo aos analfabetos.
O
Não havia preocupação em regis-
trar com fidelidade a realidade nas
obras; apesar disso, a expressão dos
EN S
Autor desconhecido.
O sepultamento de Cristo.
c. 1250-1300. Manuscrito
de Bonmont. Biblioteca
Municipal Besançon,
Borgonha, França.
EM IA
art
respectivamente na Idade
Média e no Renascimento,
a atividade visa incentivar
O
a reflexão sobre a relação
BO O
entre arte e poder. Caso
SC
Detalhe de A lamentação
de Cristo.
necessário, apresente
M IV
informações sobre o
mercado de arte atual,
O S
sobre as diferentes fontes
de recursos dos artistas
D LU
contemporâneos (venda a
particulares, financiamento
público, instituições
O C
privadas etc.) para
enriquecer a discussão.
N X
BONDONE, Giotto di. A lamentação de Cristo. 1305. Afresco. Capella dell’Arena, Pádua, Itália.
mo, movimento intelectual que colocou o ser humano como o centro da reflexão de
Disponível em: <https:// compreende o artistas e intelectuais, recuperando os valores da cultura clássica.
cultura.estadao.com.br/ ser humano como
centro das reflexões, As transformações econômicas ocorridas nesse período contribuíram para a ur-
E U
blogs/estado-da-arte/ pesquisas e estudos. banização de algumas regiões, a reabertura das rotas comerciais e também o enri-
quecimento e o fortalecimento da burguesia, que passou a patrocinar os artistas da
breve-historia-do- época. Foi nesse momento histórico que surgiu a figura do mecenas, comerciantes,
mecenato/>. Acesso em:
D E
banqueiros e nobres que investiam sua riqueza e poder no patrocínio das artes a fim
de obter prestígio social.
ago. 2019.
A LD
18 Arte | 8o ano 1
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12 Arte | 8o ano 1
Enquanto na Idade Média os artistas costumavam ficar no anonimato, uma vez que
eram apenas um instrumento de disseminação da palavra de Deus, no Renascimento
passaram a ser conhecidos como gênios cuja produção expressava ideias e crenças,
art
desenvolvendo estilo próprio e identidade única. Esse foi um período de inúmeras
inovações no campo das artes: a perspectiva e o uso do claro-escuro, empregados
anteriormente pelos pintores góticos, foram aprimorados e deram volume e realismo
às figuras retratadas.
O
Os artistas Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio e Michelangelo compuseram a tríade
BO O
do Renascimento. Foram artistas de grande importância nesse período, famosos por
suas obras e pela maneira como alteraram os rumos da história da arte. A seguir, va-
SC
mos conhecer um pouco de cada um deles.
M IV
Da Vinci: o gênio
O italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) atuou como pintor, escultor, engenheiro,
O S
cientista, escritor e inventor. Uma das figuras mais importantes do Renascimento, Da
Vinci contribuiu de forma ativa na produção intelectual e artística da época, embo-
ra sua consagração tenha se dado pela pintura. Costuma ser considerado o grande
D LU
modelo do Homem da Renascença, por encarnar, em suas diferentes atividades, o
espírito do período.
Em suas obras, Leonardo da Vinci fez uso da perspectiva, estudou cores que va-
lorizassem o efeito da realidade, esboçou figuras humanas perfeitas, explorou temas
O C
religiosos, fez grande uso da matemática em cálculos artísticos, paisagens de fundo,
detalhismo artístico etc. Entre suas inúmeras obras, ganhou grande reconhecimento
pelas telas Mona Lisa (1503) e A última ceia (1495-1498).
N X
Aros Muheddin/Dreamstime.com
Georgios Kollidas/Dreamstime.com
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Amplie a abordagem
art
proponha à turma uma
pesquisa sobre o vínculo
do Homem vitruviano, de
O
Da Vinci, com trabalhos do
BO O
arquiteto romano Marcos
SC
Vitrúvio.
M IV
O S
DA VINCI, Leonardo. A última ceia. 1495-1498. Têmpera e óleo sobre emboço, 460 cm × 880 cm.
Refeitório do mosteiro de Santa Maria delle Grazie, Milão, Itália.
D LU
Da Vinci é considerado o pai do sfumato, técnica que consiste em criar gradações
perfeitas de cores e tonalidades na pintura, gerando efeitos de luz e sombra. Debruçou-
-se com grande interesse nos estudos da simetria, envolvendo cálculos matemáticos
O C
e estudos geométricos em suas produções como forma de retomar o belo clássico,
explorado pelos gregos e romanos. Ainda hoje, mais de 500 anos após sua morte, é
considerado por muitos estudiosos um dos grandes gênios da humanidade.
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Vaara/iStockphoto.com
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14 Arte | 8o ano 1
art
foram pautadas no humanismo renascentista, absorvendo aspectos de perfeição das
formas, delicadeza e suavidade. Inovou as técnicas da pintura ao utilizar contraste
entre luz e sombra.
O
e55evu/iStockphoto.com
BO O
SC
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Interior da Capela
Chigi, na Basílica
de Santa Maria
del Popolo, Roma,
Itália. A capela
foi construída e
decorada por Rafael.
O C
SANZIO, Rafael.
Começou sua carreira artística muito cedo, recebendo grande apoio de seu pai. Autorretrato. 1504-
-1506. Óleo sobre tela,
Admirado pela corte, passou a viver em Roma, onde decorou as paredes de vários 47 cm × 33 cm. Galleria
N X
Ufizzi, Florença, Itália.
aposentos no Vaticano, preenchendo grandes espaços com excelente domínio da téc-
nica de afrescos. Não tardou a se tornar mestre, prestigiado por seu brilhantismo e
SI E genialidade. Morreu jovem e no auge de sua carreira.
Palácio Apostólico, Vaticano, Itália.
O
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art
volveu seus trabalhos em Florença e Roma, prestando serviços à família Médici e aos
papas romanos. Amplamente reconhecido em seu período pela excelência de suas
obras, foi um dos primeiros artistas a ter sua biografia publicada ainda em vida. Isso
se explica pela grandiosidade de algumas de suas produções, em que empregou com
O
maestria técnicas como o afresco, utilizada na decoração do teto da Capela Sistina
BO O
(1508-1512), no Vaticano, Itália.
SC
M IV
AMPLIAÇÕES
Michelangelo
Afresco
O afresco é uma técnica de pintura usada desde a Antiguidade, aprimorada e utilizada posteriormente na
O S
Renascença por vários pintores. Consiste em compor a pintura em argamassa ou gesso ainda fresco, fazendo o
desenho de maneira rápida enquanto a massa seca. As cores usadas são obtidas de pigmentos em pó diluídos
em água e aplicados em superfícies como paredes, murais, tetos de igrejas e espaços públicos com grandes
D LU
extensões. Quando executada em suportes grandiosos, é comum a referência à técnica como pintura mural. Sua
utilização é propícia ao clima seco, por essa razão foi muito empregada na Itália no final da Idade Média (o clima
na Itália é mais seco em relação ao restante da Europa).
Cosmin Constantin Sava/Dreamstime.com
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16 Arte | 8o ano 1
art
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SC
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MICHELANGELO.
A criação de
Adão, detalhe da
Capela Sistina.
1508-1512. Afresco,
O S
280 cm × 540 cm.
Vaticano, Itália.
D LU
No momento em que foi convidado para realizar essa obra, Michelangelo recusou,
argumentando que era escultor, e não pintor, mas, posteriormente, voltou atrás na
recusa. Iniciou o trabalho na capela em 1508 e finalizou em 1512. Os afrescos represen-
tam as principais cenas do Gênesis, primeiro livro da Bíblia.
Essa obra é tão esplêndida e monumental que é difícil acreditar ter sido realizada
O C
por somente um artista. Ele retornou à capela duas décadas mais tarde para pintar O
juízo final (1535-1541) na parede do altar.
N X
Capela Sistina, Vaticano, Itália.
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A LD
MICHELANGELO. O juízo
final. 1535-1541. Afresco,
13,7 m × 12,2 m. Capela
Sistina, Vaticano, Itália.
EM IA
art
assombra o espectador, pois parecem estar vivas.
O
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MICHELANGELO. Pietà. 1498-1499. Escultura em mármore, 174 cm × 195 cm.
Basílica de São Pedro, Vaticano, Itália.
MICHELANGELO. Baco. 1496-1497. Escultura
em mármore, 203 cm. Museu Nacional de
Bargello, Florença, Itália.
UM PASSO À FRENTE
EN S
que muitas vezes dificultam o acesso do povo à cultura e aos saberes artísticos. Vivemos na era digital e o uso da
tecnologia nos convida a uma nova forma de exposição e apreciação da arte: o tour on-line, uma maneira demo-
crática de aproximar a arte daqueles que não conseguem viajar ou percorrer longas distâncias – seja por questões
econômicas, seja por questões sociais –, mas que, ainda assim, devem ter acesso à fruição artística. Ao longo dos
D E
anos, muitos museus internacionais têm investido em tecnologias para que visitantes de todo o mundo consigam
entrar em suas galerias e exposições por meio da internet.
Ter como práticas comuns, cotidianas, o acesso à arte e a interação com ela é importante para a reflexão sobre
os padrões de beleza construídos social e individualmente, tema deste capítulo. Ao frequentar – presencial ou
A LD
virtualmente – espaços de arte, tomamos contato com o “belo” do nosso e de outros tempos, o que auxilia na
construção do repertório cultural de cada um.
Caso você tenha curiosidade em observar de perto – ainda que de sua casa – os afrescos da Capela Sistina, de
Michelangelo, acesse o site oficial da instituição, que permite um tour 360o, em que o usuário pode se movimentar
livremente pelos salões da igreja fazendo uso de um computador. Disponível em: <www.museivaticani.va/content/
museivaticani/it/collezioni/musei/cappella-sistina/tour-virtuale.html>. Acesso em: ago. 2019.
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24 Arte | 8o ano 1
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18 Arte | 8o ano 1
art
uma matriz. Foi empregada pelos antigos egípcios e redescoberta na Europa em meados do século XV. Para
imprimir uma gravura, é necessário um suporte (matriz), que pode
desenhada. O tempo,
Jozef Sedmak/Dreamstime.com
ser de madeira, metal, pedra, tecido, entre outros materiais. Para
o desenho realizado na superfície da matriz, são utilizados mate- a quantidade de ácido
riais cortantes; o desenho é realizado inversamente à imagem da
O
impressão finalizada. e o grau de desgaste
BO O
O processo de gravura ocorre depois que a matriz recebe uma
camada de tinta e entra, com o papel, em uma prensa. A mesma da chapa metálica são
SC
matriz pode gerar mais de uma obra. Cada série de gravura tem um
número de cópias determinadas pelo artista, que controla a execu-
controlados pelo artista.
M IV
ção do trabalho, o qual será assinado depois de pronto. Enquanto as
imagens representadas pela pintura eram únicas e caras, o processo • Litografia: trata-se de um
da gravura tornou-se mais acessível e, com isso, economicamente
mais viável à aquisição das obras, com custo mais baixo. método de impressão
O S
A gravura na Renascença teve como destaque Albrecht Dürer em que a imagem é
(1471-1528), gravador, pintor, ilustrador, matemático, físico, botânico,
zoólogo, desenhista e teórico de arte alemão. Nasceu na cidade de desenhada sobre uma
D LU
Nuremberg e, filho de ourives, iniciou seus trabalhos na ourivesaria
da família. Foi precursor da arte da representação gráfica em três base, em geral pedra
dimensões, ou seja, fez uso da perspectiva em seus trabalhos. É con-
siderado a figura principal do Renascimento alemão. Suas xilogra- DÜRER, Albrecht. Ressurreição. 1510-1511. calcária, conhecida como
vuras foram revolucionárias, cheias de detalhes sutis e minuciosos,
pedra litográfica. Após
Xilogravura, 39 cm × 27 cm. Rijksmuseum,
Amsterdã, Holanda. (Série Grande Paixão)
caracterizadas pelo estilo gótico.
O C
o desenho feito, com
PERSPECTIVA E PROPORÇÃO ÁUREA NA ARTE materiais gordurosos,
N X
a pedra é tratada com
A perspectiva foi uma das inovações desenvolvidas pelos artistas do Renascimen-
SI E to no século XV. Conhecida desde a Antiguidade, foi deixada de lado na Idade Média e soluções químicas e
resgatada pelo arquiteto italiano Filippo Brunelleschi (1377-1446). água, que fixam as áreas
Trata-se de uma técnica que permite produzir imagens tridimensionais (ou seja,
que possuem altura, profundidade e largura) sobre uma superfície bidimensional, pla-
oleosas do desenho
sobre a superfície. A
O
na, sem profundidade, por exemplo, uma folha de papel. Foi muito utilizada por Leo-
nardo da Vinci, Michelangelo, Rafael e outros artistas do Renascimento, que buscavam impressão da imagem é
uma maneira de produzir seus trabalhos com perfeição e realismo.
obtida por meio de uma
EN S
Para aperfeiçoar essa técnica, fizeram uso da matemática e, por meio da aplicação
da geometria, desenvolveram a perspectiva linear. Como muitos artistas eram enge- prensa litográfica que
E U
nheiros e arquitetos, não tiveram dificuldade com cálculos etc. e passaram a realizar
suas obras baseando-se em dois conceitos fundamentais: linha do horizonte e ponto
desliza sobre o papel.
de fuga, que podem ser vistos com clareza na obra A última ceia, de Da Vinci. • Serigrafia: a matriz é uma
tela, em que o desenho é
D E
A técnica da gravura é retomada no Renascimento e apresenta o artista Dürer, que a roupas em geral e
inovou ao criar obras com o uso da perspectiva, algo que o consagrou como o maior acessórios.
representante do Renascimento alemão. Aproveite a oportunidade para comentar que
o Renascimento, apesar de ter como epicentro a península Itálica, teve manifestações
M
Amplie a abordagem
Caso considere pertinente, comente algumas técnicas de produção de gravuras:
• Xilogravura: as imagens são entalhadas em placas de madeiras, feitas com buril, uma
ponta fina de ferro geralmente em forma de prisma.
• Ponta-seca: as imagens são gravadas com agulha de ferro ou outro metal em placa
de cobre ou ferro.
art
sobre outros grandes
artistas do Renascimento. AMPLIAÇÕES
Alguns nomes podem ser Elementos básicos utilizados na representação da perspectiva linear
O
sugeridos, como: Donatello, Na perspectiva linear, o artista representa um objeto tridimensional projetando-o sobre um plano tendo como
BO O
referência um ponto de fuga. Este se encontra no eixo de uma linha de horizonte imaginária. As linhas de projeção
Sandro Botticelli, Filippo da pintura devem convergir para esse ponto, estruturando a obra e dando a impressão de profundidade, ou seja,
SC
de que algumas coisas estão mais perto e outras mais distantes do observador, em diferentes planos.
Brunelleschi, Jan van
M IV
Eyck, Pieter Brueghel,
Masaccio, Giotto, Piero te
O S
n
rge
della Francesca. Reserve hac
on
ve
Lin
uma data para a finalização
D LU
da pesquisa e oriente os
grupos a apresentar aos
colegas as informações
O C
que coletaram, de modo
que toda a turma possa
N X
Linha do horizonte (LH): é a linha imaginária do encontro entre o céu e a terra.
saber mais sobre os outros Ponto de fuga (PF): é para onde todas as linhas se direcionam.
artistas pesquisados.
SI E Linhas convergentes: são as linhas que se direcionam para um mesmo ponto.
Orientação didática
O
Para auxiliar a percepção
dos alunos sobre a noção
EN S
de perspectiva, considere
E U
a possibilidade de
apresentar obras pictóricas
dos períodos bizantino,
D E
ao lado de produções dos Primeiro plano: é o que mais se aproxima do observador, também conhecido como plano próximo.
artistas do Renascimento Segundo plano: é o que mais se distancia do observador, também conhecido como plano afastado.
que adotam tal técnica. Plano médio ou intermediário: é o que fica entre o primeiro e segundo planos.
EM IA
26 Arte | 8o ano 1
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20 Arte | 8o ano 1
art
harmonia e a ordem. Para esse matemático, o número quatro ganhava destaque, já
que há quatro estações do ano, quatro luas, quatro pontos cardeais e muitos outros professor(a) de Matemática.
exemplos envolvendo esse número. Na Geometria, o quatro é representado pelo
quadrado, que possui quatro lados. Ao longo de seus estudos, Pitágoras concluiu
Amplie a abordagem
O
que a natureza é formada por linhas curvas e sinuosas, nada é simétrico como o
BO O
quadrado. Durante anos Pitágoras procurou encontrar curvas dentro do quadrado,
até que finalmente descobriu que uma espiral podia ser criada dessa forma geo- Sugira a consulta ao texto
SC
métrica, de modo a ressaltar o caráter perfeito, harmônico, de todas as coisas, de sobre proporção áurea
M IV
acordo com sua perspectiva.
Hoje essas descobertas são conhecidas como retângulo áureo e espiral áurea. A
disponível em:
proporção áurea é considerada uma espiral perfeita e pode ser encontrada na natu- <www.hypeness.com.
br/2014/02/a-proporcao-
O S
reza. Sua visualização é tão harmônica e agradável que encantou muitos artistas da
Renascença, os quais passaram a aplicar esses princípios em suas obras com o intuito
aurea-esta-em-tudo-na-
D LU
natureza-na-vida-e-em-
korhankaracan/iStockphoto.com
Gargolas/iStockphoto.com
voce/>. Acesso em: ago.
2019. Nesse link, os alunos
também terão acesso a
O C
vídeos sobre o assunto.
N X
SI E Escada helicoidal dupla, obra do engenheiro e arquiteto Giuseppe Momo
Representação da espiral áurea ou Fibonacci. (1875-1940), no Museu do Vaticano, Roma, Itália.
O
de alcançar a perfeição e a beleza ideais.
EN S
Ghing/iStockphoto.com
Radu Bighian/iStockphoto.com
E U
D E
A LD
Na natureza, é possível identificar as proporções da espiral áurea, por exemplo, em conchas e caracóis.
EM IA
art
Formas de espiral áurea encontradas na natureza:
o estudo das proporções Vimos que, por ser um artista de múltiplos talentos, Leonardo da Vinci é consi-
humanas realizado por derado um grande gênio ainda hoje. O primeiro estudo das proporções humanas foi
realizado por ele em 1500 e foi bastante importante para o trabalho de muitos artistas.
Leonardo da Vinci, a fim de
O
Para desenharmos uma figura humana sem deixá-la desproporcional, basta seguir
apropriar-se dessa técnica.
BO O
algumas medidas-padrão: o tamanho do corpo depende do tamanho da cabeça – em
É interessante que ele um corpo adulto, a medida varia entre 7,5 e 8 cabeças, como pode ser observado nas
SC
figuras a seguir. Mas lembre-se: essa medida só vale para a composição de figuras de
realize esboços em folhas
M IV
pessoas adultas.
avulsas como treino antes
de compor o desenho que
O S
será apresentado para os
colegas. Após a realização
D LU
dos trabalhos, solicite aos
alunos que façam uma
breve apresentação de seus
O C
desenhos, comentando o
que acharam mais difícil e
N X
mais fácil ao realizar suas
obras. Explique à turma
SI E
que o objetivo da atividade
não é criar uma imagem
O
Agora é o momento de você exercitar o que acabou de aprender sobre o estudo
perfeita, mas realizar das proporções humanas. Elabore seu próprio desenho com base nos modelos que
desenhos que sigam acabou de observar.
EN S
Esboço: é o traçado
inicial de um desenho, dendo ser masculina ou feminina. Após a escolha, faça um esboço inicial de seu trabalho.
espécie de rascunho.
Etapa 2: Execução
Depois de concluído o esboço, é o momento de realizar os detalhes e a finalização.
D E
Após a conclusão dos desenhos, apresente seu trabalho para a turma em um pai-
nel coletivo a ser exposto em sala de aula.
EM IA
28 Arte | 8o ano 1
ST ER
SI AT
M
22 Arte | 8o ano 1
art
1. Qual foi a principal inovação introduzida por Leonardo da Vinci na pintura?
marcante dos mestres
desse período. Pintor,
O
escultor, engenheiro,
BO O
2. Quais técnicas ligadas à proporção foram usadas pelos artistas do Renascimento cientista, escritor e
para suas obras atingirem o ideal de perfeição que desejavam?
SC
inventor, apesar de ser
M IV
consagrado na pintura,
Leonardo contribuiu para
a produção intelectual e
O S
3. Que obra consagrou Michelangelo na pintura?
artística de modo geral de
D LU
sua época e posteriores.
4. Por que Leonardo da Vinci é conhecido como o Homem da Renascença? Atividade 5: Leonardo da
Vinci, Michelangelo e Rafael
O C
Sanzio formaram a tríade
do Renascimento.
N X
SI E 5. Quais artistas formaram a tríade do Renascimento?
Atividade 6: Nesse
período de intensa
produção artística, os
O
6. Além da pintura, que outras modalidades das artes visuais foram desenvolvidas pe- artistas realizaram pinturas
em telas assim como em
EN S
arquitetura e da gravura.
A LD
convergentes.
art
Observe a imagem e, em seguida, responda às questões a respeito dela.
estudada no capítulo e
permite a aplicação de
primeimages/iStockphoto.com
pontos estudados em uma
O
nova situação.
BO O
SC
Atividade 1: Na imagem,
M IV
pode-se observar o mar, o
céu, barcos e montanhas.
O S
Atividade 2: Sim. A imagem
D LU
é formada por dois planos.
O primeiro é representado
pelos barcos e o segundo
1. Descreva a imagem.
é representado pelas
O C
montanhas e pelo céu.
N X
Atividade 3: A linha do
SI E
horizonte está localizada
no centro da imagem,
2. Ela é formada por planos? Se a resposta for afirmativa, quais?
6. Explique por que algumas figuras que compõem a imagem parecem maiores do
barcos apresentados no que outras, quando, na realidade, elas não são.
primeiro plano.
parece menor.
Atividade
complementar
SI AT
observem, em figuras
publicadas em jornais
e revistas, a presença
da perspectiva linear,
identificando o ponto de
fuga e traçando a linha
do horizonte e as linhas
convergentes nas imagens
escolhidas.
24 Arte | 8o ano 1
art
A Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, é um dos quadros mais famosos do mundo Ícone: imagem.
e uma das obras constantemente usadas em releituras dentro do mundo das artes, os trabalhos da turma
tornando-se um ícone popular.
na escola para que todos
O
possam conhecer e apreciar
age fotostock/Alamy Stock Photo
BO O
as obras.
SC
M IV
Amplie a abordagem
Apresente para os
O S
alunos alguns sites em
que possam pesquisar e
D LU
conhecer inúmeras versões
da Mona Lisa, criadas por
diversos artistas. Sugestões:
O C
• As várias versões da
Mona Lisa. Disponível
N X
BOTERO, Fernando.
Monalisa. 1978. Óleo sobre
tela, 183 cm × 166 cm. Museu
em: <http://lounge.
SI E Botero, Bogotá, Colômbia.
obviousmag.org/por_tras_
Em 1978, o artista colombiano Fernando Botero (1932), por exemplo, criou uma do_espelho/2012/08/
releitura em que a figura feminina permanece na mesma postura, com olhar enigmá- as-varias-versoes-da-
O
tico e com vestimenta semelhante, mas apresenta um tipo físico diferente da figura
monalisa.html>. Acesso
representada na obra original.
Agora é a sua vez de recriar a Mona Lisa. Como você imagina que ela seria nos dias em: ago. 2019.
EN S
atuais? Você pode mudar a vestimenta, os traços físicos, o corte de cabelo e o cenário,
adicionar acessórios etc. Liberte sua imaginação!
• Artistas criam 30 tipos
• Faça sua obra em uma cartolina branca. de Mona Lisa em
E U
• Trace uma margem de 5 cm nos quatro lados da cartolina. Essa margem será a versões sensuais e punk.
moldura de seu quadro.
• No interior da moldura, desenhe sua Mona Lisa. Disponível em: <https://
D E
• Você pode decorar seu trabalho com o material que preferir: lápis ou giz co- guia.folha.uol.com.br/
loridos, colagem de papéis ou tecidos, fitas, barbantes e outros materiais que
exposicoes/1230570-
A LD
Orientação didática
SI AT
2
Explore a abertura
A imagem apresentada A desmedida
é Ceia em Emaús,
obra pintada em 1601
por Caravaggio. Nela
do Barroco
O
encontram-se três
BO O
elementos principais
SC
que caracterizam o
M IV
Barroco: a temática
bíblica, a expressividade
e a dramaticidade da
O S
representação dos
D LU
personagens, além das
sombras, usadas para
National Gallery, London, UK.
O C
Vasculhando ideias
N X
referem-se a cada um
desses elementos. Converse
SI E
com os alunos trazendo
à tona suas percepções,
para que, mais adiante, ao
O
estudar o capítulo, possam
aprofundá-las.
EN S
E U
mesa é suficiente para personagem da ponta esquerda, demonstrada na contração de seu corpo, assim como a
que possam investigar a possível indignação do personagem à direita, que está com braços abertos. Reforce que
motivação da conversa e não há uma resposta correta para essa leitura, pois cada um poderá ter uma percepção.
M
26 Arte | 8o ano 1
A
História da Arte tradicional organiza e sistematiza de- base em temas ou
terminadas expressões artísticas de acordo com suas
interesses artísticos,
características, designando períodos, escolas e movi-
mentos artísticos. Um desses períodos é o Barroco, caracte- de modo individual,
rizado por obras que exploram a expressividade das emoções. coletivo e colaborativo,
A arte barroca, presente em esculturas, pinturas e também
fazendo uso de
na arquitetura, enfatiza as expressões e a dramaticidade das
O
situações, o que por vezes foi interpretado como representa- materiais, instrumentos e
BO O
ção excessiva ou desmedida dos afetos. Mas como essa ca- recursos convencionais,
SC
racterística foi construída pelos artistas em suas obras?
alternativos e digitais.
M IV
• (EF69AR19) Identificar
e analisar diferentes
O S
estilos musicais,
contextualizando-os
D LU
no tempo e no espaço,
de modo a aprimorar a
capacidade de apreciação
O C
da estética musical.
• (EF69AR18) Reconhecer
N X
e apreciar o papel de
SI E músicos e grupos de
música brasileiros
e estrangeiros que
O
contribuíram para
o desenvolvimento
EN S
de formas e gêneros
musicais.
E U
• (EF69AR34) Analisar e
valorizar o patrimônio
D E
cultural, material e
imaterial, de culturas
A LD
diversas, em especial
a brasileira, incluindo
(CARAVAGGIO) Michelangelo Merisi. Ceia em Emaús.
1601. Óleo e têmpera sobre tela, 141 cm × 196 cm.
suas matrizes indígenas,
Galeria Nacional de Londres, Inglaterra.
africanas e europeias,
EM IA
de diferentes épocas, e
favorecendo a construção
ST ER
de vocabulário e
repertório relativos às
diferentes linguagens
características de suas obras, contextualizando-as no tempo e no espaço. A artísticas.
SI AT
Habilidades Conceitos-chave
Arte barroca, luz e
M
art
material (mármore) e Antes do surgimento do Barroco, havia outra estética vigente na arte: a do Renas-
cimento, abordado no capítulo anterior. O Renascimento foi um movimento que afetou
realistas, apresentam toda a cultura, a política e até mesmo a economia, colocando o próprio homem, e não
diferentes formas de
O
Deus, como ser mais importante da sociedade; mediante esse enfoque, a razão e a
representação, pois são ciência passaram a ser valorizadas. Com o surgimento do Barroco, isso mudou, pois o
BO O
foco foi direcionado para questões religiosas e se propôs uma estética mais exuberan-
de diferentes estéticas.
SC
te, que abusa de ornamentos, enaltece o movimento e a dramaticidade.
A percepção dessas
M IV
Ao analisarmos esculturas renascentistas e barrocas, ficam evidentes as diferen-
diferenças ajudará os ças nos modos de conceber as peças: a razão, enaltecida pelo pensamento renas-
centista, pode ser traduzida nas expressões neutras com que os personagens são
alunos a compreender como representados; já a escultura barroca busca expressar emoção, com personagens que
O S
os artistas exploram as parecem transbordar intensos sentimentos.
características do Barroco
D LU
Franco Origlia/Getty Images
irisphoto1/Shutterstock
em suas obras. Retome
conhecimentos sobre o
Renascimento estudados
O C
no capítulo anterior.
N X
Atividade 1: A escultura
David, de Michelangelo, é
SI E
renascentista; já a escultura
O rapto de Proserpina, de
O
Bernini, é barroca.
EN S
E U
D E
34 Arte | 8o ano 1
ST ER
SI AT
M
28 Arte | 8o ano 1
art
tranquila, em uma posição
que apresenta linearidade.
O
Já a cena do rapto parece
BO O
3. Qual das esculturas lhe inspira a imaginar histórias, pensar no que acontecera antes sair de um frame de um
SC
e no que poderá acontecer depois da cena representada na escultura? Por quê? filme, pois estão em plena
M IV
ação e há dramaticidade no
ato representado.
O S
Atividade 3: A escultura
D LU
de Bernini tem outra
característica do Barroco:
BARROCO: FÉ E EMOÇÃO a narratividade, visto
que ela não é uma mera
O C
RUBENS, Peter Paul.
O Barroco desenvolveu-se na Itália entre o século XVII e meados do século XVIII, e Imagem central de A
estendeu-se para outros países da Europa. O termo barroco surgiu com tom pejorativo,
elevação da Cruz. 1610-1611.
Óleo sobre tela, representação de quem
são aqueles personagens,
462 cm × 341 cm.
já que, por se diferenciar da harmonia e da simplicidade da arte renascentista, essa
N X
Catedral de Nossa Senhora,
nova arte parecia aos críticos algo irregular, deformado. Antuérpia, Bélgica.
Jozef Sedmak/Dreamstime.com
SI E foi o da Contrarreforma, ou Reforma Católica, em que os
católicos procuraram construir mais igrejas e capelas,
o que está acontecendo
com eles e o motivo. Há
de modo a combater o avanço do protestantismo, pro-
teatralidade, há encenação
O
vocado pela Reforma Protestante iniciada por Martinho
Lutero a partir de 1517. nas obras barrocas.
A característica mais marcante desse período foi o
EN S
Hanna Cody/iStockphoto.com
compreendam a obra em
art
sua totalidade, integrando
as figuras angelicais e a
presença do dourado à
O
estátua da beata Ludovica
BO O
Albertoni. Caso apresentem
SC
alguma dificuldade,
M IV
ressalte que essa obra é
composta tanto da figura
O S
feminina quanto das
cabeças dos anjos.
D LU
Atividade a: Espera-se
que o aluno responda
O C
que sim. A religiosidade é
expressa na figura por meio
N X
dos anjos.
SI E
Atividade b: As BERNINI, Gian Lorenzo.
Beata Ludovica Albertoni.
características da arte
1671-1674. Escultura em
O
mármore. Detalhe. Igreja
de San Francesco a Ripa,
barroca que podemos em Roma, Itália.
o período, e a expressão de
dor e sofrimento expressa
D E
36 Arte | 8o ano 1
ST ER
SI AT
M
30 Arte | 8o ano 1
Anna Pakutina/Dreamstime.com
gioso e buscam a perfeição estética. As formas dedicou a carreira toda a
art
apresentam dinamismo, movimento. Predomi- realizar trabalhos para a
nam as linhas curvas, os drapeados nas vestes
e os tons dourados, em referência ao ouro, em igreja. É importante que
formas espiraladas e retorcidas. A escultura no os alunos saibam que
O
Barroco foi um importante complemento da ar-
a autoria do projeto da
BO O
quitetura exterior e interior e reforçou a gran-
construção da Fontana di
SC
diosidade das igrejas com imagens de santos,
anjos, madonas e heróis mitológicos, retrata- Trevi não é de Bernini, pois
M IV
das na obra do artista Bernini, o maior repre-
sentante da escultura no Barroco, que dedicou muitas pessoas julgam
sua carreira artística à projeção da Igreja Cató- ser ele o autor desse
O S
lica na Itália.
Muitas das esculturas barrocas ornamen-
magnífico monumento. A
ele coube a realização de
D LU
tam igrejas, por isso fazem referência a cenas
de trechos da Bíblia ou a personagens religio- um novo projeto, que foi
sos como freiras e anjos. Na escultura O êx-
tase de Santa Tereza, o contato entre um ser abandonado em razão da
divino, o anjo, e um ser humano, a madre Te- BERNINI, Gian Lorenzo. O êxtase de Santa Tereza.
morte do papa e finalizado
O C
1647-1652. Escultura em mármore. Igreja Santa Maria
reza (que posteriormente foi nomeada Santa della Vittoria, em Roma, Itália.
por outro arquiteto.
Tereza d’Ávila), é envolto por uma luz celestial
Ressalte que mesmo com
N X
representada por barras douradas ao fundo da escultura, que parecem surgir do céu.
Além dessa luminosidade construída como pano de fundo, a forma como Bernini essa mudança, é possível
Stefano Valeri/Dreamstime.com
esculpiu a cena possibilitou a incidência de luz sobre a peça, formando áreas de Gian Lorenzo
SI E claro e escuro que aumentam a dramaticidade já construída pela própria expressão
Bernini identificar algumas
dos personagens. Nasceu em Nápoles, características de seu
Itália, em 1598, e
faleceu em Roma, em projeto, como as bacias
O
Stoyan Haytov/Dreamstime.com
resultantes da fusão
com a arquitetura e
a pintura. Suas obras
são tão realistas
D E
que os personagens
parecem estar vivos
e em movimento.
A LD
Considerado o maior
escultor de seu tempo,
morou praticamente
a vida toda em Roma,
SALVI, Nicola.
Fontana di
tendo suas obras
Trevi. 1762. patrocinadas por
Roma, Itália. diversos papas.
EM IA
Lightfieldstudiosprod/Dreamstime.com
à classe e, por meio das na Fontana di Trevi, monumento símbo-
lo de Roma e um dos mais conhecidos do
imagens, observe que a
art
mundo. A fonte, originalmente construída
luxuosidade se mostra pelos antigos romanos, abastecia as ca-
mais claramente nos sas de banhos térmicos, conhecidas como
termas, muito utilizadas pela população. O
interiores. A área externa
O
papa Urbano VIII pediu a Bernini para rea-
das edificações se mostra
BO O
lizar um novo projeto para a reforma, pois
achava que ela deveria ser mais dramática,
mais sóbria e, de certa
SC
mas, com a morte do religioso, o projeto foi
forma, mais simples, se
M IV
abandonado e apenas alguns detalhes do
comparada à área interna. original foram mantidos. O arquiteto italia-
no Nicola Salvi (1697-1751) retomou o projeto,
Por fim, leia com os alunos
O S
que levou vinte anos para ser concluído.
a proposta da atividade BERNINI, Gian Lorenzo.
Colunata de São Pedro. No Vaticano, território considerado sede da Igreja Católica Apostólica Romana,
oral, reforçando como encontra-se a Colunata de São Pedro, uma sequência de colunas criadas por Bernini e
1657-1667. Vaticano,
D LU
Roma, Itália.
organizadas de modo a rodear a Praça de São Pedro e a imponente Basílica de São Pe-
essas características são dro. A grandiosidade da construção revela o poder da Igreja Católica, sendo projetada
incorporadas em tais obras. como um meio de acolher os fiéis que se reúnem na praça para celebrações religiosas.
O C
Atividade
AMPLIAÇÕES
complementar
N X
A suntuosidade das construções barrocas
A arquitetura barroca desenvolveu as mesmas características da pintura e da escultura: formas assimétricas,
Caso ache necessário
SI E luxuosidade e teatralidade. Nesse período foram construídas edificações religiosas como igrejas, monasté-
para o conhecimento rios, catedrais, mansões e palácios. O exterior das construções barrocas era simples, se comparado ao luxo
e à suntuosidade de seus interiores. Além de Bernini, os principais arquitetos nesse período foram Pietro da
do aluno, solicite uma Cortona e Borromini.
O
pesquisa sobre o Palácio de
image_of_life/iStockphoto.com
golibo/iStockphoto.com
Versalhes (<https://www.
EN S
historiadomundo.com.br/
idade-moderna/palacio-
E U
no boxe Ampliações.
A LD
• Após observar as imagens das esculturas e das construções barrocas, converse com
os colegas sobre como as características desse estilo aparecem nessas duas lingua-
gens artísticas, mencionando exemplos de cada uma delas.
EM IA
38 Arte | 8o ano 1
ST ER
SI AT
M
32 Arte | 8o ano 1
art
sensualidade. A temática era realista; os artistas retratavam tanto o luxo da nobreza e explanar as primeiras
quanto a simplicidade do povo, representando cenas do cotidiano e naturezas mortas.
Uma característica marcante das pinturas barrocas foi o uso da técnica trompe-l’œil, impressões da obra. Em
pintura que causa efeitos ilusionistas e faz com que as formas aparentem ter três seguida, explique como
O
dimensões, para que a fé pudesse ser alcançada pela emoção por meio dos efeitos
a técnica do trompe-l’œil
BO O
causados nos olhares das pessoas. A intensa movimentação na pintura dava ao expec-
foi aplicada na obra e
SC
tador a sensação de estar indo ao céu com os personagens retratados.
como ela cria a sensação
M IV
mustafacan/iStockphoto.com
de profundidade em toda
a pintura, resultando na
O S
comoção e na elevação
do espírito do expectador.
D LU
Ressalte que o artista
trabalha com maestria a
relação entre a estrutura
O C
de mármore da igreja de
Santo Inácio de Loyola com
N X
a pintura, uma vez que não
SI E é difícil notar a transição
entre o mármore em si e
as partes cobertas pela
O
tinta. Por fim, pergunte aos
POZZO, Andrea. Apoteose de Santo Inácio. 1694. Afresco. Igreja Santo Inácio de Loyola, em Roma, Itália.
alunos quais sensações
EN S
Caravaggio - Itália
Janusz Pieńkowski/Dreamstime.com
O
BO O
SC
M IV
(CARAVAGGIO)
Michelangelo Merisi.
O sepultamento de
O S
Cristo. 1603-1604.
Óleo sobre tela,
300 cm × 203 cm.
D LU
Pinacoteca Vaticana, (CARAVAGGIO) Michelangelo Merisi. Medusa. 1597. Óleo
Roma, Itália. sobre tela, 60 cm × 55 cm. Galeria Uffizi, Florença, Itália.
Rembrandt - Holanda
Mihail Ivanov/Dreamstime.com
Everett - Art/Shutterstock
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
VAN RIJN, Rembrandt. Autorretrato aos 63 anos. 1669. Óleo sobre VAN RIJN, Rembrandt. Autorretrato. c. 1628. Óleo sobre
tela, 86 cm × 70 cm. Galeria Nacional, Londres, Inglaterra. tela, 22 cm × 18 cm. Rijksmuseum, Amsterdã, Holanda.
D E
Rembrandt Harmenszoon van Rijn nasceu em Leida, Países Baixos (região da atual
Bélgica e Holanda), em 1606, e faleceu em Amsterdã, em 1669. Os autorretratos foram
A LD
o ponto alto de sua produção. Suas pinturas caracterizaram-se pelos efeitos de luz,
trabalhados em vários graus de luminosidade, meios tons e penumbras intensas, que
marcavam a dramaticidade. O artista realizou muitas pinturas, desenhos e gravuras.
Suas obras imprimiam um ar sério, introspectivo, com grande profundidade emocio-
nal. Em suas pinturas também eram retratadas cenas bíblicas e históricas, com grande
riqueza de detalhes.
EM IA
40 Arte | 8o ano 1
ST ER
SI AT
M
34 Arte | 8o ano 1
art
www.rembrandthuis.nl/>.
Acesso em: ago. 2019. Além
disso, mostre imagens
O
da Praça Rembrandt, em
BO O
Amsterdã, em que há um
SC
conjunto de estátuas que
M IV
reproduzem o quadro
Ronda noturna (1642).
O S
VAN RIJN, Rembrandt. Ronda noturna. 1642. Óleo sobre tela, VAN RIJN, Rembrandt. A lição de anatomia do doutor Tulp. 1632.
379 cm × 453 cm. Rijksmuseum, Amsterdã, Holanda. Óleo sobre tela, 169 cm × 216 cm. Mauritshuis, Haia, Holanda.
D LU
Vermeer - Holanda
Johannes Vermeer (1632-1675), natural de Delft, nos Países Baixos, foi um dos maio-
res pintores holandeses, conhecido como mestre da luz. Suas obras representavam
cenas do cotidiano, como a vida doméstica e o mundo do trabalho, além de festas
O C
coletivas e infantis, tanto da cidade como do campo. Semelhante a fotografias, suas
pinturas mostram extrema riqueza de detalhes. Vermeer tinha grande habilidade na
escolha das cores e no uso de luz para dar vivacidade às cenas. Suas obras tinham
N X
formas regulares, equilibradas, que remetem à serenidade.
SI E
Mauritshuis, The Hague
O
EN S
E U
D E
Atividade DE OLHO
complementar Mais de 300 anos depois de ser pintada por Vermeer, a tela Moça com brinco de
Imagem Filmes
pérola virou tema de filme. A trama retrata o período de execução da pintura (por vol-
art
ta de 1665) e apresenta uma história fictícia envolvendo o pintor holandês e a moça
Se achar pertinente, representada na tela. É possível conhecer o ambiente em que o artista viveu e sua
prática artística, revelando a produção artesanal de tintas e o uso da câmara obscura,
organize um dia para exibir um equipamento que auxiliava na elaboração de imagens realistas.
o filme Moça com brinco Produzido em 2003 pelo diretor Peter Webber, o filme homônimo à pintura traz
O
em suas cenas a atmosfera das obras barrocas ao buscar reproduzir cores, luzes e
de pérola , direção de Peter sombras tal qual o artista Vermeer fazia. A estratégia conferiu ao filme o Oscar de
BO O
melhor fotografia em 2004.
Webber. A classificação
SC
Moça com brinco de pérola,
M IV
que se trata de
uma história fictícia, Velázquez - Espanha
O S
baseada em um romance Chamado “O pintor dos pintores”, Diego Rodrí-
guez de Silva y Velázquez (1599-1660) é considerado
da autora Tracy Chevalier.
Georgios Kollidas/Dreamstime.com
o maior artista da Espanha. Trabalhou na corte de
D LU
Na verdade, pouco se sabe Filipe IV, que se tornou seu mecenas. Em suas obras
sobre a vida do pintor retratava nobres, crianças, anões, paisagens, temas
religiosos e mitológicos. Com pinceladas fortes e
holandês. Contudo, a seguras, acrescentava valor aos elementos da obra,
O C
reconstituição de época como cor, luz, espaço, traços irregulares e movimen-
tos. Suas principais pinturas estão expostas no Museu
ajuda na compreensão do Prado em Madri, na Espanha.
N X
do ambiente em que o Diego Velázquez
artista viveu.
SI E
Prado, Madrid
VELÁZQUEZ, Diego. As meninas. 1656. Óleo VELÁZQUEZ, Diego. Retrato do papa Inocêncio X.
sobre tela, 320 cm × 281 cm. Museu do Prado, 1650. Óleo sobre tela, 141 cm × 119 cm. Galleria
Madri, Espanha. Doria Pamphilj, Roma, Itália.
EM IA
42 Arte | 8o ano 1
ST ER
SI AT
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36 Arte | 8o ano 1
art
Artemisia Gentileschi (1598-1653) foi uma das pri-
meiras mulheres a desbravar o mundo das artes, até artistas, que desenvolveram
então um universo dominado pelos homens, sendo
a principal referência feminina de artista barroca.
características próprias.
Até ser reconhecida, suas pinturas eram atribuídas a Com o conteúdo do site
O
artistas do sexo masculino, pelos temas retratados
indicado na atividade
BO O
em suas obras: figuras históricas e religiosas, cuja
realização era considerada inadequada a uma mu-
complementar, é possível
SC
lher. Pelo fato de ser mulher, ela não pôde estudar
e, como consequência, não aprendeu a ler e escrever.
ampliar o conhecimento
M IV
Só aprendeu a pintar porque seu pai, também artista,
lhe ensinou. Adulta, casou-se e foi morar em Florença
e, em 1616, foi uma das primeiras mulheres a integrar a
do aluno apresentando
Academia de Belas Artes de Florença. Depois de alguns outros artistas que não
O S
anos casada, separou-se e garantiu seu sustento tra-
balhando para um integrante da família Médici, que foram citados no texto. O
se tornou seu mecenas.
boxe Ampliações mostra
D LU
GENTILESCHI, Artemisia. Autorretrato como musicista de
alaúde. 1615-1618. Óleo sobre tela, 77,5 cm × 71,8 cm. Museu
de Arte Wadsworth Atheneum, Connecticut, Estados Unidos. a principal figura feminina
a representar a pintura
A energia musical do Barroco barroca. Caso considere
O C
O período em que a música barroca se desenvolveu foi muito importante, pois pertinente, abra espaço
trouxe mudanças que revolucionaram a música ocidental. Surgiram ritmos energé- para uma conversa sobre
N X
ticos, melodias com muitos ornamentos, contrastes de timbres instrumentais e de
sonoridades, combinando sons fortes com mais suaves, sem transições. a importância do resgaste
SI E No fim do Renascimento, foi escrita a primeira ópera (Dafne, 1594, por Jacopo Peri do papel das mulheres no
e Rinuccini), mas foi durante o período Barroco que o gênero se desenvolveu. Aos
mundo das artes.
poucos, o drama cantado foi ganhando características barrocas e se aprimorando,
incluindo elementos cênicos típicos do teatro, como cenografia, figurinos e a própria
O
encenação por parte dos cantores. Atividade
complementar
360b/Alamy Stock Photo
EN S
apresentados.
ST ER
SI AT
M
art
Neste site, você encontra a
O
monteverdi-l-orfeo-la-
BO O
capella-reial-de-catalunya-
SC
jordi-savall/>. Acesso em:
M IV
ago. 2019. Apresentação da
Orquestra Barroca
de Amsterdã e Coro,
O S
especializada em música
complementar
D LU
Outro gênero de destaque na música barroca são as cantatas, que, apesar de exis-
tirem há mais tempo e também tratarem de temas profanos, foram bastante utilizadas
Organize um momento de em missas com temas religiosos, exaltando a fé e figuras sagradas, como a Cantata 147,
apreciação musical para que chamada de Jesus, alegria dos homens, de Johann Sebastian Bach.
O C
os alunos possam conhecer
DEA/A. DAGLI ORTI/De Agostini via Getty Images
N X
Sugestão de vídeos: O italiano Antonio Johann SeBaStian Bach
SI E incentivado desde O alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750) foi um dos maiores compositores e músicos da história e é
considerado um dos grandes gênios da música clássica. A música entrou em sua vida por meio de seu pai, um
(1716) – Johann Sebastian cedo a praticar
música pelo seu pai, violinista que educou seus oito filhos para serem músicos. Aprendeu a tocar cravo e órgão com seu irmão mais
Bach. Disponível em: também músico, e velho. Todo o domínio de sua técnica foi trabalhado a favor da harmonia perfeita, característica valorizada até
os dias atuais em suas cantatas, prelúdios, oratórios, missas e fugas. Dominava de forma esplêndida a técnica
ainda criança foi
O
<https://youtu.be/ estudar música musical e foi reconhecido como o pai da harmonia por Beethoven e Mozart.
na Capela de São
kD5Hrzqbx7Y>. Acesso em: Marcos, em Veneza.
EN S
Mund und Tat und Leben” respiratórios, Händel, Johann Sebastian Bach e Jean-Philippe Rameau.
passou a se dedicar
(“Coração e boca e ações à música como
professor de violino
e vida”) interpretada AMPLIAÇÕES
D E
e produtor musical.
LindaMarieB/iStockphoto.com
Produziu inúmeras O cravo, antepassado do piano
pela Orquestra Nacional composições, entre
O cravo é um instrumento de teclas e cordas considerado o antepassado do
A LD
realizada no aeroporto cravo. O áudio da obra completa é facilmente encontrado em serviços de streaming
Riogaleão – Aeroporto de música como o Spotify.
Internacional Tom Jobim,
M
38 Arte | 8o ano 1
art
O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
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A Igreja e Convento de São Francisco, em Salvador, na Bahia, é um dos exemplares mais requintados da arquitetura barroca.
N X
O movimento Barroco chegou com grande atraso ao Brasil, somente no final do
SI E século XVII, durante o ciclo do ouro. A arte barroca brasileira manifestou-se na ar-
quitetura, na escultura, na pintura e na literatura. Ela tinha como função principal a
transmissão de conceitos da fé católica e foi fortemente influenciada pelos coloni-
zadores portugueses, mais precisamente pelos jesuítas (missionários da difusão do
O
cristianismo). Nessa época, não existiam investimentos na arte, pois a elite brasileira
não era habituada a patrocinar obras artísticas. Assim, o Barroco desenvolveu-se ba-
sicamente na arte sacra, com pinturas e esculturas feitas nas igrejas. Os artistas do
EN S
DE OLHO
Escultura
DIÁLOGOS A escultura barroca brasileira manteve a intensidade e a dramaticidade, retomou
os movimentos corporais e as expressões faciais teatrais, além da temática religiosa,
art
Língua Portuguesa
mas é marcada por outro tipo de acabamento, mais rústico que as peças do Barroco
Você já ouviu a
expressão santo do europeu. O mármore, material comum na Itália, não aparece nas esculturas produzi-
pau oco? Ela é uma das no Brasil; por aqui, as peças costumavam ser feitas em madeira ou pedra-sabão,
expressão popular um mineral encontrado no estado de Minas Gerais em grande abundância, e poste-
O
brasileira usada
para designar uma riormente eram pintadas com cores fortes e ornamentadas com ouro.
BO O
pessoa de caráter O ouro, além de ser um mineral abundante em Minas Gerais (estado onde mais se
SC
duvidoso, dissimulada, desenvolveu o Barroco brasileiro), representava todo o poder da Igreja e a importância
que demonstra
que a população deveria dar à religião.
M IV
comportamento
correto, mas na Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), Manuel da Costa Ataíde, Valentim da Fon-
verdade não é seca e Silva, Agostinho de Jesus e Francisco das Chagas foram os principais nomes da
exatamente assim. A escultura barroca no Brasil.
origem da expressão é
O S
incerta, a mais aceita
Grafissimo/iStockphoto.com
é que tenha surgido
no final do século XVII
D LU
e começo do século
XVIII em Minas Gerais,
quando o ouro no
Brasil era o mineral
mais explorado.
Os mineiros, para
O C
escapar dos altos
tributos cobrados
pelos portugueses,
N X
armazenavam ouro
em pó dentro de
SI E imagens de santos
ocos para passar nos
postos de fiscalização
sem que o metal Esculturas no
fosse apreendido. interior da Igreja de
O
Os contrabandistas São Francisco, em
Salvador, Bahia.
de pedras preciosas
também usavam esse
truque para enviar
EN S
pedras preciosas,
moedas de ouro e
demais tesouros a
E U
Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho (1730-1814), viveu em Ouro Preto, Minas Gerais. Es-
cultor, arquiteto, entalhador e desenhista, é o maior representante da arte barroca brasileira. As esculturas
são suas obras mais significativas e fascinam até os dias atuais. No Santuário do Bom Jesus de Matosinhos,
D E
em Congonhas, Minas Gerais, encontram-se suas maiores realizações: as esculturas em pedra-sabão dos doze
profetas, localizadas no adro da igreja, e as capelas que abrigam imagens de madeira (cedro) em tamanho
natural narrando a Via Sacra ou Via Crucis. São características de suas obras: expressividade acentuada; queixo
A LD
dividido; nariz proeminente, olhos amendoados e pupilas planas; boca entreaberta; braços curtos; entre outras.
Acredita-se que ficou conhecido popularmente como Aleijadinho por ter desenvolvido uma doença degene-
rativa por volta dos 40 anos, que o fez perder parte dos pés e das mãos e o limitou a realizar seus trabalhos
sozinho. Contava com o auxílio de seus discípulos, que o carregavam e amarravam as ferramentas em suas
mãos para que pudesse trabalhar. Assim, a doença não o impediu de realizar suas obras, que o consagraram
mundialmente como o maior representante da arte barroca mineira e brasileira.
EM IA
46 Arte | 8o ano 1
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40 Arte | 8o ano 1
Diego Grandi|Dreamstime.com
art
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ALEIJADINHO. São
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João Evangelista.
Igreja de São
Francisco de Assis,
São João del-Rei,
Minas Gerais.
O C
A cidade de Congonhas, em Minas Gerais, abriga as mais importantes obras de
Adro: terreno aberto
Aleijadinho. É no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos que podemos encontrar as ou murado em volta
N X
representações da Via Sacra ou Via Crucis, composta de esculturas de cedro (tipo de de uma igreja.
madeira) em tamanho natural e dispostas em sete capelas no caminho até a igreja. No Via Sacra ou Via
SI E adro da igreja, encontram-se as esculturas dos doze profetas em pedra-sabão, feitas
entre 1794 a 1804.
Crucis: trajeto
percorrido por Jesus
carregando a cruz
até o Calvário onde
faleceu.
Gilberto_Mesquita/iStockphoto.com
O
EN S
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A LD
Vista do conjunto arquitetônico do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, Minas Gerais.
EM IA
Gilberto_Mesquita/iStockphoto.com
Gilberto_Mesquita/iStockphoto.com
art
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SC
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Uma das capelas que abrigam os grupos escultóricos de Profeta Daniel, da série Os doze profetas, de
cedro no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Aleijadinho, no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos.
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Aguina/Dreamstime.com
SI E
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A LD
48 Arte | 8o ano 1
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42 Arte | 8o ano 1
art
Patrimônio cultural: conservar para preservar
UNESCO
Tombado: de tombar,
um patrimônio da humanidade tombado pela
Organização das Nações Unidas para a Educa-
no sentido de tornar substituída por Patrimônio
algo oficialmente
ção, a Ciência e a Cultura (Unesco). Pesquisa- Cultural. O conceito é assim
O
protegido por seu
dores estão preocupados com a deteorização valor histórico e/ou
ampliado de maneira a
BO O
desse patrimônio, especialmente as esculturas cultural.
dos doze profetas, que podem não resistir à
incluir as contribuições
SC
ação do tempo. A fim de que as esculturas não
percam suas características, os pesquisadores dos diferentes grupos
M IV
desenvolveram um projeto para a construção
de réplicas em gesso e fibra de vidro, que fica- formadores da sociedade
rão guardadas em um museu na cidade. Com
ajuda de uma câmera a laser, é possível trans- brasileira. Essa
O S
formar as esculturas em modelos digitais; os
testes foram realizados com miniaturas. Esse
mudança incorpora o
foi o modo encontrado para conservar essa obra realizada há mais de 200 anos e que levou mais de cinco anos conceito de referência
D LU
para ser finalizada, no período em que se acredita ter sido a pior fase da doença de Aleijadinho, em que o artista
esculpia com as ferramentas amarradas às suas mãos atrofiadas. Medidas como essa são importantes para a cultural e significa uma
preservação de nosso patrimônio cultural. Mas o que é “Patrimônio Cultural”?
Você já deve ter observado, em sua cidade, casarões antigos e prédios públicos que tiveram suas caracterís- ampliação importante
ticas preservadas. Trata-se de um patrimônio. O patrimônio é a identidade de uma sociedade, pois ele guarda
dos bens passíveis
O C
as características, os costumes, os comportamentos de um povo. É uma forma de registro para o futuro. Pode-se
definir patrimônio como o conjunto de bens materiais (prédios) e imateriais (elementos marcantes da culinária, de reconhecimento.”.
festas típicas etc.) que possui significado cultural, artístico, religioso, estético ou documental para a sociedade.
Ele representa uma importante fonte de pesquisa e memória, contribuindo com as futuras gerações. No mundo Disponível em: <http://
N X
todo existe a preocupação com a preservação dos patrimônios públicos. A Unesco, agência da Organização das
Nações Unidas (ONU), é responsável pela definição de regras e pela proteção do patrimônio cultural da huma-
portal.iphan.gov.br/pagina/
SI E nidade, mas há outros órgãos nacionais e regionais que atuam nesse cuidado. No Brasil, quem cuida de nossos detalhes/218>. Acesso em:
patrimônios é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que atua na gestão, na proteção
e na preservação cultural de bens que são considerados relevantes para o país. Já o Conselho de Defesa do ago. 2019.
Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), por exemplo, cuida dos bens que são
relevantes para o estado de São Paulo. Converse com os
O
Bens materiais como imóveis, quando são tombados, não podem ser demolidos nem reformados. Eles
podem apenas passar por um processo de restauração, que é realizado de acordo com normas específicas. Tal
alunos sobre as medidas
cuidado tem como objetivo manter as características originais de quando foi construído. que são tomadas para
EN S
No Brasil, são considerados Patrimônios: a cidade histórica de Ouro Preto (MG); o centro histórico de Olinda
(PE); a Estação da Luz, na cidade de São Paulo (SP); o Cristo Redentor, na cidade do Rio de Janeiro (RJ); a Pampu- a preservação dos
lha, em Belo Horizonte (MG); o Parque Nacional da Serra da Capivara (PI); as ruínas de São Miguel das Missões
patrimônios históricos
E U
(RS), entre outros. E são exemplos de Patrimônio Histórico Imaterial: o modo artesanal de fazer queijo de Minas;
o ofício das baianas de acarajé; a Festa do Divino Espírito Santo de Paraty; o Complexo Cultural do Bumba Meu
Boi; o Carimbó; e as Matrizes do samba no Rio de Janeiro: partido-alto, samba de terreiro, samba-enredo.
brasileiros. Por exemplo,
No site do IPHAN, você pode conhecer outros patrimônios, as ações de preservação realizadas pelo Instituto durante o Carnaval,
e até se informar sobre como participar de conversas que ajudam a definir quais bens culturais são importan-
D E
tes de serem preservados: <http://portal.iphan.gov.br>. Acesso: ago. 2019. época de grande fluxo de
pessoas para as cidades
A LD
• Com base na discussão apresentada no boxe Diálogos, procure outras imagens históricas mineiras, as
de outras cidades históricas mineiras, como Mariana, São João del-Rey e Congo- prefeituras são orientadas
nhas, e anote as principais características barrocas observadas nas manifestações
artísticas (arquitetura, escultura, pintura etc.) presentes nas mesmas, citando al-
a tomar medidas que
guns exemplos. preservem as construções
EM IA
do-patrimonio-cultural-
mobiliza-cidades-
historicas-brasileiras-
SI AT
durante-o-carnaval/>.
Acesso em: ago. 2019.
M
Pintura
A pintura barroca brasileira tinha características bem próximas às da escultura,
com excesso de contraste, ilusão de movimento, uso da perspectiva e composição com
art
claro-escuro. As imagens religiosas eram pintadas com tinta de aspecto brilhante, uti-
lizando cores cromáticas: vermelho, azul, dourado e branco. O acabamento das obras
era feito com folha de ouro.
O
J.L. Bulcão/Pulsar Imagens
BO O
SC
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Mestre Ataíde. Assunção
da Virgem. 1804-1807.
Óleo sobre madeira.
N X
Pintura do teto da igreja
de São Francisco de
Assis, em Ouro Preto,
Minas Gerais.
SI E Havia, além da pintura de quadros e dos interiores das igrejas, obras em azulejos,
que descreviam cenas bíblicas.
O leugenio/iStockphoto.com
EN S
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Pinturas barrocas em
azulejos portugueses
em Olinda, Pernambuco.
EM IA
50 Arte | 8o ano 1
ST ER
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44 Arte | 8o ano 1
Os destaques na pintura desse período foram: Belchior Paulo, Mestre Ataíde (Ma-
nuel da Costa Ataíde), Eusébio de Matos e Guerra, José Joaquim da Rocha e Manuel de meStre ataíde
Jesus Pinto.
art
Manuel da Costa
Ataíde (1762-1830), o
Mestre Ataíde, viveu
DIÁLOGOS em Mariana, Minas
Gerais. É considerado
o maior representante
O
História
BO O
pintura barroca,
co do ouro, esse metal estava presente no acabamento das pinturas. A mas também foi
SC
extração de ouro era predominante no estado de Minas Gerais. O ouro arquiteto, entalhador,
extraído era de aluvião, ou seja, retirado nas margens dos rios. Ele vinha escultor e urbanista.
M IV
misturado a outros elementos, como a argila e a areia, produzidos pela Suas pinturas se
erosão e separados de forma artesanal, com o uso de grandes penei- caracterizam pelo
ras. A técnica de extração por aluvião era precária e esse mineral foi uso de cores vivas,
se esgotando. Além disso, os pesados impostos cobrados por Portugal especialmente do
também contribuíram para o declínio do ciclo do ouro no Brasil.
O S
azul, sua cor preferida,
e pelo acabamento
RUGENDAS, Johann Moritz. Lavagem
de ouro. 1835. Litografia colorida.
em dourado. Sua obra
D LU
mais conhecida é a
pintura do teto da
igreja de São Francisco
Arquitetura barroca no Brasil de Assis, em Ouro
Preto, Minas Gerais.
A arquitetura barroca caracteriza-se pelo dinamismo das formas, pela assimetria
O C
e pela teatralidade. Ela imprimiu uma nova estética de construção no Brasil. As obras
Assimetria: sem
têm predomínio de formas arredondadas e curvas e trazem uma impressão de gran- simetria, ou seja, que
N X
diosidade, reforçada pelos tetos elevados e pela intensa luminosidade. Foram cons- apresenta diferença,
truídos vários edifícios e mansões rurais e urbanas com estilo barroco. As obras apre- disparidade, em sua
sentavam parques e jardins no seu entorno, representando uma evolução urbanística. composição.
SI E Os palácios apresentavam janelas que se repetiam e várias colunas, sendo cercados
de imensas áreas verdes. Os interiores das igrejas barrocas seguiram a tradição barro-
ca: luxuosidade, que pode ser vista no ouro ornamentando as paredes.
O
luoman/iStockphoto.com
EN S
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A LD
Igrejas em Mariana,
Minas Gerais.
EM IA
Celli007/iStockphoto.com
possam conhecer mais
sobre a cidade de
art
Congonhas, patrimônio
cultural da humanidade,
e as esculturas de
O
BO O
Aleijadinho, realize
pesquisas e conversas em
SC
M IV
grupo para partilhar os
conhecimentos.
Sugestão de materiais:
O S
• Projeto Aleijadinho 3D.
Esse projeto mostra uma
D LU
Casarão colonial de uma antiga fazenda próxima à cidade de Bananal, São Paulo.
visão 3D do Santuário do
Bom Jesus de Matosinhos, diegograndi/iStockphoto.com
em Congonhas, Minas
O C
Gerais. Disponível
em: <http://www.
N X
aleijadinho3d.icmc.usp.
SI E
br/historia.html>. Acesso
em: ago. 2019.
• COPPOLA, Horacio.
O
Luz, cedro e pedra:
esculturas do Aleijadinho
EN S
• Sobre o projeto de
ST ER
restauração dos
pesquisadores
apresentado no boxe
SI AT
Um passo à frente:
<http://g1.globo.com/
minas-gerais/videos/v/a-
cidade-de-congonhas-
M
santuario-entre-
montanhas-atrai-turistas-
de-toda-parte/4184864/>.
Acesso em: ago. 2019.
46 Arte | 8o ano 1
art
Age Fotostock/Easypix Brasil
Convide os alunos a
investigar a expressividade
O
e a dramaticidade
BO O
barrocas, explorando os
SC
drapeados de tecidos e a
M IV
expressão corporal e facial
ao montarem as cenas.
Ressalte que a teatralidade
O S
e a sensação de movimento
D LU
Pintura viva da obra A captura de Cristo (1602), de Caravaggio, realizada próxima à Galeria Nacional, em outubro de 2016, em Londres.
são importantes.
Em sala de aula, a
Neste capítulo, você conheceu grandes nomes da arte barroca. Para aprofundar composição com luzes
nossos estudos sobre ela, vamos realizar uma releitura.
e sombras pode ser um
O C
A releitura é uma maneira de apresentar a sua leitura sobre uma obra por meio da
criação de outra obra. Não é uma cópia, mas você precisa fazer referência ao trabalho desafio, mas vocês podem
original de algum modo. fazer a foto e depois
N X
Nossa releitura será por meio de uma fotografia e, para começar, você deverá se
reunir com alguns colegas e escolher uma obra barroca como referência. Grupos de complementar a atividade
SI E até cinco pessoas são ideais, mas, dependendo da obra escolhida, serão necessárias
mais pessoas para compor a cena.
realizando alterações na
iluminação em programas
Vocês podem escolher alguma imagem apresentada ao longo do capítulo ou bus-
de edição de imagens.
O
car outra imagem na internet, mas certifiquem-se de que é uma obra de arte barroca.
Além de buscarem fontes confiáveis, verifiquem se a obra contém as características
barrocas descritas neste capítulo.
Ampliando a
EN S
original. Um exemplo disso é o modo como a fotógrafa Mônica Silva se apropria dos inspiração para os artistas
elementos das obras de Caravaggio em sua mostra Lux et Filum, uma visão contem-
modernos e suas releituras
A LD
Inicie a atividade apresentando aos alunos imagens da mostra Lux et Filum, uma (Disponível em: <https://
visão contemporânea de Caravaggio (Disponível em: <https://www.msilva.photography/ www.ludovicarambelliteatro.
lux-et-filum-a-contemporary-vi>. Acesso em: ago. 2019) e proponha comparações entre it/en/home-2/>. Acesso em:
M
a imagem de abertura do capítulo, Ceia em Emaús, de Caravaggio, e a releitura feita ago. 2019).
pela fotógrafa Mônica Silva, brasileira radicada na Itália. Conversem sobre a mudança
proposta por Mônica ao trocar os personagens da cena e incluir representantes de
diferentes religiões. A tensão da pintura original foi alterada, sugerindo um jantar
amigável mesmo entre pessoas que seguem doutrinas religiosas diferentes. Outra
mudança radical foi uma mulher estar no lugar de Cristo, o que seria condenado
na época que Caravaggio pintou a tela original. Durante esse exercício, os alunos
percebarão que, em uma releitura, é possível trazer um olhar contemporâneo para a
obra de referência.
art
1. Circule as palavras do quadro a seguir relacionadas com as características da arte
conteúdos abordados. barroca.
Depois de terminarem o
exercício, converse sobre as
O
neutralidade tranquilidade suntuosidade exuberância
teatralidade simplicidade dramaticidade
respostas com toda a turma
BO O
e procure detectar possíveis
SC
2. Assinale a alternativa que se relaciona ao termo trompe-l’oeil.
dúvidas para que eles
M IV
( ) técnica de pintura que cria a ilusão de tridimensionalidade, comumente usada
possam verificar novamente em pinturas barrocas.
o conteúdo estudado. ( ) gênero musical que utiliza o cravo, instrumento muito presente na música bar-
O S
roca.
Atividade 1: O aluno ( ) instrumento utilizado pelos escultores barrocos europeus para esculpir o már-
D LU
more.
deverá circular as
( ) tipo de ouro usado na ornamentação do interior das igrejas barrocas brasileiras.
palavras: suntuosidade,
3. Complete as lacunas.
exuberância, teatralidade e
O C
a) A obra Êxtase de Santa Tereza é de autoria de
dramaticidade
e a obra As meninas é de autoria de .
N X
Atividade 2: Trompe- b) A principal representante feminina da pintura barroca foi
.
l’oeil: é uma técnica de
SI E
pintura que cria a ilusão c) O
nas obras de Bach.
foi um instrumento musical muito utilizado
de tridimensionalidade,
O
d) O principal tema das pinturas de Caravaggio era .
comumente usada em
pinturas barrocas. e) O maior representante da arte barroca brasileira foi
EN S
Atividade 3a: Bernini e f) O Pelourinho (em Salvador, Bahia) e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos
E U
54 Arte | 8o ano 1
48 Arte | 8o ano 1
art
A seguir, leia o texto e responda às questões.
Caso prefira, as duas
Carnaval, exemplificação do Barroco atividades iniciais podem
ser respondidas de forma
O
A festa carnavalesca representa, nas diferentes culturas, aspectos complexos e
oral com toda a turma e,
BO O
variantes. O Carnaval é um evento rico em significações, onde a intensa mistura de
fatores históricos, religiosos, étnicos, políticos e sociais atribuem um papel impor-
após a finalização, cada
SC
tante para o carnaval na sociedade brasileira. […]
aluno deverá registrá-las
M IV
No seu livro Imagens do Nordeste místico em branco e preto, Roger Bastide
descreve a arte barroca e demonstra que no Brasil o Barroco é mais que uma arte no livro.
para decorar as igrejas, mas antes de tudo uma maneira de viver.
Utilizo a terminologia barroca para definir estética e socialmente o Carnaval,
O S
porque este valoriza os aspectos que concernem o visual, assim como o espetacu- Atividade 1: O desfile das
lar e a teatralidade.
escolas de samba do Rio
D LU
O comportamento daqueles que participam do Carnaval, chamados de foliões
(palavra derivada do francês folie, loucura), é regido por uma mistura de fausto, de Janeiro é visto como
exuberância e insolência.
Conhecida como a “festa ao inverso”, o Carnaval, enquanto ritual, inverte as
uma “festa barroca” pela
estruturas sociais, as situações estruturadas do cotidiano. Ele transforma a ordem suntuosidade, representada
O C
social nos diversos locais da cidade, pois proporciona a criação de uma nova dinâ- pelos carros alegóricos,
mica de relacionamentos entre as pessoas e entre as pessoas e a cidade.
pelo luxo e requinte de
N X
É igualmente de ordem estética, considerando as diversas sensações, percep-
ções, provocadas pelas fantasias, decorações, músicas, confetes e serpentinas que alegorias e fantasias, com
“invadem” os espaços da festa, remetendo ao onírico, à felicidade de viver.
SI E muito brilho e excesso de
CARVALHO, Mário de. Carnaval, exemplificação do Barroco. O povo, 9 fev. 2013. Disponível em:
<https://www20.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2013/02/09/noticiasjornalopiniao,3003551/ ornamentação, que são
carnaval-exemplificacao-do-barroco.shtml>. Acesso em: ago. 2019. Adaptado.
características da arte
O
1. O carnaval é uma festa tradicional brasileira que acontece todos os anos em todas barroca.
as regiões do país. Na cidade do Rio de Janeiro, os desfiles das escolas de samba
EN S
art
dourado, representando
os acabamentos em ouro,
O
típicos da arte barroca
BO O
brasileira.
SC
M IV
Atividade 3: Espera-se que
o aluno traga uma imagem
de desfile de Carnaval que
O S
explicite a exuberância, a
D LU
suntuosidade, o exagero,
a dramaticidade e/ou 2. Esta imagem mostra um carro alegórico, o abre-alas da escola de samba Imperatriz
Leopoldinense, do Rio de Janeiro, apresentado no Carnaval de 2018. Podemos afir-
a teatralidade da arte mar que ele faz referência à arte barroca? Por quê?
barroca, entre outras
O C
características que eles
possam identificar.
N X
SI E
O
3. Cole aqui outra imagem de um desfile de Carnaval na qual você identifique carac-
terísticas da arte barroca. Descreva essas características.
EN S
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56 Arte | 8o ano 1
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50 Arte | 8o ano 1
art
Oriente-os na formação dos
grupos de no máximo cinco
alunos. Após a escolha da
O
construção, solicite que
BO O
realizem uma pesquisa e
SC
anotem tudo que acharem
M IV
interessante. Cada grupo
deverá determinar a função
O S
de cada integrante na
execução do trabalho, que
D LU
deverá ter a participação
de todos. Converse
com a turma sobre a
O C
importância do uso de
materiais recicláveis não
N X
Você sabe o que é uma maquete? Trata-se de uma representação tridimensional,
só nessa atividade, como
SI E em tamanho reduzido, de uma obra arquitetônica ou de uma cidade. São muito utili- também no cotidiano.
zadas por engenheiros e arquitetos para apresentar os projetos de suas construções Como essa tarefa exige
ou objetos.
Ao longo deste capítulo, você pôde conhecer várias construções da arquitetura
tempo, dê as orientações
O
barroca. Agora é sua vez de produzir uma maquete. Esse trabalho deverá ser realizado que achar pertinentes à
em grupos de no máximo cinco pessoas, que devem seguir as etapas a seguir propos- realização da maquete,
EN S
• Determinem a função que cada um vai exercer no projeto: pesquisa, desenhos casa. Determine a data da
etc. A execução final terá de ser realizada por todos.
• Selecionem os materiais a serem utilizados. Prefiram materiais recicláveis, como
apresentação da maquete
A LD
anteriormente.
SI AT
M
3
serão estudadas as
diversas formas de
representação das artes
Da ópera
cênicas, como teatro, ópera,
musicais, circo e dança, ao musical
e a maneira como essas
O
representações tão antigas
BO O
se complementam, se
SC
integram e se perpetuam
M IV
na contemporaneidade.
O S
Explore a abertura
D LU
A imagem mostra a cena
de um musical em que uma
atriz canta enquanto outros
artistas encenam e dançam,
O C
demonstrando as inúmeras
N X
linguagens artísticas que
são requeridas nesse
SI E
tipo de espetáculo. Antes
de conversarem sobre
as questões, peça que
O
observem as expressões
corporais e faciais dos
EN S
personagens, os figurinos,
E U
Levantem hipóteses sobre o que as diferenciam; por hora, não é necessário dar
é que justifiquem-na e
respostas definitivas, pois, ao longo do capítulo, haverá conteúdos que auxiliarão na
aproveitem para fazer
compreensão dessas ideias iniciais.
um levantamento de
M
manifestações artísticas
Atividade 3: Resposta pessoal. Os alunos poderão compartilhar suas experiências
cênicas.
com espetáculos artísticos que já tenham visto.
52 Arte | 8o ano 1
O
seus vocabulários.
BO O
• (EF69AR30) Compor
SC
improvisações e
M IV
acontecimentos cênicos
com base em textos
O S
dramáticos ou outros
estímulos (música,
D LU
imagens, objetos
etc.), caracterizando
personagens (com
Photoshot/Easypix Brasil
O C
figurinos e adereços),
cenário, iluminação
N X
e sonoplastia e
SI E considerando a relação
com o espectador.
• (EF69AR03) Analisar
O
situações nas quais as
linguagens das artes
EN S
visuais se integram às
linguagens audiovisuais
E U
iluminação, cenário,
trilha sonora etc.) e
ST ER
espaços (convencionais
e não convencionais)
Objetivos do capítulo para composição
cênica e apresentação
SI AT
O presente capítulo faz um estudo sobre diferentes estilos cênicos, desde a origem
coreográfica.
do teatro até hoje, estabelecendo suas características ao longo do tempo e no espaço,
o que estimula a apreciação da estética teatral. Também são explorados os elementos • (EF69AR32) Analisar e
que compõem os acontecimentos cênicos, tais como figurinos, adereços, cenários, explorar, em projetos
M
iluminação e sonoplastia, que tornam possível a execução de diferentes espetáculos. temáticos, as relações
São apresentados os diferentes gêneros teatrais, com ênfase à ópera e ressaltando processuais entre diversas
a música como importante complemento no teatro, no cinema, na dança e nos linguagens artísticas.
espetáculos circenses.
Conceitos-chave
Habilidades
Teatro, música, ópera,
• (EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no cinema, circo, dança.
tempo e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.
art
dos posicionamentos Leia o texto e observe a imagem para responder às questões a seguir.
trazidos pelos arquitetos
Pavel Losevsky/Dreamstime.com
entrevistados na matéria.
O
Você pode continuar a
BO O
conversa com base nos
SC
itens desta seção, assim os
M IV
alunos poderão responder
às questões oralmente e,
O S
depois, escrevê-las no livro.
D LU
O C
N X
Sala de espetáculos.
“O ideal seria haver casas específicas para cada tipo de uso ou ainda projetos
multiuso que conciliem as soluções apropriadas, usando recursos como painéis
E U
Acústica: qualidade cada espaço conforme sua arquitetura e conformação acústica, com o estudo de
da propagação volumetria e a escolha de revestimentos adequados”, explica. […]
dos sons em
um ambiente,
O formato da sala também faz diferença. “A forma de leque, herdada das salas
considerada do ponto de cinema, não é a mais adequada. As melhores salas são as retangulares, estreitas
de vista da percepção e longas, com forro razoavelmente alto e paredes paralelas”, afirma José Augusto
dos ouvintes. Nepomuceno, arquiteto especializado em acústica. […]
EM IA
60 Arte | 8o ano 1
ST ER
SI AT
M
54 Arte | 8o ano 1
art
não é a cena, mas a performance musical. […]
Deve-se considerar a possibilidade de adotar palco giratório, disponíveis no Brasil
somente no Teatro Abril e no Paládio, segundo Serroni. Devem ser previstos ainda
fosso elevatório para orquestra, elevador de cena, salas de ensaio, coxias laterais e de Atividade 3: Resposta
O
fundo de palco, que darão apoio ao ator e à equipe técnica. Barras de aço para sus- pessoal. Espera-se que os
BO O
tentar elementos cênicos em geral devem ser instaladas sobre a caixa de cena a cada
1,5 m, no sentido da profundidade do palco.
alunos exponham a opinião
SC
CORBIOLI, Nanci. Salas de espetáculos: teatro não é auditório. sobre a possibilidade de as
M IV
Projeto Design, ed. 266. Disponível em: <https://www.arcoweb.com.br/
projetodesign/lighting_design/salas-de-espetaculos-01-04-2002>. Acesso em: ago. 2019. apresentações acontecerem
em ruas, praças ou
1. A maioria dos espetáculos cênicos e musicais acontece em salas destinadas a eles,
qualquer lugar aberto. Peça
O S
com espaços específicos para a plateia e para o palco. Segundo o texto, que outras
especificações são importantes para o espaço onde acontecem esses diferentes que falem sobre os prós e
D LU
tipos de apresentação?
os contras desse tipo de
local para apresentações
e expliquem como as
imaginam. Comente sobre o
O C
entorno se tornar o cenário
e as encenações estarem
N X
mais pautadas no próprio
SI E ator e em sua atuação.
Outra peculiaridade dos
espetáculos a céu aberto
O
é que, como não se
2. Em sua opinião, qual é a importância dessas exigências para a construção das salas
está numa sala fechada
EN S
de espetáculos?
e isolada de outros
E U
acontecimentos, situações
que surgem ao redor
podem ser incorporadas às
D E
falam sobre a acústica para que o público possa ouvir bem atores e músicos, sobre o
formato da sala e a distância máxima das cadeiras do palco de teatro (“o público quer
ver as expressões do ator”, afirma um deles), além de outras possibilidades, como
M
“fosso elevatório para orquestra, elevador de cena, salas de ensaio, coxias laterais e de
fundo de palco, que darão apoio ao ator e à equipe técnica” e até barras de aço para
sustentar elementos do cenário.
art
vai para ver”. Trata-se de uma forma de arte em que um ator ou um grupo de atores
interpreta uma história para determinado público, em algum lugar. O surgimento do
teatro (nos moldes mais próximos ao atual) está ligado à Grécia Antiga (século VI a.C.),
em que ocorriam festivais anuais em homenagem a Dionísio, o deus do vinho, da sen-
O
sualidade e da fertilidade. Tais apresentações teatrais ocorriam na primavera. Havia a
BO O
exposição de grandes máscaras. Vale destacar que só havia homens, pois, na época,
não era permitido às mulheres atuar.
SC
Os gregos construíram teatros ao ar livre, conhecidos como teatros de arena, e
M IV
inauguraram dois gêneros teatrais: a tragédia e a comédia.
A expressão de sentimentos humanos por meio do teatro sempre esteve presente
na história da humanidade. Na Pré-História, eram encenadas atividades de caça para
O S
o grupo, sem ainda ser um espetáculo propriamente dito.
Durante a Antiguidade, o teatro era considerado sagrado. As peças faziam a in-
vocação de deuses e forças da natureza, em rituais para chamar a chuva, tornar a
D LU
terra fértil, atrair boas caças etc. Os rituais incluíam danças, cantos e encenações de
histórias dos deuses.
Na Roma Antiga, o caráter profano foi introduzido ao teatro. Os espetáculos de
circo eram competições de gladiadores, lutas que por vezes envolviam feras e iam até
O C
a morte de um dos combatentes.
Durante a Idade Média, o teatro era utilizado para propagar a fé católica. As ence-
nações de passagens bíblicas ocorriam em missas nos interiores das igrejas e, com o
N X
tempo, as peças foram ficando mais elaboradas e passaram a ser encenadas em pra-
ças que ficavam diante delas, atraindo um grande público. Os palcos eram largos e os
SI E
O
cenários bem simples. Posteriormente, surgiram pequenos grupos populares que se
deslocavam de um local a outro de carroça para se apresentar e faziam dela o palco
de suas apresentações; esses grupos ficaram conhecidos como saltimbancos. Em 1548,
a igreja tentou pôr fim às encenações religiosas, mas a proibição consolidou o teatro
popular, que deu origem a dois gêneros
Sergdid/iStockphoto.com
62 Arte | 8o ano 1
ST ER
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M
56 Arte | 8o ano 1
art
como O avarento, Escola de mulheres, O misantropo e O doente imaginário.
Nos séculos XVIII e XIX, o Romantismo imprime o drama no teatro, em substituição adaptação cinematográfica
à comédia e à tragédia. As peças passam a tratar da emoção, surgindo o melodrama.
Também se adotam encenações que buscam
da tragédia mais conhecida
de Shakeaspere: Romeu
O
Nastasic/iStockphoto.com
se aproximar mais da realidade. A partir do
BO O
século XIX, surgiram o Naturalismo e o Rea- e Julieta (1591-1595).
lismo, que imprimiram a crítica social às en-
Há inúmeras versões
SC
cenações, trazendo à tona questões políticas
M IV
e diversos aspectos da sociedade. Nessa pro- produzidas – a primeira foi
dução, destacam-se criadores como o norue-
guês Henrik Ibsen e o russo Anton Tchekhov.
feita em 1902, uma versão
muda, perdida, de Georges
O S
Com o Naturalismo e o Realismo, o teatro evo-
luiu e começou a tratar de questões políticas Méliès, e a mais recente
e sociais da sociedade vigente.
foi produzida em 2013,
D LU
No século XX, no espírito das vanguardas
estéticas e dos embates políticos do período, passando pela clássica de
dramaturgos propuseram pesquisas de lin- Franco Zeffirelli, de 1968.
guagem, por vezes questionando a represen-
Algumas das adaptações
O C
tação realista e a relação entre atores e públi-
co. São exemplos dessa abordagem o Teatro trazem versões em
Épico, cujo maior expoente foi o dramaturgo
contextos contemporâneos,
N X
alemão Bertolt Brecht, e o Teatro do Absurdo,
apresentado por autores teatrais como Iones-
Ilustração de época
dos atores da como Romeu + Julieta, de
SI E co e Samuel Beckett. Commedia dell’arte.
Baz Luhrmann, de 1996.
Pesquise e escolha a versão
que achar mais adequada
O
WiLLiam ShakeSpeare ao perfil de sua turma.
Georgios Kollidas/
Dreamstime.com
EN S
William Shakespeare (1564-1616) foi um dramaturgo e poeta inglês, considerado um dos maiores escritores
de todos os tempos. Sua primeira grande obra foi Romeu e Julieta (1591-1595), a mais conhecida das tragédias
de amor, adaptada para o cinema diversas vezes. Escreveu 37 peças teatrais, entre comédias, tragédias e dra-
mas históricos. Destacam-se: Hamlet, Otelo, Macbeth, Sonho de uma noite de verão e Ricardo III. Considerado
E U
o mais influente dramaturgo de todos os tempos, o “poeta nacional da Inglaterra” continua a ser o autor com
mais peças teatrais encenadas no mundo.
D E
A LD
moLière
Condé Museum,
Chantilly
Jean-Baptiste Poquelin (1622-1673) ficou conhecido como Molière e teve especial importância para o teatro
francês por dissociá-lo de temas da mitologia grega. Muitas de suas peças apresentavam críticas aos costumes
da época. Como encenador, ficou conhecido por ser meticuloso e detalhista, buscando sempre perfeição nas
cenas que dirigia.
EM IA
O teatro no Brasil
contemporâneo, consulte o
art
O teatro no Brasil teve início no século XVI, com os padres jesuítas. Eles utilizavam as encenações teatrais para
site: <https://primeiroteatro. difundir a fé católica entre os indígenas. José de Anchieta foi o primeiro autor de uma peça teatral, com autos para
a catequese indígena. Em geral, as peças eram escritas em tupi, latim, português ou espanhol. Elas tinham cunho
blogspot.com/>. Acesso em: religioso, didático e moral. Os personagens representados eram santos, demônios e imperadores.
A partir do século XVII, surgem outros tipos de teatro, com celebrações muito semelhantes ao Carnaval: as
ago. 2019.
O
pessoas saíam às ruas mascaradas, com adereços, e dançavam e cantavam tocando instrumentos. Com a chegada
BO O
da família real no Brasil, em 1808, o panorama artístico e cultural começou a mudar. Grandes espetáculos estran-
geiros vieram ao país para divertir a nobreza, o povo não participava; o teatro não tinha uma identidade brasileira.
SC
No século XIX, o teatro passa a ganhar uma identidade nacional com apresentações genuinamente brasileiras.
Nesse período, o Romantismo deu força ao teatro brasileiro, com peças escritas por grandes autores, como João
M IV
Caetano, Machado de Assis e José de Alencar.
A partir de 1943, o teatro brasileiro se renova com a peça Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues, que moderni-
zou o teatro brasileiro e incentivou o surgimento de novos grupos teatrais que revelaram muitos artistas, como o
Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), o Teatro de Arena e o Teatro Oficina. Em 1964, com o golpe militar, muitas peças
O S
sofreram censura de trechos do texto ou foram cance-
IMS, RJ
ladas, como Calabar (de Chico Buarque e Ruy Guerra) e
Rasga coração (de Oduvaldo Vianna Filho).
A normalidade é retomada com a abertura política
D LU
(processo de retomada da democracia), na década de
1980, que deu espaço a experimentações de lingua-
gem como as propostas pelos grupos Asdrúbal Trouxe
o Trombone e O Teatro do Ornitorrinco, e artistas como
Plínio Marcos, Antunes Filho e Gerald Thomas.
O C
O teatro contemporâneo brasileiro é marcado pela
pluralidade de linguagens; produções com linguagens
experimentais, como as do grupo Teatro da Vertigem,
convivem com produções de maior apelo comercial,
N X
como comédias stand-up e espetáculos grandiosos Cena do espetáculo Vestido de noiva, de Nelson
Rodrigues, encenada pela primeira vez em 1943.
inspirados nos musicais da Broadway.
SI E Gêneros teatrais
Há peças de teatro de diferentes tipos. Algumas focam no drama, provocando
O
lágrimas no público, e outras, com tramas engraçadas, acabam por arrancar risadas.
Essas nuances resultaram na criação dos gêneros teatrais.
Hoje, são inúmeros gêneros, mas, nos primórdios do teatro grego, havia dois tipos:
EN S
a comédia, que era baseada em sátiras e recorria a ironias, deboches e gozações, mas
também apresentava um viés crítico; e a tragédia, que explorava as emoções humanas
E U
mais dramáticas, como paixões e dores, com narrativas tensas e comumente com um
final infeliz e impactante. Segundo a teoria do filósofo grego Aristóteles, fundamental
para a teoria dos gêneros, a comédia caracterizava-se por representar as ações das
pessoas comuns da pólis (cidade); a tragédia, por colocar no palco personagens no-
D E
seja pela temática, pelo modo como o texto foi escrito, pelo número de atores presen-
tes em cena, pela dinâmica dos diálogos, seja pela intersecção de linguagens. Alguns
exemplos de gêneros teatrais são o auto, o melodrama, a farsa, a tragicomédia, a ópe-
ra, o musical, o stand-up e o monólogo.
Há ainda estes outros gêneros, que recorrem ao uso de bonecos e exploram outras
formas de encenação ou de apresentação:
EM IA
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ST ER
SI AT
M
58 Arte | 8o ano 1
Teatro de sombras
noegrr/iStockphoto.com
O teatro de sombras originou-se
art
na China e espalhou-se pelo mundo.
As histórias são contadas por meio
de sombras, que são projetadas em
um tecido ou na parede. As sombras
O
formam-se de figuras recortadas e
manipuladas por pessoas ou mesmo
BO O
do próprio corpo dos atores, que en-
SC
cenam na frente de uma fonte de luz
Teatro de sombra de fantoches.
M IV
(como velas, lanternas ou luz solar).
O S
pulados por pessoas. As marionetes são bonecos presos a fios ou varetas, e os fanto-
ches são bonecos colocados como luvas nas mãos.
D LU
Zzvet/iStockphoto.com
titoslack/iStockphoto.com
O C
N X
SI E
O
Teatro de marionetes. Teatro de fantoches.
EN S
AMPLIAÇÕES
E U
art
somente por gestos e
delas, mais recente, criada expressões faciais.
Kontrec/iStockphoto.com
por duas brasileiras que se
inspiraram nos fotógrafos
O
lambe-lambe, ambulantes
BO O
que ficavam em praças
SC
e parques à espera de
M IV
pessoas que solicitassem
seus trabalhos, geralmente
O S
fotos de família ou para
documentos. Explique
D LU
aos alunos que há várias
versões sobre o motivo
de esses fotógrafos serem
Teatro de mímica.
O C
chamados de lambe-lambe, Teatro de rua
e as mais prováveis são:
N X
O teatro de rua é desenvolvido em espaços externos, preferencialmente públicos,
lambiam a placa de vidro com fácil acesso à população. É comum que os elementos da paisagem do entorno
se tornem cenário das encenações, assim como situações que acontecem ao redor
para saber qual era o lado
SI E podem ser incorporadas às cenas. A improvisação é bastante presente e, por vezes,
da emulsão; lambiam surgem elementos das artes circenses; é muito comum que as peças apresentem crí-
a chapa para fixá-la, já ticas políticas, com o intuito de gerar conscientização social.
O
que na época faziam a
Paula Montenegro/Dreamstime.com
revelação das fotos dentro
EN S
Cena de Romeu e Julieta, produzida pelo grupo Grupo Galpão, na Praça do Papa,
Belo Horizonte, Minas Gerais.
EM IA
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ST ER
SI AT
M
60 Arte | 8o ano 1
art
zadas dentro de uma pequena caixa, na qual o artista encena usando fantoches ou
objetos, e são assistidas individualmente.
para ampliar seus
conhecimentos:
• Lambe-lambe: o fotógrafo
Davi Ribeiro/Folhapress
O
da praça. Disponível
BO O
em: <http://coletiva.
SC
net/artigos/lambe-
M IV
lambe-o-fotografo-da-
praca,233904.jhtml>.
O S
Acesso em: ago. 2019.
• Vídeos de apresentações
D LU
de teatro lambe-lambe.
Disponível em: <http://
www.ciamutua.com.br/
O C
Teatro lambe-lambe.
wordpress/?page_id=61>.
Acesso em: ago. 2019.
N X
AMPLIAÇÕES
EN S
E U
D E
A LD
Fotógrafo
lambe-lambe
no parque
Jardim da
Luz, em São
Paulo.
EM IA
art
para que uma apresentação
Mengtianhan/Dreamstime.com
aconteça. Apesar de muitas
vezes serem caracterizados
O
como a arte do ator,
BO O
além dessa figura, outros
SC
elementos são importantes
M IV
para o acontecimento
cênico. Assim como há
O S
diferentes tipos de palcos
para a realização das
D LU
apresentações, há diversos
profissionais envolvidos Cena de teatro musical, em Jiangxi, província da China, em 2015.
no processo de criação
O C
artística, como o diretor, o Cenário
cenógrafo, o figurinista, o A cenografia é a construção do ambiente onde a peça acontece. Ela compõe o cli-
N X
profissional da música e da ma e o ambiente do espetáculo. Os objetos de cena não são apenas decorativos, pois
possuem relação com a própria composição dela. Alguns espetáculos apresentam ele-
iluminação, e muitos outros.
SI E Ato: cada parte de mentos cénicos mínimos, apenas suficientes para sugerir o local em que as ações se
uma peça de teatro passam; já outros apresentam ambientações realistas e detalhadas, por vezes diferen-
ou de uma ópera.
tes para cada ato da peça.
O
Figurino
O figurino é o traje (roupas, calçados, acessórios) usado pelos atores durante uma
EN S
daquele material –, pois o figurino é um dos instrumentos que o diretor teatral possui
para transmitir visualmente uma informação a seu público.
A LD
Maquiagem
A maquiagem é fundamental para a criação do personagem e para o processo de trans-
formação dos atores. Com ela, podem ser realçadas características dos personagens ou
criadas expressões específicas necessárias em algumas cenas. Até mesmo cicatrizes, marcas
corporais e hematomas podem ser simuladas nos corpos dos atores pelos maquiadores.
EM IA
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ST ER
SI AT
M
62 Arte | 8o ano 1
art
Envolve músicas, ruídos e até mesmo falas, em alguns casos. A execução de músicas
pode ser ao vivo ou por meio eletrônico. Os ruídos podem ser naturais, provocados pela muitas vezes criados em
ação da própria encenação, ou de efeito, quando são inseridos na cena interferindo na consonância com o modo
narrativa. Há um profissional especialista nessa tarefa, o designer de som, que planeja
como realizadores teatrais
O
o exato momento em que as músicas e os ruídos devem ser executados.
BO O
concebem a atividade e a
Iluminação
relação a ser estabelecida
SC
O projeto de iluminação de uma peça é responsável, entre outras características,
M IV
por destacar ou encobrir partes do cenário ou da encenação de acordo com o roteiro
com o público. Conheça
criado para a apresentação. Ela é planejada previamente, definindo onde os focos de os casos do Teatro
luz serão ativados e desativados ao longo do desenrolar das cenas do espetáculo. A Oficina e do teatro Sesc
O S
iluminação é usada de forma estratégica e pode valorizar por meio do foco, por exem-
plo, um ator, levando o olhar do público para sua atuação, e escurecer parte do palco, Pompeia, ambos em São
Paulo, concebidos pela
D LU
escondendo a entrada e o posicionamento de outros atores ou elementos cênicos,
que serão parte da cena posteriormente. A iluminação também pode ajudar a criar a
ilusão de passagem de tempo, ao simular a atmosfera noturna ou diurna, por exemplo,
arquiteta Lina Bo Bardi:
ou a produzir efeitos de luzes que auxiliem a transmitir a mensagem almejada para o <http://www.vitruvius.
público. O iluminador precisa ter o domínio do texto e das marcações cênicas. com.br/revistas/read/
O C
arquitextos/09.101/100>.
AMPLIAÇÕES
Acesso em: ago. 2019.
N X
Os palcos teatrais
SI E Para que uma peça teatral se realize, são necessários: o ator, ou os atores, e o público, independentemente
do espaço em que o espetáculo é realizado. Na contemporaneidade, encontramos inovações no que diz respei-
to aos locais onde acontecem os espetáculos teatrais. As peças podem ocorrer em espaços abertos, fechados,
públicos ou privados. Mas, desde o início do teatro, foram explorados diversos tipos de palco, cuja forma e
disposição das cadeiras da plateia permitem diferentes relações entre atores e público. Cada palco oferece um
O
tipo de dinâmica às encenações e à experiência de assistir à peça.
Conheça, a seguir, os principais tipos de palco.
O TEATRO MUSICAL
O teatro musical associa três tipos de arte: a música, a dança e o diálogo falado.
art
Um musical é formado por música, interpretação teatral e enredo, sendo este último
a sucessão de acontecimentos que contam a história; ele é desenvolvido não somente
pela parte falada (não cantada) da peça, mas também por performances de dança,
encenação e canto.
O
Os teatros musicais mais famosos do mundo têm suas produções elaboradas na
BO O
Broadway, em Nova York, e no West End, em Londres.
SC whitemay/iStockphoto.com
M IV
O S
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N X
Cartazes de musicais em cartaz em Londres.
SI E Até hoje, o musical mais famoso é O fantasma da ópera, que teve sua primeira
apresentação em 1986 no West End; e em 1988 foi exibido na Broadway, onde ficou em
cartaz por mais de 25 anos.
O
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Há musicais que se destacaram por seu caráter inovador, como Cats, que é pra-
ticamente todo cantado, com poucos diálogos entre as músicas, sendo a dança o
elemento-chave das encenações.
art
Noam Galai/Getty Images for CATS
O
BO O
SC
M IV
O S
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Cena do musical Cats, durante apresentação na Broadway, Nova York, em 2016. A peça,
criada por Andrew Lloyd Webber, é baseada em poemas de T. S. Eliot.
O C
Na França, também encontramos produções de teatro musical, chamado de
comédie musicale. Já no Brasil, sua origem está relacionada ao teatro de revista,
N X
gênero que surgiu em 1859, revelou grandes talentos e caiu no gosto popular. Nas
apresentações havia bailarinas conhecidas como vedetes, vestidas com muitas plu-
SI E mas e paetês, além de músicos e atores. Em 1960, depois de anos de sucesso, as
apresentações foram encerradas.
Folhapress
O
EN S
E U
D E
A LD
art
o musical Minha querida dama (My Fair Lady), interpretado por Bibi Ferreira e Paulo
Autran (ambos já falecidos).
Atualmente, há produções com roteiros totalmente nacionais, como Tim Maia, Vale
tudo e Elis Regina, o musical.
O
BO O
SC Zoonar GmbH/Alamy Stock Photo
M IV
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Cena do musical O rei leão,
na Broadway, em Nova
York, em 2012. Quando foi
encenado no Brasil, uma
O C
das músicas ganhou uma
versão em ritmo de samba.
N X
ÓPERA
SI E A ópera surgiu no início do século XVI, na Itália. Consiste em um drama encenado
por cantores de ópera, que são acompanhados por um grupo musical ou até por uma
orquestra. O texto da ópera é denominado libreto. É geralmente escrito em verso, con-
tendo histórias que podem ser baseadas em acontecimentos reais, com temas ligados
O
ao amor, à tragédia e até à comédia.
Diferentemente do teatro musical, a ópera é sempre cantada. Os diálogos, presentes
no musical, são substituídos por recitativos (música entoada de forma semelhante a um
EN S
discurso) – quando o texto é cantado por apenas uma pessoa, trata-se de um solo; quan-
do um grupo canta, é um coro. No musical, os atores principais dançam, o que não ocorre
E U
na ópera. Outra diferença é que a ópera costuma ser apresentada na língua original,
enquanto o musical pode ter tradução para a língua do local em que ocorre o espetáculo.
D E
AMPLIAÇÕES
Vozes da ópera
A LD
Os cantores de ópera são agrupados e classificados de acordo com seu timbre de voz.
As vozes masculinas costumam ser mais graves, sendo elas: baixo, baixo-barítono, barítono, tenor e contraltino.
As vozes femininas costumam ser mais agudas. São elas: contralto, mezzo-soprano e soprano.
Saiba mais sobre o assunto lendo o artigo “A beleza das vozes operísticas”, ilustrado com vídeos de apresenta-
ções de cantores de ópera. Disponível em: <https://www.megacurioso.com.br/musica-e-danca/48164-a-beleza-das-
vozes-operisticas.htm>. Acesso em: ago. 2019.
EM IA
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A primeira ópera criada no século XVI foi Dafne (1598), por Jacopo Peri e Ottavio
Rinuccini. Durante os séculos XVIII e XIX, foram compostas várias óperas que se torna-
ram muito famosas, como Aída, de Giuseppe Verdi; As bodas de Fígaro, Don Giovanni
art
e A flauta mágica, de Wolfgang Amadeus Mozart.
O
BO O
SC
M IV
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D LU
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Cena da ópera Aída, de Giuseppe Verdi, apresentada em anfiteatro em Verona, Itália. Observe que o figurino dos personagens
N X
principais se destaca dos demais, indicando seu papel central na composição da cena e da narrativa.
Zé Carlos Barretta/Folhapress
E U
D E
A LD
Cena da ópera O barbeiro de Sevilha, de Gioacchino Rossini, no London Cena da ópera A valquíria, de Richard Wagner, no Theatro Municipal de
Coliseum, em Londres, Inglaterra, em 2015. São Paulo, São Paulo, em 2011.
EM IA
art
Mlenny/iStockphoto.com
RugliG/iStockphoto.com
O
BO O
SC
M IV
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Ópera Semper, em Dresden, na Alemanha. Ópera House, em Sidney, na Áustrália.
Ópera no Brasil
No início, a ópera no Brasil carregava forte influência portuguesa. No século XIX,
eram executados muitos saraus musicais. A primeira ópera produzida no Brasil, cha-
O C
mada I fue gemelli, foi composta por José Nunes Garcia. Carlos Gomes foi o compositor
de óperas mais importante no Brasil e utilizava temáticas brasileiras com frequência.
N X
Fundação Biblioteca Nacional, RJ
carLoS GomeS Temos como exemplo as peças I Guarany (1870) e Lo schiavo (1889). Outros composito-
Antônio Carlos Gomes res brasileiros destacaram-se na produção de óperas, como Heitor Villa-Lobos e Mozart
SI E (1836-1896) nasceu Camargo Guarnieri. Atualmente, a ópera brasileira continua se desenvolvendo e segue
em Campinas, SP. a tendência de música de vanguarda. Algumas peças de ópera marcantes são: Olga, de
Aprendeu a tocar vários
Jorge Antunes; A tempestade, de Ronaldo Miranda; O cientista, de Silvio Barbato.
instrumentos com seu
pai, que era mestre de No século XIX, com o interesse da elite brasileira pelas óperas, foram construídos
O
banda, e desde muito teatros adequados para esse tipo de espetáculo em várias cidades do país, em espe-
jovem passou a integrar cial as que tinham êxito econômico, com populações mais abastadas.
conjuntos. Ingressou
EN S
no Conservatório
benedek/iStockphoto.com
de Música do Rio de
Janeiro e seu trabalho
foi tão reconhecido que
E U
74 Arte | 8o ano 1
ST ER
SI AT
M
68 Arte | 8o ano 1
art
vais de Bregenz e as apresentações da trupe do Cirque du Soleil são bons exemplos de
pesquisas artísticas que propõem ao público novas estéticas e dinâmicas de encenação. arte tão antiga, em um
lugar inusitado e que leva o
Os festivais de Bregenz
público a se sentir parte do
O
O Festival de Bregenz, na Áustria, surpreende a todos não somente pela grandeza
espetáculo. Como resultado
BO O
dos espetáculos de ópera, mas também pela forma inusitada como são apresentados:
de uma combinação
SC
sobre as águas, um espetáculo flutuante. Tudo teve início em 1946. Um ano após o fim
da Segunda Guerra Mundial, nasceu a ideia de criar um festival, mas a cidade sequer perfeita entre arte e
M IV
tinha um teatro; resolveram, então, montar as encenações sobre um lago. A encena-
ção de uma das primeiras obras de Mozart, Bastien und Bastienne, sobre duas barcas tecnologia, os cenários
no lago Constance, nasceu como uma proposta temporária e logo de início foi aceita; transformam-se a cada
O S
fez tanto sucesso que hoje o festival é um dos eventos mais importantes do cenário
artístico, pois a cada ano surpreende com os novos e grandiosos cenários sobre o
momento, surpreendendo
a todos. Se possível,
D LU
lago. Com a orquestra de Viena, muitos diretores já realizaram grandes encenações.
Os cenários são um capítulo à parte: montados sobre plataformas de diversas alturas, assistam juntos aos vídeos
para que o público possa se sentir envolvido, e os artistas possam se locomover du-
rante o desenvolvimento da trama, eles proporcionam uma experiência única a todos. indicados.
Com o auxílio da tecnologia, os espetáculos encantam o público com cenários que se
O C
modificam a todo momento e atingem escalas surpreendentes. Atividade
complementar
Stanislava Karagyozova/iStockphoto.com
para a ópera Turandot, de Giacomo Puccini. Cenário da ópera Carmen, de Bizet, no Festival de Bregenz 2017, na Áustria.
encenações e conversar
sobre o papel que exerce
nelas. Nesses espetáculos,
SI AT
o uso da tecnologia
contribui muito para que
as encenações possam
parecer reais; por exemplo,
M
art
aprofundar a abordagem foi o Circus Maximus, inaugurado em Roma, no século VI a.C. Com capacidade para
150 mil pessoas, sua atração principal era a corrida de bigas, uma espécie de
do tema neste capítulo, carruagem. Destruído por um grande incêndio, foi substituído pelo Coliseu, um dos
apesar de se tratar também principais monumentos visitados até hoje em Roma. O circo com picadeiro circular
O
e atrações semelhantes a que conhecemos só surgiu no século XVIII, na Inglaterra.
de uma arte cênica. Neste
BO O
Ele fez tanto sucesso que se espalhou por toda a Europa e pelo resto do mundo.
momento, a abordagem
SC
O modelo itinerante, com grandes lonas que são montadas e desmontadas, foi
concentra-se em destacar desenvolvido no começo do século XX, nos Estados Unidos.
M IV
Como se pode observar, o circo está em constante renovação. Atualmente, a arte
um exemplo de inovação DE OLHO circense tem como destaque o Cirque du Soleil, uma companhia de entretenimento
cênica, a experiência do A bailarina e canadense fundada em 1984, considerada a maior do mundo, formada por artis-
O S
coreógrafa brasileira tas de várias nacionalidades. Empreendimento gigantesco, seu sucesso garante que
Cirque du Soleil. Deborah Colker
mantenha apresentações simultâneas de seus espetáculos em diferentes países. A
(1960-) foi a primeira
D LU
mulher a dirigir um cada nova montagem, os espetáculos se inovam e surpreendem o público com o uso
espetáculo do Cirque de novas tecnologias, adequadas aos tipos de temas escolhidos. O Cirque du Soleil
du Soleil, chamado tem como objetivo deixar o público mais próximo das performances e não se utiliza
Ovo. Para conhecer
esse trabalho, do tradicional picadeiro.
visite: <https://www. A proibição de animais nos espetáculos – por inúmeros motivos, entre eles
O C
cirquedusoleil.com/ maus-tratos – foi outra grande inovação proposta pelo Cirque du Soleil, visto que
pt/ovo>. Acesso em:
ago. 2019. ainda hoje algumas trupes circenses exploram animais em suas apresentações, algo
N X
proibido em diversos locais.
Cena do espetáculo Totem, do Cirque du Soleil. Apresentação no Royal Albert Hall, Inglaterra, 2011
EM IA
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ST ER
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M
70 Arte | 8o ano 1
A MÚSICA NO CINEMA
O cinema é outra arte em que podemos encontrar encenações musicais. Nos filmes
art
musicais, assim como no musical teatral e na ópera, a música entra em determinadas
cenas, seja em falas e diálogos cantados pelos atores, seja em trechos cantados pelos
personagens entre as cenas. Por vezes, os atores, e até figurantes, também dançam,
com coreagrafias elaboradas, enquanto cantam.
O
M.G.M/Album/Album/Fotoarena
BO O
SC
M IV
O S
D LU
Cena do filme
musical Cantando
na chuva (1952),
com Gene Kelly.
O C
Produções cinematográficas estadunidenses estão entre os filmes musicais mais
conhecidos, como A noviça rebelde, West Side Story (Amor, sublime amor, no Brasil) e
N X
Cantando na chuva, obras da considerada “era de ouro” desse gênero de filme, entre o
final da Segunda Guerra Mundial e o começo dos anos 1960. Apesar da diminuição do
SI E interesse por esse tipo de filme nas décadas seguintes, musicais com temas polêmicos,
como Hair! e All that Jazz, ou adaptações de sucessos da Broadway, como Chicago, de
tempos em tempos recolocam os musicais nas grandes telas pelo mundo.
Alguns filmes em desenho animado produzidos pela Disney também podem ser
O
considerados musicais, pois apresentam essa Disney/Buena Vista
art
música era de William Axt e David Mendonza.
O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
Fotografia de
Vitaphones em
funcinamento
durante a projeção
de um filme na
décade de 1930.
O C
O marco do cinema sonoro se deu no filme O cantor de jazz, pois nele foi utilizada
a tecnologia do Movietone, substituta do Vitaphone. Ela possibilitava que diálogos,
sons e música fossem registrados ao mesmo tempo, paralelamente à imagem. Desde
N X
então, o cinema mudo começou a ser substituído pelo falado e as trilhas sonoras
SI E passaram a compor os filmes. Nos anos 1920 e 1930, os filmes passaram a ter trilhas
sonoras próprias, o que impulsionou a carreira de vários cantores. De modo geral,
as trilhas sonoras eram criadas por com-
WARNER BROTHERS/Album/Album/Fotoarena
78 Arte | 8o ano 1
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M
72 Arte | 8o ano 1
art
como os filmes de super-heróis baseados em obras da Marvel e da DC Comics.
aos vídeos indicados no
A escolha das trilhas sonoras dos filmes boxe De olho e leiam o
artigo indicado em Amplie
O
Há duas maneiras de escolher a trilha sonora na produção cinematográfica: músi-
cas originais para o filme, geralmente instrumentais, e seleção de músicas conhecidas
a abordagem, o qual vem
BO O
do grande público. A escolha da trilha sonora é artística e vem ao encontro do senti-
acompanhado de pequenos
SC
mento do diretor em relação à obra. Para que a trilha sonora seja definida, o diretor
passa as informações necessárias sobre o filme a um profissional chamado editor de trechos de músicas que
M IV
música e este apresenta sugestões de músicas ou referências sobre um compositor.
Temos como exemplo o trabalho do diretor estadunidense Quentin Tarantino, que
marcaram alguns filmes.
possui grande conhecimento musical e está em permanente contato com vários com-
O S
positores. A trilha sonora de seu filme Kill Bill (volume 1, 2003) é considerada uma das
mais marcantes do cinema.
Amplie a abordagem
D LU
Leia o artigo “Para se
J. Michael Jones/iStockphoto.com
inspirar: as trilhas sonoras
mais inesquecíveis do
cinema” e ouça as trilhas
O C
sonoras de alguns filmes.
N X
Disponível em: <http://
SI E www.matildefilmes.com.
br/para-se-inspirar-as-
trilhas-sonoras-mais-
inesqueciveis-do-cinema/>.
O
Acesso em: ago. 2019.
EN S
E U
DE OLHO
Com a proposta de levar ao público o conhecimento entre imagem e som, o compositor, pianista, produtor
musical e professor especialista em música de cinema Tony Berchmans (1970-) criou um projeto chamado Cinepia-
A LD
no, em que, como nos filmes da época do cinema mudo, são projetadas cenas de filmes mudos em que ele toca
músicas autorais ao piano e ao vivo. Um projeto inusitado e inovador que agrada a todos.
Acesse os vídeos, conheça o músico e veja suas apresentações:
• Uma breve explicação do músico sobre o Cinepiano: <https://www.youtube.com/watch?v=fPTcxoKXLDU>.
Acesso em: ago. 2019.
• Entrevista com Tony Berchmans: <https://www.youtube.com/watch?v=95jmz8Rml8s>. Acesso em: ago. 2019.
EM IA
art
Lenise Pinheiro/Folhapress
em algum espetáculo
de conhecimento dos
alunos ou em uma música
O
escolhida por eles. Oriente-
BO O
-os no planejamento
SC
da cena, levando-se em
M IV
conta todas as etapas
a serem seguidas. O
O S
desenvolvimento delas
deve ser trabalhado por
D LU
todos, a fim de facilitar a
execução da apresentação.
A etapa 1 pode ser
O C
realizada em sala de aula; Cena do musical Estúpido cupido, no Teatro Gazeta, São Paulo, em 2016.
N X
Agora é a sua vez de atuar com base nos conteúdos apresentados sobre teatro,
desenvolvidas em casa, e ópera e musical. Você e seus colegas vão produzir uma cena do teatro musical. Para
as dúvidas que surgirem
SI E que o espetáculo possa se realizar, sigam algumas etapas e observem as orientações
do(a) professor(a).
devem ser solucionadas
Etapa 1
em aula. Esse exercício
O
Forme grupos de no máximo cinco pessoas. Em seguida, pesquisem sobre mu-
demanda um tempo sicais que conheçam e sejam famosos ou se relacionem com um tema que queiram
maior para sua execução encenar. Com base nessa pesquisa, escolham uma cena de musical ou mesmo uma
EN S
e deve ser planejado música que apreciem e possa ser transformada em uma cena musical.
as apresentações poderão
ser realizadas nesse local.
Grave um vídeo para que
SI AT
74 Arte | 8o ano 1
art
1. Observe as imagens a seguir, as quais foram apresentadas ao longo do capítulo.
Identifique-as preenchendo as linhas em branco. apresentados no capítulo.
a) b) c) Caso sintam dificuldade em
benedek/iStockphoto.com
O
a rever os textos e as
BO O
imagens apresentados.
SC
M IV
Atividade 1a: Teatro
Amazonas.
O S
Atividade 1b: Vitaphone.
D LU
d) e) f)
Davi Ribeiro/Folhapress
Folhapress
Paula Montenegro/Dreamstime.com
Atividade 1c: Cenário da
Ópera Carmen, no Festival
O C
de Bregenz, Áustria.
N X
Atividade 1d: Teatro
SI E lambe-lambe.
2. Relacione as colunas, identificando a descrição de cada elemento formal do teatro.
A.Cenário C. Figurino E. Maquiagem Atividade 1e: Teatro de
O
B. Sonoplastia D.Iluminação revista.
EN S
art
Associa três tipos de arte: a música, a dança e o diálogo falado. É formado por mú-
sica, interpretação teatral e enredo, sendo este último referente à parte falada (não
cantada) da peça, que pode ainda estar acompanhada de performances de dança,
encenação e canto.
O
b) :
BO O
Sempre cantado. Os diálogos são substituídos por recitativos (música entoada de
SC
forma semelhante a um discurso). Os atores principais não costumam dançar e as
M IV
apresentações são geralmente na língua original.
O S
Aprofundando o olhar
D LU
Leia os textos a seguir e responda às questões.
Texto 1
O C
Arena do Grêmio, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, durante jogo da Copa América 2019.
As novas arenas, com elevados preços dos ingressos, contrapõe a realidade de sobrevivência
A LD
82 Arte | 8o ano 1
ST ER
SI AT
M
76 Arte | 8o ano 1
art
“A Era das Arenas”, dirigido pelo jornalista Rogério Dias, que traçou uma linha de
condução sobre o tema com depoimentos de torcedores, jornalistas, antropólogos, refletidos em um aumento
historiadores, economistas e ex-jogadores.
Se antes era entretenimento da massa operária, agora o futebol é artigo de no valor dos ingressos que
pode afastar o principal
O
luxo. O distanciamento, a incompatibilidade entre renda e a possibilidade de ver
o seu time de coração, fica ainda mais claro no artigo de Luiz Ruffato, “A pobreza
público do esporte,
BO O
como forma de dominação”, publicado no site El País, “segundo pesquisa do IBGE
tradicionalmente da classe
SC
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca da metade dos trabalhadores
brasileiros sequer recebe um salário-mínimo por mês. [...]
operária, tornando o
M IV
O documentário não se resume a um registro sentimental contra o avanço da
modernidade no mundo da bola, com as novas arenas e seus espaços com belos futebol um esporte voltado
assentos, banheiros perfumados e decentes, como assim merece toda população, para a elite. O texto 2
O S
mas, sobretudo, coloca a bola no centro do campo social para que se debata o
equilíbrio da participação da massa e aqueles que podem pagar mais por uma apresenta alguns dados
partida de futebol. sobre os hábitos culturais
D LU
FLAITT, Ricardo. “A era das arenas” analisa a exclusão do torcedor de futebol.
Lance! 14 fev. 2018. Disponível em: <http://blogs.lance.com.br/cronicas-do- dos brasileiros. A ideia é
morumbi/documentario-era-das-arenas-analisa-exclusao-do-torcedor-no-futebol/>.
Acesso em: ago. 2019. Adaptado. fazer um paralelo entre
duas situações distintas
O C
Texto 2
para incentivar uma
Para brasileiros, preço alto é principal obstáculo para acesso
reflexão sobre o impacto da
N X
à cultura, diz pesquisa do Ipea
situação socioeconômica
Preços altos, barreira social e
VaaoteatroMG
SI E distância são os grandes fatores no dia a dia da população.
responsáveis pela percepção do Leia os textos com a turma
brasileiro de que o acesso às atividades
culturais no país é difícil. É o que indica e solicite aos alunos que
O
o Sistema de Indicadores de Percepção reflitam sobre eles. Esse
Social (SIPS), criado pelo Instituto de
momento de reflexão pode
EN S
art
maior proximidade e acesso a equipamentos urbanos de cultura e lazer, diz a
construções se dediquem pesquisa. […]
Hoje, a maioria dos brasileiros tem como atividade cultural assistir televisão.
à exibição de atrações São 78% os que afirmaram assistir televisão ou DVD todos os dias. Música é
O
distintas, ambas são outra prática disseminada: 58,8% afirmaram que a frequência da prática é diária,
BO O
voltadas ao entretenimento. e outros 25,5% ouvem rádio/música pelo menos uma vez por mês. A frequência
é menor para teatro, circo e shows: 59,2% disseram nunca ir e 25,6% afirmaram ir
SC
Há também proximidades raramente. Apenas 4,2% visitam museus e centros culturais pelo menos uma vez
M IV
arquitetônicas, o formato por mês. […]
O S
htm>. Acesso em: ago. 2019.
arquibancada fica em todo
1. O que você vê em comum entre as arenas de futebol e os espaços para exibições
D LU
seu entorno. artísticas? Pode-se afirmar que a arquitetura deles se assemelha?
Atividade 2: Com os
gastos elevados de
O C
manutenção das arenas
de futebol modernas,
N X
os preços dos ingressos
SI E 2. Qual é a crítica presente no texto 1?
para os jogos de futebol
aumentaram bastante,
limitando o acesso das
O
classes menos favorecidas,
que tradicionalmente
EN S
Atividade 3: Resposta
D E
na pesquisa.
Atividade 4: Resposta
pessoal. Comente que, além
SI AT
da questão econômica,
aspectos relacionados ao
nível educacional de boa
M
78 Arte | 8o ano 1
art
Neste capitulo, você conheceu o teatro lambe-lambe. Agora, que tal elaborar a
encenação de uma pequena peça teatral utilizando essa técnica? um espetáculo do tipo.
Fábulas, por exemplo,
Você vai precisar de
podem ser uma ótima
O
• caixa de papelão com tampa • panos pretos
opção. Ao final, organize um
BO O
• tesoura • luvas pretas
momento em que os alunos
SC
• cola • tinta ou pano
possam apresentar seus
M IV
• papel ou tecido • pincel
O S
com um pano preto. Para auxiliar a execução
da atividade, assista com
D LU
2. Crie um cenário dentro da caixa. Você pode pintá-lo na caixa ou usar elementos
que serão inseridos dentro dela. os alunos a vídeos sobre
3. Use a tesoura para fazer um pequeno buraco na parte da frente da caixa. Por ele, o teatro lambe-lambe.
uma pessoa, seu público, vai observar o espetáculo.
Sugestões:
O C
4. Faça duas aberturas maiores nas laterais da caixa, em tamanho suficente para • Oficina em Cuiabá ensina
a passagem de seus braços, que serão usados para manipular os personagens
a fazer cenários para
N X
dentro dela. Importante: utilize luvas pretas para mover os personagens.
teatro lambe-lambe.
5. Providencie um furo na tampa da caixa para que você possa observar os movi-
SI E mentos que está fazendo. Disponível em: <http://
g1.globo.com/mato-
6. Enfeite o lado externo da caixa para torná-la bem atraente ao público.
grosso/mttv-1edicao/
O
7. Escolha a história que você vai en-
cenar. Sugestão: ela deve ser curta,
videos/t/edicoes/v/
com no máximo três minutos, e ter oficina-em-cuiaba-
EN S
4
Explore a abertura
A imagem de abertura Tão bonito que não
apresenta um designer
gráfico elaborando um
projeto. As questões
dá vontade de usar
O
iniciais procuram
BO O
investigar se os alunos
SC
têm um conhecimento
M IV
prévio sobre as ações
e os procedimentos
que envolvem esse tipo
O S
de trabalho e com que
D LU
objetivo realizam-no. Essa
abordagem introdutória
vai contribuir com o
entendimento dos
O C
conteúdos apresentados ao
N X
longo do capítulo.
SI E
Resposta das atividades
Atividade 1: Resposta
O
pessoal. Na imagem, é
possível identificar que a
EN S
profissional, na imagem, é
uma mesa digitalizadora,
ST ER
realizar seu trabalho, mas os alunos poderão levantar hipóteses relacionadas à forma
habilidade para utilizar essa de uso desse equipamento por um designer ou comentar sobre como ele facilitou um
ferramenta, pois, diferente trabalho como o desenho, anteriormente desenvolvido apenas à mão. Até a década de
do desenho no papel, em 1980, a maioria dos designers não utilizava recursos digitais; portanto, deixe claro que
M
que o olhar acompanha a não é apenas por meio de computador que se faz design, embora atualmente ele seja a
mão que desenha, nesse ferramenta principal de realização desse tipo de atividade profissional.
caso o designer desenha
sobre o equipamento, mas o Atividade 3: As cartelas de cores espalhadas sobre a mesa são usadas para facilitar a
olhar fica voltado para a tela escolha ideal das cores que vão compor o trabalho.
de computador.
Atividade 4: Resposta pessoal. Essa questão é pessoal, a maioria dos alunos vai
responder que utiliza lápis de cor e canetas coloridas, mas alguns poderão dizer que,
além dos materiais convencionais, fazem uso do computador na realização de desenhos.
80 Arte | 8o ano 1
O
em artes visuais, com
BO O
base em temas ou
SC
interesses artísticos,
M IV
de modo individual,
coletivo e colaborativo,
O S
fazendo uso de
materiais, instrumentos e
Pattanaphong Khuankaew/iStockphoto.com
D LU
recursos convencionais,
alternativos e digitais.
• (EF69AR07) Dialogar com
O C
princípios conceituais,
proposições temáticas,
N X
repertórios imagéticos e
SI E processos de criação nas
suas produções visuais.
O
Conceitos-chave
Design, Art Nouveau,
EN S
Bauhaus, logotipo,
E U
propaganda, publicidade.
O
D E
Objetivos do capítulo
SI AT
Habilidades
• (EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor, designer, entre
outras, estabelecendo relações entre os profissionais do sistema das artes visuais.
• (EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística,
problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte
(arte, artesanato, folclore, design etc.).
art
e a motivação do artista Observe a imagem a seguir.
ao usar tais elementos na
O
das questões da seção é
BO O
provocar uma reflexão a
SC
respeito da liberdade que
M IV
todo artista tem ao criar
sua obra, sem se preocupar
O S
com a funcionalidade
e/ou usabilidade da
D LU
peça. O contrário ocorre
com produtos e objetos
produzidos em larga escala,
Gordon Parks/The LIFE Picture
Collection via Getty Images
marceL duchamp A imagem apresenta uma obra do artista Marcel Duchamp, que transformou objetos de
O C
que seguem determinados Marcel Duchamp
uso do cotidiano em obras de arte. Esses objetos ficaram conhecidos como ready-mades.
(1887-1968) é um
padrões na produção em 1. Quais objetos foram utilizados pelo artista para compor a obra?
N X
artista francês que
série. No boxe Biografia, é ficou conhecido
por criar obras que
possível ter conhecimento
SI E chocaram o público:
os ready-mades,
dos ready-mades criados objetos comuns de uso
cotidiano que, retirados 2. Antes de serem transformados em obra de arte, esses objetos cumpriam uma fun-
por Duchamp, que na de seu contexto,
O
ção utilitária na vida das pessoas?
deixavam de cumprir
época escandalizaram sua verdadeira função
a sociedade, mas para se tornarem
EN S
obras de arte. É um
contribuíram para derrubar dos maiores, senão o
maior, representantes
os conceitos de beleza que do Dadaísmo nas artes
E U
diversas refugiados em
de bicicleta (DUCHAMP, Zurique, que procurou
demonstrar, em suas 4. Esses objetos fazem ou já fizeram parte de seu dia a dia?
Marcel, 1913. Museu de Arte criações, indignação
com os horrores
Moderna de Nova York). Os causados pela Primeira
Guerra Mundial.
objetos usados pelo artista
EM IA
Atividade 2: Sim. Para fabricação artesanal e industrial. Antes do surgimento das indústrias, muitos objetos
realizar seus ready-mades, eram produzidos pelos artesãos, e eram únicos por serem feitos manualmente. Com
Marcel Duchamp usou a industrialização, inicia-se a produção em larga escala de objetos e produtos e, com
isso, estabeleceu-se um padrão na fabricação.
M
82 Arte | 8o ano 1
Chaosamran_Studio/Shutterstock
art
Foi absorvida e utilizada no inglês, significando “desenho”,
com sentido de projeto, planejamento. É o ato de dese- a distinção entre artesão
nhar para desenvolver um modelo, prevendo problemas e designer. Os objetos
que podem surgir durante o uso e buscando, por meio de apresentados no infográfico
O
sua forma, as soluções.
e na atividade visam levar
BO O
Um maior entendimento do design ocorreu na Revolução
Industrial. Antes do surgimento das indústrias, objetos eram ao conhecimento do aluno
SC
produzidos manualmente pelos artesãos; assim, o desenho como eram projetados no
M IV
do objeto vinha acompanhado do estilo do artesão, que im-
primia suas características na produção, a qual, por ser arte-
passado. Neste momento
sanal, resultava em peças que nunca eram iguais. Com a industrialização, tem início a pro- é importante instigá-los
com questões objetivas
O S
dução em larga escala, com a preocupação em produzir da mesma forma que os artesãos.
Assim, foram eles os pioneiros do desenho industrial – passaram a desenhar os objetos
orais, para que possam
que produziam manualmente, definindo as funções, a estética e os materiais possíveis de
D LU
serem utilizados nos objetos produzidos em larga escala. concluir que os objetos
Podemos ver o design em quase tudo o que consumimos e utilizamos: utensílios apresentados nas imagens
domésticos, vestuários, automóveis, aparelhos eletrônicos, livros, móveis etc. Ele tam- atualmente se encontram
bém está presente nas estratégias das empresas, auxiliando na comunicação e na
disponíveis em um único
O C
experiência do cliente com um determinado produto. Por vezes é o design que acres-
centa valor a um produto; em celulares, por exemplo, é comum que existam produtos aparelho: o telefone celular.
com a mesma configuração técnica e preços diferenciados, sendo um bem mais caro No caso do computador,
N X
que o outro por ter o design mais elaborado. Mas o design não se restringe apenas
ao lado estético, ele se propõe a resolver questões de comunicação e de utilização.
é preciso ter acesso à
SI E O profissional que trabalha com design é o designer. Cabe a ele criar o visual dos internet, que oferece às
objetos do nosso cotidiano. Em geral, os designers especializam-se em determinada pessoas uma infinidade
área. Há atualmente as seguintes áreas predominantes no design: visual, moda, de
de aplicativos, entre
O
interiores, gráfico e digital. Seu trabalho exige grande criatividade e bom senso, pois
ele precisa mesclar a beleza e a funcionalidade no que elabora. eles os que são voltados
A profissão de designer é relativamente recente e surgiu da necessidade das in- ao universo musical e
EN S
dústrias de ampliar a produção e reduzir custos na produção de objetos em larga permitem às pessoas
escala para atender à grande demanda da população. A constante transformação que
ocorre em vários setores da sociedade leva o designer a acompanhar tais mudanças escolher e ouvir suas
E U
para se adequar aos novos tempos e agradar a todos. músicas favoritas. Na seção
Diálogos, é importante
que o aluno saiba como a
D E
DE OLHO
A série documental Abstract: the Art of Design, produzida pela Netflix, mostra língua inglesa está presente
Netflix
DESIGN
televisores. Por exemplo,
art
nos primeiros, o modelo
dos aparelhos de rádio, um
produto já consolidado na
no tempo
O
época, era uma influência
BO O
TV-Yesterday/Interfoto/Fotoarena
identificável. Nos últimos,
SC
nota-se o desaparecimento
M IV
dos botões visíveis, que se Veja as mudanças visuais que ocorreram nos aparelhos
de TV. Elas refletem, além do gosto de cada época, evo-
deu, entre outros fatores,
O S
luções tecnológicas que possibilitaram o uso de novos
pela popularização do materiais, assim como de novas funcionalidades.
controle remoto.
D LU
Wolfgang Maria Weber/
Interfoto/Fotoarena
O C
1932 1938
N X
SI E
O
Um dos primeiros receptores televisivos, criado pelo
físico Manfred von Ardenne, em 1932, na Alemanha.
Televisão alemã, produzida em 1938.
1940
EN S
E U
TV-Yesterday/Interfoto/Fotoarena
D E
A LD
1950
Temple TV-1776, produzida nos Estados
Philco Predicta, 1958. Unidos, no final da década de 1940.
EM IA
90 Arte | 8o ano 1
ST ER
SI AT
M
84 Arte | 8o ano 1
art
trekandshoot/Alamy
Stock Photo
TV-Yesterday/Interfoto/Fotoarena
O
BO O
1960 1972
SC
M IV
Televisor portátil da década de 1960. PRO FP 31, Alemanha, 1972.
O S
1985
D LU
Easy_Asa/iStockphoto.com
N X
SI E
O
Modelo de televisor típico dos anos 1990. Robotron Color-Vision RC 6041, Alemanha, 1985.
EN S
Business Wire via Getty Images
2006 2015
art
a)
Gregory_DUBUS/iStockphoto.com
se percebem em seu
cotidiano alterações em
produtos, embalagens ou
O
logos. Comente que, assim
BO O
como se nota no design
SC
de moda, por vezes estilos
M IV
b)
mactrunk/iStockphoto.com
antigos são retomados
em outras áreas do
O S
design – por exemplo, um
reprodutor de áudio digital
D LU
com formato que remete a
vitrolas dos anos 1950. É o
chamado design retrô. c)
caracterdesign/iSTockphoto.com
O C
Atividade a: Rádio.
N X
Atividade b: Computador.
SI E
Atividade c: Máquina de d)
MarkSwallow/iSTockphoto.com
O
calcular.
EN S
Atividade d: Gramofone.
E U
Atividade e: Telefone.
e)
istanbulimage/iSTockphoto.com
D E
A LD
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ST ER
SI AT
M
86 Arte | 8o ano 1
art
O inglês é uma língua frequentemente usada no
dizain/Shutterstock
meio empresarial e tornou-se requisito básico na
contratação de profissionais que desejam inserção no
desenvolvimento do design
mercado de trabalho. Várias profissões fazem uso da e das artes gráficas –, sua
língua inglesa no dia a dia: tradutores, intérpretes, pro-
importância no cenário
O
fissionais que trabalham na área de comércio exterior
e outros. Mas há profissões em que termos da língua
mundial e sua influência na
BO O
inglesa são adotados como parte do vocabulário coti-
diano, como é o caso do designer. Não é preciso que o
arte brasileira. Apresenta
SC
profissional tenha domínio do inglês, necessariamente,
mas é importante que conheça o significado das pala-
os artistas de destaque
M IV
vras estrangeiras comumente utilizadas em sua prática
profissional. Conheça algumas delas. do Art Nouveau, como o
Brainstorming – tempestade de ideias: momento em que designers se reúnem, às vezes também com clientes,
para levantar ideias para ajudar no processo de criação. francês Toulouse-Lautrec,
O S
Sketch – esboço: desenho inicial para trabalhar as primeiras ideias que surgirem.
Rough – também significa esboço ou desenho rápido para registrar ideias; costuma-se dizer rafe, uma versão precursor das artes gráficas
aportuguesada da palavra inglesa.
na produção de cartazes.
D LU
Case – caso, ou melhor, estudo de caso: análise de casos de projetos similares ao que está sendo desenvolvido
para ajudar na busca por soluções estéticas ou funcionais. Termo também muito usado na área de marketing.
E o próprio nome da profissão: designer, que traduzindo ao pé da letra significa “desenhador”.
Aprofunde o
A origem do design conhecimento
O C
O Art Nouveau, também conhecido como Arte Nova, foi um movimento
gyro/iStockphoto.com
artístico que surgiu no fim do século XIX, na Bélgica, e vigorou entre os anos Neste site é possível
N X
de 1880 e 1920, atendendo ao desejo de toda uma sociedade que buscava encontrar diversos
um estilo que pudesse refletir as mudanças que ocorreram após o advento
SI E da Revolução Industrial. As criações do estilo Art Nouveau foram marcadas
artigos sobre design para
por motivos florais, linhas curvas assimétricas e formas botânicas, empre- a ampliação de seus
gadas em objetos, móveis, acessórios, anúncios e até na arquitetura moder- conhecimentos sobre o
na. Primeiro movimento voltado para o design, foi considerado o responsá-
O
vel pela criação do desenho industrial e do design gráfico.
assunto:
• Design 24 horas.
EN S
Mauro_Repossini/iStockphoto.com
S. Greg Panosian/iStockphoto.com
Entrada do metrô de Paris, em estilo Art Nouveau. Relógio em estilo Art Nouveau. Escada em espiral Art Nouveau.
EM IA
art
anteriores não permitiam.
modo que eles consigam
depreender as principais
características do Art
O
AMPLIAÇÕES
BO O
Litografia
valentinrussanov/Getty Images
as linhas sinuosas e Litografia é uma técnica de reprodução
SC
de imagens em que o artista desenha sobre
os motivos florais na
M IV
uma pedra calcária usando materiais de base
gordurosa. Por meio de processos químicos, o
construção do desenho. desenho fica gravado na pedra e então ela se
torna uma matriz, como um carimbo, permitin-
Além disso, chame a do a reprodução da imagem desenhada. Para
O S
imagens coloridas, é preciso criar uma matriz
atenção para os elementos para cada cor e montar a composição final no
simbólicos dessa momento da impressão.
D LU
composição, como a mão
com o gestual de Cristo e a Além disso, o estilo influenciou a criação de letras e marcas comerciais, e houve
figura do Espírito Santo na uma produção bem expressiva e característica de pôsteres, com destaque para as
O C
peças feitas por Toulouse-Lautrec e Alphonse Mucha.
ponta do objeto segurado
pela mulher da direita,
Jorisvo/Dreamstime.com
N X
indicando o significado
religioso da presença deles
SI E
para a mesma. Por fim,
analise rapidamente essa
O
obra, mostrando como
tais características estarão
EN S
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88 Arte | 8o ano 1
Everett - Art/Shutterstock
art
O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
MUCHA, Alphonse. Pôster de Sarah Bernhardt (1896). TOULOUSE-LAUTREC. Divã Japonês, 1893. Litografia.
81,2 cm × 62,2 cm, Museu Metropolitano de Arte,
Nova York, Estados Unidos.
O C
touLouSe-Lautrec
N X
ullstein bild Dtl./
Getty Images
O artista francês Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901) foi um dos grandes artistas do pós-impressionismo,
uma inovadora tendência artística adotada por um grupo de artistas que buscava novos estilos. Revolucionou
SI E
O as artes gráficas por meio da produção de cartazes publicitários para teatros e casas noturnas parisienses com
a técnica da litografia.
EN S
aLphonSe mucha
PBarchive/
Alamy Stock Photo
O artista gráfico, pintor e ilustrador checo Alphonse Maria Mucha (1860-1939) foi um dos maiores represen-
tantes do Art Nouveau. Trabalhou com pintura decorativa, pintura de cenários teatrais, produção de revistas,
E U
ilustrações publicitárias, cartazes, anúncios, ilustrações de livros e também com desenhos de joias, tapetes,
papéis de parede etc. Os cartazes publicitários que realizou para os espetáculos de Sarah Bernhardt, grande
dama do teatro francês, estão entre seus trabalhos mais conhecidos.
D E
DE OLHO
A LD
O estilo Art Nouveau continua a influenciar e inspirar artistas contemporâneos. Conheça, neste artigo, como
essa influência acontece e veja o trabalho de artistas como a britânica Hannah Alexander, que realizou ilustrações
das princesas da Disney inspiradas nas obras de Alphonse Mucha.
Disponível em: <https://sala7design.com.br/2016/02/art-nouveau-e-sua-
influencia-sobre-profissionais-contemporaneos.html>. Acesso em: ago. 2019.
EM IA
Outro artista de relevância do Art Nouveau foi Gustav Klimt. Sua obra teve foco em
pinturas, mas Klimt também realizou cartazes e projetos para decoração de interiores,
como os painéis que cobriram as paredes do Palácio Stoclet, em Bruxelas, Bélgica.
art
Imagno/Getty Images
O
BO O
SC
M IV
O S
Sala de jantar do
Palácio Stoclet, em
Bruxelas, Bélgica,
D LU
com painéis criados
por Gustav Klimt,
entre 1905-1911.
O C
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SI E
Heritage Image Partnership Ltd/Alamy Stock Photo
GuStaV kLimt
O artista austríaco
Gustav Klimt
O
(1862-1918) estudou
Desenho Ornamental
na Escola de Artes
EN S
Decorativas de Viena.
Conhecido por suas
pinturas, em especial
pela tela O beijo
E U
entre os artistas
da Art Nouveau. KLIMT, Gustav. A árvore da vida.
Possui também uma 1905-1909. Óleo sobre tela,
expressiva obra de 138,8 cm × 102 cm. Museu de
Artes Aplicadas, Viena, Áustria.
retratos, que passou a A pintura faz parte dos estudos
produzir no início do para a série de mosaicos
século XX. criados para o Palácio Stoclet.
EM IA
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90 Arte | 8o ano 1
art
com motivos florais, em vez de santos e mártires – e por seus objetos decorativos,
como lustres, vasos, jarras, além da decoração de interiores.
O
AMPLIAÇÕES
BO O
Artes decorativas
PhotoShoppin/iStockphoto.com
O termo artes decorativas surgiu para dife-
SC
renciar as artes plásticas dessa outra forma de
M IV
arte, que gera peças caracterizadas por sua fun-
cionalidade e ornamentação, como: design de
móveis, interiores, peças de decoração, encader-
nações especiais de livros e artes têxteis.
É significativo também como marco da se-
O S
paração entre a produção de artistas e arte-
sãos, que se deu durante a Revolução Indus-
trial, como já abordado no início do capítulo.
D LU
Jpldesigns/Dreamstime.com
Bigapplestock/Dreamstime.com
O C
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Lustre de cinco toneladas que ornamenta a cúpula do Janela projetada pela empresa de Louis Comfort Tiffany, a
Capitólio dos Estados Unidos, Washington D.C., Estados Tiffany Studios, exposta no Metropolitan Museum of Art, em
Unidos. Projetado por Louis Comfort Tiffany. Nova York, Estados Unidos.
EM IA
Sobre Antoni Gaudí, Na arquitetura, destacou-se Antoni Gaudí (1852-1926), famoso arquiteto catalão
há mais informações no (da Catalunha, região da Espanha) que utilizou elementos do Art Nouveau em suas
obras, apresentadas em um estilo único e individual. Arquitetura, natureza e religião
capítulo 5, unidade B, do 7º
art
são suas grandes paixões, demonstradas em grande parte de suas criações.
ano (sobre mosaico), caso
ache oportuno indicar uma
xavierarnau/iStockphoto.com
TomasSereda/iStockphoto.com
fonte para desenvolver
O
o conhecimento sobre o
BO O
artista catalão.
SC
M IV
Amplie a abordagem
Acesse o site Google Arts
O S
& Culture e conheça as
D LU
obras dos artistas:
• Louis Comfort Tiffany:
<https://artsandculture. Casa Batlló, em Barcelona, Espanha, criação de Antoni Gaudí. Casa Milà, em Barcelona, Espanha, outra criação de Antoni Gaudí.
google.com/entity/
O C
Art Nouveau no Brasil
m0jr3z?categoryId=artist>.
Durante os anos 1871 a 1914, houve a chamada Belle Époque brasileira, cuja in-
N X
Acesso em: ago. 2019. fluência de referenciais culturais franceses reverberou na arte brasileira; assim, pode-
• Toulouse-Lautrec:
SI E mos encontrar traços do Art Nouveau na arquitetura e na pintura decorativa. O Teatro
Amazonas, em Manaus, o Teatro da Paz, em Belém, o viaduto Santa Efigênia, em São
<https://artsandculture. Paulo, e a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, são alguns exemplos de construções
google.com/entity/ com decoração dessa nova estética.
O
m0h7vt?category
Ed Viggiani/Pulsar Imagens
ago. 2019.
• Visita virtual à arquitetura
E U
de Antoni Gaudí:
<https://artsandculture.
D E
google.com/theme/
iQLiJvHIVcEzIw>. Acesso
A LD
98 Arte | 8o ano 1
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92 Arte | 8o ano 1
art
do Modernismo no design e na arquitetura, e tinha como finalidade associar arqui- tinha seu corpo docente
O
-1944) foi professor
Paul Klee e Wassily Kandinsky. Ambos fizeram parte do movimento abstracionista, que da Bauhaus e famosos, como Paul Klee
BO O
se caracterizou pela desconstrução da representação das formas. é considerado
um dos artistas e Wassily Kandinsky,
SC
mais influentes e
Jacek Kadaj/Dreamstime.com
M IV
revolucionários da
pintura moderna.
Foi um dos maiores do Abstracionismo, e o
representantes do
Abstracionismo, designer e arquiteto Marcel
O S
movimento que
foi consolidado no
Breuer, cujas criações são
início do século XX e comercializadas até os
D LU
influenciou artistas do
século XX e XXI. dias atuais.
Se achar pertinente,
explore imagens do Museu
O C
Bauhaus, inaugurado em
2019 em comemoração
N X
Bauhaus, escola de Arte, em Dessau, Alemanha. ao centenário da Escola
SI E Bauhaus. Para conhecer
Um nome que ganhou destaque na Bauhaus
Jacek Kadaj/Dreamstime.com
foi o de Marcel Breuer, arquiteto, designer e mais sua história, visite:
professor da instituição. Breuer foi designer <https://www.bauhaus.de/
O
de mobiliário e até hoje suas produções são
vendidas no mundo todo. Em 1933, a Bauhaus
de/>. Acesso em: ago. 2019.
foi fechada pelo governo nazista, sob a justifi-
EN S
professores russos.
D E
Interior da Bauhaus
decorado com as cadeiras
marceL Breuer Wassily, criadas por
Marcel Breuer.
A LD
O húngaro Marcel Breuer (1902-1981) foi arquiteto, designer e professor da Bauhaus. Além de designer,
Oscar White/Corbis/
VCG via Getty Images
foi também inventor e criou cadeiras com estruturas metálicas com aço tubular. Como professor da Bauhaus,
incorporou o objetivo da instituição, que consistia em conciliar arte e indústria. Embora tenha se destacado
mais com mobiliário, se realizou profissionalmente como arquiteto, tendo reconhecimento apenas na década
de 1940. Nos anos 1950, realizou projetos como o prédio da Unesco, em Paris, e o Whitney Museum of American
Art, um museu de arte contemporânea em Nova York. Sua marca pessoal é o uso escultórico do concreto.
EM IA
O design brasileiro
O pintor, designer, gravador, cenógrafo e figurinista pernambucano Aloísio Magalhães
(1927-1982) foi um dos pioneiros na história do design brasileiro e um dos colaborado-
art
res na fundação da Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Rio de
Janeiro, primeira escola superior de design no Brasil.
Aloísio Magalhães foi o responsável pela criação de diversos símbolos da identi-
dade nacional nos anos 1960, com mais de 170 marcas de empresas brasileiras, entre
O
elas a TV Globo e a Petrobrás. Sua atuação foi tão importante que, em 1998, o então
BO O
presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, decretou a data de nascimento
SC
do profissional, 5 de novembro, como o Dia Nacional do Design.
O trabalho realizado no design por Magalhães abriu espaço para outros profissio-
M IV
nais, entre eles o arquiteto e designer Sergio Rodrigues, pioneiro em introduzir o
conceito de design industrial no Brasil e torná-lo conhecido mundialmente. O moder-
nismo em suas criações trazia uma identidade brasileira, tanto pelos materiais que
O S
utilizava, como palha e madeira, quanto pela temática, que exaltava a cultura brasilei-
ra, em especial a indígena.
D LU
Durante a construção de Brasília, Sergio
Fundação Bienal
Rodrigues desempenhou um papel impor-
tante junto com Oscar Niemeyer e Lúcio Cos-
ta, arquitetos responsáveis pela construção
da nova capital brasileira, pois o mobiliário
O C
criado por Rodrigues foi usado na decora-
Logo da Fundação Bienal, criado por Aloísio Magalhães, ção dos interiores das edificações oficiais
em 1965.
N X
do governo.
Karime Xavier/Folhapress
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94 Arte | 8o ano 1
SerGio rodriGueS
art
Mastrangelo Reino/
Folhapress
O arquiteto e designer brasileiro Sergio Rodrigues (1927-2014) foi um dos profissionais do design mais
importantes do Brasil. Suas criações marcaram a história do design brasileiro do século XX. A mais famosa é a
Poltrona Mole, feita em couro e madeira com inovações em encaixe e estofado, características que continuam
inspirando os designers contemporâneos.
O
BO O
Outro nome relevante para a história do design brasileiro é o da arquiteta brasi-
leira, de origem italiana, Lina Bo Bardi, que chegou ao Brasil em 1946 e interessou-se
SC
pela cultura brasileira, contribuindo para que o design brasileiro adquirisse uma iden-
M IV
tidade própria. É reconhecida como um dos maiores nomes da arquitetura mundial
do século XX pelos projetos e construções realizados no Brasil, como o Museu de Arte
de São Paulo, o MASP.
O S
Adriana Zehbraukas/Folhapress
D LU
O C
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EN S
Lina Bo Bardi
Folhapress
Achilina di Enrico Bo, conhecida como Lina Bo Bardi (1914-1992), nasceu em Roma, na Itália. Sua ligação com
A LD
o Brasil inicia-se com uma visita ao Rio de Janeiro com o marido jornalista e crítico de arte Pietro Maria Bardi.
Em 1946, chegam ao Brasil e estabelecem-se trazendo um grande acervo de obras de arte, livros e peças de
artesanato. A aproximação do casal com o empresário Assis Chateaubriand viabilizou novas oportunidades de
empreendimento, além de uma das maiores realizações de Lina Bo Bardi: o Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Lina é referência nacional e internacional na arquitetura e nas artes plásticas, e deixou registrada em suas
criações sua preocupação com as questões ambientais, sociais, políticas e culturais.
EM IA
art
representantes e à sua
Marcelo Camargo/Folhapress
Eduardo Knapp/Folhapress
importância dentro do
cenário artístico nacional.
O
No boxe Um passo à
BO O
frente, é importante
SC
ressaltar a produção dos
M IV
Irmãos Campana, voltada
Cadeira Vermelha Banco Vitória
à sustentabilidade e às (1993-1998), dos Régia (2002), dos
O S
Irmãos Campana. irmãos Campana.
preocupações deles com
o futuro do planeta. É
D LU
preciso falar também da DE OLHO
O C
brasileiros por meio 1953 e formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo. Fernando Campana nasceu em 1961 e formou-
contribuição para o design, de seus sites: -se em Arquitetura pelo Unicentro Belas Artes de São Paulo. Juntos, eles criam peças, objetos e mobiliário. O
• Sergio Rodrigues: trabalho artístico dos irmãos Campana incorpora ideias de transformação e reinvenção. Seu design é bastante
a arte e, principalmente, criativo e, por isso, são reconhecidos nacional e internacionalmente.
N X
<http://sergio
a arquitetura brasileira, rodrigues.com.br/
site/>. Acesso em:
com inúmeros projetos de
SI E ago. 2019.
• Instituto Campa-
construções, entre eles na: <https://www.
UM PASSO À FRENTE
institutocampana.
o Museu de Arte de São org.br/>. Acesso
Design e sustentabilidade
O
em: ago. 2019. Os designers Humberto e Fernando Campana (Irmãos Campana) produzem alguns de seus objetos com material
Paulo (Masp). reutilizável, ou seja, eles reaproveitam o que poderia ser descartado para criar móveis, luminárias e outros produtos.
Assim, além do imenso valor artístico, os Irmãos Campana dão um caráter pedagógico a seu trabalho no que diz res-
peito à educação ambiental. Suas peças apresentam um viés de sustentabilidade, pois eles reutilizam materiais como
EN S
Amplie a abordagem plástico, borracha, cordas, tijolo ressignificando-os. Os resíduos sólidos, mais conhecidos como lixo, dão lugar a obras
criativas e funcionais, provando que nem tudo o que jogamos fora deveria ser de fato descartado.
E U
Para complementar
Marcelo Camargo/Folhapress
as informações sobre a
história do design no
D E
• O trabalho de Aloísio
e construída a partir
da reutilização de
sarrafos de madeira
Magalhães. Disponível descartados.
em: <https://design
EM IA
magalhaes-o-pioneiro-
ST ER
do-design-grafico-
brasileiro>. Acesso em:
ago. 2019.
SI AT
• Conheça o Instituto
Lina Bo e P. M. Bardi.
Disponível em: <http://
institutobardi.com.br/>.
M
96 Arte | 8o ano 1
art
• O designer e o cliente conversam sobre o projeto a ser desenvolvido: o tipo de
produto e o público que se deseja alcançar. São essas informações que vão importante ressaltar
auxiliar o designer no desenvolvimento de seu projeto.
que o designer às vezes
trabalha em agências de
O
SrdjanPav/iStockphoto.com
propaganda e publicidade,
BO O
associando o trabalho de
SC
identidade visual ao de
M IV
marketing. Essas etapas
serão importantes para
O S
o desenvolvimento do
trabalho que será realizado
D LU
na seção Nossa arte.
• Após colher as informações, o designer faz um esboço ou rafe do produto. Muitas
vezes ele realiza vários esboços até chegar ao resultado desejado. O trecho cita o design de
moda, e esse campo do
O C
Chaosamran_Studio/Shutterstock
design será tratado mais
adiante, no capítulo 3 da
N X
Unidade B.
SI E
O
EN S
art
pode envolver a criação de logos. Logo é um símbolo gráfico que representa uma
consome alimentos
de origem animal, marca, ou seja, aquilo que representa a imagem de uma empresa, instituição, produto
assim como produtos ou serviços. Desde a Pré-História, os povos primitivos imprimiam sua identidade nos
com essa origem, em lugares que ocupavam por meio de símbolos gráficos, o que foi perpetuando ao longo
prol de combater,
O
dentro do possível, dos anos. A mesma lógica – de criar uma identidade – foi adotada por empresas, a fim
BO O
formas de exploração de que seus clientes pudessem reconhecer seus produtos e seus pontos de venda.
e crueldade contra Por meio de um logo, pode-se transmitir mensagens e ideias que a empresa busca
SC
animais.
conectar a seus produtos ou serviços.
Fonte tipográfica: é o
M IV
desenho de uma letra
Veja este case da identidade visual de uma marca de comidas veganas: a cliente,
gráfica, cuja forma solicitou à designer que a marca tivesse seu nome e alguma menção ao símbolo do
e estrutura definem veganismo, associando a seu logo uma imagem já consolidada dessa causa.
suas características.
O S
Também é chamada Este é o símbolo
apenas de fonte ou do veganismo.
tipo. Ele costuma ser
D LU
estampado em
AVIcons/iStockphoto.com
embalagens de
Luciana Nobre
produtos que não Logo criado pela
possuem nenhum designer deste
ingrediente de case, que optou
origem animal, por inserir uma
sejam alimentos, versão adaptada
sejam objetos como do símbolo do
O C
calçados e bolsas. veganismo.
N X
e o tipo de letra que serão usadas. Neste caso, foi escolhida uma fonte tipográfica
SI E que parecia ser escrita à mão, associando o fazer manual aos produtos artesanais e
caseiros feitos pela cliente.
O
Luciana Nobre
EN S
E U
Luciana Nobre
Algumas das versões do logo feitas ao longo do processo de criação, nas fases
de experimentação de diferentes cores para os desenhos e para a fonte.
EM IA
98 Arte | 8o ano 1
Apple
transmitir de seus produtos, mas também é preciso pensar na de times de futebol
legibilidade e na aplicabilidade da marca. brasileiros. Por exemplo, o
art
A legibilidade é a capacidade do cliente de ler e perceber
como o logo se constitui, o que garantirá que a marca seja lem-
do Sport Club Corinthians
brada. Já a aplicabilidade é a capacidade do uso da marca sobre Paulista. Sua versão atual
diferentes suportes, como embalagens, placas e adesivos. foi concebida por Francisco
O
Os logos podem ser formados por desenho e escrita, mas, Logo que utiliza apenas
Rebolo (1903-1980), um
BO O
o desenho como marca,
quando são feitos somente com o nome da empresa, são cha- também chamado de
modernista brasileiro
SC
símbolo ou ícone.
mados de logotipos:
conhecido por pintar
M IV
IBM
paisagens de cidades,
Microsoft
O S
Logo composto de desenho e tipo.
Além de artista, Rebolo
foi jogador de futebol
D LU
Logo que utiliza apenas a tipologia como marca – ou
seja, logotipo.
do Corinthians entre os
É comum ouvir falar do termo logomarca, mas ele não é correto, pois é a união de
anos 1922 e 1927. O atual
dois termos com o mesmo significado (logo + marca), por isso deve-se usar apenas desenho do emblema do
O C
logo ou marca. time é de sua autoria; ele
foi o responsável por incluir
N X
AMPLIAÇÕES a âncora e os remos que
SI E Brasões: antecessores dos logos hoje aparecem estampados
Os brasões são marcas criadas com a finalidade de identificar famílias, indivíduos, cidades, clubes, nações, no emblema. Outro caso
entre outros. São utilizados desde o período medieval, quando surgiram no contexto das guerras entre senhores
feudais (costumavam estar nos escudos dos combatentes), e comumente usam como base um escudo e outros interessante para comentar
O
símbolos e cores referentes ao grupo que representa.
com os alunos é a mudança
recente em escudos de
Governo Federal
Governo Federal
CBF
EN S
times internacionais e
nacionais, como o do
E U
Juventus, da Itália, e do
Athletico Paranaense, do
D E
brasões. Disponível
ST ER
em: <https://
aventurasnahistoria.
uol.com.br/noticias/
SI AT
acervo/heraldica-arte-
brasoes-434422.phtml>.
Acesso em: ago. 2019.
M
art
que eles sigam as etapas
de elaboração do design
apresentadas no texto. Fica
O
a seu critério a escolha
BO O
do local da execução do
SC
projeto, que poderá ser
M IV
realizado em sala de aula
ou como uma atividade
O S
extraclasse, podendo
estabelecer etapas em sua
D LU
realização. Deixe que os Na criação de um produto, estão associados diversos tipos de design. O produto
alunos escolham que tipo em si é feito pelo designer de produto, já a marca do produto e as peças gráficas para
publicidade são feitas por um designer gráfico, e há também o designer da embalagem.
de objeto será embalado
O C
A embalagem, assim como o logo, tem o poder de criar uma imagem do produto;
pela peça que vão criar, pode se tornar o meio de o cliente identificá-lo, mas tem também a função de prote-
mas, como vão executá-la, ger o produto.
N X
Inúmeros materiais podem ser utilizados para a criação de embalagens; os mais
ajude-os a pensar na comuns no contexto industrial são: plástico, vidro, alumínio e papel. Mas é o produto
viabilidade de suas ideias
SI E a ser embalado que vai indicar a melhor escolha: líquidos, por exemplo, comumente
são embalados em plástico, vidro ou alumínio, já que o papel comum não seria resis-
para não optarem por algo
tente o suficiente para transportá-lo. Desse modo, o designer precisa considerar esses
improvável de ser realizado. aspectos em seu projeto.
O
Após essa escolha, Agora você vai criar o design de uma embalagem de papel. Reúna-se com quatro
a cinco colegas e definam o tipo de produto que pretendem embalar.
oriente-os nas pesquisas
EN S
montá-la, pois há diversos tipos, cada qual adequado a um tipo de uso e produto.
no site Pinterest, por Após a definição do formato da embalagem, definam a “cara” dela: que cores, di-
exemplo. Peça-lhes que zeres e desenhos serão inseridos?
A LD
observem tanto a forma Realizem esboços e, depois que tiverem definido cada elemento, executem a peça.
Escolham um tipo de papel adequado para embalar o produto que escolheram. A
da embalagem como embalagem pode ser feita à mão ou em computador, se alguém do grupo tiver conhe-
seus materiais e a arte cimento de aplicativos e programas gráficos que auxiliem nessa tarefa.
impressa, e que analisem
EM IA
art
1. Teste seus conhecimentos, com base nos conteúdos abordados no capítulo, preen-
chendo esta palavra cruzada. a encontrar as informações
pertinentes. Na atividade 2,
D
auxilie os alunos a lembrar
a)
O
de marcas presentes
BO O
b) E
SC
c) S
como são representadas
M IV
I
visualmente.
d) G
O S
e) N Atividade 1:
D LU
a) Arquiteta italiana que colaborou para o desenvolvimento do design brasileiro. a) Lina Bo Bardi.
b) Profissional que elabora design. b) Designer.
c) A primeira escola de design do mundo.
c) Bauhaus.
O C
d) Criador da Poltrona Mole.
d) Sergio Rodrigues.
N X
e) Primeiro movimento voltado para o design, considerado o responsável pela cria-
ção do desenho industrial e do design gráfico.
SI E e) Art Nouveau.
2. Pense em logos conhecidos e apresente exemplos de:
Atividade 2:
a) logos com apenas o desenho que simboliza a marca.
O
a) Resposta pessoal.
b) logos com apenas o nome da marca (logotipos).
Exemplos: Nike, Shell,
EN S
Firefox etc.
E U
c) Resposta pessoal.
Exemplos: Adidas, NFL,
Amazon, Dove etc.
EM IA
em objetos, móveis,
acessórios, anúncios e até
na arquitetura moderna.
M
art
“Meu Deus, quem roubou Observe as imagens, leia o texto e responda às questões.
as minhas propagandas”,
Marco_Bonfanti/iStockphoto.com
Antonel/iStockphoto.com
do artista Etienne Lavie 1 2
O
(Disponível em: <https://
BO O
www.brasil247.com/pt/247/
SC
revista_oasis/135432/Mais-
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arte-menos-publicidade-
Paris-e-Mil%C3%A3o-
trocam-propaganda-por-
O S
obras-de-arte.htm>. Acesso
Veja a seguir uma nova imagem. Trata-se de uma ação do projeto Art Everywhere
D LU
em: ago. 2019). Nesse US (Arte em todo lugar EUA, em inglês). A proposta do projeto foi substituir os cartazes
projeto, o artista francês, e os painéis de propagandas comerciais por obras de arte, o que foi muito bem-aceito
pelo público de cidades estadunidenses.
em ação semelhante à do
projeto Art Everywhere
O C
Robert Landau/Alamy Stock Photo
US, estabelece uma
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crítica direta à presença
excessiva de publicidades
SI E
na paisagem urbana ao
Imagem do projeto
Art Everywhere US
(Arte em todo lugar
inserir imagens de obras EUA, em inglês), em
Oakland, Estados
de arte no lugar destinado
O
Unidos, em 2014.
Neste outdoor, é
anúncios publicitários.
(1778), de John
EN S
Singleton Copley.
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para divulgar obras de arte 2. Em sua opinião, por que a troca de anúncios de propaganda por obras de arte rea-
de artistas estadunidenses
A LD
excesso de anúncios
ST ER
publicitários expostos em
vários locais das grandes
cidades, que causam uma Atividade 2: Com esse projeto, foi proporcionada à população uma maneira diferente
imensa “poluição visual”,
SI AT
art
uma mensagem específica,
imediata e assertiva com a
O
função de divulgar produtos
4. Atualmente, algumas cidades brasileiras adotaram leis que estabelecem regras para
BO O
a disposição de anúncios publicitários em imóveis públicos e privados. Em sua opi- e serviços. As propagandas
SC
nião, com que intenção os governantes criaram tais leis? isoladas proporcionam
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ao observador a imediata
captação da mensagem;
quando juntas, há um
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excesso de informações que
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prejudica a leitura visual.
Atividade 4: Resposta
Mãos à obra!
pessoal. Em São Paulo,
O C
desde 2007, está em vigor
Agora é a sua vez de criar um logotipo. a Lei nº 14.223, chamada
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Leia o texto apresentado sobre o assunto e pesquise na internet, em revistas e em
jornais os diversos tipos de logotipos. de Lei Cidade Limpa. Essa
SI E Você deverá criar um logotipo com base nas iniciais de seu nome. Lembre-se que
os logotipos devem apresentar simplicidade, versatilidade e, acima de tudo, chamar
lei foi criada para evitar a
poluição visual na cidade,
a atenção das pessoas. Faça esboços para trabalhar suas ideias, busque associar ele-
proibindo outdoors e
O
mentos e cores com os quais você se identifique e que transmitam sua personalidade.
Após criar a arte final, organize com o(a) professor(a) e os colegas uma mostra regulamentando o tamanho
dos logotipos.
permitido para letreiros e
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Chaosamran_Studio/iStockphoto.com
placas de estabelecimento.
E U
Orientação didática
SI AT
Antes de os alunos iniciarem o trabalho da seção Mãos à obra!, solicite que pesquisem
em revistas, jornais e na internet os diversos logotipos existentes. Oriente-os durante
o processo de criação dos logotipos solicitados quanto à escolha das letras e seus
M
formatos, para que o logo possa ser facilmente identificado, evitando informações
desnecessárias; a escolha das cores é outra etapa importante, pois serão elas que vão
promover a identificação e chamar a atenção das pessoas. Após essas etapas, é hora de
iniciar o processo de criação. Deixe que os alunos realizem vários esboços para que façam
as escolhas certas. Com a ideia, as letras, as cores escolhidas e o desenho finalizado,
é hora de partir para a finalização, que pode ser feita em papel sulfite ou Canson A4.
Termine a atividade organizando uma mostra dos logotipos. Além dos desenhos, vocês
podem colocá-los em objetos, rótulos ou embalagens para mostrar sua aplicabilidade.
REFERÊNCIAS
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