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ENSINO

FUNDAMENTAL

8º ANO
M
VOLU E 1

O
ARTE

BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

EXEMPLAR DO PROFESSOR

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ENSINO FUNDAMENTAL

M
VOLU E 1

O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

BOLHAS
DE GELO

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DOM BOSCO – SISTEMA DE ENSINO – 8o ano.
© 2020 – Pearson Education do Brasil.

Todos os direitos desta publicação reservados à


Pearson Education do Brasil Ltda.

Vice-presidência de Educação Juliano Melo Costa


Gerência nacional de produto Alexandre Mattioli
Gerência de produto Silvana Afonso

O
Coordenação editorial Casa de Ideias, Luiz Salla

BO O
Autoria Cíntia Muramatsu

SC
Edição Andressa Serena, Kleber Santos, Rogério Ramos, Camilla Garcia

M IV
Assistência editorial Cláudia Renata Costa Colognori
Leitura crítica Andressa Serena, Carolina Leite, Luciana Nobre

O S
Preparação Esther Alcântara

D LU
Revisão Renata Coppola, Luzia Leite Rodrigues
Gerência de design Cleber Figueira
Coordenação de design Diogo Mecabo

O C
Edição de arte Ariane Lima
Coordenação de pesquisa e Maiti Salla

N X
licenciamento
SI E Pesquisa e licenciamento Andrea Bolanho, Cristiane Gameiro, Heraldo Colon Jr., Maricy Queiroz, Sandra
Sebastião, Shirlei Sebastião
Coordenação de fluxo de ilustrações Bruna Tiso
O
Ilustrações Bruna Sousa, Color Meow, Madine Oliveira, Marcelo Kina
Projeto gráfico APIS Design Integrado
EN S

Diagramação MRS Consultoria Editorial


E U

Capa APIS Design Integrado


Imagem da capa CNaene/iStock
Produtor multimídia Cristian Zaramella
D E

PCP George Baldim


A LD
EM IA
ST ER
SI AT

Índices para catálogo sistemático:


1a edição – 2020
M

Todos os direitos desta publicação reservados à


Pearson Education do Brasil Ltda.

Tel. (11) 4210-4450


São Paulo, SP – CEP 05001-100
Av. Francisco Matarazzo, 1400 - Água Branca
Torre Milano - 7o andar
www.pearson.com.br

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SUMÁRIO
MANUAL DO PROFESSOR

O
BO O
Apresentação II

SC
M IV
Proposta pedagógica III
Prática docente XIII

O S
D LU
O QUE É BELO?
A concepção do belo 7

O C
Perspectiva e proporção áurea na arte 19

N X
SI E A DESMEDIDA DO BARROCO
Barroco: fé e emoção 29
O
A identidade da arte barroca no Brasil 39
EN S

DA ÓPERA AO MUSICAL
E U

Teatro: uma breve história 56


D E

O teatro musical 64
A LD

Ópera 66
As inovações nas artes cênicas 69
A música no cinema 71
EM IA

TÃO BONITO QUE NÃO DÁ VONTADE DE USAR


ST ER

Design 83
Elaborando um design 97
SI AT

Logo: construindo uma marca 98


M

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APRESENTAÇÃO
Caro professor,
Este caderno destina-se a explicitar, de forma sintética, a proposta
pedagógica do Sistema de Ensino Dom Bosco, envolvendo os pressupos-
tos metodológicos de cada disciplina e os conteúdos de 6º ao 9º ano do

O
BO O
Ensino Fundamental.

SC
Levando em conta sua prática cotidiana de sala de aula, este con-

M IV
teúdo deve ser visto como uma referência de trabalho, a qual pode ser
ampliada por sua experiência de professor.

O S
O conteúdo deste volume resulta de meio século de vivência pedagó-

D LU
gica do Sistema de Ensino Dom Bosco. Esperamos que, além de facilitar
seu trabalho, ele desperte reflexões para, juntos, darmos continuidade à
busca de soluções educativas cada vez mais eficazes.

O C
N X
Bom trabalho.
SI E
O
Equipe Dom Bosco by Pearson
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

II Arte | 8o ano 1

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PROPOSTA PEDAGÓGICA
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS – DOM
BOSCO BY PEARSON
De acordo com a missão do Sistema de Ensino Dom Bosco by Pearson, que

O
BO O
consiste em oferecer soluções educacionais que garantam aprendizado en-

SC
gajador, significativo e eficaz, por meio de metodologia de integração entre

M IV
responsáveis, alunos e escola, fundamentada na paixão por educar, o novo
material do Ensino Fundamental — anos finais baseia-se nos documentos

O S
oficiais que norteiam esse segmento educacional no Brasil, principalmente

D LU
na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na perspectiva teórico-metodo-
lógica sociointeracionista e no conceito pedagógico da interdisciplinaridade.
O Ensino Fundamental, com nove anos de duração, determinado em 2006

O C
pela Lei nº 11.274, que alterou a redação da Lei de Diretrizes e Bases da Edu-

N X
cação Brasileira — LDB, é a etapa mais longa da educação básica, abrangendo
SI E
geralmente estudantes entre 6 (seis) e 14 (quatorze) anos. Há, portanto, crian-
ças e adolescentes que, no decurso do Ensino Fundamental, passam por uma
O
série de mudanças relacionadas a aspectos físicos, afetivos, sociais, emocio-
nais, dentre outros. Essas mudanças impõem desafios à elaboração de cur-
EN S

rículos para essa etapa de escolarização, de modo a superar as rupturas que


E U

ocorrem na passagem entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental e, no


interior deste, entre os anos iniciais e finais da etapa. É importante considerar,
D E

portanto, as especificidades dos sujeitos em cada uma das etapas de escola-


A LD

rização e, no caso específico do Ensino Fundamental, em cada fase da etapa.


Nesta fase, os alunos ampliam as suas possibilidades intelectuais, o
que resulta na capacidade de realização de raciocínios mais abstratos.
EM IA

Os alunos se tornam crescentemente capazes de ver as coisas a partir


do ponto de vista dos outros, superando, dessa maneira, o egocentrismo
ST ER

próprio da infância. Essa capacidade de descentração é importante na


construção da autonomia e na aquisição de valores morais e éticos.
Em dezembro de 2017, após três anos de discussões, o Ministério da
SI AT

Educação (MEC) homologou a Base Nacional Comum Curricular (BNCC),


referente à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental. A BNCC é um
M

documento de caráter normativo, que define o conjunto orgânico e pro-


gressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desen-
volver ao longo de sua escolaridade.
O material Dom Bosco by Pearson para o Ensino Fundamental está em
consonância teórica com a BNCC, que define um conjunto de 10 com-
petências gerais, que devem ser desenvolvidas de forma integrada aos
componentes curriculares, ao longo de toda a educação básica.

Manual do Professor III

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COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC
PARA

1 Valorizar e utilizar os conhecimentos


historicamente construídos sobre o
Entender e explicar a realidade,
continuar aprendendo e colaborar para
CONHECIMENTO mundo físico, social, cultural e digital. a construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva.

O
PARA

BO O
2 Exercitar a curiosidade intelectual
Investigar, causar, elaborar e testar

SC
e recorrer à abordagem própria das
hipóteses, formular e resolver problemas

M IV
PENSAMENTO ciências, incluindo a investigação, a
e criar soluções (inclusive tecnológicas)
CIENTÍFICO, CRÍTICO reflexão, a análise crítica, a imaginação
com base nos conhecimentos das
E CRIATIVO

O S
e a criatividade.
diferentes áreas.

D LU
PARA

3 Valorizar e fruir as diversas


manifestações artísticas e culturais, das

O C
Desenvolver o senso estético.
REPERTÓRIO locais às mundiais, e também participar
CULTURAL

N X
de práticas diversificadas de produção
SI E artístico-cultural.

Utilizar diferentes linguagens – verbal


PARA
(oral ou visual-motora, como Libras,
O
4 e escrita), corporal, visual, sonora e
Expressar-se, partilhar informações,
experiências, ideias e sentimentos em
EN S

digital –, bem como conhecimentos


COMUNICAÇÃO diferentes contextos e produzir sentidos
das linguagens artística, matemática e
E U

que levem ao entendimento mútuo.


científica

Compreender, utilizar e criar tecnologias PARA


D E

5 digitais de informação e comunicação Comunicar-se, acessar e disseminar


A LD

de forma crítica, significativa, reflexiva informações, produzir conhecimentos e


CULTURA DIGITAL e ética nas diversas práticas sociais resolver problemas e exercer protagonismo
(incluindo as escolares). e autoria na vida pessoal e coletiva.
EM IA

PARA
Entender as relações próprias do mundo
6 Valorizar a diversidade de saberes e
ST ER

do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao


vivências culturais e apropriar-se de
exercício da cidadania e ao seu projeto
DIVERSIDADE conhecimentos e experiências.
de vida, com liberdade, autonomia,
consciência crítica e responsabilidade.
SI AT

PARA
Formular, negociar e defender ideias,
M

pontos de vista e decisões comuns


que respeitam e promovam os
7 Argumentar com base em fatos, dados e direitos humanos e a consciência
informações confiáveis. socioambiental e o consumo responsável
ARGUMENTAÇÃO
em âmbito local, regional e global, com
posicionamento ético em relação ao
cuidado de si mesmo, dos outros e do
planeta.

IV Arte | 8o ano 1

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8 Conhecer-se, apreciar-se, reconhecer
PARA
Cuidar de sua saúde física e emocional,
suas emoções e as dos outros e ter
AUTOCONHECIMENTO lidar com suas emoções e com a pressão
autocrítica.
E AUTOCUIDADO do grupo.

PARA
Fazer-se respeitar e promover o respeito

9 ao outro e aos direitos humanos, com

O
BO O
Exercitar a empatia, o dialogo, a acolhimento e valorização da diversidade
EMPATIA E

SC
resolução de conflitos e a cooperação. de indivíduos e de grupos sociais,
COOPERAÇÃO

M IV
seus saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.

O S
10 PARA

D LU
Agir pessoal e coletivamente com
Tomar decisões segundo princípios éticos,
autonomia, responsabilidade,
AUTONOMIA E democráticos, inclusivos, sustentáveis e
flexibilidade, resiliência e determinação.
RESPONSABILIDADE

O C
solidários.

N X
As competências foram definidas a partir dos direitos éticos, estéticos
SI E
e políticos assegurados pelas DCN e de conhecimentos, habilidades, ati-
tudes e valores essenciais para a vida no século XXI. Pretendem contribuir
O
para a construção de uma sociedade mais ética, democrática, responsá-
vel, inclusiva, sustentável e solidária, que respeite e promova a diversida-
EN S

de e os direitos humanos, sem preconceitos de qualquer natureza.


E U

É importante ressaltar que as competências e diretrizes indicadas


pela BNCC são comuns, mas os currículos são diversos. Segundo docu-
D E

mento oficial,
A LD

[...] as redes de ensino têm autonomia para elaborar ou adequar


EM IA

os seus currículos, de acordo com o estabelecido na Base – assim


como as escolas têm a prerrogativa de contextualizá-los e adaptá-
ST ER

-los a seus projetos pedagógicos. (BRASIL, 2017).


SI AT

A BNCC explicita o que se deseja alcançar; as redes e escolas irão


definir os caminhos, as propostas e as estratégias para chegar a esse
M

resultado. As propostas são particulares e devem atender ao contexto de


cada região e comunidade.
Na construção dos nossos materiais, a BNCC é utilizada tanto na con-
ceituação de nosso currículo, concepção de ensino-aprendizagem, se-
quência didática, avaliação, didáticas específicas e matrizes curriculares,
como na proposta de diversidade contemplada nas ilustrações e na de-
finição da estrutura e organização dos materiais.

Manual do Professor V

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CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO
A concepção pedagógica do material Dom Bosco norteia o trabalho
do professor e da escola ao orientar o fazer pedagógico. Apoiado em
perspectivas que trazem soluções para a formação plena do aluno, o
material didático Dom Bosco está diretamente ligado aos conteúdos e
encaminhamento de atividades.

O
Para a definição do currículo da nova coleção, assumiu-se a concep-

BO O
SC
ção de que o currículo não se esgota nos componentes curriculares e

M IV
nas áreas de conhecimento. Valores, atitudes, sensibilidades e orienta-
ções de conduta são veiculados não só pelos conhecimentos, mas por

O S
meio de rotinas, rituais, normas de convívio social, festividades, visitas

D LU
e excursões, pela distribuição do tempo e organização do espaço, pelos
materiais utilizados na aprendizagem, pelo recreio, enfim, pelas vivên-
cias proporcionadas pela escola.

O C
As novas matrizes curriculares das diferentes disciplinas estão articu-

N X
ladas com uma proposta de currículo que respeita questões de inclusão
SI E e de diversidade, tal como proposto pela BNCC:
O
EN S

A escola de qualidade social adota como centralidade o diálogo,


E U

a colaboração, os sujeitos e as aprendizagens, o que pressupõe, sem


dúvida, atendimento a requisitos tais como: consideração sobre a
D E

inclusão, a valorização das diferenças e o atendimento à plurali-


A LD

dade e à diversidade cultural, resgatando e respeitando os direitos


humanos, individuais e coletivos e as várias manifestações de cada
comunidade (BRASIL, 2017).
EM IA
ST ER

O respeito às diferenças e o discurso do não preconceito é reitera-


do em diferentes momentos no livro do aluno e nas orientações aos
SI AT

professores. A pluralidade cultural está estampada em manifestações


artísticas clássicas e da cultura popular, buscando ampliar o repertório
M

do aluno e a valorização das identidades locais.


As ilustrações rompem com estereótipos ao contemplarem a perspec-
tiva da inclusão, de diferentes etnias, biotipos e culturas. A iconografia
representa personagens e espaços que se assemelham com as práticas
sociais, de modo que o aluno reconheça nas imagens aquilo que está
acostumado a ver em sua vida diária, despertando noções de pertenci-
mento, aprendendo a valorizar e a respeitar as diferenças.

VI Arte | 8o ano 1

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CONCEPÇÃO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
A proposta pedagógica do novo material está amparada em pressu-
postos sociointeracionistas. O currículo prioriza situações em que os
alunos interagem, participam ativamente de seu aprendizado, vivencian-
do na prática os conteúdos da escola, e problematizando-os constante-
mente. Do mesmo modo, vale-se também de propostas clássicas, como

O
as atividades de reconhecimento e sistematização de conteúdos, por

BO O
meio de registros frequentes daquilo que se aprende.

SC
M IV
O sociointeracionismo é uma concepção de desenvolvimento humano
que prioriza a análise dos reflexos do mundo exterior no interior dos

O S
indivíduos, pela interação deles com a realidade. Trata-se, portanto, de

D LU
uma visão sociocultural. O objeto de estudo de Lev Vygotsky (1896-1934),
nome maior dessa concepção, é o desenvolvimento humano mediante
processo histórico do indivíduo. As mudanças que nele ocorrem estão

O C
ligadas à sua interação com a cultura e com a história da sociedade da

N X
qual faz parte. De acordo com os conceitos desenvolvidos por Vygotsky,
o aprendizado envolve sempre a interação com outros indivíduos e a in-
SI E
terferência direta ou indireta deles; a linguagem é o elemento principal
O
de mediação entre as relações sociais e a aprendizagem.
Propor a aprendizagem como ato de interação implica considerar o
EN S

material didático como uma ferramenta que viabiliza a construção co-


E U

letiva do conhecimento pelo professor e pelo aluno. Do primeiro, cujo


papel principal é o de mediador, curador e promotor de sequências di-
D E

dáticas eficazes de ensino, faz-se necessária, entre outras contribuições,


A LD

sua consciência do contexto de aprendizagem em que se insere; o aluno


fornece suas funções cognitivas e afetivas para construir os próprios
conhecimentos, por meio das relações intra e interpessoais – ou seja,
EM IA

por meio da troca com outros sujeitos e consigo próprio, ele internaliza
saberes, papéis e funções sociais.
ST ER

Na coleção, a proposta sociointeracionista está presente em to-


das as atividades de todos os materiais, ao propor que os alunos
explorem, criem, observem, interajam, se expressem etc. Entende-se
SI AT

também que o material didático é um recurso inacabado que é fruto


da construção coletiva de professor e alunos. Reconhece-se também
M

que os alunos trazem conteúdos diversos, fruto das suas interações


com o meio em que vivem.
A interdisciplinaridade é o melhor caminho para transmitir conteúdos
e valores em uma sociedade em constante transformação. Fundamenta-
-se no esforço para superar a visão fragmentada do conhecimento, dada
principalmente pela organização disciplinar dos currículos escolares. Em-
bora com frequência ensinado individualmente, o saber é uma totalidade.

Manual do Professor VII

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O todo é formado pelas partes, mas não implica apenas a soma delas; é
maior que elas. Assim, a natureza complexa do ato educativo exige expli-
cação e compreensão interdisciplinares. O novo material Dom Bosco by
Pearson permite um entrelaçamento entre os saberes e um diálogo com
as áreas e entre as áreas do conhecimento.

O
SEQUÊNCIA DIDÁTICA

BO O
SC
Pode ser entendida como um conjunto de atividades ordenadas, es-

M IV
truturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacio-
nais, que têm um princípio e um fim conhecido tanto pelos professores

O S
como pelos estudantes. A sequência didática se traduz nas seções edi-

D LU
toriais do material, como demonstrado a seguir.

Problematização

O C
Seção Vasculhando ideias

N X
SI E • Busca despertar a curiosidade dos alunos;
• Sondagem;
• Verificação dos conhecimentos prévios;
O
• A partir de situações do cotidiano.
EN S
E U

Desenvolvimento do conteúdo
Seção Ponto de partida
D E

• Encaminhamento da reflexão do aluno a respeito do conteúdo;


A LD

• Apresentação dos conceitos (é priorizada a construção do conheci-


mento, mas é possível também apresentá-los diretamente quando
necessário);
EM IA

• Consolidação, aplicação e materialização dos conteúdos do capítulo;


ST ER

• Conteúdo organizado por meio de apresentação e construção de


conceitos;
• O professor reafirma os conteúdos trabalhados no capítulo e em
SI AT

qual contexto eles podem ser percebidos.


M

Sistematização
Seção Mural do conhecimento
• Atividades mais desafiadoras;
• Aplicação dos conceitos em contexto diverso;
• Pode ser trabalhada em sala de aula ou em casa, a critério do professor.

VIII Arte | 8o ano 1

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Seção Aprofundando o olhar
• Aprofundamento dos conhecimentos adquiridos;
• Reflexão crítica frente aos novos conhecimentos: permite ao aluno
refletir sobre o que ele entende do conceito, como ele o aplica e
como ele o explica;
• Atividades que extrapolam elementos básicos tratados no capítulo.

O
BO O
Aplicação

SC
M IV
Seção Mãos à obra
• Nova oportunidade para o aluno concretizar e aplicar os conteúdos

O S
aprendidos no capítulo;

D LU
• Registro de hipóteses, fixação e amarração de ideias.

O C
SEÇÕES ESPECÍFICAS DA DISCIPLINA

N X
Seção Nossa arte
SI E
• Criação, apreciação e crítica de arte por meio de atividades em grupo.
O
BOXES GERAIS
EN S

Boxe Ampliações
E U

• Traz informações complementares sobre o conteúdo abordado.


D E

Boxe Biografia
A LD

• Breve biografia de alguma personalidade importante que esteja


sendo tratada no material.

Boxe Glossário
EM IA

• Definição sobre um termo que se encontra em destaque na página.


ST ER

Boxe Um passo à frente


• Apresenta questões relacionadas a valores, diversidades, sustenta-
SI AT

bilidade, ética, convivência etc.

Boxe De olho
M

• Traz dicas de livros, sites, lugares, filmes, músicas etc.

Boxe Diálogos
• Apresenta conteúdo interdisciplinar a respeito do capítulo.

Manual do Professor IX

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CONCEPÇÃO TEÓRICA / MATRIZ CURRICULAR
DA DISCIPLINA

Arte
A arte tem sentido transformador desde os tempos pré-históricos. Atra-
vés dela, as pessoas expressam sentimentos, emoções, censura ou crítica

O
BO O
em relação ao momento histórico. Está presente em toda parte: pinturas,

SC
grafites, músicas e sons, peças teatrais, movimentos de dança, esculturas.

M IV
A disciplina de Arte leva o aluno a refletir e entender sua identidade
cultural e a associá-la às diversidades existentes; também a entender o

O S
processo artístico dinâmico, que se entrecruza com outras disciplinas,

D LU
com o conteúdo histórico, enfim, com as várias linguagens.
Há pleno reconhecimento de que ela beneficia o desenvolvimento dos

O C
alunos: desenvolve seu espírito crítico em relação aos bens culturais que
a humanidade construiu ao longo do tempo. Assim, eles compreendem e

N X
modificam os processos criativos.
SI E As atividades deste material, planejadas para incentivar sociabilidade,
expressividade e integração, promovem a aprendizagem de novas no-
O
ções de mundo e a criatividade.
EN S

Com a Lei 9 394/96, o conteúdo de Arte tornou-se obrigatório nos


diversos níveis de educação básica, considerando sua condição de co-
E U

nhecimento humano e histórico. Tratada anteriormente como mera ex-


periência de sensibilização e conhecimento genérico, hoje, a disciplina
D E

objetiva promover o desenvolvimento cultural e estético dos alunos, por


A LD

meio de práticas de produção e apreciação artísticas, fundamentais à


sua formação e a seu desempenho social.
Fundamentado na legislação vigente e nos princípios básicos de ação
EM IA

pedagógica constantes na BNCC, o material de Arte do sistema Dom Bos-


co by Pearson sistematiza o processo criativo de ensino-aprendizagem
ST ER

para dar suporte teórico e prático às aulas dessa disciplina. A metodolo-


gia adotada conduz o aluno a compreender a arte como conhecimento
voltado para um fazer e apreciar artístico e estético, bem como para uma
SI AT

reflexão sobre sua história e seu contexto social.


Pela análise da categoria da intencionalidade, o aluno é levado a com-
M

preender a intenção do artista ao compor determinada obra, como se deu


a escolha do material que a constitui e a significação histórico-social das
diferentes correntes artísticas. Pela comparação analítica entre diferentes
produções artísticas, o aluno compreende a variedade de tendências, o
modo como as obras foram concebidas pelo homem em diferentes mo-
mentos da história e a função que exercem em cada sociedade. O traba-
lho criador é resultado da articulação entre a intenção e a comparação.

X Arte | 8o ano 1

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Depois de observar e analisar linguagens artísticas, compreendendo-as
quanto à diversidade histórico-cultural, o aluno está apto para escolher e
manipular materiais, criando ou recriando uma obra.
Mediante reflexão, reelaboração imaginativa e experiências realizadas no
decorrer do processo, de acordo com a realidade cultural do aluno, preten-
demos fomentar a ideia de que vivemos numa sociedade multicultural, na
qual podemos confrontar valores, crenças e competências culturais.

O
BO O
Para o pleno desenvolvimento do trabalho proposto, é necessário ob-

SC
servar alguns aspectos importantes quanto aos procedimentos de cria-

M IV
ção (liberdade de expressão), aplicabilidade dos conhecimentos, formas
de avaliação e condução das atividades no espaço da sala de aula.

O S
Tanto os temas do referencial teórico quanto as técnicas desenvolvi-

D LU
das por meio das atividades permitem que o aluno adquira conhecimen-
tos teóricos e práticos sobre Arte, os quais lhe possibilitam compreender

O C
os processos da Arte, organizar a realidade e envolver-se na constru-
ção ativa da própria capacidade intelectual para operar com símbolos,

N X
ideias, imagens e representações.
SI E
O desenvolvimento dos temas das unidades fundamenta-se em con-
ceitos e conteúdos relevantes da história da Arte e na possibilidade de
O
troca de experiências entre aluno e professor. Assim, o aluno é levado à
leitura de obras de arte, refletindo sobre elas, e a práticas de produção
EN S

na seção Nossa arte e nas seções de encerramento de capítulo — Mu-


E U

ral do conhecimento, Aprofundando o olhar e Mãos à obra! Por meio


dessa sistemática, ele aprende a apreender, reler e ler criticamente
D E

a realidade.
A LD

O professor deve acompanhar e orientar cada etapa da evolução do


trabalho dos alunos. Em conjunto com eles, ao final de cada atividade,
também lhe cabe avaliar a produção, observando o grau de compreen-
EM IA

são individual e coletivo.


Aqui cabe ressaltar que, de acordo com a BNCC do Ensino Fundamen-
ST ER

tal, o ensino de Música deve estar inserido no currículo de Arte.


SI AT
M

Manual do Professor XI

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8O ANO – ARTE – UNIDADE A – TEMPO E PERSPECTIVA

OBJETOS DE
CAPÍTULO TÓPICOS HABILIDADES
CONHECIMENTO

O
• Discutir o conceito de

BO O
• A concepção do belo e a mudança da

SC
1. belo percepção ao longo

M IV
• Perspectiva e da história. • (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes
O QUE É BELO? proporção áurea • Cores e luzes. estilos visuais, contextualizando-os no

O S
na arte • Medida áurea, ponto tempo e no espaço.
de fuga e perspectiva • (EF69AR04) Analisar os elementos

D LU
• Renascimento: constitutivos das artes visuais (ponto, linha,
contexto histórico, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão,
artistas, obras, espaço, movimento etc.) na apreciação de

O C
diferentes produções artísticas.
características.
• (EF69AR16) Analisar criticamente, por meio

N X
• Mecenato: reflexão
da apreciação musical, usos e funções da
• Barroco: fé e sobre a relação
2.
SI E emoção entre arte e poder
música em seus contextos de produção e
circulação, relacionando as práticas musicais
• A identidade da (econômico, político,
A DESMEDIDA DO às diferentes dimensões da vida social,
O
arte barroca no religioso).
BARROCO cultural, política, histórica, econômica,
Brasil • Barroco: contexto estética e ética.
EN S

histórico, artistas, • (EF69AR25) Identificar e analisar diferentes


E U

obras, características. estilos cênicos, contextualizando-os no


• Luz e sombra. tempo e no espaço de modo a aprimorar
• Barroco no Brasil. a capacidade de apreciação da estética
D E

• Teatro: uma • Preservação do teatral.


• (EF69AR26) Explorar diferentes elementos
A LD

breve história patrimônio histórico.


• O teatro musical • Gêneros teatrais. envolvidos na composição dos
3. • Ópera • Elementos formais acontecimentos cênicos (figurinos, adereços,
cenário, iluminação e sonoplastia) e
• As inovações do teatro: cenário,
DA ÓPERA AO
EM IA

sonoplastia, reconhecer seus vocabulários.


nas artes
MUSICAL • (EF69AR08) Diferenciar as categorias de
cênicas iluminação.
artista, artesão, produtor cultural, curador,
ST ER

• A música no • Música em cena.


designer, entre outras, estabelecendo
cinema • História da ópera.
relações entre os profissionais do sistema
• O teatro musical e o das artes visuais.
filme musical.
SI AT

• (EF69AR33) Analisar aspectos históricos,


• Trilhas sonoras. sociais e políticos da produção artística,
• Design: conceito, problematizando as narrativas eurocêntricas
4. • Design história e aplicação.
M

e as diversas categorizações da arte (arte,


• Elaborando um • Design e arte. artesanato, folclore, design etc.).
TÃO BONITO design • Design e mercado.
QUE NÃO DÁ • Logo: • Função e forma.
VONTADE DE construindo • Escola de Bauhaus.
USAR uma marca

XII Arte | 8o ano 1

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PRÁTICA DOCENTE
TRABALHO EM GRUPO
Na escola tradicional era comum valorizar o melhor aluno, o melhor
trabalho, a melhor redação, o melhor desempenho. Os alunos que não es-

O
tavam na lista dos melhores eram levados a pensar que não teriam chan-

BO O
ce de sucesso na vida. A forma de viver, comunicar, trabalhar e aprender

SC
M IV
modificou-se. O indivíduo de sucesso não necessariamente foi o aluno de
melhor desempenho escolar. Flexibilidade passou a ser valor individual

O S
bastante solicitado — flexibilidade de tempo, espaço, conhecimento, tare-
fas, relações, trabalho (GARCIA; VAILLANT, 2009). Essa flexibilidade passou a

D LU
ser entendida como condição de inserção social, já que a atual economia
solicita nova configuração organizacional do trabalho: descentralização e

O C
colaboração. Uma das características mais valorizadas na sociedade atual
é o trabalho em grupo e a escola é o espaço ideal para essa aprendizagem.

N X
SI E
Trabalho em grupo dos professores
O
O trabalho docente tem sido realizado, historicamente, de forma indi-
vidualizada. Cada professor atua na sua área do conhecimento, em sua
EN S

sala de aula, com seus objetivos, propósitos, metodologias... Na mesma


E U

medida em que pensa o fazer docente sozinho, o professor não interfere


no trabalho do outro e assim a profissão se construiu fundamentada em
D E

inúmeras experiências individuais.


Se considerarmos que o professor é um profissional que trabalha
A LD

pouco em grupo, como ele poderia estimular o trabalho em grupo com


seus alunos? A interação entre os alunos acontece tranquilamente, não
significando afirmar que os trabalhos em grupo propostos pelos profes-
EM IA

sores ocorram de forma adequada.


ST ER

Compartilhar tarefa em grupo não se resume a distribuir atribui-


ções entre os envolvidos, cada um responsável por pesquisar deter-
minado tema, ficando alguém incumbido de juntar todos para entre-
SI AT

gar ao professor.
Transformações sociais revelam que o trabalho docente deve ser com-
partilhado, discutido, analisado por grupos dos próprios professores,
M

que precisam ser capazes de inovar e organizar comunidades de apren-


dizagem permanente, bem como ter flexibilidade e compromisso em di-
minuir as diferenças entre as pessoas.
O trabalho docente deve ser colaborativo, apesar de feito em sala de
aula, de maneira isolada. A qualidade do ensino depende do trabalho
conjunto dos professores, o que fortalece não somente a instituição

Manual do Professor XIII

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educativa, como a profissionalização individual dos integrantes. Discutir
e analisar os fenômenos educativos que ocorrem no cotidiano escolar
promove reflexão coletiva sobre suas práticas. Esse é o caminho para
aprimorar a qualidade da educação: melhorar os processos de ensino-
-aprendizagem mediante atitudes colaborativas, desenvolvimento do
sentimento de pertencimento ao grupo de professores, promoção do
relacionamento com a comunidade, criação de comunidades docentes

O
BO O
de aprendizagem coletiva.

SC
O compromisso mútuo passaria a ser o eixo articulador do trabalho

M IV
em grupo dos professores e a equipe teria maior valor que o indivíduo
“que tudo sabe”; seria a soma dos conhecimentos parciais dos professo-

O S
res para compor o conhecimento maior do grupo.

D LU
Sugestões de atividades em grupo para os professores:

O C
• Planejamento da ação docente do bimestre/trimestre/semestre por
área do conhecimento;

N X
SI E • Planejamento da ação docente do bimestre/trimestre/semestre por
diferentes áreas do conhecimento;
• Planejamento de projetos educativos por área ou diferentes áreas
O
do conhecimento;
EN S

• Avaliação conjunta das diferentes áreas do conhecimento;


E U

• Grupo de estudos;
• Grupo de reflexão sobre a ação docente cotidiana.
D E

Os grupos de trabalho dos professores devem alcançar três objeti-


A LD

vos essenciais para efetivar-se: proporcionar o aprimoramento e o de-


senvolvimento profissional do professor; propiciar a interação entre os
professores com o intuito de minimizar o isolamento e a solidão decor-
EM IA

rentes da profissão docente; minimizar a fragmentação dos programas


escolares contidos nas matrizes curriculares.
ST ER

Trabalho em grupo dos alunos


O trabalho em grupo promove a cooperação em busca de aprendiza-
SI AT

gem contextualizada e significativa, tomando os conhecimentos prévios


dos alunos como ponto de partida para novos conteúdos. Para isso, o
M

professor necessita ser o mediador da aprendizagem, orientando as ati-


vidades de acordo com objetivos propostos, potencialidades, dificulda-
des e ritmo de aprendizagem dos alunos. Para alcançar esse propósito,
ele precisa responsabilizar-se pelo planejamento detalhado do proces-
so de aprendizagem, por meio do trabalho em grupo, determinando as
regras e as responsabilidades de cada um.

XIV Arte | 8o ano 1

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A adoção de estratégias diversificadas de ensino em grupo possibilita
o diálogo entre os conteúdos escolares, a sociedade e o contexto social
do jovem. A articulação entre os conhecimentos e a experiência de vida
do aluno na sociedade é determinante para incentivar sua autonomia na
condição de aprendiz e despertar seu interesse pelos conhecimentos. O
professor deve prever oportunidades que promovam a participação ati-
va do aluno na sua aprendizagem, isso significando afirmar que ele deva

O
instituir, na sua prática docente, situações pedagógicas que propiciem a

BO O
SC
aprendizagem de trabalho coletivo, contribuindo, efetivamente, para a

M IV
construção do princípio de participação cidadã dos jovens, estimulando
o exercício de cooperação e solidariedade.

O S
O trabalho em grupo precisa ser uma estratégia de ensino embasada,

D LU
solidamente, no objetivo da aprendizagem — eixo estrutural do plane-
jamento da aula conforme objetivo pretendido. O professor tem toda a
condição de escolher a estratégia, conduzir as reflexões e debates, sis-

O C
tematizar o resultado das discussões, assegurando a compreensão da

N X
estratégia como uma das etapas da aprendizagem.
Ao organizar a aula estruturada no trabalho em grupo, o principal ob-
SI E
jetivo a alcançar é que os alunos passem a ser os principais responsá-
veis pela própria aprendizagem.
O
O planejamento da estratégia de ensino para trabalho em grupo re-
EN S

quer organização e coerência para alcançar os objetivos. Segue roteiro


E U

para planejamento de uma atividade em grupo e descrição de algumas


estratégias para aplicar em sala de aula.
D E

OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM
A LD

1º Mapear a informação.
EM IA
ST ER

2º Definir objetivos da aprendizagem.

3º Definir em que situações práticas o conteúdo aparece.


SI AT

4º Articular o objeto da aprendizagem com situações práticas.


M

5º Escolher a estratégia de ensino.

6º Definir critérios de avaliação da aprendizagem.

Manual do Professor XV

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FÓRUM
Fórum é um recurso do qual todos os alunos têm oportunidade de
participar ativamente com posicionamento pessoal na discussão de de-
terminado tema. É uma reunião que se propõe a discutir, debater, solu-
cionar algum problema ou assunto.
Como estratégia de ensino, é usado para a sistematização de resul-

O
tados de aprendizagem, permitindo ampliar o conhecimento a partir da

BO O
SC
posição de cada participante.

M IV
Como possibilita ampliar o conhecimento, essa atividade deve ser bem
organizada e preparada por professor e alunos, evitando que a discussão

O S
se prenda a pontos de vista do senso comum. O tema do fórum deve ser in-

D LU
teressante, curioso, atraente e/ou polêmico para assegurar o interesse pela
participação do grupo. O professor precisa preparar-se bem para conduzir
discussões e debates, para atingir o objetivo da aprendizagem.

O C
A preparação envolve leituras que se podem associar a peças de tea-

N X
tro, livros, filmes, exposições, visitas, fatos ou qualquer alternativa per-
SI E tinente. A avaliação do fórum abrange participação do grupo no que se
refere à coerência da arguição e à síntese das ideias apresentadas. O
O
professor atento controla a participação do grupo e assegura a opor-
tunidade de todos os alunos se posicionarem. Para isso, recomenda-se
EN S

recorrer a algumas estratégias como organização de representantes de


E U

tema e indicação de alunos para argumentar sobre determinado aspec-


to do assunto. O fórum permite que o aluno atribua significado ao con-
D E

teúdo debatido e elabore síntese crítica sobre ele.


A LD

INOVAÇÃO E APRIMORAMENTO
Escola é espaço de inovação, de aprimoramento pessoal e profissional.
EM IA

Em qualquer profissão se identificam diferenças individuais de habilida-


des, competências e desempenho. Na profissão docente não é diferen-
ST ER

te. Cada professor tem características pessoais e profissionais distintas.


Durante muito tempo, a profissão docente esteve associada ao “dom de
ensinar”. Como as demais profissões na sociedade, demonstrou-se que
SI AT

a docente também se aprende, independentemente de talento natural.


A formação contínua ou permanente é uma das condições para o
M

magistério na sociedade atual. A cobrança de profissionalização do-


cente aconteceu tanto quanto como nas demais áreas de atuação
social, e a solicitação por professores competentes tem merecido
destaque no cenário nacional, visto que as exigências por uma me-
lhor qualificação dos futuros trabalhadores emergem num contexto
de competitividade econômica.

XVI Arte | 8o ano 1

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O processo de aprimoramento docente decorre de dois aspectos fun-
damentais para a sua efetivação: conhecimento teórico sobre a área de
conhecimento que se pretende atuar (ressalta-se aqui a necessidade
de se conhecer as relações que a área de conhecimento tem com as
demais, sua origem e história, articulada às concepções de homem, de
mundo, de ciência que constituem as interfaces do ensino-aprendiza-
gem); e o conhecimento sobre a natureza, a constituição e o propósito

O
BO O
do saber pedagógico e do saber docente.

SC
Uma profissão, para ser exercida, precisa de uma formação inicial, es-

M IV
pecífica, para que o sujeito possa exercê-la com domínio, e de uma for-
mação continuada, permanente, constante para que ele se constitua um

O S
profissional autônomo, crítico e reflexivo.

D LU
Com base nessa concepção de profissionalização é que se indica a
pesquisa como alternativa para a constante busca por informações e

O C
novos conhecimentos. Essa busca caracterizaria, também, a atualização
permanente, a formação contínua a ser procurada em diversos espaços

N X
de formação formal e informal. Essa situação possibilitaria que o indiví-
SI E
duo pudesse questionar e analisar, crítica e criativamente, a construção
e reconstrução de seus conhecimentos profissionais.
O
As propostas de formação incluem a perspectiva da formação de um pro-
fessor investigador de sua própria prática docente e que possibilite uma ação
EN S

reflexiva sobre a sua prática pedagógica. A escolha desse tema suscita uma
E U

discussão sobre a necessidade de se refletir sobre a própria prática docente,


visando formar alunos que tenham capacidades para aprender em diferentes
D E

meios, que possuam atitudes empreendedoras, fundamentais para formar ci-


A LD

dadãos com competências para construir uma sociedade mais justa e solidária,
além de instigar a inovação pedagógica na educação básica.
A reflexão na ação leva o sujeito a analisar e reconsiderar as situa-
EM IA

ções complexas surgidas no cotidiano profissional, conduzindo-o a uma


nova prática profissional ou induzindo-o a repensar o seu próprio papel
ST ER

dentro da instituição. Os processos aplicados na reflexão e na ação se


assemelham aos utilizados nas pesquisas científicas, desencadeando a
ideia da pesquisa da prática.
SI AT

O grupo de trabalho dos professores é um espaço privilegiado


M

para a pesquisa da prática docente. A inovação está associada ao


aprimoramento profissional do professor visto que o entendimento
da profissão docente permite a criação de novas possibilidades em
sala de aula. Esse processo de aprendizagem (aprimoramento) ocorre
quando alguém se disponibiliza a aprender algo (habilidades, com-
petências) em determinado contexto concreto (escola) (GARCIA, 1999).

Manual do Professor XVII

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Inovar, no contexto escolar, significa criar oportunidades de apren-
dizagem embasadas na análise e reflexão da ação docente obtida da
própria experiência profissional. Ao inovar, o professor estará, perma-
nentemente, se aprimorando.

AMBIENTE DE APRENDIZAGEM

O
A sala de aula é o espaço na escola destinado ao processo de apren-

BO O
SC
dizagem e cabe ao professor criar, na turma, um ambiente favorável para

M IV
o ensino-aprendizagem.
Sensibilizar, instigar à cooperação e participação, mobilizar os conhe-

O S
cimentos prévios dos alunos, solicitar o respeito à pessoa e à proprie-

D LU
dade do outro, desafiar a cognição e criatividade são exemplos de um
clima favorável à aprendizagem.

O C
N X
A promoção da qualidade do ensino-aprendizagem é a principal com-
SI E petência profissional a ser desenvolvida pelo professor em sala de aula.
O fazer docente valoriza o processo de ensino-aprendizagem, privilegian-
do os conhecimentos científico e pedagógico que o professor demonstra
O
no desempenho de sua função e a qualidade do professor é fator escolar
EN S

determinante para o desempenho dos alunos (GRAÇA et al., 2011).


E U

As atividades de ensino-aprendizagem organizadas pelo professor e


D E

pela escola determinam a qualidade de aprendizagem do aluno, daí a


A LD

necessidade de reorganizar os objetivos escolares e propiciar, ao aluno,


a apropriação do conhecimento, superando a memorização dos conteú-
dos e estimulando o apreender, no sentido etimológico de prender, as-
similar, entender, compreender.
EM IA

Apreender faz superar o simples “assistir à aula” tão comum na reali-


ST ER

dade escolar, em busca de apreender ativa, reflexiva e conscientemente.


A atuação do professor é decisiva para o alcance dessa meta. Compreen-
dendo isso devemos envolver os alunos no processo de aprendizagem.
SI AT

Como conseguir isso? Tomando a ação docente em vigor como ponto de


partida para a organização e proposição de novas ações. Retomamos aqui
M

o princípio do trabalho em grupo (trabalhar com os outros: com os alunos


e suas necessidades e com os professores de forma colaborativa mútua) e
da reflexão sistemática da prática docente (análise das experiências e da
responsabilidade profissional do professor) para estruturar a ação docen-
te cotidiana, que supõe a participação dos alunos na sua aprendizagem.
Para facilitar o processo de organização e planejamento da aprendiza-
gem, sugerimos algumas ações.

XVIII Arte | 8o ano 1

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PREPARAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA
APRENDIZAGEM
1º Articulação entre os conteúdos.

2º Articulação de conteúdos com atualidade,


relevância, profundidade.

O
BO O
3º Organização dos conteúdos de forma lógica e coerente.

SC
M IV
4º Definição do objetivo da aprendizagem

O S
e seleção da estratégia de ensino.

D LU
5º Proposição de atividades de avaliação integradas e coerentes.

6º Revisão do planejamento para adequações necessárias.

O C
N X
ARTICULAÇÃO ENTRE OS CONTEÚDOS
SI E
Inicie a organização da aprendizagem definindo o conteúdo escolar
a trabalhar com os alunos. Primeiramente é necessário conhecer e en-
O
tender a organização da matriz curricular adotada pela escola. Converse
EN S

com os profissionais da educação e os professores das áreas para en-


tender melhor essa organização. Dessa forma, o conteúdo a trabalhar já
E U

está previsto nos planejamentos da disciplina.


Conhecer essa matriz permite que o planejamento diário da aprendi-
D E

zagem tenha coerência, já que se torna possível articular os conteúdos


A LD

de formas horizontal (mesmo ano) e vertical (anos anteriores e pos-


teriores), facilitando a organização lógica da aprendizagem. Importante
também articular o conteúdo da aprendizagem com as demais áreas
EM IA

do conhecimento.
Esta etapa de organização e estruturação da aprendizagem, que a
ST ER

princípio parece ser longa e trabalhosa, propicia segurança ao professor


para conduzir a aprendizagem do aluno. O domínio de conteúdos é con-
dição básica à atuação do profissional do conhecimento, que se torna
SI AT

melhor quanto mais consiga fazer articulações entre os conhecimentos.


A pesquisa, nesta etapa, é sua principal aliada. A troca de experiências e
M

conhecimentos entre os pares facilita muito o planejamento.

ARTICULAÇÃO DE CONTEÚDOS COM


ATUALIDADE, RELEVÂNCIA, PROFUNDIDADE
É possível que, na primeira etapa, tenham sido levantadas inúmeras in-
terfaces do conhecimento pesquisado. O importante é definir o quanto esse

Manual do Professor XIX

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conhecimento necessita ser aprofundado (relação conteúdo-ano-idade do
aluno); qual a relevância dele em relação ao objetivo da aprendizagem, aos
conteúdos que o antecedem e procedem (base para entendimento e pré-
-requisito para outros conhecimentos); como esse conteúdo contribui para
a compreensão dos demais em outras áreas do conhecimento; e meios de
relacionar esse conhecimento com os temas que vêm sendo discutidos.

O
Essa articulação é essencial para ter visão sistêmica do conteúdo associa-

BO O
do à matriz curricular adotada. Ao definir relevância, profundidade e atualida-

SC
de do conhecimento, cada professor consegue perceber qual a contribuição

M IV
da sua aula/disciplina/área de conhecimento para a formação do aluno. Esse
entendimento permite-lhe, também, refletir sobre a própria atuação, já que

O S
pode entender, a cada planejamento, o sentido de seu papel na educação.

D LU
Nesta etapa, retome a discussão entre os demais colegas, verifique o en-
foque a dar ao conhecimento e evite a incompreensão desse conteúdo por

O C
falta de conhecimentos prévios, contextuais, aplicação, entre outros fatores.

N X
SI E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE FORMA
LÓGICA E COERENTE
O
Após a fase da pesquisa do conhecimento, inicie a organização de
EN S

todos os assuntos selecionados para apresentar durante o processo de


aprendizagem, de acordo com uma lógica de desenvolvimento. Defina os
E U

conteúdos prioritários à aprendizagem. Lembre-se, permanentemente,


de relacionar o conteúdo ao ano e à idade do aluno, evitando trabalhar
D E

temas de difícil compreensão ou, contraditoriamente, excessivamente


A LD

fáceis. O aluno precisa ser estimulado e desafiado a aprender. Isso o


envolve e estimula a participar das aulas. O bom desempenho docente
está atrelado ao entendimento do nível etário e cognitivo do aluno.
EM IA

No planejamento escolar, os conteúdos são estabelecidos considerando


certo tempo. Antes de iniciar a organização, procure saber o período que a
ST ER

equipe de professores destinou ao assunto em questão. Em seus registros


pessoais, cabe indicar se o tempo destinado a desenvolver os conteúdos
é suficiente, dado que contribui muito com o planejamento das atividades
SI AT

escolares futuras. Quando estabelece a sequência lógica dos conteúdos a


trabalhar em relação ao tempo destinado para cada tema, indiretamente, o
M

professor inicia a definição dos critérios para avaliações dos alunos.

DEFINIÇÃO DO OBJETIVO DA APRENDIZAGEM E


SELEÇÃO DA ESTRATÉGIA DE ENSINO
A definição da estratégia de ensino está diretamente ligada ao obje-
tivo da aprendizagem, ou seja, um não ocorre sem o outro. Escolher a

XX Arte | 8o ano 1

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estratégia de ensino com a intenção de desenvolver “boa aula” sem con-
siderar o objetivo da aprendizagem implica propor aula sem coerência. A
estratégia não deve sobrepor-se ao objetivo da aprendizagem.
Durante as três etapas anteriores, o professor teve oportunidade de
conhecer, relembrar, rever, em profundidade, os conhecimentos a traba-
lhar. É responsabilidade dele eleger e indicar os objetivos da aprendi-

O
zagem do aluno. Ele é o especialista. Quando isso ocorre, determinar a

BO O
estratégia de ensino é uma tarefa simples e fácil. O objetivo requer que

SC
a aprendizagem se processe de forma individual ou em grupo? Ele de-

M IV
pende de prévia explicação teórica ou o aluno pode entendê-lo por meio
da pesquisa? É um assunto que solicita discussão? As respostas levam

O S
à escolha da estratégia de ensino: aula expositiva dialogada, estudo de

D LU
texto, estudo dirigido, aulas práticas em laboratório, fórum, debate, se-
minário, ensino com pesquisa, estudo do meio, entre outras.

O C
A opção pela estratégia deve considerar o tempo disponível para cada
conhecimento e cada aula. Algumas estratégias necessitam tempo mui-

N X
to longo; outras, de espaços diferenciados e maiores que os da sala de
SI E
aula; há ainda as que podem gerar movimentação e barulho. Planeje
criteriosamente sua aula, porque a estratégia de ensino tem o intuito de
O
facilitar a aprendizagem do aluno.
EN S

PROPOSIÇÃO DE ATIVIDADES DE AVALIAÇÃO


E U

INTEGRADAS E COERENTES
D E

A principal maneira de analisar e entender as ocorrências nos diferen-


A LD

tes espaços de aprendizagem na escola é a avaliação, determinante para


verificar se os propósitos de aprendizagem estabelecidos foram alcança-
dos. As avaliações têm a intenção de analisar um resultado e, para isso,
EM IA

alguns pressupostos à sua realização são primordiais.


• Adaptar a avaliação aos objetivos de aprendizagem propostos — al-
ST ER

guns conflitos surgidos em sala de aula entre alunos e professores


estão vinculados aos processos de avaliação. A relação entre eles
fica estremecida após avaliação em que tenha havido discrepância
SI AT

entre o trabalhado em sala de aula e o solicitado na avaliação. Ao


estabelecer o objetivo da aprendizagem, o professor também defi-
M

ne o que será solicitado na avaliação. É preciso atenção para não


“cobrar” do aluno o que não foi discutido e trabalhado em sala de
aula. Para evitar incidentes desse tipo, confira seu planejamento
semanal e diário.
• Selecionar técnicas condizentes com as estratégias de ensino ado-
tadas — ao preparar atividade de avaliação da aprendizagem, tenha
cuidado para não criar técnica ou instrumento totalmente diferente

Manual do Professor XXI

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do que desenvolveu no cotidiano escolar. É imprescindível relacio-
nar as atividades da avaliação com as desenvolvidas anteriormente
pelos alunos. Durante todo o período, por exemplo, se foram aplica-
das somente estratégias de trabalho em grupo, não faz sentido al-
gum propor avaliação individual. A avaliação não deve ser elemento
surpresa para averiguar, além dos conhecimentos escolares, a tena-
cidade do aluno em relação à solução de fatos novos. Ela destina-se

O
BO O
a acompanhar o desenvolvimento do aluno.

SC
• Explicar aos alunos as formas de avaliação adotadas — a avaliação

M IV
também serve como ferramenta de acompanhamento do progresso
na aprendizagem pelo próprio aluno. Assim, conhecer as propostas

O S
do professor e da escola faz parte da sua aprendizagem. Elas devem

D LU
ser apresentadas, explicadas e discutidas sempre que necessário.
Tarefas de casa, exercícios corrigidos em sala de aula, participação

O C
nas discussões são exemplos de formas avaliativas da aprendiza-
gem, mas sempre consideradas sob a perspectiva de que o aluno

N X
SI E entenda as regras estabelecidas previamente, desde o início do pro-
cesso de aprendizagem, e amplamente debatidas. Trata-se de um
direito de qualquer indivíduo a ser submetido à avaliação.
O
• Utilizar instrumentos diversificados — não é novidade que as pes-
EN S

soas são diferentes umas das outras, contudo a escola, historica-


mente, prioriza um tipo de instrumento para avaliar os alunos: a
E U

prova escrita. Sem condená-la, por ser excelente instrumento ava-


liativo, os professores precisam recorrer a muitas outras alternati-
D E

vas seguras. As variáveis enriquecem o processo de aprendizagem


A LD

na medida em que diferentes instrumentos desenvolvem distintas


habilidades nos alunos. Uma avaliação oral, por meio de seminário
em sala de aula, por exemplo, estimula o desenvolvimento de ora-
EM IA

tória, improvisação, análise crítica, dando ao aluno a oportunidade


de exercitar tal habilidade. Da mesma forma, outros instrumentos
ST ER

(produção de texto, elaboração de mapa conceitual, resolução de


problemas, elaboração de síntese, dramatização, produção artísti-
ca...) contribuem para o desenvolvimento e aprimoramento de várias
SI AT

habilidades necessárias ao convívio social. Os professores podem


lançar mão de diversas ferramentas, desde que tenham clareza do
M

objetivo da aprendizagem que pretendem avaliar e que usem lin-


guagem adequada à situação. A variedade de instrumentos atende
às diferenças individuais dos alunos, permitindo acompanhar, efeti-
vamente, o progresso na aprendizagem.
• Definir e apresentar os critérios de correção — alunos, pais e co-
munidade escolar consideram justa a avaliação que respeita os
critérios estabelecidos. O aluno aprende desde a primeira infância

XXII Arte | 8o ano 1

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várias regras de convivência e tem mais facilidade de avaliar sua
postura quando entende ter violado uma das normas estabeleci-
das. Na avaliação escolar, isso não é diferente: informar os alunos
dos critérios de correção da avaliação é responsabilidade e obri-
gação do professor, para garantir coerência no processo de apren-
dizagem. Solicitar, por exemplo, tarefa de casa (trabalhos escritos
individuais ou em grupo, produção de texto, resolução de proble-

O
BO O
mas) sem esclarecer o que deve ser feito e como será corrigido e

SC
avaliado perde toda a intencionalidade avaliativa. A ausência de

M IV
critérios torna a avaliação simples instrumento de poder do pro-
fessor sobre o aluno. Apresentar e discutir regras e critérios de cor-

O S
reção dá chance ao professor de se mostrar firme quanto às regras

D LU
estabelecidas, sem causar danos no contexto escolar. Da mesma
forma, avaliar a participação em sala de aula deve seguir critérios
muito bem estabelecidos para evitar que aluno extrovertido seja

O C
confundido com participativo.

N X
• Discutir os resultados da avaliação com os alunos — o propósito da
SI E
avaliação é acompanhar o desenvolvimento do aluno. Dentro desse
pressuposto, o resultado é tão ou mais importante que a avaliação
O
em si. Se o professor não a usar para detectar as dificuldades dos
alunos e rever o processo de aprendizagem, a avaliação perde sua
EN S

finalidade. Discutir o desempenho não é tarefa simples, já que se


E U

entendia a avaliação, por muito tempo, como resultado que qualifica


ou desqualifica o aluno em função da nota que obteve durante o ci-
D E

clo escolar. Compreender os pontos fortes e fracos do desempenho


A LD

individual permite aprimorar o processo de aprendizagem. A avalia-


ção tem essa intenção. Aprender a discuti-la com os envolvidos pro-
move a interação, o fortalecimento, e encoraja a convivência entre
EM IA

os pares (entendimento dos erros e acertos), ampliando-se da sala


de aula para a sociedade.
ST ER

• Propor atividades aos alunos para retomar as dificuldades — o en-


tendimento de dificuldades e acertos dos alunos, revelados nas suas
avaliações, permite ao professor retomar seu planejamento de en-
SI AT

sino. Análise e reflexão desses resultados lhe possibilitam desen-


volver atividades para recuperação da aprendizagem considerada
M

insatisfatória. O professor comprometido com o processo de apren-


dizagem do aluno, função principal da sua profissão, deve propiciar
ambiente adequado ao desenvolvimento das atividades de recupe-
ração da aprendizagem. Dentre inúmeras possibilidades, indica-se
a elaboração de planos individuais para a revisão da aprendizagem.
Neles, professor e alunos definem o modelo de recuperação, inclusi-
ve os diferentes recursos tecnológicos disponíveis à sua efetivação.

Manual do Professor XXIII

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REVISÃO DO PLANEJAMENTO PARA
ADEQUAÇÕES NECESSÁRIAS
O planejamento do ensino é dinâmico. Algumas vezes o professor pro-
grama uma atividade que, a seu ver, será “um sucesso” e ocorre justamente
o contrário: os alunos não cooperam, as discussões não respeitam as di-
ferenças e o professor termina a aula totalmente desmotivado. O inverso

O
acontece: uma aula sem muitas perspectivas aos olhos do professor torna-

BO O
SC
-se sucesso, tem participação, envolvimento, bons debates. A complexidade

M IV
da profissão docente está justamente no entendimento de que as aulas,
os alunos e as dinâmicas da aprendizagem apresentam vertentes distintas.

O S
A vantagem da profissão docente é justamente a possibilidade de re-

D LU
ver o planejamento dia a dia, aula a aula. As ideias surgem no transcor-
rer da carreira profissional e as adequações no planejamento são per-
feitamente aceitas no meio, porque a dinâmica da educação funciona

O C
assim mesmo. Conversar constantemente com os colegas para discutir

N X
o processo de aprendizagem leva a aprimorá-lo sempre. Na medida em
SI E que analisa sua prática, o professor se aperfeiçoa permanentemente.
O
SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
EN S

A aprendizagem ocorre por meio da ação humana e, nesse sentido,


o ensino deve atender a tal solicitação, “aprende-se porque se age e
E U

não porque se ensina” (BECKER, 2002, p. 112). O desenvolvimento pro-


fissional docente ocorre quando o fazer se embasa nos conhecimentos
D E

específico e pedagógico da área de atuação. Somente assimilação dos


A LD

conhecimentos teóricos da profissão docente não assegura boa atuação


profissional. A aprendizagem docente acontece com seu fazer. A reflexão
de que o professor deve refletir permanentemente sobre sua prática
EM IA

em busca do próprio aperfeiçoamento surge de suas vivências, sejam


positivas, sejam negativas, e a análise da própria atuação orienta-o a
ST ER

modificar ou não sua postura profissional.


Se a aprendizagem do professor ocorre, também, por meio de solução
de problemas, a aprendizagem do aluno deve pautar-se prioritariamen-
SI AT

te no princípio da solução de problemas como alternativa metodológica


para o ensino. Buscando ultrapassar a memorização dos conteúdos, ele
M

é entendido como meio de construção do conhecimento pelo aluno, tor-


nando-o copartícipe na aprendizagem. Induzir a criação de métodos e
estratégias para a resolução de problemas constrói, desenvolve e estru-
tura o pensamento lógico do aluno.
O sentido da aprendizagem está no entendimento do conteúdo teó-
rico articulado com a solução prática dos problemas cotidianos. Essa
metodologia permite que o aluno passe a dar sentido ao conhecimento

XXIV Arte | 8o ano 1

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escolar, visto que ele adquire condições de resolver as questões apre-
sentadas no contexto da sala de aula e levar essa experiência para a
sua vida em sociedade. Disponibilizar informações não possibilita que o
estudante entenda, na prática, as questões que envolvem seu cotidiano
e a sociedade como um todo. Apenas lhe assegura que a aprendizagem
tenha sentido prático.
Objetivos do método de aprendizagem por análise e solução de problemas:

O
BO O
• estimular a ampla aquisição de conhecimentos;

SC
M IV
• empregar conhecimentos teóricos na solução de problemas, asse-
gurando a aquisição de praticidades;

O S
• desenvolver a capacidade de solucionar problemas e de autoapren-

D LU
dizagem;
• estimular a curiosidade para aprender;
• desenvolver hábitos para trabalhar em grupo;

O C
• compartilhar informações e conhecimentos (MOREIRA, 2010).

N X
Nesse sentido, o papel do professor é planejar situações em que o
SI E
aluno precise, obrigatoriamente, desempenhar algumas tarefas vincu-
ladas aos problemas cotidianos, com o intuito de solucionar as ques-
O
tões propostas. A proposição das tarefas pode basear-se em diferentes
EN S

contextos e materiais, por exemplo, filme, documentário, peça de teatro,


artigo de jornal ou revista; caso jurídico, administrativo, contábil, mate-
E U

mático, clínico, entre outras alternativas.


D E

As tarefas devem ser bem planejadas, com tempo determinado de


execução, definição de materiais permitidos para sua realização (equi-
A LD

pamento, calculadora, computador, telefone), determinação de regras


(atividade individual ou em grupo, solução em sala de aula ou como
tarefa de casa, apresentação escrita ou oral; apoio de colegas, turmas e/
EM IA

ou profissionais). Essa estratégia precisa de um tempo para análise dos


resultados apresentados. Então, faça o planejamento semanal prevendo
ST ER

esse tempo, porque a participação do grupo é fundamental à sistemati-


zação da atividade.
SI AT

A solução de problemas contribui para a formação de alunos com


capacidade de pensar, agir, criar e inovar (MOREIRA, 2010), competências
essenciais ao convívio social na atualidade. O professor, nesse contexto,
M

exerce função de líder do grupo, tendo, também, ótima oportunidade de


aprendizagem. É essencial conduzir a solução de problemas de maneira
a não gerar competitividade, mas sim estimular o princípio da colabo-
ração e solidariedade no grupo. Entendida e praticada, essa estratégia
passa a ser metodologia de ensino permanente no cotidiano escolar,
pelas próprias características de inovação, criatividade, curiosidade, au-
tonomia, alterando, definitivamente, a prática docente.
Manual do Professor XXV

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/CNE, 2017.
FAZENDA, Ivani C. A. Interdisciplinaridade: um projeto em parceria. 5. ed.
São Paulo: Edições Loyola, 2002.
FAZENDA, Ivani. (Org.). A virtude da força nas práticas interdisciplinares.

O
Campinas, SP: Papirus, 1999. (Coleção Práxis).

BO O
SC
GARCIA, C. M. Formação de professores. Para uma mudança educativa.

M IV
Porto: Porto, 1999.

O S
GARCIA, C. M.; VAILLANT, D. Desarollo profesional docente. Madrid: Narcea
S.A., 2009.

D LU
GRAÇA, A. et al. Avaliação do desempenho docente. Um guia para a ação.
Lisboa: Lisboa, 2011.

O C
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. (Coleção Magisté-

N X
SI E rio. 2º grau. Série Formação do Professor).
MOREIRA, P. Pedagogia no ensino de alimentação humana. In: LEITE, C.
Sentidos da pedagogia no ensino superior. Porto: CIIE; Livpsic, 2010.
O
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos pro-
EN S

cessos psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.


E U

. Pensamento e linguagem. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.


D E

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed,


1998.
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

XXVI Arte | 8o ano 1

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ARTE •A
UNIDADE

O
Tempo e perspectiva

BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI E
O
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

LIVRO DO PROFESSOR

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Orientação didática
A abertura da unidade
exibe uma fotografia de
Sumário
Unidade A: Tempo e perspectiva 9
duas esculturas exibidas
na exposição itinerante Capítulo 1: O que é belo? 10
Gods in color. O objetivo A concepção do belo 13
da escolha dessa imagem Perspectiva e proporção áurea na arte 25

é ilustrar uma informação 32

O
Capítulo 2: A desmedida do Barroco
talvez ainda não familiar

BO O
Barroco: fé e emoção 35
a muitos alunos: a de A identidade da arte barroca no Brasil 45

SC
que o mármore branco

M IV
Capítulo 3: Da ópera ao musical 58
das esculturas gregas e Teatro: uma breve história 62
romanas já foi colorido – e O teatro musical 70

O S
Ópera 72
muito colorido –, uma vez As inovações nas artes cênicas 75
que ambas as civilizações

D LU
A música no cinema 77
abusavam da policromia Capítulo 4: Tão bonito que não dá vontade de usar 86
em suas produções. No Design 89
entanto, as tintas das Elaborando um design 103

O C
peças se desgastaram ao Logo: construindo uma marca 104

longo do tempo. O assunto

N X
foi brevemente tratado
no boxe Ampliações, no
SI E
capítulo 14 da Unidade D
do 6º ano. Caso necessário,
O
retome-o.
Séculos depois, durante o
EN S

Renascimento, os artistas
apropriaram-se da referência
E U

dessas obras cruas, e


o branco do mármore
D E

passou a representar uma


concepção de beleza e
A LD

de perfeição, ideia que se


mantém ainda hoje para
muitas pessoas.
Nesta unidade, vamos
EM IA

conhecer algumas
expressões artísticas de
diferentes épocas, além
ST ER

de refletir sobre como a


estética do belo inspirou
os artistas de cada tempo Objetos de conhecimento
SI AT

a realizar suas obras. O


O conceito de belo na arte sob o olhar dos artistas de diferentes épocas nas variadas
objetivo da apreciação
manifestações artísticas – pintura, escultura, música, teatro e cinema – e a mudança do
dessas obras é confrontar
conceito de beleza no decorrer da história.
M

nossa percepção do que


é belo, tema que será
explorado no capítulo 1, e
avaliar as transformações
na história da arte ao
longo do tempo, aspecto
que será trabalhado de
forma mais abrangente
nos demais capítulos.

2 Arte | 8o ano 1

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• (EF69AR26) Explorar
diferentes elementos
envolvidos na

TEMPO E composição dos


acontecimentos cênicos
(figurinos, adereços,
PERSPECTIVA cenário, iluminação e
sonoplastia) e reconhecer

O
seus vocabulários.

BO O
• (EF69AR08) Diferenciar

SC
as categorias de artista,

M IV
artesão, produtor
cultural, curador,

O S
designer, entre outras,
estabelecendo relações

D LU
entre os profissionais do
sistema das artes visuais.
• (EF69AR33) Analisar
LOUISA GOULIAMAKI/AFP

O C
aspectos históricos,
sociais e políticos da

N X
produção artística,
SI E problematizando as
narrativas eurocêntricas
e as diversas
O
categorizações da arte
(arte, artesanato, folclore,
EN S

design etc.).
E U
D E

Torso encouraçado. c. 407 a.C. Escultura grega em mármore, encontrada


A LD

na Acrópole de Atenas. A descoberta de que as estátuas gregas e


romanas eram coloridas não é novidade. Há tempos se sabe que essas
estátuas foram perdendo suas cores ao longo dos séculos e tornando-se
brancas, mas mesmo assim a humanidade continua a insistir na falsa
crença do mármore branco: a estátua crua parece mais apropriada
à ideia de beleza e perfeição que temos hoje, que é uma construção
histórica. Na exposição alemã Gods in color (2007), estudiosos buscaram
discutir essa questão produzindo réplicas de estátuas da Antiguidade
Clássica em suas possíveis cores originais.
EM IA
ST ER

Habilidades
SI AT

• (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no


tempo e no espaço.
• (EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha,
M

forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de
diferentes produções artísticas.
• (EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções
da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas
musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica,
econômica, estética e ética.
• (EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo
e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.

Tempo e perspectiva | Unidade A 3

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Orientação didática
Ao longo deste capítulo,

1
serão apresentados artistas

O que é belo?
e obras do Renascimento,
período marcado pela
transição entre a Idade
Média e a Era Moderna. O
movimento foi marcado

O
por um período de grandes

BO O
transformações no campo

SC
literário, filosófico, artístico

M IV
e científico, quando a
religião deixou de ser

O S
tema central das reflexões
humanas (teocentrismo)

D LU
e o próprio ser humano
passou a ocupar esse papel
(antropocentrismo).

O C
No campo das artes,
Armando Borges / Alamy Stock Photo

especialmente da

N X
pintura, no período do
Renascimento foram
SI E
desenvolvidas diversas
técnicas, como a
O
perspectiva, o sfumato e o
afresco. Leonardo da Vinci,
EN S

Michelangelo e Rafael,
inspirados na Antiguidade
E U

Clássica, produziram com VASCULHANDO IDEIAS


perfeição e beleza as
D E

1. O que você vê na imagem?


proporções humanas na
2. Você já conhecia a estátua David? Ao
pintura e na escultura, observar a imagem dela, quais são suas
A LD

manifestando uma grande impressões?


3. Em sua opinião, o que faz de David, obra
compulsão pela estética
de Michelangelo, uma peça artística tão
do belo. importante para a história da arte?
Em sala de aula, explore
EM IA

a imagem de abertura
do capítulo e indague
os alunos sobre o que
ST ER

consideram feio ou
bonito, questionando
como chegaram a essas Explore a abertura
SI AT

conclusões, sondando
A escultura David pesa 6 toneladas e, antes de Michelangelo, o bloco de mármore que a
conhecimentos prévios e
originou já havia sido trabalhado pelo escultor Agostino di Duccio (1418-1481), que desistiu
estimulando-os a pensar de um projeto de escultura anterior. A obra de Michelangelo ilustra este capítulo que se
M

de forma crítica sobre o dispõe a tratar do belo, retomando a Grécia Antiga e o Renascimento. É possível que alguns
assunto. Avalie também se alunos não conheçam o personagem bíblico David, aquele que matou o gigante Golias.
muitos desses conceitos Assim, caso julgue interessante, proponha uma pesquisa ou a leitura de uma adaptação
previamente adquiridos se da saga do herói para que os alunos apreciam a obra. Essa estátua causa admiração não
originam de alguma reflexão apenas pelos detalhes elaborados pelo artista e pelo impecável trabalho no mármore, mas
ou de construções sociais. também por seu tamanho e pela forma desproporcional de alguns membros do corpo,
como a cabeça e a mão direita. Comente em sala de aula que, durante a Idade Média, era
comum que grandes homens fossem chamados de manus fortis (mão forte, na tradução do
latim), representando grande força e poder.

4 Arte | 8o ano 1

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Objetivos do
capítulo
MICHELANGELO. David. 1501-1504. Escultura em mármore, Neste capítulo, os alunos
517 cm × 199 cm. Academia de Belas Artes, Florença, Itália.
vão trabalhar o conceito de
belo retomando os estudos
gregos e as concepções
trazidas posteriormente
pelos renascentistas.

O
BO O
O material também
explora diferentes obras

SC
M IV
artísticas do Renascimento,
apresentando os artistas
que, hoje, são considerados

O S
a tríade do movimento: Da
Vinci, Rafael e Michelangelo.

D LU
Habilidades
• (EF69AR02) Pesquisar e

O C
analisar diferentes estilos

N X
visuais, contextualizando-
SI E -os no tempo e no espaço.
• (EF69AR04) Analisar os
elementos constitutivos
O
das artes visuais (ponto,
linha, forma, direção, cor,
EN S

A
inda que muitos críticos e curadores validem diver- tom, escala, dimensão,
sas obras de arte e tentem ao máximo explicar a re- espaço, movimento
E U

levância de cada uma delas – seja histórica, cultural


ou mesmo técnica –, a verdade é que a apreciação de uma
etc.) na apreciação de
obra é uma experiência única e pessoal. O conceito de belo diferentes produções
D E

é bastante subjetivo e pode variar de acordo com a vivência artísticas.


de cada indivíduo, ou seja, sua origem, cultura, forma de in-
• (EF69AR06) Desenvolver
A LD

teragir com o mundo etc. Também é importante ressaltar que


cada época e lugar elabora um modo distinto de compreen- processos de criação
der esse conceito, isto é, os padrões de beleza não são iguais
em todas as épocas e sociedades. Com base nesses diversos
em artes visuais, com
fatores, chegar a um consenso sobre o que é belo ou o que é base em temas ou
feio pode parecer uma tarefa difícil. interesses artísticos,
EM IA

de modo individual,
coletivo e colaborativo,
ST ER

fazendo uso de
materiais, instrumentos e
recursos convencionais,
Atividade 1: Resposta pessoal. Espera-se que os alunos comentem que estão vendo alternativos e digitais.
SI AT

David, a estátua esculpida em mármore, obra de Michelangelo.

Atividade 2: Resposta pessoal. É possível que muitos alunos conheçam a estátua ou já


Conceitos-chave
tenham visto a obra estampada em outros contextos, como em anúncios publicitários,
M

Renascimento, belo,
propagandas ou livros. Deixe que compartilhem suas impressões com os colegas. afresco, perspectiva,
proporção áurea.
Atividade 3: Resposta pessoal. Os alunos poderão comentar que o tamanho e a
perfeição do corpo esculpido em pedra são aspectos que fazem com que a peça seja
tão impressionante.

Tempo e perspectiva | Unidade A 5

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Orientação didática
Para o historiador da arte
britânico Ernst Gombrich
PONTO DE PARTIDA
(1909-2001), o que tornou
Rafael famoso foi a

art
despretensiosidade de Observe a imagem e, em seguida, acompanhe a leitura do texto.
suas formas. A formosidade

Villa Farnesina, Roma, Itália.


de O triunfo de Galateia,

O
por exemplo, está em

BO O
sua espontaneidade,

SC
em sua postura, bem

M IV
como na postura dos
outros personagens. A

O S
obra remete às estátuas
clássicas da Grécia antiga,

D LU
com corpos femininos sem
curvas e mais quadrados,
que se aproximam de um

O C
ideal de beleza voltado
ao masculino. Para o

N X
autor, Rafael merece
reconhecimento por atingir
SI E
o que os artistas de seu
período tanto perseguiam:
O
a harmonia de um grupo
de personagens que,
EN S

em uma composição, SANZIO, Rafael. O triunfo de Galateia. 1512-1514. Afresco,

movimentavam-se de 295 cm × 225 cm. Villa Farnesina, Roma, Itália.


E U

forma livre.
Quando concluiu a “Galateia”, um cortesão perguntou a Rafael onde encontrara
Comente com os alunos um modelo de tamanha beleza. Respondeu o artista que não copiava modelos espe-
D E

que o “modelo imaginado” cíficos, preferindo seguir uma “certa ideia” formada na sua mente. Rafael, portanto, à
semelhança de seu mestre Perugino, abandonara, em certa medida, a reprodução fiel
de Rafael está relacionado
A LD

da natureza [...]. Usou deliberadamente um tipo imaginado de beleza regular. [...] Se


com o estudo dos antigos voltarmos ao tempo de Praxíteles, recordaremos como o que chamamos de beleza
“ideal” decorreu de uma lenta aproximação de formas esquemáticas à natureza. O
artistas gregos, retomando processo foi agora invertido. Os artistas procuraram modificar a natureza de acordo
estudos clássicos do corpo com a ideia de beleza que haviam formado ao observar estátuas clássicas [...].
humano e da beleza. GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2012. p. 320.
EM IA

Portanto, não quer dizer 12 Arte | 8 ano 1


o

que Rafael estivesse


inventando um novo
ST ER

padrão de beleza, mas que


o artista estava rompendo
com a arte de seu tempo Caso considere pertinente, comente com a turma também que Praxíteles (395 a.C.-330 a.C.)
SI AT

e com o que os artistas foi um escultor grego, muito reverenciado por suas esplêndidas obras de arte, conhecidas
estavam acostumados ainda hoje.
a fazer dentro desse
Atividade complementar
M

contexto. Nesse sentido,


a ruptura com as ideias Caso tenha disponibilidade, realize com a turma uma atividade para avaliar os
teocêntricas – que serão conhecimentos prévios sobre o conceito de belo. Peça que os alunos tragam para a
vistas a seguir – possuem sala de aula cinco diferentes imagens de objetos, pessoas, lugares ou obras de arte
um papel fundamental que considerem revelar uma verdadeira beleza. Depois, deixe que compartilhem
dentro dessas mudanças suas pesquisas com os colegas e estimule-os a discutir o que as imagens parecem
de perspectivas. ter em comum. É possível que alguns alunos já tenham assimilado padrões estéticos
culturalmente impostos, o que também pode gerar discussões produtivas sobre o
quanto nosso olhar pode ser moldado socialmente.

6 Arte | 8o ano 1

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imitação do real. O autor
aponta que, em O triunfo de
Galateia, Rafael consolida
1. Observe a imagem. O que mais chama sua atenção? a segunda concepção,
descolada da natureza. A
mudança ocorrida ao longo

art
do tempo acerca do ideal
de beleza é justamente

O
2. De acordo com o trecho, qual foi a referência usada por Rafael para a composição esta: o ser humano buscava

BO O
de O triunfo de Galateia? definir seus próprios

SC
padrões de belo, e não

M IV
mais reproduzir a perfeição
da natureza. Comente
com a turma que o que se

O S
3. Qual foi a mudança no ideal de beleza ao longo do tempo apontada por Gombrich? convenciona como ideal de

D LU
beleza é algo em constante
mutação. Esse pode ser,
inclusive, um tópico a ser
discutido em sala de aula.

O C
A CONCEPÇÃO DO BELO Atividade: Resposta

N X
Você já se perguntou de onde vem a ideia daquilo que é belo? Como chegamos a pessoal. Espera-se que
SI E um ideal de beleza? Quem define o que é belo? Esse tipo de questionamento pode pa-
recer algo tão difícil quanto determinar o que é arte – discussão que já foi trabalhada
na introdução do material de Arte do 6º ano, quando você iniciou seus estudos. Para
os alunos compreendam
que tendemos a classificar
aquilo que é belo
O
definir o conceito de beleza, também é necessário voltarmos alguns séculos na história
da arte. Esse panorama abrangerá um retorno à Antiguidade Clássica e o estudo de como algo harmonioso,
aspectos do Renascimento, dois momentos importantes para a construção da noção
equilibrado, que traz prazer
EN S

de belo artístico.

• Com a ajuda dos colegas e do(a) professor(a), tente criar uma definição do que é
ao olhar por ser bom,
E U

belo e do que é feio. perfeito. O feio seria o exato


oposto dessa definição:
algo desequilibrado ou
D E

imperfeito. Caso julgue


interessante, anote as
A LD

definições dadas pela


turma no quadro negro de
modo que possam refletir
juntos sobre essa questão.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 13 Atente-se para possíveis


discursos que possam soar
ST ER

preconceituosos, agressivos
e/ou que seja ofensivos
a alguém.
Atividade 1: Resposta pessoal. É possível que muitos alunos apontem como ponto
SI AT

principal de atenção a musa do quadro, Galateia, que é a figura central e tem espaço
de destaque na composição – como era o intuito do artista. Galateia está navegando
em uma grande concha puxada por golfinhos. A concha pode remeter à obra O
nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli, que, assim como Rafael, elaborou-a para
M

ilustrar um antigo poema de Angelo Poliziano sobre a ninfa das águas.

Atividade 2: Rafael teria usado seu próprio ideal de beleza: uma beleza regular e que
não tentava ser completamente fiel à natureza, e sim mais voltada aos padrões gregos
e às estátuas clássicas.

Atividade 3: Para Gombrich, havia o ideal de beleza que tentava ao máximo se


aproximar do real da natureza e o belo que se afastava dessa ideia de perfeição, da

Tempo e perspectiva | Unidade A 7

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Registro

O belo na Antiguidade
Foram os gregos que definiram e estudaram a fundo a percepção daquilo que é
belo. Filósofos como Platão e Aristóteles debruçaram-se em diálogos sobre o que fi-

art
cou conhecido como estética. Embora hoje a palavra “estética” costume ser relaciona-
da exclusivamente à ideia de beleza física ou de tratamentos de beleza, na realidade
o conceito refere-se a um vasto campo de estudo filosófico e científico, relacionado a
Sublime: aquilo que é tudo aquilo que agrega percepções sensoriais aos seres humanos – o que é sublime

O
perfeito; belo. ou feio e de que forma essas percepções nos atingem.

BO O
Moral: campo do Para os gregos, os estudos estéticos estavam diretamente relacionados com o estudo
estudo filosófico que

SC
analisa as regras da da moral, associando o que é belo ao que é bom, harmônico, verdadeiro e simétrico. Nes-
vida em sociedade e se sentido, o corpo masculino era a representação concreta do belo. Para essa sociedade,

M IV
o modo de agir das os homens exibiam a união clara entre harmonia, forma e simetria, compondo a verda-
pessoas.
deira beleza.

O S
Adam Eastland/Alamy Stock Photo

D LU
O C
N X
SI E
O
EN S
E U

POLICLETO, Doríforo. V a.C.


Escultura em mármore, 212 cm.
Museu Arqueológico Nacional
de Nápoles, Itália.
D E

A estátua de Doríforo, por exemplo, é considerada, ainda hoje, um cânone da beleza


grega, exibindo uma perfeita simetria. A obra inaugurou uma nova maneira de produzir
A LD

obras de arte, o contraposto, técnica que buscava distribuir melhor o peso de uma
peça por meio da flexão dos membros da figura (como a perna e o braço no caso da
Doríforo). Isso garante a ideia de movimento e deixa o personagem representado em
uma postura mais natural, diferente das antigas estátuas, que eram rígidas. A técnica
do contraposto foi muito explorada séculos mais tarde pelos artistas renascentistas
Rafael e Michelangelo.
EM IA

14 Arte | 8o ano 1
ST ER
SI AT
M

8 Arte | 8o ano 1

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Orientação didática

Amplie a abordagem
Se julgar interessante,
AMPLIAÇÕES

O que é um cânone?
amplie com a turma a

art
Cânone é um termo oriundo de uma palavra grega usada para nomear uma vara utilizada como instrumento
de medida. Como conceito, é um conjunto de regras ou de modelos que se tornam referência, um padrão a ser ideia de que a beleza
alcançado. Os cânones foram muito usados no campo das artes pelas academias, uma vez que eram a referência
ideal das medidas ou regras que deveriam ser seguidas pelos demais artistas. estaria diretamente ligada
à moral ainda nos dias

O
BO O
Porém, quando as mulheres eram representadas nas obras gregas, em geral como de hoje. Para isso, peça
deusas femininas, não se trabalhava a ideia de movimento. Pelo contrário, corpos
aos alunos que pensem

SC
femininos eram representados vestidos ou tinham suas curvas disfarçadas, com o in-

M IV
tuito de fazer com que se aproximassem cada vez mais da beleza do corpo masculino. em seus heróis favoritos
de livros, desenhos ou
vkstudio/Alamy Stock Photo

filmes. É possível que

O S
muitos deles mencionem
personagens que se

D LU
assemelhem de muitas
formas e que estejam
diretamente associados

O C
ao que tomamos como
belo nos dias de hoje.

N X
Ao pensar nos vilões de
SI E seus heróis, o oposto
deverá acontecer e figuras
grotescas podem surgir,
O
como se o feio estivesse
diretamente relacionado
EN S

ao mau, e o belo, àquilo


que é bom. Essa pode ser
E U

ANTIOQUIA, Alexandre de.


Vênus de Milo. c. 100 a.C.
uma atividade interessante
Escultura em mármore,
211 cm × 44 cm. Museu do para fazer em sala de aula,
D E

Louvre, Paris, França.


estimulando os alunos a
Helenístico: período
refletir de forma crítica
A LD

Com o passar do tempo e a ascensão de Roma, esta civilização bebeu da fonte da histórico entre a morte
de Alexandre, o Grande
arte grega e se apropriou de diversos elementos dessa cultura. Muitas obras de arte
(356 a.C-323 a.C.), e a
sobre como nosso olhar
romanas tinham como referência os grandes artistas do período helenístico. Vale res-
saltar a inovação empreendida por Roma na arquitetura, com seus edifícios religiosos
ascensão do Império
Romano, marcado pela
pode ser moldado por
e políticos de enorme magnitude: eram projetadas construções simétricas e grandio- difusão da cultura e da produções culturais
arte grega.
sas, considerando que o belo era o bom, e o bom era o civilizado (e o feio, o caos). e artísticas ao longo
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 15 do tempo.


ST ER
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Tempo e perspectiva | Unidade A 9

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Amplie a abordagem
O intuito dessa
abordagem inicial é

Travel Pictures/Alamy Stock Photo


introduzir o conceito de
belo e elaborar com a

art
turma uma linha do tempo
que o apresente de forma
clara e didática. Portanto,

O
não é objetivo do capítulo

BO O
estudar o desenvolvimento

SC
artístico das civilizações

M IV
mencionadas
nem estabelecer

O S
aprofundamentos em
alguma de suas fases;

D LU
o que se pretende é Interior do Panteão, em Roma, Itália, construído por volta do século I. Ainda hoje o edifício atrai diariamente centenas de
traçar um panorama de turistas para admirar características como a simetria de suas pilastras, arcos e sua grandiosa cúpula.

como essas civilizações Quando a beleza se volta para Deus

O C
elaboraram o conceito de
A partir do século V, com o declínio do Império Romano e a conjunção de fatores
belo e lidaram com ele que caracterizariam o período posteriormente chamado de Idade Média, a beleza foge

N X
ao longo do tempo. Caso das mãos dos seres humanos e volta-se para Deus. Nesse período, a religião católica
se consolida na Europa e a Igreja determina que a inspiração de toda beleza é o Cria-
julgue necessário explorar
SI E dor, cabendo aos seres humanos segui-lo para alcançar uma vida boa e justa. Assim,
algum tema ou disponha homens e mulheres tornavam-se belos quan-
Andrii Lutsyk/Shutterstock

de tempo para atividades do eram bons, e, para serem bons, tinham de


O
seguir aquilo que era ditado pela Igreja.
extras, divida a turma em Essa linha de raciocínio dialoga com
grupos e proponha uma os princípios do que ficou conhecido como
EN S

teocentrismo (do latim, Deus no centro do


pesquisa que retome mundo). Com base nessa visão, a Igreja
diferentes expressões
E U

Católica ganhou grande prestígio e poder,


artísticas das sociedades Fachada da Catedral de
Notre-Dame, em Paris, França.
regendo as relações políticas e sociais em
Construída em 1163, o edifício nome de Deus.
gregas e romanas, de modo da igreja contempla alguns
Foi nesse período que as igrejas passa-
D E

dos principais aspectos do


que revejam conteúdos estilo gótico, corrente artística
e arquitetônica que perdurou
ram a ganhar grande destaque, construídas
com maestria para simbolizar o poder e a
estudados em anos durante a Baixa Idade Média
A LD

(século XII a XIV), com colunas


grandiosidade de Deus, encantar e trazer
anteriores e ampliem a altas, janelas amplas e
decoradas com vitrais, entrada mais fiéis. O intuito dos edifícios era fazer
da luz natural do sol e arcos
compreensão do capítulo elaborados. A edificação com que os visitantes contemplassem a ma-
sofreu um incêndio em 2019, terialização do sagrado pela beleza da cons-
– o estudo de aspectos da mas já há esforços para
recuperação empreendidos trução, sempre repleta de símbolos, elevan-
Antiguidade Clássica foi pelo governo francês.
do seus espíritos por meio do belo.
EM IA

realizado nesta coleção no 16 Arte | 8o ano 1


material do 4º bimestre
do 6º ano. A pesquisa
ST ER

pode ser elaborada de


forma impressa, para
avaliação em papel, bem
SI AT

como pode ser requisitada


a apresentação dos
resultados aos colegas.
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10 Arte | 8o ano 1

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Registro

Vlad G/Shutterstock

art

O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
Nos arcos das portas e nas grandes torres e pilastras da Catedral de Notre-Dame, os visitantes encontram
diferentes figuras sagradas esculpidas em pedra.

O C
No campo das artes, durante a Idade Média os artistas passaram a buscar nas
histórias bíblicas a inspiração para seus trabalhos, registrando em afrescos e escul-
turas personagens sagrados. Esse era um contexto em que poucas pessoas apren-

N X
diam a ler e a escrever, saberes

Album/akg-images/André Held/Album/Fotoarena
geralmente reservados aos que se-
SI E guiam carreira religiosa e aos mais
ricos. Dessa forma, representações
em imagens podiam levar os ensi-
namentos de Cristo aos analfabetos.
O
Não havia preocupação em regis-
trar com fidelidade a realidade nas
obras; apesar disso, a expressão dos
EN S

personagens passou a ser algo de


grande importância para o letramen-
E U

to da fé aos devotos – por meio das


gravuras, quadros e iluminuras, os
indivíduos precisavam compreender
a cena bíblica. Assim, a emoção pas-
D E

sou a guiar o artista e determinava a


beleza de uma cena.
A LD

Autor desconhecido.
O sepultamento de Cristo.
c. 1250-1300. Manuscrito
de Bonmont. Biblioteca
Municipal Besançon,
Borgonha, França.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 17


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Tempo e perspectiva | Unidade A 11

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Orientação didática
Com base no estudo sobre
a importância da Igreja

World History Archive/Alamy Stock Photo


Católica e da burguesia
para a atividade artística,

art
respectivamente na Idade
Média e no Renascimento,
a atividade visa incentivar

O
a reflexão sobre a relação

BO O
entre arte e poder. Caso

SC
Detalhe de A lamentação
de Cristo.
necessário, apresente

M IV
informações sobre o
mercado de arte atual,

O S
sobre as diferentes fontes
de recursos dos artistas

D LU
contemporâneos (venda a
particulares, financiamento
público, instituições

O C
privadas etc.) para
enriquecer a discussão.

N X
BONDONE, Giotto di. A lamentação de Cristo. 1305. Afresco. Capella dell’Arena, Pádua, Itália.

Amplie oSI E A chegada do Renascimento


O Renascimento teve origem na Itália, no século XIV, e espalhou-se para o resto da
conhecimento Europa. Seu apogeu ocorreu no século XVI, mas o movimento vigorou até o século XVII.
Ele marca a transição da Idade Média para a Idade Moderna.
• Consulte o artigo “Breve
O
Da Renascença em diante, o pensamento teocêntrico passou a ser abandonado e
Antropocentrismo:
história do mecenato” corrente de abriu espaço para uma visão antropocêntrica, resultando no surgimento do Humanis-
pensamento que
EN S

mo, movimento intelectual que colocou o ser humano como o centro da reflexão de
Disponível em: <https:// compreende o artistas e intelectuais, recuperando os valores da cultura clássica.
cultura.estadao.com.br/ ser humano como
centro das reflexões, As transformações econômicas ocorridas nesse período contribuíram para a ur-
E U

blogs/estado-da-arte/ pesquisas e estudos. banização de algumas regiões, a reabertura das rotas comerciais e também o enri-
quecimento e o fortalecimento da burguesia, que passou a patrocinar os artistas da
breve-historia-do- época. Foi nesse momento histórico que surgiu a figura do mecenas, comerciantes,
mecenato/>. Acesso em:
D E

banqueiros e nobres que investiam sua riqueza e poder no patrocínio das artes a fim
de obter prestígio social.
ago. 2019.
A LD

• Reúna-se com um(a) colega e, considerando a relação do trabalho artístico com o


poder da Igreja Católica na Idade Média e com o poder da burguesia no Renasci-
mento, reflitam sobre a relação entre arte e poder (econômico, político, religioso).
Atualmente, na opinião de cada um de vocês, quais são as principais fontes de fi-
nanciamento da atividade artística? Isso pode ter um impacto sobre o tipo de obras
produzidas pelos artistas?
EM IA

18 Arte | 8o ano 1
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12 Arte | 8o ano 1

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Registro

Enquanto na Idade Média os artistas costumavam ficar no anonimato, uma vez que
eram apenas um instrumento de disseminação da palavra de Deus, no Renascimento
passaram a ser conhecidos como gênios cuja produção expressava ideias e crenças,

art
desenvolvendo estilo próprio e identidade única. Esse foi um período de inúmeras
inovações no campo das artes: a perspectiva e o uso do claro-escuro, empregados
anteriormente pelos pintores góticos, foram aprimorados e deram volume e realismo
às figuras retratadas.

O
Os artistas Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio e Michelangelo compuseram a tríade

BO O
do Renascimento. Foram artistas de grande importância nesse período, famosos por
suas obras e pela maneira como alteraram os rumos da história da arte. A seguir, va-

SC
mos conhecer um pouco de cada um deles.

M IV
Da Vinci: o gênio
O italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) atuou como pintor, escultor, engenheiro,

O S
cientista, escritor e inventor. Uma das figuras mais importantes do Renascimento, Da
Vinci contribuiu de forma ativa na produção intelectual e artística da época, embo-
ra sua consagração tenha se dado pela pintura. Costuma ser considerado o grande

D LU
modelo do Homem da Renascença, por encarnar, em suas diferentes atividades, o
espírito do período.
Em suas obras, Leonardo da Vinci fez uso da perspectiva, estudou cores que va-
lorizassem o efeito da realidade, esboçou figuras humanas perfeitas, explorou temas

O C
religiosos, fez grande uso da matemática em cálculos artísticos, paisagens de fundo,
detalhismo artístico etc. Entre suas inúmeras obras, ganhou grande reconhecimento
pelas telas Mona Lisa (1503) e A última ceia (1495-1498).

N X
Aros Muheddin/Dreamstime.com

Georgios Kollidas/Dreamstime.com
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Leonardo da Vinci representado


A LD

em gravura do século XIX.

DA VINCI, Leonardo. Mona Lisa.


1503. Óleo sobre tela, 77 cm × 53 cm.
Museu do Louvre, Paris, França.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 19


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Tempo e perspectiva | Unidade A 13

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Orientação didática

Amplie a abordagem

Refeitório do mosteiro de Santa Maria delle Grazie, Milão.Itália.


Caso julgue interessante,

art
proponha à turma uma
pesquisa sobre o vínculo
do Homem vitruviano, de

O
Da Vinci, com trabalhos do

BO O
arquiteto romano Marcos

SC
Vitrúvio.

M IV
O S
DA VINCI, Leonardo. A última ceia. 1495-1498. Têmpera e óleo sobre emboço, 460 cm × 880 cm.
Refeitório do mosteiro de Santa Maria delle Grazie, Milão, Itália.

D LU
Da Vinci é considerado o pai do sfumato, técnica que consiste em criar gradações
perfeitas de cores e tonalidades na pintura, gerando efeitos de luz e sombra. Debruçou-
-se com grande interesse nos estudos da simetria, envolvendo cálculos matemáticos

O C
e estudos geométricos em suas produções como forma de retomar o belo clássico,
explorado pelos gregos e romanos. Ainda hoje, mais de 500 anos após sua morte, é
considerado por muitos estudiosos um dos grandes gênios da humanidade.

N X
Vaara/iStockphoto.com

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DA VINCI, Leonardo. Homem


A LD

vitruviano. 1490. Lápis e tinta sobre


papel, 35 cm × 26 cm. Academia
de Belas Artes de Veneza, Itália. A
obra retoma os estudos do romano
Marcos Vitrúvio e é outro exemplo
de um cânone, ilustrando com
perfeição as proporções humanas
e servindo como referência para
muitos outros artistas.
EM IA

20 Arte | 8o ano 1
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14 Arte | 8o ano 1

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Registro

Rafael e a sutileza das formas


Rafael Sanzio (1483-1520) foi um importante artista do Renascimento nascido em
Urbino, na Itália. Destacou-se nas áreas da pintura, desenho e arquitetura. Suas obras

art
foram pautadas no humanismo renascentista, absorvendo aspectos de perfeição das
formas, delicadeza e suavidade. Inovou as técnicas da pintura ao utilizar contraste
entre luz e sombra.

O
e55evu/iStockphoto.com

Uffizi Gallery, Florence

BO O
SC
M IV
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D LU
Interior da Capela
Chigi, na Basílica
de Santa Maria
del Popolo, Roma,
Itália. A capela
foi construída e
decorada por Rafael.

O C
SANZIO, Rafael.
Começou sua carreira artística muito cedo, recebendo grande apoio de seu pai. Autorretrato. 1504-
-1506. Óleo sobre tela,
Admirado pela corte, passou a viver em Roma, onde decorou as paredes de vários 47 cm × 33 cm. Galleria

N X
Ufizzi, Florença, Itália.
aposentos no Vaticano, preenchendo grandes espaços com excelente domínio da téc-
nica de afrescos. Não tardou a se tornar mestre, prestigiado por seu brilhantismo e
SI E genialidade. Morreu jovem e no auge de sua carreira.
Palácio Apostólico, Vaticano, Itália.

O
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SANZIO, Rafael. Escola de Atenas.


1509-1511. Afresco, 500 cm × 770 cm.
A LD

Roma, Itália. A Escola de Atenas


retoma diálogos com os estudos
clássicos da filosofia grega, tendo
como mote o princípio do humanismo
renascentista, em que o ser humano
volta a valorizar seus avanços e
produções. Na pintura, Rafael ilustrou
importantes pensadores como Platão,
Sócrates, Aristóteles e Euclides.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 21


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Tempo e perspectiva | Unidade A 15

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Registro

Michelangelo, seus afrescos e esculturas


Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni (1475-1564), geralmente conhecido

Stefano Ravera/Alamy Stock Photo


apenas por Michelangelo, foi um pintor, poeta, escultor e arquiteto italiano. Desen-

art
volveu seus trabalhos em Florença e Roma, prestando serviços à família Médici e aos
papas romanos. Amplamente reconhecido em seu período pela excelência de suas
obras, foi um dos primeiros artistas a ter sua biografia publicada ainda em vida. Isso
se explica pela grandiosidade de algumas de suas produções, em que empregou com

O
maestria técnicas como o afresco, utilizada na decoração do teto da Capela Sistina

BO O
(1508-1512), no Vaticano, Itália.

SC
M IV
AMPLIAÇÕES
Michelangelo
Afresco
O afresco é uma técnica de pintura usada desde a Antiguidade, aprimorada e utilizada posteriormente na

O S
Renascença por vários pintores. Consiste em compor a pintura em argamassa ou gesso ainda fresco, fazendo o
desenho de maneira rápida enquanto a massa seca. As cores usadas são obtidas de pigmentos em pó diluídos
em água e aplicados em superfícies como paredes, murais, tetos de igrejas e espaços públicos com grandes

D LU
extensões. Quando executada em suportes grandiosos, é comum a referência à técnica como pintura mural. Sua
utilização é propícia ao clima seco, por essa razão foi muito empregada na Itália no final da Idade Média (o clima
na Itália é mais seco em relação ao restante da Europa).
Cosmin Constantin Sava/Dreamstime.com

O C
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A LD

MICHELANGELO. Capela Sistina. 1508-1512. Afresco, 40 m × 14 m. Vaticano, Itália.


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16 Arte | 8o ano 1

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Registro

Cosmin Constantin Sava/Dreamstime.com

art

O
BO O
SC
M IV
MICHELANGELO.
A criação de
Adão, detalhe da
Capela Sistina.
1508-1512. Afresco,

O S
280 cm × 540 cm.
Vaticano, Itália.

D LU
No momento em que foi convidado para realizar essa obra, Michelangelo recusou,
argumentando que era escultor, e não pintor, mas, posteriormente, voltou atrás na
recusa. Iniciou o trabalho na capela em 1508 e finalizou em 1512. Os afrescos represen-
tam as principais cenas do Gênesis, primeiro livro da Bíblia.
Essa obra é tão esplêndida e monumental que é difícil acreditar ter sido realizada

O C
por somente um artista. Ele retornou à capela duas décadas mais tarde para pintar O
juízo final (1535-1541) na parede do altar.

N X
Capela Sistina, Vaticano, Itália.

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A LD

MICHELANGELO. O juízo
final. 1535-1541. Afresco,
13,7 m × 12,2 m. Capela
Sistina, Vaticano, Itália.
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Tempo e perspectiva | Unidade A 23


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Tempo e perspectiva | Unidade A 17

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Registro

Michelangelo também foi um exímio escultor. Enquanto muitos artistas usavam


vários blocos de pedra para executar suas obras, Michelangelo esculpia utilizando
um único bloco, e com tamanha perfeição que o realismo de suas obras ainda hoje

art
assombra o espectador, pois parecem estar vivas.

adam eastland/Alamy Stock Photo


Photofires/Dreamstime.com

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MICHELANGELO. Pietà. 1498-1499. Escultura em mármore, 174 cm × 195 cm.
Basílica de São Pedro, Vaticano, Itália.
MICHELANGELO. Baco. 1496-1497. Escultura
em mármore, 203 cm. Museu Nacional de
Bargello, Florença, Itália.

UM PASSO À FRENTE
EN S

A arte na era digital


Como você já estudou, os museus e as galerias de arte são espaços convencionais usados para expor obras
de arte. No entanto, são constantes as discussões políticas e sociais acerca da acessibilidade desses espaços, já
E U

que muitas vezes dificultam o acesso do povo à cultura e aos saberes artísticos. Vivemos na era digital e o uso da
tecnologia nos convida a uma nova forma de exposição e apreciação da arte: o tour on-line, uma maneira demo-
crática de aproximar a arte daqueles que não conseguem viajar ou percorrer longas distâncias – seja por questões
econômicas, seja por questões sociais –, mas que, ainda assim, devem ter acesso à fruição artística. Ao longo dos
D E

anos, muitos museus internacionais têm investido em tecnologias para que visitantes de todo o mundo consigam
entrar em suas galerias e exposições por meio da internet.
Ter como práticas comuns, cotidianas, o acesso à arte e a interação com ela é importante para a reflexão sobre
os padrões de beleza construídos social e individualmente, tema deste capítulo. Ao frequentar – presencial ou
A LD

virtualmente – espaços de arte, tomamos contato com o “belo” do nosso e de outros tempos, o que auxilia na
construção do repertório cultural de cada um.
Caso você tenha curiosidade em observar de perto – ainda que de sua casa – os afrescos da Capela Sistina, de
Michelangelo, acesse o site oficial da instituição, que permite um tour 360o, em que o usuário pode se movimentar
livremente pelos salões da igreja fazendo uso de um computador. Disponível em: <www.museivaticani.va/content/
museivaticani/it/collezioni/musei/cappella-sistina/tour-virtuale.html>. Acesso em: ago. 2019.
EM IA

24 Arte | 8o ano 1
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18 Arte | 8o ano 1

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• Água-forte: a matriz é
de metal coberta com
verniz, que é retirado com
AMPLIAÇÕES ponta-seca nos lugares
Albrecht Dürer: a gravura no Renascimento
desenhados. É colocado
A gravura é uma técnica artística que possibilita a impressão de várias cópias de uma imagem utilizando
ácido nítrico sobre a área

art
uma matriz. Foi empregada pelos antigos egípcios e redescoberta na Europa em meados do século XV. Para
imprimir uma gravura, é necessário um suporte (matriz), que pode
desenhada. O tempo,

Jozef Sedmak/Dreamstime.com
ser de madeira, metal, pedra, tecido, entre outros materiais. Para
o desenho realizado na superfície da matriz, são utilizados mate- a quantidade de ácido
riais cortantes; o desenho é realizado inversamente à imagem da

O
impressão finalizada. e o grau de desgaste

BO O
O processo de gravura ocorre depois que a matriz recebe uma
camada de tinta e entra, com o papel, em uma prensa. A mesma da chapa metálica são

SC
matriz pode gerar mais de uma obra. Cada série de gravura tem um
número de cópias determinadas pelo artista, que controla a execu-
controlados pelo artista.

M IV
ção do trabalho, o qual será assinado depois de pronto. Enquanto as
imagens representadas pela pintura eram únicas e caras, o processo • Litografia: trata-se de um
da gravura tornou-se mais acessível e, com isso, economicamente
mais viável à aquisição das obras, com custo mais baixo. método de impressão

O S
A gravura na Renascença teve como destaque Albrecht Dürer em que a imagem é
(1471-1528), gravador, pintor, ilustrador, matemático, físico, botânico,
zoólogo, desenhista e teórico de arte alemão. Nasceu na cidade de desenhada sobre uma

D LU
Nuremberg e, filho de ourives, iniciou seus trabalhos na ourivesaria
da família. Foi precursor da arte da representação gráfica em três base, em geral pedra
dimensões, ou seja, fez uso da perspectiva em seus trabalhos. É con-
siderado a figura principal do Renascimento alemão. Suas xilogra- DÜRER, Albrecht. Ressurreição. 1510-1511. calcária, conhecida como
vuras foram revolucionárias, cheias de detalhes sutis e minuciosos,
pedra litográfica. Após
Xilogravura, 39 cm × 27 cm. Rijksmuseum,
Amsterdã, Holanda. (Série Grande Paixão)
caracterizadas pelo estilo gótico.

O C
o desenho feito, com
PERSPECTIVA E PROPORÇÃO ÁUREA NA ARTE materiais gordurosos,

N X
a pedra é tratada com
A perspectiva foi uma das inovações desenvolvidas pelos artistas do Renascimen-
SI E to no século XV. Conhecida desde a Antiguidade, foi deixada de lado na Idade Média e soluções químicas e
resgatada pelo arquiteto italiano Filippo Brunelleschi (1377-1446). água, que fixam as áreas
Trata-se de uma técnica que permite produzir imagens tridimensionais (ou seja,
que possuem altura, profundidade e largura) sobre uma superfície bidimensional, pla-
oleosas do desenho
sobre a superfície. A
O
na, sem profundidade, por exemplo, uma folha de papel. Foi muito utilizada por Leo-
nardo da Vinci, Michelangelo, Rafael e outros artistas do Renascimento, que buscavam impressão da imagem é
uma maneira de produzir seus trabalhos com perfeição e realismo.
obtida por meio de uma
EN S

Para aperfeiçoar essa técnica, fizeram uso da matemática e, por meio da aplicação
da geometria, desenvolveram a perspectiva linear. Como muitos artistas eram enge- prensa litográfica que
E U

nheiros e arquitetos, não tiveram dificuldade com cálculos etc. e passaram a realizar
suas obras baseando-se em dois conceitos fundamentais: linha do horizonte e ponto
desliza sobre o papel.
de fuga, que podem ser vistos com clareza na obra A última ceia, de Da Vinci. • Serigrafia: a matriz é uma
tela, em que o desenho é
D E

Refeitório do mosteiro de Sta. Maria delle


Grazie, Milão, Itália.

criado e transferido para


A LD

Linha do horizonte a superfície escolhida


para impressão, que pode
Ponto de fuga
ser de tecido ou outros
materiais. Conhecido
EM IA

também como silk screen,


Tempo e perspectiva | Unidade A 25
é um processo simples
de ser aplicado e, por
ST ER

isso, muito utilizado nos


dias atuais para imprimir
Orientação didática desenhos em camisetas,
SI AT

A técnica da gravura é retomada no Renascimento e apresenta o artista Dürer, que a roupas em geral e
inovou ao criar obras com o uso da perspectiva, algo que o consagrou como o maior acessórios.
representante do Renascimento alemão. Aproveite a oportunidade para comentar que
o Renascimento, apesar de ter como epicentro a península Itálica, teve manifestações
M

em diferentes pontos da Europa.

Amplie a abordagem
Caso considere pertinente, comente algumas técnicas de produção de gravuras:
• Xilogravura: as imagens são entalhadas em placas de madeiras, feitas com buril, uma
ponta fina de ferro geralmente em forma de prisma.
• Ponta-seca: as imagens são gravadas com agulha de ferro ou outro metal em placa
de cobre ou ferro.

Tempo e perspectiva | Unidade A 19

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Atividade
complementar
Caso julgue interessante, Veja que o uso dos dois conceitos amplia o cenário e abre novos planos na obra.
proponha à turma uma Ainda hoje, esses recursos são muito utilizados por artistas, designers e desenvolve-
dores de jogos de computador ou videogame.
pesquisa em grupo

art
sobre outros grandes
artistas do Renascimento. AMPLIAÇÕES

Alguns nomes podem ser Elementos básicos utilizados na representação da perspectiva linear

O
sugeridos, como: Donatello, Na perspectiva linear, o artista representa um objeto tridimensional projetando-o sobre um plano tendo como

BO O
referência um ponto de fuga. Este se encontra no eixo de uma linha de horizonte imaginária. As linhas de projeção
Sandro Botticelli, Filippo da pintura devem convergir para esse ponto, estruturando a obra e dando a impressão de profundidade, ou seja,

SC
de que algumas coisas estão mais perto e outras mais distantes do observador, em diferentes planos.
Brunelleschi, Jan van

M IV
Eyck, Pieter Brueghel,
Masaccio, Giotto, Piero te

O S
n
rge
della Francesca. Reserve hac
on
ve

Lin
uma data para a finalização

D LU
da pesquisa e oriente os
grupos a apresentar aos
colegas as informações

O C
que coletaram, de modo
que toda a turma possa

N X
Linha do horizonte (LH): é a linha imaginária do encontro entre o céu e a terra.
saber mais sobre os outros Ponto de fuga (PF): é para onde todas as linhas se direcionam.
artistas pesquisados.
SI E Linhas convergentes: são as linhas que se direcionam para um mesmo ponto.

Orientação didática
O
Para auxiliar a percepção
dos alunos sobre a noção
EN S

de perspectiva, considere
E U

a possibilidade de
apresentar obras pictóricas
dos períodos bizantino,
D E

medieval e gótico (que não


exploram a profundidade),
A LD

ao lado de produções dos Primeiro plano: é o que mais se aproxima do observador, também conhecido como plano próximo.
artistas do Renascimento Segundo plano: é o que mais se distancia do observador, também conhecido como plano afastado.
que adotam tal técnica. Plano médio ou intermediário: é o que fica entre o primeiro e segundo planos.
EM IA

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20 Arte | 8o ano 1

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Orientação didática
Considere a possibilidade
A proporção áurea é um conceito matemático ligado à Geometria, usado há mui- de trabalhar o estudo
to tempo por artistas e arquitetos. Segundo o filósofo e matemático grego Pitágoras da proporção áurea
(c. 570 a.C.-c. 495 a.C.), os números são a base da vida na Terra e representam a
em conjunto com o(a)

art
harmonia e a ordem. Para esse matemático, o número quatro ganhava destaque, já
que há quatro estações do ano, quatro luas, quatro pontos cardeais e muitos outros professor(a) de Matemática.
exemplos envolvendo esse número. Na Geometria, o quatro é representado pelo
quadrado, que possui quatro lados. Ao longo de seus estudos, Pitágoras concluiu
Amplie a abordagem

O
que a natureza é formada por linhas curvas e sinuosas, nada é simétrico como o

BO O
quadrado. Durante anos Pitágoras procurou encontrar curvas dentro do quadrado,
até que finalmente descobriu que uma espiral podia ser criada dessa forma geo- Sugira a consulta ao texto

SC
métrica, de modo a ressaltar o caráter perfeito, harmônico, de todas as coisas, de sobre proporção áurea

M IV
acordo com sua perspectiva.
Hoje essas descobertas são conhecidas como retângulo áureo e espiral áurea. A
disponível em:
proporção áurea é considerada uma espiral perfeita e pode ser encontrada na natu- <www.hypeness.com.
br/2014/02/a-proporcao-

O S
reza. Sua visualização é tão harmônica e agradável que encantou muitos artistas da
Renascença, os quais passaram a aplicar esses princípios em suas obras com o intuito
aurea-esta-em-tudo-na-

D LU
natureza-na-vida-e-em-
korhankaracan/iStockphoto.com

Gargolas/iStockphoto.com
voce/>. Acesso em: ago.
2019. Nesse link, os alunos
também terão acesso a

O C
vídeos sobre o assunto.

N X
SI E Escada helicoidal dupla, obra do engenheiro e arquiteto Giuseppe Momo
Representação da espiral áurea ou Fibonacci. (1875-1940), no Museu do Vaticano, Roma, Itália.
O
de alcançar a perfeição e a beleza ideais.
EN S
Ghing/iStockphoto.com

Radu Bighian/iStockphoto.com
E U
D E
A LD

Na natureza, é possível identificar as proporções da espiral áurea, por exemplo, em conchas e caracóis.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 27


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Tempo e perspectiva | Unidade A 21

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Orientação didática
O objetivo desta atividade
é que o aluno aprenda a Nossa arte
elaborar um desenho do
corpo humano utilizando

art
Formas de espiral áurea encontradas na natureza:
o estudo das proporções Vimos que, por ser um artista de múltiplos talentos, Leonardo da Vinci é consi-
humanas realizado por derado um grande gênio ainda hoje. O primeiro estudo das proporções humanas foi
realizado por ele em 1500 e foi bastante importante para o trabalho de muitos artistas.
Leonardo da Vinci, a fim de

O
Para desenharmos uma figura humana sem deixá-la desproporcional, basta seguir
apropriar-se dessa técnica.

BO O
algumas medidas-padrão: o tamanho do corpo depende do tamanho da cabeça – em
É interessante que ele um corpo adulto, a medida varia entre 7,5 e 8 cabeças, como pode ser observado nas

SC
figuras a seguir. Mas lembre-se: essa medida só vale para a composição de figuras de
realize esboços em folhas

M IV
pessoas adultas.
avulsas como treino antes
de compor o desenho que

O S
será apresentado para os
colegas. Após a realização

D LU
dos trabalhos, solicite aos
alunos que façam uma
breve apresentação de seus

O C
desenhos, comentando o
que acharam mais difícil e

N X
mais fácil ao realizar suas
obras. Explique à turma
SI E
que o objetivo da atividade
não é criar uma imagem
O
Agora é o momento de você exercitar o que acabou de aprender sobre o estudo
perfeita, mas realizar das proporções humanas. Elabore seu próprio desenho com base nos modelos que
desenhos que sigam acabou de observar.
EN S

os preceitos do estudo Etapa 1: Escolha


realizado por Da Vinci. Procure em revistas uma figura humana que sirva como modelo a ser desenhado, po-
E U

Esboço: é o traçado
inicial de um desenho, dendo ser masculina ou feminina. Após a escolha, faça um esboço inicial de seu trabalho.
espécie de rascunho.
Etapa 2: Execução
Depois de concluído o esboço, é o momento de realizar os detalhes e a finalização.
D E

Em seguida, pinte seu trabalho com lápis de cor.


Etapa 3: Apresentação
A LD

Após a conclusão dos desenhos, apresente seu trabalho para a turma em um pai-
nel coletivo a ser exposto em sala de aula.
EM IA

28 Arte | 8o ano 1
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22 Arte | 8o ano 1

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Atividade 4: Leonardo
da Vinci personifica o
artista do Renascimento
Mural do conhecimento porque foi um indivíduo
de talentos múltiplos,
característica mais

art
1. Qual foi a principal inovação introduzida por Leonardo da Vinci na pintura?
marcante dos mestres
desse período. Pintor,

O
escultor, engenheiro,

BO O
2. Quais técnicas ligadas à proporção foram usadas pelos artistas do Renascimento cientista, escritor e
para suas obras atingirem o ideal de perfeição que desejavam?

SC
inventor, apesar de ser

M IV
consagrado na pintura,
Leonardo contribuiu para
a produção intelectual e

O S
3. Que obra consagrou Michelangelo na pintura?
artística de modo geral de

D LU
sua época e posteriores.

4. Por que Leonardo da Vinci é conhecido como o Homem da Renascença? Atividade 5: Leonardo da
Vinci, Michelangelo e Rafael

O C
Sanzio formaram a tríade
do Renascimento.

N X
SI E 5. Quais artistas formaram a tríade do Renascimento?
Atividade 6: Nesse
período de intensa
produção artística, os
O
6. Além da pintura, que outras modalidades das artes visuais foram desenvolvidas pe- artistas realizaram pinturas
em telas assim como em
EN S

los artistas desse período?


paredes e tetos utilizando a
E U

técnica do afresco. Também


foi ampla a criação nos
7. Quais são os elementos básicos utilizados na representação da perspectiva linear?
campos da escultura, da
D E

arquitetura e da gravura.
A LD

8. Dê um exemplo de proporção áurea presente na natureza. Atividade 7: Os elementos


básicos utilizados para
representar a perspectiva
linear são: os planos,
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 29 a linha do horizonte, o


ponto de fuga e as linhas
ST ER

convergentes.

Orientação didática Atividade 8: Conchas


e caracóis são alguns
SI AT

As questões da seção Mural do conhecimento estão relacionadas ao conteúdo


estudado no capítulo. Caso os alunos encontrem dificuldade em apresentar respostas, exemplos de proporção
oriente-os a realizar um novo estudo. Faça a correção das atividades de forma oral para áurea encontrados na
que toda a turma tenha oportunidade de responder e debater sobre o conteúdo. natureza.
M

Atividade 1: Leonardo da Vinci é considerado o pai do sfumato, técnica que consiste em


criar graduações perfeitas de cores e suas tonalidades na pintura, criando luz e sombra.

Atividade 2: Os artistas do Renascimento fizeram uso da perspectiva e da proporção


áurea para atingir o ideal de perfeição e beleza que buscavam em suas obras.

Atividade 3: Os afrescos do teto da Capela Sistina consagraram Michelangelo.

Tempo e perspectiva | Unidade A 23

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Orientação didática
Este exercício conduz o
aluno à leitura visual de Aprofundando o olhar
fotografia que apresenta
a perspectiva linear

art
Observe a imagem e, em seguida, responda às questões a respeito dela.
estudada no capítulo e
permite a aplicação de

primeimages/iStockphoto.com
pontos estudados em uma

O
nova situação.

BO O
SC
Atividade 1: Na imagem,

M IV
pode-se observar o mar, o
céu, barcos e montanhas.

O S
Atividade 2: Sim. A imagem

D LU
é formada por dois planos.
O primeiro é representado
pelos barcos e o segundo
1. Descreva a imagem.
é representado pelas

O C
montanhas e pelo céu.

N X
Atividade 3: A linha do
SI E
horizonte está localizada
no centro da imagem,
2. Ela é formada por planos? Se a resposta for afirmativa, quais?

onde o mar encontra as


O
montanhas. 3. Onde a linha do horizonte está localizada?
EN S

Atividade 4: Sim. Ele está


E U

4. Existe um ponto de fuga?


localizado logo abaixo do sol.

Atividade 5: Sim. As 5. É possível observar as linhas convergentes?


D E

linhas convergentes são


representadas pelos
A LD

6. Explique por que algumas figuras que compõem a imagem parecem maiores do
barcos apresentados no que outras, quando, na realidade, elas não são.
primeiro plano.

Atividade 6: Quanto mais


EM IA

a figura se distancia do 30 Arte | 8o ano 1

olhar do observador, ela


ST ER

parece menor.

Atividade
complementar
SI AT

Proponha, como tarefa


extraclasse, que os alunos
M

observem, em figuras
publicadas em jornais
e revistas, a presença
da perspectiva linear,
identificando o ponto de
fuga e traçando a linha
do horizonte e as linhas
convergentes nas imagens
escolhidas.

24 Arte | 8o ano 1

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da obra original, que
pode ter relação com o
modo contemporâneo de
Mãos à obra! enxergarmos essa questão.
Após essa etapa, verifique
a possibilidade de expor

art
A Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, é um dos quadros mais famosos do mundo Ícone: imagem.
e uma das obras constantemente usadas em releituras dentro do mundo das artes, os trabalhos da turma
tornando-se um ícone popular.
na escola para que todos

O
possam conhecer e apreciar
age fotostock/Alamy Stock Photo

BO O
as obras.

SC
M IV
Amplie a abordagem
Apresente para os

O S
alunos alguns sites em
que possam pesquisar e

D LU
conhecer inúmeras versões
da Mona Lisa, criadas por
diversos artistas. Sugestões:

O C
• As várias versões da
Mona Lisa. Disponível

N X
BOTERO, Fernando.
Monalisa. 1978. Óleo sobre
tela, 183 cm × 166 cm. Museu
em: <http://lounge.
SI E Botero, Bogotá, Colômbia.
obviousmag.org/por_tras_
Em 1978, o artista colombiano Fernando Botero (1932), por exemplo, criou uma do_espelho/2012/08/
releitura em que a figura feminina permanece na mesma postura, com olhar enigmá- as-varias-versoes-da-
O
tico e com vestimenta semelhante, mas apresenta um tipo físico diferente da figura
monalisa.html>. Acesso
representada na obra original.
Agora é a sua vez de recriar a Mona Lisa. Como você imagina que ela seria nos dias em: ago. 2019.
EN S

atuais? Você pode mudar a vestimenta, os traços físicos, o corte de cabelo e o cenário,
adicionar acessórios etc. Liberte sua imaginação!
• Artistas criam 30 tipos
• Faça sua obra em uma cartolina branca. de Mona Lisa em
E U

• Trace uma margem de 5 cm nos quatro lados da cartolina. Essa margem será a versões sensuais e punk.
moldura de seu quadro.
• No interior da moldura, desenhe sua Mona Lisa. Disponível em: <https://
D E

• Você pode decorar seu trabalho com o material que preferir: lápis ou giz co- guia.folha.uol.com.br/
loridos, colagem de papéis ou tecidos, fitas, barbantes e outros materiais que
exposicoes/1230570-
A LD

combinarem com sua obra.


• Finalize sua releitura pintando a moldura. artistas-criam-30-tipos-
Ao final, o(a) professor(a) organizará uma exposição das releituras produzidas pela de-monalisa-em-versoes-
turma. Para encerrar a atividade, converse com os colegas sobre as imagens produzi-
das e observem se elas refletem concepção(ões) de beleza distinta(s) da vigente no sensuais-e-punk-veja-
período em que foi concebida a obra original. fotos.shtml>. Acesso em:
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 31 ago. 2019.


ST ER

Orientação didática
SI AT

Apesar de, no capítulo 6 da Unidade B do 7º ano, atividade semelhante ter sido


proposta na seção Nossa arte, nesta oportunidade, ela visa a outro objetivo: despertar
reflexão sobre as mudanças do modo de concebermos a noção de belo. Solicite com
M

antecedência o material para realizar a atividade. Se preferir, substitua a cartolina


por papel Canson em formato A3. Lembre os alunos de que releitura não é a cópia de
uma obra, mas a criação de algo novo inspirado na obra em questão. Oriente-os na
utilização dos materiais, cuidando para que não empreguem materiais pesados que
possam não aderir ao suporte em que o trabalho vai ser realizado. Após a elaboração
dos trabalhos, organize uma exposição para a turma, de modo que cada aluno possa
falar sobre sua Mona Lisa e contar onde buscou inspiração para criar sua obra e
como ela pode refletir uma concepção de beleza distinta do padrão renascentista

Tempo e perspectiva | Unidade A 25

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Orientação didática

2
Explore a abertura
A imagem apresentada A desmedida
é Ceia em Emaús,
obra pintada em 1601
por Caravaggio. Nela
do Barroco

O
encontram-se três

BO O
elementos principais

SC
que caracterizam o

M IV
Barroco: a temática
bíblica, a expressividade
e a dramaticidade da

O S
representação dos

D LU
personagens, além das
sombras, usadas para
National Gallery, London, UK.

construir essa impressão.


As perguntas do boxe

O C
Vasculhando ideias

N X
referem-se a cada um
desses elementos. Converse
SI E
com os alunos trazendo
à tona suas percepções,
para que, mais adiante, ao
O
estudar o capítulo, possam
aprofundá-las.
EN S
E U

Respostas das atividades


VASCULHANDO IDEIAS
D E

Atividade 1: Espera-se que


1. Que situação está sendo representada na
os alunos reconheçam na pintura?
A LD

cena a referência a uma 2. Quais emoções cada personagem lhe


transmite?
história bíblica, relatada no
3. Observe os detalhes em destaque na cena.
Evangelho de São Lucas, Que recurso o artista usou para enfatizá-los?
introduzindo a percepção
EM IA

sobre a temática mais


forte da arte barroca. Mas
ST ER

se isso não fizer parte do


repertório deles, apenas
a leitura de que há uma
conversa ao redor de uma justificando os elementos que lhes provocaram cada impressão, como a tensão do
SI AT

mesa é suficiente para personagem da ponta esquerda, demonstrada na contração de seu corpo, assim como a
que possam investigar a possível indignação do personagem à direita, que está com braços abertos. Reforce que
motivação da conversa e não há uma resposta correta para essa leitura, pois cada um poderá ter uma percepção.
M

os personagens que fazem


parte dela. Atividade 3: Espera-se que os alunos notem que há luzes e sombras na composição,
sendo a luz o recurso para destacar detalhes e guiar nosso olhar pela pintura, como a
Atividade 2: Resposta toalha de mesa clara e iluminada, que nos faz olhar primeiro para o centro do quadro.
pessoal. Espera-se que
os alunos descrevam as
Objetivos do capítulo
emoções que reconhecem O presente capítulo vai apresentar a arte barroca e as manifestações artísticas
pelas expressões faciais e desenvolvidas nesse período pelo mundo e no Brasil. Serão apontados os principais
corporais dos personagens, representantes do Barroco na pintura, na escultura e na música, bem como as

26 Arte | 8o ano 1

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• (EF69AR06) Desenvolver
processos de criação
em artes visuais, com

A
História da Arte tradicional organiza e sistematiza de- base em temas ou
terminadas expressões artísticas de acordo com suas
interesses artísticos,
características, designando períodos, escolas e movi-
mentos artísticos. Um desses períodos é o Barroco, caracte- de modo individual,
rizado por obras que exploram a expressividade das emoções. coletivo e colaborativo,
A arte barroca, presente em esculturas, pinturas e também
fazendo uso de
na arquitetura, enfatiza as expressões e a dramaticidade das

O
situações, o que por vezes foi interpretado como representa- materiais, instrumentos e

BO O
ção excessiva ou desmedida dos afetos. Mas como essa ca- recursos convencionais,

SC
racterística foi construída pelos artistas em suas obras?
alternativos e digitais.

M IV
• (EF69AR19) Identificar
e analisar diferentes

O S
estilos musicais,
contextualizando-os

D LU
no tempo e no espaço,
de modo a aprimorar a
capacidade de apreciação

O C
da estética musical.
• (EF69AR18) Reconhecer

N X
e apreciar o papel de
SI E músicos e grupos de
música brasileiros
e estrangeiros que
O
contribuíram para
o desenvolvimento
EN S

de formas e gêneros
musicais.
E U

• (EF69AR34) Analisar e
valorizar o patrimônio
D E

cultural, material e
imaterial, de culturas
A LD

diversas, em especial
a brasileira, incluindo
(CARAVAGGIO) Michelangelo Merisi. Ceia em Emaús.
1601. Óleo e têmpera sobre tela, 141 cm × 196 cm.
suas matrizes indígenas,
Galeria Nacional de Londres, Inglaterra.
africanas e europeias,
EM IA

de diferentes épocas, e
favorecendo a construção
ST ER

de vocabulário e
repertório relativos às
diferentes linguagens
características de suas obras, contextualizando-as no tempo e no espaço. A artísticas.
SI AT

importância da preservação do Patrimônio Histórico também será abordada.

Habilidades Conceitos-chave
Arte barroca, luz e
M

• (EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais


sombra, Barroco brasileiro,
tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de
patrimônio histórico.
diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar
a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a
percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.
• (EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no
tempo e no espaço.

Tempo e perspectiva | Unidade A 27

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Orientação didática
A atividade propõe a
observação e a análise
PONTO DE PARTIDA
de duas esculturas que,
apesar de serem do mesmo

art
material (mármore) e Antes do surgimento do Barroco, havia outra estética vigente na arte: a do Renas-
cimento, abordado no capítulo anterior. O Renascimento foi um movimento que afetou
realistas, apresentam toda a cultura, a política e até mesmo a economia, colocando o próprio homem, e não
diferentes formas de

O
Deus, como ser mais importante da sociedade; mediante esse enfoque, a razão e a
representação, pois são ciência passaram a ser valorizadas. Com o surgimento do Barroco, isso mudou, pois o

BO O
foco foi direcionado para questões religiosas e se propôs uma estética mais exuberan-
de diferentes estéticas.

SC
te, que abusa de ornamentos, enaltece o movimento e a dramaticidade.
A percepção dessas

M IV
Ao analisarmos esculturas renascentistas e barrocas, ficam evidentes as diferen-
diferenças ajudará os ças nos modos de conceber as peças: a razão, enaltecida pelo pensamento renas-
centista, pode ser traduzida nas expressões neutras com que os personagens são
alunos a compreender como representados; já a escultura barroca busca expressar emoção, com personagens que

O S
os artistas exploram as parecem transbordar intensos sentimentos.

características do Barroco

D LU
Franco Origlia/Getty Images

irisphoto1/Shutterstock
em suas obras. Retome
conhecimentos sobre o
Renascimento estudados

O C
no capítulo anterior.

N X
Atividade 1: A escultura
David, de Michelangelo, é
SI E
renascentista; já a escultura
O rapto de Proserpina, de
O
Bernini, é barroca.
EN S
E U
D E

BUONARROTI, Michelangelo. David. 1501-1504.


Escultura em mármore, 517 cm × 199 cm. Galeria da BERNINI, Gian Lorenzo. O rapto de Proserpina. 1621-1622. Escultura
Academia de Belas Artes, Florença, Itália. em mármore, 295 cm (altura). Galeria Borghese, Roma, Itália.
A LD

1. Observando as imagens e comparando as esculturas, qual delas você identificaria


como renascentista e qual você diria ser barroca?
EM IA

34 Arte | 8o ano 1
ST ER
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28 Arte | 8o ano 1

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Atividade 2: A identificação
pode ser feita pelas
expressões corporais e
2. Que características de cada escultura levou você a identificá-las desse modo? faciais dos personagens
representados. David parece
estar posando, tem a face

art
tranquila, em uma posição
que apresenta linearidade.

O
Já a cena do rapto parece

BO O
3. Qual das esculturas lhe inspira a imaginar histórias, pensar no que acontecera antes sair de um frame de um

SC
e no que poderá acontecer depois da cena representada na escultura? Por quê? filme, pois estão em plena

M IV
ação e há dramaticidade no
ato representado.

O S
Atividade 3: A escultura

D LU
de Bernini tem outra
característica do Barroco:
BARROCO: FÉ E EMOÇÃO a narratividade, visto
que ela não é uma mera

O C
RUBENS, Peter Paul.
O Barroco desenvolveu-se na Itália entre o século XVII e meados do século XVIII, e Imagem central de A

estendeu-se para outros países da Europa. O termo barroco surgiu com tom pejorativo,
elevação da Cruz. 1610-1611.
Óleo sobre tela, representação de quem
são aqueles personagens,
462 cm × 341 cm.
já que, por se diferenciar da harmonia e da simplicidade da arte renascentista, essa

N X
Catedral de Nossa Senhora,
nova arte parecia aos críticos algo irregular, deformado. Antuérpia, Bélgica.

O contexto histórico-ideológico do movimento barroco mas nos leva a imaginar

Jozef Sedmak/Dreamstime.com
SI E foi o da Contrarreforma, ou Reforma Católica, em que os
católicos procuraram construir mais igrejas e capelas,
o que está acontecendo
com eles e o motivo. Há
de modo a combater o avanço do protestantismo, pro-
teatralidade, há encenação
O
vocado pela Reforma Protestante iniciada por Martinho
Lutero a partir de 1517. nas obras barrocas.
A característica mais marcante desse período foi o
EN S

rebuscamento, o excesso de ornamentos e a represen-


tação do divino, abrangendo os vários segmentos da
E U

arte. O Barroco teve como elemento básico de suas ma-


nifestações artísticas a emoção. Trabalhava o drama hu-
mano com expressividade exagerada, que era demons-
trada por meio de fortes contrastes de luz e sombra.
D E

Traz temas ousados e dramáticos, com cenas agitadas e


expressivas que se estabelecem na emoção, criando um
A LD

estilo luxuoso e ornamentado. Assim, marcou a história


da arte com sua teatralidade e dramaticidade, instigan-
do sensações e emoções.
É por isso que, atualmente, o termo “barroco” pode
ser usado como adjetivo para representar coisas ou situa-
ções que estejam carregadas, tenham excesso de adorno.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 35


ST ER
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Tempo e perspectiva | Unidade A 29

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Orientação didática
Oriente os alunos a
observar atentamente a • Observe a escultura a seguir.
imagem, de modo que eles

Hanna Cody/iStockphoto.com
compreendam a obra em

art
sua totalidade, integrando
as figuras angelicais e a
presença do dourado à

O
estátua da beata Ludovica

BO O
Albertoni. Caso apresentem

SC
alguma dificuldade,

M IV
ressalte que essa obra é
composta tanto da figura

O S
feminina quanto das
cabeças dos anjos.

D LU
Atividade a: Espera-se
que o aluno responda

O C
que sim. A religiosidade é
expressa na figura por meio

N X
dos anjos.
SI E
Atividade b: As BERNINI, Gian Lorenzo.
Beata Ludovica Albertoni.

características da arte
1671-1674. Escultura em
O
mármore. Detalhe. Igreja
de San Francesco a Ripa,
barroca que podemos em Roma, Itália.

identificar na imagem são


EN S

Sacro: sagrado, santo.


a) Como a arte barroca estava ligada à religião, todas as linguagens artísticas reme-
os anjos, o uso do dourado tiam a temas sacros. A imagem representa um tema sacro? Justifique.
nas paredes, que marcaram
E U

o período, e a expressão de
dor e sofrimento expressa
D E

na figura feminina, marcada


pela intensa dramaticidade.
A LD

b) Quais características da arte barroca você identifica na imagem?


EM IA

36 Arte | 8o ano 1
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Orientação didática
Explique que Bernini
A escultura barroca: Bernini Madona:
foi o maior expoente
As esculturas barrocas têm forte apelo reli-
Representação de da escultura barroca e
Nossa Senhora.

Anna Pakutina/Dreamstime.com
gioso e buscam a perfeição estética. As formas dedicou a carreira toda a

art
apresentam dinamismo, movimento. Predomi- realizar trabalhos para a
nam as linhas curvas, os drapeados nas vestes
e os tons dourados, em referência ao ouro, em igreja. É importante que
formas espiraladas e retorcidas. A escultura no os alunos saibam que

O
Barroco foi um importante complemento da ar-
a autoria do projeto da

BO O
quitetura exterior e interior e reforçou a gran-
construção da Fontana di

SC
diosidade das igrejas com imagens de santos,
anjos, madonas e heróis mitológicos, retrata- Trevi não é de Bernini, pois

M IV
das na obra do artista Bernini, o maior repre-
sentante da escultura no Barroco, que dedicou muitas pessoas julgam
sua carreira artística à projeção da Igreja Cató- ser ele o autor desse

O S
lica na Itália.
Muitas das esculturas barrocas ornamen-
magnífico monumento. A
ele coube a realização de

D LU
tam igrejas, por isso fazem referência a cenas
de trechos da Bíblia ou a personagens religio- um novo projeto, que foi
sos como freiras e anjos. Na escultura O êx-
tase de Santa Tereza, o contato entre um ser abandonado em razão da
divino, o anjo, e um ser humano, a madre Te- BERNINI, Gian Lorenzo. O êxtase de Santa Tereza.
morte do papa e finalizado

O C
1647-1652. Escultura em mármore. Igreja Santa Maria
reza (que posteriormente foi nomeada Santa della Vittoria, em Roma, Itália.
por outro arquiteto.
Tereza d’Ávila), é envolto por uma luz celestial
Ressalte que mesmo com

N X
representada por barras douradas ao fundo da escultura, que parecem surgir do céu.
Além dessa luminosidade construída como pano de fundo, a forma como Bernini essa mudança, é possível

Stefano Valeri/Dreamstime.com
esculpiu a cena possibilitou a incidência de luz sobre a peça, formando áreas de Gian Lorenzo
SI E claro e escuro que aumentam a dramaticidade já construída pela própria expressão
Bernini identificar algumas
dos personagens. Nasceu em Nápoles, características de seu
Itália, em 1598, e
faleceu em Roma, em projeto, como as bacias
O
Stoyan Haytov/Dreamstime.com

1680. Além de escultor,


Bernini foi arquiteto, semicirculares no centro
urbanista, decorador e da fonte, local próximo à
EN S

pintor. Foi responsável


pelo surgimento de estátua central.
formas dinâmicas
em esculturas,
E U

resultantes da fusão
com a arquitetura e
a pintura. Suas obras
são tão realistas
D E

que os personagens
parecem estar vivos
e em movimento.
A LD

Considerado o maior
escultor de seu tempo,
morou praticamente
a vida toda em Roma,
SALVI, Nicola.
Fontana di
tendo suas obras
Trevi. 1762. patrocinadas por
Roma, Itália. diversos papas.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 37


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Tempo e perspectiva | Unidade A 31

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Orientação didática
Apresente a suntuosidade
da arquitetura barroca Outras esculturas de Bernini estão

Lightfieldstudiosprod/Dreamstime.com
à classe e, por meio das na Fontana di Trevi, monumento símbo-
lo de Roma e um dos mais conhecidos do
imagens, observe que a

art
mundo. A fonte, originalmente construída
luxuosidade se mostra pelos antigos romanos, abastecia as ca-
mais claramente nos sas de banhos térmicos, conhecidas como
termas, muito utilizadas pela população. O
interiores. A área externa

O
papa Urbano VIII pediu a Bernini para rea-
das edificações se mostra

BO O
lizar um novo projeto para a reforma, pois
achava que ela deveria ser mais dramática,
mais sóbria e, de certa

SC
mas, com a morte do religioso, o projeto foi
forma, mais simples, se

M IV
abandonado e apenas alguns detalhes do
comparada à área interna. original foram mantidos. O arquiteto italia-
no Nicola Salvi (1697-1751) retomou o projeto,
Por fim, leia com os alunos

O S
que levou vinte anos para ser concluído.
a proposta da atividade BERNINI, Gian Lorenzo.
Colunata de São Pedro. No Vaticano, território considerado sede da Igreja Católica Apostólica Romana,
oral, reforçando como encontra-se a Colunata de São Pedro, uma sequência de colunas criadas por Bernini e
1657-1667. Vaticano,

D LU
Roma, Itália.
organizadas de modo a rodear a Praça de São Pedro e a imponente Basílica de São Pe-
essas características são dro. A grandiosidade da construção revela o poder da Igreja Católica, sendo projetada
incorporadas em tais obras. como um meio de acolher os fiéis que se reúnem na praça para celebrações religiosas.

O C
Atividade
AMPLIAÇÕES
complementar

N X
A suntuosidade das construções barrocas
A arquitetura barroca desenvolveu as mesmas características da pintura e da escultura: formas assimétricas,
Caso ache necessário
SI E luxuosidade e teatralidade. Nesse período foram construídas edificações religiosas como igrejas, monasté-
para o conhecimento rios, catedrais, mansões e palácios. O exterior das construções barrocas era simples, se comparado ao luxo
e à suntuosidade de seus interiores. Além de Bernini, os principais arquitetos nesse período foram Pietro da
do aluno, solicite uma Cortona e Borromini.
O
pesquisa sobre o Palácio de
image_of_life/iStockphoto.com

golibo/iStockphoto.com
Versalhes (<https://www.
EN S

historiadomundo.com.br/
idade-moderna/palacio-
E U

versalhes.htm>. Acesso em:


ago. 2019) e sobre Pietro da
Cortona e Borromini, citados
D E

no boxe Ampliações.
A LD

Interior de um recinto com decoração barroca. Palácio de Versalhes, em Paris, França.

• Após observar as imagens das esculturas e das construções barrocas, converse com
os colegas sobre como as características desse estilo aparecem nessas duas lingua-
gens artísticas, mencionando exemplos de cada uma delas.
EM IA

38 Arte | 8o ano 1
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32 Arte | 8o ano 1

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Orientação didática
Peça aos alunos para
A teatralidade na pintura barroca observar a imagem
Assim como toda arte barroca, a pintura barroca representou as emoções huma-
Apoteose de Santo Inácio
nas com exageros, uso constante de luz e sombra, conteúdo emocional e presença de (1694), de Andrea Pozzo,

art
sensualidade. A temática era realista; os artistas retratavam tanto o luxo da nobreza e explanar as primeiras
quanto a simplicidade do povo, representando cenas do cotidiano e naturezas mortas.
Uma característica marcante das pinturas barrocas foi o uso da técnica trompe-l’œil, impressões da obra. Em
pintura que causa efeitos ilusionistas e faz com que as formas aparentem ter três seguida, explique como

O
dimensões, para que a fé pudesse ser alcançada pela emoção por meio dos efeitos
a técnica do trompe-l’œil

BO O
causados nos olhares das pessoas. A intensa movimentação na pintura dava ao expec-
foi aplicada na obra e

SC
tador a sensação de estar indo ao céu com os personagens retratados.
como ela cria a sensação

M IV
mustafacan/iStockphoto.com

de profundidade em toda
a pintura, resultando na

O S
comoção e na elevação
do espírito do expectador.

D LU
Ressalte que o artista
trabalha com maestria a
relação entre a estrutura

O C
de mármore da igreja de
Santo Inácio de Loyola com

N X
a pintura, uma vez que não
SI E é difícil notar a transição
entre o mármore em si e
as partes cobertas pela
O
tinta. Por fim, pergunte aos
POZZO, Andrea. Apoteose de Santo Inácio. 1694. Afresco. Igreja Santo Inácio de Loyola, em Roma, Itália.
alunos quais sensações
EN S

A pintura barroca teve grandes representantes em diferentes países da Europa.


essa obra transmite a eles.
E U

Conheça alguns dos artistas que se dedicaram ao gênero:

Caravaggio - Itália
Janusz Pieńkowski/Dreamstime.com

Michelangelo Merisi (Caravaggio) (1571-1610) foi um dos


D E

mais importantes artistas do Barroco italiano. Ele tinha uma


personalidade forte, que se manifestava em seu estilo ex-
A LD

travagante. Suas obras eram consideradas revolucionárias


e, por isso, muitas vezes chocavam a sociedade. Os temas
típicos de suas pinturas eram religiosos e mitológicos. Cara-
vaggio utilizava a técnica do claro e escuro, em um jogo de
luz e sombra, o que marcava um ar sombrio nas suas pintu-
Caravaggio
ras, também bastante carregadas de dramaticidade.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 39


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Tempo e perspectiva | Unidade A 33

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Registro

Pinacoteca Vaticana, Roma

Uffizi Gallery, Florence


art

O
BO O
SC
M IV
(CARAVAGGIO)
Michelangelo Merisi.
O sepultamento de

O S
Cristo. 1603-1604.
Óleo sobre tela,
300 cm × 203 cm.

D LU
Pinacoteca Vaticana, (CARAVAGGIO) Michelangelo Merisi. Medusa. 1597. Óleo
Roma, Itália. sobre tela, 60 cm × 55 cm. Galeria Uffizi, Florença, Itália.

Rembrandt - Holanda
Mihail Ivanov/Dreamstime.com

Everett - Art/Shutterstock
O C
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VAN RIJN, Rembrandt. Autorretrato aos 63 anos. 1669. Óleo sobre VAN RIJN, Rembrandt. Autorretrato. c. 1628. Óleo sobre
tela, 86 cm × 70 cm. Galeria Nacional, Londres, Inglaterra. tela, 22 cm × 18 cm. Rijksmuseum, Amsterdã, Holanda.
D E

Rembrandt Harmenszoon van Rijn nasceu em Leida, Países Baixos (região da atual
Bélgica e Holanda), em 1606, e faleceu em Amsterdã, em 1669. Os autorretratos foram
A LD

o ponto alto de sua produção. Suas pinturas caracterizaram-se pelos efeitos de luz,
trabalhados em vários graus de luminosidade, meios tons e penumbras intensas, que
marcavam a dramaticidade. O artista realizou muitas pinturas, desenhos e gravuras.
Suas obras imprimiam um ar sério, introspectivo, com grande profundidade emocio-
nal. Em suas pinturas também eram retratadas cenas bíblicas e históricas, com grande
riqueza de detalhes.
EM IA

40 Arte | 8o ano 1
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34 Arte | 8o ano 1

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Amplie a abordagem
Quer conhecer a maior
coleção de obras de
Rijksmuseum, Amsterdam

Mauritshuis, The Hague


Rembrandt? Visite o site do
Museu Rembrandt: <https://

art
www.rembrandthuis.nl/>.
Acesso em: ago. 2019. Além
disso, mostre imagens

O
da Praça Rembrandt, em

BO O
Amsterdã, em que há um

SC
conjunto de estátuas que

M IV
reproduzem o quadro
Ronda noturna (1642).

O S
VAN RIJN, Rembrandt. Ronda noturna. 1642. Óleo sobre tela, VAN RIJN, Rembrandt. A lição de anatomia do doutor Tulp. 1632.
379 cm × 453 cm. Rijksmuseum, Amsterdã, Holanda. Óleo sobre tela, 169 cm × 216 cm. Mauritshuis, Haia, Holanda.

D LU
Vermeer - Holanda
Johannes Vermeer (1632-1675), natural de Delft, nos Países Baixos, foi um dos maio-
res pintores holandeses, conhecido como mestre da luz. Suas obras representavam
cenas do cotidiano, como a vida doméstica e o mundo do trabalho, além de festas

O C
coletivas e infantis, tanto da cidade como do campo. Semelhante a fotografias, suas
pinturas mostram extrema riqueza de detalhes. Vermeer tinha grande habilidade na
escolha das cores e no uso de luz para dar vivacidade às cenas. Suas obras tinham

N X
formas regulares, equilibradas, que remetem à serenidade.
SI E
Mauritshuis, The Hague

Kunsthistorisches Museum, Vienna

O
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D E

VERMEER, Johannes. Moça com brinco de pérola.


A LD

c. 1665-1666. Óleo sobre tela, 44 cm × 39 cm.


Mauritshuis, Haia, Holanda.

VERMEER, Johannes. A arte da pintura. c. 1666.


Óleo sobre tela, 120 cm × 100 cm. Museu de História da
Arte, Viena, Áustria. Também conhecida como Alegoria
da pintura e O pintor no seu estúdio, é considerada
a obra mais complexa de Vermeer.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 41


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Tempo e perspectiva | Unidade A 35

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Orientação didática

Atividade DE OLHO

complementar Mais de 300 anos depois de ser pintada por Vermeer, a tela Moça com brinco de

Imagem Filmes
pérola virou tema de filme. A trama retrata o período de execução da pintura (por vol-

art
ta de 1665) e apresenta uma história fictícia envolvendo o pintor holandês e a moça
Se achar pertinente, representada na tela. É possível conhecer o ambiente em que o artista viveu e sua
prática artística, revelando a produção artesanal de tintas e o uso da câmara obscura,
organize um dia para exibir um equipamento que auxiliava na elaboração de imagens realistas.
o filme Moça com brinco Produzido em 2003 pelo diretor Peter Webber, o filme homônimo à pintura traz

O
em suas cenas a atmosfera das obras barrocas ao buscar reproduzir cores, luzes e
de pérola , direção de Peter sombras tal qual o artista Vermeer fazia. A estratégia conferiu ao filme o Oscar de

BO O
melhor fotografia em 2004.
Webber. A classificação

SC
Moça com brinco de pérola,

etária é 12 anos. Ressalte dir. Peter Webber, 2003.

M IV
que se trata de
uma história fictícia, Velázquez - Espanha

O S
baseada em um romance Chamado “O pintor dos pintores”, Diego Rodrí-
guez de Silva y Velázquez (1599-1660) é considerado
da autora Tracy Chevalier.

Georgios Kollidas/Dreamstime.com
o maior artista da Espanha. Trabalhou na corte de

D LU
Na verdade, pouco se sabe Filipe IV, que se tornou seu mecenas. Em suas obras
sobre a vida do pintor retratava nobres, crianças, anões, paisagens, temas
religiosos e mitológicos. Com pinceladas fortes e
holandês. Contudo, a seguras, acrescentava valor aos elementos da obra,

O C
reconstituição de época como cor, luz, espaço, traços irregulares e movimen-
tos. Suas principais pinturas estão expostas no Museu
ajuda na compreensão do Prado em Madri, na Espanha.

N X
do ambiente em que o Diego Velázquez

artista viveu.
SI E
Prado, Madrid

Galleria Doria Pamphilj, Rome


O
EN S
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A LD

VELÁZQUEZ, Diego. As meninas. 1656. Óleo VELÁZQUEZ, Diego. Retrato do papa Inocêncio X.
sobre tela, 320 cm × 281 cm. Museu do Prado, 1650. Óleo sobre tela, 141 cm × 119 cm. Galleria
Madri, Espanha. Doria Pamphilj, Roma, Itália.
EM IA

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36 Arte | 8o ano 1

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Orientação didática
A pintura barroca teve
início na Itália e espalhou-
AMPLIAÇÕES
-se por diversos países
Uma pintora do Barroco
destacando inúmeros

Wadsworth Atheneum, Hartford, Connecticut

art
Artemisia Gentileschi (1598-1653) foi uma das pri-
meiras mulheres a desbravar o mundo das artes, até artistas, que desenvolveram
então um universo dominado pelos homens, sendo
a principal referência feminina de artista barroca.
características próprias.
Até ser reconhecida, suas pinturas eram atribuídas a Com o conteúdo do site

O
artistas do sexo masculino, pelos temas retratados
indicado na atividade

BO O
em suas obras: figuras históricas e religiosas, cuja
realização era considerada inadequada a uma mu-
complementar, é possível

SC
lher. Pelo fato de ser mulher, ela não pôde estudar
e, como consequência, não aprendeu a ler e escrever.
ampliar o conhecimento

M IV
Só aprendeu a pintar porque seu pai, também artista,
lhe ensinou. Adulta, casou-se e foi morar em Florença
e, em 1616, foi uma das primeiras mulheres a integrar a
do aluno apresentando
Academia de Belas Artes de Florença. Depois de alguns outros artistas que não

O S
anos casada, separou-se e garantiu seu sustento tra-
balhando para um integrante da família Médici, que foram citados no texto. O
se tornou seu mecenas.
boxe Ampliações mostra

D LU
GENTILESCHI, Artemisia. Autorretrato como musicista de
alaúde. 1615-1618. Óleo sobre tela, 77,5 cm × 71,8 cm. Museu
de Arte Wadsworth Atheneum, Connecticut, Estados Unidos. a principal figura feminina
a representar a pintura
A energia musical do Barroco barroca. Caso considere

O C
O período em que a música barroca se desenvolveu foi muito importante, pois pertinente, abra espaço
trouxe mudanças que revolucionaram a música ocidental. Surgiram ritmos energé- para uma conversa sobre

N X
ticos, melodias com muitos ornamentos, contrastes de timbres instrumentais e de
sonoridades, combinando sons fortes com mais suaves, sem transições. a importância do resgaste
SI E No fim do Renascimento, foi escrita a primeira ópera (Dafne, 1594, por Jacopo Peri do papel das mulheres no
e Rinuccini), mas foi durante o período Barroco que o gênero se desenvolveu. Aos
mundo das artes.
poucos, o drama cantado foi ganhando características barrocas e se aprimorando,
incluindo elementos cênicos típicos do teatro, como cenografia, figurinos e a própria
O
encenação por parte dos cantores. Atividade
complementar
360b/Alamy Stock Photo

Galleria dell’Accademia, Florence

EN S

Organize uma investigação


E U

no site Arts and Culture,


do Google (disponível em:
<https://artsandculture.
D E

google.com/>, acesso em:


A LD

ago. 2019), para conhecer


a obra de outros artistas
Encenação atual da ópera L’Orfeu (1607), de Claudio Monteverdi barrocos. Nesse site, os
(uma das primeiras óperas barrocas), no Radialsystem, em Berlim,
Alemanha, em 2007. GABBIANI, Anton Domenico. Músicos na corte dos Medici. Palazzo Pitti, Florença, Itália. alunos também poderão
EM IA

conhecer mais de perto


as obras dos artistas
Tempo e perspectiva | Unidade A 43

apresentados.
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Tempo e perspectiva | Unidade A 37

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Orientação didática
Se considerar pertinente,
apresente um trecho da Nesse período, surgiu também um estilo musical denominado oratório, um tipo de
ópera L’Orfeu, de Claudio ópera que apresenta histórias bíblicas. Não há encenação, mas sua execução envolve
uma orquestra, um solista, um coro e, por vezes, a figura de um narrador.
Monteverdi, aos alunos.

art
Neste site, você encontra a

EFE News Agency/Alamy Stock Photo


ópera na íntegra: <https://
andantemoderato.com/

O
monteverdi-l-orfeo-la-

BO O
capella-reial-de-catalunya-

SC
jordi-savall/>. Acesso em:

M IV
ago. 2019. Apresentação da
Orquestra Barroca
de Amsterdã e Coro,

O S
especializada em música

Atividade barroca, em Cantábria,


Espanha, 2019.

complementar

D LU
Outro gênero de destaque na música barroca são as cantatas, que, apesar de exis-
tirem há mais tempo e também tratarem de temas profanos, foram bastante utilizadas
Organize um momento de em missas com temas religiosos, exaltando a fé e figuras sagradas, como a Cantata 147,
apreciação musical para que chamada de Jesus, alegria dos homens, de Johann Sebastian Bach.

O C
os alunos possam conhecer
DEA/A. DAGLI ORTI/De Agostini via Getty Images

obras de Bach e Vivaldi. antonio ViVaLdi

N X
Sugestão de vídeos: O italiano Antonio Johann SeBaStian Bach

• Jesus alegria dos homens Vivaldi (1678-1741) foi


Nicku/Dreamstime.com

SI E incentivado desde O alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750) foi um dos maiores compositores e músicos da história e é
considerado um dos grandes gênios da música clássica. A música entrou em sua vida por meio de seu pai, um
(1716) – Johann Sebastian cedo a praticar
música pelo seu pai, violinista que educou seus oito filhos para serem músicos. Aprendeu a tocar cravo e órgão com seu irmão mais
Bach. Disponível em: também músico, e velho. Todo o domínio de sua técnica foi trabalhado a favor da harmonia perfeita, característica valorizada até
os dias atuais em suas cantatas, prelúdios, oratórios, missas e fugas. Dominava de forma esplêndida a técnica
ainda criança foi
O
<https://youtu.be/ estudar música musical e foi reconhecido como o pai da harmonia por Beethoven e Mozart.
na Capela de São
kD5Hrzqbx7Y>. Acesso em: Marcos, em Veneza.
EN S

Foi ordenado padre,


ago. 2019. Parte final da mas, sem condições
A música instrumental manifestava-se pelas orquestras, com o uso de instrumen-
tos como violinos, flautas, fagotes, trompas, cravos, órgãos contínuos e tímpanos. Os
Cantata 147 – “Herz und de realizar missas em
razão de problemas principais compositores barrocos são Alessandro Scarlatti, Antonio Vivaldi, George
E U

Mund und Tat und Leben” respiratórios, Händel, Johann Sebastian Bach e Jean-Philippe Rameau.
passou a se dedicar
(“Coração e boca e ações à música como
professor de violino
e vida”) interpretada AMPLIAÇÕES
D E

e produtor musical.

LindaMarieB/iStockphoto.com
Produziu inúmeras O cravo, antepassado do piano
pela Orquestra Nacional composições, entre
O cravo é um instrumento de teclas e cordas considerado o antepassado do
A LD

de Cambra d’Andorra elas a Opus 3, que


contém sua obra mais piano. Foi muito utilizado no século XVIII entre os anos de 1600 e 1750, período
correspondente ao Barroco, quando esteve muito presente nas grandes obras de
(Fundação ONCA). conhecida. Ao lado de
Johann Sebastian Bach. Após esse período, caiu no esquecimento e só passou a
Bach, é considerado
ser tocado novamente no fim do século XIX. Atualmente o cravo pode ser ouvido na
• As quatro estações um dos músicos mais
notáveis da música execução de música de câmara e na ópera, principalmente quando são executadas
músicas barrocas.
(1723-1725) – Antonio clássica mundial.
EM IA

Vivaldi. Disponível em: 44 Arte | 8o ano 1


<https://youtu.be/-y-
Mqodfm6U>. Acesso em:
ST ER

ago. 2019. Apresentação


do projeto Johann
Sebastian Rio (2017) para os alunos conhecerem alguns instrumentos usados na música barroca, como o
SI AT

realizada no aeroporto cravo. O áudio da obra completa é facilmente encontrado em serviços de streaming
Riogaleão – Aeroporto de música como o Spotify.
Internacional Tom Jobim,
M

na cidade do Rio de Aprofunde o conhecimento


Janeiro (iniciativa da
Prefeitura da Cidade Assista ao filme Crônica de Anna Magdalena Bach (1968, dir. Danièle Huillet e
do Rio de Janeiro e Jean-Marie Straub). Por meio da leitura de correspondências e textos da segunda
Secretaria Municipal de esposa de Sebastian Bach, o filme reconstitui momentos da vida do compositor
Cultura). Essa versão é alemão, reproduzindo como seriam as apresentações musicais no período Barroco e
uma boa oportunidade como funcionava a relação do músico com a Igreja.

38 Arte | 8o ano 1

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Registro

A IDENTIDADE DA ARTE BARROCA NO BRASIL


Marcos Souza/Dreamstime.com

art

O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
A Igreja e Convento de São Francisco, em Salvador, na Bahia, é um dos exemplares mais requintados da arquitetura barroca.

N X
O movimento Barroco chegou com grande atraso ao Brasil, somente no final do
SI E século XVII, durante o ciclo do ouro. A arte barroca brasileira manifestou-se na ar-
quitetura, na escultura, na pintura e na literatura. Ela tinha como função principal a
transmissão de conceitos da fé católica e foi fortemente influenciada pelos coloni-
zadores portugueses, mais precisamente pelos jesuítas (missionários da difusão do
O
cristianismo). Nessa época, não existiam investimentos na arte, pois a elite brasileira
não era habituada a patrocinar obras artísticas. Assim, o Barroco desenvolveu-se ba-
sicamente na arte sacra, com pinturas e esculturas feitas nas igrejas. Os artistas do
EN S

Barroco brasileiro tinham múltiplas habilidades – ao mesmo tempo eram arquitetos,


escultores, entalhadores e pintores – e atuavam nas diversas partes das construções.
E U

DE OLHO

A igreja e convento de São Francisco em Salvador, na


Marcos Souza/Dreamstime.com
D E

Bahia, é um dos maiores exemplos da luxuosidade do


Barroco brasileiro. Faça um tour virtual acessando o site:
<http://www.onzeonze.com.br/blog360/toursaofrancisco/
A LD

index.html>. Acesso em: ago. 2019.


EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 45


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Tempo e perspectiva | Unidade A 39

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Registro

Escultura
DIÁLOGOS A escultura barroca brasileira manteve a intensidade e a dramaticidade, retomou
os movimentos corporais e as expressões faciais teatrais, além da temática religiosa,

art
Língua Portuguesa
mas é marcada por outro tipo de acabamento, mais rústico que as peças do Barroco
Você já ouviu a
expressão santo do europeu. O mármore, material comum na Itália, não aparece nas esculturas produzi-
pau oco? Ela é uma das no Brasil; por aqui, as peças costumavam ser feitas em madeira ou pedra-sabão,
expressão popular um mineral encontrado no estado de Minas Gerais em grande abundância, e poste-

O
brasileira usada
para designar uma riormente eram pintadas com cores fortes e ornamentadas com ouro.

BO O
pessoa de caráter O ouro, além de ser um mineral abundante em Minas Gerais (estado onde mais se

SC
duvidoso, dissimulada, desenvolveu o Barroco brasileiro), representava todo o poder da Igreja e a importância
que demonstra
que a população deveria dar à religião.

M IV
comportamento
correto, mas na Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), Manuel da Costa Ataíde, Valentim da Fon-
verdade não é seca e Silva, Agostinho de Jesus e Francisco das Chagas foram os principais nomes da
exatamente assim. A escultura barroca no Brasil.
origem da expressão é

O S
incerta, a mais aceita

Grafissimo/iStockphoto.com
é que tenha surgido
no final do século XVII

D LU
e começo do século
XVIII em Minas Gerais,
quando o ouro no
Brasil era o mineral
mais explorado.
Os mineiros, para

O C
escapar dos altos
tributos cobrados
pelos portugueses,

N X
armazenavam ouro
em pó dentro de
SI E imagens de santos
ocos para passar nos
postos de fiscalização
sem que o metal Esculturas no
fosse apreendido. interior da Igreja de
O
Os contrabandistas São Francisco, em
Salvador, Bahia.
de pedras preciosas
também usavam esse
truque para enviar
EN S

pedras preciosas,
moedas de ouro e
demais tesouros a
E U

outras províncias aLeiJadinho


brasileiras e a Portugal.
Museu de Congonhas, MG

Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho (1730-1814), viveu em Ouro Preto, Minas Gerais. Es-
cultor, arquiteto, entalhador e desenhista, é o maior representante da arte barroca brasileira. As esculturas
são suas obras mais significativas e fascinam até os dias atuais. No Santuário do Bom Jesus de Matosinhos,
D E

em Congonhas, Minas Gerais, encontram-se suas maiores realizações: as esculturas em pedra-sabão dos doze
profetas, localizadas no adro da igreja, e as capelas que abrigam imagens de madeira (cedro) em tamanho
natural narrando a Via Sacra ou Via Crucis. São características de suas obras: expressividade acentuada; queixo
A LD

dividido; nariz proeminente, olhos amendoados e pupilas planas; boca entreaberta; braços curtos; entre outras.
Acredita-se que ficou conhecido popularmente como Aleijadinho por ter desenvolvido uma doença degene-
rativa por volta dos 40 anos, que o fez perder parte dos pés e das mãos e o limitou a realizar seus trabalhos
sozinho. Contava com o auxílio de seus discípulos, que o carregavam e amarravam as ferramentas em suas
mãos para que pudesse trabalhar. Assim, a doença não o impediu de realizar suas obras, que o consagraram
mundialmente como o maior representante da arte barroca mineira e brasileira.
EM IA

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Registro

Diego Grandi|Dreamstime.com

art

O
BO O
SC
M IV
O S
ALEIJADINHO. São

D LU
João Evangelista.
Igreja de São
Francisco de Assis,
São João del-Rei,
Minas Gerais.

Santuário do Bom Jesus de Matosinhos

O C
A cidade de Congonhas, em Minas Gerais, abriga as mais importantes obras de
Adro: terreno aberto
Aleijadinho. É no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos que podemos encontrar as ou murado em volta

N X
representações da Via Sacra ou Via Crucis, composta de esculturas de cedro (tipo de de uma igreja.
madeira) em tamanho natural e dispostas em sete capelas no caminho até a igreja. No Via Sacra ou Via
SI E adro da igreja, encontram-se as esculturas dos doze profetas em pedra-sabão, feitas
entre 1794 a 1804.
Crucis: trajeto
percorrido por Jesus
carregando a cruz
até o Calvário onde
faleceu.
Gilberto_Mesquita/iStockphoto.com

O
EN S
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A LD

Vista do conjunto arquitetônico do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, Minas Gerais.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 47


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Tempo e perspectiva | Unidade A 41

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Registro

Gilberto_Mesquita/iStockphoto.com

Gilberto_Mesquita/iStockphoto.com
art

O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
Uma das capelas que abrigam os grupos escultóricos de Profeta Daniel, da série Os doze profetas, de
cedro no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Aleijadinho, no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos.

N X
Aguina/Dreamstime.com

SI E
O
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A LD

Passo da Paixão de Cristo, grupo escultórico criado por Aleijadinho,


no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos.
EM IA

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Orientação didática
A definição de patrimônio
foi revista pela Constituição
UM PASSO À FRENTE
Brasileira de 1988: “A
denominação Patrimônio

art
Patrimônio cultural: conservar para preservar

O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos é Histórico e Artístico é

UNESCO
Tombado: de tombar,
um patrimônio da humanidade tombado pela
Organização das Nações Unidas para a Educa-
no sentido de tornar substituída por Patrimônio
algo oficialmente
ção, a Ciência e a Cultura (Unesco). Pesquisa- Cultural. O conceito é assim

O
protegido por seu
dores estão preocupados com a deteorização valor histórico e/ou
ampliado de maneira a

BO O
desse patrimônio, especialmente as esculturas cultural.
dos doze profetas, que podem não resistir à
incluir as contribuições

SC
ação do tempo. A fim de que as esculturas não
percam suas características, os pesquisadores dos diferentes grupos

M IV
desenvolveram um projeto para a construção
de réplicas em gesso e fibra de vidro, que fica- formadores da sociedade
rão guardadas em um museu na cidade. Com
ajuda de uma câmera a laser, é possível trans- brasileira. Essa

O S
formar as esculturas em modelos digitais; os
testes foram realizados com miniaturas. Esse
mudança incorpora o
foi o modo encontrado para conservar essa obra realizada há mais de 200 anos e que levou mais de cinco anos conceito de referência

D LU
para ser finalizada, no período em que se acredita ter sido a pior fase da doença de Aleijadinho, em que o artista
esculpia com as ferramentas amarradas às suas mãos atrofiadas. Medidas como essa são importantes para a cultural e significa uma
preservação de nosso patrimônio cultural. Mas o que é “Patrimônio Cultural”?
Você já deve ter observado, em sua cidade, casarões antigos e prédios públicos que tiveram suas caracterís- ampliação importante
ticas preservadas. Trata-se de um patrimônio. O patrimônio é a identidade de uma sociedade, pois ele guarda
dos bens passíveis

O C
as características, os costumes, os comportamentos de um povo. É uma forma de registro para o futuro. Pode-se
definir patrimônio como o conjunto de bens materiais (prédios) e imateriais (elementos marcantes da culinária, de reconhecimento.”.
festas típicas etc.) que possui significado cultural, artístico, religioso, estético ou documental para a sociedade.
Ele representa uma importante fonte de pesquisa e memória, contribuindo com as futuras gerações. No mundo Disponível em: <http://

N X
todo existe a preocupação com a preservação dos patrimônios públicos. A Unesco, agência da Organização das
Nações Unidas (ONU), é responsável pela definição de regras e pela proteção do patrimônio cultural da huma-
portal.iphan.gov.br/pagina/
SI E nidade, mas há outros órgãos nacionais e regionais que atuam nesse cuidado. No Brasil, quem cuida de nossos detalhes/218>. Acesso em:
patrimônios é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que atua na gestão, na proteção
e na preservação cultural de bens que são considerados relevantes para o país. Já o Conselho de Defesa do ago. 2019.
Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), por exemplo, cuida dos bens que são
relevantes para o estado de São Paulo. Converse com os
O
Bens materiais como imóveis, quando são tombados, não podem ser demolidos nem reformados. Eles
podem apenas passar por um processo de restauração, que é realizado de acordo com normas específicas. Tal
alunos sobre as medidas
cuidado tem como objetivo manter as características originais de quando foi construído. que são tomadas para
EN S

No Brasil, são considerados Patrimônios: a cidade histórica de Ouro Preto (MG); o centro histórico de Olinda
(PE); a Estação da Luz, na cidade de São Paulo (SP); o Cristo Redentor, na cidade do Rio de Janeiro (RJ); a Pampu- a preservação dos
lha, em Belo Horizonte (MG); o Parque Nacional da Serra da Capivara (PI); as ruínas de São Miguel das Missões
patrimônios históricos
E U

(RS), entre outros. E são exemplos de Patrimônio Histórico Imaterial: o modo artesanal de fazer queijo de Minas;
o ofício das baianas de acarajé; a Festa do Divino Espírito Santo de Paraty; o Complexo Cultural do Bumba Meu
Boi; o Carimbó; e as Matrizes do samba no Rio de Janeiro: partido-alto, samba de terreiro, samba-enredo.
brasileiros. Por exemplo,
No site do IPHAN, você pode conhecer outros patrimônios, as ações de preservação realizadas pelo Instituto durante o Carnaval,
e até se informar sobre como participar de conversas que ajudam a definir quais bens culturais são importan-
D E

tes de serem preservados: <http://portal.iphan.gov.br>. Acesso: ago. 2019. época de grande fluxo de
pessoas para as cidades
A LD

• Com base na discussão apresentada no boxe Diálogos, procure outras imagens históricas mineiras, as
de outras cidades históricas mineiras, como Mariana, São João del-Rey e Congo- prefeituras são orientadas
nhas, e anote as principais características barrocas observadas nas manifestações
artísticas (arquitetura, escultura, pintura etc.) presentes nas mesmas, citando al-
a tomar medidas que
guns exemplos. preservem as construções
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 49


antigas. Saiba mais sobre
o assunto em: <http://
cultura.gov.br/preservacao-
ST ER

do-patrimonio-cultural-
mobiliza-cidades-
historicas-brasileiras-
SI AT

durante-o-carnaval/>.
Acesso em: ago. 2019.
M

Tempo e perspectiva | Unidade A 43

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Registro

Pintura
A pintura barroca brasileira tinha características bem próximas às da escultura,
com excesso de contraste, ilusão de movimento, uso da perspectiva e composição com

art
claro-escuro. As imagens religiosas eram pintadas com tinta de aspecto brilhante, uti-
lizando cores cromáticas: vermelho, azul, dourado e branco. O acabamento das obras
era feito com folha de ouro.

O
J.L. Bulcão/Pulsar Imagens

BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
Mestre Ataíde. Assunção
da Virgem. 1804-1807.
Óleo sobre madeira.

N X
Pintura do teto da igreja
de São Francisco de
Assis, em Ouro Preto,
Minas Gerais.
SI E Havia, além da pintura de quadros e dos interiores das igrejas, obras em azulejos,
que descreviam cenas bíblicas.
O leugenio/iStockphoto.com
EN S
E U
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A LD

Pinturas barrocas em
azulejos portugueses
em Olinda, Pernambuco.
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50 Arte | 8o ano 1
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44 Arte | 8o ano 1

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Registro

Os destaques na pintura desse período foram: Belchior Paulo, Mestre Ataíde (Ma-
nuel da Costa Ataíde), Eusébio de Matos e Guerra, José Joaquim da Rocha e Manuel de meStre ataíde
Jesus Pinto.

art
Manuel da Costa
Ataíde (1762-1830), o
Mestre Ataíde, viveu
DIÁLOGOS em Mariana, Minas
Gerais. É considerado
o maior representante

O
História

Coleção Brasiliana Itaú


no Brasil da
Como o Barroco brasileiro desenvolveu-se durante o ciclo econômi-

BO O
pintura barroca,
co do ouro, esse metal estava presente no acabamento das pinturas. A mas também foi

SC
extração de ouro era predominante no estado de Minas Gerais. O ouro arquiteto, entalhador,
extraído era de aluvião, ou seja, retirado nas margens dos rios. Ele vinha escultor e urbanista.

M IV
misturado a outros elementos, como a argila e a areia, produzidos pela Suas pinturas se
erosão e separados de forma artesanal, com o uso de grandes penei- caracterizam pelo
ras. A técnica de extração por aluvião era precária e esse mineral foi uso de cores vivas,
se esgotando. Além disso, os pesados impostos cobrados por Portugal especialmente do
também contribuíram para o declínio do ciclo do ouro no Brasil.

O S
azul, sua cor preferida,
e pelo acabamento
RUGENDAS, Johann Moritz. Lavagem
de ouro. 1835. Litografia colorida.
em dourado. Sua obra

D LU
mais conhecida é a
pintura do teto da
igreja de São Francisco
Arquitetura barroca no Brasil de Assis, em Ouro
Preto, Minas Gerais.
A arquitetura barroca caracteriza-se pelo dinamismo das formas, pela assimetria

O C
e pela teatralidade. Ela imprimiu uma nova estética de construção no Brasil. As obras
Assimetria: sem
têm predomínio de formas arredondadas e curvas e trazem uma impressão de gran- simetria, ou seja, que

N X
diosidade, reforçada pelos tetos elevados e pela intensa luminosidade. Foram cons- apresenta diferença,
truídos vários edifícios e mansões rurais e urbanas com estilo barroco. As obras apre- disparidade, em sua
sentavam parques e jardins no seu entorno, representando uma evolução urbanística. composição.
SI E Os palácios apresentavam janelas que se repetiam e várias colunas, sendo cercados
de imensas áreas verdes. Os interiores das igrejas barrocas seguiram a tradição barro-
ca: luxuosidade, que pode ser vista no ouro ornamentando as paredes.
O
luoman/iStockphoto.com

EN S
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A LD

Igrejas em Mariana,
Minas Gerais.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 51


ST ER
SI AT
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Tempo e perspectiva | Unidade A 45

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Atividade
complementar
Para que os alunos

Celli007/iStockphoto.com
possam conhecer mais
sobre a cidade de

art
Congonhas, patrimônio
cultural da humanidade,
e as esculturas de

O
BO O
Aleijadinho, realize
pesquisas e conversas em

SC
M IV
grupo para partilhar os
conhecimentos.
Sugestão de materiais:

O S
• Projeto Aleijadinho 3D.
Esse projeto mostra uma

D LU
Casarão colonial de uma antiga fazenda próxima à cidade de Bananal, São Paulo.
visão 3D do Santuário do
Bom Jesus de Matosinhos, diegograndi/iStockphoto.com

em Congonhas, Minas

O C
Gerais. Disponível
em: <http://www.

N X
aleijadinho3d.icmc.usp.
SI E
br/historia.html>. Acesso
em: ago. 2019.
• COPPOLA, Horacio.
O
Luz, cedro e pedra:
esculturas do Aleijadinho
EN S

fotografadas por Horacio


E U

Coppola. Rio de Janeiro:


IMS, 2007. Informações
O Pelourinho, em Salvador, Bahia, também é um patrimônio histórico brasileiro.
e imagens no site do
D E

Instituto Moreira Salles:


<https://ims.com.br/
AMPLIAÇÕES
A LD

A música barroca brasileira


exposicao/luz-cedro-e-
A música barroca brasileira teve destaque nas escolas de Pernambuco, da Bahia e de Minas Gerais. Elas eram
pedra-esculturas-do- ligadas às igrejas locais e compostas por músicos organistas, inspirados pelas óperas italianas e pela música
religiosa portuguesa. O elemento básico da música barroca era a emoção. Os principais músicos foram Marcos
aleijadinho-fotografadas- Portugal, Manoel Dias de Oliveira, José Joaquim, Emerico Lobo de Mesquita e Maurício Nunes de Garcia.
por-horacio-coppola/>.
EM IA

Acesso em: ago. 2019. 52 Arte | 8o ano 1

• Sobre o projeto de
ST ER

restauração dos
pesquisadores
apresentado no boxe
SI AT

Um passo à frente:
<http://g1.globo.com/
minas-gerais/videos/v/a-
cidade-de-congonhas-
M

santuario-entre-
montanhas-atrai-turistas-
de-toda-parte/4184864/>.
Acesso em: ago. 2019.

46 Arte | 8o ano 1

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É importante, no exercício,
que os alunos se atentem
às características da obra
Nossa arte barroca, por isso seria ideal
elas serem retomadas nas
releituras que fizerem.

art
Age Fotostock/Easypix Brasil

Convide os alunos a
investigar a expressividade

O
e a dramaticidade

BO O
barrocas, explorando os

SC
drapeados de tecidos e a

M IV
expressão corporal e facial
ao montarem as cenas.
Ressalte que a teatralidade

O S
e a sensação de movimento

D LU
Pintura viva da obra A captura de Cristo (1602), de Caravaggio, realizada próxima à Galeria Nacional, em outubro de 2016, em Londres.
são importantes.
Em sala de aula, a
Neste capítulo, você conheceu grandes nomes da arte barroca. Para aprofundar composição com luzes
nossos estudos sobre ela, vamos realizar uma releitura.
e sombras pode ser um

O C
A releitura é uma maneira de apresentar a sua leitura sobre uma obra por meio da
criação de outra obra. Não é uma cópia, mas você precisa fazer referência ao trabalho desafio, mas vocês podem
original de algum modo. fazer a foto e depois

N X
Nossa releitura será por meio de uma fotografia e, para começar, você deverá se
reunir com alguns colegas e escolher uma obra barroca como referência. Grupos de complementar a atividade
SI E até cinco pessoas são ideais, mas, dependendo da obra escolhida, serão necessárias
mais pessoas para compor a cena.
realizando alterações na
iluminação em programas
Vocês podem escolher alguma imagem apresentada ao longo do capítulo ou bus-
de edição de imagens.
O
car outra imagem na internet, mas certifiquem-se de que é uma obra de arte barroca.
Além de buscarem fontes confiáveis, verifiquem se a obra contém as características
barrocas descritas neste capítulo.
Ampliando a
EN S

Observem as vestimentas e o cenário da obra escolhida e providenciem algo similar.


Prestem bastante atenção nas expressões corporais e faciais dos personagens, abordagem
E U

pois vocês precisarão reproduzi-las na cena que será fotografada.


Ao montar a cena, lembrem-se das luzes e das sombras contrastantes, tão caracterís- As obras barrocas servem
ticas do Barroco. Se for preciso, utilizem lanternas para enfatizar determinados detalhes.
Na releitura, você pode alterar alguns elementos, não precisa ser tudo igual à obra como uma rica fonte de
D E

original. Um exemplo disso é o modo como a fotógrafa Mônica Silva se apropria dos inspiração para os artistas
elementos das obras de Caravaggio em sua mostra Lux et Filum, uma visão contem-
modernos e suas releituras
A LD

porânea de Caravaggio, em que a artista propõem uma reflexão e a atualização do


conteúdo dessas obras para os dias atuais. O mais importante é refletirem: que leitura ultrapassam a linguagem
queremos mostrar da obra que escolhemos? da pintura. Um exemplo
Divirtam-se e explorem toda a teatralidade das obras barrocas!
disso é o projeto Tableaux
Vivants, da Companhia de
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 53


Teatro Ludovica Rambelli,
que recriou 23 obras de
Caravaggio com modelos
ST ER

vivos. Para saber mais


sobre ele, acesse o site
Orientação didática oficial da Companhia
SI AT

Inicie a atividade apresentando aos alunos imagens da mostra Lux et Filum, uma (Disponível em: <https://
visão contemporânea de Caravaggio (Disponível em: <https://www.msilva.photography/ www.ludovicarambelliteatro.
lux-et-filum-a-contemporary-vi>. Acesso em: ago. 2019) e proponha comparações entre it/en/home-2/>. Acesso em:
M

a imagem de abertura do capítulo, Ceia em Emaús, de Caravaggio, e a releitura feita ago. 2019).
pela fotógrafa Mônica Silva, brasileira radicada na Itália. Conversem sobre a mudança
proposta por Mônica ao trocar os personagens da cena e incluir representantes de
diferentes religiões. A tensão da pintura original foi alterada, sugerindo um jantar
amigável mesmo entre pessoas que seguem doutrinas religiosas diferentes. Outra
mudança radical foi uma mulher estar no lugar de Cristo, o que seria condenado
na época que Caravaggio pintou a tela original. Durante esse exercício, os alunos
percebarão que, em uma releitura, é possível trazer um olhar contemporâneo para a
obra de referência.

Tempo e perspectiva | Unidade A 47

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Orientação didática
Caso os alunos sintam
dificuldade em responder Mural do conhecimento
aos exercícios, oriente-os
a realizar a leitura dos

art
1. Circule as palavras do quadro a seguir relacionadas com as características da arte
conteúdos abordados. barroca.
Depois de terminarem o
exercício, converse sobre as

O
neutralidade tranquilidade suntuosidade exuberância
teatralidade simplicidade dramaticidade
respostas com toda a turma

BO O
e procure detectar possíveis

SC
2. Assinale a alternativa que se relaciona ao termo trompe-l’oeil.
dúvidas para que eles

M IV
( ) técnica de pintura que cria a ilusão de tridimensionalidade, comumente usada
possam verificar novamente em pinturas barrocas.
o conteúdo estudado. ( ) gênero musical que utiliza o cravo, instrumento muito presente na música bar-

O S
roca.

Atividade 1: O aluno ( ) instrumento utilizado pelos escultores barrocos europeus para esculpir o már-

D LU
more.
deverá circular as
( ) tipo de ouro usado na ornamentação do interior das igrejas barrocas brasileiras.
palavras: suntuosidade,
3. Complete as lacunas.
exuberância, teatralidade e

O C
a) A obra Êxtase de Santa Tereza é de autoria de
dramaticidade
e a obra As meninas é de autoria de .

N X
Atividade 2: Trompe- b) A principal representante feminina da pintura barroca foi
.
l’oeil: é uma técnica de
SI E
pintura que cria a ilusão c) O
nas obras de Bach.
foi um instrumento musical muito utilizado

de tridimensionalidade,
O
d) O principal tema das pinturas de Caravaggio era .
comumente usada em
pinturas barrocas. e) O maior representante da arte barroca brasileira foi
EN S

Atividade 3a: Bernini e f) O Pelourinho (em Salvador, Bahia) e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos
E U

(em Congonhas, Minas Gerais) são .


Velázquez.
4. O que são Patrimônios Culturais e qual é a importância de sua preservação?
D E

Atividade 3b: Artemisia


Gentileschi.
A LD

Atividade 3c: Cravo.

Atividade 3d: Religioso.


EM IA

54 Arte | 8o ano 1

Atividade 3e: Aleijadinho.


ST ER

Atividade 3f: Patrimônios


culturais.
Atividade 4: O patrimônio é a identidade de uma sociedade, pois ele guarda as
SI AT

características, os costumes, os comportamentos de um povo. É uma forma de registro


para o futuro. Pode-se definir patrimônio como o conjunto de bens materiais (prédios) e
imateriais (elementos marcantes da culinária, festas típicas etc.), que possui significado
cultural, artístico, religioso, estético ou documental para a sociedade. Ele representa uma
M

importante fonte de pesquisa e memória para futuras gerações.

48 Arte | 8o ano 1

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Orientação didática
Realize uma leitura do
Aprofundando o olhar texto e da imagem com os
alunos. Depois, conversem
sobre as percepções gerais.

art
A seguir, leia o texto e responda às questões.
Caso prefira, as duas
Carnaval, exemplificação do Barroco atividades iniciais podem
ser respondidas de forma

O
A festa carnavalesca representa, nas diferentes culturas, aspectos complexos e
oral com toda a turma e,

BO O
variantes. O Carnaval é um evento rico em significações, onde a intensa mistura de
fatores históricos, religiosos, étnicos, políticos e sociais atribuem um papel impor-
após a finalização, cada

SC
tante para o carnaval na sociedade brasileira. […]
aluno deverá registrá-las

M IV
No seu livro Imagens do Nordeste místico em branco e preto, Roger Bastide
descreve a arte barroca e demonstra que no Brasil o Barroco é mais que uma arte no livro.
para decorar as igrejas, mas antes de tudo uma maneira de viver.
Utilizo a terminologia barroca para definir estética e socialmente o Carnaval,

O S
porque este valoriza os aspectos que concernem o visual, assim como o espetacu- Atividade 1: O desfile das
lar e a teatralidade.
escolas de samba do Rio

D LU
O comportamento daqueles que participam do Carnaval, chamados de foliões
(palavra derivada do francês folie, loucura), é regido por uma mistura de fausto, de Janeiro é visto como
exuberância e insolência.
Conhecida como a “festa ao inverso”, o Carnaval, enquanto ritual, inverte as
uma “festa barroca” pela
estruturas sociais, as situações estruturadas do cotidiano. Ele transforma a ordem suntuosidade, representada

O C
social nos diversos locais da cidade, pois proporciona a criação de uma nova dinâ- pelos carros alegóricos,
mica de relacionamentos entre as pessoas e entre as pessoas e a cidade.
pelo luxo e requinte de

N X
É igualmente de ordem estética, considerando as diversas sensações, percep-
ções, provocadas pelas fantasias, decorações, músicas, confetes e serpentinas que alegorias e fantasias, com
“invadem” os espaços da festa, remetendo ao onírico, à felicidade de viver.
SI E muito brilho e excesso de
CARVALHO, Mário de. Carnaval, exemplificação do Barroco. O povo, 9 fev. 2013. Disponível em:
<https://www20.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2013/02/09/noticiasjornalopiniao,3003551/ ornamentação, que são
carnaval-exemplificacao-do-barroco.shtml>. Acesso em: ago. 2019. Adaptado.
características da arte
O
1. O carnaval é uma festa tradicional brasileira que acontece todos os anos em todas barroca.
as regiões do país. Na cidade do Rio de Janeiro, os desfiles das escolas de samba
EN S

são tradição e atraem muitos turistas estrangeiros e brasileiros. Há pessoas que


veem-no como uma festa “barroca”. Justifique essa afirmativa.
E U
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Tempo e perspectiva | Unidade A 55


ST ER
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Tempo e perspectiva | Unidade A 49

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Atividade 2: O carro
apresenta vários elementos
que remetem à arte
barroca: os anjos, os

Celso Pupo Rodrigues/Dreamstime.com


candelabros, os arabescos
que ladeiam o carro, e o

art
dourado, representando
os acabamentos em ouro,

O
típicos da arte barroca

BO O
brasileira.

SC
M IV
Atividade 3: Espera-se que
o aluno traga uma imagem
de desfile de Carnaval que

O S
explicite a exuberância, a

D LU
suntuosidade, o exagero,
a dramaticidade e/ou 2. Esta imagem mostra um carro alegórico, o abre-alas da escola de samba Imperatriz
Leopoldinense, do Rio de Janeiro, apresentado no Carnaval de 2018. Podemos afir-
a teatralidade da arte mar que ele faz referência à arte barroca? Por quê?
barroca, entre outras

O C
características que eles
possam identificar.

N X
SI E
O
3. Cole aqui outra imagem de um desfile de Carnaval na qual você identifique carac-
terísticas da arte barroca. Descreva essas características.
EN S
E U
D E
A LD
EM IA

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Orientação didática
Nesse momento os alunos
Mãos à obra! vão poder executar uma
obra da arquitetura barroca
apresentada no capítulo.

art
Oriente-os na formação dos
grupos de no máximo cinco
alunos. Após a escolha da

O
construção, solicite que

BO O
realizem uma pesquisa e

SC
anotem tudo que acharem

M IV
interessante. Cada grupo
deverá determinar a função

O S
de cada integrante na
execução do trabalho, que

D LU
deverá ter a participação
de todos. Converse
com a turma sobre a

O C
importância do uso de
materiais recicláveis não

N X
Você sabe o que é uma maquete? Trata-se de uma representação tridimensional,
só nessa atividade, como
SI E em tamanho reduzido, de uma obra arquitetônica ou de uma cidade. São muito utili- também no cotidiano.
zadas por engenheiros e arquitetos para apresentar os projetos de suas construções Como essa tarefa exige
ou objetos.
Ao longo deste capítulo, você pôde conhecer várias construções da arquitetura
tempo, dê as orientações
O
barroca. Agora é sua vez de produzir uma maquete. Esse trabalho deverá ser realizado que achar pertinentes à
em grupos de no máximo cinco pessoas, que devem seguir as etapas a seguir propos- realização da maquete,
EN S

tas e as orientações dadas pelo(a) professor(a).


• Escolha, com seu grupo, a construção barroca que deseja reproduzir na maquete. como pesquisa, desenho,
• Estudem, por meio de pesquisa, a obra a ser confeccionada na maquete e façam materiais etc., e instrua-os
E U

as anotações que acharem necessárias e úteis para a realização e a execução de


a realizar a montagem e a
seus trabalhos. Durante essa investigação, observem os detalhes da construção
estudada: seus acabamentos, cores e materiais. execução do trabalho em
D E

• Determinem a função que cada um vai exercer no projeto: pesquisa, desenhos casa. Determine a data da
etc. A execução final terá de ser realizada por todos.
• Selecionem os materiais a serem utilizados. Prefiram materiais recicláveis, como
apresentação da maquete
A LD

papelão, caixas, potes e garrafas de plástico etc. finalizada e solicite que


• É hora de iniciar a execução da maquete da construção escolhida. cada grupo apresente
Ao final, organizem, com o(a) professor(a), uma exposição das maquetes produ-
zidas pelos grupos. Cada grupo deve escolher um membro para apresentar a obra
seu trabalho para toda
arquitetônica representada na maquete aos colegas da turma. a turma, contando um
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 57


pouco da história da
construção escolhida por
meio da pesquisa feita
ST ER

anteriormente.
SI AT
M

Tempo e perspectiva | Unidade A 51

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Orientação didática
Ao longo do capítulo,

3
serão estudadas as
diversas formas de
representação das artes
Da ópera
cênicas, como teatro, ópera,
musicais, circo e dança, ao musical
e a maneira como essas

O
representações tão antigas

BO O
se complementam, se

SC
integram e se perpetuam

M IV
na contemporaneidade.

O S
Explore a abertura

D LU
A imagem mostra a cena
de um musical em que uma
atriz canta enquanto outros
artistas encenam e dançam,

O C
demonstrando as inúmeras

N X
linguagens artísticas que
são requeridas nesse
SI E
tipo de espetáculo. Antes
de conversarem sobre
as questões, peça que
O
observem as expressões
corporais e faciais dos
EN S

personagens, os figurinos,
E U

o cenário, e que imaginem


VASCULHANDO IDEIAS
que tipo de música está
sendo tocada e cantada
D E

1. Em sua opinião, a que tipo de apresentação


nessa cena. esta imagem remete?
2. Que diferenças você reconhece entre os
A LD

vários tipos de artes cênicas?


Atividade 1: Resposta 3. Você já assistiu a espetáculos de teatro,
pessoal. Os alunos podem dança ou musicais? Se sim, conte sua
trazer diferentes respostas. experiência para a turma.

Alguns podem achar que


EM IA

é uma cena de teatro,


outros, de ópera ou até
ST ER

mesmo podem reconhecer


que a cena é de um
Atividade 2: Resposta pessoal. Neste momento, aproveitem o levantamento de artes
musical. Ao apontarem
cênicas feito no item 1 e lembrem-se de outras, como dança, circo, performances.
a resposta, o importante
SI AT

Levantem hipóteses sobre o que as diferenciam; por hora, não é necessário dar
é que justifiquem-na e
respostas definitivas, pois, ao longo do capítulo, haverá conteúdos que auxiliarão na
aproveitem para fazer
compreensão dessas ideias iniciais.
um levantamento de
M

manifestações artísticas
Atividade 3: Resposta pessoal. Os alunos poderão compartilhar suas experiências
cênicas.
com espetáculos artísticos que já tenham visto.

52 Arte | 8o ano 1

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• (EF69AR26) Explorar
diferentes elementos
envolvidos na
Cena do espetáculo musical My Fair Lady,
no Capitol Theatre, em Sidney, Austrália.
composição dos
acontecimentos cênicos
(figurinos, adereços,
cenário, iluminação e
sonoplastia) e reconhecer

O
seus vocabulários.

BO O
• (EF69AR30) Compor

SC
improvisações e

M IV
acontecimentos cênicos
com base em textos

O S
dramáticos ou outros
estímulos (música,

D LU
imagens, objetos
etc.), caracterizando
personagens (com

Photoshot/Easypix Brasil
O C
figurinos e adereços),
cenário, iluminação

N X
e sonoplastia e
SI E considerando a relação
com o espectador.
• (EF69AR03) Analisar
O
situações nas quais as
linguagens das artes
EN S

visuais se integram às
linguagens audiovisuais
E U

(cinema, animações, vídeos


etc.), gráficas (capas de
livros, ilustrações de textos
D E

A diversos etc.), cenográficas,


arte do entretenimento acompanha a história da hu-
A LD

manidade desde a Antiguidade e manifesta-se por


meio das artes cênicas, representadas por expressões coreográficas, musicais etc.
artísticas como o teatro, a música, a dança e o circo. Mas, ao • (EF69AR14) Analisar e
longo do tempo, todas elas adquiriram inúmeros formatos,
integraram-se e mesclaram linguagens, o que levou ao surgi- experimentar diferentes
mento de surpreendentes espetáculos. elementos (figurino,
EM IA

iluminação, cenário,
trilha sonora etc.) e
ST ER

espaços (convencionais
e não convencionais)
Objetivos do capítulo para composição
cênica e apresentação
SI AT

O presente capítulo faz um estudo sobre diferentes estilos cênicos, desde a origem
coreográfica.
do teatro até hoje, estabelecendo suas características ao longo do tempo e no espaço,
o que estimula a apreciação da estética teatral. Também são explorados os elementos • (EF69AR32) Analisar e
que compõem os acontecimentos cênicos, tais como figurinos, adereços, cenários, explorar, em projetos
M

iluminação e sonoplastia, que tornam possível a execução de diferentes espetáculos. temáticos, as relações
São apresentados os diferentes gêneros teatrais, com ênfase à ópera e ressaltando processuais entre diversas
a música como importante complemento no teatro, no cinema, na dança e nos linguagens artísticas.
espetáculos circenses.
Conceitos-chave
Habilidades
Teatro, música, ópera,
• (EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no cinema, circo, dança.
tempo e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.

Tempo e perspectiva | Unidade A 53

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Orientação didática
Peça aos alunos que
façam uma leitura coletiva
PONTO DE PARTIDA
do texto e conversem sobre
a compreensão que tiveram

art
dos posicionamentos Leia o texto e observe a imagem para responder às questões a seguir.
trazidos pelos arquitetos

Pavel Losevsky/Dreamstime.com
entrevistados na matéria.

O
Você pode continuar a

BO O
conversa com base nos

SC
itens desta seção, assim os

M IV
alunos poderão responder
às questões oralmente e,

O S
depois, escrevê-las no livro.

D LU
O C
N X
Sala de espetáculos.

SI E Teatro não é auditório


A escassez de teatros no Brasil favorece o surgimento de espaços de múltiplo
O
uso, teoricamente capazes de acolher desde espetáculos dramáticos até orques-
tras, o que, na prática, não é bem assim, pois as características físicas do espaço
próprio para a fala não são as mesmas necessárias à música.
EN S

“O ideal seria haver casas específicas para cada tipo de uso ou ainda projetos
multiuso que conciliem as soluções apropriadas, usando recursos como painéis
E U

giratórios, com diferentes tratamentos acústicos em cada face, ou painéis motori-


zados que sobem e descem em diferentes alturas. Obviamente o custo é maior”,
afirma o arquiteto Milton Granado, professor da disciplina conforto ambiental na
FAU-Mackenzie, de São Paulo.
D E

Na visão do arquiteto e cenógrafo José Carlos Serroni, todos os problemas


podem ser controlados a partir de um projeto bem planejado. “Pode-se trabalhar
A LD

Acústica: qualidade cada espaço conforme sua arquitetura e conformação acústica, com o estudo de
da propagação volumetria e a escolha de revestimentos adequados”, explica. […]
dos sons em
um ambiente,
O formato da sala também faz diferença. “A forma de leque, herdada das salas
considerada do ponto de cinema, não é a mais adequada. As melhores salas são as retangulares, estreitas
de vista da percepção e longas, com forro razoavelmente alto e paredes paralelas”, afirma José Augusto
dos ouvintes. Nepomuceno, arquiteto especializado em acústica. […]
EM IA

60 Arte | 8o ano 1
ST ER
SI AT
M

54 Arte | 8o ano 1

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isolamento de tudo o que
acontece lá fora. As salas
de espetáculos também
Para Serroni, um bom teatro para palavra deve ter em média 500 lugares dis- objetivam essa sensação de
tribuídos em até 22 fileiras de poltronas. “O público deve ver as expressões do ator suspensão da realidade e
no palco”, diz. Já as salas para música podem ter 2 mil lugares, pois o importante
de imersão na obra cênica.

art
não é a cena, mas a performance musical. […]
Deve-se considerar a possibilidade de adotar palco giratório, disponíveis no Brasil
somente no Teatro Abril e no Paládio, segundo Serroni. Devem ser previstos ainda
fosso elevatório para orquestra, elevador de cena, salas de ensaio, coxias laterais e de Atividade 3: Resposta

O
fundo de palco, que darão apoio ao ator e à equipe técnica. Barras de aço para sus- pessoal. Espera-se que os

BO O
tentar elementos cênicos em geral devem ser instaladas sobre a caixa de cena a cada
1,5 m, no sentido da profundidade do palco.
alunos exponham a opinião

SC
CORBIOLI, Nanci. Salas de espetáculos: teatro não é auditório. sobre a possibilidade de as

M IV
Projeto Design, ed. 266. Disponível em: <https://www.arcoweb.com.br/
projetodesign/lighting_design/salas-de-espetaculos-01-04-2002>. Acesso em: ago. 2019. apresentações acontecerem
em ruas, praças ou
1. A maioria dos espetáculos cênicos e musicais acontece em salas destinadas a eles,
qualquer lugar aberto. Peça

O S
com espaços específicos para a plateia e para o palco. Segundo o texto, que outras
especificações são importantes para o espaço onde acontecem esses diferentes que falem sobre os prós e

D LU
tipos de apresentação?
os contras desse tipo de
local para apresentações
e expliquem como as
imaginam. Comente sobre o

O C
entorno se tornar o cenário
e as encenações estarem

N X
mais pautadas no próprio
SI E ator e em sua atuação.
Outra peculiaridade dos
espetáculos a céu aberto
O
é que, como não se
2. Em sua opinião, qual é a importância dessas exigências para a construção das salas
está numa sala fechada
EN S

de espetáculos?
e isolada de outros
E U

acontecimentos, situações
que surgem ao redor
podem ser incorporadas às
D E

cenas. Você pode citar que


existe um gênero de teatro
A LD

que explora exatamente


essas potencialidades: o
3. Você acredita que essas apresentações também podem acontecer em espaços sem Teatro de Rua, que será
tanta infraestrutura, como locais abertos? Se sim, de que modo?
abordado mais adiante
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 61 neste capítulo.


ST ER

Atividade 1: É importante que os alunos reconheçam que cada manifestação artística


cênica requer diferentes tipos de espaço para a apresentação. No texto, os arquitetos
SI AT

falam sobre a acústica para que o público possa ouvir bem atores e músicos, sobre o
formato da sala e a distância máxima das cadeiras do palco de teatro (“o público quer
ver as expressões do ator”, afirma um deles), além de outras possibilidades, como
M

“fosso elevatório para orquestra, elevador de cena, salas de ensaio, coxias laterais e de
fundo de palco, que darão apoio ao ator e à equipe técnica” e até barras de aço para
sustentar elementos do cenário.

Atividade 2: Resposta pessoal. Espera-se que os alunos reconheçam que esses


espetáculos têm necessidades específicas para que possam ser apresentados como
planejado, com cada detalhe idealizado, desde a iluminação, que é feita para destacar
determinados pontos, até a boa audição do que é dito, tocado ou cantado. Peça aos
alunos que pensem em suas experiências em salas de cinema e na sensação de

Tempo e perspectiva | Unidade A 55

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Registro

TEATRO: UMA BREVE HISTÓRIA


A palavra teatro origina-se do termo grego théatron, significando o “lugar onde se

art
vai para ver”. Trata-se de uma forma de arte em que um ator ou um grupo de atores
interpreta uma história para determinado público, em algum lugar. O surgimento do
teatro (nos moldes mais próximos ao atual) está ligado à Grécia Antiga (século VI a.C.),
em que ocorriam festivais anuais em homenagem a Dionísio, o deus do vinho, da sen-

O
sualidade e da fertilidade. Tais apresentações teatrais ocorriam na primavera. Havia a

BO O
exposição de grandes máscaras. Vale destacar que só havia homens, pois, na época,
não era permitido às mulheres atuar.

SC
Os gregos construíram teatros ao ar livre, conhecidos como teatros de arena, e

M IV
inauguraram dois gêneros teatrais: a tragédia e a comédia.
A expressão de sentimentos humanos por meio do teatro sempre esteve presente
na história da humanidade. Na Pré-História, eram encenadas atividades de caça para

O S
o grupo, sem ainda ser um espetáculo propriamente dito.
Durante a Antiguidade, o teatro era considerado sagrado. As peças faziam a in-
vocação de deuses e forças da natureza, em rituais para chamar a chuva, tornar a

D LU
terra fértil, atrair boas caças etc. Os rituais incluíam danças, cantos e encenações de
histórias dos deuses.
Na Roma Antiga, o caráter profano foi introduzido ao teatro. Os espetáculos de
circo eram competições de gladiadores, lutas que por vezes envolviam feras e iam até

O C
a morte de um dos combatentes.
Durante a Idade Média, o teatro era utilizado para propagar a fé católica. As ence-
nações de passagens bíblicas ocorriam em missas nos interiores das igrejas e, com o

N X
tempo, as peças foram ficando mais elaboradas e passaram a ser encenadas em pra-
ças que ficavam diante delas, atraindo um grande público. Os palcos eram largos e os
SI E
O
cenários bem simples. Posteriormente, surgiram pequenos grupos populares que se
deslocavam de um local a outro de carroça para se apresentar e faziam dela o palco
de suas apresentações; esses grupos ficaram conhecidos como saltimbancos. Em 1548,
a igreja tentou pôr fim às encenações religiosas, mas a proibição consolidou o teatro
popular, que deu origem a dois gêneros
Sergdid/iStockphoto.com

teatrais: as comédias bufas, conhecidas


EN S

também como tolices, que encenavam


peças com temas políticos ou sociais; e a
farsa, que zombava do cotidiano.
E U

Durante o Renascimento, entre a me-


tade do século XIV e o século XVI, surgiu
na Itália a Commedia dell’arte, caracteri-
D E

zada por apresentações engraçadas, com


diálogos improvisados e apresentações ao
A LD

ar livre. Fazia uso de mímicas, acrobacias e


danças no palco. As máscaras também es-
tavam presentes. Nesses espetáculos, sur-
giram personagens até hoje conhecidos,
como o Arlequim, o Pierrot, a Colombina, o
Ruínas de um teatro em Siracusa, Grécia.
Polichinelo, o Pantaleão e o Briguela.
EM IA

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ST ER
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Atividade
complementar
No mesmo período surge, na Inglaterra, William Shakespeare, considerado o maior Comediógrafo: Organize uma sessão
escritor inglês e um dos principais escritores e dramaturgos do mundo. Na França, o escritor de comédias.
de cinema para que os
destaque foi Molière, patrono dos atores franceses e comediógrafo, criador de peças
alunos assistam a uma

art
como O avarento, Escola de mulheres, O misantropo e O doente imaginário.
Nos séculos XVIII e XIX, o Romantismo imprime o drama no teatro, em substituição adaptação cinematográfica
à comédia e à tragédia. As peças passam a tratar da emoção, surgindo o melodrama.
Também se adotam encenações que buscam
da tragédia mais conhecida
de Shakeaspere: Romeu

O
Nastasic/iStockphoto.com
se aproximar mais da realidade. A partir do

BO O
século XIX, surgiram o Naturalismo e o Rea- e Julieta (1591-1595).
lismo, que imprimiram a crítica social às en-
Há inúmeras versões

SC
cenações, trazendo à tona questões políticas

M IV
e diversos aspectos da sociedade. Nessa pro- produzidas – a primeira foi
dução, destacam-se criadores como o norue-
guês Henrik Ibsen e o russo Anton Tchekhov.
feita em 1902, uma versão
muda, perdida, de Georges

O S
Com o Naturalismo e o Realismo, o teatro evo-
luiu e começou a tratar de questões políticas Méliès, e a mais recente
e sociais da sociedade vigente.
foi produzida em 2013,

D LU
No século XX, no espírito das vanguardas
estéticas e dos embates políticos do período, passando pela clássica de
dramaturgos propuseram pesquisas de lin- Franco Zeffirelli, de 1968.
guagem, por vezes questionando a represen-
Algumas das adaptações

O C
tação realista e a relação entre atores e públi-
co. São exemplos dessa abordagem o Teatro trazem versões em
Épico, cujo maior expoente foi o dramaturgo
contextos contemporâneos,

N X
alemão Bertolt Brecht, e o Teatro do Absurdo,
apresentado por autores teatrais como Iones-
Ilustração de época
dos atores da como Romeu + Julieta, de
SI E co e Samuel Beckett. Commedia dell’arte.
Baz Luhrmann, de 1996.
Pesquise e escolha a versão
que achar mais adequada
O
WiLLiam ShakeSpeare ao perfil de sua turma.
Georgios Kollidas/
Dreamstime.com

EN S

William Shakespeare (1564-1616) foi um dramaturgo e poeta inglês, considerado um dos maiores escritores
de todos os tempos. Sua primeira grande obra foi Romeu e Julieta (1591-1595), a mais conhecida das tragédias
de amor, adaptada para o cinema diversas vezes. Escreveu 37 peças teatrais, entre comédias, tragédias e dra-
mas históricos. Destacam-se: Hamlet, Otelo, Macbeth, Sonho de uma noite de verão e Ricardo III. Considerado
E U

o mais influente dramaturgo de todos os tempos, o “poeta nacional da Inglaterra” continua a ser o autor com
mais peças teatrais encenadas no mundo.
D E
A LD

moLière
Condé Museum,
Chantilly

Jean-Baptiste Poquelin (1622-1673) ficou conhecido como Molière e teve especial importância para o teatro
francês por dissociá-lo de temas da mitologia grega. Muitas de suas peças apresentavam críticas aos costumes
da época. Como encenador, ficou conhecido por ser meticuloso e detalhista, buscando sempre perfeição nas
cenas que dirigia.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 63


ST ER
SI AT
M

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Aprofunde o
conhecimento
Caso deseje saber mais
sobre o teatro brasileiro
AMPLIAÇÕES

O teatro no Brasil
contemporâneo, consulte o

art
O teatro no Brasil teve início no século XVI, com os padres jesuítas. Eles utilizavam as encenações teatrais para
site: <https://primeiroteatro. difundir a fé católica entre os indígenas. José de Anchieta foi o primeiro autor de uma peça teatral, com autos para
a catequese indígena. Em geral, as peças eram escritas em tupi, latim, português ou espanhol. Elas tinham cunho
blogspot.com/>. Acesso em: religioso, didático e moral. Os personagens representados eram santos, demônios e imperadores.
A partir do século XVII, surgem outros tipos de teatro, com celebrações muito semelhantes ao Carnaval: as
ago. 2019.

O
pessoas saíam às ruas mascaradas, com adereços, e dançavam e cantavam tocando instrumentos. Com a chegada

BO O
da família real no Brasil, em 1808, o panorama artístico e cultural começou a mudar. Grandes espetáculos estran-
geiros vieram ao país para divertir a nobreza, o povo não participava; o teatro não tinha uma identidade brasileira.

SC
No século XIX, o teatro passa a ganhar uma identidade nacional com apresentações genuinamente brasileiras.
Nesse período, o Romantismo deu força ao teatro brasileiro, com peças escritas por grandes autores, como João

M IV
Caetano, Machado de Assis e José de Alencar.
A partir de 1943, o teatro brasileiro se renova com a peça Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues, que moderni-
zou o teatro brasileiro e incentivou o surgimento de novos grupos teatrais que revelaram muitos artistas, como o
Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), o Teatro de Arena e o Teatro Oficina. Em 1964, com o golpe militar, muitas peças

O S
sofreram censura de trechos do texto ou foram cance-

IMS, RJ
ladas, como Calabar (de Chico Buarque e Ruy Guerra) e
Rasga coração (de Oduvaldo Vianna Filho).
A normalidade é retomada com a abertura política

D LU
(processo de retomada da democracia), na década de
1980, que deu espaço a experimentações de lingua-
gem como as propostas pelos grupos Asdrúbal Trouxe
o Trombone e O Teatro do Ornitorrinco, e artistas como
Plínio Marcos, Antunes Filho e Gerald Thomas.

O C
O teatro contemporâneo brasileiro é marcado pela
pluralidade de linguagens; produções com linguagens
experimentais, como as do grupo Teatro da Vertigem,
convivem com produções de maior apelo comercial,

N X
como comédias stand-up e espetáculos grandiosos Cena do espetáculo Vestido de noiva, de Nelson
Rodrigues, encenada pela primeira vez em 1943.
inspirados nos musicais da Broadway.
SI E Gêneros teatrais
Há peças de teatro de diferentes tipos. Algumas focam no drama, provocando
O
lágrimas no público, e outras, com tramas engraçadas, acabam por arrancar risadas.
Essas nuances resultaram na criação dos gêneros teatrais.
Hoje, são inúmeros gêneros, mas, nos primórdios do teatro grego, havia dois tipos:
EN S

a comédia, que era baseada em sátiras e recorria a ironias, deboches e gozações, mas
também apresentava um viés crítico; e a tragédia, que explorava as emoções humanas
E U

mais dramáticas, como paixões e dores, com narrativas tensas e comumente com um
final infeliz e impactante. Segundo a teoria do filósofo grego Aristóteles, fundamental
para a teoria dos gêneros, a comédia caracterizava-se por representar as ações das
pessoas comuns da pólis (cidade); a tragédia, por colocar no palco personagens no-
D E

bres e heroicos, por vezes deuses ou semideuses.


Outros gêneros foram surgindo e diferenciando-se por determinados aspectos,
A LD

seja pela temática, pelo modo como o texto foi escrito, pelo número de atores presen-
tes em cena, pela dinâmica dos diálogos, seja pela intersecção de linguagens. Alguns
exemplos de gêneros teatrais são o auto, o melodrama, a farsa, a tragicomédia, a ópe-
ra, o musical, o stand-up e o monólogo.
Há ainda estes outros gêneros, que recorrem ao uso de bonecos e exploram outras
formas de encenação ou de apresentação:
EM IA

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Registro

Teatro de sombras

noegrr/iStockphoto.com
O teatro de sombras originou-se

art
na China e espalhou-se pelo mundo.
As histórias são contadas por meio
de sombras, que são projetadas em
um tecido ou na parede. As sombras

O
formam-se de figuras recortadas e
manipuladas por pessoas ou mesmo

BO O
do próprio corpo dos atores, que en-

SC
cenam na frente de uma fonte de luz
Teatro de sombra de fantoches.

M IV
(como velas, lanternas ou luz solar).

Teatro de marionetes e de fantoches


No teatro de marionetes e no de fantoches, são utilizados bonecos, que são mani-

O S
pulados por pessoas. As marionetes são bonecos presos a fios ou varetas, e os fanto-
ches são bonecos colocados como luvas nas mãos.

D LU
Zzvet/iStockphoto.com

titoslack/iStockphoto.com

O C
N X
SI E
O
Teatro de marionetes. Teatro de fantoches.
EN S

AMPLIAÇÕES
E U

Teatro de bonecos no Brasil: mamulengos


Os mamulengos são bonecos esculpidos de formas
Paula Montenegro/Dreamstime.com

simples, originários do Nordeste brasileiro, e que se espa-


lharam para outras regiões do país, sendo conhecidos por
meio do tradicional teatro de bonecos. A apresentação do
D E

teatro de mamulengo é conhecida como “brincadeira” e é


passada oralmente de geração em geração. Muitos acredi-
tam que o nome mamulengo se originou de “mão molen-
A LD

ga”, ideal para que o boneco pudesse ser manipulado com


mais facilidade e parecesse vivo. Os bonecos podem ser
manipulados por uma ou mais pessoas, dando vida a eles
por meio de voz e movimentos. O teatro de mamulengo é
um patrimônio cultural imaterial brasileiro e foi batizado
Teatro de mamulengos.
de Teatro de Bonecos Popular do Nordeste.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 65


ST ER
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M

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Orientação didática
O texto aborda os gêneros
de teatro e suas diversas Teatro de mímica
formas de apresentação. O O teatro de mímica também é conhecido como a arte da pantomima. Nele, o artista
Pantomima: é a
teatro lambe-lambe é uma arte de representar ou os artistas não usam a voz e se comunicam por gestos e expressões corporais e faciais.

art
somente por gestos e
delas, mais recente, criada expressões faciais.

Kontrec/iStockphoto.com
por duas brasileiras que se
inspiraram nos fotógrafos

O
lambe-lambe, ambulantes

BO O
que ficavam em praças

SC
e parques à espera de

M IV
pessoas que solicitassem
seus trabalhos, geralmente

O S
fotos de família ou para
documentos. Explique

D LU
aos alunos que há várias
versões sobre o motivo
de esses fotógrafos serem
Teatro de mímica.

O C
chamados de lambe-lambe, Teatro de rua
e as mais prováveis são:

N X
O teatro de rua é desenvolvido em espaços externos, preferencialmente públicos,
lambiam a placa de vidro com fácil acesso à população. É comum que os elementos da paisagem do entorno
se tornem cenário das encenações, assim como situações que acontecem ao redor
para saber qual era o lado
SI E podem ser incorporadas às cenas. A improvisação é bastante presente e, por vezes,
da emulsão; lambiam surgem elementos das artes circenses; é muito comum que as peças apresentem crí-
a chapa para fixá-la, já ticas políticas, com o intuito de gerar conscientização social.
O
que na época faziam a

Paula Montenegro/Dreamstime.com
revelação das fotos dentro
EN S

da caixa fotográfica. Esses


profissionais contribuíram
E U

muito para a popularização


da fotografia.
D E
A LD

Cena de Romeu e Julieta, produzida pelo grupo Grupo Galpão, na Praça do Papa,
Belo Horizonte, Minas Gerais.
EM IA

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Amplie a abordagem
Se os alunos quiserem
Teatro lambe-lambe saber mais sobre os
O teatro lambe-lambe também é conhecido como teatro de miniaturas, teatro de fotógrafos lambe-lambes,
caixa, miniteatro ou caixa mágica. Suas apresentações, de curta duração, são reali- indique estes materiais

art
zadas dentro de uma pequena caixa, na qual o artista encena usando fantoches ou
objetos, e são assistidas individualmente.
para ampliar seus
conhecimentos:
• Lambe-lambe: o fotógrafo

Davi Ribeiro/Folhapress

O
da praça. Disponível

BO O
em: <http://coletiva.

SC
net/artigos/lambe-

M IV
lambe-o-fotografo-da-
praca,233904.jhtml>.

O S
Acesso em: ago. 2019.
• Vídeos de apresentações

D LU
de teatro lambe-lambe.
Disponível em: <http://
www.ciamutua.com.br/

O C
Teatro lambe-lambe.

wordpress/?page_id=61>.
Acesso em: ago. 2019.

N X
AMPLIAÇÕES

O fotógrafo e o teatro lambe-lambe


SI E O teatro lambe-lambe é uma criação de duas brasileiras: Ismine Lima e Denise di Santos. Surgiu no Brasil em
1989 e espalhou-se por diversos países. A ideia surgiu da antiga câmera fotográfica usada pelos fotógrafos lambe-
-lambe em praças e parques, que foi adaptada para o teatro com furos laterais por onde as mãos do bonequeiro
passam para manipular os personagens. É diversão a ser apreciada por uma pessoa por vez.
O
Folhapress

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Fotógrafo
lambe-lambe
no parque
Jardim da
Luz, em São
Paulo.
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Orientação didática
Neste momento, é preciso
apresentar os elementos Elementos formais do teatro
formais que fazem parte do Para que uma encenação teatral se realize, além dos atores, alguns elementos são
teatro e são imprescindíveis imprescindíveis. Veja alguns deles a seguir.

art
para que uma apresentação

Mengtianhan/Dreamstime.com
aconteça. Apesar de muitas
vezes serem caracterizados

O
como a arte do ator,

BO O
além dessa figura, outros

SC
elementos são importantes

M IV
para o acontecimento
cênico. Assim como há

O S
diferentes tipos de palcos
para a realização das

D LU
apresentações, há diversos
profissionais envolvidos Cena de teatro musical, em Jiangxi, província da China, em 2015.
no processo de criação

O C
artística, como o diretor, o Cenário
cenógrafo, o figurinista, o A cenografia é a construção do ambiente onde a peça acontece. Ela compõe o cli-

N X
profissional da música e da ma e o ambiente do espetáculo. Os objetos de cena não são apenas decorativos, pois
possuem relação com a própria composição dela. Alguns espetáculos apresentam ele-
iluminação, e muitos outros.
SI E Ato: cada parte de mentos cénicos mínimos, apenas suficientes para sugerir o local em que as ações se
uma peça de teatro passam; já outros apresentam ambientações realistas e detalhadas, por vezes diferen-
ou de uma ópera.
tes para cada ato da peça.
O
Figurino
O figurino é o traje (roupas, calçados, acessórios) usado pelos atores durante uma
EN S

peça teatral. Os elementos presentes em um figurino são construídos a fim de criar


significados – por exemplo, para que os espectadores reconheçam um personagem
E U

e suas características (físicas e psicológicas). Também é elemento importante para


caracterizar a época em que as ações se passam, ao reproduzir vestimentas caracte-
rísticas de um período. O figurinista precisa ter conhecimento aprofundado do texto
teatral e das intenções do encenador – a interpretação que ele deseja apresentar
D E

daquele material –, pois o figurino é um dos instrumentos que o diretor teatral possui
para transmitir visualmente uma informação a seu público.
A LD

Maquiagem
A maquiagem é fundamental para a criação do personagem e para o processo de trans-
formação dos atores. Com ela, podem ser realçadas características dos personagens ou
criadas expressões específicas necessárias em algumas cenas. Até mesmo cicatrizes, marcas
corporais e hematomas podem ser simuladas nos corpos dos atores pelos maquiadores.
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Aprofunde o
conhecimento
Sonoplastia Há outros tipos de palcos
A sonoplastia corresponde ao som, ou conjunto de sons, utilizado durante a exibição além dos apresentados
da peça para dar ênfase às emoções dos atores e aumentar o envolvimento do público. no boxe Ampliações,

art
Envolve músicas, ruídos e até mesmo falas, em alguns casos. A execução de músicas
pode ser ao vivo ou por meio eletrônico. Os ruídos podem ser naturais, provocados pela muitas vezes criados em
ação da própria encenação, ou de efeito, quando são inseridos na cena interferindo na consonância com o modo
narrativa. Há um profissional especialista nessa tarefa, o designer de som, que planeja
como realizadores teatrais

O
o exato momento em que as músicas e os ruídos devem ser executados.

BO O
concebem a atividade e a
Iluminação
relação a ser estabelecida

SC
O projeto de iluminação de uma peça é responsável, entre outras características,

M IV
por destacar ou encobrir partes do cenário ou da encenação de acordo com o roteiro
com o público. Conheça
criado para a apresentação. Ela é planejada previamente, definindo onde os focos de os casos do Teatro
luz serão ativados e desativados ao longo do desenrolar das cenas do espetáculo. A Oficina e do teatro Sesc

O S
iluminação é usada de forma estratégica e pode valorizar por meio do foco, por exem-
plo, um ator, levando o olhar do público para sua atuação, e escurecer parte do palco, Pompeia, ambos em São
Paulo, concebidos pela

D LU
escondendo a entrada e o posicionamento de outros atores ou elementos cênicos,
que serão parte da cena posteriormente. A iluminação também pode ajudar a criar a
ilusão de passagem de tempo, ao simular a atmosfera noturna ou diurna, por exemplo,
arquiteta Lina Bo Bardi:
ou a produzir efeitos de luzes que auxiliem a transmitir a mensagem almejada para o <http://www.vitruvius.
público. O iluminador precisa ter o domínio do texto e das marcações cênicas. com.br/revistas/read/

O C
arquitextos/09.101/100>.
AMPLIAÇÕES
Acesso em: ago. 2019.

N X
Os palcos teatrais

SI E Para que uma peça teatral se realize, são necessários: o ator, ou os atores, e o público, independentemente
do espaço em que o espetáculo é realizado. Na contemporaneidade, encontramos inovações no que diz respei-
to aos locais onde acontecem os espetáculos teatrais. As peças podem ocorrer em espaços abertos, fechados,
públicos ou privados. Mas, desde o início do teatro, foram explorados diversos tipos de palco, cuja forma e
disposição das cadeiras da plateia permitem diferentes relações entre atores e público. Cada palco oferece um
O
tipo de dinâmica às encenações e à experiência de assistir à peça.
Conheça, a seguir, os principais tipos de palco.

• Palco à italiana: é o mais conhecido e usado nas salas de teatro. Os


EN S

espectadores assistem à peça pela frente e a cortina é usada, quando


fechada, para mudança de cenário, durante intervalos ou para indicar
o final do espetáculo.
E U

• Palco elizabetano: é o palco de teatro que se desenvolveu na época de


Shakespeare. Tem um formato que se aproxima do público, pois, além
de ser mais baixo, quase na altura do chão, as cadeiras da plateia ficam
à frente, mas também nas laterais do palco; assim os atores passam a
D E

explorar novos posicionamentos para atuar.


• Palco de arena ou teatro de arena: o palco fica no centro e a plateia
em arquibancadas, em todo o seu entorno. Há maior proximidade entre
A LD

atores e público. Sem a presença das coxias, também chamadas de basti-


dores (áreas laterais e fundo do palco, onde atores e cenários ficam antes
de entrar em cena), costuma-se usar um cenário fixo, com elementos que
possam ser vistos de todos os ângulos das arquibancadas. O propósito
da encenação, da cenografia e da iluminação precisa considerar a visão
em 360 graus que esse palco permite ao público.
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Registro

O TEATRO MUSICAL
O teatro musical associa três tipos de arte: a música, a dança e o diálogo falado.

art
Um musical é formado por música, interpretação teatral e enredo, sendo este último
a sucessão de acontecimentos que contam a história; ele é desenvolvido não somente
pela parte falada (não cantada) da peça, mas também por performances de dança,
encenação e canto.

O
Os teatros musicais mais famosos do mundo têm suas produções elaboradas na

BO O
Broadway, em Nova York, e no West End, em Londres.

SC whitemay/iStockphoto.com
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Cartazes de musicais em cartaz em Londres.

SI E Até hoje, o musical mais famoso é O fantasma da ópera, que teve sua primeira
apresentação em 1986 no West End; e em 1988 foi exibido na Broadway, onde ficou em
cartaz por mais de 25 anos.
O

ZUMA Press, Inc./Alamy Stock Photo


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Cena do musical O fantasma da ópera, no Teatro Renault, em São Paulo, 2018.


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Registro

Há musicais que se destacaram por seu caráter inovador, como Cats, que é pra-
ticamente todo cantado, com poucos diálogos entre as músicas, sendo a dança o
elemento-chave das encenações.

art
Noam Galai/Getty Images for CATS

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Cena do musical Cats, durante apresentação na Broadway, Nova York, em 2016. A peça,
criada por Andrew Lloyd Webber, é baseada em poemas de T. S. Eliot.

O C
Na França, também encontramos produções de teatro musical, chamado de
comédie musicale. Já no Brasil, sua origem está relacionada ao teatro de revista,

N X
gênero que surgiu em 1859, revelou grandes talentos e caiu no gosto popular. Nas
apresentações havia bailarinas conhecidas como vedetes, vestidas com muitas plu-
SI E mas e paetês, além de músicos e atores. Em 1960, depois de anos de sucesso, as
apresentações foram encerradas.

Folhapress
O
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Cena do teatro de revista no Brasil, 1958.


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Registro

Alguns musicais de sucesso em Nova York e Londres passaram a ser produzidos


no Brasil, como O rei leão (uma versão da animação da Disney em teatro musical) e O
fantasma da ópera. A primeira adaptação da Broadway ocorreu no Brasil em 1962 com

art
o musical Minha querida dama (My Fair Lady), interpretado por Bibi Ferreira e Paulo
Autran (ambos já falecidos).
Atualmente, há produções com roteiros totalmente nacionais, como Tim Maia, Vale
tudo e Elis Regina, o musical.

O
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SC Zoonar GmbH/Alamy Stock Photo
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Cena do musical O rei leão,
na Broadway, em Nova
York, em 2012. Quando foi
encenado no Brasil, uma

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das músicas ganhou uma
versão em ritmo de samba.

N X
ÓPERA
SI E A ópera surgiu no início do século XVI, na Itália. Consiste em um drama encenado
por cantores de ópera, que são acompanhados por um grupo musical ou até por uma
orquestra. O texto da ópera é denominado libreto. É geralmente escrito em verso, con-
tendo histórias que podem ser baseadas em acontecimentos reais, com temas ligados
O
ao amor, à tragédia e até à comédia.
Diferentemente do teatro musical, a ópera é sempre cantada. Os diálogos, presentes
no musical, são substituídos por recitativos (música entoada de forma semelhante a um
EN S

discurso) – quando o texto é cantado por apenas uma pessoa, trata-se de um solo; quan-
do um grupo canta, é um coro. No musical, os atores principais dançam, o que não ocorre
E U

na ópera. Outra diferença é que a ópera costuma ser apresentada na língua original,
enquanto o musical pode ter tradução para a língua do local em que ocorre o espetáculo.
D E

AMPLIAÇÕES

Vozes da ópera
A LD

Os cantores de ópera são agrupados e classificados de acordo com seu timbre de voz.
As vozes masculinas costumam ser mais graves, sendo elas: baixo, baixo-barítono, barítono, tenor e contraltino.
As vozes femininas costumam ser mais agudas. São elas: contralto, mezzo-soprano e soprano.
Saiba mais sobre o assunto lendo o artigo “A beleza das vozes operísticas”, ilustrado com vídeos de apresenta-
ções de cantores de ópera. Disponível em: <https://www.megacurioso.com.br/musica-e-danca/48164-a-beleza-das-
vozes-operisticas.htm>. Acesso em: ago. 2019.
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Registro

A primeira ópera criada no século XVI foi Dafne (1598), por Jacopo Peri e Ottavio
Rinuccini. Durante os séculos XVIII e XIX, foram compostas várias óperas que se torna-
ram muito famosas, como Aída, de Giuseppe Verdi; As bodas de Fígaro, Don Giovanni

art
e A flauta mágica, de Wolfgang Amadeus Mozart.

imageBROKER/Alamy Stock Photo

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Cena da ópera Aída, de Giuseppe Verdi, apresentada em anfiteatro em Verona, Itália. Observe que o figurino dos personagens

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principais se destaca dos demais, indicando seu papel central na composição da cena e da narrativa.

SI E A Itália é o país de maior destaque em produções de ópera. Além de ser a pátria de


Claudio Monteverdi, criador de L’Orfeo (1607) e considerado o primeiro grande gênio do
gênero, no período de apogeu da ópera, no século XIX, o país presenciou o surgimen-
to das obras de grandes artistas como Gioacchino Rossini, Vincenzo Bellini e Gaetano
O
Donizetti. Outros países europeus também tiveram cultores relevantes do gênero, como
o francês Georges Bizet e o alemão Richard Wagner.
EN S
Vibrant Pictures/Alamy Stock Photo

Zé Carlos Barretta/Folhapress
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Cena da ópera O barbeiro de Sevilha, de Gioacchino Rossini, no London Cena da ópera A valquíria, de Richard Wagner, no Theatro Municipal de
Coliseum, em Londres, Inglaterra, em 2015. São Paulo, São Paulo, em 2011.
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Registro

Os teatros de óperas eram construções austeras e imponentes. Atualmente, exis-


tem espaços inovadores para a exibição desses grandiosos espetáculos.

art

Mlenny/iStockphoto.com

RugliG/iStockphoto.com

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Ópera Semper, em Dresden, na Alemanha. Ópera House, em Sidney, na Áustrália.

Ópera no Brasil
No início, a ópera no Brasil carregava forte influência portuguesa. No século XIX,
eram executados muitos saraus musicais. A primeira ópera produzida no Brasil, cha-

O C
mada I fue gemelli, foi composta por José Nunes Garcia. Carlos Gomes foi o compositor
de óperas mais importante no Brasil e utilizava temáticas brasileiras com frequência.

N X
Fundação Biblioteca Nacional, RJ

carLoS GomeS Temos como exemplo as peças I Guarany (1870) e Lo schiavo (1889). Outros composito-
Antônio Carlos Gomes res brasileiros destacaram-se na produção de óperas, como Heitor Villa-Lobos e Mozart
SI E (1836-1896) nasceu Camargo Guarnieri. Atualmente, a ópera brasileira continua se desenvolvendo e segue
em Campinas, SP. a tendência de música de vanguarda. Algumas peças de ópera marcantes são: Olga, de
Aprendeu a tocar vários
Jorge Antunes; A tempestade, de Ronaldo Miranda; O cientista, de Silvio Barbato.
instrumentos com seu
pai, que era mestre de No século XIX, com o interesse da elite brasileira pelas óperas, foram construídos
O
banda, e desde muito teatros adequados para esse tipo de espetáculo em várias cidades do país, em espe-
jovem passou a integrar cial as que tinham êxito econômico, com populações mais abastadas.
conjuntos. Ingressou
EN S

no Conservatório
benedek/iStockphoto.com

de Música do Rio de
Janeiro e seu trabalho
foi tão reconhecido que
E U

lhe rendeu uma bolsa


de estudos na Itália.
No ano de 1870, Carlos
Gomes compôs sua
D E

ópera mais importante,


Il Guarany (O Guarani).
Foi o primeiro
A LD

O Teatro Amazonas foi


compositor brasileiro construído em Manaus,
a ter suas obras em 1896, período em
apresentadas no Teatro que a cidade enriqueceu
alla Scala de Milão, na com a extração do látex
(substância líquida
Itália, uma das mais extraída das seringueiras
famosas casas de da região utilizada para
ópera do mundo. fazer borracha).
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Orientação didática
O Festival de Bregenz
AS INOVAÇÕES NAS ARTES CÊNICAS
promove uma sensação
única ao público ao
Ao longo do tempo, foram exploradas diversas inovações nas artes cênicas; os festi-
apresentar a ópera, uma

art
vais de Bregenz e as apresentações da trupe do Cirque du Soleil são bons exemplos de
pesquisas artísticas que propõem ao público novas estéticas e dinâmicas de encenação. arte tão antiga, em um
lugar inusitado e que leva o
Os festivais de Bregenz
público a se sentir parte do

O
O Festival de Bregenz, na Áustria, surpreende a todos não somente pela grandeza
espetáculo. Como resultado

BO O
dos espetáculos de ópera, mas também pela forma inusitada como são apresentados:
de uma combinação

SC
sobre as águas, um espetáculo flutuante. Tudo teve início em 1946. Um ano após o fim
da Segunda Guerra Mundial, nasceu a ideia de criar um festival, mas a cidade sequer perfeita entre arte e

M IV
tinha um teatro; resolveram, então, montar as encenações sobre um lago. A encena-
ção de uma das primeiras obras de Mozart, Bastien und Bastienne, sobre duas barcas tecnologia, os cenários
no lago Constance, nasceu como uma proposta temporária e logo de início foi aceita; transformam-se a cada

O S
fez tanto sucesso que hoje o festival é um dos eventos mais importantes do cenário
artístico, pois a cada ano surpreende com os novos e grandiosos cenários sobre o
momento, surpreendendo
a todos. Se possível,

D LU
lago. Com a orquestra de Viena, muitos diretores já realizaram grandes encenações.
Os cenários são um capítulo à parte: montados sobre plataformas de diversas alturas, assistam juntos aos vídeos
para que o público possa se sentir envolvido, e os artistas possam se locomover du-
rante o desenvolvimento da trama, eles proporcionam uma experiência única a todos. indicados.
Com o auxílio da tecnologia, os espetáculos encantam o público com cenários que se

O C
modificam a todo momento e atingem escalas surpreendentes. Atividade
complementar
Stanislava Karagyozova/iStockphoto.com

dpa picture alliance/Alamy Stock Photo


N X
SI E Após exibir os trechos
das obras indicadas no
boxe De olho, organize com
O
os alunos uma conversa
sobre a experiência.
EN S

Pergunte, por exemplo,


quais linguagens artísticas
E U

eles conseguem identificar


nas apresentações. Embora
Festival de Bregenz, Áustria, em 2015. Preparação do palco
os vídeos sejam de curta
D E

para a ópera Turandot, de Giacomo Puccini. Cenário da ópera Carmen, de Bizet, no Festival de Bregenz 2017, na Áustria.

duração, é possível perceber


A LD

DE OLHO nas duas apresentações


Assista a trechos das magníficas apresentações das óperas Carmen, de Bizet, e Turandot, de Puccini, no Festival a presença da música,
de Bregenz.
• Carmen: <https://www.youtube.com/watch?v=SvCb4thTSeM>. Acesso em: ago. 2019.
da dança, do teatro e,
• Turandot: <https://www.youtube.com/watch?v=Qg73pseHRFY>. Acesso em: ago. 2019. principalmente, das artes
EM IA

visuais. Também é possível


perguntar se perceberam
Tempo e perspectiva | Unidade A 75

o uso da tecnologia nas


ST ER

encenações e conversar
sobre o papel que exerce
nelas. Nesses espetáculos,
SI AT

o uso da tecnologia
contribui muito para que
as encenações possam
parecer reais; por exemplo,
M

a mobilidade dos cenários


e as projeções só são
possíveis com a ajuda
de equipamentos de alta
tecnologia.

Tempo e perspectiva | Unidade A 69

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Orientação didática
A arte circense foi
abordada no capítulo 15 Cirque du Soleil
da Unidade D do 6º ano, Há registros de cultivo das artes circenses em diferentes civilizações antigas,
por isso se optou por não tanto no Ocidente quanto no Oriente; contudo, o primeiro circo a se tornar famoso

art
aprofundar a abordagem foi o Circus Maximus, inaugurado em Roma, no século VI a.C. Com capacidade para
150 mil pessoas, sua atração principal era a corrida de bigas, uma espécie de
do tema neste capítulo, carruagem. Destruído por um grande incêndio, foi substituído pelo Coliseu, um dos
apesar de se tratar também principais monumentos visitados até hoje em Roma. O circo com picadeiro circular

O
e atrações semelhantes a que conhecemos só surgiu no século XVIII, na Inglaterra.
de uma arte cênica. Neste

BO O
Ele fez tanto sucesso que se espalhou por toda a Europa e pelo resto do mundo.
momento, a abordagem

SC
O modelo itinerante, com grandes lonas que são montadas e desmontadas, foi
concentra-se em destacar desenvolvido no começo do século XX, nos Estados Unidos.

M IV
Como se pode observar, o circo está em constante renovação. Atualmente, a arte
um exemplo de inovação DE OLHO circense tem como destaque o Cirque du Soleil, uma companhia de entretenimento
cênica, a experiência do A bailarina e canadense fundada em 1984, considerada a maior do mundo, formada por artis-

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coreógrafa brasileira tas de várias nacionalidades. Empreendimento gigantesco, seu sucesso garante que
Cirque du Soleil. Deborah Colker
mantenha apresentações simultâneas de seus espetáculos em diferentes países. A
(1960-) foi a primeira

D LU
mulher a dirigir um cada nova montagem, os espetáculos se inovam e surpreendem o público com o uso
espetáculo do Cirque de novas tecnologias, adequadas aos tipos de temas escolhidos. O Cirque du Soleil
du Soleil, chamado tem como objetivo deixar o público mais próximo das performances e não se utiliza
Ovo. Para conhecer
esse trabalho, do tradicional picadeiro.
visite: <https://www. A proibição de animais nos espetáculos – por inúmeros motivos, entre eles

O C
cirquedusoleil.com/ maus-tratos – foi outra grande inovação proposta pelo Cirque du Soleil, visto que
pt/ovo>. Acesso em:
ago. 2019. ainda hoje algumas trupes circenses exploram animais em suas apresentações, algo

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proibido em diversos locais.

Jason Richardson/Alamy Stock Photo


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Cena do espetáculo Totem, do Cirque du Soleil. Apresentação no Royal Albert Hall, Inglaterra, 2011
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Registro

A MÚSICA NO CINEMA
O cinema é outra arte em que podemos encontrar encenações musicais. Nos filmes

art
musicais, assim como no musical teatral e na ópera, a música entra em determinadas
cenas, seja em falas e diálogos cantados pelos atores, seja em trechos cantados pelos
personagens entre as cenas. Por vezes, os atores, e até figurantes, também dançam,
com coreagrafias elaboradas, enquanto cantam.

O
M.G.M/Album/Album/Fotoarena

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Cena do filme
musical Cantando
na chuva (1952),
com Gene Kelly.

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Produções cinematográficas estadunidenses estão entre os filmes musicais mais
conhecidos, como A noviça rebelde, West Side Story (Amor, sublime amor, no Brasil) e

N X
Cantando na chuva, obras da considerada “era de ouro” desse gênero de filme, entre o
final da Segunda Guerra Mundial e o começo dos anos 1960. Apesar da diminuição do
SI E interesse por esse tipo de filme nas décadas seguintes, musicais com temas polêmicos,
como Hair! e All that Jazz, ou adaptações de sucessos da Broadway, como Chicago, de
tempos em tempos recolocam os musicais nas grandes telas pelo mundo.
Alguns filmes em desenho animado produzidos pela Disney também podem ser
O
considerados musicais, pois apresentam essa Disney/Buena Vista

mesma estrutura de interromper a narrativa fa-


lada para introduzir uma dinâmica musicada aos
EN S

diálogos e à encenação. A pequena sereia, A bela


e a fera, Aladdin, O rei leão, A princesa e o sapo e
E U

Frozen são alguns exemplos de animações mu-


sicais de grande sucesso, algumas recentemente
adaptadas para filmes live-action (filme com ato-
res ou em animação 3D realista).
D E

Mas, independentemente dos filmes musicais, a


música sempre esteve presente no cinema, pois ela
A LD

tem o papel de intensificar a emoção do público, por


mexer com os sentimentos humanos e ser uma lin-
guagem universal. No início, ainda no cinema mudo,
a música era tocada ao vivo por um pianista ou por Pôster de O rei leão, filme de
2019. Animação 3D
uma orquestra. As músicas escolhidas eram basica- super-realista baseada na
animação homônima de 1994.
mente as eruditas.
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Registro

A partir de 1926, por meio de uma tecnologia denominada Vitaphone, a música


deixou de ser tocada ao vivo. O Vitaphone tinha um projetor e um toca-discos e fun-
cionava em sincronia com o filme. O uso do Vitaphone iniciou-se no filme Dom Juan. A

art
música era de William Axt e David Mendonza.

John Kobal Foundation/Getty Images

O
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Fotografia de
Vitaphones em
funcinamento
durante a projeção
de um filme na
décade de 1930.

O C
O marco do cinema sonoro se deu no filme O cantor de jazz, pois nele foi utilizada
a tecnologia do Movietone, substituta do Vitaphone. Ela possibilitava que diálogos,
sons e música fossem registrados ao mesmo tempo, paralelamente à imagem. Desde

N X
então, o cinema mudo começou a ser substituído pelo falado e as trilhas sonoras
SI E passaram a compor os filmes. Nos anos 1920 e 1930, os filmes passaram a ter trilhas
sonoras próprias, o que impulsionou a carreira de vários cantores. De modo geral,
as trilhas sonoras eram criadas por com-
WARNER BROTHERS/Album/Album/Fotoarena

positores de cinema. Eles apresentavam


O
grande versatilidade para lidar com dife-
rentes estilos, o que possibilitava o ajus-
te do tempo exato das cenas.
EN S

O primeiro compositor a criar para o


cinema foi Max Steiner. Ele estabeleceu
E U

um estilo que emplacou por muito tempo.


Sua primeira trilha sonora foi feita para o
filme King Kong, de 1933, e causou grande
impacto. Outro compositor de destaque
D E

em trilhas musicais foi John Williams, em


especial pela trilha criada para o filme
A LD

Guerra nas estrelas, de 1977. No contexto


do cinema europeu, é possível destacar
nomes como os dos italianos Nino Rota e
Não por acaso, o Ennio Morricone, criadores de trilhas para
primeiro filme sonoro
foi um musical, O filmes clássicos como O poderoso chefão
cantor de jazz, de 1927.
e Cinema Paradiso, respectivamente.
EM IA

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ST ER
SI AT
M

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Orientação didática
Para melhor compreensão
O cinema atual acolhe diversas expressões musicais e há mudanças significativas no sobre o tema “a música no
perfil dos compositores. Se antes predominava a referência à música erudita, atualmente cinema”, é recomendável
gêneros como o pop e o rock também são aproveitados em trilhas de grandes produções,
que os alunos assistam

art
como os filmes de super-heróis baseados em obras da Marvel e da DC Comics.
aos vídeos indicados no
A escolha das trilhas sonoras dos filmes boxe De olho e leiam o
artigo indicado em Amplie

O
Há duas maneiras de escolher a trilha sonora na produção cinematográfica: músi-
cas originais para o filme, geralmente instrumentais, e seleção de músicas conhecidas
a abordagem, o qual vem

BO O
do grande público. A escolha da trilha sonora é artística e vem ao encontro do senti-
acompanhado de pequenos

SC
mento do diretor em relação à obra. Para que a trilha sonora seja definida, o diretor
passa as informações necessárias sobre o filme a um profissional chamado editor de trechos de músicas que

M IV
música e este apresenta sugestões de músicas ou referências sobre um compositor.
Temos como exemplo o trabalho do diretor estadunidense Quentin Tarantino, que
marcaram alguns filmes.
possui grande conhecimento musical e está em permanente contato com vários com-

O S
positores. A trilha sonora de seu filme Kill Bill (volume 1, 2003) é considerada uma das
mais marcantes do cinema.
Amplie a abordagem

D LU
Leia o artigo “Para se

J. Michael Jones/iStockphoto.com
inspirar: as trilhas sonoras
mais inesquecíveis do
cinema” e ouça as trilhas

O C
sonoras de alguns filmes.

N X
Disponível em: <http://
SI E www.matildefilmes.com.
br/para-se-inspirar-as-
trilhas-sonoras-mais-
inesqueciveis-do-cinema/>.
O
Acesso em: ago. 2019.
EN S
E U

Cartazes de filmes em exibição em um cinema.


D E

DE OLHO

Com a proposta de levar ao público o conhecimento entre imagem e som, o compositor, pianista, produtor
musical e professor especialista em música de cinema Tony Berchmans (1970-) criou um projeto chamado Cinepia-
A LD

no, em que, como nos filmes da época do cinema mudo, são projetadas cenas de filmes mudos em que ele toca
músicas autorais ao piano e ao vivo. Um projeto inusitado e inovador que agrada a todos.
Acesse os vídeos, conheça o músico e veja suas apresentações:
• Uma breve explicação do músico sobre o Cinepiano: <https://www.youtube.com/watch?v=fPTcxoKXLDU>.
Acesso em: ago. 2019.
• Entrevista com Tony Berchmans: <https://www.youtube.com/watch?v=95jmz8Rml8s>. Acesso em: ago. 2019.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 79


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Tempo e perspectiva | Unidade A 73

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Orientação didática
Nesta atividade, a
proposta é a criação de Nossa arte
uma cena de um musical
que pode ser baseada

art

Lenise Pinheiro/Folhapress
em algum espetáculo
de conhecimento dos
alunos ou em uma música

O
escolhida por eles. Oriente-

BO O
-os no planejamento

SC
da cena, levando-se em

M IV
conta todas as etapas
a serem seguidas. O

O S
desenvolvimento delas
deve ser trabalhado por

D LU
todos, a fim de facilitar a
execução da apresentação.
A etapa 1 pode ser

O C
realizada em sala de aula; Cena do musical Estúpido cupido, no Teatro Gazeta, São Paulo, em 2016.

as etapas 2 e 3 poderão ser

N X
Agora é a sua vez de atuar com base nos conteúdos apresentados sobre teatro,
desenvolvidas em casa, e ópera e musical. Você e seus colegas vão produzir uma cena do teatro musical. Para
as dúvidas que surgirem
SI E que o espetáculo possa se realizar, sigam algumas etapas e observem as orientações
do(a) professor(a).
devem ser solucionadas
Etapa 1
em aula. Esse exercício
O
Forme grupos de no máximo cinco pessoas. Em seguida, pesquisem sobre mu-
demanda um tempo sicais que conheçam e sejam famosos ou se relacionem com um tema que queiram
maior para sua execução encenar. Com base nessa pesquisa, escolham uma cena de musical ou mesmo uma
EN S

e deve ser planejado música que apreciem e possa ser transformada em uma cena musical.

com antecedência, a fim Etapa 2


E U

Neste momento, vocês vão decidir as funções de cada um na encenação. Lem-


de que não atrapalhe o brem-se: para que um espetáculo se realize, vocês deverão definir o espaço da apre-
desenvolvimento das aulas. sentação, os personagens, o figurino, o cenário e o papel de cada um nesse trabalho.
D E

Antes da apresentação Etapa 3


final, organize um ensaio Após a finalização das etapas 1 e 2, comecem os ensaios para que as apresenta-
A LD

geral para que todos ções se realizem conforme o planejado.


Quando estiverem prontos, apresentem a cena para a turma.
os problemas sejam Ao final das apresentações, conversem sobre como foi preparar e realizar as en-
solucionados. Caso a escola cenações musicais.
tenha um espaço que
EM IA

acomode todos os alunos, 80 Arte | 8o ano 1


como um anfiteatro ou
até mesmo uma quadra,
ST ER

as apresentações poderão
ser realizadas nesse local.
Grave um vídeo para que
SI AT

os alunos possam assistir


às próprias performances
e depois, juntos, fazer uma
M

análise do resultado final.

74 Arte | 8o ano 1

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Orientação didática
Estes exercícios permitem
Mural do conhecimento que os alunos associem
seus conhecimentos a
imagens e conteúdos

art
1. Observe as imagens a seguir, as quais foram apresentadas ao longo do capítulo.
Identifique-as preenchendo as linhas em branco. apresentados no capítulo.
a) b) c) Caso sintam dificuldade em

benedek/iStockphoto.com

John Kobal Foundation/Getty Images

dpa picture alliance/Alamy Stock Photo


fazer conexões, oriente-os

O
a rever os textos e as

BO O
imagens apresentados.

SC
M IV
Atividade 1a: Teatro
Amazonas.

O S
Atividade 1b: Vitaphone.

D LU
d) e) f)
Davi Ribeiro/Folhapress

Folhapress

Paula Montenegro/Dreamstime.com
Atividade 1c: Cenário da
Ópera Carmen, no Festival

O C
de Bregenz, Áustria.

N X
Atividade 1d: Teatro
SI E lambe-lambe.
2. Relacione as colunas, identificando a descrição de cada elemento formal do teatro.
A.Cenário C. Figurino E. Maquiagem Atividade 1e: Teatro de
O
B. Sonoplastia D.Iluminação revista.
EN S

( ) Corresponde ao som ou ao conjunto de sons utilizados durante a exibição da peça,


que dá ênfase às emoções dos atores e aumenta o envolvimento do público. Atividade 1f: Teatro de
mamulengo.
E U

( ) Correponde à construção do ambiente onde a peça acontece. Compõe o clima


e o espaço do espetáculo.
( ) Responsável por destacar ou encobrir partes do cenário ou da encenação, de Atividade 2: B/ A / D / C / E
D E

acordo com o roteiro criado para a apresentação. Ela é planejada previamente,


definindo onde os focos de luz serão ativados e desativados ao longo do de-
senrolar das cenas do espetáculo.
A LD

( ) Construído a fim de criar significados para que os espectadores reconheçam


um personagem e suas características (físicas e psicológicas).
( ) Realça as características dos personagens ou cria expressões específicas neces-
sárias em algumas cenas.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 81


ST ER
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Tempo e perspectiva | Unidade A 75

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Atividade 3a: Musical.

Atividade 3b: Ópera.


3. Ópera ou musical? Identifique a qual dos gêneros teatrais cada trecho a seguir se refere.
a) :

art
Associa três tipos de arte: a música, a dança e o diálogo falado. É formado por mú-
sica, interpretação teatral e enredo, sendo este último referente à parte falada (não
cantada) da peça, que pode ainda estar acompanhada de performances de dança,
encenação e canto.

O
b) :

BO O
Sempre cantado. Os diálogos são substituídos por recitativos (música entoada de

SC
forma semelhante a um discurso). Os atores principais não costumam dançar e as

M IV
apresentações são geralmente na língua original.

O S
Aprofundando o olhar

D LU
Leia os textos a seguir e responda às questões.
Texto 1

O C

Pedro Vilela/Getty Images


N X
SI E
O
EN S
E U

Arena do Grêmio, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, durante jogo da Copa América 2019.

“A Era das Arenas” analisa a exclusão do torcedor no futebol


D E

As novas arenas, com elevados preços dos ingressos, contrapõe a realidade de sobrevivência
A LD

da maioria dos brasileiros


Ainda que esporte oriundo das elites, foi a massa operária que transformou o
futebol em uma paixão mundial e, consequentemente, em um grande negócio. Essa
mesma massa social, à margem de um país em que cidadania plena é um craque
que ainda está por nascer, com a formação das arenas, está sendo empurrada de
volta à periferia.
EM IA

82 Arte | 8o ano 1
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76 Arte | 8o ano 1

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Orientação didática
O texto 1 trata das
As novas arenas, com a prática de elevados preços dos ingressos, contrapondo construções das novas
a realidade de sobrevivência da maioria dos brasileiros, fazem com que o futebol arenas de futebol e dos
retorne como diversão e entretenimentos das elites. Esse é tema do documentário
altos custos gerados,

art
“A Era das Arenas”, dirigido pelo jornalista Rogério Dias, que traçou uma linha de
condução sobre o tema com depoimentos de torcedores, jornalistas, antropólogos, refletidos em um aumento
historiadores, economistas e ex-jogadores.
Se antes era entretenimento da massa operária, agora o futebol é artigo de no valor dos ingressos que
pode afastar o principal

O
luxo. O distanciamento, a incompatibilidade entre renda e a possibilidade de ver
o seu time de coração, fica ainda mais claro no artigo de Luiz Ruffato, “A pobreza
público do esporte,

BO O
como forma de dominação”, publicado no site El País, “segundo pesquisa do IBGE
tradicionalmente da classe

SC
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca da metade dos trabalhadores
brasileiros sequer recebe um salário-mínimo por mês. [...]
operária, tornando o

M IV
O documentário não se resume a um registro sentimental contra o avanço da
modernidade no mundo da bola, com as novas arenas e seus espaços com belos futebol um esporte voltado
assentos, banheiros perfumados e decentes, como assim merece toda população, para a elite. O texto 2

O S
mas, sobretudo, coloca a bola no centro do campo social para que se debata o
equilíbrio da participação da massa e aqueles que podem pagar mais por uma apresenta alguns dados
partida de futebol. sobre os hábitos culturais

D LU
FLAITT, Ricardo. “A era das arenas” analisa a exclusão do torcedor de futebol.
Lance! 14 fev. 2018. Disponível em: <http://blogs.lance.com.br/cronicas-do- dos brasileiros. A ideia é
morumbi/documentario-era-das-arenas-analisa-exclusao-do-torcedor-no-futebol/>.
Acesso em: ago. 2019. Adaptado. fazer um paralelo entre
duas situações distintas

O C
Texto 2
para incentivar uma
Para brasileiros, preço alto é principal obstáculo para acesso
reflexão sobre o impacto da

N X
à cultura, diz pesquisa do Ipea
situação socioeconômica
Preços altos, barreira social e

VaaoteatroMG
SI E distância são os grandes fatores no dia a dia da população.
responsáveis pela percepção do Leia os textos com a turma
brasileiro de que o acesso às atividades
culturais no país é difícil. É o que indica e solicite aos alunos que
O
o Sistema de Indicadores de Percepção reflitam sobre eles. Esse
Social (SIPS), criado pelo Instituto de
momento de reflexão pode
EN S

Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)


para mostrar como a população enxerga ser o fio condutor para que
os serviços de utilidade pública e seu
eles possam responder às
E U

grau de importância para a sociedade.


Os números divulgados nesta quarta- questões propostas.
feira [17/11/2010] são sobre cultura
e justiça.
D E

Os preços altos são obstáculo ao


acesso à oferta cultural para 71% dos
A LD

entrevistados, que acreditam que esse


ponto é um importante empecilho para
usufruir dos bens culturais. Outra razão
apontada como obstáculo foi a barreira Medidas para popularizar eventos teatrais e de dança são importantes para reverter essa
social imposta pelo perfil do público situação. Em Minas Gerais, uma campanha disponibiliza, em períodos determinados,
ingressos a preços populares ou mesmo gratuitos para peças de sucesso.
que frequenta espaços culturais.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 83


ST ER
SI AT
M

Tempo e perspectiva | Unidade A 77

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Atividade 1: Espera-se que
os alunos estabeleçam um
paralelo entre as arenas
de futebol e os palcos Para 56%, há essa barreira. Além disso, em relação à localização dos equipamentos
teatrais apresentados culturais, 62,6% o percebem como distante do lugar onde moram. Apenas para
35,3% a localização não é um problema significativo. Quanto maior rendimento,
no capítulo. Embora as

art
maior proximidade e acesso a equipamentos urbanos de cultura e lazer, diz a
construções se dediquem pesquisa. […]
Hoje, a maioria dos brasileiros tem como atividade cultural assistir televisão.
à exibição de atrações São 78% os que afirmaram assistir televisão ou DVD todos os dias. Música é

O
distintas, ambas são outra prática disseminada: 58,8% afirmaram que a frequência da prática é diária,

BO O
voltadas ao entretenimento. e outros 25,5% ouvem rádio/música pelo menos uma vez por mês. A frequência
é menor para teatro, circo e shows: 59,2% disseram nunca ir e 25,6% afirmaram ir

SC
Há também proximidades raramente. Apenas 4,2% visitam museus e centros culturais pelo menos uma vez

M IV
arquitetônicas, o formato por mês. […]

“arena” apresenta ao centro


Para brasileiros, preço alto é principal obstáculo para acesso à cultura, diz pesquisa do
Ipea. UOL/IPEA, 17 nov. 2010. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/cotidiano/

o campo ou o palco e a ultimas-noticias/2010/11/17/brasileiro-se-sente-distante-de-oferta-cultural-diz-ipea.

O S
htm>. Acesso em: ago. 2019.
arquibancada fica em todo
1. O que você vê em comum entre as arenas de futebol e os espaços para exibições

D LU
seu entorno. artísticas? Pode-se afirmar que a arquitetura deles se assemelha?

Atividade 2: Com os
gastos elevados de

O C
manutenção das arenas
de futebol modernas,

N X
os preços dos ingressos
SI E 2. Qual é a crítica presente no texto 1?
para os jogos de futebol
aumentaram bastante,
limitando o acesso das
O
classes menos favorecidas,
que tradicionalmente
EN S

3. O texto 2 apresenta alguns dados sobre hábitos culturais da população brasileira.


sempre foram o público Considerando essas informações, como você enxerga a frequência a espetáculos
E U

principal do esporte. teatrais no Brasil?

Atividade 3: Resposta
D E

pessoal. Espera-se que


os alunos reflitam sobre
A LD

os fatores para a baixa


frequência da população 4. Em sua opinião, além do valor dos ingressos, considerado alto para a média de
aos espetáculos teatrais; rendimento da população, há outros fatores que podem explicar o fato de muitos
argumentem sobre o brasileiros nunca terem ido ao teatro?
EM IA

assunto indicando os 84 Arte | 8o ano 1

fatores que são indicados


ST ER

na pesquisa.

Atividade 4: Resposta
pessoal. Comente que, além
SI AT

da questão econômica,
aspectos relacionados ao
nível educacional de boa
M

parte da população podem


ajudar a compreender o
desinteresse por alguns
produtos artísticos.

78 Arte | 8o ano 1

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Orientação didática
Oriente os alunos a
Mãos à obra! escolherem (ou inventarem)
histórias que sejam
fáceis de traduzir em

art
Neste capitulo, você conheceu o teatro lambe-lambe. Agora, que tal elaborar a
encenação de uma pequena peça teatral utilizando essa técnica? um espetáculo do tipo.
Fábulas, por exemplo,
Você vai precisar de
podem ser uma ótima

O
• caixa de papelão com tampa • panos pretos
opção. Ao final, organize um

BO O
• tesoura • luvas pretas
momento em que os alunos

SC
• cola • tinta ou pano
possam apresentar seus

M IV
• papel ou tecido • pincel

Como fazer espetáculos aos colegas de


1. Primeiro, você precisará pintar a caixa por dentro com a tinta preta ou forrá-la turma.

O S
com um pano preto. Para auxiliar a execução
da atividade, assista com

D LU
2. Crie um cenário dentro da caixa. Você pode pintá-lo na caixa ou usar elementos
que serão inseridos dentro dela. os alunos a vídeos sobre
3. Use a tesoura para fazer um pequeno buraco na parte da frente da caixa. Por ele, o teatro lambe-lambe.
uma pessoa, seu público, vai observar o espetáculo.
Sugestões:

O C
4. Faça duas aberturas maiores nas laterais da caixa, em tamanho suficente para • Oficina em Cuiabá ensina
a passagem de seus braços, que serão usados para manipular os personagens
a fazer cenários para

N X
dentro dela. Importante: utilize luvas pretas para mover os personagens.
teatro lambe-lambe.
5. Providencie um furo na tampa da caixa para que você possa observar os movi-
SI E mentos que está fazendo. Disponível em: <http://
g1.globo.com/mato-
6. Enfeite o lado externo da caixa para torná-la bem atraente ao público.
grosso/mttv-1edicao/
O
7. Escolha a história que você vai en-
cenar. Sugestão: ela deve ser curta,
videos/t/edicoes/v/
com no máximo três minutos, e ter oficina-em-cuiaba-
EN S

poucos personagens. ensina-a-fazer-cenarios-


para-teatro-lambe-
E U

8. Crie a representação dos persona-


gens: eles podem ser desenhos em
lambe/5161907/>. Acesso
papel pregados em palitos, bone-
cos de panos, dedoches ou mesmo em: ago. 2019.
D E

brinquedos. Use a imaginação.


• Oficina de teatro lambe-
9. Crie a trilha sonora de sua história. -lambe/Grupo Girino.
A LD

Não se esqueça de providenciar


fones de ouvidos para que o es- Disponível em: <https://
pectador de seu espetáculo possa youtu.be/fyqffSePSL4>.
escutá-la.
Acesso em: ago. 2019.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 85


ST ER
SI AT
M

Tempo e perspectiva | Unidade A 79

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Orientação didática

4
Explore a abertura
A imagem de abertura Tão bonito que não
apresenta um designer
gráfico elaborando um
projeto. As questões
dá vontade de usar

O
iniciais procuram

BO O
investigar se os alunos

SC
têm um conhecimento

M IV
prévio sobre as ações
e os procedimentos
que envolvem esse tipo

O S
de trabalho e com que

D LU
objetivo realizam-no. Essa
abordagem introdutória
vai contribuir com o
entendimento dos

O C
conteúdos apresentados ao

N X
longo do capítulo.
SI E
Resposta das atividades

Atividade 1: Resposta
O
pessoal. Na imagem, é
possível identificar que a
EN S

pessoa está usando um VASCULHANDO IDEIAS


E U

equipamento digital para


1. Observe a pessoa que aparece nesta imagem.
desenhar. Solicite aos alunos
O que você imagina que ela está fazendo?
que realizem uma leitura
D E

2. Ela está usando uma ferramenta


visual da imagem e, por meio tecnológica. Como você acredita que ela
pode auxiliar na atividade dessa pessoa?
dos elementos apresentados,
A LD

3. Para que servem as cartelas de cores


procurem identificar quais dispostas sobre a mesa?
profissionais realizam 4. Você faz uso de algum dos materiais
apresentados na imagem? Qual(is)?
esse tipo de trabalho. O
equipamento utilizado pelo
EM IA

profissional, na imagem, é
uma mesa digitalizadora,
ST ER

em que o designer desenha


sobre ela, mas a imagem
se cria no computador. Atividade 2: Na imagem, é possível identificar que a pessoa utiliza um computador para
É preciso desenvolver
SI AT

realizar seu trabalho, mas os alunos poderão levantar hipóteses relacionadas à forma
habilidade para utilizar essa de uso desse equipamento por um designer ou comentar sobre como ele facilitou um
ferramenta, pois, diferente trabalho como o desenho, anteriormente desenvolvido apenas à mão. Até a década de
do desenho no papel, em 1980, a maioria dos designers não utilizava recursos digitais; portanto, deixe claro que
M

que o olhar acompanha a não é apenas por meio de computador que se faz design, embora atualmente ele seja a
mão que desenha, nesse ferramenta principal de realização desse tipo de atividade profissional.
caso o designer desenha
sobre o equipamento, mas o Atividade 3: As cartelas de cores espalhadas sobre a mesa são usadas para facilitar a
olhar fica voltado para a tela escolha ideal das cores que vão compor o trabalho.
de computador.
Atividade 4: Resposta pessoal. Essa questão é pessoal, a maioria dos alunos vai
responder que utiliza lápis de cor e canetas coloridas, mas alguns poderão dizer que,
além dos materiais convencionais, fazem uso do computador na realização de desenhos.

80 Arte | 8o ano 1

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• (EF69AR31) Relacionar
as práticas artísticas às
diferentes dimensões
da vida social, cultural,
política, histórica,
econômica, estética e ética.
• (EF69AR06) Desenvolver
processos de criação

O
em artes visuais, com

BO O
base em temas ou

SC
interesses artísticos,

M IV
de modo individual,
coletivo e colaborativo,

O S
fazendo uso de
materiais, instrumentos e

Pattanaphong Khuankaew/iStockphoto.com
D LU
recursos convencionais,
alternativos e digitais.
• (EF69AR07) Dialogar com

O C
princípios conceituais,
proposições temáticas,

N X
repertórios imagéticos e
SI E processos de criação nas
suas produções visuais.
O
Conceitos-chave
Design, Art Nouveau,
EN S

Bauhaus, logotipo,
E U

propaganda, publicidade.

O
D E

surgimento da indústria foi um período de grandes


transformações e causou mudanças no estilo de vida
A LD

de toda a sociedade. Para se adequar aos avanços tec-


nológicos dos novos tempos, as indústrias precisaram acele-
rar o processo de produção e criar produtos que atendessem
às exigências da sociedade moderna, a qual buscava beleza e
funcionalidade nos produtos industrializados. Surge, então, a
figura do designer, responsável por esse tipo de criação.
EM IA
ST ER

Objetivos do capítulo
SI AT

O presente capítulo trabalha o surgimento do design na modernidade, estudando seu


conceito, o histórico de seu desenvolvimento, sua relação com a arte e com o mercado
de consumo, bem como sua função, a forma com que é desenvolvido por profissionais
M

conceituados, a Escola Bauhaus e o logotipo: sua importância, função e aplicação na


divulgação dos produtos industrializados.

Habilidades
• (EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor, designer, entre
outras, estabelecendo relações entre os profissionais do sistema das artes visuais.
• (EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística,
problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte
(arte, artesanato, folclore, design etc.).

Tempo e perspectiva | Unidade A 81

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Orientação didática
Faça a leitura da imagem e
inicie uma conversa com a
PONTO DE PARTIDA
turma. Incentive-os a contar
o que pensam sobre a obra

art
e a motivação do artista Observe a imagem a seguir.
ao usar tais elementos na

Dan Kitwood/Getty Images


realização dela. O objetivo

O
das questões da seção é

BO O
provocar uma reflexão a

SC
respeito da liberdade que

M IV
todo artista tem ao criar
sua obra, sem se preocupar

O S
com a funcionalidade
e/ou usabilidade da

D LU
peça. O contrário ocorre
com produtos e objetos
produzidos em larga escala,
Gordon Parks/The LIFE Picture
Collection via Getty Images

marceL duchamp A imagem apresenta uma obra do artista Marcel Duchamp, que transformou objetos de

O C
que seguem determinados Marcel Duchamp
uso do cotidiano em obras de arte. Esses objetos ficaram conhecidos como ready-mades.
(1887-1968) é um
padrões na produção em 1. Quais objetos foram utilizados pelo artista para compor a obra?

N X
artista francês que
série. No boxe Biografia, é ficou conhecido
por criar obras que
possível ter conhecimento
SI E chocaram o público:
os ready-mades,
dos ready-mades criados objetos comuns de uso
cotidiano que, retirados 2. Antes de serem transformados em obra de arte, esses objetos cumpriam uma fun-
por Duchamp, que na de seu contexto,
O
ção utilitária na vida das pessoas?
deixavam de cumprir
época escandalizaram sua verdadeira função
a sociedade, mas para se tornarem
EN S

obras de arte. É um
contribuíram para derrubar dos maiores, senão o
maior, representantes
os conceitos de beleza que do Dadaísmo nas artes
E U

3. Você consegue identificar se o processo de fabricação desses objetos é artesanal ou


visuais. O Dadaísmo
vigoravam no período. foi um movimento
industrial?
artístico e literário
que surgiu em 1916
D E

Atividade 1: Trata-se da na Suíça, lançado por


um grupo de artistas
obra denominada Roda de nacionalidades
A LD

diversas refugiados em
de bicicleta (DUCHAMP, Zurique, que procurou
demonstrar, em suas 4. Esses objetos fazem ou já fizeram parte de seu dia a dia?
Marcel, 1913. Museu de Arte criações, indignação
com os horrores
Moderna de Nova York). Os causados pela Primeira
Guerra Mundial.
objetos usados pelo artista
EM IA

para realizá-la foram um 88 Arte | 8o ano 1


banco de madeira e uma
ST ER

roda de bicicleta, objetos


comuns e de conhecimento
de todos.
Atividade 3: Nesse momento, converse com os alunos sobre a diferença entre a
SI AT

Atividade 2: Sim. Para fabricação artesanal e industrial. Antes do surgimento das indústrias, muitos objetos
realizar seus ready-mades, eram produzidos pelos artesãos, e eram únicos por serem feitos manualmente. Com
Marcel Duchamp usou a industrialização, inicia-se a produção em larga escala de objetos e produtos e, com
isso, estabeleceu-se um padrão na fabricação.
M

objetos comuns, de uso


cotidiano. O banco de
madeira e a roda de bicicleta Atividade 4: Resposta pessoal. É possível que os dois objetos apresentados façam ou
são objetos comuns em já tenham feito parte do dia a dia de muitas pessoas.
muitas casas e fazem parte
do dia a dia das pessoas.

82 Arte | 8o ano 1

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Orientação didática
O texto aborda a origem
do design. É importante,
DESIGN
nessa abordagem inicial,
A palavra design tem origem latina e vem de designare. que o aluno possa fazer

Chaosamran_Studio/Shutterstock

art
Foi absorvida e utilizada no inglês, significando “desenho”,
com sentido de projeto, planejamento. É o ato de dese- a distinção entre artesão
nhar para desenvolver um modelo, prevendo problemas e designer. Os objetos
que podem surgir durante o uso e buscando, por meio de apresentados no infográfico

O
sua forma, as soluções.
e na atividade visam levar

BO O
Um maior entendimento do design ocorreu na Revolução
Industrial. Antes do surgimento das indústrias, objetos eram ao conhecimento do aluno

SC
produzidos manualmente pelos artesãos; assim, o desenho como eram projetados no

M IV
do objeto vinha acompanhado do estilo do artesão, que im-
primia suas características na produção, a qual, por ser arte-
passado. Neste momento
sanal, resultava em peças que nunca eram iguais. Com a industrialização, tem início a pro- é importante instigá-los
com questões objetivas

O S
dução em larga escala, com a preocupação em produzir da mesma forma que os artesãos.
Assim, foram eles os pioneiros do desenho industrial – passaram a desenhar os objetos
orais, para que possam
que produziam manualmente, definindo as funções, a estética e os materiais possíveis de

D LU
serem utilizados nos objetos produzidos em larga escala. concluir que os objetos
Podemos ver o design em quase tudo o que consumimos e utilizamos: utensílios apresentados nas imagens
domésticos, vestuários, automóveis, aparelhos eletrônicos, livros, móveis etc. Ele tam- atualmente se encontram
bém está presente nas estratégias das empresas, auxiliando na comunicação e na
disponíveis em um único

O C
experiência do cliente com um determinado produto. Por vezes é o design que acres-
centa valor a um produto; em celulares, por exemplo, é comum que existam produtos aparelho: o telefone celular.
com a mesma configuração técnica e preços diferenciados, sendo um bem mais caro No caso do computador,

N X
que o outro por ter o design mais elaborado. Mas o design não se restringe apenas
ao lado estético, ele se propõe a resolver questões de comunicação e de utilização.
é preciso ter acesso à
SI E O profissional que trabalha com design é o designer. Cabe a ele criar o visual dos internet, que oferece às
objetos do nosso cotidiano. Em geral, os designers especializam-se em determinada pessoas uma infinidade
área. Há atualmente as seguintes áreas predominantes no design: visual, moda, de
de aplicativos, entre
O
interiores, gráfico e digital. Seu trabalho exige grande criatividade e bom senso, pois
ele precisa mesclar a beleza e a funcionalidade no que elabora. eles os que são voltados
A profissão de designer é relativamente recente e surgiu da necessidade das in- ao universo musical e
EN S

dústrias de ampliar a produção e reduzir custos na produção de objetos em larga permitem às pessoas
escala para atender à grande demanda da população. A constante transformação que
ocorre em vários setores da sociedade leva o designer a acompanhar tais mudanças escolher e ouvir suas
E U

para se adequar aos novos tempos e agradar a todos. músicas favoritas. Na seção
Diálogos, é importante
que o aluno saiba como a
D E

DE OLHO

A série documental Abstract: the Art of Design, produzida pela Netflix, mostra língua inglesa está presente
Netflix

diferentes profissionais da área do design: um ilustrador, um designer de tênis, uma


no trabalho do designer,
A LD

cenógrafa, um arquiteto, um designer de automóveis, um designer gráfico, um de


interiores e um fotógrafo. Cada episódio é dedicado a um desses artistas e busca
explorar seus processos criativos e as especificidades de cada campo.
pois inúmeros termos
técnicos da profissão são
Abstract: the Art of Design, 2017, Netflix. provenientes dessa língua.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 89


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Tempo e perspectiva | Unidade A 83

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Orientação didática
Comente que alguns
fatores influenciaram o
design desses modelos de

DESIGN
televisores. Por exemplo,

art
nos primeiros, o modelo
dos aparelhos de rádio, um
produto já consolidado na

no tempo

O
época, era uma influência

BO O
TV-Yesterday/Interfoto/Fotoarena
identificável. Nos últimos,

SC
nota-se o desaparecimento

M IV
dos botões visíveis, que se Veja as mudanças visuais que ocorreram nos aparelhos
de TV. Elas refletem, além do gosto de cada época, evo-
deu, entre outros fatores,

O S
luções tecnológicas que possibilitaram o uso de novos
pela popularização do materiais, assim como de novas funcionalidades.
controle remoto.

D LU
Wolfgang Maria Weber/
Interfoto/Fotoarena
O C
1932 1938

N X
SI E
O
Um dos primeiros receptores televisivos, criado pelo
físico Manfred von Ardenne, em 1932, na Alemanha.
Televisão alemã, produzida em 1938.

1940
EN S
E U

INTERFOTO/Alamy Stock Photo

TV-Yesterday/Interfoto/Fotoarena
D E
A LD

1950
Temple TV-1776, produzida nos Estados
Philco Predicta, 1958. Unidos, no final da década de 1940.
EM IA

90 Arte | 8o ano 1
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84 Arte | 8o ano 1

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Registro

art
trekandshoot/Alamy
Stock Photo

TV-Yesterday/Interfoto/Fotoarena

O
BO O
1960 1972

SC
M IV
Televisor portátil da década de 1960. PRO FP 31, Alemanha, 1972.

O S
1985

D LU
Easy_Asa/iStockphoto.com

G?nter H?hne / Interfoto / Fotoarena


O C
1990

N X
SI E
O
Modelo de televisor típico dos anos 1990. Robotron Color-Vision RC 6041, Alemanha, 1985.
EN S
Business Wire via Getty Images

SeongJoon Cho/Bloomberg via


Getty Images
E U
D E
A LD

2006 2015

TV LCD, da Samsung, produzida em 2006. TV 4K com tela curva, 2015.


EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 91


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Tempo e perspectiva | Unidade A 85

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Orientação didática
Converse com os alunos
sobre a evolução do • A seguir são apresentadas imagens de objetos antigos. Tente identificá-los e escreva
design ao longo do tempo, o nome ao lado de cada um deles.

perguntando, por exemplo,

art
a)

Gregory_DUBUS/iStockphoto.com
se percebem em seu
cotidiano alterações em
produtos, embalagens ou

O
logos. Comente que, assim

BO O
como se nota no design

SC
de moda, por vezes estilos

M IV
b)

mactrunk/iStockphoto.com
antigos são retomados
em outras áreas do

O S
design – por exemplo, um
reprodutor de áudio digital

D LU
com formato que remete a
vitrolas dos anos 1950. É o
chamado design retrô. c)

caracterdesign/iSTockphoto.com

O C
Atividade a: Rádio.

N X
Atividade b: Computador.
SI E
Atividade c: Máquina de d)
MarkSwallow/iSTockphoto.com
O
calcular.
EN S

Atividade d: Gramofone.
E U

Atividade e: Telefone.
e)
istanbulimage/iSTockphoto.com
D E
A LD
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Orientação didática
O texto aborda o
DIÁLOGOS
surgimento do Art Nouveau
Inglês
– movimento artístico
que impulsionou o

art
O inglês é uma língua frequentemente usada no

dizain/Shutterstock
meio empresarial e tornou-se requisito básico na
contratação de profissionais que desejam inserção no
desenvolvimento do design
mercado de trabalho. Várias profissões fazem uso da e das artes gráficas –, sua
língua inglesa no dia a dia: tradutores, intérpretes, pro-
importância no cenário

O
fissionais que trabalham na área de comércio exterior
e outros. Mas há profissões em que termos da língua
mundial e sua influência na

BO O
inglesa são adotados como parte do vocabulário coti-
diano, como é o caso do designer. Não é preciso que o
arte brasileira. Apresenta

SC
profissional tenha domínio do inglês, necessariamente,
mas é importante que conheça o significado das pala-
os artistas de destaque

M IV
vras estrangeiras comumente utilizadas em sua prática
profissional. Conheça algumas delas. do Art Nouveau, como o
Brainstorming – tempestade de ideias: momento em que designers se reúnem, às vezes também com clientes,
para levantar ideias para ajudar no processo de criação. francês Toulouse-Lautrec,

O S
Sketch – esboço: desenho inicial para trabalhar as primeiras ideias que surgirem.
Rough – também significa esboço ou desenho rápido para registrar ideias; costuma-se dizer rafe, uma versão precursor das artes gráficas
aportuguesada da palavra inglesa.
na produção de cartazes.

D LU
Case – caso, ou melhor, estudo de caso: análise de casos de projetos similares ao que está sendo desenvolvido
para ajudar na busca por soluções estéticas ou funcionais. Termo também muito usado na área de marketing.
E o próprio nome da profissão: designer, que traduzindo ao pé da letra significa “desenhador”.
Aprofunde o
A origem do design conhecimento

O C
O Art Nouveau, também conhecido como Arte Nova, foi um movimento

gyro/iStockphoto.com
artístico que surgiu no fim do século XIX, na Bélgica, e vigorou entre os anos Neste site é possível

N X
de 1880 e 1920, atendendo ao desejo de toda uma sociedade que buscava encontrar diversos
um estilo que pudesse refletir as mudanças que ocorreram após o advento
SI E da Revolução Industrial. As criações do estilo Art Nouveau foram marcadas
artigos sobre design para
por motivos florais, linhas curvas assimétricas e formas botânicas, empre- a ampliação de seus
gadas em objetos, móveis, acessórios, anúncios e até na arquitetura moder- conhecimentos sobre o
na. Primeiro movimento voltado para o design, foi considerado o responsá-
O
vel pela criação do desenho industrial e do design gráfico.
assunto:
• Design 24 horas.
EN S
Mauro_Repossini/iStockphoto.com

S. Greg Panosian/iStockphoto.com

Disponível em: <http://


design24horas.com/arte-
E U

e-design/>. Acesso em:


ago. 2019.
D E
A LD

Entrada do metrô de Paris, em estilo Art Nouveau. Relógio em estilo Art Nouveau. Escada em espiral Art Nouveau.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 93


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Tempo e perspectiva | Unidade A 87

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Orientação didática
Oriente os alunos a
observar atentamente O Art Nouveau e as artes gráficas
a imagem do vitral feito Nas artes gráficas, os avanços da litografia colorida permitiram aos artistas dese-
por Alphonse Mucha, de nhar diretamente na pedra, utilizando sem restrições as linhas curvas, o que as técnicas

art
anteriores não permitiam.
modo que eles consigam
depreender as principais
características do Art

O
AMPLIAÇÕES

Nouveau, como as curvas,

BO O
Litografia

valentinrussanov/Getty Images
as linhas sinuosas e Litografia é uma técnica de reprodução

SC
de imagens em que o artista desenha sobre
os motivos florais na

M IV
uma pedra calcária usando materiais de base
gordurosa. Por meio de processos químicos, o
construção do desenho. desenho fica gravado na pedra e então ela se
torna uma matriz, como um carimbo, permitin-
Além disso, chame a do a reprodução da imagem desenhada. Para

O S
imagens coloridas, é preciso criar uma matriz
atenção para os elementos para cada cor e montar a composição final no
simbólicos dessa momento da impressão.

D LU
composição, como a mão
com o gestual de Cristo e a Além disso, o estilo influenciou a criação de letras e marcas comerciais, e houve
figura do Espírito Santo na uma produção bem expressiva e característica de pôsteres, com destaque para as

O C
peças feitas por Toulouse-Lautrec e Alphonse Mucha.
ponta do objeto segurado
pela mulher da direita,
Jorisvo/Dreamstime.com

N X
indicando o significado
religioso da presença deles
SI E
para a mesma. Por fim,
analise rapidamente essa
O
obra, mostrando como
tais características estarão
EN S

presentes em outras obras


desse movimento.
E U
D E
A LD

MUCHA, Alphonse. Vitral da


Catedral de São Vito, em Praga,
capital da República Checa.
EM IA

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88 Arte | 8o ano 1

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Registro

The Picture Art Collection/Alamy Stock Photo

Everett - Art/Shutterstock

art

O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
MUCHA, Alphonse. Pôster de Sarah Bernhardt (1896). TOULOUSE-LAUTREC. Divã Japonês, 1893. Litografia.
81,2 cm × 62,2 cm, Museu Metropolitano de Arte,
Nova York, Estados Unidos.

O C
touLouSe-Lautrec

N X
ullstein bild Dtl./
Getty Images

O artista francês Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901) foi um dos grandes artistas do pós-impressionismo,
uma inovadora tendência artística adotada por um grupo de artistas que buscava novos estilos. Revolucionou
SI E
O as artes gráficas por meio da produção de cartazes publicitários para teatros e casas noturnas parisienses com
a técnica da litografia.
EN S

aLphonSe mucha
PBarchive/
Alamy Stock Photo

O artista gráfico, pintor e ilustrador checo Alphonse Maria Mucha (1860-1939) foi um dos maiores represen-
tantes do Art Nouveau. Trabalhou com pintura decorativa, pintura de cenários teatrais, produção de revistas,
E U

ilustrações publicitárias, cartazes, anúncios, ilustrações de livros e também com desenhos de joias, tapetes,
papéis de parede etc. Os cartazes publicitários que realizou para os espetáculos de Sarah Bernhardt, grande
dama do teatro francês, estão entre seus trabalhos mais conhecidos.
D E

DE OLHO
A LD

O estilo Art Nouveau continua a influenciar e inspirar artistas contemporâneos. Conheça, neste artigo, como
essa influência acontece e veja o trabalho de artistas como a britânica Hannah Alexander, que realizou ilustrações
das princesas da Disney inspiradas nas obras de Alphonse Mucha.
Disponível em: <https://sala7design.com.br/2016/02/art-nouveau-e-sua-
influencia-sobre-profissionais-contemporaneos.html>. Acesso em: ago. 2019.
EM IA

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Tempo e perspectiva | Unidade A 89

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Registro

Outro artista de relevância do Art Nouveau foi Gustav Klimt. Sua obra teve foco em
pinturas, mas Klimt também realizou cartazes e projetos para decoração de interiores,
como os painéis que cobriram as paredes do Palácio Stoclet, em Bruxelas, Bélgica.

art

Imagno/Getty Images

O
BO O
SC
M IV
O S
Sala de jantar do
Palácio Stoclet, em
Bruxelas, Bélgica,

D LU
com painéis criados
por Gustav Klimt,
entre 1905-1911.

Austrian Museum of Applied Arts, Vienna

O C
N X
SI E
Heritage Image Partnership Ltd/Alamy Stock Photo

GuStaV kLimt

O artista austríaco
Gustav Klimt
O
(1862-1918) estudou
Desenho Ornamental
na Escola de Artes
EN S

Decorativas de Viena.
Conhecido por suas
pinturas, em especial
pela tela O beijo
E U

(1907), sua obra se


destaca pelo uso de
elementos curvilíneos
e acabamentos em
D E

cor dourada, o que


lhe proporcionou
um estilo próprio
A LD

entre os artistas
da Art Nouveau. KLIMT, Gustav. A árvore da vida.
Possui também uma 1905-1909. Óleo sobre tela,
expressiva obra de 138,8 cm × 102 cm. Museu de
Artes Aplicadas, Viena, Áustria.
retratos, que passou a A pintura faz parte dos estudos
produzir no início do para a série de mosaicos
século XX. criados para o Palácio Stoclet.
EM IA

96 Arte | 8o ano 1
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Registro

Nas artes decorativas, o destaque foi o estadunidense Louis Comfort Tiffany


(1848-1933), artista, empresário, designer de interiores e herdeiro da famosa joalheria
Tiffany & Co., em Nova York. Ficou conhecido por seus vitrais em igrejas – decorados

art
com motivos florais, em vez de santos e mártires – e por seus objetos decorativos,
como lustres, vasos, jarras, além da decoração de interiores.

O
AMPLIAÇÕES

BO O
Artes decorativas

PhotoShoppin/iStockphoto.com
O termo artes decorativas surgiu para dife-

SC
renciar as artes plásticas dessa outra forma de

M IV
arte, que gera peças caracterizadas por sua fun-
cionalidade e ornamentação, como: design de
móveis, interiores, peças de decoração, encader-
nações especiais de livros e artes têxteis.
É significativo também como marco da se-

O S
paração entre a produção de artistas e arte-
sãos, que se deu durante a Revolução Indus-
trial, como já abordado no início do capítulo.

D LU
Jpldesigns/Dreamstime.com

Bigapplestock/Dreamstime.com

O C
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O
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E U
D E
A LD

Lustre de cinco toneladas que ornamenta a cúpula do Janela projetada pela empresa de Louis Comfort Tiffany, a
Capitólio dos Estados Unidos, Washington D.C., Estados Tiffany Studios, exposta no Metropolitan Museum of Art, em
Unidos. Projetado por Louis Comfort Tiffany. Nova York, Estados Unidos.
EM IA

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Orientação didática

Sobre Antoni Gaudí, Na arquitetura, destacou-se Antoni Gaudí (1852-1926), famoso arquiteto catalão
há mais informações no (da Catalunha, região da Espanha) que utilizou elementos do Art Nouveau em suas
obras, apresentadas em um estilo único e individual. Arquitetura, natureza e religião
capítulo 5, unidade B, do 7º

art
são suas grandes paixões, demonstradas em grande parte de suas criações.
ano (sobre mosaico), caso
ache oportuno indicar uma

xavierarnau/iStockphoto.com

TomasSereda/iStockphoto.com
fonte para desenvolver

O
o conhecimento sobre o

BO O
artista catalão.

SC
M IV
Amplie a abordagem
Acesse o site Google Arts

O S
& Culture e conheça as

D LU
obras dos artistas:
• Louis Comfort Tiffany:
<https://artsandculture. Casa Batlló, em Barcelona, Espanha, criação de Antoni Gaudí. Casa Milà, em Barcelona, Espanha, outra criação de Antoni Gaudí.

google.com/entity/

O C
Art Nouveau no Brasil
m0jr3z?categoryId=artist>.
Durante os anos 1871 a 1914, houve a chamada Belle Époque brasileira, cuja in-

N X
Acesso em: ago. 2019. fluência de referenciais culturais franceses reverberou na arte brasileira; assim, pode-
• Toulouse-Lautrec:
SI E mos encontrar traços do Art Nouveau na arquitetura e na pintura decorativa. O Teatro
Amazonas, em Manaus, o Teatro da Paz, em Belém, o viaduto Santa Efigênia, em São
<https://artsandculture. Paulo, e a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, são alguns exemplos de construções
google.com/entity/ com decoração dessa nova estética.
O
m0h7vt?category
Ed Viggiani/Pulsar Imagens

Id=artist>. Acesso em: Rogério Reis/Pulsar Imagens


EN S

ago. 2019.
• Visita virtual à arquitetura
E U

de Antoni Gaudí:
<https://artsandculture.
D E

google.com/theme/
iQLiJvHIVcEzIw>. Acesso
A LD

em: ago. 2019.

Detalhes da decoração da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, em parte


concebida por Eliseu Vinconti (1866-1944), pintor e designer ítalo-brasileiro,
Viaduto Santa Efigênia, em São Paulo, inaugurado em 1913. considerado um dos pioneiros do design no Brasil.
EM IA

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Orientação didática
Neste momento, a
Bauhaus abordagem pauta-se na
A Bauhaus foi a primeira escola de design do mundo fundada em 1919 por Walter
Bauhaus, a primeira escola
Gropiuss, em Weimar, Alemanha. Foi uma das maiores e mais importantes expressões de design do mundo, que

art
do Modernismo no design e na arquitetura, e tinha como finalidade associar arqui- tinha seu corpo docente

Historic Collection/Alamy Stock Photo


WaSSiLy kandinSky
tetura, artesanato e arte. A Bauhaus visava criar bens de consumo priorizando a fun-
cionalidade, o custo baixo e a larga escala de produção. Seu quadro de profissionais O russo Wassily formado por artistas,
Kandinsky (1866-
atendia às mais diversas áreas: designers, arquitetos, engenheiros e artistas como arquitetos e designers

O
-1944) foi professor
Paul Klee e Wassily Kandinsky. Ambos fizeram parte do movimento abstracionista, que da Bauhaus e famosos, como Paul Klee

BO O
se caracterizou pela desconstrução da representação das formas. é considerado
um dos artistas e Wassily Kandinsky,

SC
mais influentes e
Jacek Kadaj/Dreamstime.com

dois grandes expoentes

M IV
revolucionários da
pintura moderna.
Foi um dos maiores do Abstracionismo, e o
representantes do
Abstracionismo, designer e arquiteto Marcel

O S
movimento que
foi consolidado no
Breuer, cujas criações são
início do século XX e comercializadas até os

D LU
influenciou artistas do
século XX e XXI. dias atuais.
Se achar pertinente,
explore imagens do Museu

O C
Bauhaus, inaugurado em
2019 em comemoração

N X
Bauhaus, escola de Arte, em Dessau, Alemanha. ao centenário da Escola
SI E Bauhaus. Para conhecer
Um nome que ganhou destaque na Bauhaus

Jacek Kadaj/Dreamstime.com
foi o de Marcel Breuer, arquiteto, designer e mais sua história, visite:
professor da instituição. Breuer foi designer <https://www.bauhaus.de/
O
de mobiliário e até hoje suas produções são
vendidas no mundo todo. Em 1933, a Bauhaus
de/>. Acesso em: ago. 2019.
foi fechada pelo governo nazista, sob a justifi-
EN S

cativa de que a escola tinha ideologia comu-


nista por compor seu quadro profissional com
E U

professores russos.
D E

Interior da Bauhaus
decorado com as cadeiras
marceL Breuer Wassily, criadas por
Marcel Breuer.
A LD

O húngaro Marcel Breuer (1902-1981) foi arquiteto, designer e professor da Bauhaus. Além de designer,
Oscar White/Corbis/
VCG via Getty Images

foi também inventor e criou cadeiras com estruturas metálicas com aço tubular. Como professor da Bauhaus,
incorporou o objetivo da instituição, que consistia em conciliar arte e indústria. Embora tenha se destacado
mais com mobiliário, se realizou profissionalmente como arquiteto, tendo reconhecimento apenas na década
de 1940. Nos anos 1950, realizou projetos como o prédio da Unesco, em Paris, e o Whitney Museum of American
Art, um museu de arte contemporânea em Nova York. Sua marca pessoal é o uso escultórico do concreto.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 99


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Tempo e perspectiva | Unidade A 93

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Registro

O design brasileiro
O pintor, designer, gravador, cenógrafo e figurinista pernambucano Aloísio Magalhães
(1927-1982) foi um dos pioneiros na história do design brasileiro e um dos colaborado-

art
res na fundação da Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Rio de
Janeiro, primeira escola superior de design no Brasil.
Aloísio Magalhães foi o responsável pela criação de diversos símbolos da identi-
dade nacional nos anos 1960, com mais de 170 marcas de empresas brasileiras, entre

O
elas a TV Globo e a Petrobrás. Sua atuação foi tão importante que, em 1998, o então

BO O
presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, decretou a data de nascimento

SC
do profissional, 5 de novembro, como o Dia Nacional do Design.
O trabalho realizado no design por Magalhães abriu espaço para outros profissio-

M IV
nais, entre eles o arquiteto e designer Sergio Rodrigues, pioneiro em introduzir o
conceito de design industrial no Brasil e torná-lo conhecido mundialmente. O moder-
nismo em suas criações trazia uma identidade brasileira, tanto pelos materiais que

O S
utilizava, como palha e madeira, quanto pela temática, que exaltava a cultura brasilei-
ra, em especial a indígena.

D LU
Durante a construção de Brasília, Sergio

Fundação Bienal
Rodrigues desempenhou um papel impor-
tante junto com Oscar Niemeyer e Lúcio Cos-
ta, arquitetos responsáveis pela construção
da nova capital brasileira, pois o mobiliário

O C
criado por Rodrigues foi usado na decora-
Logo da Fundação Bienal, criado por Aloísio Magalhães, ção dos interiores das edificações oficiais
em 1965.

N X
do governo.
Karime Xavier/Folhapress

SI E
O
EN S
E U
D E
A LD

Poltrona Mole (1957), de Sergio Rodrigues, sua obra mais famosa.


EM IA

100 Arte | 8o ano 1


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Registro

SerGio rodriGueS

art
Mastrangelo Reino/
Folhapress

O arquiteto e designer brasileiro Sergio Rodrigues (1927-2014) foi um dos profissionais do design mais
importantes do Brasil. Suas criações marcaram a história do design brasileiro do século XX. A mais famosa é a
Poltrona Mole, feita em couro e madeira com inovações em encaixe e estofado, características que continuam
inspirando os designers contemporâneos.

O
BO O
Outro nome relevante para a história do design brasileiro é o da arquiteta brasi-
leira, de origem italiana, Lina Bo Bardi, que chegou ao Brasil em 1946 e interessou-se

SC
pela cultura brasileira, contribuindo para que o design brasileiro adquirisse uma iden-

M IV
tidade própria. É reconhecida como um dos maiores nomes da arquitetura mundial
do século XX pelos projetos e construções realizados no Brasil, como o Museu de Arte
de São Paulo, o MASP.

O S
Adriana Zehbraukas/Folhapress

D LU
O C
N X
SI E
O
EN S

Cadeira Frei Egídio, projetada


por Lina Bo Bardi, em 1986.
E U
D E

Lina Bo Bardi
Folhapress

Achilina di Enrico Bo, conhecida como Lina Bo Bardi (1914-1992), nasceu em Roma, na Itália. Sua ligação com
A LD

o Brasil inicia-se com uma visita ao Rio de Janeiro com o marido jornalista e crítico de arte Pietro Maria Bardi.
Em 1946, chegam ao Brasil e estabelecem-se trazendo um grande acervo de obras de arte, livros e peças de
artesanato. A aproximação do casal com o empresário Assis Chateaubriand viabilizou novas oportunidades de
empreendimento, além de uma das maiores realizações de Lina Bo Bardi: o Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Lina é referência nacional e internacional na arquitetura e nas artes plásticas, e deixou registrada em suas
criações sua preocupação com as questões ambientais, sociais, políticas e culturais.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 101


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M

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Orientação didática
Neste momento, a
abordagem refere-se Atualmente temos grandes nomes de destaques no design brasileiro, como os
à história do design Irmãos Campana, capazes de criar artigos de luxo com materiais simples como cordas
e tocos de madeira.
brasileiro, a seus principais

art
representantes e à sua

Marcelo Camargo/Folhapress

Eduardo Knapp/Folhapress
importância dentro do
cenário artístico nacional.

O
No boxe Um passo à

BO O
frente, é importante

SC
ressaltar a produção dos

M IV
Irmãos Campana, voltada
Cadeira Vermelha Banco Vitória
à sustentabilidade e às (1993-1998), dos Régia (2002), dos

O S
Irmãos Campana. irmãos Campana.
preocupações deles com
o futuro do planeta. É

D LU
preciso falar também da DE OLHO

arquiteta ítalo-brasileira Você pode conhecer irmãoS campana


mais sobre o trabalho Ana Ottoni/Folhapress
Lina Bo Bardi e de sua desses designers Os irmãos Campana nasceram em Brotas, interior do estado de São Paulo. Humberto Campana nasceu em

O C
brasileiros por meio 1953 e formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo. Fernando Campana nasceu em 1961 e formou-
contribuição para o design, de seus sites: -se em Arquitetura pelo Unicentro Belas Artes de São Paulo. Juntos, eles criam peças, objetos e mobiliário. O
• Sergio Rodrigues: trabalho artístico dos irmãos Campana incorpora ideias de transformação e reinvenção. Seu design é bastante
a arte e, principalmente, criativo e, por isso, são reconhecidos nacional e internacionalmente.

N X
<http://sergio
a arquitetura brasileira, rodrigues.com.br/
site/>. Acesso em:
com inúmeros projetos de
SI E ago. 2019.
• Instituto Campa-
construções, entre eles na: <https://www.
UM PASSO À FRENTE
institutocampana.
o Museu de Arte de São org.br/>. Acesso
Design e sustentabilidade
O
em: ago. 2019. Os designers Humberto e Fernando Campana (Irmãos Campana) produzem alguns de seus objetos com material
Paulo (Masp). reutilizável, ou seja, eles reaproveitam o que poderia ser descartado para criar móveis, luminárias e outros produtos.
Assim, além do imenso valor artístico, os Irmãos Campana dão um caráter pedagógico a seu trabalho no que diz res-
peito à educação ambiental. Suas peças apresentam um viés de sustentabilidade, pois eles reutilizam materiais como
EN S

Amplie a abordagem plástico, borracha, cordas, tijolo ressignificando-os. Os resíduos sólidos, mais conhecidos como lixo, dão lugar a obras
criativas e funcionais, provando que nem tudo o que jogamos fora deveria ser de fato descartado.
E U

Para complementar
Marcelo Camargo/Folhapress

as informações sobre a
história do design no
D E

Brasil, apresente estes sites, Cadeira Favela (1991),

indicados para ampliar o


A LD

dos Irmãos Campana.


Ela foi inspirada nos

conhecimento dos alunos.


bairros periféricos da
cidade de São Paulo

• O trabalho de Aloísio
e construída a partir
da reutilização de
sarrafos de madeira
Magalhães. Disponível descartados.

em: <https://design
EM IA

culture.com.br/aloisio- 102 Arte | 8o ano 1

magalhaes-o-pioneiro-
ST ER

do-design-grafico-
brasileiro>. Acesso em:
ago. 2019.
SI AT

• Conheça o Instituto
Lina Bo e P. M. Bardi.
Disponível em: <http://
institutobardi.com.br/>.
M

Acesso em: ago. 2019.


• A história do Masp e a
construção de seu acervo.
Disponível em: <https://
masp.org.br/>. Acesso em:
ago. 2019.

96 Arte | 8o ano 1

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Orientação didática
Neste momento, o texto
ELABORANDO UM DESIGN
aborda as etapas realizadas
pelo designer para realizar
Geralmente são estabelecidas as seguintes etapas para realizar um design:
o projeto desejado. É

art
• O designer e o cliente conversam sobre o projeto a ser desenvolvido: o tipo de
produto e o público que se deseja alcançar. São essas informações que vão importante ressaltar
auxiliar o designer no desenvolvimento de seu projeto.
que o designer às vezes
trabalha em agências de

O
SrdjanPav/iStockphoto.com
propaganda e publicidade,

BO O
associando o trabalho de

SC
identidade visual ao de

M IV
marketing. Essas etapas
serão importantes para

O S
o desenvolvimento do
trabalho que será realizado

D LU
na seção Nossa arte.
• Após colher as informações, o designer faz um esboço ou rafe do produto. Muitas
vezes ele realiza vários esboços até chegar ao resultado desejado. O trecho cita o design de
moda, e esse campo do

O C
Chaosamran_Studio/Shutterstock
design será tratado mais
adiante, no capítulo 3 da

N X
Unidade B.
SI E
O
EN S

• Após a finalização e escolha do melhor rafe, o designer passa a fazer um desenho


E U

mais elaborado, chamado de layout. Nesse momento, o cliente é chamado para


dar sua aprovação, e nessa fase ainda
Robert Przybysz/Shutterstock

podem ocorrer algumas alterações.


• Após a aprovação do projeto pelo
D E

cliente, o designer parte para a arte


final do produto, com suas cores,
A LD

características técnicas e medidas.


• Alguns designers costumam criar
um protótipo (peça-piloto), ou seja,
um objeto teste para que o cliente
tome ciência de como ficará o pro-
duto depois de pronto.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 103


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Registro

Veganas: adequadas LOGO: CONSTRUINDO UMA MARCA


para uma pessoa
adepta do veganismo, O designer não se dedica apenas à elaboração de objetos; seu trabalho também
ou seja, que não

art
pode envolver a criação de logos. Logo é um símbolo gráfico que representa uma
consome alimentos
de origem animal, marca, ou seja, aquilo que representa a imagem de uma empresa, instituição, produto
assim como produtos ou serviços. Desde a Pré-História, os povos primitivos imprimiam sua identidade nos
com essa origem, em lugares que ocupavam por meio de símbolos gráficos, o que foi perpetuando ao longo
prol de combater,

O
dentro do possível, dos anos. A mesma lógica – de criar uma identidade – foi adotada por empresas, a fim

BO O
formas de exploração de que seus clientes pudessem reconhecer seus produtos e seus pontos de venda.
e crueldade contra Por meio de um logo, pode-se transmitir mensagens e ideias que a empresa busca

SC
animais.
conectar a seus produtos ou serviços.
Fonte tipográfica: é o

M IV
desenho de uma letra
Veja este case da identidade visual de uma marca de comidas veganas: a cliente,
gráfica, cuja forma solicitou à designer que a marca tivesse seu nome e alguma menção ao símbolo do
e estrutura definem veganismo, associando a seu logo uma imagem já consolidada dessa causa.
suas características.

O S
Também é chamada Este é o símbolo
apenas de fonte ou do veganismo.
tipo. Ele costuma ser

D LU
estampado em

AVIcons/iStockphoto.com
embalagens de

Luciana Nobre
produtos que não Logo criado pela
possuem nenhum designer deste
ingrediente de case, que optou
origem animal, por inserir uma
sejam alimentos, versão adaptada
sejam objetos como do símbolo do

O C
calçados e bolsas. veganismo.

Durante o processo de criação de um logo, é preciso fazer escolhas, como as cores

N X
e o tipo de letra que serão usadas. Neste caso, foi escolhida uma fonte tipográfica
SI E que parecia ser escrita à mão, associando o fazer manual aos produtos artesanais e
caseiros feitos pela cliente.
O
Luciana Nobre
EN S
E U

O logo na versão apenas


em preto e branco e a
paleta de cores escolhida.
D E

São feitos vários testes até que se defina a versão final:


A LD

Luciana Nobre
Algumas das versões do logo feitas ao longo do processo de criação, nas fases
de experimentação de diferentes cores para os desenhos e para a fonte.
EM IA

104 Arte | 8o ano 1


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98 Arte | 8o ano 1

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Amplie a abordagem
Trabalhe com os alunos a
Essas escolhas são guiadas pela imagem que a empresa quer evolução de alguns escudos

Apple
transmitir de seus produtos, mas também é preciso pensar na de times de futebol
legibilidade e na aplicabilidade da marca. brasileiros. Por exemplo, o

art
A legibilidade é a capacidade do cliente de ler e perceber
como o logo se constitui, o que garantirá que a marca seja lem-
do Sport Club Corinthians
brada. Já a aplicabilidade é a capacidade do uso da marca sobre Paulista. Sua versão atual
diferentes suportes, como embalagens, placas e adesivos. foi concebida por Francisco

O
Os logos podem ser formados por desenho e escrita, mas, Logo que utiliza apenas
Rebolo (1903-1980), um

BO O
o desenho como marca,
quando são feitos somente com o nome da empresa, são cha- também chamado de
modernista brasileiro

SC
símbolo ou ícone.
mados de logotipos:
conhecido por pintar

M IV
IBM
paisagens de cidades,
Microsoft

entre elas a de São Paulo.

O S
Logo composto de desenho e tipo.
Além de artista, Rebolo
foi jogador de futebol

D LU
Logo que utiliza apenas a tipologia como marca – ou
seja, logotipo.
do Corinthians entre os
É comum ouvir falar do termo logomarca, mas ele não é correto, pois é a união de
anos 1922 e 1927. O atual
dois termos com o mesmo significado (logo + marca), por isso deve-se usar apenas desenho do emblema do

O C
logo ou marca. time é de sua autoria; ele
foi o responsável por incluir

N X
AMPLIAÇÕES a âncora e os remos que
SI E Brasões: antecessores dos logos hoje aparecem estampados
Os brasões são marcas criadas com a finalidade de identificar famílias, indivíduos, cidades, clubes, nações, no emblema. Outro caso
entre outros. São utilizados desde o período medieval, quando surgiram no contexto das guerras entre senhores
feudais (costumavam estar nos escudos dos combatentes), e comumente usam como base um escudo e outros interessante para comentar
O
símbolos e cores referentes ao grupo que representa.
com os alunos é a mudança
recente em escudos de
Governo Federal

Governo Federal

CBF

EN S

times internacionais e
nacionais, como o do
E U

Juventus, da Itália, e do
Athletico Paranaense, do
D E

Paraná, que causaram


estranheza em alguns
A LD

Brasão da República ou Brasão


de Armas do Brasil, idealizado
pelo engenheiro Artur Zauer, Brasão da Confederação Brasileira de torcedores.
Brasão da Casa de Orleans e encomendado pelo marechal Futebol (CBF). Os brasões de seleções
Bragança, casa da família real Deodoro da Fonseca, primeiro e times são popularmente chamados
portuguesa e do Brasil imperial. presidente do Brasil. de escudos.
Aprofunde o
conhecimento
EM IA

• Heráldica: a arte dos


Tempo e perspectiva | Unidade A 105

brasões. Disponível
ST ER

em: <https://
aventurasnahistoria.
uol.com.br/noticias/
SI AT

acervo/heraldica-arte-
brasoes-434422.phtml>.
Acesso em: ago. 2019.
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Tempo e perspectiva | Unidade A 99

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Orientação didática
Esse trabalho deverá ser
realizado em grupo de no Nossa arte
máximo cinco pessoas.
Oriente os alunos para

art
que eles sigam as etapas
de elaboração do design
apresentadas no texto. Fica

O
a seu critério a escolha

BO O
do local da execução do

SC
projeto, que poderá ser

M IV
realizado em sala de aula
ou como uma atividade

O S
extraclasse, podendo
estabelecer etapas em sua

D LU
realização. Deixe que os Na criação de um produto, estão associados diversos tipos de design. O produto
alunos escolham que tipo em si é feito pelo designer de produto, já a marca do produto e as peças gráficas para
publicidade são feitas por um designer gráfico, e há também o designer da embalagem.
de objeto será embalado

O C
A embalagem, assim como o logo, tem o poder de criar uma imagem do produto;
pela peça que vão criar, pode se tornar o meio de o cliente identificá-lo, mas tem também a função de prote-
mas, como vão executá-la, ger o produto.

N X
Inúmeros materiais podem ser utilizados para a criação de embalagens; os mais
ajude-os a pensar na comuns no contexto industrial são: plástico, vidro, alumínio e papel. Mas é o produto
viabilidade de suas ideias
SI E a ser embalado que vai indicar a melhor escolha: líquidos, por exemplo, comumente
são embalados em plástico, vidro ou alumínio, já que o papel comum não seria resis-
para não optarem por algo
tente o suficiente para transportá-lo. Desse modo, o designer precisa considerar esses
improvável de ser realizado. aspectos em seu projeto.
O
Após essa escolha, Agora você vai criar o design de uma embalagem de papel. Reúna-se com quatro
a cinco colegas e definam o tipo de produto que pretendem embalar.
oriente-os nas pesquisas
EN S

Pesquisem sobre embalagens já existentes no mercado para o tipo de produto que


necessárias para a criação escolheram. Observem as formas, as cores e o tipo de papel utilizado.
da embalagem. É possível Pesquisem também sobre embalagens inovadoras para esse tipo de produto. Há
E U

designers criativos, que encontram soluções surpreendentes para determinadas ne-


encontrar inúmeras cessidades; conhecer esses projetos diferentes pode ser inspirador.
referências de embalagens Se o projeto envolver algum tipo de caixa, vocês precisaram investigar sobre como
D E

montá-la, pois há diversos tipos, cada qual adequado a um tipo de uso e produto.
no site Pinterest, por Após a definição do formato da embalagem, definam a “cara” dela: que cores, di-
exemplo. Peça-lhes que zeres e desenhos serão inseridos?
A LD

observem tanto a forma Realizem esboços e, depois que tiverem definido cada elemento, executem a peça.
Escolham um tipo de papel adequado para embalar o produto que escolheram. A
da embalagem como embalagem pode ser feita à mão ou em computador, se alguém do grupo tiver conhe-
seus materiais e a arte cimento de aplicativos e programas gráficos que auxiliem nessa tarefa.
impressa, e que analisem
EM IA

as soluções e os recursos 106 Arte | 8o ano 1


criados pelos designers.
Os grupos que optarem
ST ER

por criar caixas podem


precisar de sua ajuda para
desenhar a planificação
SI AT

da peça, mas há diversos


moldes na internet, por
vezes acompanhados de
M

vídeos explicativos sobre


a montagem, que podem
ajudá-los. Se tiverem
pouco tempo, você pode
propor que os alunos
criem apenas rótulos, que
são de fácil execução, e
depois apliquem-nos sobre
garrafas e potes.

100 Arte | 8o ano 1

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Orientação didática
As atividades fazem
Mural do conhecimento menção a diversos
conteúdos do capítulo. Se
precisar, auxilie os alunos

art
1. Teste seus conhecimentos, com base nos conteúdos abordados no capítulo, preen-
chendo esta palavra cruzada. a encontrar as informações
pertinentes. Na atividade 2,
D
auxilie os alunos a lembrar
a)

O
de marcas presentes

BO O
b) E

em seu dia a dia e em

SC
c) S
como são representadas

M IV
I
visualmente.
d) G

O S
e) N Atividade 1:

D LU
a) Arquiteta italiana que colaborou para o desenvolvimento do design brasileiro. a) Lina Bo Bardi.
b) Profissional que elabora design. b) Designer.
c) A primeira escola de design do mundo.
c) Bauhaus.

O C
d) Criador da Poltrona Mole.
d) Sergio Rodrigues.

N X
e) Primeiro movimento voltado para o design, considerado o responsável pela cria-
ção do desenho industrial e do design gráfico.
SI E e) Art Nouveau.
2. Pense em logos conhecidos e apresente exemplos de:

Atividade 2:
a) logos com apenas o desenho que simboliza a marca.
O
a) Resposta pessoal.
b) logos com apenas o nome da marca (logotipos).
Exemplos: Nike, Shell,
EN S

Firefox etc.
E U

c) logos com o nome da marca acompanhado de um desenho. b) Resposta pessoal.


Exemplos: BBC, Coca-Cola,
Mobil, Google, IBM, Disney
D E

3. Quais são as principais características do estilo Art Nouveau?


etc.
A LD

c) Resposta pessoal.
Exemplos: Adidas, NFL,
Amazon, Dove etc.
EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 107 Atividade 3: As criações


do estilo Art Nouveau foram
ST ER

marcadas pelos motivos


florais, pelas linhas curvas
assimétricas e pelas formas
botânicas, empregadas
SI AT

em objetos, móveis,
acessórios, anúncios e até
na arquitetura moderna.
M

Tempo e perspectiva | Unidade A 101

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Orientação didática

Amplie a abordagem Aprofundando o olhar


Apresente o projeto

art
“Meu Deus, quem roubou Observe as imagens, leia o texto e responda às questões.
as minhas propagandas”,

Marco_Bonfanti/iStockphoto.com

Antonel/iStockphoto.com
do artista Etienne Lavie 1 2

O
(Disponível em: <https://

BO O
www.brasil247.com/pt/247/

SC
revista_oasis/135432/Mais-

M IV
arte-menos-publicidade-
Paris-e-Mil%C3%A3o-
trocam-propaganda-por-

O S
obras-de-arte.htm>. Acesso
Veja a seguir uma nova imagem. Trata-se de uma ação do projeto Art Everywhere

D LU
em: ago. 2019). Nesse US (Arte em todo lugar EUA, em inglês). A proposta do projeto foi substituir os cartazes
projeto, o artista francês, e os painéis de propagandas comerciais por obras de arte, o que foi muito bem-aceito
pelo público de cidades estadunidenses.
em ação semelhante à do
projeto Art Everywhere

O C
Robert Landau/Alamy Stock Photo
US, estabelece uma

N X
crítica direta à presença
excessiva de publicidades
SI E
na paisagem urbana ao
Imagem do projeto
Art Everywhere US
(Arte em todo lugar
inserir imagens de obras EUA, em inglês), em
Oakland, Estados
de arte no lugar destinado
O
Unidos, em 2014.
Neste outdoor, é

tradicionalmente a apresentada a obra


Watson e o tubarão

anúncios publicitários.
(1778), de John
EN S

Singleton Copley.
E U

1. Em sua opinião, o que motivou o desenvolvimento do projeto Art Everywhere US?


Atividade 1: Resposta
pessoal. O desenvolvimento
desse projeto foi realizado
D E

para divulgar obras de arte 2. Em sua opinião, por que a troca de anúncios de propaganda por obras de arte rea-
de artistas estadunidenses
A LD

lizada pelo projeto foi bem-aceita pelo público?


e incentivar a visita a
museus e galerias. Também
é possível que alguns
alunos identifiquem
EM IA

nele uma crítica ao 108 Arte | 8o ano 1

excesso de anúncios
ST ER

publicitários expostos em
vários locais das grandes
cidades, que causam uma Atividade 2: Com esse projeto, foi proporcionada à população uma maneira diferente
imensa “poluição visual”,
SI AT

de ocupar os espaços antes preenchidos pelos anúncios publicitários, que causavam


prejudicando a qualidade transtorno visual. A arte proporcionou outra relação com o espaço urbano, pois o
de vida das pessoas. projeto alterou a paisagem utilizando imagens incomuns, que convidam a um tipo de
leitura diferente do imediatismo das publicidades.
M

102 Arte | 8o ano 1

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Atividade 3: Resposta
pessoal. A propaganda e
os painéis publicitários
3. Ao observar a imagem 1, com um único anúncio de propaganda, e a imagem 2, com são recursos colocados
inúmeros painéis de publicidade, que sensações elas lhe despertam? Comente.
em lugares de grande
visibilidade, que trazem

art
uma mensagem específica,
imediata e assertiva com a

O
função de divulgar produtos
4. Atualmente, algumas cidades brasileiras adotaram leis que estabelecem regras para

BO O
a disposição de anúncios publicitários em imóveis públicos e privados. Em sua opi- e serviços. As propagandas

SC
nião, com que intenção os governantes criaram tais leis? isoladas proporcionam

M IV
ao observador a imediata
captação da mensagem;
quando juntas, há um

O S
excesso de informações que

D LU
prejudica a leitura visual.

Atividade 4: Resposta
Mãos à obra!
pessoal. Em São Paulo,

O C
desde 2007, está em vigor
Agora é a sua vez de criar um logotipo. a Lei nº 14.223, chamada

N X
Leia o texto apresentado sobre o assunto e pesquise na internet, em revistas e em
jornais os diversos tipos de logotipos. de Lei Cidade Limpa. Essa
SI E Você deverá criar um logotipo com base nas iniciais de seu nome. Lembre-se que
os logotipos devem apresentar simplicidade, versatilidade e, acima de tudo, chamar
lei foi criada para evitar a
poluição visual na cidade,
a atenção das pessoas. Faça esboços para trabalhar suas ideias, busque associar ele-
proibindo outdoors e
O
mentos e cores com os quais você se identifique e que transmitam sua personalidade.
Após criar a arte final, organize com o(a) professor(a) e os colegas uma mostra regulamentando o tamanho
dos logotipos.
permitido para letreiros e
EN S
Chaosamran_Studio/iStockphoto.com

placas de estabelecimento.
E U

O objetivo foi tornar a


paisagem urbana mais
agradável e ordenada.
D E
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EM IA

Tempo e perspectiva | Unidade A 109


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Orientação didática
SI AT

Antes de os alunos iniciarem o trabalho da seção Mãos à obra!, solicite que pesquisem
em revistas, jornais e na internet os diversos logotipos existentes. Oriente-os durante
o processo de criação dos logotipos solicitados quanto à escolha das letras e seus
M

formatos, para que o logo possa ser facilmente identificado, evitando informações
desnecessárias; a escolha das cores é outra etapa importante, pois serão elas que vão
promover a identificação e chamar a atenção das pessoas. Após essas etapas, é hora de
iniciar o processo de criação. Deixe que os alunos realizem vários esboços para que façam
as escolhas certas. Com a ideia, as letras, as cores escolhidas e o desenho finalizado,
é hora de partir para a finalização, que pode ser feita em papel sulfite ou Canson A4.
Termine a atividade organizando uma mostra dos logotipos. Além dos desenhos, vocês
podem colocá-los em objetos, rótulos ou embalagens para mostrar sua aplicabilidade.

Tempo e perspectiva | Unidade A 103

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Registro

REFERÊNCIAS
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ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora. São Paulo: Pioneira, 1998.

art
BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1995.
BRONOWSKI, Jacob. Arte e conhecimento: ver, imaginar, criar. São Paulo: Martins Fontes, 1983.
CUMMING, Robert. Para entender a Arte. São Paulo: Ática, 1996.
ENCICLOPÉDIA do ESTUDANTE. História da Arte. São Paulo: Moderna/Estadão, 2008. v. 19.
ENCICLOPÉDIA do ESTUDANTE. Música. São Paulo: Moderna/Estadão, 2008. v. 13.
FARTHING, Stephen. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.

O
GARCEZ, Lucília; OLIVEIRA, Jô. Explicando a Arte Brasileira. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

BO O
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Rocha. São Paulo: Publifolha, 2011.

SC
MACHADO, Lourival Gomes. Barroco brasileiro. São Paulo: Perspectiva, 1973.
MORAIS, Frederico. Arte é o que eu e você chamamos arte. Rio de Janeiro: Record, 1998.

M IV
MORAN, José Manuel. Como ver televisão: leitura crítica dos meios de comunicação. São Paulo: Paulinas, 1991.
OSTROWER, Fayga. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1991.
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. São Paulo: Ática, 2005.
STRICKLAND, Carol. Arte comentada: da Pré-História ao pós-moderno. Trad. Angela Lobo de Andrade. Rio
de Janeiro: Ediouro, 2001.

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BOLHAS DE GELO

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