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UNIDADE 4

O OFÍCIO DO
HISTORIADOR
:AS FONTES
HISTÓRICAS
Uso de registros já existentes (mais tradicional)

 Deixados de modo voluntário ou não, incluindo objetos da


cultura material e as imagens iconográficas, os ambientes
urbanos e a própria materialidade de uma cidade. Cada um
desses registros tem métodos próprios de se analisar.
 Tudo é história, ou seja, todo material serve para pensarmos
o passado.
 Hoje: usamos cartas, diários, literatura, atas de reunião,
notícias de jornal, propagandas em revistas, letras de
músicas e até receitas de bolo. Não há mais limites para
os tipos de textos que podem servir ao historiador.
 Se antes (XIX), esses textos eram usados como
testemunhos do passado e eram “PROVA” de algo; hoje,
são utilizados como “DISCURSOS” a serem decifrados;
Fonte (meio pelo qual temos acesso a um fato histórico ou
entramos em contato com nosso problema de pesquisa),
Testemunho (de uma época) P. 134-135.
USO DAS FONTES OU ABORDAGEM
 Abordagem: modo de fazer que é
determinado pelas fontes ou pelo campo
de observação
A) Tipo de fontes: Arqueologia, história
do discurso, história oral, história serial;
B) Campo de observação: História
imediata, história quantitativa, História
regional (história local), micro-história.
FONTES IMPRESSAS até 1970...
 Até 1970: reconhecem a importância da imprensa,
mas não querem escrever a História à partir da
imprensa
 Resquício do ideal de busca da verdade
 Os tipos de documentos que ainda eram considerados
relevantes ou não;
 Distanciamento do objeto
 Fonte não objetiva, fragmento do presente.
 Credibilidade.

 Mesmo crítica a essa concepção desde 1930


(Annales), não implicou no reconhecimento imediato
das potencialidade da imprensa.
A imprensa sob suspeição (p. 115-116)

 Debate entre os teóricos sobre a possibilidade de uso


dessa fonte;
 Jornal é fonte de informação, mas não é fonte pois é
imparcial e tendencioso, certo e falso.
 Uso da imprensa era mal vista
 Meio de comunicação da elite
 Cheio de valores, interesses e discursos
ideológicos.
 Gilberto Freyre como precursor do uso do jornal
como fonte.
A imprensa como objeto (p.118-119)

 Fim da década de 1970: História da


imprensa, história por meio da imprensa e
surgia o jornal como objeto de pesquisa.

 Primeiratese foi escrita em 1979, por


Arnaldo Contier sobre a relação da imprensa
com a ideologia em SP.
Nova História: ruptura. (p. 112-115)
 Nova História: ruptura
 Novos objetos, novos problemas, novas abordagens e
Interdisciplinariedade
 Renovação do Marxismo:
 Abandono da ortodoxia economicista e Reconhecimento dos
elementos culturais (E. P. Thompson – história dos vencidos /
história vista de baixo);
 História Cultural
 Relação com a antropologia e Campo das práticas e
representações;
 Semiótica:
 Análise do discurso, referências externas ao próprio discurso.
 História Imediata: Análise do tempo presente;
 História política: Como renovação, não como retorno.
Temáticas a partir da imprensa
 Trabalho, cidade e imprensa
 Identificar o cotidiano nos jornais
 História do movimento operário pelo movimento operário.

 Tempos eufóricos: revista, imagens, publicidade


 Revistas de variedades para agradar os diversos públicos;
 Revista Veja em 1961 rompe com essa perspectiva;

 A imprensa e o mundo das letras:


 Relação história e literatura;
 Busca da atmosfera cultural: possibilidades;

 Imprensa, gênero e infância:


 Busca do papel da mulher ao longo das diversas épocas
 Dos estereótipos
Análise dos periódicos
 Identificar a qual tipo ele pertence;
 Identificar período;
 Atentar para o tipo de material;
 Caracterizaro material iconográfico, função desenvolvida
na publicação;
 Caracterizar o grupo responsável pela publicação;
 Identificar os principais colaboradores;
 Identificar o público a que se destinava;
 Analisaro material de acordo com a problemática
escolhida.
 Demais questionamentos.
BARROS, José D’Assunção. O campo
da história: especialidades e
abordagens. Petrópolis, RJ: vozes,
2010, p. 132-179

BURKE, P. A Escrita da Historia: Novas


Perspectivas. São Paulo: Unesp,
1992, (História Oral, p.166-201,
Gwyn Prins).
a) Quanto ao tipo de fonte:
 História oral: tipo de fonte que o historiador
trabalha (testemunhos orais):
 Isso significa que ele irá produzir o essencial dos
seus materiais de investigação e reflexão a partir
da coleta de depoimentos, que depois analisará
com métodos adequados. Aqui, sua preocupação
é com a coleta de depoimentos, ao uso ou não
de questionários pré-direcionados. Assim, a
História oral é um caminho metodológico e não
um enfoque ou caminho teórico/temático.
ALGUNS PONTOS SOBRE A HISTÓRIA ORAL.

 Atualmente, o historiador tem a possibilidade de produzir os seus materiais


de investigação ou fontes para a pesquisa por meio de uma metodologia
apurada e, neste caso, ele estará fazendo uso dos procedimentos da
 Através da História Oral, é possível conhecer os sonhos, os anseios, as
crenças e as lembranças do passado de pessoas anônimas, simples, sem
nenhum status político ou econômico, mas viveram os acontecimentos de
sua época.
 As fontes escritas complementam a fonte oral.
 Cuidado: Fontes orais são dotadas de subjetividade. Assim, não podem
ser tomadas como “verdadeiras” por ser testemunho de alguém > devem
passar pela crítica feita por parte do historiador que os utiliza.
 Logo, devemos considerar o peso que o presente exerce sobre o
depoente no momento de reconstituição do passado.
 Uso de metodologias vindas de outros campos, mas sem perder o
olhar da História.
MATERIAIS COMPLEMENTARES
3. História do Discurso (Tipo de fonte)

 Ligada a abordagem semiótica;


 Pode ser feita de modo qualitativo, quantitativo ou serial
(documentos em série);
 Texto é objeto de significação e objeto de comunicação
cultural entre sujeitos;
 Intratexto (avaliação interna do texto como objeto de
significação), intertexto (relação entre textos) e contexto
(relação do texto com a realidade que o produziu e que o
envolve);
 Todo texto tem momento de produção, recepção e conteúdo;
 Michael Foucault é um historiador que compõe a
historiografia da história do Discurso.
4. História Imediata (Tipo de fontes)

 Campo específico e próximo do jornalismo;


 Produçãohistoriográfica que se relaciona/insere, de
alguma maneira, com o próprio historiador;
(Não confundir com História do Tempo presente, onde
o recorte temporal é próximo do historiador mas que
ele não esta inserido no objeto analisado);
 Historiador é analista do discurso dos outros e também
produtor de testemunhos dele mesmo; é examinador dos
atores sociais do passado e também ator ele mesmo.
 Quando Trotsky produziu o texto “História da Revolução
Russa”, ele estava fazendo história imediata;
 Terrenodelicado pelo risco da produção ser confundida
com o gênero literário das Memórias.
5. Arqueologia:

 Campo da cultura material;


6. História Serial:
São fontes com certa homogeneidade e que
se abram para a possibilidade de quantificar
ou de serializar as informações ali
perceptíveis no intuito de identificar
regularidades;
Serializaçãode eventos ou dados (e não
apenas fontes);
Muito ligada a História econômica e também
se estendeu a História Demográfica.
Síntese de dados em formato estatístico.
7. História quantitativa:
Estaligada a serialização, de fontes ou
dados;
Porém, objetivo é encontrar em verificar a
recorrência mas não necessariamente a
quantidade;
Cuidado para não apenas descrever
informações numéricas, sejam elas relativas
a população ou a economia.
Com relação ao campo de observação:

 1. História regional/história local:


Analise de uma região específica
Pode ser também um recorte antropológico,
cultural ou qualquer recorte ligado a um espaço.
 2. Micro-história:
Analise de um redução na escala de observação
do historiador com o intuito de perceber
aspectos que outro modo passariam
desapercebidos;
 Analise de uma comunidade como um meio para
atingir a compreensão de aspectos específicos
relativos a uma sociedade mais ampla.
 Redução na escala de observação;
UNIDADE 4: O OFÍCIO DO HISTORIADOR
LUCA, Tania Regina de. Fontes impressas: história dos,
nos e por meio de periódicos IN: PINSKY, Carla
Bassanezi (org) Fontes históricas. 3° Edição. São Paulo:
contexto 2014, p. 111-154.

BARROS, José D’Assunção. O campo da história:


especialidades e abordagens. Petrópolis, RJ: vozes,
2010. p. 132-179

Texto base 2 - BURKE, P. A Escrita da Historia: Novas


Perspectivas. São Paulo: Unesp, 1992, (História Oral,
p.166-201, Gwyn Prins).

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