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A epidemia de febre amarela no final do século XIX no Rio de Janeiro talvez tenha
sido a grande chave para o desenvolvimento da saúde pública brasileira.
Outra vertente da saúde pública que merece destaque neste período foi a
chamada VERTICAL PERMANENTE. De influência americana, e
acompanhando a rápida penetração do capital americano na economia brasileira,
surgem os serviços sanitários da Fundação Rockfeller, já no início da década de
20. A partir de sua experiência de controle de ancilistomíase e malária no sul dos
Estados Unidos, esta Fundação sugeriu a criação de “Postos Sanitários
Permanentes” com a montagem de serviços que assegurassem ações sanitárias
duradouras.
Baseava-se na proposta de Centros de Saúde difundida pela Fundação
Rockfeller, e no Brasil institucionalizaram-se nas redes estaduais e na Fundação
Serviços de Saúde Pública (FSESP).
Realizava prestação sistemática de serviços (controle de doenças
endêmicas, vacinações, puericultura, pré-natal, outras atividades de prevenção). O
controle das grandes epidemias possibilitou a evidência dos problemas endêmicos
(malária, ancilostomíase), e a percepção da necessidade de uma rede básica de
serviços permanentes de saúde como opção as tradicionais e episódicas
campanhas sanitárias.
Estes Postos possuíam serviços de educação sanitária que visavam
mostrar à população os benefícios das ações de saúde e a necessidade de
observar regras básicas de higiene, além de ações de saneamento, laboratórios
para exames de baixa complexidade, e dispensário para o tratamento de parasitas
intestinais. Os Postos sanitários Permanentes estão sem dúvida na base do
surgimento dos Centros de Saúde no Brasil. Estes teriam características muito
semelhantes àqueles, só que orientados para as áreas urbanas.
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Estas vertentes Campanhista e Vertical permanente, tiveram seu apogeu
nas décadas de 40 e 50. A partir da década de 60 não foram mais priorizadas pela
política de financiamento.
“Esta classe tem diante de si, uma classe de capitalistas a quem vende
sua força de trabalho. As relações no mercado de trabalho se estabeleciam
estritamente no campo privado, constituindo-se em contrato particular de
trabalho entre patrão e empregado, sem a interferência do estado. Pode-se
imaginar em que condições se estabeleciam tais contratos”. (IAMAMOTO,
1982).
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encontravam em processo de afirmação como potência mundial econômica e
militar, momento de afirmação do estilo americano de vida. Era este um período
de prosperidade econômica, mas também marcado pela caça ao comunismo e
início da Guerra Fria.
Fruto desta influência assistimos neste período a consolidação do modelo
baseado em Flexner, que se formatou a partir da realização das recomendações
do famoso Relatório Flexner, financiado pela Fundação Carnegie, e publicado nos
EUA em 1910, que influenciou a formação médica e a organização de serviços de
saúde em toda a América latina a partir da década de 40.
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propiciou a criação de um forte complexo médico-industrial na área de
produção de medicamentos e equipamentos”.(OLIVEIRA e TEIXEIRA, 1985).
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denunciados como estratégias fraudulentas destes estabelecimentos de
saúde na busca de maiores lucros. As dificuldades de controle das contas
hospitalares levou a tal nível de corrupção que em 1976 o próprio INAMPS
denunciava a existência de contas fantasmas e muitas outras incorreções,
que geraram 600.000 (seiscentos mil) internações desnecessárias”. (IDEM,
1985)
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Faculdades de Medicina a criação de espaços onde se pudesse demonstrar a
correção da nova abordagem de formação médica: Os Departamentos de
Medicina Preventiva (DMPs).
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Segundo SILVA JR, (1996) os frutos dessas experiências vieram a construir
um movimento por mudanças na política de saúde nacional, no bojo da luta pela
redemocratização da sociedade Brasileira: A Reforma Sanitária.
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integral, onde se correlacionavam as dimensões biológicas, ecológicas, e
processos sócio-econômicos. Propunham serviços organizados a partir de
unidades básicas funcionando como porta de entrada, onde deveria se dar o
vínculo entre população, profissionais de saúde e serviços. Estes serviços se
responsabilizariam por uma determinada área de abrangência, e adscreveriam
esta população. Um Sistema de Referência e Contra-referência garantiria a
“circulação” destes usuários aos níveis mais complexos do Sistema Único de
Saúde.
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nosso), neste modelo de compra de serviços, e certamente queriam a sua
perpetuação.
Destacamos ainda:
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mediante desregulamentação e privatização de empresas estatais. COSTA,
(1998)
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distribuídas por 3.684 municípios brasileiros. (Revista Brasileira de Saúde da
Família – Ano II nº 4, Jan.2002).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Movimento. São Paulo; Ed. Ática, 71p. ISBN 8508 05801 2. 1996.
12
_______. Lei nº 8.080 de 19/09/90. Diário Oficial da União (DOU) de 20/09/90.
1999.
1996.
13
CAMPOS, G.W.S., Reforma da Reforma: Repensando a Saúde. São Paulo.
Editorial/ABRASCO, 1991.
0446-6. 1998.
1994
14
MENDES, E. V., (org.). Distrito Sanitário: O processo social de mudança das
ABRASCO 1993.
_______. Uma Agenda para a saúde. São Paulo. HUCITEC - ABRASCO 1999.
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SILVA Jr, A. G. , Modelos Tecnoassistenciais em Saúde : O Debate no
Saúde: O caso das Políticas de Saúde Bucal no Brasil dos Anos 80.
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