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Unidade 2 | Aula 5
Unidade 2 Gestão de Bens Materiais
Apresentação
Olá, estudante! Você já parou para pensar nas possibilidades de parcerias para
fornecimento na gestão pública? Em um cenário onde a demanda por serviços públicos
de qualidade é cada vez maior, é fundamental que as organizações trabalhem em conjunto
para atender às necessidades da população. Nesse sentido, as parcerias público-privadas
(PPPs) têm se mostrado uma alternativa interessante para a gestão de projetos e serviços
públicos. Você ficou curioso(a) para conhecer mais sobre este tema? Então, vamos explorar
juntos as possibilidades de parcerias na gestão pública e refletir sobre seus benefícios
e desafios.
A procura incessante por eficiência, inovação e soluções criativas é uma realidade presente
no ambiente das organizações. Em cenários de recursos limitados e incertezas, essa busca é
ainda mais intensa e exige que as organizações encontrem maneiras inovadoras de alcançar
seus objetivos. As estratégias colaborativas surgiram como uma forma de aproveitar as
capacidades internas de produção por meio de parcerias e cooperação.
Essa busca por cooperação pode ser encontrada em diversos tipos de organizações e,
segundo Meyer (2021), em diferentes níveis de tomada de decisão, incluindo:
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Não há uma única definição internacionalmente aceita para o que constitui uma parceria
público-privada (PPP). Isso se deve ao fato de que diferentes países tratam as parcerias
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sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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entre o setor público e os atores privados de maneiras distintas. Em alguns países, o termo
é usado de forma ampla para incluir qualquer tipo de colaboração entre os setores público e
privado. No entanto, em outros países, como no Brasil, o termo se refere especificamente a
um tipo de contrato entre os setores público e privado, que possui características específicas
(MEYER, 2021).
Apesar de, normalmente, empresas privadas serem os parceiros privados em PPPs, é
possível que a parceria seja estabelecida com organizações da sociedade civil. Isso inclui
organizações como as não governamentais, comunitárias, voluntárias, bem como outras
que possam ser identificadas sob essa mesma denominação.
É importante salientar que as PPPs não devem ser confundidas com processos de
privatização, como algumas vezes apresentadas em alguns lugares. Isso porque, ao final
do contrato, os ativos concedidos retornam ao controle do Estado, não havendo, portanto,
transferência de propriedade do patrimônio público. O que se pode afirmar é que as PPPs
são uma estratégia de desestatização, já que envolvem a diminuição da participação
direta do governo na gestão de seus ativos, através de parcerias com atores não estatais
(MEYER, 2021).
Apesar de as PPPs serem relativamente novas no Brasil, essa prática já é empregada
em outras partes do mundo há algum tempo. Segundo a maioria dos estudos, sua origem
pode ser traçada até a Europa, enquanto outras opiniões as consideram uma invenção dos
Estados Unidos (MEYER, 2021).
Durante a década de 1990, as PPPs se expandiram na Europa em decorrência das
restrições fiscais impostas pela União Europeia aos países membros. Tal limitação afetou a
capacidade de investimento público dos países, e as PPPs emergiram como uma alternativa
para garantir os investimentos necessários sem comprometer seus orçamentos.
Em 1993, durante a gestão do Primeiro-Ministro John Major, do Partido Conservador, na
Inglaterra, foi instituído o Project Finance Initiative – PFI, que buscava transferir atividades
públicas para atores privados, como construção de obras e administração de serviços públicos,
a fim de garantir seu financiamento. A escassez de recursos e a crise econômica dos anos 1980
e início dos anos 1990 levaram muitos países europeus a promoverem reformas e a adotarem
medidas de redução de gastos públicos em busca de maior eficiência. Posteriormente, com
a eleição do Partido Trabalhista na Inglaterra em 1997, alguns pensaram que o PFI poderia
ser encerrado. No entanto, o governo do Primeiro-Ministro Tony Blair, visando ampliar a
colaboração com o setor privado, expandiu o escopo do programa e mudou seu nome para
Public-Private Partnership ou PPP (MEYER, 2021).
As parcerias público-privadas são bem estabelecidas no continente europeu, mas
experiências bem-sucedidas também podem ser encontradas em outras partes do mundo,
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como nas Américas, Ásia e Oceania. Países como Reino Unido, Portugal, Espanha e Austrália
têm visto um aumento constante no número de PPPs promovidas por seus governos. No
Canadá, as PPPs representam uma parcela significativa do investimento em infraestrutura,
variando de 10% a 20%. Na Austrália, esse número é ainda maior, ultrapassando os 20%
(MEYER, 2021).
Nos países em desenvolvimento, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) têm sido
implementadas gradualmente devido às crescentes demandas por investimentos em
infraestrutura. Em alguns desses países, as PPPs têm sido bem-sucedidas e reconhecidas
como modelos internacionais. Por exemplo, o Chile e a África do Sul têm suas estruturas
legais para PPPs destacadas como modelos pelo PPP Knowledge Lab do Banco Mundial em
2020 (MEYER, 2021).
Quando olhamos o nosso país, a principal razão para a criação da legislação das PPPs
no Brasil foi impulsionar o desenvolvimento do país por meio de investimentos privados
em infraestrutura e solucionar as lacunas históricas na área logística.
A escassez de recursos públicos para investimento no Brasil incentivou o crescimento
das PPPs, seguindo a tendência de sucesso observada em outras partes do mundo. No
Brasil as PPPs começaram a surgir no início dos anos 2000. Segundo Oliveira e Oliveira Filho
(2013, p. 18)
(...) as parcerias público-privadas stricto sensu (PPPs) entraram em cena a partir dos anos 2000,
inicialmente com a edição das leis estaduais mineira (14.868/03) e paulista de PPPs (11.688/04)
e, posteriormente, com a Lei Federal no 11.079/04 (“Lei das PPPs”).
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E você caro estudante, sabe qual foi a primeira PPP do Brasil? Em 2006, o Estado
de São Paulo celebrou a primeira PPP no Brasil, concedendo a Linha 4 – Amarela
– do Metrô de São Paulo em um regime patrocinado. O contrato de concessão,
que tem validade de 30 anos, abrange diversas atividades, incluindo operação,
manutenção, compra de frota de trens e sistemas operacionais complementares
para a nova linha de metrô (MEYER, 2021).
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Materiais Complementares
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Referências
BRASIL. Lei n. 11.079, de 30 de dezembro de 2004. Institui normas gerais para licitação
e contratação de parceria público-privada no âmbito da administração pública. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 31 dez. 2004.
OLIVEIRA, Gesner; OLIVEIRA FILHO, Luiz Chrysostomo de. Parcerias público-privadas: ex-
periências, desafios e propostas. São Paulo: Grupo GEN, 2013.
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