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Título
2016
1. Resumo
sustentabilidade. Não é mais possível atribuir a responsabilidade por uma atuação sustentável
a um ou a outro segmento ou disciplina, mas sim na junção de diferentes visões para compor
conceitos que auxiliem tanto gestores como formuladores de políticas públicas a colocar em
prática a ideia de sustentabilidade. O presente projeto visa analisar duas frentes temáticas
compreende uma investigação sobre economia compartilhada, sua relação com conceitos
está cada vez maior. Para garantir sua vantagem competitiva, estas empresas passam a adotar
Social Corporativa (RSC) (BORINI, 2012; MACEDO, 2013). De acordo com Tenório (2006),
consenso sobre o conceito do tema, de forma que, muitas vezes as definições sobre RSC podem
al. 2012). Para Friedman (1970), em uma economia livre só existe uma responsabilidade social:
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a do capital. Esta ideia consiste em utilizar recursos e dedicar-se às atividades que aumentem
os lucros da empresa. Para Frederick (1960), as empresas devem destinar parte dos seus
responsabilidades das empresas para com a sociedade não devem se limitar apenas aos
bem-estar da sociedade e de seus funcionários, para que possa agir de modo justo e ético em
seus negócios.
sociedade pós-industrial. É nessa época que ele passa a incorporar os anseios de agentes sociais
no plano de negócios das instituições corporativas, surgindo com isso novos conceitos, como
passam a influenciar diretamente os agentes sociais e a comunidade em que está inserida, uma
orientação de negócio que vise apenas atender os interesses dos seus acionistas é insuficiente,
Nesse contexto, surge o papel das multinacionais, as quais estão atuando não somente
como agentes econômicos, mas em especial como agentes morais, responsáveis pela mudança
global (CHIARA; SPENA, 2011). Tais empresas devem tornar-se conscientes do seu poder de
criar e de destruir, com o intuito de escolherem as estratégias mais adequadas a fim de apoiar a
COLLIER; WANDERLEY, 2005). Contudo, de acordo com Machado et al. (2010) o volume
de investimentos socioambientais realizado pelas empresas varia de acordo com setor a que ela
pertence, respeitando suas características e exigências distintas frente à sociedade. Desta forma
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De acordo com North (1991) as instituições são as regras criadas pelos homens para
informais como tradição, código de conduta, quanto em formais, como constituições, leis,
direitos de propriedade, dentre outros. Ao longo da história, as instituições vêm sendo criadas
para pôr ordem e reduzir as incertezas nas trocas. North e Thomas (1976) mostram que, de
nessa produção.
incentivos que possibilitam a canalização de esforços produtivos para atividades que gerem
tanto valor econômico quanto valor social (NORTH, THOMAS, 1976). A redução dos custos
de transação por meio do papel das instituições, se dá pela redução das incertezas na resolução
importância das instituições está no fato de que elas simetrizam e clareiam as informações,
atraem atores relevantes ao mercado, regulam as relações, reduzem as incertezas e com isso
crescimento no mercado. Para isso, Kolk e Pinkse (2008) e Porter e Kramer (2006) entendem
que as atividades de RSC afetam o core business das empresas, seu crescimento, rentabilidade
e sobrevivência, e por isso elas têm tido cada vez mais espaço na pauta estratégica dos gestores,
afinal são fonte potencial de vantagem competitiva. Na visão de Porter e Kramer (2006) há uma
RSC. Os autores afirmam que a RSC estratégica acontece quando há a adição da dimensão
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social na proposta de valor da empresa, tornando o impacto social presente na estratégia global
da organização.
De acordo com Schaltegger et al. (2012), uma empresa que tenta melhorar o seu
desempenho de sustentabilidade tem de mudar seu modelo de negócios e, na visão dos autores,
tal mudança pode vir a ser um fator decisivo de sucesso para a organização. Segundo
encaixam nessa descrição são, na verdade, plataformas online que promovem o encontro de
plataformas online, como o Ebay, é apenas depois da crise, de 2008 a 2010, que o
companhias como Uber, Airbnb, Lending Club e Wework, principais precursoras desse novo
fenômeno ligado a mudança da consciência dos consumidores na hora de comprar. Agora, eles
prestam atenção no valor agregado dos produtos e serviços, questionando-se sobre o custo
incluso e o benefício oferecido em sua aquisição. Além disso, o autor apontou os três principais
influência mútua e interdependente fazendo com que a Economia Compartilhada seja cada vez
modo, pode-se até entendê-la como um modelo econômico aliado a um ideal sustentável, na
medida em que promove a utilização mais eficiente dos recursos (BÖCKMANN, 2013).
2015).
modelo de negócios de Lauterborn, mais conhecida como “4CS Marketing Mix”, que subdivide
O autor concluiu que esses são também os quatro pilares da Economia Compartilhada. Essas
novas empresas surgem com base nas necessidades dos consumidores, atraídos pelo
oferecimento de produtos e serviços com maior conveniência e a custos mais baixos do que o
propõem um novo modo de comunicar-se com o consumidor, por meio de plataformas online,
onde há a avaliação descentralizada dos produtos e serviços que, por sua vez, proporcionam
Nesse último aspecto, porém, há controvérsias, Eckhardt e Bardhi (2015) acreditam que
a comunicação não deve ser colocada como um dos principais diferenciais da Economia
Compartilhada. Aliás, fazem uma crítica a essa nomenclatura. Segundo as autoras, o termo
utilizado não é eficiente para descrever esse novo modelo econômico. Para as autoras trata-se,
na realidade, de uma Economia de Acesso. Pois, ao contrário do que propõe o nome e as teorias
vigentes, o foco das empresas e consumidores não está no compartilhamento, e sim no acesso
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a bens e serviços. Segundo pesquisa realizada pelas autoras, os consumidores não se sentem
compartilhando bens. Eles optam por esse modo de negócio apenas porque lhes é
economicamente vantajoso.
Este estudo não entrará no mérito da nomenclatura. Mas analisar esse posicionamento
pode ser interessante para mostrar o que, de fato, importa na Economia do Compartilhamento.
esclarecer qual deve ser o posicionamento das empresas perante seus consumidores. O conceito
Bardhi (2015) é que os consumidores não esperam, nem desejam que essa relação seja
proporcionando-lhes maiores chances de que suas necessidades sejam atendidas. Além disso,
por tratar-se de imóveis subutilizados, as opções são oferecidas a custos mais baixos do que o
notório que elas perderam grande parte dos seus clientes para empresas de compartilhamento,
3. Objetivos
dois objetivos principais, sendo um para cada frente de análise conforme apresentado a seguir.
Social Corporativa.
Responsabilidade Social Corporativa dos seguintes países: Brasil, Inglaterra, Holanda, Itália e
EUA;
legislação ambiental.
Economia compartilhada:
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Objetivo geral: investigar o tema economia compartilhada e quais as diferenças em
termos de modelo de negócios das empresas criadas dentro do modelo econômico tradicional e
economia compartilhada;
4. Materiais e métodos
A partir da classificação dada por Vergara (2014), o presente projeto possui abordagem
qualitativa e pode ser classificada sob dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios.
Quantos aos fins, a pesquisa será exploratória e descritiva. Exploratória, porque será realizada
RSC das empresas que figuram rankings relativos ao tema e a junção disto com o ambiente
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Quanto aos meios, a pesquisa foi bibliográfica, pois foram coletadas informações sobre
Economia compartilhada:
2001) que permite um maior entendimento – responde perguntas do tipo como e porquê. Neste
economia compartilhada em relação aos negócios tradicionais. Este fenômeno será visto sob
duas perspectivas: (1) sob a perspectiva dos conceitos e modelos econômicos tradicionais,
principalmente a teoria da firma; (2) sob a perspectiva da literatura de modelo de negócios para
pesquisador (STAKE, 1995) Em estudos de caso, isto pode ser feito utilizando várias fontes de
dados (YIN, 2001). No caso deste trabalho se usará a triangulação das fontes de dados que
informações encontradas na mídia escrita, acesso a estudos de caso sobre as empresas e coleta
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5. Ações e detalhamento das atividades a serem desenvolvidas
pelo(s) bolsista(s)
Para cada uma das frentes de análise as atividades serão divididas entre dois bolsistas a
fim de que estes possam ao mesmo tempo avançar no seu desenvolvimento como pesquisadores
sendo que algumas se repetem nas atividades dos dois bolsistas, pois deverão ser feitas em
conjunto, bem como as outras, independentemente do número que a precedem, poderão ser
Bolsista A:
Etapa 2: identificação das empresas do estudo. Será feita uma pesquisa, planilhamento
Corporativa dos seguintes países: Brasil, Inglaterra, Holanda, Itália e EUA. A escolha dos
países se deu em função da concentração de artigos sobre RSC advindos de tais países, bem
Etapa 3: caracterização dos ambientes institucionais. Neste passo será feita a coleta e
relação às seguintes variáveis: econômica, onde serão analisados índices de população, PIB e
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PIB per capita; social e ambiental, com analise do IDH, expectativa de vida, índice GINI,
emissões de CO2, consumo de energia renovável; trabalhista, com a análise dos salários e
cuidado infantil, licença para necessidades pessoais de saúde e necessidade familiar de licença
após a infância e; legislação ambiental, com a análise dos principais órgãos reguladores, meio
Bolsista B:
inglês;
Etapa 3: Fazer análise descritiva dos dados dos artigos bem como de suas referências;
Economia compartilhada:
Bolsista C:
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Etapa 2: Conhecer, Aprender e Utilizar software de análise bibliométrica (CiteSpace,
Etapa 3: Identificar e descrever como o conceito vem sendo utilizado nas Universidades
Bolsista D:
Science, Scopus, Scielo, dentre outros) sobre a literatura de modelo de negócios – identificar
os termos em inglês;
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Etapa 5: Identificar dois casos de empresas que atuam no Brasil e exemplos de
análise, da contribuição para a formação acadêmica por meio da iniciação científica e da entrega
engenharia de produção.
Para a consecução dos passos desta pesquisa, serão realizados encontros periódicos
entre aluno e docente, com entregas de relatórios parciais do desenvolvimento da pesquisa, bem
como reuniões com o grupo de bolsistas a fim de que estes discutam entre si as dificuldades e
avanços que terão no decorrer do processo de aprendizagem. Vale lembrar que a docente tem
7. Cronograma de execução
Ano: 2016
AÇÕES J F M A M J J A S O N D
Introdução ao tema
Levantamento de dados
Análise dos dados coletados
Ano: 2017
AÇÕES/ETAPAS J F M A M J J A S O N D
Elaboração do relatório parcial
Levantamento de dados
Análise dos dados coletados
Elaboração do relatório final
Elaboração de artigos
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8. Referências
BÖCKMANN, M. The Shared Economy: It is time to start caring about sharing; value
creating factors in the shared economy. 1st IBA Bachelor Thesis Conference, 2013.
2011.
COLLIER, J.; WANDERLEY, L. Thinking for the future: global corporate responsibility
ECKHARDT, G. M.; BARDHI, F. The Sharing Economy Isn’t About Sharing at All.
FRIDMAN, M. The Social Responsibility of Business Is to Increase Its Profits. The New
Learning from “an inconvenient truth”? Journal of International Business Studies, v. 39, n.
8, p. 1359–1378, 2008.
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MACEDO, N. M. Considerações acerca da Responsabilidade Social Empresarial: um
Between Agency and Communion. Journal of Business Ethics, v. 44, n. 2/3, p. 95–105,
2003.
NORTH, D., THOMAS, Robert. P. The Rise of the Western World. A New Economic
corporate social responsibility. Harv. Bus. Rev., v. 84, n. 12, p. 78–92, 2006.
STAKE, R. E. The art of case study research. CA: Sage Publications, 1995.
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TENÓRIO, F. G. (Org.); NASCIMENTO, Fabiano C. P.; FARES, José; FERRARI, José;
ZOBRIST, L.; GRAMPP, M. The sharing economy: Share and make money How does
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