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16 p. - ( Percurso de Aprendizagem ; 2)
CDU 658:174
Sumário
1. História dos estudos da ética empresarial
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O objetivo do Percurso de Aprendizagem 2 é Olá
identificar o histórico das discussões sobre a ética
e a cidadania nos negócios, como a ética se inseriu
e se consolida na gestão das empresas com a ética
empresarial. Aborda a evolução da ética empresarial
para a gestão da governança corporativa, no
relacionamento com as partes interessadas que se
relacionam com as organizações (colaboradores,
consumidores, cadeias de fornecedores, governos,
comunidade) e como a governança pode influenciar
a dinâmica das organizações nos ambientes interno
(ambiente das operações organizacionais, sob o
controle da organização) e externo (referente aos
fatores políticos, econômicos, sociais e tecnológicos
que exercem influência sobre a dinâmica das
organizações) para o planejamento e a execução
das boas práticas, transparência e efetividade do
desenvolvimento sustentável alinhado e coerente
com a ética empresarial.
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O professor Robert Henry Srour, doutor em Sociologia pela USP, em palestra proferida
no ano de 2016 sobre a ética empresarial (Ideia Sustentável, 2016), reflete sobre a
importância da visão ampla e da incorporação das práticas da ética empresarial nas
empresas e os riscos que ameaçam as organizações que não estão alinhadas às relações
éticas e à governança, onde são consideradas as relações estabelecidas com todas as
partes interessadas que se relacionam com as organizações, os chamados stakeholders
(consumidores, investidores, colaboradores, comunidade, Governos, fornecedores,
concorrentes...).
Os estudos da ética empresarial visam demonstrar como pode ser aplicada aos negócios
e como é possível desenvolver e ampliar o chamado capital reputacional: que se refere à
reputação corporativa, que é construída pela empresa ao longo do tempo, de acordo com
as ações, histórico, cultura, práticas de governança, transparência, imagem...O capital
reputacional, segundo Machado Filho e Zylbersztajn (2004), citado por Cardoso (2019,
p.97), pode ser compreendido como:
...Porção do valor de mercado da empresa que pode ser atribuída à percepção
que se tem da firma como uma corporação de boa conduta no mercado. Ainda
para Machado Filho (2002, p. 63), “(...) é formado por várias dimensões que
moldam a imagem de uma determinada corporação”.
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1.
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História dos estudos da ética empresarial
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Figura 1– Pirâmide da Responsabilidade Social Corporativa
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Para refletir
Figura 2 – Trabalho infantil no ambiente de uma fábrica
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Figura 4 – Ação da AMBEV no apoio ao abastecimento de oxigênio hospitalar na
Pandemia Covid 19 no ano de 2020.
A figura 2 apresenta um cenário que era comum nas operações fabris até a Declaração dos
Direitos Humanos, 1948, quando a presença do trabalho infantil, do trabalho escravo, das
condições insalubres, ocorriam nos ambientes produtivos sem grandes consequências
sobre a dinâmica dos mercados. As transformações sociais influenciam a ética da
sociedade e a ética empresarial. Demandas como inclusão, diversidade, questões de
gênero, transparência, responsabilidade social das empresas para o desenvolvimento
das sociedades, principalmente em crises de saúde, econômicas, ambientais e sociais,
tornam-se necessidades para a adequação, mudança dos modelos de gestão, com a
evolução para a inovação em negócios que nascem para resolução de problemas sociais
e ambientais, ao mesmo tempo em que visam também geração de receitas, os chamados
negócios de impacto.
Nas figuras 3 e 4, refletimos sobre como o ambiente interno das organizações é
influenciado pelas dinâmicas do ambiente externo e a importância de a ética empresarial
estar alinhada às estratégias para a RSE, através de práticas que evitem, minimizem e/ou
gerenciem os riscos da geração de impactos negativos para os stakeholders.
A figura 5 a seguir, proposta por LAASCH e CONAWAY (2016, p. 113), apresenta o cenário
da evolução da ética empresarial antes de 1960 à década de 2000.
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Figura 5 – Desenvolvimento da ética empresarial
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(1) Ética em administração (antes de 1960)
Os autores LAASCH e CONAWAY (2016) analisam que, a partir da década de 1990, houve
uma maior evolução das práticas da ética empresarial com a ampliação dos estudos dos
processos de tomada de decisão ética das pessoas e dos grupos organizacionais; com a
avaliação do uso e dos resultados das ferramentas para a gestão ética, códigos de ética,
de conduta, aconselhamento, mecanismos de delação; e com as ações que colaboraram
para o amadurecimento da ética corporativa até os temas atuais do século XXI: gestão
da governança, relação com os stakeholders, diversidade, inclusão, cidadania, RSE, entre
outros.
Vamos avançar no debate sobre a ética e a governança e conhecer a evolução das
estratégias, práticas e tendências no cenário organizacional.
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2.
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Ética e governança corporativa
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• Equidade – Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os
sócios e demais partes interessadas (stakeholders), levando em consideração
seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas;
• Prestação de contas (accountability) – Os agentes de governança devem
prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e
tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e
omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus
papéis;
• Responsabilidade corporativa – Os agentes de governança devem zelar
pela viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as
externalidades negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as
positivas, levando em consideração, no seu modelo de negócios, os diversos
capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental,
reputacional, etc.) no curto, médio e longo prazos. (IBCG, 2021, p.1).
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SAIBA MAIS
Saiba mais sobre como as empresas podem acessar os novos
mercados e os níveis diferenciados de governança corporativa na
BOVESPA, através da consulta ao site indicado a seguir:
BOVESPA. NOVOS MERCADOS. 2021. Disponível em: http://www.
b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/solucoes-para-emissores/
segmentos-de-listagem/novo-mercado/. Acesso em 25 de março de
2021.
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utilização de ferramentas, como códigos de conduta, estruturação dos conselhos, entre
outras, é necessário que haja o alinhamento estratégico, implantação e monitoramento
da gestão da governança para que os resultados reflitam no valor organizacional.
A adoção de práticas sistematizadas para a governança corporativa, como o Índice de
Governança Corporativa (IGC) Bovespa, apresenta tendência de geração de resultados
mais consolidados e crescentes na relação de boas práticas de governança e valor de
mercado das organizações, como é possível visualizar na figura 7 a seguir.
Figura 7 – Valor da boa governança: comparativo entre empresas de capital aberto e
empresas que adotam o IGC
Empresas com boas práticas de governança, riscos e conformidade,
representadas pelo índice IGC, são mais atraentes a investidores e
garantem um maior retorno aos acionistas.
1000 IGC
IBOVESPA
800
600
400
200
0
JUN/01 DEC/09 SEP/10 JUN/11 MAR/12 DEC/12 SEP/13 JUN/14 MAR/15 DEC/15 SEP/16 MAR/17
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RESUMO DO PERCURSO DE APRENDIZAGEM
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Os estudos do Percurso de Aprendizagem II demonstraram como a ética empresarial,
com base nos estudos científicos do campo da gestão, é aplicada pelos profissionais
e as organizações para a tomada de decisões transparentes e com boas práticas da
governança corporativa. Identificaram quais as bases, métodos e técnicas podem ser
utilizados, quais os impactos econômicos, sociais e ambientais gerados com base nas
decisões para cada uma das partes interessadas que se relacionam com as organizações
(acionistas, concorrentes, colaboradores, comunidade, fornecedores, Governos...), os
chamados stakeholders. Para a prática da ética empresarial nos modelos de gestão, as
ações de diagnosticar, gerenciar, monitorar e buscar a redução e a mitigação dos impactos
tornam-se essenciais para as estratégias empresariais e a construção e consolidação
do chamado capital reputacional. O capital reputacional é aquele que se refere ao valor
tangível e intangível da reputação empresarial. A disponibilidade de manuais de boas
práticas para a ética e a governança, com informações sistematizadas, implantadas e
divulgadas por organizações como IBCG, Instituto Ethos, Bovespa, entre outras, facilita o
acesso das empresas, de todos os segmentos e tamanhos, às práticas de governança.
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REFERÊNCIAS
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Maria do Carmo. Fundamentos de ética empresarial e econômica. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2017. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788597013115. (DIGITAL) (Cód.:22532).
BARBIERI, José Carlos; CAJAZEIRA, Jorge. Responsabilidade social empresarial e
empresa sustentável: da teoria à prática. São Paulo: Saraiva, 2017.
BOVESPA. NOVOS MERCADOS. 2021. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/
produtos-e-servicos/solucoes-para-emissores/segmentos-de-listagem/novo-mercado/.
Acesso em 25 de março de 2021.
CARDOSO, M. (2019). Responsabilidade corporativa da Jerónimo Martins: discurso que
gera imagem empresarial positiva. Ámbitos. Revista Internacional de Comunicación, 44,
93-109. doi: 10.12795/Ambitos.2019.i44.06
CORTEZ, Rodrigo Claudino, Van Bellen, Hans Michael, Zaro, Elise Soerger. FERRAMENTAS
DE RESPONSABILIDADE SOCIAL: uma análise comparativa a partir das dimensões e
modelos de RSC. 2014. Anais do XXXVIII ENANPAD. Rio de Janeiro. Disponível em: http://
www.anpad.org.br/admin/pdf/2014_EnANPAD_ESO588.pdf. Acesso em 25 de março de
2021.
EXAME. Os dados confirmam: boas práticas de governança valorizam as ações. 2017.
Disponível em: https://exame.com/negocios/os-dados-confirmam-boas-praticas-de-
governanca-valorizam-acoes/. Acesso em 26 de março de 2021.
IBCG. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Os 4 princípios da governança
corporativa. Disponível em: https://www.ibgc.org.br/blog/principios-de-governanca-
corporativa. Acesso em 25 de março de 2021.
INNOCENTI, Renícia Maria; VICENTE, Ernesto Fernando Rodrigues; GASPARETTO,
Valdirene. Evidenciação Voluntária de Boas Práticas de Governança Corporativa em
Fundações Privadas, à Luz do IBGC. Revista Metropolitana de Governança Corporativa
(ISSN 2447-8024), [S.l.], v. 5, n. 1, p. 104, ago. 2020. ISSN 2447-8024. Disponível em:
http://189.2.181.205/index.php/RMGC/article/view/2345. Acesso em: 26 mar. 2021.
LAASCH, Oliver; CONAWAY, Roger N. Fundamentos da gestão responsável:
sustentabilidade, responsabilidade e ética. São Paulo: Cengage Learning, 2016. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522121038.
(DIGITAL) (Cód.:15228).
SROUR, Robert Henry. O que é ética empresarial? Palestra realizada no ano de 2016. Ideia
Sustentável. Plataforma Liderança Sustentável 2016. Disponível em: https://youtu.be/yz-
oUHABAT8. Acesso em 25 de março de 2021.
SANEN, Claudia e DONEGÁ, Guilherme. TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL. Transparência
em relatórios corporativos. 2018. Disponível em: https://transparenciacorporativa.org.
br/TI-TRAC-2018.pdf. Acesso em 26 de março de 2021.
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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR)
Presidência AUTOR
Lenise Queiroz Rocha KATIANNY ESTIVAL
Vice-Presidência
Manoela Queiroz Bacelar Pós-doutora em Administração. Professora Titular do
Reitoria Departamento de Ciências Administrativas e Contábeis
Fátima Maria Fernandes Veras da Universidade Estadual de Santa Cruz, desde 2007,
em Ilhéus, Bahia. Professora integrante do Programa
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Pós-Graduação
Maria Clara Cavalcante Bugarim Academia, gerido pelo ICE (Inovação em Cidadania
Empresarial). Mentora certificada pelo Global Mentoring
Vice-Reitoria de Pesquisa Group. Atua em assessorias a empreendedores sociais e
José Milton de Sousa Filho negócios de impacto. Atua como avaliadora do MEC/INEP.
Vice-Reitoria de Extensão
Randal Martins Pompeu
Vice-Reitoria de Administração
José Maria Gondim Felismino Júnior
Diretoria de Planejamento
Marcelo Nogueira Magalhães
Diretoria de Tecnologia
José Eurico de Vasconcelos Filho
RESPONSABILIDADE TÉCNICA
Coordenação Geral
Andrea Chagas Alves de Almeida