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12 p. - ( Percurso de Aprendizagem ; 4)
CDU 658:174
Sumário
1. Objetivos de desenvolvimento sustentável
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O Percurso de Aprendizagem 4 visa apresentar, Olá
discutir a história, a importância e a aplicação
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) no contexto das organizações, com base
na descrição de cada um dos 17 ODS e na análise
de como ocorre na prática a utilização dos ODS
no contexto das organizações públicas, privadas
e da sociedade civil. Ressalta a importância da
identificação dos indicadores e das metas para a
a análise das informações e do diagnóstico das
organizações com relação aos ODS norteadores,
para o alinhamento das estratégias organizacionais
e dos modelos de gestão com foco na promoção
do desenvolvimento sustentável.
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1.
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Objetivos do desenvolvimento sustentável
São compostos por 17 objetivos, que se desdobram em 169 metas, que devem ser
concretizadas a partir dos esforços coletivos de governos, de organizações privadas e da
sociedade civil até o ano de 2030 (ESTRATEGIAODS, 2021).
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No Ranking Global que sinaliza o quanto os países cumprem as metas relacionadas aos
ODS, publicado anualmente no Sustainable Development Report (Sachs et al., 2020), o
Brasil se encontra na 53ª posição com relação aos 166 países incluídos no ranking. Dos
17 indicadores dos ODS, o Brasil se destaca apenas com relação ao uso das energias
limpas, condição relacionada ao ambiente natural disponível.
O cenário da pandemia da Covid-19, nos anos 2020 e 2021 foi desafiador, desafiador,
pois estima-se que na América Latina mais de 35 milhões de pessoas retornaram às
condições de extrema pobreza. O diretor do Pacto Global Empresarial no Brasil ressalta
que, apesar das dificuldades, a rede brasileira de empresas que busca alinhar as práticas
e os modelos de gestão aos ODS é uma das três maiores do mundo, com 1100 empresas
signatárias. Ele afirma que “pelo amor ou pela dor”, as empresas tendem a buscar cada
vez mais o alinhamento à sustentabilidade, nas perspectivas econômicas, sociais e
ambientais. Enfatiza, ainda, que o alinhamento, para que ocorra de forma efetiva, não
como uma “maquiagem ambiental”, é fundamental que as empresas se baseiem em
metodologias e parâmetros científicos, por exemplo, na prática da carboneutralidade,
com a consideração dos padrões internacionais (MEDIA LAB ESTADÃO, 2021).
O Pacto Global (Global Compact Initiative) é uma iniciativa global constituída no ano
de 1999, no Primeiro Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça. O objetivo inicial
foi promover o alerta e a mobilização dos líderes empresariais para os impactos da
globalização, com foco em aproximar as agências da Organização das Nações Unidas
(ONU), sindicatos, organizações não governamentais e outros atores da sociedade
civil para articulações entre setores e atores com maior potencial de impacto para as
transformações sustentáveis (ARRUDA e WHITAKER, 2017).
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre o Pacto Global Empresarial no Brasil, acesse a
plataforma virtual Pacto Global Rede Brasil e conheça as iniciativas,
eventos, notícias e publicações que podem auxiliar na melhor
compreensão sobre o diagnóstico da implantação dos ODS e as
articulações das empresas brasileiras.
Disponível em: https://www.pactoglobal.org.br/publicacoes. Acesso
em 19 de abril de 2021.
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Figura 2 – Os Dez Princípios do Pacto Global das Nações Unidas
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2.
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Estratégias empresariais para o desenvolvimento
sustentável
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5.5 - Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de
oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida
política, econômica e pública.
5.5.1 - Proporção de assentos ocupados por mulheres em (a) parlamentos
nacionais e (b) governos locais.
5.5.2 - Proporção de mulheres em posições gerenciais
5.6 - Assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e os direitos
reprodutivos, como acordado em conformidade com o Programa de Ação da
Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e com a Plataforma
de Ação de Pequim e os documentos resultantes de suas conferências de revisão.
5.6.1 - Proporção de mulheres com idade entre 15 e 49 anos que tomam
decisões informadas sobre suas relações sexuais, uso de contraceptivos e
cuidados com saúde reprodutiva.
5.6.2 - Número de países com legislação e regulamentação que garantam o
acesso pleno e igualitário de mulheres e homens, com 15 anos ou mais de
idade, aos cuidados, informação e educação em saúde sexual e reprodutiva.
5.a - Realizar reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos
econômicos, bem como o acesso à propriedade e controle sobre a terra e outras
formas de propriedade, serviços financeiros, herança e os recursos naturais, de
acordo com as leis nacionais.
5.a.1 - (a) Proporção da população agrícola total com propriedade ou direitos
assegurados sobre terras agrícolas, por sexo; e (b) proporção de mulheres
entre proprietários e detentores de direitos sobre terras agrícolas, por tipo de
posse.
5.a.2 - Proporção de países onde as estruturas legais (incluindo o direito
consuetudinário) garantem às mulheres direitos iguais à propriedade e / ou
controle da terra.
5.b - Aumentar o uso de tecnologias de base, em particular as tecnologias de
informação e comunicação, para promover o empoderamento das mulheres.
5.b.1 - Proporção de pessoas que possuem telefone celular móvel, por sexo.
5.c - Adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção
da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas em
todos os níveis.
5.c.1 - Proporção de países com sistemas para monitorar e fazer alocações
públicas para a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.
Vamos escolher o indicador 5.5.2 - Proporção de mulheres em posições gerenciais, para
uma análise mais aprofundada e para fazer a correlação com a prática empresarial dos
ODS.
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Acessando as informações do indicador, visualizamos que a sua meta é: “garantir
a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a
liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e
pública”. Qual seria o indicador mensurável para a meta? Proporção de mulheres
em posições gerenciais com a fórmula de cálculo proposta: total de mulheres
ocupadas em cargos gerenciais/total de pessoas ocupadas em cargos gerenciais.
O acesso aos dados disponíveis sobre o indicador 5.5.2, oriundos de fontes confiáveis,
como o PNAD (Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio), IBGE (2019), apresentam
as seguintes informações dispostas na tabela 1 a seguir:
Tabela 1 – Proporção de mulheres em posições gerenciais, por sexo e cor ou raça
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lideradas por uma chefia superior feminina têm mais mulheres em cargos de gerência
sênior do que as empresas com um CEO homem. Quatro empresas brasileiras integraram
o ranking (GREGORIO, 2020):
• Banco Bradesco (BBDC4);
• BB Seguridade Participações (BBSE3);
• Itaú Unibanco Holding (ITUB3; ITUB4);
• Odontoprev (ODPV3);
Vamos conhecer as práticas de uma das empresas integrantes do ranking e de que
forma realizam o alinhamento ao ODS!
O Banco Bradesco possui 48.987 funcionários, sendo que 50,4% são mulheres. São
signatários dos chamados Princípios de Empoderamento da Mulher (WEPs) e do HeforShe,
criados pela Organização das Nações Unidas, “Coalizão Empresarial pelo fim da Violência
contra Mulheres e Meninas”, com projetos e ações contínuos para a promoção do bem-
estar físico, mental e emocional de nossas funcionárias e equipe (BRADESCO, 2021).
Como impacto das ações implantadas, no ano de 2021, acima de 49,9% das mulheres
ocupam os cargos de chefia, conforme apresentado na figura 3 a seguir:
Figura 3 – Mulheres nos cargos de chefia Bradesco 2021
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Para Bankuti e Bankuti (2014), a gestão ambiental estratégica só é possível de
ser concretizada e alcançar resultados positivos quando ocorre a interação e a
colaboração entre os stakeholders (todas as partes interessadas que se relacionam
com a empresa: colaboradores, acionistas, fornecedores, consumidores,
comunidade, governos, entre outros). Por exemplo, para que uma empresa de
chocolates execute o planejamento do sistema de gestão ambiental como um todo
ou parcialmente, ela depende de que os fornecedores compreendam e estejam
alinhados às suas demandas específicas com relação às matérias-primas, processo
produtivo, relações justas de trabalho com fornecedores, logística, embalagens,
entre outros. Os colaboradores necessitam ter informações atualizadas sobre
a dinâmica do sistema de gestão socioambiental da empresa, os propósitos, as
responsabilidades, as metas individuais e coletivas.
A agregação de valor da prática da gestão sustentável com foco nos ODS, sob a percepção
dos consumidores, ocorrerá se o consumidor identificar e reconhecer o valor agregado ao
produto final, usabilidade, através da prática do sistema de gestão socioambiental. A ação
dos governos é essencial para a garantia da transparência, legalidade e concorrência justa
entre as empresas que adotam sistemas de gestão ambiental formalizados e validados.
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REFERÊNCIAS
ARRUDA, Maria Cecilia Coutinho de; RAMOS, José Maria Rodriguez; WHITAKER,
Maria do Carmo. Fundamentos de ética empresarial e econômica. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2017. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788597013115. (DIGITAL) (Cód.:22532).
BANKUTI, Sandra Mara Schiavi; BANKUTI, Ferenc Istvan. Gestão ambiental e estratégia
empresarial: um estudo em uma empresa de cosméticos no Brasil. Gest. Prod., São
Carlos , v. 21, n. 1, p. 171-184, Mar. 2014 . Available from http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2014000100012&lng=en&nrm=iso. access on
15 Mar. 2021.
BRADESCO. Relatório de Capital Humano. 2021. Disponível em: https://www.
bradescori.com.br/wp-content/uploads/sites/541/2021/01/2260_1_Capital_Humano_
Bradesco_1T2020_FINAL.pdf. Acesso em 19 de abril de 2021.
CORTEZ, Rodrigo Claudino, Van Bellen, Hans Michael, Zaro, Elise Soerger. Ferramentas de
responsabilidade social: uma análise comparativa a partir das dimensões e modelos de
RSC. 2014. Anais do XXXVIII ENANPAD. Rio de Janeiro. Disponível em: https://docplayer.
com.br/16098155-Ferramentas-de-responsabilidade-social-uma-analise-comparativa-a-
partir-das-dimensoes-e-modelos-de-rsc.html. Acesso em 25 de março de 2021.
ESTRATÉGIAODS. Por que é importante trabalhar com os ODS? Disponível em: https://
estrategiaods.org.br/por-que-e-importante-trabalhar-com-os-ods/. Acesso em 15 de
março de 2021.
GREGORIO, Rafael. Total de empresas em índice de igualdade de gênero sobe 41%;
veja as 4 brasileiras. Valor Investe 2020. Disponível em: https://valorinveste.globo.com/
mercados/renda-variavel/empresas/noticia/2020/02/07/total-de-empresas-em-indice-
de-igualdade-de-genero-sobe-41percent-veja-as-4-brasileiras.ghtml. Acesso em 19 de
abril de 2021.
MEDIA LAB ESTADÃO. Diretor do Pacto Global da Onu diz que empresas vão ter de
disseminar os princípios da sustentabilidade. 2021.
ODS BRASIL. IBGE Explica: Introdução aos ODS. Disponível em: https://odsbrasil.gov.br/
Home/Noticia?id=23. Acesso em 15 de março de 2021.
SACHS, J., Schmidt-Traub, G., Kroll, C., Lafortune, G., Fuller, G., Woelm, F. 2020. The
Sustainable Development Goals and COVID-19. Sustainable Development Report
2020. Cambridge: Cambridge University Press. Disponível em: https://s3.amazonaws.
com/sustainabledevelopment.report/2020/2020_sustainable_development_report.pdf.
Acesso em 19 de abril de 2021.
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NEGÓCIOS NA DÉCADA DE AÇÃO. UN GLOBAL IMPACT. Relatório em português. 2020.
TACHIZAWA, Takeshy. Gestão ambiental responsabilidade social corporativa. 9. ed. São
Paulo: Atlas, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788597019803. (DIGITAL) (Cód.:27428).
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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR)
Presidência AUTOR
Lenise Queiroz Rocha KATIANNY ESTIVAL
Vice-Presidência
Manoela Queiroz Bacelar Pós-doutora em Administração. Professora Titular do
Reitoria Departamento de Ciências Administrativas e Contábeis
Fátima Maria Fernandes Veras da Universidade Estadual de Santa Cruz, desde 2007,
em Ilhéus, Bahia. Professora integrante do Programa
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Pós-Graduação
Maria Clara Cavalcante Bugarim Academia, gerido pelo ICE (Inovação em Cidadania
Empresarial). Mentora certificada pelo Global Mentoring
Vice-Reitoria de Pesquisa Group. Atua em assessorias a empreendedores sociais e
José Milton de Sousa Filho negócios de impacto. Atua como avaliadora do MEC/INEP.
Vice-Reitoria de Extensão
Randal Martins Pompeu
Vice-Reitoria de Administração
José Maria Gondim Felismino Júnior
Diretoria de Planejamento
Marcelo Nogueira Magalhães
Diretoria de Tecnologia
José Eurico de Vasconcelos Filho
RESPONSABILIDADE TÉCNICA
Coordenação Geral
Andrea Chagas Alves de Almeida