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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Programa de

Pós-graduação em Administração

“Políticas Públicas e o empresariado na economia verde:


Um olhar para a importância do investimento em sustentabilidade em nível municipal.”

Projeto de pesquisa apresentado ao Programa de Pós-


graduação Stricto – Sensu em Administração da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais.

Belo Horizonte, 2023.


1. Introdução

A presente pesquisa visa demonstrar que a pauta da economia verde pode se


traduzir, de maneira benéfica, para a questão do desenvolvimento sustentável em
nível nacional.
Sabe-se, que, em se tratando de políticas públicas, existe, atualmente, um
esforço, de nível nacional, e também, internacional, para que todo o processo, e,
também, investimento nas mais diversas produtivas que nós temos em nosso país,
seja voltado para a pauta da susentabilidade, para a pauta da economia verde.
Mas, primeiramente, cabe aqui, conceituar alguns pontos:
- O que é economia verde ?
- O que é desenvolvimento sustentável?
- O que é ESG ?
A ideia de economia verde surgiu relativamente um pouco antes da RIO +20, que
ocorreu em 2012, isso, cerca de 11 anos atrás, ganhando projeção cada vez mais
acentuada, por meio desta conferência.
E, visando entendê-la da melhor forma, nós devemos observar a gênese deste
conceito, que acaba por se enquadrar na ideia viável de desenvolvimento econômico
sustentável, também, conhecido, somente, como, desenvolvimento sustentável.
A definição clássica de desenvolvimento sustentável, expressa no chamado Relatório
Brundtland, é a do desenvolvimento que "satisfaz as necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias
necessidades". (World Commission...1987).
A concepção de economia verde foi desenvolvida pelo Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (PNUMA) em 2008, mas, outras definições podem, naturalmente,
ser encontradas para o mesmo termo.
‘’Ainda, pode-se dizer que: economia verde é um modelo de economia que resulta na
melhoria do bem-estar da humanidade e da igualdade social, ao mesmo tempo em que
reduz os riscos ambientais e a escassez ecológica.’’ (Lima, 2017)
De acordo com a Green Economy Coalition, uma coalisão formada por mais de 50
organizações, dentre elas: ONGs, empresas, agências e sociedade civil, que atua para
acelerar a transformação dos sistemas econômicos vigentes em economias verdes,
definimos o termo como uma economia resiliente e justa, proporcionando a melhor
qualidade de vida para todos e respeitando os limites ecológicos do nosso planeta
Terra.
Em suma, pode-se dizer que a economia verde é inclusiva, além, de, igualitária,
buscando equidade social, e ao mesmo tempo, preserva, o meio ambiente.
Em última análise, nos cabe, no escopo deste estudo, conceituar sobre a ESG:
De acordo com FEROLA, e PAGLIA (2021):
‘’ESG é um acrônimo em inglês para Environmental, Social and Corporate
Governance, traduzido para o português como ASG, Ambiental, Social e Governança
Corporativa. Independentemente da sigla usada, remete ao conjunto de práticas
empresariais relacionadas ao desenvolvimento sustentável como meio estratégico de
atratividade financeira e estruturação de uma cultura íntegra de governança.
Como promessa para o futuro dos negócios, a lógica ESG serve tanto a estratégias
de gestão, quanto, de investimento, pautando-se, em um conjunto de práticas
corporativas atentas às necessidades, riscos e oportunidades relacionados aos escopos
ambiental, social e de governança, a fim de gerar valor compartilhado para além do
financeiro.’’
Assim sendo, após conceituar estes termos, cabe avaliar que: de acordo com cada
um desses pilares, acima mencionados, o intuito desta pesquisa será demonstrar de
que forma a empregabilidade dos indivíduos deste país, pode ser sim, alinhada e
benéfica, a partir do conceito e da implementação da economia verde, enquanto política
pública para o desenvolvimento sustentável do Brasil, e mais especificamente falando,
de Belo Horizonte, que é onde se concentrará esta pesquisa.
2. Problema da pesquisa

O estudo tratará de analisar as contribuições de forma financeira e ambiental,


que a economia verde trouxe para a economia e para a indústria brasileira de forma
geral, observando, que, diferente do que muitos relativizam, como por exemplo:
empresários de grandes indústrias, alguns mandatários dizem ser ‘’impossível’’,
segundo eles, que a economia do Brasil, crescesse se não fosse pela forma
exploratória, predatória, essa a qual, ocorreu através de muita exploração e
degradação em nosso meio ambiente.
A problemática desta pesquisa, ocorrerá de forma a justamente, conseguir
demonstrar que, é possível, sim, através da aplicação na prática e da
contextualização da economia verde, determinadas indústrias crescerem, elevarem
sua produtividade e lucratividade, e, ao mesmo tempo, conseguirem cumprir com a
agenda ambiental que é tão cobrada e questionada, tanto, domésticamente
(internamente), como também, externamente.
Sabe-se que, em um quadro comparativo e analítico, em um universo de
100% de empresas que se consideram sustentáveis e com responsabilidades
perante o meio-ambiente, apenas uma taxa entre 20% e 30%, efetivamente, estão
conectadas e comprometidas em cumprir a agenda ambiental, principalmente em
grandes capitais, como Belo Horizonte. Por que isso ? Qual é o interesse, perante o
empresariado, para que a agenda ambiental não seja efetivamente cumprida, e seja
negligenciada ?
É o que, através de análises, investimentos, recursos e fatores
governamentais, como os da política pública, por exemplo, trarei no escopo desta
pesquisa.

3. Objetivo geral

Examinar e explicar, como funciona a questão da economia verde, além


disso, observar, em algumas empresas a nível municipal, no município de Belo
Horizonte, se está sendo abordada, efetuada, da maneira correta, o
comprometimento com a política ambiental e sustentável, e o que o governo
brasileiro tem feito para efetivamente punir as empresas que não cumprem com a
agenda ambiental, (se é, que, podemos dizer, que algo está sendo feito).
3.1 Objetivos específicos

 Identificar e analisar quantas empresas de grande porte existem em território


nacional, fazendo um processo de quantificação dessas empresas, obter, através de
dados numéricos, esse quantitativo;

 Contextualizar, perante a economia brasileira, e, mineira, a importância da economia


verde, diante do cenário global que o Brasil se encontra, e reforçar isto,
demonstrando, que, cumprir a agenda ambiental é algo que se faz importante para o
governo, principalmente se o país e o estado de Minas, realmente deseja atrair
investimentos estrangeiros para cá, gerando empregabilidade;

 Demonstrar o quanto pode ser recuperado, em questão de território, e meio ambiente,


em um prazo de 15 a 20 anos a frente, se, ao menos, 80% das empresas e indústrias
a nível municipal (em Belo Horizonte), resolvessem cumprir a agenda ambiental,e
evoluírem na política ESG;

 Avaliar o quanto os chamados grupos minoritários, como, por exemplo: quilombolas,


indígenas e pessoas de classes menos favorecidas, em geral, foram prejudicadas, em
seus territórios, impactados, negativamente, em suas vidas, devido a exploração
indiscriminada dos grandes grupos financeiros que controlam a dinâmica financeira
das indústrias de nosso país.

 Elaborar mecanismos metodológicos que sirvam de instrumento para encorajar


os membros das comunidades mais vulneráveis, frente à garantia dos seus
direitos sociais, territoriais e o fortalecimento da autonomia comunitária, de
maneira geral.
4. Justificativa

Ao observar como é atual a temática ambiental, e sempre dentro de contexto,


esta pesquisa se justifica, pois a agenda ambiental sempre foi pauta tanto doméstica
como também internacional, e é foco de atenção não só pelos governantes dos mais
diversos países, como também, de investidores de maneira geral.
É preciso compreender, que, a pauta ambiental, é um somatório de fatores
que acabam por representar ‘’a união’’, dentre os mais diversificados setores da
sociedade civil, sendo eles: a comunidade civil, de forma geral, a classe política
mandatária, e também, o empresariado.
‘’A iniciativa da economia verde carrega consigo o otimismo da vontade de
que a economia pode e deve ser impulsionada por investimentos em atividades
limpas em contraposição à extração de recursos naturais e à indústria poluente’’
(PACINI, 2012).
Ou seja, a mobilização existente, se dá, em todos os setores da sociedade,
além de poder ser observado, também, a questão de como a economia verde e a
agenda ser cumprida, pode, de fato, garantir mais investimento e empregabilidade
futuramente, ao Brasil.
Por fim, cabe avaliar que esta pesquisa, em última análise, contribuirá para
futuras pesquisas acerca do investimento em economia verde e da economia em
geral, no Brasil. E temáticas que envolvem: crescimento econômico e meio
ambiente, são sempre, atuais.

5. Revisão de literatura

O referencial teórico será constituído inicialmente por autores que analisam e


discutem as temáticas acerca da economia verde, da gestão social, e
desenvolvimento em prol da sustentabilidade, bem como, os autores com estudos
voltados para a pauta verde, de maneira geral.
Assim sendo, poderá ser feita uma breve análise de como autores com pensamentos
divergentes e convergentes sobre a mesma temática, podem acrescentar no escopo deste
projeto, de forma que as observações mais importantes constem nesta pesquisa. É
fundamental poder correlacionar os autores, de forma que se tenha uma visão diversificada
sobre a pauta da sustentabilidade e da economia verde, demonstrando a importância do
tema a ser pesquisado e aprofundando o objetivo deste estudo, de forma geral.
Autores como a Andrea Bulgakov Klock e o Evandro Portugal , em seu trabalho que tem
como título: ‘’O Princípio constitucional do direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado e garantido’’, neste estudo, eles visam correlacionar e, para além disso,
demonstrar os reflexos da globalização, em se tratando do direito ao meio ambiente, que já
está equilibrado e a maneira essa a qual o Estado optou por incorporar em seu âmbito
jurídico, tal garantia.
Temos, também, em ‘’Sociologia e direito ambiental: um diálogo possível’’, que trás os
autores: Viviane Coêlho de Sóllos Knoer e José Edmilson de Souza-Lima, na obra, esta a
qual, eles visam explicitar algumas conexões escondidas que existem entre a sociologia e o
direito ambiental, avaliando ser plenamente possível equacionar as questões sociais com as
ambientais, principalmente, em termos jurídicos, a partir de uma perspectiva de
complementaridade e não de antagonismo entre os meios de produção da sociedade e a
natureza, de forma geral.
Na obra: ‘’Pressões ambientais versus econômicas, há, por exemplo, uma proposta, em
favor da manutenção da vida e da sustentabilidade, tal qual, nos foi apresentada enquanto
sociedade.’’ A autora Moema Ferreira Giuberti Coradini acaba por tratar, das relações e
tensões que existem entre o meio ambiente e o as mudanças climáticas que ocorrem devido
a exploração irresponsável de caráter humano.
Por último, mas não menos importante, trago o autor Willis Santiago Guerra Filho e a
autora Paola Cantarini, no texto : ‘’Sustentabilidade, crise empresarial e o projeto de novo
Código Comercial brasileiro (PL 1572/2011)’’, onde, neste texto, ambos demonstram que há
uma profunda relação de interdependência, entre a responsabilidade social, o direito
empresarial, o direito do trabalho, a sustentabilidade, e o respeito aos direitos fundamentais
e ao princípio da dignidade da pessoa humana, observando da crise das empresas de
acordo com o novo Código Comercial e propondo algumas alternativas para manter o
equilíbrio entre a manutenção corporativa e sua função social, além, de também, a
necessária conjugação entre o humanismo e o capitalismo, proporcionalmente, falando.
6. Metodologia

Para analisarmos a complexidade do mundo real é necessário adotar


métodos. Sem métodos, a ciência não progride, e tampouco, as organizações. De
fato, é evidente que, a ciência se nutre dos próprios erros, que não são, estes,
descobertos ao acaso, mas através da busca sistemática de melhores explicações
para os fenômenos naturais e sociais (Pozzebon e Freitas, 1997).

Esta pesquisa, consistirá, inicialmente por levantamentos bibliográficos,


acerca das conceituações teóricas das abordagens sobre a economia verde e da
gestão social, no intuito de melhor associar se ambas teorias estão atreladas através
de um estudo aprofundado.

O método de pesquisa utilizado consiste em pesquisa quantitativa de cunho


interpretativo que apresenta um determinado grupo de características que
correspondem às necessidades restritas ao presente estudo, uma vez que, esse tipo
de pesquisa supõe que a realidade somente poderá ser mensurada e apreciada
através das análises dos dados e também, das interações sociais, tais como os mais
diversos símbolos e significados que por ventura, sejam, compartilhados. Estudos
interpretativos, em sua forma geral, tentam compreender os fenômenos através dos
significados que os atores sociais envolvidos, atribuem a eles. Pesquisa
interpretativa não predefine as mais diversas lacunas que formam as variáveis
dependentes e também, independentes, mas, além disso, serve para concentrar-se
na complexidade do ser humano e dos fenômenos sociais na busca do
entendimento dentro de um determinado contexto. (pozzebon, MARLEI).
Ao longo da pesquisa, serão realizadas visitas à campo, a fim de realizar um primeiro
contato com as empresas , e estabelecer um diálogo através de entrevistas semi-
estruturadas, com gerentes e/ou gestores dessas empresas e procurar saber deles, se a
empresa a qual eles estão efetivamente administrando, está comprometida em cumprir a
agenda ambiental, de forma geral. Serve para que a se crie uma noção do que pode ser
feito adiante e como anda a situação de determinadas empresas. Além disso, também,
caberá, perguntar, a indíviduos que residem na comunidade local (principalmente as mais
carentes) , e que são , diretamente, impactados, pela poluição do meio ambiente e
exploração indiscriminada, por parte dessas empresas , o quanto esta exploração lhes
impactou.
6.1 Cronograma

7. Referências bibliográficas

De Souza, Lima e C. Séllos-Knoer,Viviane. ‘’Sociologia e Direito Ambiental:


Um Diálogo Possível.’’ Curitiba. Ed. Clássica. 2012.

Pozzebon, Marlei. ‘’Um modelo de EIS – Enterprise Information System –


que identifica características para comportamentos proativos na
recuperação de informações.’’ Porto Alegre. 1998.

Coradini, Moema. ‘’Pressões ambientais versus econômicas, há, por


exemplo, uma proposta, em favor da manutenção da vida e da
sustentabilidade, tal qual, nos foi apresentada enquanto sociedade.’’
São Paulo. Ed. Clássica. 2012.

Guerra Filho, Willis Santiago e Cantarini, Paola. ‘’Sustentabilidade, crise


empresarial e o projeto de novo Código Comercial brasileiro (PL
1572/2011)’’. São Paulo. 2011.

Klock, Andrea e Portugal, Evandro. ‘’O Princípio constitucional do direito


ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e garantido’’. Rio de
Janeiro. Ed. Clássica. 2012.
‘’O que é Economia Verde?’’ – Portal da Indústria – 2021 – Disponível em:
<https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/economia-verde/
#:~:text=Economia%20verde%20%C3%A9%20um%20modelo,ambientais%20e%20a
%20escassez%20ecol%C3%B3gica>. Acesso em 20/11/2023.

‘’Ferola, Bruno e Paglia, Lucas‘’.ESG: primeiros passos, em especial para empresas públicas’’ .2021.
Disponível em: < https://revistaregov.org/revista/article/view/27/41 >. Acesso em 20/11/2023.

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