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O movimento socioambiental
O mundo em pandemia revela que a perspectiva integrada tão cara
à sustentabilidade não diz respeito apenas à interdependência entre
dimensões ambientais, econômicas e sociais. A vida íntima de cada
pessoa em quarentena, em seus matizes emocionais, subjetivos e
relacionais, agora está claramente ligada aos rumos do planeta. E
são estes seres humanos que ajudarão a delinear prioridades no
que está por vir.
Nada obstante, alerta Basso (2014, p. 7) que o multiculturalismo não pode ser
visto como mero conceito, afigurando-se mais adequado tratá-lo como um
“projeto”, no qual “o reconhecimento das diversidades culturais passa a compor
as metas e políticas de um determinado Estado-nação, naquilo que Keith
Banting e Will Kymlicka (2006, p. 1) denominam políticas multiculturais”. Exige-
se uma postura estatal ativa, com promoção de políticas
A redução da terra indígena pela perda de partes dela, seja como decorrência
da disputa do capital sobre elas, seja como consequência da ideologia de
integração dos índios à sociedade nacional como um processo "natural" e
irrenunciável, seja através da remoção, implica, de início, em doenças e mortes
que, certamente, diminuirão o contingente populacional já minoritário. 6 O
mesmo ocorre quando o ecossistema é alterado pelo impacto de grandes
obras, cortado por estradas ou diminuído. Estudos (ORLOVE; BRUSH, 1996)
mencionam que as políticas de conservação da natureza incluem três níveis de
esforços: (a) preservar espécies específicas; (b) estabelecer áreas reservadas;
(c) proteger ecossistemas, diminuindo o mais possível os hiatos entre as
partes. Num segundo momento, e a história vem demonstrando isto, implica na
perda da biodiversidade nesses espaços reduzidos ou alterados. O mesmo
ocorre quanto às áreas fragmentadas, descontinuadas.
Como consequência da redução ou da fragmentação de uma área antes
contínua, pela interferência de estradas, fazendas de gado ou por outros
motivos, segue-se o risco ou a perda efetiva das condições de sobrevivência
com base nos costumes tradicionais, a diminuição da biodiversidade pelo
empobrecimento da natureza, a escassez de produtos alimentares e dos
elementos da medicina indígena - dependente do aproveitamento de produtos
da floresta -, a contaminação de cursos d'água por inseticidas oriundos de
culturas que se instalam às proximidades e por outras razões.
NEGROS
Uma leitura crítica desses dados aponta que os (as) afrodescendentes nem
sempre aparecem numa posição significativa na educação brasileira, havendo
dificuldades para sua inclusão nas universidades públicas. Quando eles (as)
conseguem romper as barreiras de inclusão são lhes reservado o ingresso em
áreas de conhecimento de menor projeção social ou em cursos pouco
valorizados. Essa educação desqualificada e desigual tende a reduzir a
oportunidade dos (as) afrodescendentes concorreram a uma vaga nos
vestibulares que, por sua vez, cobram conhecimentos adquiridos no Ensino
Básico, os quais são “desconhecidos” pela população negra por terem uma
formação inadequada desde os primeiros anos escolares e menos compatível
com as exigências atuais da educação
Diversos aspectos das desigualdades sociorraciais tornaram-se importantes na
formulação de políticas públicas na sociedade brasileira, aparecendo tais
políticas “entre os temas prioritários do discurso político contemporâneo como
instrumento de constituição da cidadania plena e de consolidação da
democracia em bases justas”, (PEIXOTO, 2004, p. 11), mas as políticas de
inclusão de afrodescendentes mostram sua ineficácia na redução das
desigualdades raciais. É claro que o quadro de exclusão em que o (a) negro (a)
se encontra na contemporaneidade não é tão diferente da situação de
abandono pela qual passaram os (as) escravos (as) que não cruzaram os
braços, mas exercitaram a sua capacidade de luta e organização por melhores
condições de vida.
Em vista disso, organizações que promovem a diversidade, procuram refletir na
sua força de trabalho a sociedade pelo qual está inserido, sendo assim,
organizações menos monolíticas, mais pluralistas e multiculturais, estão mais
propícias, no meio deste mundo globalizado, a aproveitar da riqueza de uma
força de trabalho diversificada, justamente, espelhado na sociedade na qual
está inserido.
Na sociedade brasileira, as desigualdades raciais não podem ser entendidas à
luz das idéias que difundem a democracia racial, porque a discriminação, o
preconceito e o racismo, é que o mundo enfrenta desde a escravidão. São
quase quatro séculos de escravidão e a problemática do racismo ainda está
latente em nossa sociedade manifestando-se de forma sutil e camuflada.
Alguns esforços têm sido desprendidos na tentativa de solucionar o problema
por meio das políticas de ações afirmativas e as pressões do Movimento Negro
junto ao Estado Brasileiro.