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AULA 4
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Considerando os governos Federal, Estaduais, do Distrito Federal e dos Municípios.
impactos na poluição do ar, da terra e das águas, trazendo implicações para a
saúde humana (Furie; Balbus, 2012).
Cardoso (2014) ainda complementa que a globalização, impulsionada
pelo desenvolvimento técnico-científico dos meios de comunicação e transporte,
alterou de tal forma a dinâmica dos processos produtivos que deles resultou um
modelo predatório e consumista.
Esse contexto adverso estimulou uma busca global por soluções para os
problemas ambientais, com o objetivo de mitigar os efeitos negativos no
ambiente gerados pelo desenvolvimento econômico dos países. Daí surgiu o
conceito de sustentabilidade (Brundtland, 1987).
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão2 afirma que a
definição de sustentabilidade concilia o desenvolvimento com a conservação
ambiental e a construção da equidade social, tendo sido disseminada pelo
relatório Brundtland (CMMAD, 1987) e pela Agenda 21 (ONU/Unced, 1992).
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Nomenclatura adotada em 2014, durante o Governo Dilma Rousseff. Atualmente essas
atividades de planejamento estão sob responsabilidade do Ministério da Economia.
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minimização de impactos e melhoria de eficiência, também faz parte dessa
dimensão. A criação de normas de proteção ambiental também está nesse
contexto. Em suma, ela busca uma produção que use menos recursos naturais
e consiga atender às demandas da população sem degradar o meio ambiente.
A dimensão espacial tem relação direta com a distribuição da população
no espaço geográfico. A concentração de populações em áreas metropolitanas
causa distúrbios severos na biodiversidade, o que pode ser resolvido por meio
do equilíbrio da distribuição da população e das atividades econômicas nas
zonas urbanas e rurais. A preservação de ecossistemas frágeis, o estímulo à
agricultura inteligente e à exploração sustentável de florestas fazem parte do
arsenal de medidas relativas a essa dimensão.
Finalmente, a dimensão cultural indica que a busca das melhores
soluções deve ser adequada a cada ecossistema, considerando os valores
culturais das populações locais. A cultura é a forma de adequação das
populações, como espécie, ao ecossistema em que vivem. Em outras palavras,
a diversidade biológica está intimamente ligada à diversidade cultural, na busca
do desenvolvimento sustentável.
Por óbvio, o entendimento conceitual vai muito além do que foi aqui
exposto, mas a ideia desta aula não é estudar e compreender a sustentabilidade
em si, mas o seu impacto na logística pública. Para tanto, no tema seguinte
vamos avaliar essa conexão.
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médias do período analisado mostram 72% de gastos com compras de custeio
e 28% de gastos em investimentos. Essa diferença considerável pode levantar
a dúvida sobre a capacidade do Governo de realmente estimular o crescimento
da economia com base em investimentos.
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uma série de gastos governamentais obrigatórios, vinculando verbas. Como os
investimentos não são obrigatórios, normalmente é neles que ocorrem os cortes.
O modelo atual de produção e consumo gera um cenário de degradação
para o qual os governos e a sociedade buscam formas alternativas e
sustentáveis. Torna-se necessário questionar a real necessidade de compra e
consumo, além de considerar os fatores sociais, econômicos e ambientais
relacionados às decisões de consumo (Brasil, 2014).
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Finger (2012) e Gomes (2013) afirmam que, para atingir esse modelo ideal
de atuação, o Estado deve se utilizar de seus poderes de regulamentação da
matéria ambiental, como a implementação instrumentos de políticas ambientais,
como as licitações sustentáveis.
Tais procedimentos influenciam diretamente o processo produtivo dos
potenciais fornecedores, os quais buscam desenvolver produtos com critérios
ambientais relevantes para o seu ciclo de vida. Como a introdução de critérios
de sustentabilidade nas licitações públicas é resultado do interesse público, os
fornecedores acabam por segui-los, pois têm grande interesse em atender às
demandas.
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Uma ação contundente do Estado foi a Lei n. 12.349/2010, de 15 de
dezembro de 2010, que promoveu alterações na Lei 8.666/1993, de 21 de junho
de 1993, dando uma nova redação para o art. 3º da Lei de Licitações, trazendo
foco especial para a sustentabilidade:
Dessa forma, o Estado usa o seu poder de compra para estimular uma
postura sustentável de seus fornecedores, adequando-os aos interesses
públicos.
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Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento
e Gestão3. Segundo a sua ementa:
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A nomenclatura do órgão pode mudar com as trocas de Governo. A nomenclatura aqui
apresentada é a que estava em vigor quando da publicação da Instrução Normativa em 2010,
durante o Governo Luiz Inácio Lula da Silva.
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Instrumento convocatório é o edital da licitação.
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suprimento adequado e com custo inferior aos agregados naturais. Eles
devem atender todos os requisitos técnicos e qualitativos estabelecidos
nas normas brasileiras.
Os projetos básicos e executivos das obras deverão observar as normas
do INMETRO5 e as normas ISO 140006.
5
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia.
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É uma série de normas emitidas pela ISO (International Organization for Stardardization) que
define as diretrizes para garantir que empresas públicas e privadas pratiquem a gestão
ambiental. Esse conjunto de normas também é conhecido como Sistema de Gestão Ambiental
(SGA).
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Associação Brasileira de Normas Técnicas.
8
Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
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o Oferecer EPIs9 adequados aos seus funcionários;
o Ter programas de treinamento que contemplem as questões
ambientais;
o Realizar a separação dos resíduos recicláveis;
o Respeitar a normas ambientais da ABNT;
o Prever a destinação adequada dos inservíveis, pilhas e baterias e
outros, conforme regras do CONAMA 10.
Os entes do Poder Público deverão disponibilizar os bens considerados
ociosos para doação a outros entes, tornando públicas as listas com esses
bens. Em função disso, antes de proceder com a publicação de um edital
de licitação, os entes públicos deverão verificar esse tipo de
disponibilidade pode atender sua demanda.
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Equipamentos de Proteção Individual.
10
Conselho Nacional do Meio Ambiente.
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práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos e processos na
Administração Pública.
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implementação, metas, cronograma de implantação, previsão de recursos
(financeiros, humanos, instrumentais e outros que venham a ser
necessários).
NA PRÁTICA
Nada como a prática para dirimir dúvidas que surgem após a leitura de
um texto. Para isso apresentamos, como exemplo prático, o Plano de Gestão de
Logística Sustentável da ANVISA.
É possível perceber que um PLS pode ser conciso, mas deve prever o
mínimo necessário para a sua eficácia: objetivos e metas claramente
estabelecidos e divulgados, metodologia de controle difundida e compreendida
e, finalmente, publicidade dos resultados.
O PLS demonstrado foi criado para o período de 2017 a 2020 e é aplicável
à sede e às subsidiárias estaduais do órgão, buscando a mudança cultural
necessária para que os valores socioambientais e de desenvolvimento
sustentável sejam consolidados na Agência.
Em se escopo, além da prática da sustentabilidade, orienta a gestão de
recursos e eficiência do gasto público, reduzindo e combatendo desperdícios.
É claramente perceptível, pelo caráter público do órgão, a obrigatória
aderência do PLS à legislação. Isso fica claro quando o documento explicita todo
o marco legal no qual se apoia o Plano.
Também fica clara a atribuição de responsabilidade, quando da criação
de uma Comissão Gestora. No caso específico, tem entre suas
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responsabilidades definir as orientações técnicas complementares, os prazos e
as diretrizes para as alterações periódicas, observando os princípios
constitucionais aplicáveis a Administração Pública. Também é responsável pela
avaliação e revisão do Plano.
As ações de divulgação, conscientização e capacitação também são
expressas no documento. Educação ambiental é um processo permanente de
aprendizagem e ação educativa, gerador de consciência ambiental. Portanto, os
conhecimentos, habilidades, experiências, valores gerados e discutidos
estimulam a ação individual e coletiva voltada à solução dos problemas
ambientais.
Outro elemento central do PLS é a apresentação de uma série de práticas
a serem adotadas na Agência com foco na sustentabilidade ambiental. Como
são integradas aos processos normatizados, a sua aplicação é monitorada e
bastante eficaz.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI,
da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da
Administração Pública e dá outras providências. Brasília: DOU, 21 jun. 1993.
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COMISSÃO MUNDIAL DE AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO – CMMAD.
Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1987.
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TCU, Tribunal de Contas da União (Ed.). Obras Públicas: Recomendações
Básicas para a Contratação e Fiscalização de Obras de Edificações Públicas. 4.
ed. Brasília: TCU, 2014. 104 p.
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