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A RELAÇÃO EFETIVA ENTRE AS NOVAS ECONOMIAS E O MOVIMENTO

ESG (AMBIENTAL, SOCIAL E GOVERNANÇA CORPORATIVA) PARA O


CRESCIMENTO ORGANIZACIONAL

No passar dos séculos o mundo vem se modificando, e na economia não ocorre de


maneira diferente, muito já se modificou desde o nascimento da indústria. Na última década a
economia tem se modificado devido principalmente a inovações tecnológicas e a necessidade
de mudanças socioambientais dentro das organizações. Assim, o crescimento tecnológico
trouxe novas economias, ou a Nova Economia, esse termo é entendido como modelos de
negócio impactados por uma série de tecnologias e baseados mais em serviços do que em
produtos. Esse novo modelo econômico tem base no investimento em tecnologia, inovação,
tudo isso apoiado em uma gestão ágil, flexibilidade hierárquica , diversidade e sobretudo focando
na ESG (ambiental, Social e Governança Corporativa). Assim, segundo Cavalcantti e Gomes
(2001), a economia desloca o eixo da riqueza e do desenvolvimento de setores industriais
tradicionais para setores cujos produtos, processos e serviços são intensivos em tecnologia e
conhecimento.
Com as transformações relevantes impulsionadas especialmente pela chamada
revolução digital promovida pela inovação e avanço tecnológico. Todos os setores da
sociedade passaram a se conectar no ambiente digital e, o que antes era revolucionário se
tornou corriqueiro. As mudanças trazidas pelo ESG são comparáveis a esse fenômeno. As
Novas Economias e a ESG estão diretamente ligadas, pois segundo Charles P. Alexander, a
nova economia é caracterizada por rápidas mudanças e contrastes acentuados, ou seja,
“Enquanto as indústrias tradicionais estão sofrendo com a concorrência estrangeira, as novas
empresas de tecnologia irão liderar o mundo em inovação.” E para que isso ocorra, as
organizações precisam aplicar os pilares da ESG, que reúne as políticas de meio-ambiente,
responsabilidade social e governança corporativa, é que cada dia mais cobrada das empresas.
Essa cobrança das empresas aplicarem a ESG se dá por conta de definir se uma
empresa é socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciada e devem ser
abordados de forma integrada para garantir que a empresa esteja alinhada com os interesses
de seus acionistas e stakeholders e contribua para um mundo mais justo e sustentável. E
também o lançamento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável a ESG se tornou
ainda mais evidente e, com o Fórum Econômico Mundial lançou em 2020 um guia de
métricas com bases no valores de ESG.
As Novas Economias, que engloba Nova economia, economia digital e indústria 4.0 foi
criada na década de 1980 para descrever empresas de rápido crescimento que estão na
vanguarda tecnológica e conduzem o país ao avanço econômico. A definição também marca
um movimento que passa da venda de produtos para um foco maior na venda de serviços. O
termo ganhou mais notoriedade na década de 1990, isso para falar sobre as novas empresas que
já estavam se sobressaindo as que se baseavam em modelos de negócios tradicionais. As Novas
Economias, baseada na tecnologia, explora frequentemente a simplicidade e possibilidade de testar.
Com isso é possível direcionar e escalar investimentos de forma assertiva, dado que os resultados
são aparentes. Com o avanço tecnológico e crescimento econômico, a ESG surge como um
movimento importante dentro e fora das organizações, onde os consumidores exigem que as
empresas adotem práticas sustentáveis do ponto de vista ambiental, assim como essas se
comprometam do ponto de vista ético e de inclusão social.
Grandes empresas e economistas do mundo todo já reconhecem como
imprescindível a sustentabilidade dos negócios, que devem se comprometer tanto com o
meio ambiente, quanto com a sociedade. Neste contexto, o conjunto de práticas de ESG,
ganha cada vez mais força no mundo dos negócios. O objetivo de tal compromisso é mais
do que apenas evitar a deterioração dos recursos naturais. É também combater a ausência
de práticas corporativas voltadas para as políticas sociais e a falta de uma gestão íntegra.
. Segundo Dornellas (2020) no seu livro Ponte entre a economia tradicional e as novas
economias as relações entre Economia e Política e filosofia, ajuda a entender melhor as
conjunturas das Novas Economias. Essa unidade entre economia, Política e Filosofia, mostra
a Economia Tradicional, que ainda é vigente, e as Novas Economias que, baseadas na
Sociedade em Rede, na Tecnologia e nos Recursos Intangíveis, e que está transformando o
panorama econômico e político do Futuro.
Nesse sentido, com a crescente demanda por sustentabilidade e responsabilidade
social, as práticas ESG estão se tornando cada vez mais importantes para as empresas que
desejam se destacar em seus setores e criar valor para os investidores e a sociedade em
geral. É mais que uma política de compensação, é uma estratégia sólida que deve ser
planejada e incorporada em todas as ações da empresa. Por isso, entender como o tema é
importante para a sua empresa é fundamental para que ela possa se desenvolver. Partindo
de inovações promovidas pela indústria 4.0, experiência do usuário, sustentabilidade e outros
pilares, uma perspectiva diferente deve guiar as organizações modernas. Pensar seu impacto
social e ambiental são algumas das tendências em alta, além da valorização do indivíduo
como protagonista para o desenvolvimento de produtos e serviços.
É por meio da transformação digital, as empresas têm acesso a quantidades maciças de
dados (big data), aprofundando seu conhecimento sobre o consumidor para identificar suas
necessidades e desejos. Outro aspecto que se insere na ideia da nova economia é
o desenvolvimento sustentável, que descreve evoluções econômicas em harmonia com
avanços sociais e preservação ambiental. Alcançar a sustentabilidade se torna um objetivo
para qualquer organização que queira ter perenidade, afinal, isso depende de uma gestão
inteligente dos recursos naturais e humanos. Sendo assim, é perceptível a interação entre as
Novas Economias e o movimento ESG.
Nesse sentido, enquanto os computadores e os celulares evoluíram, os conceitos de
sustentabilidade foram sendo incorporados pelos mais diferentes, criando um capitalismo de
stakeholders, ou seja, um capitalismo que engloba todas as que podem ter algum tipo de interesse
pelas ações de uma determinada organização (colaboradores internos, investidores,
fornecedores, clientes e comunidade). Desta forma, para demostrar a como As Novas
Economias e o movimento ESG atuam juntas dentro das organizações é importante visualizar
os conceitos fundamentais a respeito do tema, apresentar o problema inerente ao exposto,
fazer um aprofundamento com bases teóricas e expor de forma critica a temática central sobre
o movimento ambiental, social e de governança corporativa em face as Novas Economias
implementadas nas organizações.
Em relação as Novas Economias é uma nova forma de pensar e realizar a produção e o
consumo de bens e serviços, com uma lógica diferente daquelas que norteiam a economia
tradicional ou velha economia. As novas são caracterizadas pelo crescimento exponencial; o
foco na venda de serviços, o desenvolvimento de novos modelos de negócios, a inovação,
criatividade e colaboração, com autonomia e valorização do conhecimento e o intensivo
de novas tecnologias da informação e comunicação.
Devido a era das transformações do setor econômico, a nova economia pode ser
descrita como o modelo de negócio que promove a inovação, sustentada pela gestão ágil, com
hierarquia mais flexível e compromisso com a sustentabilidade. A Novas Economias aposta
no poder da inteligência coletiva, na qual a melhor solução vence. Não existem soluções
prontas, e essas devem ser buscada sempre de forma colaborativa. As estratégias devem partir
da equipe, em conjunto. Independentemente da posição hierárquica, é necessário estimular a
transparência e a troca de ideias constantes (BARRETO, 2021).
As novas economias é uma tendência que representa uma quebra de paradigma em
relação a diversas premissas que serviam como base para as empresas até o final do século
XX, como a centralização do mercado e consumidores passivos. Segundo Menezes e Riccio
(2005) explicam que este novo modelo de economia vem se caracterizando pela intensa
revisão de conceitos e de processos, causados pelo impacto do desenvolvimento da tecnologia
da informação. Apesar de vivermos na chamada sociedade da informação, o verdadeiro ativo
não é a informação, mas o conhecimento. Visto que o conhecimento é a informação que foi
colocada em seu contexto e analisada de modo a fazer sentido e a ter valor para a organização.
A nova economia está focada entre as transformações na relação entre empresas e
consumidores, que evolui constantemente e exige que organizações de todos os portes se
reinventem para adequar as novas necessidades e ao perfil de cada cliente (BARRETO, 2021).
Assim, dados não financeiros como qualidade do time de gestão, cultura corporativa e
excelência no atendimento ao cliente passaram a ter maior relevância na determinação do
valor intrínseco da empresa e com o aumento da exigência dos consumidores, funcionários,
comunidades e fornecedores, a adoção de boas práticas ESG passou a fazer parte do dia a dia
das empresas e dos processos de avaliação dos investidores.
A aplicabilidade dos padrões ESG trata-se de incluir objetivos empresariais que
consideram a implementação de ações que visem à legitimidade da empresa perante a
sociedade, o que demanda alterações nas tradicionais formas de decisão empresarial, que
passam a escutar e interagir com os stakeholders. E tal grau de legitimidade influi no valor de
mercado da empresa, de modo que ganhos econômicos e sociais, na atualidade, caminham
juntos (OLIVEIRA, 2013). Esse conceito consegue reunir startups e empresas tradicionais,
formando ecossistemas que viabilizem uma nova fase da economia. Mas como as práticas
ESG podem ser efetivas nas organizações que são focadas nas Novas Economias?
As normas de ESG quando não são aplicadas causa um reflexo negativo aos
negócios, gerando uma insatisfação dos clientes, parceiros e colaboradores. Porém, quando
os critérios ESG são aplicados no ambiente corporativo, tem sido uma oportunidade de
acrescimento para as empresas e oferecerem maior concretude aos conceitos de
sustentabilidade em seus negócios. Com a premência da discussão em torno das mudanças
climáticas na atualidade e como tudo isso tem afetado os padrões de consumo. O consumidor
está cada vez mais preocupado com as pegadas que irá deixar, e cobra isso das empresas. Ao
consumir determinado produto, ele observa toda a cadeia envolvida e como a empresa em
questão lida com isso, e que cuidados tomar em relação à sustentabilidade. As empresas que
não seguem tais critérios acabam perdendo oportunidades de investimentos e de negócios.
Portanto, estão atentas para não perderem também esse consumidor. Quanto aos riscos, sabe-
se que os maiores fundos de investimentos procuram empresas conectadas ao ESG, pois
apresentam riscos menores.
Na nova configuração economia, indicadores de saúde financeira são tão relevantes
quanto os indicadores do ESG. Em outras palavras, as dimensões passam a ser incorporadas
às estratégias corporativas, associadas aos propósitos e posicionamentos das empresas,
conexões muito mais profundas e duradouras do que meros programas de filantropia. Pode-se
comprar a mudança de paradigma à revolução digital. Atualmente todos se conectam no
ambiente digital, e o que antes tinha ares revolucionários se tornou corriqueiro. Nesse sentido,
o ESG está se tornando o normal.
Em conformidade com o acordo de Paris (2015) e o relatório especial do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), para mitigar as ações das emissões
dos gases de efeito estufa e limitar o aquecimento global em 1,5º C a 2º C, é necessário
estimular o desenvolvimento e a implementação de soluções sustentáveis. A Europa,
pretendendo se tornar o primeiro continente neutro em emissões de carbono do mundo, já
prevê como estratégia nesse sentido a implantação do Green Deal. Grande mercado
consumidor global de produtos de valor agregado, a Europa resolveu adotar uma meta de
redução de 70% de sua pegada de carbono até 2050, considerando todos os impactos gerados
desde a obtenção dos materiais para produzir, transportar, até o uso final do produto em casa
pelo consumidor, ou seja, toda a cadeia de valor.
Todos os desígnios estratégicos têm como objetivos o crescimento, a lucratividade, a
competitividade, novos mercados, dentre outros. No entanto, na última década, a
sustentabilidade, ou melhor, as questões ambientais, sociais e de governança corporativa
(ESG) também ganhou força. Hoje, as empresas estão revisando seus propósitos e valores
tendo em vista uma gestão de negócios que garanta os recursos do planeta para as futuras
gerações (GATI; FERREIRA, 2022).
A introdução de critérios ESG nas decisões de investimento pode ser entendida como
uma ampliação do foco nos acionistas para todos as partes interessadas. Com isso, as decisões
de investimentos e concessão de crédito passam a levar em consideração o impacto destes em
todas as partes interessadas, como funcionários, consumidores, fornecedores e comunidade, e
não somente o lucro potencial para a instituição financeira e seus acionistas. Isso, quando
aplicado as empresas que aplicam as Novas Economias é fundamental para que essas não
apenas cresçam, mas também que cresçam com responsabilidade socioambiental e com base
nas práticas de governança corporativa. A mudança não é trivial, já que cada uma das
dimensões ESG é composta por uma variedade de fatores. No critério ambiental estão
presentes, entre outros, aspectos como emissão de carbono, consumo de água, geração de
resíduos e desflorestamento. No critério social, condições de trabalho, políticas de inclusão e
diversidade, segurança e impactos sobre a comunidade.
Essa temática do movimento ESG e as Novas Economias, além de grande importância
para a manutenção das empresas que utilizam tecnologias atuais, pois cada vez mais os
consumidores buscam produtos e serviços que visem o compromisso ambiental, social e boas
práticas de governança corporativa. Também é de suma importância dentro das universidades,
pois é por conta dessas que se aprende sobre o desenvolvimento econômico através das
décadas e como isso muda de acordo com o momento de o mundo vivencia. Além de que, é
por meio da pesquisa incentivadas e necessárias dentro das graduações e das pós-graduações
que se encontra as teorias para serem utilizadas e colocadas em prática fora do ambiente
universitário e posteriormente dentro das organizações.

REFERÊNCIAS

BARRETO, D. Nova economia: Entenda por que o perfil do empreendedor está engolindo o
empresário tradicional brasileiro. Editora Gente, 1ª edição, 10 de maio de 2021.

CAVALCANTI, M.; GOMES, E. Inteligência Empresarial: Um Novo Modelo de Gestão


para a Nova Economia. Produção, vol. 10, n. 2, maio / 2001, p. 53-64.

DORNELLAS, Helena Siqueira. Ponte Entre A Economia Tradicional E As Novas


Economias. Clube de Autores, 2020.

GATI, A; FERREIRA, G. A. Desafios Do Conselho De Administração E Da Alta Direção Na


Mudança Cultural Para Implantação De Esg. In: YOSHIDA, C. Y. M; VIANNA, M. D. B;
KISHI, S. A. S. (Org): Finanças Sustentáveis: ESG, Compliance, Gestão de Riscos e ODS.
CNMP, 2022.

MENEZES, L. L.; RICCIO, E. L. Relacionamento entre a Controladoria e a Gestão da


Informação Econômico Financeira na Nova Economia. Revista Brasileira de Gestão de
Negócios. São Paulo, v. 7, n. 18, p. 34-50, 2005.

OLIVEIRA, José Antônio. Empresas na sociedade: sustentabilidade e responsabilidade


social. 2ª ed., 2013, p. 74-76.

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