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DIAGNÓSTICO TÉCNICO-
CIENTÍFICO
ASSUNTO: Resposta ao IBAMA referente - nº ao ofício 00258/2010 – GAB/IBAMA PB que
solicita apoio ao processo IBAMA nº 02016.001065/2010/17
E S T A G I Á R I O S
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
1. PREÂMBULO
2. HISTÓRICO
4. DAS VISTORIAS
6. DA DINÂMICA DO EVENTO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
APRESENTAÇÃO
O Parecer Técnico-científico foi precedido de um diagnóstico ambiental elementar
observando documentos referentes e antecedentes assim como a legislação pertinente. Os
exames ocorreram in loco, qualificando as respostas aos quesitos elaborados pelas
autoridades questionadoras através da observação dos fatos.
1. PREÂMBULO
2. HISTÓRICO
Com a implantação do pólo turístico do litoral Sul e com o incremento da rodovia que liga
o Cabo Branco à Penha e depois a continuidade desta rodovia como a PB 08, houve uma
aceleração no processo de impermeabilização do solo no entorno do Farol do Cabo Branco.
Com essa situação o governo responsável pela implantação do Pólo Turístico, tomou a
iniciativa e canalizou o escoamento superficial das águas que vertiam naturalmente para o
mar em busca do menor nível de energia.
Com a implantação da Estação Ciência no Cabo Branco, sobre a microbacia hidrográfica
de escoamento superficial que recebia o escoamento de diversos cursos de escoamento
superficial do entorno dessa bacia, mesmo esta edificação observando a necessidade de não
interferir por demais sobre a percolação vertical das águas oriundas da precipitação no
entorno, ou seja, na grande área da bacia, houve mesmo assim uma interferência no
sistema natural, o que permite uma maior concentração de escoamento das águas pluviais.
A primeira obra que tentou canalizar essas águas não foi suficiente, o que contribuiu para
um grande fluxo de águas nas áreas adjacentes ao canal, permitindo o escoamento lateral,
denotando assim que a edificação não favoreceu totalmente ao escoamento das águas
precipitadas na bacia.
A partir da edificação da estação ciência e de sua ampliação, foi necessário se olhar com
mais atenção sobre a questão do escoamento das águas pluviais, pois haja vista que a ação
desta é remetida muitos metros por dentro do mar e, a ação dessa remessa de água com a
força de descida da encosta referente à falésia, é uma ação provocadora de um trabalho
erosivo que poderá se tornar significativo caso não haja redutores de velocidade dessa
água, acarretando assim uma forte alteração no encontro das águas oriundas do planalto
com a planície costeira.
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Quesitos
1 Ocorreu supressão de vegetação em função da edificação?
2. A edificação conta com Licença Ambiental?
3 A edificação está localizada em borda de tabuleiro, logo em área de preservação
permanente, nos termos do art. 2º, alínea g, da Lei Federal 4.771/1965?
4 A edificação encontra-se edificada na falésia do Cabo Branco, considerada de
interesse ecológico pela Constituição do Estado da Paraíba em seu art. 227,
Parágrafo único, inciso VII? Em caso afirmativo, a permanência da edificação
contribui para a preservação da falésia?
5 O imóvel encontra-se edificado em terreno cuja declividade seja superior a 45º
(quarenta e cinco graus), equivalente a 100% na linha de maior declive?
6 Tomando por base a Lei 4.771/65, declinada na peça inicial do Douto Representante
do Ministério Público as fls. 06, define as áreas de Preservação Permanente, em seu
art. 2º, itens “a”, “b” e “c”, pergunta-se: O imóvel encontra-se em desacordo com o
referido dispositivo legal?
7 Caso afirmativo, qual a distância existente entre a referida fonte e o referido imóvel?
8 O imóvel encontra-se em área de preservação permanente?
9 Em caso afirmativo, seria possível estabelecer um Projeto de Impacto Ambiental?
10 Caso afirmativo, é possível estabelecer um projeto de recuperação ou compensação
ambiental?
11. O IBAMA, em seu entendimento, alega que a referida edificação, causou um
impacto ambiental, e que em razão de tal requer maiores informações para tomar
atitudes coerentes em relação a edificação estabelecida?
4. DAS VISTORIAS
Foram realizadas três vistorias no local, uma no ida 08/04/2011, sexta-feira; dia
10/04/2011, domingo e dia 14/04/2011, quinta-feira.
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A área em que a edificação está posta pertence ao relevo denominado de Baixos Planaltos
Costeiros, cuja estrutura geológica é constituída por material sedimentar argilo-arenoso,
por isso, frágil ao ataque dos agentes climáticos bem como quanto à ação do mar.
O modelado do lugar está marcado pela ação efetiva da erosão regressiva visto que se
encontra em uma encosta, pois essa ação é formadora de ravinas com desníveis já
pronunciados em relação ao plano natural da superfície, tomando que em 2008 essa área já
se encontrava com ausência de vegetação (Fig. 02).
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Contudo, atualmente a vertente para receber a edificação que veio a canalizar as águas
pluviais, houve a supressão da vegetação e o aterro sistemático ocultando o canal (calha)
que desce, segundo a planta apresentada em formato de galeria totalmente edificada, se
essa superfície continuar descoberta inevitavelmente permitirá a ocorrência de erosão o
que ampliará a degradação.
6. DA DINÂMICA DO EVENTO
O evento em si já está constituído em fato, haja vista que o canal (calha) já
foi implantado substituindo o anterior, por isso já se encontra edificado (FIG. 6, 7 e 8) e é
uma situação degradadora, pois altera a encosta como um componente inserido na natureza
de forma incisiva, o que obstrui o fluxo natural de matéria e energia que se abate sobre a
encosta, nesse caso as chuvas e os ventos.
Nesse sentido de que as falésias devam ser preservadas por conta de sua
sensibilidade a ação da natureza, por isso a edificação contraria o que está previsto no item
IX da constituição estadual, de que “falésias” são componentes de preservação ambiental,
pois são por demais sensíveis e vulneráveis à ação degradadora. No entanto, como a
natureza no local se encontrava já bastante alterada e essa alteração anterior estava
condicionando em maior degradação e como a intervenção já havia sido feita
anteriormente, a tomada de decisão em se criar um sistema mais robusto, acabará
permitindo o controle do fluxo das águas que fluem a montante.
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QUESITOS ELABORADOS
RESPOSTA AO 1º QUESITO
Sim como já foi amplamente anunciado no processo
RESPOSTA AO 2º QUESITO
Sim conforme está apresentado no processo
RESPOSTA AO 3º QUESITO
Sim se encontra na borda do tabuleiro
RESPOSTA AO 4º QUESITO
Sim. A edificação está na falésia do Cabo Branco, ao Sul do Farol, e a permanência da
edificação atual, que substituiu a anterior contribuirá para a preservação da referida encosta
se houver um repovoamento vegetal com urgência, ou seja neste período de início das
chuvas.
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RESPOSTA AO 5º QUESITO
A área já estava bastante degradada e não há como se verificar a declividade natural da
encosta
RESPOSTA AO 6º QUESITO
Sim. A encosta em que a declividade foi modelada pelo mar, por isso denominada de
falésia é uma APP.
RESPOSTA AO 9º QUESITO
Na realidade a edificação somente substituiu a anterior que foi profundamente degradante,
ou seja, o impacto ambiental em relação ao escoamento superficial já estava estabelecido.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal. 6ª edição. Rio de Janeiro: Editora
Guanabara/KOOGAN, 2001.
______, Recursos Naturais: equívocos e erros sobre a natureza como ente dadivoso.
Relatório técnico científico. APAN e Curadoria do Meio Ambiente em Itabaiana, João
Pessoa: 2000.