Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/319122860
CITATIONS READS
0 409
3 authors, including:
Christian Donin
University of Santa Cruz do Sul
15 PUBLICATIONS 6 CITATIONS
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Christian Donin on 15 August 2017.
Christian Donin
cdonin@smail.ufsm.br
Universidade Federal de Santa Maria - Centro de Tecnologia - Departamento de Estruturas e Construção Civil.
Telefone (55) 3220 8144 - Prédio 07, Cidade Universitária, Camobi, Santa Maria, RS, Brasil - CEP 97105-900.
Resumo
Trata-se de reservatório apoiado, com capacidade de 5,5 mil metros cúbicos, com
forma, em planta, aproximadamente trapezoidal, localizado na cidade de Santa Maria.
O reservatório apresentou, um histórico de sucessivas patologias manifestadas por
grandes fissuras com importantes perdas de água tratada. Nas sucessivas intervenções cada
elemento do reservatório (paredes e laje de fundo) foi recuperado com protensão externa.
Nesta seqüência de recuperação o reservatório resultou com todas as paredes e laje
de fundo protendidas.
No trabalho são apresentados os exames e análises realizadas, o diagnóstico final e o
projeto de recuperação aplicado em cada fase da manifestação patológica. A ausência de
armaduras horizontais, para resistir ao esforço de tração direta produzido pelo empuxo
d'água foi sempre a origem das diversas patologias.
Como este reservatório é fundamental para manutenção do abastecimento de água na
cidade, as soluções adotadas em cada fase, tiveram sempre em conta abreviar o período de
interdição de uso.
Esta preocupação com a manutenção do abastecimento d'água na cidade foi a origem
da adoção de soluções que consideravam sempre a rapidez de execução e a possibilidade
de intervenção futura caso outras patologias potenciais, mas ainda não manifestas, viessem
a ocorrer.
1
Congresso de Pontes e Estruturas - ABPE 50 Anos
Abstract
This paper is about a tank over continuous footing, with capacity for 5.5 thousand
cubic meters, with an approximately trapezoidal form, in plant, situated in the city of
Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brazil.
The tank presented past history of successive pathologies manifested by greats
cracks with important losses of treated water. In the successive interventions, each element
of the tank (walls and slab footing) was recuperated with external prestressing.
In this repairing sequence, the tank walls and its slab footing received a prestressing
treatment.
This paper presents the exams and analyses that were carried out, the final diagnosis
and the recuperation plan implemented in each phase of the pathologic manifestation. The
absence of horizontal reinforcement to resist the direct traction effort produced by the
water pushing has always originated all the various pathologies.
Since this tank is fundamental for the maintenance of the city water supply, the
adopted solutions in each phase have always taken into consideration the abbreviation of
the time of interdiction of use.
This concern with the maintenance of the city water supply determined solutions
that always considered the speed of execution and the possibility of future intervention in
case other potential pathologies, yet not manifested, came to occur.
1. INTRODUÇÃO
A obra é um reservatório, em concreto armado, inicialmente semi-enterrado,
posteriormente, devido às escavações em sua periferia, transformado em apoiado no solo.
As figuras 1 e 2 indicam as formas originais do reservatório com planta baixa quase
trapezoidal, devido à forma curva da parede sul que corresponde à base maior do trapézio e
corte genérico das paredes.
2
Congresso de Pontes e Estruturas - ABPE 50 Anos
O volume útil é de 5,5 mil metros cúbicos destinados ao abastecimento de água tratada,
constituindo-se no elemento fundamental do sistema de abastecimento da cidade de Santa
Maria, com mais de 200 mil habitantes.
A laje de fundo e as paredes de todas as faces apresentam secção variável com aumento
da espessura na ligação entre paredes e das paredes com a laje de fundo.
A cobertura do reservatório é formada por lajes e conjunto ortogonal de vigas apoiadas
sobre pilares internos e nas paredes da periferia.
O reservatório foi construído em 1970.
As primeiras patologias foram constatadas no início da utilização, com fissuras
verticais, aproximadamente no terço da altura, na parede cilíndrica sul.
A segunda ocorrência foi no ano de 1990 com fissura vertical nos dois terços inferiores
da altura da parede plana leste.
A terceira ocorrência foi no ano de 1997 com reaparecimento das fissuras na parede
leste e também fissuras novas na parede leste.
A quarta ocorrência foram fissuras verticais nos dois terços inferiores das paredes sul e
norte.
E finalmente, a quinta ocorrência foram fissuras na laje de fundo.
3
Congresso de Pontes e Estruturas - ABPE 50 Anos
A figura 3 mostra as fissuras verticais nesta parede que se desenvolviam no terço central
da altura. A figura 4 mostra os diagramas das tensões horizontais de tração aplicando-se à
geometria do reservatório o formulário proposto por MONTOYA (1979), para uma parede
cilíndrica engastada na base. Verifica-se a perfeita concordância entre a região de maior
tração e as fissuras ocorridas.
4
Congresso de Pontes e Estruturas - ABPE 50 Anos
Embora, já nesta fase, o processo de recuperação mais indicado fosse a protensão das
paredes, optou-se por produzir um esforço externo de contenção na base da parede sul
evitando o escorregamento da mesma. Desta forma o reservatório sofreria breve interrupção
de uso. Para protensão das paredes seria necessária uma interrupção mais prolongada.
5
Congresso de Pontes e Estruturas - ABPE 50 Anos
6
Congresso de Pontes e Estruturas - ABPE 50 Anos
Desta vez a opção de recuperação foi pela protensão das duas paredes atingidas pela
patologia, embora a revisão de projeto já indicasse insuficiência geral de armadura horizontal
para combater os esforços de tração produzidas pelo empuxo horizontal.
Mais uma vez, a necessidade de diminuir o período fora de uso do reservatório foi
determinante na opção de protender apenas as paredes danificadas.
A fissuração possível da parede norte e da parede sul curva, seriam tratadas quando e se
a fissuração ocorresse.
O agravante neste caso é que para realizar a protensão das paredes leste e oeste foi
necessário remover o aterro que pressionava estas paredes, ajudando o equilíbrio dos esforços
horizontais na direção leste-oeste.
O esforço global de protensão foi calculado de modo a equilibrar, no mínimo, os
esforços produzidos pelo empuxo d'água. Como limite máximo adotou-se o critério de não
produzir tensões de compressão superior a 50% do fck histórico do reservatório.
A faixa entre o mínimo e o máximo era muito elástica. Desta forma adotou-se,
simplificadamente, a hipótese de uma perda de protensão de 25% que, em condições normais,
seria muito alta, levando em conta que a perda por retração num concreto muito velho é
praticamente nula, NBR 6118:2003.
A foto da figura 11 dá uma idéia do aterro removido das paredes leste e norte.
Pouco tempo depois, em 2002, as paredes norte e sul, bem como a laje de fundo
apresentaram fissuras com perda d'água importante, figura 12.
Para protensão da parede sul os cabos projetados foram todos externos devido a
curvatura da parede, GUYON (1966). A parede norte, plana, foi protendida com cabos
externos e internos da mesma forma como tinham sido as paredes leste e oeste. Além das
injeções das fissuras, também foi feita injeção de argamassa no solo através de furos abertos
8
Congresso de Pontes e Estruturas - ABPE 50 Anos
na laje de fundo. Desta forma procurou-se restabelecer a compacidade do solo que poderia ter
sido alterada pelos vazamentos ocorridos.
Embora a ausência de armadura atingisse a laje de fundo, novamente a questão de
abastecimento da cidade levou a buscar absorver a totalidade do esforço horizontal nas
paredes (norte e sul) a exemplo do que já havia sido feito em 1999 na outra direção com as
paredes leste e oeste.
Para o equilíbrio global, a laje de fundo funciona como rigidez infinita para
deformações no seu próprio plano, transferindo para as paredes o esforço horizontal total.
9
Congresso de Pontes e Estruturas - ABPE 50 Anos
10
Congresso de Pontes e Estruturas - ABPE 50 Anos
As fotos das figuras 15, 16 e 17 ilustram esta última e derradeira fase de recuperação
deste reservatório.
11
Congresso de Pontes e Estruturas - ABPE 50 Anos
12
Congresso de Pontes e Estruturas - ABPE 50 Anos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[3] MONTOYA, P. J., et al.. Hormigón Armado. Editorial Gustavo Gili, 1979.
13