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ABSTRACT: This paper studies the hypothesis of a slope containment project in the city
of Itaperuna-RJ, specifically in BR-356. After an expedited survey and analysis of the soil
characteristics in the laboratory, it was possible to dimension and propose the construction
of a gravity wall, combined with a slope in the correct proportions, thus ensuring the safety
of the lot in which it is contained and the highway. forward. The whole process of soil study
and sizing was analyzed and exposed in order to show the importance of this type of
project and also every step by step followed by the engineer in charge.
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Os muros a flexão podem ser reforçados com contrafortes ou tirantes, geralmente
adota-se tais medidas quando a altura do muro é superior a cinco metros. Outra opção
para alturas elevadas é a construção da contenção até a cota máxima de cinco metros e
estabiliza-se o restante construindo um talude, atendendo as proporções especificadas na
NBR 11682/1991, posteriormente planta-se grama para evitar carreamento de partículas
do solo, proteger contra intempéries e auxiliar na drenagem da água.
A questão da ação da água é muito importante, porque em grandes quantidades
pode percolar ate a fundação e causar piping (carreamento de partículas pela perda de
contato grão a grão), consequentemente o tombamento. Concluindo que toda estrutura
deste porte deve ser estudada o efeito das chuvas e água interna do solo.
O presente trabalho possui o objetivo de propor a estabilização de uma encosta
real, detalhando todos os ensaios realizados e metodologia utilizada, sendo esta uma
mescla de muro de flexão até cinco metros de altura e o restante um talude estabilizado.
O caso analisado é na cidade de Itaperuna, na BR-356 ao lado da boate major,
corroborando a importância de tal empreendimento afim de garantir a segurança de todos,
uma vez que, caso ocorra algum acidente o volume de terra chegaria a rodovia e
provavelmente atingiria edificações próximas.
REVISÃO BIBLIOGRAFICA
Muro de arrimo
O muro de arrimo é uma estrutura de contenção de parede vertical, ou quase
vertical, além de uma fundação que pode ser rasa ou profunda. Estes podem ser divididos
em vários tipos, dentre eles o de gravidade que utiliza do peso próprio para vencer os
empuxos horizontais, também os muros de flexão que por sua vez é mais esbelto que o
apresentado anteriormente e seu formato permite resistir aos empuxos devido a flexão,
podendo utilizar de contrafortes (ou nervuras) para evitar o tombamento.
Segundo Domingues (1997) Muro em concreto armado com contrafortes é
composto por uma laje vertical, considerada contínua, que recebe as ações do terreno e
transmitem para os contrafortes que por sua vez as transmitirão para a sapata.
Segundo Barros (2014) O empuxo de terra é a resultante das pressões laterais
exercidas pelo solo sobre uma estrutura de contenção ou mesmo de fundação.
Moliterno (1994) O empuxo ativo é, na verdade, a caracterização da resultante do
esforço, aplicado sobre a estrutura, pelo maciço de terra. Já no empuxo passivo o sentido
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no esforço é na direção contrária, logo, o muro aplica um carregamento sobre o maciço
de terra.
O presente estudo tem como base para tal realização, um talude de
aproximadamente 12 metros de altura, localizado em Itaperuna RJ, bairro Presidente
Costa e Silva, na BR 356, próximo à UniRedentor, coordenadas geográficas: -21.191414,
-41.907718.
MATERIAIS E MÉTODOS
O primeiro ensaio realizado a fim de determinar os parâmetros do solo foi o de
granulometria e com isso foram utilizados os seguintes materiais:
• Solo;
• Reservatório plástico;
• Pincel;
• Balança eletrônica;
• Almofariz de mão;
• Peneiras das séries normal e intermediárias, tampa e fundo.
O ensaio transcorreu da seguinte maneira:
Primeiro fora retirado 1,5 Kg de solo, do material coletado em campo, e fora levado
à estufa onde permaneceu por 24 horas para retirar a umidade da amostra, após este
processo fora retirada uma amostra total seca de 1,47 Kg que foi destorroada com o
auxilio do almofariz de mão, finalizado estes processo o solo foi passado nas peneira,
previamente preparadas de acordo com a ABNT, e o material retido em cada uma delas
foi separada em reservatórios plásticos sem misturar e foram devidamente pesados para
a confecção do gráfico da curva granulométrica.
• Solo;
• Balança eletrônica;
• Capsulas de alumínio;
• Espátula;
• Aparelho de Casagrande;
• Recipiente com água;
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• Peneira de 425 μm, com fundo e tampa.
O ensaio perpassou da seguinte forma:
• Solo;
• Espátula;
• Recipiente de plástico;
• Recipiente de alumínio;
• Placa de vidro.
O ensaio foi executado do seguinte modo:
O ensaio realizado em seguida foi o ensaio de densidade real dos grãos e para tal
foram utilizados os seguintes materiais:
• Estufa;
• Solo;
• Recipiente de alumínio;
• Balança eletrônica.
Este fora realizado da seguinte forma:
Parte da amostra de solo levada ao laboratório fora pesada com sua umidade
natural, logo após fora levada à estufa onde permaneceu por 24 horas e passado esse
período foi retirada e para determinar seu peso seco, bem como o quanto de água que
esta continha em seu estado natural.
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• Solo;
• Aparelho de dispersão e copo munido de chicanas;
• Peneiras de malha;
• Proveta de vidro graduada, com indicação de 1000 ml;
• Balança eletrônica;
• Densímetro de bulbo simétrico;
O ensaio transcorreu da seguinte maneira:
• Solo;
• Almofariz;
• Peneira de 4,8 mm;
• Balança;
• Molde cilíndrico de 1000 cm³;
• Soquete cilíndrico;
• Recipiente de alumínio;
• Extrator de amostras.
O ensaio decorreu do seguinte modo:
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Gráfico 1: Curva granulométrica.
Fonte: Própria.
Caracterização do solo
Se tratando de solos podemos aplicar várias metodologias para entendermos seu
comportamento, de maneira especial em solos finos, em 1911 Atterberg desenvolveu uma
metodologia empírica que determina a consistência do solo, uma vez que este quando
muito úmido se comporta como líquido e conforme perde essa umidade passa a ficar
plástico e quebradiço. Tais valores de umidade do solo estudado, bem como os limites de
Atterberg, índices de consistência e índices físicos estão expressos a seguir.
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Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3
Peso Cápsula (g) 15,63 15,84 15,71
Cápsula e Solo Úmido (g) 115,66 115,9 115,75
Cápsula e Solo Seco (g) 99,86 98,97 99,56
Solo Seco (g) 84,23 83,13 83,85
Água (g) 15,8 16,93 16,19
Umidade Higroscópica(% ) 18,76% 20,37% 19,31%
Umid. Higr. Média (% ) 19,48%
Fator de Correção 83,70%
Quadro 2: Umidade do solo pela frigideira.
Fonte: Própria.
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Gráfico 2:Reta do Limite de Liquidez.
Fonte: Própria.
Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3
Peso Cápsula (g) 15,63 15,63 15,63
Cápsula e Solo Úmido (g) 21,13 19,93 23,33
Cápsula e Solo Seco (g) 20,41 19,38 22,49
Solo Seco (g) 4,78 3,75 6,86
Água (g) 0,72 0,55 0,84
Umidade Higroscópica(% ) 15,06% 14,67% 12,24%
LP (Umid. Higr. Média) (% ) 13,99%
Quadro 6: Limite de Plasticidade.
Fonte: Própria.
Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3
Peso Picnômetro Vazio (g) 61,3 61,3 61,3
Picnômetro e solo (g) 150,6 151 150,9
Picnômetro, água e solo (g) 150,6 151,1 150,8
Picnômetro e água (g) 145,1 145,1 145,1
δ (g/cm³) 1,065632458 1,069129917 1,070489845
δ adotada (g/cm³) 1,068
Quadro 7: Densidade real dos grãos pelo picnômetro.
Fonte: Própria.
Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3
Peso Amostra de Solo (g) 235,57 238,07 240,01
Amostra de Solo Paraf. (g) 269,24 271,43 287,69
Solo Paraf. e submerso. (g) 49,87 50,06 52,35
γnat (g/cm³) 1,295 1,292 1,316
γnat (KN/m³) 12,761
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Quadro 8: Peso específico natural pela balança hidrostática.
Fonte: Própria.
Tempo Decorrido Leitura Temperatura Correção Leitura Altura de % Que Passa Diâmetros
(min) Densímetro (Celsius) Corrigida Queda (cm) Amostra Total Partículas(mm)
0,5 1.009,0 24 -5,1 1.003,9 11,50 545,87 0,0916
1,0 1.008,0 24 -5,1 1.002,9 12,00 545,32 0,0662
2,0 1.008,0 24 -5,1 1.002,9 12,20 545,32 0,0472
4,0 1.007,0 24 -5,1 1.001,9 11,20 544,78 0,0320
8,0 1.004,0 24 -5,2 998,8 11,50 543,09 0,0229
15,0 1.000,0 24 -5,2 994,8 11,80 540,92 0,0169
30,0 997,0 24 -5,2 991,8 12,00 539,29 0,0121
60,0 -5,2 (5,2) 12,20 -2,83 0,0086
240,0 -5,2 (5,2) 12,60 -2,83 0,0044
1.500,0 -5,2 (5,2) 13,10 -2,83 0,0018
CÁLCULO DO EMPUXO
DADOS VALORES UNIDADES
α 33,69 Ângulo
φ 40 Ângulo
θ 0 Ângulo
Ka 0,2174 --
Hi 0,40 m
Hte 6,70 m
E 62,05 kN/m
y 2,22 m
Υ 3,02 m
Ey 0 kN/m
Ex 62,05 kN/m
Tabela 6: Valores do empuxo.
Fonte: Própria.
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FATOR DE SEGURANÇA AO TOMBAMENTO
Fs tomb 2,86 O muro não tombará
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após todo o trabalho foi possível notar a importância e responsabilidade, que o
engenheiro responsável por estes tipos de obra possui, uma vez que é preciso analisar
diversos fatores e realizar inúmeros cálculos e ensaios para chegar ao melhor método,
garantindo segurança e viabilidade econômica do empreendimento. O caso analisado
mostrou extremamente eficiente, uma vez que, garante estabilidade do talude ocupando
um pequeno espaço no terreno.
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REFERÊNCIAS
SILVA, A. H. S. Desenvolvimento de Planilha no Software Excel para
Dimensionamento de Estrutura de Contenção – Muro de Flexão. Universidade
Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró/RN, 2018;
ROCHA, A. R. A. Estudo Comparativo de Muros de Arrimo Executados em Concreto
Armado, Quando Dimensionados Para Alturas Diferentes. Centro Universitário do Sul
de Minas, Varginha/MG, 2016;
ABNT NBR 11682 – Estabilidade de Taludes. 1991;
DOMINGUES, P. C. Indicações Para Projeto de Muros de Arrimo em Concreto
Armado. São Carlos/SP, 1997;
SOUZA, D. M. Muros de Arrimo. Instituto de Pós-Graduação – IPOG, Cuiabá/MT, 2015.
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