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Itaperuna RJ – Brasil – 10 de dezembro de 2019

MURO DE GRAVIDADE PARA CONTENÇÃO DE MACIÇO ARGILOSO

FERREIRA, ALDIR JUNIO CALZOLARI ¹


Graduando em Engenharia Civil

VALE, HUGO BASTOS ²


Graduando em Engenharia Civil

RAMPAZIO, MATHEUS PONTES ³


Graduando em Engenharia Civil

RESUMO: O presente trabalho estuda a hipótese de um empreendimento de contenção


de talude, na cidade de Itaperuna-RJ, especificamente na BR-356. Após levantamento
expedito e análise das características do solo em laboratório, foi possível dimensionar e
propor a construção de um muro de gravidade, combinado com um talude nas proporções
corretas, assim garantir-se-á a segurança do lote no qual está contido e rodovia logo a
frente. Todo o processo de estudo do solo e dimensionamento foi analisado e exposto
afim de mostrar a importância deste tipo projeto e também todo passo a passo seguido
pelo responsável de engenharia.

PALAVRAS-CHAVE: Muro; contenção; talude; construção; engenharia.

ABSTRACT: This paper studies the hypothesis of a slope containment project in the city
of Itaperuna-RJ, specifically in BR-356. After an expedited survey and analysis of the soil
characteristics in the laboratory, it was possible to dimension and propose the construction
of a gravity wall, combined with a slope in the correct proportions, thus ensuring the safety
of the lot in which it is contained and the highway. forward. The whole process of soil study
and sizing was analyzed and exposed in order to show the importance of this type of
project and also every step by step followed by the engineer in charge.

KEYWORDS: Wall; containment; slope; construction; engineering.


________________________________________________________________________________________
¹ Centro Universitário UniRedentor, Engenharia Civil, Itaperuna – RJ, aldirjunio12@gmail.com;
² Centro Universitário UniRedentor, Engenharia Civil, Itaperuna – RJ, hugobastos97@gmail.com;
³ Centro Universitário UniRedentor, Engenharia Civil, Itaperuna – RJ, matheusrampazio.mr@gmail.com.
INTRODUÇÃO

A ocorrência de deslizamentos de terra em locais com declividade exacerbada,


bem como em taludes de corte e aterro, se deve a uma série de fatores ligados
principalmente ao desgaste do solo através da ação das intempéries, ausência ou
deficiência na drenagem, ausência de vegetação, elevada inclinação do talude e outros.
Atualmente na construção civil tem se tornado cada vez mais comum a realização
de projetos onde há uma grande movimentação de terra tornando assim necessária a
criação taludes e, às vezes, estruturas de contenção mais elaboradas. Isso se deve ao
grande crescimento das ocupações do homem, que buscam realizar obras em regiões
onde o relevo é muito variável e também ao grande acesso a maquinários e mão de obra
qualificada para a execução.
Os muros de arrimo podem ser divididos em dois grandes grupos, sendo eles de
gravidade ou flexão. As estruturas de gravidade utilizam apenas a ação da gravidade, ou
seja, peso próprio para garantir a estabilidade, como gabiões, muro de pneus, concreto a
rolo e com pedras. Estes vem sendo usados a milhares de anos pelo ser humano,
atualmente existem inúmeros estudos e pesquisas, entretanto antigamente ocorria pelo
assentamento de pedras até a cota desejada, considerando-se a forma mais antiga de
conter grandes volumes de terra.
Desenvolveu-se com o passar do tempo as estruturas por flexão, que são mais
esbeltos e possuem formato de “L” e resistem ao empuxo utilizando o peso próprio do
solo que fica apoiado sobra a base do L. Este tipo de estrutura é executado com concreto
armado, onde deve-se dimensionar precisamente a estrutura para atender aos
parâmetros econômicos e de segurança do empreendimento.

FIGURA 1: Muro de Arrimo e formato de “L”.

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Os muros a flexão podem ser reforçados com contrafortes ou tirantes, geralmente
adota-se tais medidas quando a altura do muro é superior a cinco metros. Outra opção
para alturas elevadas é a construção da contenção até a cota máxima de cinco metros e
estabiliza-se o restante construindo um talude, atendendo as proporções especificadas na
NBR 11682/1991, posteriormente planta-se grama para evitar carreamento de partículas
do solo, proteger contra intempéries e auxiliar na drenagem da água.
A questão da ação da água é muito importante, porque em grandes quantidades
pode percolar ate a fundação e causar piping (carreamento de partículas pela perda de
contato grão a grão), consequentemente o tombamento. Concluindo que toda estrutura
deste porte deve ser estudada o efeito das chuvas e água interna do solo.
O presente trabalho possui o objetivo de propor a estabilização de uma encosta
real, detalhando todos os ensaios realizados e metodologia utilizada, sendo esta uma
mescla de muro de flexão até cinco metros de altura e o restante um talude estabilizado.
O caso analisado é na cidade de Itaperuna, na BR-356 ao lado da boate major,
corroborando a importância de tal empreendimento afim de garantir a segurança de todos,
uma vez que, caso ocorra algum acidente o volume de terra chegaria a rodovia e
provavelmente atingiria edificações próximas.

REVISÃO BIBLIOGRAFICA
Muro de arrimo
O muro de arrimo é uma estrutura de contenção de parede vertical, ou quase
vertical, além de uma fundação que pode ser rasa ou profunda. Estes podem ser divididos
em vários tipos, dentre eles o de gravidade que utiliza do peso próprio para vencer os
empuxos horizontais, também os muros de flexão que por sua vez é mais esbelto que o
apresentado anteriormente e seu formato permite resistir aos empuxos devido a flexão,
podendo utilizar de contrafortes (ou nervuras) para evitar o tombamento.
Segundo Domingues (1997) Muro em concreto armado com contrafortes é
composto por uma laje vertical, considerada contínua, que recebe as ações do terreno e
transmitem para os contrafortes que por sua vez as transmitirão para a sapata.
Segundo Barros (2014) O empuxo de terra é a resultante das pressões laterais
exercidas pelo solo sobre uma estrutura de contenção ou mesmo de fundação.
Moliterno (1994) O empuxo ativo é, na verdade, a caracterização da resultante do
esforço, aplicado sobre a estrutura, pelo maciço de terra. Já no empuxo passivo o sentido

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no esforço é na direção contrária, logo, o muro aplica um carregamento sobre o maciço
de terra.
O presente estudo tem como base para tal realização, um talude de
aproximadamente 12 metros de altura, localizado em Itaperuna RJ, bairro Presidente
Costa e Silva, na BR 356, próximo à UniRedentor, coordenadas geográficas: -21.191414,
-41.907718.

MATERIAIS E MÉTODOS
O primeiro ensaio realizado a fim de determinar os parâmetros do solo foi o de
granulometria e com isso foram utilizados os seguintes materiais:
• Solo;
• Reservatório plástico;
• Pincel;
• Balança eletrônica;
• Almofariz de mão;
• Peneiras das séries normal e intermediárias, tampa e fundo.
O ensaio transcorreu da seguinte maneira:

Primeiro fora retirado 1,5 Kg de solo, do material coletado em campo, e fora levado
à estufa onde permaneceu por 24 horas para retirar a umidade da amostra, após este
processo fora retirada uma amostra total seca de 1,47 Kg que foi destorroada com o
auxilio do almofariz de mão, finalizado estes processo o solo foi passado nas peneira,
previamente preparadas de acordo com a ABNT, e o material retido em cada uma delas
foi separada em reservatórios plásticos sem misturar e foram devidamente pesados para
a confecção do gráfico da curva granulométrica.

O próximo desenvolvido foi o ensaio de limite de liquidez e os materiais utilizados


estão dispostos a seguir:

• Solo;
• Balança eletrônica;
• Capsulas de alumínio;
• Espátula;
• Aparelho de Casagrande;
• Recipiente com água;

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• Peneira de 425 μm, com fundo e tampa.
O ensaio perpassou da seguinte forma:

O solo retirado da estufa foi destorroado e passado na peneira de 425 μm, do


material passante fora retirado cerca de 300 g de solo e colocados em um recipiente para
realizar a mistura do mesmo com a água com o auxilio da espátula, após a
homogeneização da mistura, esta fora levada ao aparelho de Casagrande, fez-se uma
ranhura com cinzel e foram deferidos golpes até que a parte inferior da ranhura se
fechasse.

Para realizar o ensaio de limite de plasticidade foram utilizados os seguintes


materiais:

• Solo;
• Espátula;
• Recipiente de plástico;
• Recipiente de alumínio;
• Placa de vidro.
O ensaio foi executado do seguinte modo:

Utiliza-se um parcela de solo para a confecção de um molde no formato cilíndrico


com cerca de 10 cm de comprimento e 3 mm de diâmetro, deve continuar a ser rolada
sobre a placa de vidro até a ocorrência de fraturas na amostra, após isso deve-se pesar e
leva-la à estufa e passado um período de 24 horas deve ser pesada novamente a fim de
obter os valores da umidade da amostra no momento em que entra no regime plástico.

O ensaio realizado em seguida foi o ensaio de densidade real dos grãos e para tal
foram utilizados os seguintes materiais:

• Repartidor de amostra de 13 mm de abertura;


• Peneira de 20 mm;
• Picnômetro de 50 ml;
• Funil;
• Luvas;
• Fonte de calor;
• Solo.
Este fora realizado da seguinte forma:
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O primeiro passo é realizar a pesagem do picnômetro vazio, logo após deposita-se
a amostra de solo no mesmo e pesa-o novamente, adiciona a água destilada no
picnômetro até cobrir, aquece-o deixando ferver por 15 minutos para a retirada de todo ar
presente nos interstícios do solo, logo após deixa-o esfriar ao ar ambiente, completa o
volume do picnômetro com água destilada e coloca em banho de água à temperatura
ambiente, pesa-se e anota-se a temperatura da água, logo após o picnômetro é retirado
da água, secado e pesado novamente.

Para a realização do ensaio de Speedy Test foram utilizados os seguintes


materiais:

• Aparelho de Speedy Test;


• Solo;
• Ampolas de carbureto de cálcio;
• Reservatório de alumínio.
O ensaio se deu da seguinte maneira:

Foram pesadas e separadas 6 g da amostra de solo, logo após introduzimos a


amostra no aparelho juntamente com a ampola de carbureto de cálcio e mais duas
esferas de aço. O aparelho foi agitado de maneira constante e durante um minuto e o
resultado da pressão observada pelo aparelho fora anotada para ser utilizada.

Para a realização do ensaio do método da estufa foram utilizados os seguintes


materiais:

• Estufa;
• Solo;
• Recipiente de alumínio;
• Balança eletrônica.
Este fora realizado da seguinte forma:

Parte da amostra de solo levada ao laboratório fora pesada com sua umidade
natural, logo após fora levada à estufa onde permaneceu por 24 horas e passado esse
período foi retirada e para determinar seu peso seco, bem como o quanto de água que
esta continha em seu estado natural.

O ensaio seguinte fora o de sedimentação e utilizou-se os seguintes materiais:

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• Solo;
• Aparelho de dispersão e copo munido de chicanas;
• Peneiras de malha;
• Proveta de vidro graduada, com indicação de 1000 ml;
• Balança eletrônica;
• Densímetro de bulbo simétrico;
O ensaio transcorreu da seguinte maneira:

Da amostra de solo foram retiradas 90 g para o peneiramento, essa amostra foi


depositada num Becker e nela são adicionada uma solução de hexametafosfato de sódio
e foi deixada de repouso por 12 horas, passado esse período a amostra fora passada
para o copo do dispersor e foi submetida à ação do mesmo por 15 minutos. Após esta
etapa a amostra foi transferida para uma proveta e adicionou-se água destilada até atingir
a marca de 1000 ml, a proveta foi agitada durante um minuto e imediatamente após
iniciou a contagem de um cronometro para a realização das leituras dos resultados nos
intervalos estimados.

O ultimo ensaio realizado fora o ensaio de compactação de proctor e os materiais


utilizados estão dispostos a seguir:

• Solo;
• Almofariz;
• Peneira de 4,8 mm;
• Balança;
• Molde cilíndrico de 1000 cm³;
• Soquete cilíndrico;
• Recipiente de alumínio;
• Extrator de amostras.
O ensaio decorreu do seguinte modo:

O material de solo seco ao ar foi destorroado e passado na peneira de 4,8 mm,


logo após adicionou-se água à amostra ate que apresentasse uma consistência e
homogeneização desejada, esta foi compactada no molde cilíndrico em três camadas
iguais sendo aplicados 25 golpes distribuídos uniformemente sobre a superfície. Passado
este processo, retirou-se a amostra do recipiente e coletou-se uma pequena quantia da
mesma para determinação da umidade.
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RESULTADOS
Análise Granulométrica
A partir do ensaio de peneiramento tonar-se possível conhecer a distribuição
granulométrica do solo e assim gerar uma curva granulométrica relacionando a
quantidade de material com o tamanho dos grãos, como podemos ver a seguir.
Amostra Total Seca Umidade Higroscópica Resumo Granulometria (%)
Amostra Total Cápsula N0 4 Pedregulho (>4,8mm) 25,72
Úmida (g) 2.000 Peso Cápsula No (g) 15,63 Areia Grossa
Retido n0 10 (g) 850,33 Cápsula e Solo Úmido (g) 41,30 4,8 - 2,0mm 18,15
Passando N0 10 Úmida (g) 1.149,67 Cápsula e Solo Seco (g) 39,92 Areia Média
Água (g) Solo Seco (g) 24,29 2,0 - 0,42mm 12,09
61,81 Água (g) 1,38 Areia Fina
Passando N0 10 Seca (g) 1.087,86 Umidade Higroscópica(%) 5,68 0,42 - 0,074mm 9,62
Amostra Total Silte+Argila(<0,074mm) 34,41
Seca (g) 1.938,19 Fator de Correção 0,9462 Total ........................ 100,00

Tabela 1: Resumo de granulometria.


Fonte: Própria.
Material Retido % Que Passa da Peneiras
Peneiras
Peso (g) % Am ostra Total % Acum ulada Am ostra Total (mm)
3 pol 0 0 100 76,2
2 pol 0 0 100 50,8
1 1/2 pol 0 0 100 38,1
1 pol 0 0 100 25,4
3/4 pol 58,64 3 3 97 19,1
3/8 pol 146,61 8 11 89 9,5
N0 4 293,22 15 26 74 4,8
N0 10 351,86 18 44 56 2,0
N0 16 87,90 5 48 52 1,2
N0 30 117,20 6 54 46 0,6
N0 40 29,30 2 56 44 0,42
N0 50 43,95 2 58 42 0,30
N0 100 73,25 4 62 38 0,15
N0 200 69,30 4 66 34 0,074

Tabela 2: Resultado do peneiramento.


Fonte: Própria.

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Gráfico 1: Curva granulométrica.
Fonte: Própria.
Caracterização do solo
Se tratando de solos podemos aplicar várias metodologias para entendermos seu
comportamento, de maneira especial em solos finos, em 1911 Atterberg desenvolveu uma
metodologia empírica que determina a consistência do solo, uma vez que este quando
muito úmido se comporta como líquido e conforme perde essa umidade passa a ficar
plástico e quebradiço. Tais valores de umidade do solo estudado, bem como os limites de
Atterberg, índices de consistência e índices físicos estão expressos a seguir.

Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3


Peso Cápsula (g) 15,63 15,84 15,71
Cápsula e Solo Úmido (g) 1015,65 1015,84 1015,73
Cápsula e Solo Seco (g) 891,13 843,34 848,91
Solo Seco (g) 875,5 827,5 833,2
Água (g) 124,52 172,5 166,82
Umidade Higroscópica(% ) 14,22% 20,85% 20,02%
Umid. Higr. Média (% ) 18,36%
Fator de Correção 84,49%

Quadro 1: Umidade do solo pela estufa.


Fonte: Própria.

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Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3
Peso Cápsula (g) 15,63 15,84 15,71
Cápsula e Solo Úmido (g) 115,66 115,9 115,75
Cápsula e Solo Seco (g) 99,86 98,97 99,56
Solo Seco (g) 84,23 83,13 83,85
Água (g) 15,8 16,93 16,19
Umidade Higroscópica(% ) 18,76% 20,37% 19,31%
Umid. Higr. Média (% ) 19,48%
Fator de Correção 83,70%
Quadro 2: Umidade do solo pela frigideira.
Fonte: Própria.

Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3


Umidade Higroscópica(% ) 12% 14% 14%
Umid. Higr. Média (% ) 13,60%
Fator de Correção 88,03%
Quadro 3: Umidade do solo pelo Speedy test.
Fonte: Própria.
Desvio Padrão 3,12%
Umid. Higr. Média (%) 18,92%
Fator de Correção 84,09%
Quadro 4: Umidade do solo adotada.
Fonte: Própria.
Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3
Peso Cápsula (g) 20,34 20,34 20,34
Cápsula e Solo Úmido (g) 54,1 54,5 52,5
Cápsula e Solo Seco (g) 48,94 49,81 48,62
N° Golpes (Casa Grande) 14 31 32
Solo Seco (g) 28,6 29,47 28,28
Água (g) 5,16 4,69 3,88
Umidade Higroscópica(% ) 18,04% 15,91% 13,72%
LL (umid. Higr. 25 golpes) 16,05%
Quadro 5:Limite de Liquidez.
Fonte: Própria.

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Gráfico 2:Reta do Limite de Liquidez.
Fonte: Própria.
Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3
Peso Cápsula (g) 15,63 15,63 15,63
Cápsula e Solo Úmido (g) 21,13 19,93 23,33
Cápsula e Solo Seco (g) 20,41 19,38 22,49
Solo Seco (g) 4,78 3,75 6,86
Água (g) 0,72 0,55 0,84
Umidade Higroscópica(% ) 15,06% 14,67% 12,24%
LP (Umid. Higr. Média) (% ) 13,99%
Quadro 6: Limite de Plasticidade.
Fonte: Própria.
Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3
Peso Picnômetro Vazio (g) 61,3 61,3 61,3
Picnômetro e solo (g) 150,6 151 150,9
Picnômetro, água e solo (g) 150,6 151,1 150,8
Picnômetro e água (g) 145,1 145,1 145,1
δ (g/cm³) 1,065632458 1,069129917 1,070489845
δ adotada (g/cm³) 1,068
Quadro 7: Densidade real dos grãos pelo picnômetro.
Fonte: Própria.
Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3
Peso Amostra de Solo (g) 235,57 238,07 240,01
Amostra de Solo Paraf. (g) 269,24 271,43 287,69
Solo Paraf. e submerso. (g) 49,87 50,06 52,35
γnat (g/cm³) 1,295 1,292 1,316
γnat (KN/m³) 12,761
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Quadro 8: Peso específico natural pela balança hidrostática.
Fonte: Própria.
Tempo Decorrido Leitura Temperatura Correção Leitura Altura de % Que Passa Diâmetros
(min) Densímetro (Celsius) Corrigida Queda (cm) Amostra Total Partículas(mm)
0,5 1.009,0 24 -5,1 1.003,9 11,50 545,87 0,0916
1,0 1.008,0 24 -5,1 1.002,9 12,00 545,32 0,0662
2,0 1.008,0 24 -5,1 1.002,9 12,20 545,32 0,0472
4,0 1.007,0 24 -5,1 1.001,9 11,20 544,78 0,0320
8,0 1.004,0 24 -5,2 998,8 11,50 543,09 0,0229
15,0 1.000,0 24 -5,2 994,8 11,80 540,92 0,0169
30,0 997,0 24 -5,2 991,8 12,00 539,29 0,0121
60,0 -5,2 (5,2) 12,20 -2,83 0,0086
240,0 -5,2 (5,2) 12,60 -2,83 0,0044
1.500,0 -5,2 (5,2) 13,10 -2,83 0,0018

Quadro 9: Resultado do ensaio de sedimentação.


Fonte: Própria.
Dimensionamento do muro
Com a presente situação optamos por realizar o dimensionamento de um muro de
gravidade de perfil trapezoidal com concreto ciclópico para a solução deste problema e,
além deste, um talude de inclinação 2:3 para vencer a altura restante. Como o próprio
nome sugere, este tipo de muro de arrimo usa do peso próprio para combater os empuxos
gerados pelo maciço de solo.
ELEMENTOS DE PROJETO UNIDADE DE MEDIDA/SIMBOLOGIA VALOR
Altura do muro m _ Hext 5,5
Inclinação do terreno adjacente Ângulo _ α ° 33,69
Inclinação do paramento interno do muro com a vertical Ângulo _ θ° 0
Inclinação do paramento interno do muro com a horizontal Ângulo _ β° 90
Ângulo de atrito interno do solo Ângulo _ φ° 40
Peso específico aparente do solo kN/m³ 12,761
Peso específico do concreto ciclópico kN/m³ 22,000
Sobrecarga do terreno adjacente kN/m² 4
Tensão admissível do solo KPa 200
Coeficiente de atrito (Concreto/Solo seco) μ 0,55
Segurança contra escorregamento -- 1,5
Segurança contra tombamento -- 1,5

Tabela 3: Elementos de projeto.


Fonte: Própria.
NBR 6122
CLASSE DESCRIÇÃO VALORES (KPa)
7 Areias muito compactas 500
8 Areias compactas 400
9 Areais medianamente compactas 200

Tabela 4: Tensão admissível pela NBR 6122.


Fonte: ABNT.
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PRÉ-DIMENSIONAMENTO
DADOS VALORES UNIDADES DEFINIÇÕES
Hext 5,5 m Altura externa
Hsub 0,8 m Altura interna
Htotal 6,3 m Altura total
B0 0,90 m Largura do topo do muro
B 3,00 m Largura da base do muro
Tabela 5: Pré-dimensionamento do muro.
Fonte: Própria.

CÁLCULO DO EMPUXO
DADOS VALORES UNIDADES
α 33,69 Ângulo
φ 40 Ângulo
θ 0 Ângulo
Ka 0,2174 --
Hi 0,40 m
Hte 6,70 m
E 62,05 kN/m
y 2,22 m
Υ 3,02 m
Ey 0 kN/m
Ex 62,05 kN/m
Tabela 6: Valores do empuxo.
Fonte: Própria.

VALORES DO PESO PRÓPRIO


DADOS VALORES UNIDADES
MURO
Pm 235,95 kN/m
Xm 1,07 m
Um 1,93 m
SAPATA
Ps 52,80 kN/m
Xs 1,50 m
Us 1,50 m
Tabela 7: Peso próprio para calculo.
Fonte: Própria.

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FATOR DE SEGURANÇA AO TOMBAMENTO
Fs tomb 2,86 O muro não tombará

FATOR DE SEGURANÇA AO ESCORREGAMENTO


Pt 288,75 kN/m
Fa 158,82
Fs esc 2,56 O muro não escorregará
Tabela 8: Verificação ao tombamento e escorregamento.
Fonte: Própria.
VERIFICAÇÃO DAS TENSÕES NA BASE
MT 347,21
u 1,21
e 0,29
152,08 <
40,43
Tabela 9: Verificação das tensões na base.
Fonte: Própria.

14 | P á g i n a
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após todo o trabalho foi possível notar a importância e responsabilidade, que o
engenheiro responsável por estes tipos de obra possui, uma vez que é preciso analisar
diversos fatores e realizar inúmeros cálculos e ensaios para chegar ao melhor método,
garantindo segurança e viabilidade econômica do empreendimento. O caso analisado
mostrou extremamente eficiente, uma vez que, garante estabilidade do talude ocupando
um pequeno espaço no terreno.

15 | P á g i n a
REFERÊNCIAS
SILVA, A. H. S. Desenvolvimento de Planilha no Software Excel para
Dimensionamento de Estrutura de Contenção – Muro de Flexão. Universidade
Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró/RN, 2018;
ROCHA, A. R. A. Estudo Comparativo de Muros de Arrimo Executados em Concreto
Armado, Quando Dimensionados Para Alturas Diferentes. Centro Universitário do Sul
de Minas, Varginha/MG, 2016;
ABNT NBR 11682 – Estabilidade de Taludes. 1991;
DOMINGUES, P. C. Indicações Para Projeto de Muros de Arrimo em Concreto
Armado. São Carlos/SP, 1997;
SOUZA, D. M. Muros de Arrimo. Instituto de Pós-Graduação – IPOG, Cuiabá/MT, 2015.

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