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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOTECNIA,
ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL

DESEMPENHO DE ESTACAS METÁLICAS


TUBULARES DE PONTA ABERTA EM UM
PERFIL DE SOLO TROPICAL

LUIZ CARLOS GALVANI JUNIOR

D0227G20
GOIÂNIA
2020
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 1

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 2

LUIZ CARLOS GALVANI JUNIOR

DESEMPENHO DE ESTACAS METÁLICAS


TUBULARES DE PONTA ABERTA EM UM
PERFIL DE SOLO TROPICAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em


Geotecnia, Estruturas e Construção Civil da Universidade Federal
de Goiás para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil.
Área de Concentração: Geotecnia
Orientador: Prof. Dr. Mauricio Martines Sales
Coorientador: Prof. Dr. Renato Resende Angelim

D0227G20
GOIÂNIA
2020

L. C. GALVANI JR
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FICHA CATALOGRÁFICA

L. C. GALVANI JR
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TERMO DE CIÊNCIA E AUTORIZAÇÃO

FOLHA DE APROVAÇÃO

L. C. GALVANI JR
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AGRADECIMENTOS

Deus é minha inspiração, minha fé e meu destino e a Ele agradeço todos os dias por todas as
bênçãos divinas.

Ao meu pai, minha mãe e minhas irmãs por todo amor, carinho e apoio. Sem vocês nada seria
possível.

Minha eterna gratidão a vocês!

A todos meus colegas de mestrado, em especial ao Carlos Amaecing, ao Eduardo Ferreira, ao


João Vitor Guabiroba e ao Romulo Rodrigues pelos estudos e pela ajuda nas partes pesadas
desta pesquisa.

Ao meu orientador Mauricio Sales pela mentoria do trabalho, por me apoiar nas tomadas de
decisões e por estar sempre disposto a me ajudar.

Ao meu co-orientador Renato Angelim por todo ajuda e por me apoiar sempre neste trabalho.

Ao professor Nelson Aoki pelas preciosas palavras trocadas no Geocentro 2019.

Aos professores do GECON-UFG Marcia Mascarenha, Gilson Gitirana, Lilian Rezende, Eder
Santos e João Paulo Silva por todos ensinamentos do mestrado.

Aos professores Lucas Guimarães e Rejane Nascentes da UFV-CRP por despertarem em mim
o amor pela geotecnia.

Ao professor Carlos Alberto Lauro Vargas pelo apoio e solicitude de sempre.

Ao Breno Breseghelo do Nascimento por iniciar os trabalhos experimentais em estacas


tubulares metálicas na UFG e por todo apoio dado a este trabalho.

Aos técnicos João Jr (LABGEO-UFG) e Vitor (LABITECC-UFG) por todo apoio.

Agradeço também ao LABGEO-UFG, à SETE Engenharia pela execução das estacas de reação
e pela viga de reação, à CONTECH pela realização da sondagem SPT, à CONCRECON pelo
fornecimento do concreto das estacas de reação, ao LABITECC-UFG pelo auxílio na calibração
das células de carga, ao LAMAF-UFG pelo apoio a serviços mecânicos e à GERDAU pelo
fornecimento da armação das estacas de reação.

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal


de Nível Superior - Brasil (CAPES) e da Fundação de Apoio à Pesquisa da Universidade
Federal de Goiás (FUNAPE-UFG).

L. C. GALVANI JR
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RESUMO

As estacas metálicas tubulares são um tipo de fundação que tem relevância crescente no atual
cenário da engenharia de fundações. Estas estacas são amplamente utilizadas em obras offshore
e necessitam de mais estudos acerca de seus comportamentos quando instaladas em solos
tropicais. Durante a instalação, nas estacas tubulares de ponta aberta, ocorre um fenômeno
específico que é a formação de um tampão de solo na ponta da estaca, de forma que a ponta se
torna mais resistente com o desenvolvimento do tampão. Este trabalho avalia o comportamento
de três estacas tubulares metálicas de ponta aberta e três de ponta fechada instaladas por
macaqueamento em solo tropical. As estacas possuíam comprimentos cravados finais de 3,50m
e diâmetros de 114,3mm, 165,1mm e 219,1mm. As forças demandadas à cravação foram
medidas durante a instalação e, para as estacas de ponta aberta, o desenvolvimento do tampão
de solo foi determinado. Foram realizadas provas de carga estáticas à compressão em
comprimentos cravados de 1,55m e 3,50m. Nos comprimentos cravados finais foram realizados
ensaios de provas de carga estáticas à tração. Nas estacas de ponta aberta, os comprimentos dos
tampões foram maiores nos maiores diâmetros internos. Para as estacas analisadas, as forças
demandadas à cravação das estacas de ponta fechada foram superadas pelas de ponta aberta
entre as profundidades de 1,6m e 2,6m. As capacidades de carga das estacas de ponta aberta
foram inferiores às de ponta fechada nas provas de carga a 1,55 m e superiores nas provas de
carga a 3,50 m. Os níveis de atrito obtidos pelas provas de carga à tração foram baixos para
todas as estacas, indicando que os comportamentos à compressão estão diretamente ligados às
formas de ruptura na ponta. Para as estacas de ponta aberta, foram realizadas previsões da
capacidade de carga por métodos internacionais desenvolvidos especificamente para solos não
coesivos e por métodos nacionais semi-empíricos. Os métodos específicos desenvolvidos para
areias foram majoritariamente conservadores considerando a capacidade de carga total e
tiveram melhor desempenho na capacidade preditiva das razões entre parcelas de ponta e atrito.
Os métodos semi-empíricos brasileiros foram assertivos na capacidade de carga total, mas
divergentes na predição das razões entre as parcelas de ponta e atrito. Os resultados obtidos na
estação seca foram comparados aos resultados obtidos na estação chuvosa para avaliação do
efeito da não saturação do solo no comportamento das estacas tubulares metálicas. As forças
demandadas à cravação das estacas durante a estação seca foram superiores às da estação
chuvosa, com maiores diferenças nas camadas superficiais. As capacidades de carga das estacas
da estação seca foram superiores às da estação chuvosa em 150% na profundidade intermediária
e em 43% na profundidade cravada de 3,50m, embora as rigidezes inicias tenham apresentado
valores similares em ambas as estações.

O furo originado pela extração das estacas tubulares possibilitou a execução das estacas
prensadas e concretadas in situ. Apesar de poucos estudos acerca das estacas prensadas e
concretadas in situ, os avanços tecnológicos dos equipamentos de instalação associados à
potenciais executivos, técnicos e ambientais, fazem destas estacas uma alternativa interessante
à engenharia de fundações atual. Nestas estacas foram realizados ensaios de provas de carga
estáticas à compressão instrumentadas. Observou-se que a parcela de ponta das estacas
prensadas e concretadas in situ foram semelhantes às estacas tubulares metálicas de ponta aberta
e o atrito foi um fator preponderante para o desemprenho superior das estacas de concreto.

Palavras-chave: Fundações. Estacas tubulares metálicas. Ponta aberta. Ponta fechada. Estacas
prensadas. Estacas de concreto. Provas de carga estática. Solos não saturados. Solos tropicais.

L. C. GALVANI JR
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ABSTRACT

Steel pipe piles are a type of foundation that has growing relevance in today's foundation
engineering scenario. These piles are widely used in offshore works and need further studies
about their behavior when installed on tropical soils. During installation, a specific phenomenon
occurs in open end tubular piles, which is the formation of a soil cap at the tip of the pile, so
that the tip becomes more resistant with the development of the cap. This work evaluates the
behavior of three open end and three closed end tubular piles installed by jacking in tropical
soil. The piles had end lengths of 3.50m and diameters of 114.3mm, 165.1mm and 219.1mm.
The forces required for crimping were measured during installation and for the open-end piles,
the development of the soil cap was determined. Static compression load tests were performed
on 1.55m and 3.50m pile lengths. Static tensile load tests were carried out on the final nailed
lengths. In the open-end piles, the plug lengths were longer in the largest internal diameters.
For the piles analyzed, the forces required to drive the closed end piles were exceeded by the
open-end piles between 1.6 m and 2.6 m depths. The load capacities of the open-end piles were
lower than those of the closed end piles in the load tests at 1.55 m and higher in the load tests
at 3.50 m. The friction levels obtained by the tensile load tests were low for all piles, indicating
that the compression behaviors are directly linked to the forms of tip rupture. For open end
piles, load capacity predictions were made by international methods developed specifically for
non-cohesive soils and by national semi-empirical methods. The specific methods developed
for sands were mostly conservative considering the total load capacity and had better
performance in the predictive capacity of the ratios between tip plots and friction. The Brazilian
semi-empiric methods were assertive in total load capacity, but divergent in predicting the ratios
between tip and friction plots. The results obtained in the dry season were compared with the
results obtained in the rainy season for evaluation of the effect of soil non-saturation on the
behavior of metal tubular piles. The forces demanded to pile driving during the dry season were
higher than during the rainy season, with greater differences in the surface layers. The load
capacities of dry season piles were 150% higher in the intermediate depth and 43% higher in
the 3.50m depth, although the initial stiffness showed similar values in both stations.

The hole originated by the extraction of the tubular piles made it possible to execute the pressed
and concreted piles in situ. Although few studies have been carried out on pressed and concreted
piles in situ, technological advances in the installation equipment associated with executive,
technical and environmental potential make these piles an interesting alternative to the current
foundation engineering. In these piles, instrumented static compression load tests were
performed. It was observed that the peak portion of the pressed and concreted piles in situ were
similar to the open-end steel pipe piles and the friction was a preponderant factor for the
superior performance of concrete piles.

Keywords: Foundations. Metal tubular piles. Open end. Closed end. Jacket piles. Concrete
piles. Static load tests. Unsaturated soils. Tropical soils.

L. C. GALVANI JR
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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Imagem via satélite do campo experimental (adaptado de Google Maps, 2020) 19

Figura 2.2 – Mapa de solos do município de Goiânia-GO (Romão, 2010) (Modificado pelo
autor)......................................................................................................................................... 20

Figura 2.4 – Ensaio tipo PANDA2 ........................................................................................... 22

Figura 2.5 – Resistência à penetração qd dos ensaios PANDA2 e perfil de sucção ................. 22

Figura 2.6 – Locação das estacas e ensaios no Campo Experimental ...................................... 23

Figura 3.6 – Roscas para modulação da estaca. (a) Segmentos de topo e ponta rosqueados; (b)
Rosca externa; (c) Rosca interna. ............................................................................................. 25

Figura 3.7 – Segmentos nomeados lado a lado ........................................................................ 25

Figura 2.8 – Etapas do processo de instrumentação ................................................................. 26

Figura 2.9 - Processos para confecção dos sensores ................................................................ 26

Figura 2.11 – Preparação da superfície: (a) limpeza com escova de aço; (b) tubo encapado e
com eixos definidos; (c) lixamento fino; (d) limpeza com álcool isopropílico; (e) aplicação de
condicionador e(f) aplicação de neutralizador.......................................................................... 28

Figura 2.12 – Colagem e proteção: (a) Posicionamento e colagem do extensômetro; (b)


aplicação de pressão para cura da cola; (c) aplicação de resina de silicone; (d) confecção
concluída e (e) calibração em laboratório................................................................................. 29

Figura 2.12 – Strain gage utilizado .......................................................................................... 30

Figura 2.13 – Elementos estruturais utilizados ......................................................................... 30

Figura 2.14 – Confecção dos sensores: (a) aplicação de pressão pós colagem; (b) calibração em
laboratório; (c) sensor finalizado .............................................................................................. 30

Figura 2.15 – Locação das estacas metálicas tubulares no Campo Experimental .................... 31

Figura 2.16 – Retirada do solo superficial: (a) abertura e (b) validação da cava ..................... 32

Figura 2.17 – Procedimentos inciais: (a) locação do gabarito da ponta; (b) locação do topo da
estaca; (c) locação e nivelamento da célula de carga; (d) locação e nivelamento do macaco
hidráulico e (e)sistema montado ............................................................................................... 32

L. C. GALVANI JR
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Figura 2.18 – Sequência dos ensaios ........................................................................................ 33

Figura 2.18 – Prensagem das estacas tubulares ........................................................................ 33

Figura 2.19 – Determinação do tamponamento: (a) esquema da medição; (b) aparato metálico
utilizado junto ao segmento de ponta da estaca A4 e (c) inserção do aparato na estaca A4 .... 34

Figura 2.20 – Modulação e instrumentação das estacas tubulares de ponta fechada ............... 35

Figura 2.21 – Esquema da prova de carga estática de compressão .......................................... 35

Figura 2.22 – Provas de carga: (a) compressão e (b) tração ..................................................... 36

Figura 2.23 – Preparação da ponta para ensaio de resistência do tampão de solo ................... 37

Figura 2.24 – Ensaio de resistência do tampão de solo: (a) vista completa; (b) vista na ponta e
(c) tampão de solo após o ensaio .............................................................................................. 37

Figura 2.25 – Aspecto visual dos furos: (a) prensada e concretadas in situ e (b) escavada ..... 38

Figura 2.26 – Processo de execução das estacas de concreto: (a) fixação do sensor na armação;
(b) descida da barra instrumentada no furo e (c) concretagem manual .................................... 39

Figura 2.27 – Capeamento da estaca: (a) escarificação; (b) limpeza; (c) aplicação da argamassa
e (d) após retirada do colchão de areia ..................................................................................... 40

Figura 2.28 – Prova de carga estática das estacas de concreto: (a) esquema e (b) real ............ 40

ARTIGO 1

Figura 1 – Formas de deslocamento e densificação do solo em estacas tubulares de ponta aberta:


(a) intrusão plena; (b) densificação do tampão; (c) desificação sob a ponta e (d) fluxo centrífugo
do solo sob a ponta ................................................................................................................... 43

Figura 2 – Formas de deslocamento e densificação do solo em estacas tubulares de ponta


fechada: (a) escorregamento sob a ponta e (b) densificação sob a ponta ................................. 43

Figura 3 – Comprimento do tampão de solo ............................................................................ 44

Figura 4 – Forças demandadas à cravação ............................................................................... 45

Figura 5 – Razão entre FCA e FCF .......................................................................................... 45

Figura 6 – Tensão na ponta da estaca durante a prensagem ..................................................... 45

Figura 7 – Percentual de carga no nível intermediário durante a prensagem ........................... 45

L. C. GALVANI JR
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Figura 8 – Trabalho de cravação (a) normalizado; (b) normalizado médio ............................. 46

Figura 9 – Curvas carga recalque na compressão (a) 4 polegadas; (b) 6 polegadas; (c) 8
polegadas .................................................................................................................................. 47

Figura 10 – Relações do diâmetro das estacas com a: (a) rigidez e (b) carga última ............... 48

Figura 11 – Parcela de carga na ponta durante a prova de carga (a) PC1; (b) PC2.................. 48

Figura 12- Curvas carga recalque na tração (a) 4 polegadas; (b) 6 polegadas e (c) 8 polegadas
.................................................................................................................................................. 49

Figura 13 – Valores de carga última de tração descontada do peso total da estaca ................. 49

ARTIGO 2

Figura 1 – Curvas de cravação ................................................................................................. 56

Figura 2 – Curvas de trabalho normalizado.............................................................................. 56

Figura 3 – Desenvolvimento do tamponamento com a profundidade: (a) Ltampão; (b) IFR; (c)
PLR e (d) FFR .......................................................................................................................... 57

Figura 4 – Curvas carga recalque: (a) compressão; (b) tração e (c) tampão ............................ 58

Figura 5 – Relação entre os ensaios de campo ......................................................................... 59

Figura 6 – Razão entre a carga prevista e a carga medida pelos métodos: (a) específicos e (b)
nacionais ................................................................................................................................... 59

Figura 7 – Previsão para estaca A8 pelos métodos: (a)específicos e (b) nacionais.................. 60

ARTIGO 3

Figura 1 – Regime de chuvas ................................................................................................... 63

Figura 2 – Curvas de cravação: (a) F4; (b) A4 e (c) A6 ........................................................... 64

Figura 3 – Relação entre as forças de cravação no período chuvoso e seco ............................ 64

Figura 4 – Trabalho de cravação normalizado acumulado ....................................................... 64

Figura 5 – Curvas carga recalque: (a) F4; (b) A4 e (c) A6 ....................................................... 65

Figura 6 – Desenvolvimento do tamponamento com a profundidade ...................................... 65

ARTIGO 4

L. C. GALVANI JR
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Figura 1 – Processo executivo das estacas prensadas e concretadas in situ: (a) concretadas
concomitantemente à extração da camisa e (b) concretadas posteriormente à extração da camisa
.................................................................................................................................................. 68

Figura 2 – Curvas carga recalque ............................................................................................. 69

Figura 3 – Relação do diâmetro com a carga última ................................................................ 69

Figura 4 - Transferência de carga (a) C6; (b) C8 e (c) E8 ........................................................ 70

Figura 5 – Recalque pela tensão no topo .................................................................................. 70

Figura 6 – Recalque pela tensão na ponta ................................................................................ 70

Figura 7 – Recalque pela tensão de atrito lateral ...................................................................... 70

Figura 8 - Carga: (a) na ponta; (b) lateral e (c) no topo. Comparação com Galvani Jr et al. (2020)
.................................................................................................................................................. 72

Figura 9 – Relação entre a carga última específica e o diâmetro ............................................. 72

L. C. GALVANI JR
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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Caracterizações e classificações do solo do Campo Experimental


(NASCIMENTO, 2019) ........................................................................................................... 20

Figura 2.3 – Curvas características solo-água .......................................................................... 21

Tabela 2.2 – Resultados do SPT na estação chuvosa e na estação seca ................................... 22

Tabela 2.3 – Propriedades das estacas ...................................................................................... 24

Tabela 2.4 – Quantitativo de ensaios em estacas...................................................................... 24

Tabela 2.5 – Decodificação do strain gauge utilizado ............................................................. 27

ARTIGO 1

Tabela 1 – Relações entre as cargas últimas com as forças de cravação.................................. 47

ARTIGO 2

Tabela 1 – Principais dados de entrada dos métodos de previsão da capacidade de carga ...... 55

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A Método Alonso

A&Vc Método Aoki e Velloso baseado no ensaio CPT

A&Vs Método Aoki e Velloso baseado no ensaio SPT

API American Petroleum Institute

CPT Cone Penetration Test

D-Q Método Décourt-Quaresma

EECA Escola de Engenharia Civil e Ambiental

FFR Final Filling Ratio

FinnRA Finnish National Road Administration

HKU Hong Kong University

ICP Imperial College Pile

IFR Incremental Filling Ratio

INMET Instituto Nacional de Meteorologia

LABITECC Laboratório de Inovação Tecnológica em Construção Civil

MCT Miniatura Compactado Tropical

NGI Norwegian Geotechnical Institute

P&S Paik e Salgado (2003)

PLR Plug Length Ratio

PMT Pressuremeter Ménard Test

PCIS Estacas prensadas e concretadas in situ

SPT Standard Penetration Test

T Método Teixeira

UFG Universidade Federal de Goiás

UWA University of Western Australia

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LISTA DE SÍMBOLOS

Símbolos romanos

Dex diâmetro externo da estaca

e espessura da parede do tubo da estaca

qc resistência de cone do ensaio CPT

qd resistência dinâmica de cone do ensaio PANDA2

Li comprimento de solo embuchado no ensaio SPT

Ltampão comprimento do tampão de solo da estaca

Nspt número de golpes do ensaio SPT

G módulo cisalhante do solo

Pu carga última da prova de carga

z comprimento cravado da estaca

Símbolos Gregos

τ tensão cisalhante

σ tensão normal

ρs peso específico dos sólidos

ρ recalque

η eficiência do golpe do SPT

φ ângulo de atrito do solo

δ ângulo de atrito da interface solo-estaca

γnat peso específico natural do solo

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 16

1.1. OBJETIVOS DA DISSERTAÇÃO ............................................................................. 17

1.2. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ........................................................................... 18

CAPÍTULO 2 MATERIAIS, MÉTODOS E ENSAIOS .................................................... 19

2.1. CAMPO EXPERIMENTAL ........................................................................................ 19

2.2. PROPRIEDADES GERAIS DAS ESTACAS ............................................................ 23

2.3. CONFECÇÃO DOS SENSORES DE INSTRUMENTAÇÃO ................................. 25

2.3.1. Sensores das estacas metálicas ..................................................................................... 27

2.3.2. Sensores de imersão das estacas de concreto .............................................................. 29

2.4. ENSAIOS DE CAMPO NAS ESTACAS METÁLICAS TUBULARES ................. 31

2.4.1. Prensagem e determinação do embuchamento .......................................................... 33

2.4.2. Prova de carga estática ................................................................................................. 34

2.4.3. Ensaio de resistência do tampão de solo ..................................................................... 36

2.5. EXECUÇÃO, PREPARAÇÃO E ENSAIO DAS ESTACAS DE CONCRETO ..... 38

CAPÍTULO 3 ARTIGO 1 ..................................................................................................... 41

CAPÍTULO 4 ARTIGO 2 ..................................................................................................... 52

CAPÍTULO 5 ARTIGO 3 ..................................................................................................... 62

CAPÍTULO 6 ARTIGO 4 ..................................................................................................... 67

CAPÍTULO 7 CONCLUSÕES ............................................................................................ 74

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 77

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 16

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO

O desenvolvimento de obras de grande porte, sejam on-shore ou off-shore, tem demandado


estruturas de fundação com capacidades de carga cada vez mais elevadas. Concomitantemente,
o avanço tecnológico e construtivo exige projetos de fundação mais eficientes, econômicos,
seguros, ágeis e com menores impactos ambientais. Neste sentido, um tipo de fundação que tem
ganhado relevância no cenário nacional e internacional são as estacas metálicas tubulares

As estacas tubulares consistem em estruturas de suporte retilíneas com seção transversal


cilíndrica e com a extremidade inferior fechada (close-ended) ou aberta (open-ended). Os tubos
metálicos podem ser calandrados ou dobrados, e com ou sem costura (solda). Para garantir
maior resistência à corrosão uma porcentagem de cobre pode ser adicionada à composição do
aço. O diâmetro e a espessura da parede do tubo podem assumir valores variados, dependendo
do tipo de obra que é empregado e da solicitação de carregamento (DE MELLO, 1979).

Durante a cravação, nas estacas de ponta aberta, gradualmente o tampão de solo (ou
embuchamento) é formado. O tampão consiste em uma massa de solo que se adentra na
extremidade inferior do tubo à medida que este é cravado, de forma que a ponta da estaca se
torna mais resistente com o atrito entre o tampão e a parede interna do tubo (PAIKOWSKY;
WHITMAN; BALIGH, 1989; PAIK; SALGADO, 2003; THONGMUNEE et al., 2011; LIU et
al., 2012; FELLENIUS, 2015).

Em todo mundo, pesquisadores têm estudado o comportamento de estacas tubulares metálicas.


Parte dos trabalhos realizados analisam estacas instrumentadas introduzidas em areias em
câmaras de calibração com propriedades controladas (CHIN; POULOS, 1996; NICOLA;
RANDOLPH, 1997; GAVIN; LEHANE, 2003; FATTAH; AL-SOUDANI; 2016). Outros
trabalhos analisam estacas de maiores escalas cravadas em solos não coesivos (Paik et al., 2003;
GUDAVALLI; SAFAQAH; SEO, 2013; KO; JEONG, 2015; FENG; LU; SHI, 2016; GANJU
et al., 2020) e outros trabalhos em solos argilosos típicos de regiões temperadas (XU; LIU;
LEHANE, 2006; DOHERTY; GAVIN; GALLAGHER, 2010; TAN; LIN, 2013; HAN et al.,
2017).

Entre os trabalhos já realizados existe quase um consenso de que as estacas de ponta aberta
demandam menor trabalho durante a cravação e sua capacidade de carga máxima é limitada
L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 17

pela capacidade de carga de uma estaca equivalente com a ponta fechada, no entanto a
afirmação para tal comportamento necessita de maiores investigações quando a instalação se
dá em solos tropicais.

A execução de estacas tubulares abre precedentes para o surgimento de outro tipo de fundação
ainda pouco debatida, que são as estacas prensadas e concretadas in situ. Este tipo de estaca
consiste na concretagem do furo originado pela extração das estacas tubulares. A concretagem
dos furos pode ser realizada posteriormente ou concomitantemente à extração dos tubos.
Ressalta-se que existem diferenças significativas nos processos executivos das estacas
prensadas e concretadas in situ com outros tipos de estacas de deslocamento que são mais
frequentes no cenário da engenharia de fundações atual, como as estacas tipo franki e estacas
tipo simplex/duplex.

As estacas de deslocamento prensadas se diferem de estacas cravadas de forma dinâmica por


impacto ou vibração pelo fato da menor perturbação e danificação de estruturas vizinhas já
executadas. No entanto, ainda, pouco se é discutido sobre as vantagens e desvantagens desse
tipo de fundação, o que por sua vez abre um campo de estudos a ser explorado.

O potencial associado à necessidade, no cenário nacional, de estudos sobre o desempenho das


estacas tubulares metálicas de ponta aberta e fechada, e das estacas prensadas e concretadas in
situ, motivou a concepção deste trabalho. A presente dissertação analisa o comportamento de
tais estacas na instalação e frente à carregamentos estáticos no contexto de solos tropicais.

1.1. OBJETIVOS DA DISSERTAÇÃO

 Avaliar a diferença de comportamento de estacas metálicas tubulares de ponta aberta e


fechada instaladas de forma estática em solo tropical;

 Avaliar métodos de previsão da capacidade de carga para as estacas tubulares de ponta


aberta.

 Analisar o efeito da não saturação do solo no comportamento de estacas tubulares metálicas


por meio de resultados obtidos tanto na estação chuvosa quanto na estação seca;

 Comparar ensaios em estacas prensadas e concretadas in situ com ensaios em estacas


tubulares metálicas e em estaca escavada;

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 18

1.2. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Esta dissertação apresenta inicialmente uma introdução geral, um capítulo de materiais,


métodos e ensaios, e uma conclusão geral apresentando de forma sucinta tudo que foi
executado. Os resultados e análises deste trabalho foram organizados em formato de quatro
artigos que estão apresentados separadamente na forma de capítulos. Para uma melhor
compreensão, a dissertação foi estruturada na seguinte forma:

i. Capítulo 1 – Introdução: Apresenta de forma sucinta o tema abordado, apresenta os


objetivos do presente trabalho e posteriormente expõe a estrutura utilizada para escrita da
dissertação;

ii. Capítulo 2 – Materiais, Métodos e Ensaios: Descreve o campo experimental no qual


foi realizado esta pesquisa apresentando a caracterização e as classificações do perfil de
solo, as investigações geotécnicas, os ensaios para caracterização não saturada do solo e
a locação de todos os ensaios realizados. Apresenta a confecção dos sensores necessários
às instrumentações e respectivas calibrações. Por fim expõe as preparações e execuções
dos ensaios realizados no decorrer deste trabalho;

iii. Capítulo 3 – Artigo 1: Apresenta e compara o comportamento de estacas metálicas


tubulares de ponta aberta e fechada prensadas em solo tropical;

iv. Capítulo 4 – Artigo 2: Analisa o comportamento e avalia métodos de previsão da


capacidade de carga de estacas tubulares de ponta aberta prensadas em solo tropical;

v. Capítulo 5 – Artigo 3: Analisa o efeito da não saturação no comportamento de estacas


metálicas tubulares prensadas em solo tropical;

vi. Capítulo 6 – Artigo 4: Compara o desempenho de estacas prensadas e concretadas in


situ com estaca escavada e com estacas tubulares instaladas em solo tropical;

vii. Capítulo 7 – Conclusões: Finaliza a dissertação expondo as principais conclusões.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 19

CAPÍTULO 2
MATERIAIS, MÉTODOS E ENSAIOS

2.1. CAMPO EXPERIMENTAL

Os ensaios de campo pertinentes a esta pesquisa foram realizados no Campo Experimental da


Escola de Engenharia Civil e Ambiental (EECA) da Universidade Federal de Goiás (UFG), na
cidade de Goiânia-GO, localizado nas coordenadas 16°40'41.38"S, 49°14'31.14"O. A
implantação do campo experimental foi executada por Nascimento (2019) que também realizou
ensaios em estacas metálicas tubulares de ponta aberta. A Figura 2.1 apresenta uma imagem
via satélite do Campo Experimental.

Figura 2.1 – Imagem via satélite do campo experimental (adaptado de Google Maps, 2020)

O local se encontra na porção centro-oeste do país e possui uma camada superficial de solo
tropical transportado com alto grau de laterização que se sobrepõe a uma camada de solo
residual de alteração de micaxisto. A partir da Figura 2.2, que apresenta o mapa de solos do
município de Goiânia-GO, constata-se a predominância de latossolo vermelho nesta região.
Latossolos são solos minerais, homogêneos, com pouca diferenciação entre os horizontes,
profundos, bem drenados e com textura de média a fina, sendo distintos quanto à cor e textura
(ROMÃO, 2010).
L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 20

Figura 2.2 – Mapa de solos do município de Goiânia-GO (Romão, 2010) (Modificado pelo autor)

As caracterizações e classificações realizadas por Nascimento (2019) para o perfil de solo do


campo experimental estão apresentadas na Tabela 2.1. Para profundidades de até dez metros
foram realizados ensaios de granulometria (com e sem defloculante hexametafosfato de sódio
na fase de sedimentação), de massa específica dos sólidos e, ainda, ensaios de pastilha para
classificação expedita segundo a metodologia MCT de classificação de solos. Quanto à análise
táctil-visual o solo superficial foi classificado como arenoso vermelho laterítico.

Tabela 2.1 – Caracterizações e classificações do solo do Campo Experimental (NASCIMENTO, 2019)

Classificação Classificação
Profundidade Classificação Teor de ρs
granulométrica granulométrica
(m) expedita agregação (g/cm³)
sem defloculante com defloculante
0a1 Areia siltosa Areia argilosa LA'-LG' 94% 2,74
1a2 Areia siltosa Areia argilosa LA'-LG' 100% 2,73
2a3 Areia siltosa Areia argilosa LG' 49% 2,72
3a4 Areia siltosa Areia argilosa LA'-LG' 59% 2,75
4a5 Areia siltosa Areia argilosa LA'-LG' 100% 2,74
5a6 Areia siltosa Areia argilosa LG' 100% 2,79
6a7 Silte arenoso Areia argilosa LG' 100% 2,77
7a8 Silte arenoso Areia argilosa NG' 100% 2,81
8a9 Silte arenoso Areia siltosa NS'-NG' 100% 2,80
9 a 10 Silte arenoso Areia siltosa NA-NS' 100% 2,78

Foram realizados ensaios de placa de pressão e WP4C para determinação da curva característica
solo-água do perfil de solo analisado. Os pontos experimentais foram ajustados utilizando a
equação de Gitirana Jr e Fredlund (2004) e as curvas obtidas estão apresentadas na Figura 2.3.

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 21

Figura 2.3 – Curvas características solo-água

45
40 0,5 m
35 1,5 m
30 2,5 m
Umidade (%)

3,5 m
25
4,5 m
20 5,5 m
15
10
5
0
0,01 -2 0,1 1 10 100 2 1000 100004 1000005 1000000
10 10-1 100 101 10 103 10 10
Sucção (kPa)

Foram realizadas investigações geotécnicas por meio de ensaios de SPT tanto na estação
chuvosa (Machado et al., 2018) quanto na estação seca (Rezende e Rocha, 2019). Em ambas
estações, realizou-se determinações de eficiência dos golpes (η) via equipamento SPT Anyliser
e ainda foram registrados os comprimentos das amostras de solo recuperadas dentro do
amostrador (embuchamento) após a obtenção de cada Nspt. Os valores do número de golpes
(Nspt), comprimento do embuchamento (Li), umidade e eficiência dos golpes (η) são
apresentados na Tabela 2.2.

Concomitantemente à execução dos ensaios SPT foram realizados ensaios tipo PANDA®
(Pénétrométre Autonome Numérique Dynamique Assisté par Ordinateur) tanto na estação
chuvosa (Rodrigues et al., 2018) e quanto na estação seca. O PANDA2 é um penetrômetro
dinâmico leve com energia variável. O ensaio consiste na cravação de hastes acopladas a uma
ponteira cônica por meio de golpes de martelo que promovem deslocamentos entre 2 mm e
20mm por golpe. O equipamento, apresentado na Figura 2.4, possui sistemas eletrônicos que
medem a energia aplicada em cada golpe e o deslocamento correspondente, possibilitando a
determinação da resistência dinâmica de cone qd (Gourvès; Barjot, 1995; Langton, 1999;
Athapaththu; Tsuchida, 2016; Kazmee et al., 2016; Beckett et al., 2018). Os valores de qd
apresentados correspondem à média de três ensaios com ponteira de 4 cm² e ângulo de 90°.

Em cada estação foram realizados três ensaios e a média dos valores de qd para cada estação
está apresentada na Figura 2.5 juntamente com perfis de sucção do solo em cada ensaio. O
sufixo “w” é referente à estação chuvosa e o sufixo “d” é referente à estação seca.

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 22

Tabela 2.2 – Resultados do SPT na estação chuvosa e na estação seca

Prof. NSPT (golpes) Li (cm) Umidade (%) η (%)


(m) chuvosa seca chuvosa seca chuvosa seca chuvosa seca
0,30 a 0,75 3 10 18 10 21 9 66,2 65,5
1,00 a 1,45 1 7 15 7 20 11 45,7 71,9
2,00 a 2,45 1 5 19 5 21 11 42,5 76,2
3,00 a 3,45 2 7 15 9 18 13 63,6 75,3
4,00 a 4,45 6 5 20 9 17 13 68,4 81,0
5,00 a 5,45 8 5 29 0 17 11 74,5 80,9
6,00 a 6,45 7 4 25 14 21 14 80,8 79,5
7,00 a 7,45 7 8 44 10 21 13 84,2 81,5
8,00 a 8,45 9 11 11 4 28 11 83,8 80,0

Figura 2.4 – Ensaio tipo PANDA2

Figura 2.5 – Resistência à penetração qd dos ensaios PANDA2 e perfil de sucção

qd (MPa)
0 5 10 15 20
0,0

1,0
Profundidade (m)

2,0

3,0

4,0 Panda2 w
Panda2 d
5,0 Sucção w
Sucção d
6,0
0 2000 4000 6000 8000 10000
Sucção (kPa)

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 23

O Campo Experimental foi implantado em formato de hexágono regular com as estacas de


reação situadas nos vértices. As estacas de reação foram do tipo escavada com 30 centímetros
de diâmetros e 8 metros de profundidade espaçadas em 3 metros de eixo a eixo. A Figura 2.6
apresenta as locações das estacas de reação, dos ensaios tipo SPT, dos ensaios tipo PANDA2,
das estacas executadas por Nascimento (2019) e das estacas executadas no presente trabalho.

Figura 2.6 – Locação das estacas e ensaios no Campo Experimental

2.2. PROPRIEDADES GERAIS DAS ESTACAS

Neste trabalho foram executadas sete estacas metálicas tubulares (quatro de ponta fechada e
três de ponta aberta) e quatro estacas de concreto (uma escavada e três prensadas e concretadas
in situ). A Tabela 2.3 apresenta as dimensões dessas e a Tabela 2.4 expõe de forma resumida o

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 24

quantitativo de ensaios de campo em estacas. Quanto ao quantitativo, ressalta-se que as estacas


foram ensaiadas à prova de carga duas vezes, a primeira na profundidade cravada de 1,55 m e
a segunda a 3,50 m. Os ensaios foram realizados entre julho e outubro de 2020.

Tabela 2.3 – Propriedades das estacas

Dex e Comprimento
Denominação Tipo
(mm) (mm) final (m)
A4 114,3 4,5
Estaca metálica
A6 tubular de ponta 165,1 5,0
aberta
A8 219,1 6,3
F4 114,3 4,5
F6 Estaca metálica 165,1 5,0
tubular de ponta
F8 fechada 219,1 6,3 3,50
F6* 165,1 5,0
C4 114,3 -
Estaca prensada
C6 e concretada in 165,1 -
situ
C8 219,1 -
E8 Estaca escavada 260 -
Nota: Dex é o diâmetro externo das estacas e “e” é a espessura da parede do tubo

Tabela 2.4 – Quantitativo de ensaios em estacas

Tipo de ensaio Quantidade Observações


Ensaio de prensagem 14 Todos em estacas metálicas tubulares
Ensaio de prova de carga 18 14 em estacas metálicas tubulares e 4 em
estática de compressão estacas de concreto
Ensaio de prova de carga 7 Todos em estacas metálicas tubulares
estática de tração

Buscou-se, para as estacas de ponta aberta, tubos comerciais que possuíssem razões entre o
diâmetro externo e a espessura da parede próximas. Para os tubos utilizados tais relações foram
de aproximadamente 25, 33 e 35 para as estacas A4, A6 e A8, respectivamente. Todos tubos
utilizados são costurados e constituídos por aço 1020 (aço carbono com percentual médio de
carbono de 0,20%).

As estacas tubulares metálicas foram moduladas, de forma que os segmentos eram rosqueáveis
e possuíram comprimentos de 250, 300 e 800 milímetros. A ponta da estaca era constituída por

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 25

segmentos de 250 milímetros que possuíam extremidade (S1) aberta ou fechada, sendo que
quando aberta o acabamento da extremidade do tubo possuía arestas abauladas e quando
fechada possuía uma chapa metálica soldada com acabamento similar à seção do tubo. Os
segmentos de 800 milímetros constituíam a maior extensão das estacas (S2, S3, S5, S6 e S7)
enquanto que os segmentos de 300 milímetros foram instrumentados e instalados em altura
intermediária (S4). O segmento de topo (S8) possuía, em uma das extremidades, uma chapa
metálica soldada que tinha função de dar apoio à célula de carga e ao macaco hidráulico. A
Figura 3.6 apresenta a forma das roscas utilizadas nas estacas e a Figura 3.7 apresenta os
segmentos modulados da estaca F8 nomeados lado a lado.

Figura 3.6 – Roscas para modulação da estaca. (a) Segmentos de topo e ponta rosqueados; (b) Rosca externa; (c)
Rosca interna.

(a) (b) (c)

Figura 3.7 – Segmentos nomeados lado a lado

2.3. CONFECÇÃO DOS SENSORES DE INSTRUMENTAÇÃO

Para instrumentação das estacas foram utilizados sensores elétricos do tipo strain gage. O
objetivo da instrumentação foi determinar a transferência de carga da estaca para o solo para

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 26

separação das parcelas de ponta e atrito. Optou-se pelo uso de sensores elétricos visto à
confiabilidade de medições, à disponibilidade no mercado brasileiro e ao relativo baixo custo.

As estacas de ponta fechada foram instrumentadas em dois níveis: em altura intermediária e na


ponta. Já as estacas de ponta aberta foram instrumentadas apenas na altura intermediária. A
modulação permitiu a confecção de segmentos menores e mais leves para instalação dos
sensores.

Para as estacas de concreto foram confeccionados sensores de imersão que foram instalados no
topo e na ponta. Os sensores instalados no topo serviram como referência para determinação da
carga remanescente na ponta. De forma geral, a Figura 2.8 apresenta os processos pertinentes à
instrumentação.

Figura 2.8 – Etapas do processo de instrumentação

Para instalação de todos sensores foi realizada a preparação da superfície, a colagem dos
extensômetros e a proteção do circuito com o intuito de minimizar deformações diferenciais
entre a superfície deformável e os strain gages. Para isto foram adotados os procedimentos da
Figura 2.9.

Figura 2.9 - Processos para confecção dos sensores

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 27

2.3.1. Sensores das estacas metálicas

Nas estacas metálicas foram empregados extensômetros do tipo unidirecional estreito modelo
PA-06-250 BA-120-L. A decodificação deste modelo é apresentada na Tabela 2.5. O fator de
sensibilidade (gage factor) dos extensômetros utilizados foi de 2,1.

Tabela 2.5 – Decodificação do strain gauge utilizado

PA 06 250 BA 120 L
Base de
Auto Comprimento Opcional de
poliamida Resistência
compensação ativo da grelha Forma fios de cobre
com filme elétrica em
de temperatura em 1/1000 de geométrica soldados nos
metálico de ohms
para aço polegadas terminais
constantan
Nota: Constantan é uma liga metálica composta por cobre, níquel, manganês e ferro

Em cada nível de instrumentação foram utilizados quatro strain gages instalados


diametralmente opostos e ligados em ponte de Wheatstone completa, como mostrado no
esquema da Figura 2.10. A fim de não influenciar no atrito entre a estaca e o solo, os strain
gages foram colados internamente no tubo e devido ao embuchamento, a instrumentação nas
estacas de ponta aberta se deu apenas na altura intermediária.

Figura 2.10 – Esquema da montagem dos sensores

A Figura 2.11 apresenta de forma sequencial os procedimentos adotados para preparação da


superfície e a Figura 2.12 a colagem do extensômetros, a proteção dos sensores e a calibração
em laboratório. A calibração foi realizada na prensa servo-controlada modelo EMIC - DL 3000,
do Laboratório de Inovação Tecnológica em Construção Civil (LABITECC), da Universidade
Federal de Goiás (UFG)

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 28

Figura 2.11 – Preparação da superfície: (a) limpeza com escova de aço; (b) tubo encapado e com eixos definidos;
(c) lixamento fino; (d) limpeza com álcool isopropílico; (e) aplicação de condicionador e(f) aplicação de
neutralizador

(a) (b) (c)

(d) (e) (f)

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 29

Figura 2.12 – Colagem e proteção: (a) Posicionamento e colagem do extensômetro; (b) aplicação de pressão para
cura da cola; (c) aplicação de resina de silicone; (d) confecção concluída e (e) calibração em laboratório

(a) (b) (c)

(d) (e)

2.3.2. Sensores de imersão das estacas de concreto

Na confecção dos sensores de imersão das estacas de concreto foram utilizados strain gages do
tipo roseta dupla a 90° com grelhas lado a lado modelo PA-06-125TG-120-L. Em cada nível
foram utilizados quatro extensômetros elétricos colados em posição diametralmente oposta para
ligação em ponte de Wheatstone completa. O extensômetro elétrico utilizado está apresentado
na Figura 2.12 com as respectivas dimensões.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 30

Figura 2.12 – Strain gage utilizado

Como elemento estrutural para confecção dos sensores de imersão foi adotoado um tubo de aço
com diâmetro externo de 10 milímetros, interno de 8 milímetros e comprimento de 80
milímetros. Em cada extremidade foi soldada uma chapa circular com diâmetro de 40
milímetros que tem função de transmitir as deformações do concreto ao sensor. A Figura 2.13
apresenta os elementos estruturais utilizados nesta pesquisa já com as superfícies preparadas
para as colagens dos extensômetros elétricos e a Figura 2.14 apresenta de forma resumida a
confecção dos sensores da colagem à finalização.

Figura 2.13 – Elementos estruturais utilizados

Figura 2.14 – Confecção dos sensores: (a) aplicação de pressão pós colagem; (b) calibração em laboratório; (c)
sensor finalizado

(a) (b) (c)

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 31

2.4. ENSAIOS DE CAMPO NAS ESTACAS METÁLICAS


TUBULARES

A Figura 2.15 apresenta a locação das estacas tubulares metálicas no Campo Experimental.
Após a locação era realizada a retirada de 0,45 m de solo superficial, haja visto a quantidade de
matéria orgânica presente nesta camada. A Figura 2.16 apresenta os procedimentos adotados
para abertura e validação da cava.

Antes do início da prensagem era realizada a locação e os ajustes de prumos tanto da viga de
reação quanto para da estaca, com intuito de garantir ao máximo a verticalidade do sistema. A
locação da ponta da estaca foi realizada com o auxílio de um gabarito de madeira e o prumo era
garantido por níveis de bolha posicionados em diferentes eixos em conjunto com prumo de
centro no topo do sistema, como apresentado na Figura 2.17. Entre o macaco hidráulico e a viga
de reação era colocada uma rótula com o intuito de minimizar possíveis momentos gerados
durante os ensaios.

Figura 2.15 – Locação das estacas metálicas tubulares no Campo Experimental

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 32

Figura 2.16 – Retirada do solo superficial: (a) abertura e (b) validação da cava

(a) (b)
Figura 2.17 – Procedimentos inciais: (a) locação do gabarito da ponta; (b) locação do topo da estaca; (c) locação
e nivelamento da célula de carga; (d) locação e nivelamento do macaco hidráulico e (e)sistema montado

(b)

(a) (c) (d) (e)

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 33

A Figura 2.18 apresenta de forma esquemática a sequência dos ensaios realizados. Entre um
ensaio e o ensaio subsequente foram dados intervalos mínimos de 12 horas.

Figura 2.18 – Sequência dos ensaios

2.4.1. Prensagem e determinação do embuchamento

A prensagem foi realizada a uma velocidade média de 0,55 milímetros por segundo em
incrementos de 100 milímetros. O deslocamento foi medido por meio de marcas feitas em fita
colada ao tubo, de forma que quando o deslocamento pretendido era atingido cessava-se o
macaqueamento. A execução da prensagem é apresentada na Figura 2.18.

Figura 2.18 – Prensagem das estacas tubulares

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 34

Nas estacas de ponta aberta a entrada de solo na ponta era medida por meio de um aparato
metálico colocado dentro do tubo no início da prensagem. Tanto o esquema de medição quanto
o aparato utilizado são apresentados na Figura 2.19. As medições de tamponamento eram
realizadas de 100 em 100 milímetros durante a pausa entre as prensagens. A forma de medição
permitiu precisão milimétrica.

Figura 2.19 – Determinação do tamponamento: (a) esquema da medição; (b) aparato metálico utilizado junto ao
segmento de ponta da estaca A4 e (c) inserção do aparato na estaca A4

(a) (b) (c)

2.4.2. Prova de carga estática

Foram realizadas provas de carga estáticas tanto a compressão quanto a tração. Ambas foram
do tipo lenta seguindo os procedimentos preconizados pela NBR 12131 (ABNT, 2006). As
cargas de ruptura à compressão foram previstas a partir das forças necessárias à cravação nos
estágios que antecediam as provas de carga, sendo divididas em no mínimo dez passos de carga.
Já as cargas de ruptura na tração foram previstas por meio da prática. Os passos correspondiam
a 8%, 21%, 32%, 43%, 54%, 65%, 76%, 84%, 92% e 100% da carga prevista no carregamento
e a 76%, 43%, 21%, 8% e 0% no descarregamento.

A realização da primeira prova de carga a compressão (PC1) se dava na profundidade prensada


de 1,55 metros, que correspondia a uma profundidade de 2,0m em relação à superfície do
terreno, enquanto a segunda prova de carga a compressão (PC2) e a prova de carga a tração
(PC3) eram realizadas na profundidade prensada final de 3,5 metros, que correspondia a uma
profundidade de 3,95m em relação à superfície do terreno. A Figura 2.20 apresenta um esquema
com a modulação e a instrumentação das estacas de ponta fechada nas profundidades das provas
de carga.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 35

A Figura 2.21 apresenta um esquema da prova de carga a compressão, enquanto a Figura 2.22
apresenta a execução das provas de carga de compressão e tração.

Figura 2.20 – Modulação e instrumentação das estacas tubulares de ponta fechada

Figura 2.21 – Esquema da prova de carga estática de compressão

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 36

Figura 2.22 – Provas de carga: (a) compressão e (b) tração

(a) (b)

2.4.3. Ensaio de resistência do tampão de solo

Após a extração das estacas de ponta aberta, os segmentos preenchidos com solo foram
submetidos a uma prova de carga estática a fim de determinar o atrito do tampão de solo com
a face interna do tubo. A preparação deste ensaio se deu inicialmente arrasando o solo
sobressalente à ponta conforme apresentado na Figura 2.23.

Os carregamentos foram do tipo lento e realizados de acordo com a NBR 12131 (ABNT, 2006).
O contato entre o sistema do macaco hidráulico se deu por meio de uma chapa circular com
diâmetro levemente inferior ao diâmetro interno da estaca e buscou-se fazer deste contato o
mais rígido. As diferenças entre os diâmetros das chapas circulares e os diâmetros internos das
estacas foram de 0,9 mm, 1,1 mm e 1,2 mm para as estacas A4, A6 e A8.O tamanho do tampão
de solo foi medido com precisão milimétrica antes e depois do ensaio para verificar a variação
de seu comprimento. O sistema de reação foi composto por um pórtico do Laboratório de
Resistência dos Materiais e Estruturas da Universidade Federal de Goiás. A Figura 2.24
apresenta o ensaio de resistência do tampão de solo.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 37

Figura 2.23 – Preparação da ponta para ensaio de resistência do tampão de solo

(a) (b)

Figura 2.24 – Ensaio de resistência do tampão de solo: (a) vista completa; (b) vista na ponta e (c) tampão de solo
após o ensaio

(b)

(a) (c)

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 38

2.5. EXECUÇÃO, PREPARAÇÃO E ENSAIO DAS ESTACAS DE


CONCRETO

Posteriormente à extração das estacas tubulares de ponta fechada, os furos remanescentes foram
concretados, originando, assim, as estacas prensadas e concretadas in situ. As estacas
denominadas C4, C6 e C8 foram executadas nos furos das estacas F4, F6 e F8 (Tabela 2.3),
respectivamente. A estaca escavada deste trabalho (E8) foi executada no local do furo originado
pela estaca A4. O furo com diâmetro anterior de 114,3 mm foi alargado para um diâmetro de
260 mm por meio de um trado manual do tipo concha. O aspecto dos furos das estacas prensadas
e concretadas in situ e da estaca escavada é apresentada na Figura 2.25.

Figura 2.25 – Aspecto visual dos furos: (a) prensada e concretadas in situ e (b) escavada

(a) (b)

Todas as estacas foram concretadas utilizando-se do mesmo traço de concreto. O concreto foi
rodado em betoneira no campo experimental e a resistência média aos 28 dias foi de 14,3 MPa.

Os sensores de imersão foram instalados, nas estacas C6, C8 e E8, um a 100 milímetros do topo
e outro a 100 milímetros da ponta propriamente dita. As estacas foram armadas com uma barra
de 10 milímetros, a qual serviu de suporte para fixação dos sensores de imersão. A fixação dos
sensores se deu por meio de abraçadeiras plásticas e a concretagem foi feita de forma manual e
cuidadosa para não danificar o sistema de instrumentação. A Figura 2.26 apresenta o processo
de execução das estacas de concreto.

Após 9 dias de concretagem foi realizado o capeamento das estacas com o intuito de
proporcionar contato pleno do sistema de aplicação de carga com a estaca. Primeiramente a
L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 39

cabeça das estacas foram escarificadas, limpas e posteriormente foi aplicada uma camada de
argamassa com alta resistência autonivelante. Como fôrma para a aplicação da argamassa foram
utilizados tubos de PVC com diâmetros superiores aos diâmetros das estacas, de forma que
entre o nível inferior do capeamento e o nível do solo foi colocado um colchão de areia, que
posteriormente a cura da argamassa foi removido. Tal remoção se deu com o intuito de evitar
contato entre o capeamento e o solo durante a execução da prova de carga, impedindo assim
que o capeamento funcionasse como um bloco sobre a estaca. O processo do capeamento é
apresentado na Figura 2.27.

Figura 2.26 – Processo de execução das estacas de concreto: (a) fixação do sensor na armação; (b) descida da
barra instrumentada no furo e (c) concretagem manual

(a)

(c) (b)

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 40

Figura 2.27 – Capeamento da estaca: (a) escarificação; (b) limpeza; (c) aplicação da argamassa e (d) após
retirada do colchão de areia

(a) (b) (c) (d)

As cargas de ruptura foram admitidas, para efeito de planejamento, como 50% superior às
cargas das estacas tubulares de ponta aberta, sendo então divididas em 10 passos de carga. A
Figura 2.28 apresenta a execução das provas de carga nas estacas de concreto. Com o intuito de
igualar a deformabilidade da parte desenterrada das estacas de concreto com das estacas
metálicas, foi utilizado como complemento acima do topo das estacas de concreto segmentos
modulados das estacas tubulares.

Figura 2.28 – Prova de carga estática das estacas de concreto: (a) esquema e (b) real

(a) (b)

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 41

CAPÍTULO 3
ARTIGO 1

Comportamento de estacas metálicas tubulares de ponta aberta e


fechada prensadas em solo tropical
L. C. Galvani Jr, R. R. Machado; M. M. Sales; R. R. Angelim

Resumo: O comportamento de estacas metálicas tubulares é influenciado pela forma da ponta, a qual pode ser
aberta ou fechada, e seus desempenhos estão diretamente relacionados à gênese do solo nas quais estão instaladas.
Tendo em vista isso, este trabalho tem como objetivo estudar a diferença no comportamento de estacas metálicas
tubulares de ponta aberta e fechada. As estacas possuiam comprimentos de 3,5 metros, diâmetros de 114,3 mm,
165,1 mm e 219,1 mm, foram instrumentadas e instaladas por prensagem com macaco hidráulico em perfil de solo
laterítico maduro com textura areno-argilosa. Durante a instalação as forças demandas à cravação foram
determinadas. Para as estacas de ponta aberta os comprimentos dos tampões de solo foram medidos ao longo das
cravações. Foram realizados ensaios de provas de carga estáticas à compressão em profundidades cravadas de 1,55
m e 3,50 m e à tração em 3,50 m. Nas estacas de ponta aberta, os comprimentos dos tampões foram maiores nos
maiores diâmetros internos. As forças demandadas à cravação das estacas de ponta fechada foram superadas pelas
de ponta aberta entre as profundidades de 1,6m e 2,6m. As capacidades de carga das estacas de ponta aberta foram
inferiores às de ponta fechada nas provas de carga a 1,55 m e superiores nas provas de carga a 3,50 m. As forças
demandadas à cravação se mostraram como uma forma eficiente para determinação da capacidade de carga. O
atrito obtido pelas instrumentações e pelas provas de carga à tração foram baixos para todas as estacas. Conclui-
se que a capacidade de carga está diretamente relacionada à forma de ruptura na ponta.

Palavras-chave: Fundações. Estacas tubulares metálicas. Ponta aberta. Ponta fechada. Provas de carga estática.
Solos tropicais.

1. Introdução

Várias pesquisas buscam estudar o comportamento de estacas tubulares metálicas de ponta


aberta e de ponta fechada. Parte dos trabalhos analisam estacas instrumentadas instaladas em
câmaras de calibração de areias com propriedades controladas (Paik; Lee, 1993; Chin; Poulos,
1996; Nicola; Randolph, 1997; Gavin; Lehane, 2003; Fattah; Al-Soudani; 2016). Outros
trabalhos analisam estacas de maiores dimensões cravadas em solos não coesivos (Paik et al.,
2003; Gudavalli; Safaqah; Seo, 2013; Ko; Jeong, 2015; Feng; Lu; Shi, 2016; Ganju et al., 2020)
e outros em solos argilosos (Miller; Lutenegger, 1997; Xu; Liu; Lehane, 2006; Doherty; Gavin;
Gallagher, 2010; Tan; Lin, 2013; Han et al., 2017).

Uma particularidade das estacas de ponta aberta é que, durante o processo de cravação,
gradualmente uma massa de solo adentra ao tubo formando um tampão de solo. Este tampão,
por sua vez, dá origem a um processo de atrito com a superfície interna do tubo de forma que a
ponta da estaca se torna mais resistente quanto maior o atrito entre o tampão e a parede interna
do tubo. O estado não tamponado se dá quando o incremento no tamanho do tampão é igual ao
acréscimo de comprimento cravado, o estado parcialmente tamponado se dá quando o
incremento no tamanho do tampão é inferior ao acréscimo de comprimento cravado e o estado
totalmente tamponado ocorre quando não há incrementos no tamanho do tampão com o
prosseguimento da cravação (Paikowsky; Whitman; Baligh, 1989). Uma estaca no estado não
tamponado pode ser considerada como sem deslocamento e, à medida que evolui ao estado

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 42

totalmente tamponado, passa a promover grandes deslocamentos no solo adjacente assim como
as estacas de ponta fechada (Fellenius, 2015).

Nas estacas tubulares que possuem maior parte da carga suportada pela ponta, a forma de
ruptura na ponta é preponderante para o desempenho de tais estacas. As Figuras 1 e 2
apresentam, respectivamente para estacas tubulares de ponta aberta e fechada, algumas
possíveis formas de deslocamento do solo na interface e de densificação do solo durante a
ruptura. Ressalta-se que os deslocamentos e as densificações podem se dar de forma única ou
combinada por duas ou mais formas. Neste trabalho foram adotados diferentes termos de
deslocamento e densificação para diferenciar os processos.

A intrusão plena do solo na estaca, abordada por Ko; Jeong; Lee (2016) e apresentada na Figura
1(a), ocorre quando todo deslocamento da estaca resulta em igual aumento do comprimento do
tampão de solo. Neste processo há um deslocamento relativo entre a estaca e o solo. Para solos
não coesivos com alta densidade relativa, a entrada de solo no interior do tubo pode promover
um aumento do volume por dilatância fazendo com que o fluxo na ponta seja menor que o fluxo
do topo do tampão.

A densificação do tampão, abordada por Matsumoto; Takai (1991) e apresentada na Figura 1


(b), ocorre quando a entrada de solo na ponta da estaca é maior que o incremento no
comprimento do tampão, indicando densificação do solo no interior da estaca. Neste caso os
deslocamentos de solo na interface interna solo-estaca são reduzidos gradualmente devido a
redução do índice de vazios do solo do tampão.

A densificação do solo sob a ponta, como abordada por Randolph (2003), é apresentada na
Figura 1 (c). Um dos efeitos provocados pela introdução da estaca no terreno é a redução dos
vazios do solo do bulbo de tensões abaixo da ponta. A densificação pode ocorrer, também, em
níveis acima da ponta no interior da estaca, sem que haja deslocamentos na interface entre o
tampão e a face interna do tubo. Este processo é mais provável em solos de média a baixa
compacidade relativa.

O fluxo centrífugo do solo sob a ponta, abordado por Ko; Jeong; Lee (2016) e apresentado na
Figura 1 (d), ocorre quando não há entrada de solo no tampão e, para que ocorra deslocamento
da estaca, o solo sob a ponta desloca-se lateralmente. Ressalta-se que a “cunha” de solo sob o
tampão possui formato de arco (Henke; Grabe, 2008).

De forma similar às estacas de ponta aberta, nas estacas de ponta fechada ocorrem as formas de
fluxo centrífugo sob a ponta, apresentado na Figura 2(a), e densificação do solo sob a ponta,
apresentado na Figura 2(b) (Randolph, 2003). No entanto, nas estacas de ponta fechada a
extremidade é vedada por uma chapa metálica que impede a entrada de solo para o interior do
tubo. O deslocamento radial das partículas de solo depende do tamanho da cunha gerada sob a
ponta metálica.

Boa parte dos trabalhos que analisam o comportamento de estacas metálicas tubulares de ponta
aberta e fechada consideram que, após o completo tamponamento, uma estaca de ponta aberta
passe a ter desempenho próximo, ou até inferior, à uma estaca equivalente com ponta fechada
(O’Neill; Raines, 1991; Chow, 1996; Lee; Paik; Salgado, 2003; Paik et al., 2003; Doherty,
Gavin e Gallagher, 2010; Doherty; Gavin, 2011; Fattah; Al-Soudani; 2016 )

Este trabalho estuda o comportamento de estacas tubulares metálicas de ponta aberta e fechada
com comprimentos de 3,50m, introduzidas por macaqueamento em solo tropical. As forças
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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 43

demandadas à cravação foram medidas e foram realizados ensaios de provas de carga estáticas
à compressão nas profundidades de 1,55m e 3,50m. As estacas estudadas possuíam diâmetros
de 114,3 mm, 165,1 mm e 219,1 mm.

Figura 1 – Formas de deslocamento e densificação do solo em estacas tubulares de ponta aberta: (a) intrusão
plena; (b) densificação do tampão; (c) desificação sob a ponta e (d) fluxo centrífugo do solo sob a ponta

(a) (b) (c) (d)


Nota: ρ é o deslocamento da estaca, Δl1 corresponde a variação da altura do tampão; , Δl 2 corresponde a altura
de solo que entrou na ponta da estaca; e1 e e2 correspondem aos deslocamentos na interface interna solo-estaca
próxima ao topo do tampão e próxima a ponta da estaca, respectivamente; e 3 corresponde ao deslocamento
lateral do solo sob a cunhan da ponta da estaca na interface solo-solo ;ci corresponde à densificação da massa
de solo do tampão e cea corresponde à densificação da massa de solo sob a ponta da estaca de ponta aberta.

Figura 2 – Formas de deslocamento e densificação do solo em estacas tubulares de ponta fechada: (a)
escorregamento sob a ponta e (b) densificação sob a ponta

(a) (b)
Nota: e4 corresponde ao deslocamento lateral do solo sob a cunha da ponta da estaca e cef corresponde à
densificação da massa de solo sob a ponta da estaca de ponta fechada

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2. Resultados

O comprimento do tampão (Ltampão) de solo das estacas de ponta aberta está apresentado na
Figura 3. No início do processo de cravação observa-se, para todos os diâmetros analisados,
que as estacas tem um comportamento praticamente não tamponado. A medida em que o
comprimento cravado aumenta há uma tendência de redução da taxa de tamponamento devido
ao desenvolvimento do atrito interno, evoluindo até o estado totalmente tamponado. Observa-
se que quanto maior o diâmetro maior o comprimento final do tampão e, para a estaca de 8
polegadas, não houve estabilização plena de Ltampão. Ressalta-se que não haver acréscimo no
tamanho do tampão não corresponde a não haver fluxo de solo na parte inferior da estaca, haja
visto que pode ocorrer a densificação do tampão (apresentada na Figura 1b).

Figura 3 – Comprimento do tampão de solo

L tampão (m)
0,0 0,5 1,0 1,5
0,0

tamponado
0,5
Não
1,0

1,5

2,0

2,5

A4
3,0 A6
A8
3,5

As forças demandadas à cravação (FC) estão apresentados na Figura 4. Para os diferentes


diâmetros, observa-se que as estacas de ponta fechada requeriam cargas superiores às de ponta
aberta para as profundidades iniciais e não tinham tendência crescente de FC com o aumento
da profundidade. Nas estacas de ponta aberta os valores de FC são baixos nas profundidades
inicias e aumentam gradualmente com o desenvolvimento do tampão de solo. Tal figura
evidencia a diferença nos comportamentos das estacas de ponta fechada e aberta.

A Figura 5 apresenta a razão entre as forças de cravação das estacas de ponta aberta (FCA) com
as estacas de ponta fechada (FCF). Os valores abaixo do valor unitário no eixo das abscissas
(horizontal) representam que a força necessária à cravação é menor para as estacas de ponta
aberta. As forças demandadas à cravação das estacas de ponta aberta passaram a ser superiores
às de ponta fechada a partir das profundidades de 2,55 metros, 2,30 metros e 1,63 metros para
as estacas tipo 4, 6 e 8, respectivamente. Nota-se então que, para as estacas estudadas, quanto
maior o diâmetro menor é a profundidade em que FCA supera FCF.

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 45

Figura 4 – Forças demandadas à cravação Figura 5 – Razão entre FCA e FCF


FC (kN) FCA / FCF
0,0 30,0 60,0 90,0 120,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
0,0 0,0
F4
F6 4
0,5 F8 0,5 6
A4
A6 8
1,0 A8 1,0

1,5 1,5
z (m)

z (m)
2,0 2,0

2,5 2,5

3,0 3,0

3,5 3,5

Os resultados da tensão na ponta obtidos pela instrumentação na cravação estão apresentados


na Figura 6, juntamente com os resultados de qd do PANDA2. A parcela de ponta é
preponderante em relação à parcela de atrito lateral. Para as três estacas, a parcela de ponta foi
superior a 70% da carga total em todas profundidades de cravação. Para as estacas estudadas, a
carga aplicada na estaca é majoritariamente resistida pela ponta e, portanto, a forma da ruptura
na ponta é importante para o entendimento da diferença de comportamento das estacas.

Na Figura 7 tem-se o percentual da carga total no nível intermediário (Pint). Observa-se que os
valores estão plotados a partir da profundidade cravada de 2,05 metros, isso porque somente a
partir dessa profundidade o nível de instrumentação foi inserido no solo. Nota-se que a carga
que chega até o nível intermediário é sempre muito próxima à carga aplicada no topo da estaca,
o que sugere níveis de transferências de carga são muito baixos no trecho do topo ao nível
intermediário.

Figura 6 – Tensão na ponta da estaca durante a Figura 7 – Percentual de carga no nível intermediário
prensagem durante a prensagem
Tensão na ponta (MPa) Pint
0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 40% 60% 80% 100%
0,0 0,0

0,5 0,5 F4
F6
1,0 1,0 F8
A4
1,5 1,5 A6
z (m)
z (m)

2,0 2,0

2,5 2,5
F4
3,0 F6 3,0
F8
3,5 3,5

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A Figura 8 apresenta os dados do trabalho de cravação normalizado para cada estaca, bem como
a média desse trabalho para as estacas de ponta aberta e fechada. O trabalho de cravação
normalizado corresponde à razão entre o produto da força demandada à cravação média (FCm)
com o deslocamento correspondente (d) e a área da seção transversal externa das estacas (A).
Foi utilizado um deslocamento padrão de 100 milímetros (d100) para o cálculo do trabalho de
cravação normalizado (W100N), segundo a equação:

FCm . d100
W100N =
A (1)

Para os três diâmetros analisados é possível observar tendências semelhantes para as estacas
com mesma configuração de ponta, possibilitando então o cálculo do trabalho de cravação
normalizado médio (Wmédio100). As estacas de ponta fechada tiveram uma tendência de redução
do trabalho normalizado com o aumento da profundidade até 3,0m, enquanto as estacas de ponta
aberta tiveram aumento do trabalho normalizado nessa faixa de profundidade. Entre 3,0 m e 3,5
m, o trabalho de cravação normalizado médio apresentou um crescimento percentual de 35% e
44% para as estacas de ponta fechada e aberta, respectivamente. Até a profundidade aproximada
de 2,0 m foi necessário um trabalho normalizado médio maior para a estaca de ponta e, abaixo
desta profundidade, com o tamponamento praticamente completo, constatou-se uma maior
dificuldade para introdução das estacas de ponta aberta.

Figura 8 – Trabalho de cravação (a) normalizado; (b) normalizado médio

W100 (kJ/m²) Wmédio100 (kJ/m²)


0 100 200 300 400 0 100 200 300 400
0,0 0,0
F4
0,5 F6 0,5
F8
1,0 A4 1,0 F
A6 A
1,5 A8 1,5
z (m)

z (m)

2,0 2,0

2,5 2,5

3,0 3,0

3,5 3,5
(a) (b)

As curvas carga versus recalque obtidas nas provas de carga estáticas à compressão estão
apresentadas na Figura 9. Para os três diâmetros analisados é possível observar um crescente
da capacidade de carga na seguinte ordem: APC1, FPC1, FPC2 e APC2. Para profundidade de
1,55m (PC1) a capacidade de carga da estaca de ponta fechada foi maior que a de ponta aberta
e na profundidade de 3,50m (PC2) a de ponta aberta maior que a de ponta fechada. As razões
entre as cargas últimas das estacas de ponta aberta e fechada foram, em média, 0,75 e 2,00, para
a primeira e segunda prova de carga, respectivamente. Os tamanhos dos tampões das estacas
A4, A6 e A8 não variaram durante a PC1 e PC2. Ressalta-se que o trecho anterior a 80% da
carga última teve um comportamento bastante linear em todas as provas de carga, confirmados

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 47

por um R² superior a 0,99 na maioria dos ensaios. As rupturas foram bruscas e ocorreram para
níveis de recalques correspondentes a aproximadamente 2% do diâmetro externo das estacas.

Figura 9 – Curvas carga recalque na compressão (a) 4 polegadas; (b) 6 polegadas; (c) 8 polegadas

Carga (kN) Carga (kN) Carga (kN)


0 5 10 15 20 25 30 0 25 50 75 0 25 50 75 100 125
0 0 0

2 2 2

4 4 4

6 6 6

ρ (mm)
ρ (mm)
ρ (mm)

8 8 8

10 10 10

12 12 12

14 14 14

16 16 16
F4 PC1 F4 PC2 F6 PC1 F6 PC2 F8 PC1 F8 PC2
A4 PC1 A4 PC2 A6 PC1 A6 PC2 A8 PC1 A8 PC2
(a) (b) (c)

As variações percentuais (VP) entre as cargas últimas das provas de carga (Pu) e as respectivas
forças demandadas à cravação (FC) nas profundidades das provas de carga estão apresentadas
na Tabela 1. Observa-se que as forças demandadas à cravação são equivalentes às cargas
últimas obtidas nas provas de carga, haja vista que as variações percentuais foram de no máximo
7,3% e na maioria dos casos menores que 1,6%, logo determinação de FC se mostra como uma
forma eficiente de controle e previsão da capacidade de carga ao longo da profundidade.

Tabela 1 – Relações entre as cargas últimas com as forças de cravação

Estaca Pu FC VP
F4 PC1 12,9 13,1 -1,6%
A4 PC1 9,1 9,4 -3,3%
F4 PC2 13,0 13,0 0,0%
A4 PC2 28,0 26,3 6,1%
F6 PC1 41,0 40,4 1,5%
A6 PC1 31,0 29,2 5,8%
F6 PC2 44,6 44,7 -0,2%
A6 PC2 78,9 77,7 1,5%
F8 PC1 61,2 61,0 0,3%
A8 PC1 50,9 50,8 0,2%
F8 PC2 64,1 59,4 7,3%
A8 PC2 124,5 116,2 6,7%

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As relações do diâmetro das estacas com a rigidez e carga última (Pu) estão apresentadas na
Figura 10. Há uma tendência de aumento da rigidez com o aumento do diâmetro. Os valores de
rigidez das estacas de ponta aberta e fechada na primeira prova de carga foram relativamente
próximos. Na segunda prova de carga foi observada maior distinção entre os comportamentos
das estacas de ponta aberta e fechada, de forma que quanto maior o diâmetro maior a diferença
entre as rigidezes. Fellenius (2015) observa que a maior rigidez das estacas de ponta aberta
deve-se à rigidez do tampão (núcleo de solo) quando comparadas às estacas sem preenchimento.

Figura 10 – Relações do diâmetro das estacas com a: (a) rigidez e (b) carga última

30 140
F PC1 F PC1
25 F PC2 120
Rigidez (kN/mm)

F PC2
20 A PC1 100 A PC1

Pu (kN)
A PC2 80 A PC2
15
60
10 40
5 20
0 0
100 150 200 250 100 150 200 250
Diâmetro da estaca (mm) Diâmetro da estaca (mm)
(a) (b)

As linhas que representam as cargas últimas das provas de carga variando com os diâmetros
aparecem quase sobrepostas para PC1 e PC2 das estacas de ponta fechada. Há uma diferença
significativa entre os valores de Pu para PC1 e PC2 nas estacas de ponta aberta.

Os percentuais de carga na ponta obtidos pelas instrumentações na PC1 e PC2 das estacas de
ponta fechada estão apresentados na Figura 11. Os valores de carga na ponta foram obtidos por
extensômetros elétricos instalados a 100 milímetros acima da ponta propriamente dita. Tanto
na PC1 quanto na PC2, há a mobilização total da resistência por atrito lateral no trecho acima
da instrumentação para cargas entre 20% e 30% da carga última (eixo horizontal da figura).
Para PC1 os percentuais de ponta foram de 83%, 87% e 92% e para PC2 de 75%, 83% e 90%
para as estacas F4, F6 e F8, respectivamente.

Figura 11 – Parcela de carga na ponta durante a prova de carga (a) PC1; (b) PC2

100% 100%
Percentual de carga na ponta
Percentual de carga na ponta

80% 80%

60% 60%
F4 PC2
F4 PC1
40% 40% F6 PC2
F6 PC1
F8 PC1 F8 PC2
20% 20%

0% 0%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 0% 20% 40% 60% 80% 100%
Percentual da carga última Percentual da carga última
(a) (b)

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Os resultados das provas de carga à tração estão apresentados na Figura 12. Notam-se baixos
valores de recalque antecedendo a ruptura. A recuperação dos recalques nos descarregamentos
não são elásticos e apontam o baixo nível de atrito remanescente após a ruptura. Os retornos
são maiores nas estacas de ponta aberta que por estarem preenchidas parcialmente por solo têm
peso superior. Os pesos próprios totais foram de 0,59 kN, 0,95 kN e 1,43 kN para as estacas F4,
F6 e F8, e de 0,71 kN, 1,25 kN e 2,09 kN para as estacas A4, A6 e A8 (conjunto estaca mais
tampão de solo), respectivamente.

Figura 12- Curvas carga recalque na tração (a) 4 polegadas; (b) 6 polegadas e (c) 8 polegadas

Carga (kN) Carga (kN) Carga (kN)


0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 5 6
0 0 0

2 2 2

4 4 4

6 6 6
ρ (mm)

ρ (mm)

ρ (mm)
8 8 8

10 10 10

12 12 12

14 14 14

16 16 16
F4 A4 F6 A6 F8 A8

(a) (b) (c)

Os valores das cargas últimas das provas de carga a tração (PuT) descontadas do peso próprio
das estacas (Pp), estão apresentados na Figura 13. Os valores da diferença entre PuT e Pp,
representam a parcela de carga puramente resistida pelo atrito na prova de carga à tração.
Observa-se que estes valores foram baixos para todas as estacas e há similaridade do atrito para
os dois tipos de estaca. A diferença numérica entre as parcelas de atrito das estacas de ponta
aberta e das de ponta fechada foram de 0,18 kN, 0,65 kN e 1,33 kN, que representam diferenças
percentuais de aproximadamente 9%, 21% e 22% para as estacas de 4, 6 e 8 polegadas,
respectivamente.

Figura 13 – Valores de carga última de tração descontada do peso total da estaca

5
F
4 A
PuT - Pp (kN)

0
100 150 200 250
Diâmetro da estaca (mm)

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3. Conclusões

Foi realizado um estudo em estacas metálicas tubulares de ponta aberta e fechada com três
diâmetros diferentes instaladas por macaqueamento em solo tropical. Foram monitoradas as
forças demandadas à cravação e realizados ensaios de provas de carga estática à compressão e
à tração.

Pelo fato de estarem instaladas nas mesmas profundidades e no mesmo campo experimental,
os níveis de deformação do solo sob a ponta são similares. Logo, confrontando-se os valores de
capacidade de carga obtidos para as estacas de ponta aberta e fechada, conclui-se que as formas
de deslizamento e densificação do solo na ponta são fatores preponderantes no desempenho de
tais estacas.

As principais observações deste estudo podem ser resumidas nos seguintes tópicos:

 O comprimento do tampão de solo das estacas de ponta aberta tende a ser maior quanto
maior o diâmetro interno da estaca;

 As estacas de ponta aberta analisadas demandaram maiores níveis de carga para cravação
que as estacas de ponta fechada em profundidades superiores a 2,55 metros;

 Quanto maior foi o diâmetro menor foi a profundidade em que as forças demandadas à
cravação das estacas de ponta aberta superaram as de ponta fechada;

 O trabalho, que corresponde ao produto da força demandada à cravação com o respectivo


deslocamento, normalizado pela área da seção transversal da estaca, foi similar para todos
os diâmetros analisados. O trabalho normalizado médio das estacas de ponta aberta foi
superior às de ponta fechada para comprimentos cravados superiores a 2,0 metros;

 As forças demandas à cravação foram similares às cargas obtidas nas provas de carga, logo
a medição das forças demandadas à cravação é uma forma eficiente de controle e previsão
da capacidade de carga ao longo da profundidade;

 A partir dos dados das provas de carga à tração pode-se inferir que os níveis de atrito tanto
nas estacas de ponta aberta quanto nas estacas de ponta fechada são similares.

 As formas de deslocamento e densificação do solo na ponta influenciaram na capacidade


de carga das estacas analisadas, haja visto que a parcela de ponta foi preponderante no
comportamento destas;

 Entre as cotas de assentamento de 0,45m e 2,00m uma grande parcela do solo estava
adentrando nas estacas de ponta aberta, o que não as caracterizava como estacas de
deslocamento, diferentemente das estacas de ponta fechada. Isto resultou em uma menor
capacidade de carga das estacas de ponta aberta para todos os diâmetros ensaiados nas

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Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 51

provas de carga realizadas na profundidade de 2,0m. A partir desta profundidade, os dois


tipos de estacas poderiam ser considerados como estacas de deslocamento uma vez que o
comprimento do tampão não mais variava;

 Nas provas de carga com cotas de assentamento a 3,95 metros de profundidade, as estacas
de ponta aberta resultaram em capacidade de carga superior às estacas de ponta fechada,
contrariando a maioria dos trabalhos na área. A formação do tampão e da cunha de solo
abaixo desse, implicou em maior dificuldade de penetração da estaca de ponta aberta no
solo face a maior rugosidade solo-solo quando comparada a uma estaca de ponta fechada
de base lisa.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal


de Nível Superior - Brasil (CAPES) e da Fundação de Apoio à Pesquisa da Universidade
Federal de Goiás (FUNAPE-UFG). Os autores gostariam de externar o agradecimento também
à SETE Engenharia pela execução das estacas de reação e pela viga de reação, à CONTECH
pela realização da sondagem SPT, à CONCRECON pelo fornecimento do concreto das estacas
de reação, ao LABITECC-UFG pelo auxílio na calibração das células de carga, ao LAMAF-
UFG pelo apoio a serviços mecânicos e à GERDAU pelo fornecimento da armação das estacas
de reação.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 52

CAPÍTULO 4
ARTIGO 2

Avaliação da capacidade de carga de estacas tubulares de ponta


aberta prensadas em solo tropical
L. C. Galvani Jr; R. R. Machado; M. M. Sales; R. R. Angelim

Resumo: As estacas tubulares metálicas de ponta aberta têm ganhado relevância no cenário nacional e
internacional visto suas vantagens e particularidades. Nos últimos anos, métodos de previsão foram desenvolvidos
especificamente para este tipo de estaca em areias considerando os processos de formação do tampão de solo, que
é resultante dos processos de cravação, na ponta da estaca. Este trabalho analisa o comportamento de três estacas
metálicas tubulares de ponta aberta e compara as capacidades de carga obtidas nas provas de carga com as
capacidades previstas pelos métodos de previsão. As estacas possuíam comprimentos cravados de 3,50m, com
diâmetros externos de 114,3mm, 165,1mm e 219,1 mm e internos de 105,3mm, 155,1mm e 206,5mm,
respectivamente, e foram instaladas por prensagem (ou macaqueamento) em perfil de solo tropical maduro com
textura areno-argilosa. Durante a instalação as forças demandadas à cravação e os desenvolvimentos dos tampões
foram determinados. Foram realizadas provas de carga estáticas à compressão e à tração na profundidade cravada
de 3,50m. Posteriormente às provas de carga, a estaca foi extraída e, em laboratório, foi realizado um ensaio de
prova de carga no tampão de solo para determinação do atrito interno. A medição do comprimento dos tampões
de solo indicou um maior valor quanto maior o diâmetro. As capacidades últimas foram de 28,0 kN, 78,9 kN e
124,5 kN para as estacas com diâmetros de 114,3mm, 165,1 mm e 219,1mm, respectivamente. As rupturas foram
bruscas e os recalques que antecederam as rupturas nítidas foram na ordem de 2% dos diâmetros das estacas. Os
resultados dos ensaios de prova de carga à compressão nas estacas tubulares de ponta aberta foram comparados às
previsões de capacidade de carga feita por métodos desenvolvidos especificamente para este tipo de estaca e por
métodos empíricos da experiência brasileira de engenharia de fundações para estacas em geral. Quanto aos
métodos de previsão da capacidade de carga, os métodos específicos desenvolvidos para areias foram
majoritariamente conservadores considerando a capacidade de carga total e tiveram melhor desempenho na
capacidade preditiva das razões entre parcelas de ponta e atrito. Os métodos semi-empíricos brasileiros foram
assertivos na capacidade de carga total, mas divergentes na predição das razões entre as parcelas de ponta e atrito.

Palavras-chave: Estacas metálicas. Estacas tubulares. Ponta aberta. Fundações. Prova de carga. Solo tropical.

1. Introdução

Vários trabalhos têm estudado o comportamento de estacas metálicas de ponta aberta. Parte dos
trabalhos realizados analisam estacas instrumentadas em câmaras de calibração introduzidas
em areias com propriedades controladas (Chin; Poulos, 1996; Nicola; Randolph, 1997; Gavin;
Lehane, 2003; Fattah; Al-Soudani; 2016). Outros trabalhos analisam estacas de maiores escalas
cravadas em solos não coesivos (Paik et al., 2003; Gudavalli; Safaqah; Seo, 2013; Ko; Jeong,
2015; Feng; Lu; Shi, 2016; Ganju et al., 2020) e outros em solos típicos de regiões temperadas
(Xu; Liu; Lehane, 2006; Doherty; Gavin; Gallagher, 2010; Tan; Lin, 2013; Han et al., 2017).

As previsões de capacidade de carga em estacas por meio de métodos teóricos ou estatísticos,


baseados em parâmetros do solo obtidos por ensaios laboratoriais ou ensaios de campo, são
amplamente utilizadas na engenharia de fundações atual e se mostram como uma alternativa
viável para concepção de projetos preliminares.

Os avanços de pesquisas acerca de estacas tubulares metálicas de ponta aberta resultaram no


desenvolvimento de métodos de previsão específicos. Estes métodos previsão de capacidade de
L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 53

carga foram desenvolvidas considerando solos não coesivos (API, 2000; Paik; Salgado, 2003;
Fugro 2004; Jardine et al., 2005; Lehane; Schneider; Xu, 2005; Kolk et al., 2005), e o presente
artigo busca avaliar o comportamento deste tipo de estaca quando instaladas em solos tropicais.

Uma particularidade das estacas tubulares metálicas de ponta aberta é que durante a cravação
há a formação de um tampão de solo na extremidade inferior do tubo, de forma que, a medida
em que há incrementos no tamanho do tampão a ponta da estaca tende a ser tornar mais
resistente ao passo que o atrito entre o tampão e a parede interna do tubo aumenta. O
desenvolvimento do tampão durante a cravação pode ser determinado pelos índices IFR
(Incremental Filling Ratio), PLR (Plug Lenght Ratio), e FFR (Final Filling Ratio). O IFR
(Paikowsky; Whitman; Baligh, 1989), dado na equação 1, relaciona o incremento no
comprimento do tampão (ΔLtampão) com o incremento no comprimento cravado(Δz), o PLR
(Paikowsky; Whitman; Baligh, 1989), dado na equação 2, relaciona o comprimento final do
tampão (Ltampão) com o comprimento cravado da estaca (z) e o FFR (Lehane et al., 2005)
corresponde ao IFR médio nos três últimos diâmetros de cravação. As estacas de ponta aberta
podem ser consideradas como não tamponadas quando o incremento no comprimento do
tampão é igual ao incremento do comprimento cravado (IFR=1), como parcialmente
tamponadas quando o incremento no comprimento do tampão é inferior ao avanço da cravação
(0 ≤ IFR ≤ 1) e como totalmente tamponadas quando não há incremento no tamanho do tampão
de solo com o avanço da cravação (IFR=0). Ressalta-se que em solos compactos não coesivos
o IFR pode assumir valores maiores que 1 devido à dilatância que promove o amolgamento do
solo no interior da estaca. O PLR diz respeito à parcela da estaca que está preenchida pelo
tampão de solo no momento da determinação.
∆Ltampão
IFR =
∆z (1)

Ltampão
PLR =
z (2)

Este trabalho analisa o comportamento, frente a carregamentos estáticos, de três estacas


tubulares de ponta aberta de diferentes diâmetros executadas em solo tropical por meio de
prensagem (ou macaqueamento) com avaliação dos tampões de solo formados na ponta durante
a instalação. São realizadas, ainda, comparações das capacidades de carga medidas por meio de
provas de carga estática com as capacidades de carga previstas por meio de métodos de previsão
teóricos e estatísticos com o intuito de verificar a aplicabilidade de tais métodos a estacas
tubulares metálicas de ponta aberta instaladas em solo tropical.

2. Métodos de previsão da capacidade de carga

Os métodos de previsão da capacidade de carga desenvolvidos para estacas tubulares de ponta


aberta são fundamentados pela formulação geral apresentada na equação 3, e se diferem quanto
à forma de obtenção do atrito lateral unitário (τlat) e da resistência de ponta (Qb). Para estacas
totalmente tamponadas Qb é obtido de acordo com a equação 4 e para estacas parcialmente ou
não tamponadas é obtido de acordo com a equação 5. A resistência de ponta das estacas
parcialmente ou não tamponadas corresponde à soma da parcela de resistência anular, dada na
equação 6, e da parcela de resistência do tampão, dada na equação 7. A parcela de resistência
anular está relacionada à espessura da parede do tubo enquanto a resistência do tampão está

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 54

relacionada ao atrito entre a face interna do tubo e o solo do tampão (Paikowsky; Whitman,
1990; Ko; Jeong, 2015; Guo; Yu, 2016).

Qtotal = Qb + (τlat ∗ z ∗ U) (3)

Qb = Ab ∗ qb
,para estacas totalmente tamponadas (4)

Qb = Qan + Qsi , para estacas parcialmente ou não tamponadas (5)

Qan = Aan ∗ qan


(6)

Qsi = Ui ∗ Ltampão ∗ τsi


(7)

Onde: Qtotal é a capacidade de carga total; Qb é a resistência de ponta; τlat é a tensão unitária de atrito; z é a
profundidade cravada da estaca; U é o perímetro externo da estaca; A b é a área da ponta da estaca; qb é a tensão
unitária da ponta ; Qan é a parcela de resistência anular; Qsi é a parcela de resistência atritiva entre o tampão de
solo e a face interna do tubo;Aan é diferença entre a área da seção transversal externa e interna da estaca; q an é a
resitência anular unitária; Ui é o perímetro interno da estaca; Ltampão é o comprimento do tampão de solo e τsi é a
tensão unitária de atrito entre o tampão de solo e a face interna do tubo.

Este trabalho faz previsão por métodos desenvolvidos especificamente para estacas tubulares,
chamados de métodos específicos, e por métodos estatísticos desenvolvidos com base na
experiência brasileira de engenharia de fundações, chamados de métodos nacionais. Ressalta-
se que os métodos específicos foram desenvolvidos para areias e o intuito deste trabalho é
verificar a aplicabilidade de tais métodos em solo que, embora seja predominantemente
arenoso, possui gênese diferente. Foram escolhidos os seguintes métodos específicos para as
comparações deste trabalho:

 ICP - Imperial College Pile (Jardine et al., 2005);

 API - American Petroleum Institute (API, 2000);

 Fugro (Kolk et al. 2005; Fugro 2004);

 P&S – Método Paik e Salgado (Paik; Salgado, 2003);

 UWA – University of Western Australia (Lehane et al. 2005a; Lehane et al. 2005b);

 HKU – Hong Kong University (Yu; Yang, 2012a; Yu; Yang, 2012b);

 NGI – Norwegian Geotechnical Institute (Clausen et al. 2005; Aas et al. 2004);

 FinnRA – Finnish National Road Administration (FinnRA, 2000).

Embora os métodos nacionais não tenham sido desenvolvidos para estacas tubulares metálicas
de ponta aberta, o presente trabalho tem o intuito de verificar a aplicabilidade de tais métodos
a este tipo específico de estaca. Os métodos nacionais escolhidos e utilizados nas comparações
deste trabalho foram:

 A&Vc – Método Aoki e Velloso baseado no ensaio CPT (Aoki; Velloso, 1975);

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 55

 A&Vs – Método Aoki e Velloso baseado no ensaio SPT (Aoki; Velloso, 1975);

 T – Método Teixeira (Teixeira, 1996);

 D-Q – Método Décourt-Quaresma (Décourt; Quaresma, 1978 modificado em 1996);

 A – Método Alonso (Alonso, 2008).

A Tabela 1 apresenta de forma resumida os principais dados de entrada necessários à previsão


da capacidade de carga em cada método.

Tabela 1 – Principais dados de entrada dos métodos de previsão da capacidade de carga

Dado Método de previsão


de
entrada ICP API Fugro P&S UWA HKU NGI FinnRA A&Vc A&Vs T D-Q A
qc X - X - X X X - X - - - -

γnat X X X X - - X X - - - - -

φ - - - - - - - X - - - - -

δ X X - X X X - - - - - - -

G X - - - X X - - - - - - -

IFR - - - X X - - - - - - - -

PLR - - - X - X - - - - - - -

FFR - - - - X - - - - - - - -

Nspt - - - - - - - - - X X X X

Nota: qd é a resistência de cone do ensaio CPT; γnat é o peso específico natural do solo; φ é o ângulo de atrito do
solo; δ é o ângulo de atrito na interface solo-estaca; G é o módulo cisalhante; IFR é o Incremental Filling Ratio
dado na equação 1; PLR é o Plug Lenght Ratio dado na equação 2; FFR é o Final Filling Ratio que corresponde
a média do IFR nos últimos três diâmetros cravados e Nspt é o número de golpes obtidos no ensaio SPT.
3. Resultados

As forças demandadas à cravação (FC) para as estacas tubulares de ponta aberta com diâmetros
de 114,3 mm, 165,1 mm e 219,1 mm denominadas respectivamente de A4, A6 e A8 estão
apresentadas na Figura 1. Nota-se, para todos os diâmetros analisados, aumento da força
demandada para cravação com o aumento da profundidade cravada (z), sendo que as diferenças
entre as forças demandadas para cravação são inferiores no início e maiores no final da
prensagem.

O trabalho de cravação normalizado corresponde à razão entre o produto da força demandada


à cravação média (FCm) com o deslocamento correspondente (d) e a área da seção transversal
externa das estacas (Ab). Foi utilizado um deslocamento padrão de 100 milímetros (d100) para
o cálculo do trabalho de cravação normalizado (W100N), dado na equação 8. Os valores do
trabalho de cravação normalizado das estacas A4, A6 e A8 estão apresentados na Figura 2. O
trabalho normalizado tem tendência crescente com o aumento da profundidade e as curvas
apresentam comportamentos similares.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 56

FCm . d100
W100N =
Ab (8)

Figura 1 – Curvas de cravação Figura 2 – Curvas de trabalho normalizado

FC (kN) Trabalho normalizado (kJ/m²)


0 30 60 90 120 0 1000 2000 3000 4000
0,0 0,0
A4
0,5 A4 0,5 A6
A6
A8 A8
1,0 1,0

1,5 1,5
z (m)

z (m)
2,0 2,0

2,5 2,5

3,0 3,0

3,5 3,5

Durante a cravação o desenvolvimento do tamponamento foi determinado e está apresentado


na Figura 3. Quanto ao tamanho do tampão (Ltampão), com o aumento da profundidade cravada
há um distanciamento cada vez maior da reta hipotética que representa o estado não tamponado.
Os comprimentos finais dos tampões foram de 0,902 m, 1,016 m e 1,267 m para as estacas A4,
A6 e A8, respectivamente, de forma que os comprimentos dos tampões foram maiores quanto
maiores os diâmetros das estacas. A tendência diretamente proporcional entre o tamanho do
tampão e o diâmetro da estaca pode estar associada ao fato de a razão entre a área da seção
transversal interna do tubo e o perímetro interno do tubo ser maior para maiores diâmetros.

O IFR (equação 1) apresentou valores iniciais próximos a 1, que corresponde ao estado não
tamponado no qual o incremento do comprimento do tampão de solo se iguala ao acréscimo de
profundidade cravada da estaca. Com o aumento da profundidade os valores de IFR
apresentaram tendência de decréscimo, resultando em comportamentos parcialmente
tamponados, nos quais os incrementos do comprimento do tampão são inferiores aos
incrementos de profundidade cravada. As estacas A4, A6 e A8 evoluíram ao estado
completamente tamponado, no qual o incremento no comprimento do tampão de solo com a
cravação é nulo, nas profundidades cravadas de 1,65 m, 1,55 m e 1,95, respectivamente. Nota-
se que, diferentemente das estacas A4 e A6, a estaca com maior diâmetro A8 não possui o
comprimento do tampão completamente estável para profundidades superiores a 1,95 m. A
estaca A8 mostrou-se como parcialmente tamponada em três estágios de cravação, nas
profundidades de 2,45 m a 2,65 m, de 2,75 a 2,85 m e de 3,35 m a 3,50 m. Tais fatos estão
relacionadas à tendência de que quanto maior o diâmetro menos provável é o completo
tamponamento da estaca (Lehane; Gavin, 2001).

O PLR tem redução de valor com o aumento da profundidade, de forma que quanto menor o
diâmetro menor o valor de PLR em cada estágio. O FFR, que corresponde à média dos valores
de IFR nos últimos três diâmetros de penetração, apresenta variações menos abruptas e

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 57

dependentes do diâmetro da estaca. Por este índice é possível observar que a estaca A8 não
apresenta completo tamponamento ao longo de toda profundidade.

Figura 3 – Desenvolvimento do tamponamento com a profundidade: (a) Ltampão; (b) IFR; (c) PLR e (d) FFR

L tampão (m) IFR PLR FFR


0,0 0,5 1,0 1,5 0 0,5 1 0 0,5 1 0 0,5 1
0,0 Não tamponado 0,0 0,0 0,0

0,5 0,5 0,5 0,5

1,0 1,0 1,0 1,0

1,5 1,5 1,5 1,5


z (m)

2,0 2,0 2,0 2,0

2,5 2,5 2,5 2,5


A4 A4 A4 A4
3,0 A6 3,0 A6 3,0 A6 3,0 A6
A8 A8 A8 A8
3,5 3,5 3,5 3,5
(a) (b) (c) (d)

As curvas carga recalque são apresentadas na Figura 4. A Figura 4 (a) foi obtida a partir dos
resultados de provas de carga a compressão realizados nas profundidades cravadas de 3,5 m.
Ressalta-se que entre as cravações e as provas de carga foram dados intervalos mínimos de 36
horas. Nota-se aumento tanto da capacidade de carga quanto da rigidez com aumento do
diâmetro externo das estacas. A ruptura foi nítida para todas as estacas de forma que os
recalques que antecederam reduções consideráveis nas rigidezes, nas cargas de 23,9 kN, 60,9
kN e 107,5 kN para as estacas A4, A6 e A8, respectivamente, foram aproximadamente 2% do
diâmetro externo das estacas. Até cerca de 80% da carga última a relação carga recalque foi
linear e as rupturas foram bruscas. Os valores de carga última foram de 28,0 kN, 78,9 kN e
124,5 kN enquanto os valores de rigidez considerando a linha de tendência do trecho linear até
80% da carga última foram de 9,4 kN/mm, 16,3 kN/mm e 25,6 kN/mm, para as estacas A4, A6
e A8, respectivamente. Ressalta-se ainda que durante a execução das provas de carga estática
em campo não foram constatadas variações nos comprimentos dos tampões.

A Figura 4 (b) foi obtida por meio de ensaios de prova de carga à tração realizados nas estacas.
Os deslocamentos provocados pelas aplicações de carga foram praticamente nulos até a carga
última e as estacas apresentaram rupturas bruscas. Os pesos próprios (peso do tubo mais peso
do solo do tampão) das estacas A4, A6 e A8 foram de 0,71 kN, 1,25 kN e 2,09 kN,
respectivamente. Descontando-se os pesos das estacas das cargas últimas obtidas nas provas de
carga, obtém-se forças últimas de 1,34 kN, 1,77 kN e 3,83 kN suportadas puramente pelo atrito
nas estacas A4, A6 e A8, respectivamente. Estes valores evidenciam parcelas de atrito baixas
para todas estacas analisadas. O baixo atrito é ainda evidenciado durante o estágio de
descarregamento, no qual há retorno significativo ocasionado pelo peso próprio da estaca
preenchida com solo. As relações percentuais entre as cargas últimas obtidas nas provas de
carga à tração e à compressão foram de 7,5%, 3,8% e 4,7% para as estacas A4, A6 e A8,
respectivamente.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 58

A Figura 4 (c) foi obtida por meio dos ensaios de prova de carga realizados em laboratório no
tampão de solo após extração das estacas. O tamanho do tampão de solo foi determinado tanto
no início quanto no final do ensaio com precisão milimétrica. Foi observado que não houve
variações no comprimento dos tampões de forma que todo deslocamento imposto na ponta foi
transmitido ao topo do tampão, não constatando então densificação do tampão. Ressalta-se
ainda possível efeito de cicatrização do solo devido ao intervalo de 78, 37 e 59 dias para as
estacas A4, A6 e A8, respectivamente, entre o fim da cravação e a realização do ensaio no
tampão. Nos primeiros estágios de carregamento os deslocamentos são maiores devido à
acomodação no contato entre o aparato metálico e o solo. As cargas últimas aplicadas foram de
18,7 kN, 96,0 kN e 170,0 kN que correspondem a tensões de 2,15 MPa, 5,08 MPa e 5,08 MPa
para as estacas A4, A6 e A8, respectivamente. Ressalta-se que as forças não conservativas
(forças reativas de atrito) suportadas pelos tampões das estacas A6 e A8 nos ensaios de intrusão
do tampão em laboratório foram superiores às cargas últimas das estacas nos ensaios de prova
de carga em campo.

Figura 4 – Curvas carga recalque: (a) compressão; (b) tração e (c) tampão

Carga (kN) Carga (kN) Carga (kN)


0 25 50 75 100 125 0 2 4 6 0 50 100 150 200
0 0 0
A4 A4
2 A6 2
A8 A6
2
A8
4 4

6 6 4
ρ (mm)
ρ (mm)
ρ (mm)

8 8
6
10 10
8
12 12 A4
A6
14 14 A8 10

16 16
(a) (b) (c)

A Figura 5 apresenta as relações entre os ensaios de campo realizado no campo experimental.


O valor de k1, dado na equação 9, relaciona o ensaio Panda2 com o SPT e o valor de k2, dado
na equação 10, relaciona módulo cisalhante obtido no ensaio PMT com o SPT. Nota-se que k1
e k2 apresentaram valores similares na faixa de 4 a 6 na camada de 1 a 4 metros. Valores
similares de k1 e k2 indicam valores de qd e G próximos. Nas demais camadas são observados
picos de resistência do ensaio Panda2 o que ocasiona maior dispersão nos valores de k1 e k2.
qd
pa
k1 =
Nspt (9)

G
pa
k2 =
Nspt (10)

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 59

Figura 5 – Relação entre os ensaios de campo

k
2 4 6 8 10
0

Profundidade (m)
2
k1
3
k2

A Figura 6 apresenta a razão entre a carga prevista a partir dos métodos de previsão da
capacidade de carga (nacionais e específicos) e a carga medida por meio das provas de carga
estática, de forma que quanto menor a relação maior é o conservadorismo do método. Foi
utilizada a relação de 1:1 entre qd obtido no ensaio Panda2 e qc do ensaio CPT (Langton, 1999;
Chaigneau, 2001) que é um dado de entrada para os métodos ICP, Fugro, UWA, HKU, NGI e
A&Vc. Para cálculo da capacidade de carga pelos métodos específicos, o perfil de solo do
campo experimental foi considerado como uma areia fofa, com base nos valores de Nspt e de qd.
obtidos (Schnaid, 2000). A faixa de mais ou menos 20% (intervalo de 0,8 a 1,2) foi considerada
como uma aproximação aceitável neste trabalho. Para os dados de ensaios obtidos metro a
metro (Nspt, φ, G e γnat), nas profundidades intermediárias, entre os dados dos ensaios, foram
adotados valores proporcionais.

Figura 6 – Razão entre a carga prevista e a carga medida pelos métodos: (a) específicos e (b) nacionais

1,4 2,0
A4 A4
A6 1,8 A6
1,2
A8 A8
1,6
1,0
Previsto / Medido

1,4
Previsto / Medido

0,8 1,2
1,0
0,6
0,8
0,4 0,6

0,2 0,4
0,2
0,0
0,0
A A&Vs T A&Vc D-Q

(a) (b)

Nota-se uma diferença significativa entre os resultados da estaca A4 e os demais. Apesar da


razão entre o comprimento cravado e o diâmetro externo (z/Dex) para estaca A4 ter valor de
L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 60

30,6, que é uma relação factível aos métodos de previsão da capacidade de carga, as dimensões
desta estaca não se encontram em concordância com as dimensões das estacas que constituem
os bancos de dados utilizados para calibração de tais métodos de previsão.

Considerando somente as previsões das capacidades de carga total, os métodos específicos


tenderam ser mais conservadores que os métodos nacionais, no entanto os métodos nacionais
foram mais assertivos para as estacas A6 e A8. Ainda considerando as estacas A6 e A8, o
método específico Fugro e o método nacional A&Vs merecem destaque pela assertividade.

A Figura 7 apresenta, de forma discriminada, as previsões de ponta e atrito pelos métodos


específicos e nacionais para a estaca A8. Esta estaca teve a capacidade de carga comandada
majoritariamente pela parcela de ponta, logo, os métodos específicos merecem destaque pela
capacidade preditiva de uma maior parcela de ponta. Os métodos P&S e Fugro forneceram
previsões da parcela de ponta como aproximadamente 80% da capacidade de carga total. Já os
métodos nacionais, apesar de apresentarem previsões totais mais assertivas, apresentaram
previsões das parcelas de ponta e atrito mais divergentes.

Figura 7 – Previsão para estaca A8 pelos métodos: (a)específicos e (b) nacionais

140 Ponta 140 Ponta


Atrito Atrito
120 120
Total Total
100 100
Carga (kN)
Carga (kN)

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0

(a) (b)

4. Conclusões

O presente trabalho analisou o comportamento de três estacas tubulares de ponta aberta com
diferentes diâmetros instaladas por meio de prensagem em solo tropical maduro com textura
areno-argilosa com o intuito de analisar o efeito de embuchamento. O presente trabalho, ainda,
avalia a eficácia no uso de previsões da capacidade de carga por métodos desenvolvidos para
estacas deste tipo e calibrados para solos predominantemente arenosos, e por métodos semi-
empíricos utilizados na prática brasileira de projetos de fundações não calibrados para este tipo
específico de estaca.

As principais observações deste estudo podem ser resumidas nos seguintes tópicos:

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 61

 Os tampões de solo se formaram gradualmente nas três estacas analisadas até a


profundidade cravada de 2 metros, de forma que quanto menor o diâmetro da estaca menor
a profundidade cravada para as estacas atingirem o estado totalmente tamponado;

 O tampão tende a ser maior quanto maior o diâmetro da estaca;

 Os trabalhos realizados (produto da força com respectivo deslocamento) normalizados pela


área da seção transversal das estacas foram similares, ao longo da profundidade cravada,
para os três diâmetros analisados;

 As curvas carga recalque tiveram comportamento linear até 80% da carga última, as
rupturas se deram de forma brusca e os recalques nos estágios que antecederam a ruptura
foram na ordem de 2% do diâmetro externo das estacas;

 A capacidade de carga foi comandada majoritariamente pela parcela de ponta, haja visto o
baixo atrito observado na prova de carga à tração;

 A prova de carga realizada no tampão de solo forneceu, para as estacas de diâmetro 165,1
mm e 219,1 mm, valores superiores à capacidade medida no ensaio de prova de carga à
compressão;

 Os métodos específicos desenvolvidos para areias foram majoritariamente conservadores


considerando a capacidade de carga total;

 Os métodos semi-empíricos brasileiros foram assertivos na capacidade de carga total, mas


divergentes na distribuição das parcelas de ponta e atrito;

 Os métodos específicos apresentaram capacidade preditiva satisfatória visto a


proporcionalidade das parcelas de ponta previstas e medidas.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal


de Nível Superior - Brasil (CAPES) e da Fundação de Apoio à Pesquisa da Universidade
Federal de Goiás (FUNAPE-UFG). À SETE Engenharia pela execução das estacas de reação e
pela viga de reação, à Concrecon Concreto pelo fornecimento do concreto das estacas de reação,
ao LABITECC-UFG pela calibração das células de carga, ao LAMAF-UFG pelos serviços
mecânicos prestados e à GERDAU pelo fornecimento da armação para estacas de reação.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 62

CAPÍTULO 5
ARTIGO 3

Efeito da não-saturação do solo no comportamento de estacas


metálicas tubulares prensadas em solo tropical
L. C. Galvani Jr, R. R. Machado; M. M. Sales; R. R. Angelim

Resumo: A variação sazonal da sucção do solo pode provocar alteração no desempenho de estacas assentadas nas
camadas de solo acima do nível freático. Mesmo para estacas mais longas, apoiadas em camadas abaixo do nível
freático, a variação do atrito nas camadas superiores pode alterar significativamente o comportamento carga
recalque dessas estacas e este fato tem sido considerado poucas vezes nos projetos geotécnicos. Este trabalho
estuda o comportamento de seis estacas tubulares metálicas, com diferentes diâmetros, com ponta fechada e aberta,
executadas tanto em estação seca quanto em estação chuvosa, em um solo tropical maduro com textura areno-
argilosa. As estacas foram instaladas por macaqueamento, com medição das forças demandadas à cravação, até a
profundidade de 3,95m abaixo do nível do terreno. Para a caracterização do comportamento do perfil de solo em
diferentes condições climáticas foram realizados ensaios de SPT e de PANDA2 concomitantemente à
determinações dos perfis de umidade e sucção do solo. As provas de carga estáticas à compressão foram executadas
quando as estacas possuíam comprimento intermediário (1,55m e 1,80m) e em profundidades cravadas finais de
3,50m (cota de 3,95m abaixo do nível do terreno). As forças demandadas à cravação das estacas durante a estação
seca foram superiores às da estação chuvosa, com maiores diferenças nas camadas superficiais. Os trabalhos
acumulados finais de cravação das estacas executadas na estação seca foram, em média, o dobro das executadas
na estação chuvosa. As capacidades de carga das estacas da estação seca foram superiores às da estação chuvosa
em 150% na profundidade intermediária e em 43% na profundidade cravada de 3,50 metros, embora as rigidezes
inicias tenham apresentado valores similares em ambas as estações.

Palavras-chave: Estacas tubulares. Ponta aberta. Ponta fechada. Solo não-saturado. Fundações. Solos tropicais.

1. Introdução

Em regiões de solos tropicais, entre o nível do terreno e o nível do lençol freático, encontra-se
a zona ativa (Kung, 1990; Fredlund; Rahardjo, 1993; Guimarães, 2002; Mascarenha, 2003).
Nesta zona, ocorrem variações sazonais nos níveis de umidade e sucção do solo em decorrência
das interações solo-atmosfera e dos regimes de precipitações, que na região centro-oeste
brasileira são bem definidos em: estação seca e estação chuvosa.

Autores como Poulos (1989); Costa; Cintra; Zonberg (2003); Georgiadis; Potts; Zdravkovik
(2003); Cintra (2004); Vanapalli; Taylan (2012); Liu; Vanapalli (2019) chamaram a atenção
para a variação no comportamento carga-recalque de estacas face às inconstâncias sazonais dos
parâmetros de resistência e deformabilidade (Fredlund, 1979; Fredlund et al., 1996).

Visando melhor compreensão, alguns trabalhos realizaram provas de carga na condição natural
e na condição inundada em estacas com comprimentos inferiores a 10 metros para avaliação
dos efeitos do aumento do grau de saturação do solo no desempenho de tais estacas. Foram
obtidas reduções da capacidade de carga na faixa de 20% a 60% com os solos inundados
(Teixeira, 1993; Campelo, 1994 Ferreira, 1998, Sales, 2000; Scallet, 2011). No trabalho de
Sales (2000), em estacas escavadas, embora a rigidez inicial tenha se mantido aproximadamente
constante, o efeito da inundação ocasionou redução de 52% na capacidade de carga.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 63

Este trabalho estuda o comportamento de seis provas de carga com estacas tubulares metálicas
de ponta aberta e fechada ensaiadas em diferentes épocas do ano.

2. Regime de chuvas

Os ensaios foram realizados entre dezembro de 2018 e setembro de 2019, sendo parte
executados na estação chuvosa e parte na estação seca. O regime de chuvas no período de
execução das estacas e dos ensaios de SPT e PANDA2 estão apresentados na Figura 1. Os dados
pluviométricos foram coletados de uma estação meteorológica administrada pelo Instituto
Nacional de Meteorologia (INMET) localizada a 2,4 km do local dos ensaios.

Figura 1 – Regime de chuvas

250
Precipitação acumulada nos 15 dias

200
anteriores (mm)

150

100

50

SPTw PANDA2w F4w A4w A6w


SPTd PANDA2d F4d A4d A6d

3. Resultados

As forças demandadas à cravação (FC) estão apresentadas na Figura 2. Observa-se que a força
demandada na estação chuvosa é menor em todos os casos, fato que está em consonância com
os resultados de SPT e de PANDA2. A razão entre as forças de cravação no período chuvoso e
seco (FCw/FCd) é apresentada na Figura 3. Para valores abaixo da referência unitária tem-se que
a cravação demanda forças menores no período chuvoso. Para todas estacas analisadas, a força
de cravação no período chuvoso foi aproximadamente metade do valor do período seco até a
profundidade de 2,5 m. Abaixo desta profundidade esta relação se aproximava do valor unitário.
Para a estaca F4 a força FC do período seco foi superada pela força FC do período chuvoso na
profundidade de 3,10 m.

Os trabalhos acumulados normalizados pelas áreas das seções transversais das estacas (WacN),
conforme equação 1, são apresentados na Figura 4. As estacas de ponta aberta apresentaram as
curvas em formato côncavo independente do regime de chuvas e, ainda, o trabalho acumulado
normalizado é similar para todas estacas da estação chuvosa. Em todos os casos, para estacas
com mesmas geometria instaladas em diferentes estações, são observadas diferenças
significativas nos valores de WacN. Percentualmente, WacN na estação seca foi superior à estação
chuvosa em 89%, 69% e 136%, respectivamente, para as estacas F4, A4 e A6.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 64

Figura 2 – Curvas de cravação: (a) F4; (b) A4 e (c) A6

FC (kN) FC (kN) FC (kN)


0 10 20 30 0 10 20 30 0 20 40 60 80
0,0 0,0 0,0
0,5 0,5 0,5
1,0 1,0 1,0
1,5 1,5 A4w 1,5 A6w
z (m)

z (m)

z (m)
F4w A4d A6d
2,0 F4d 2,0 2,0
2,5 2,5 2,5
3,0 3,0 3,0
3,5 3,5 3,5
(a) (b) (c)
0
𝐹𝐶. 𝑑
𝑊𝑎𝑐𝑁 =
𝐴
𝑧 (1)

Onde: “FC” é a força demandada à cravação; “d” é o deslocamento correspondente à FC; “A” é a área da secção
transversal externa da estaca e “z” é a profundidade cravada.

Figura 3 – Relação entre as forças de cravação no Figura 4 – Trabalho de cravação normalizado


período chuvoso e seco acumulado

FCw/FCd WacN (kJ/m²)


0 0,5 1 1,5 0 2000 4000 6000
0,0 0,0
F4w
0,5 F4 0,5
F4d
A4
1,0 A6 1,0 A4w
A6w
1,5 1,5 A4d
z (m)
z (m)

A6d
2,0 2,0

2,5 2,5

3,0 3,0

3,5 3,5

As curvas carga recalque são apresentadas na Figura 5. As cargas últimas das estacas instaladas
em período seco foram superiores às instaladas no período chuvoso em 186%, 104% e 159%
na PC1 e em 9%, 48% e 72% na PC2 para as estacas F4, A4 e A6, respectivamente. A diferença
entre as capacidades de carga nas diferentes estações climáticas foi maior para menor
profundidade (PC1). Para PC2 das estacas F4 e A4 as rigidezes do período chuvoso e do período
seco foram semelhantes, enquanto que na estaca A6 a rigidez, de forma inesperada, foi maior
para o período chuvoso.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 65

Figura 5 – Curvas carga recalque: (a) F4; (b) A4 e (c) A6

(a) (b) (c)

O tamanho do tampão (Ltampão) formado na ponta das estacas metálicas tubulares de ponta aberta
é apresentado na Figura 13. Nota-se que o comprimento do tampão foi menor na estação
chuvosa, haja vista a menor resistência do solo apontada pelos valores de qd. Nota-se, ainda,
que quanto maior o diâmetro maior Ltampão. Admitindo-se τint como a tensão cisalhante no
contato interno da estaca com o solo, o equilíbrio entre a força que empurra o tampão para
dentro da estaca e a força de atrito mobilizado na direção inversa, resultaria na equação 2.
Assim, para um mesmo solo, quanto maior o diâmetro espera-se um maior comprimento de
tampão e tal fato foi observado nos ensaios apresentados na Figura 6.

Figura 6 – Desenvolvimento do tamponamento com a profundidade

Ltampão (m)
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4
0,0
Estado não-
0,5 tamponado
1,0
1,5
z (m)

A4w
2,0 A6w
2,5
A4d
3,0
A6d
3,5
𝑞𝑏 . 𝐷𝑖𝑛𝑡
𝐿𝑡𝑎𝑚𝑝 ã𝑜 =
4. 𝜏𝑖𝑛𝑡
(2)

Onde: Ltampão é o comprimento do tampão; qb é a tensão na ponta da estaca; Dint é o diâmetro interno da estaca
e τint é a tensão cisalhante no contato interno entre a estaca e o tampão de solo.

Com base nas Figuras 5 e 6, observa-se que na prova de carga PC1 a estaca de ponta aberta
ainda estava em processo de desenvolvimento do tampão, caracterizando-a em um estágio
L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 66

intermediário entre uma estaca de substituição e uma de deslocamento. Tal fato implicou em
uma menor resistência para as estacas A4w e A4d quando comparadas com as estacas similares
de ponta fechada. Abaixo desta profundidade, tanto a estaca de ponta aberta quanto a estaca de
ponta fechada passaram a se comportar como estaca de deslocamento e a presença do tampão
implicou em um desempenho melhor para a estaca de ponta aberta quando comparada com a
de ponta fechada nas provas de carga PC2.

4. Conclusões

O presente trabalho analisou o comportamento de quatro estacas metálicas tubulares de ponta


aberta e duas de ponta fechada, instaladas por macaqueamento em um solo tropical, com o
intuito de analisar a diferença de comportamentos frente às variações sazonais da sucção no
perfil de solo.

As principais observações deste trabalho podem ser resumidas nos seguintes tópicos:

 Os valores de qd e Nspt na estação seca e chuvosa apresentaram diferenças consideráveis até


a profundidade de 4 metros;

 Em média, o trabalho acumulado de cravação na estação seca foi aproximadamente o dobro


do trabalho acumulado de cravação na estação chuvosa;

 A influência da sucção na capacidade de carga é maior para as profundidades mais


superficiais;

 A capacidade de carga na estação seca para profundidade de 3,5 metros foi em média 60%
superior à da estação chuvosa;

 A rigidez é pouco influenciada pela variação da sucção para as estacas analisadas;

 Para as profundidades mais superficiais a estaca de ponta aberta ainda não se comportava
como uma estaca de deslocamento, o que resultou em uma menor capacidade de carga
quando comparada à estaca de ponta fechada. Após o completo tamponamento, a estaca de
ponta aberta apresentou maior capacidade de carga do que a estaca de ponta fechada.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal


de Nível Superior - Brasil (CAPES) e da Fundação de Apoio à Pesquisa da Universidade
Federal de Goiás (FUNAPE-UFG). Os autores gostariam de externar o agradecimento também
à SETE Engenharia pela execução das estacas de reação, pela realização de uma sondagem SPT
e pela viga de reação, à CONTECH pela realização de uma sondagem SPT, à CONCRECON
pelo fornecimento do concreto das estacas de reação, ao LABITECC-UFG pelo auxílio na
calibração das células de carga, ao LAMAF-UFG pelo apoio a serviços mecânicos e à
GERDAU pelo fornecimento da armação das estacas de reação.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 67

CAPÍTULO 6
ARTIGO 4

Estacas prensadas e concretadas in situ instaladas em solo tropical


L. C. Galvani Jr, R. R. Machado; M. M. Sales; R. R. Angelim

Resumo: As estacas prensadas e concretadas in situ (PCIS) são classificadas como estacas de grande deslocamento
na fase de execução devido à ocorrência de movimentos laterais significativos do solo durante introdução da
camisa metálica no terreno. Concomitantemente ou posteriormente à extração da camisa, o concreto ocupa o furo
remanescente fazendo com que as estacas PCIS assumam aspectos compartilhados com as estacas de substituição.
Apesar de poucos estudos acerca das estacas prensadas e concretadas in situ, os avanços tecnológicos dos
equipamentos de instalação associados à potenciais executivos, técnicos e ambientais, fazem destas estacas uma
alternativa interessante à engenharia de fundações atual. Neste sentido, este trabalho estuda o comportamento de
três estacas PCIS e de uma estaca escavada por trado manual instaladas em solo tropical maduro com textura
areno-argilosa. Os diâmetros das estacas PCIS foram de 114,3 mm, 165,1 mm e 219,1 mm, da estaca escavada de
260 mm e ambas possuíam 3,50 metros de comprimento. Foram realizados ensaios de provas de carga estáticas à
compressão instrumentados nos níveis de topo e de ponta, possibilitando assim a diferenciação entre as parcelas
de ponta e atrito. Os níveis de atrito foram similares comparando-se as estacas PCIS com a estaca escavada, no
entanto a resistência de ponta foi um fator preponderante para a maior capacidade de carga das estacas PCIS. A
estaca escavada, embora tenha apresentado rigidez inicial similar à estaca prensada e concretada in situ de diâmetro
próximo, apresentou capacidade de carga 20% inferior.

Palavras-chave: Estacas prensadas e concretadas in situ. Estacas escavadas. Provas de carga. Fundações. Solos
tropicais.

1. Introdução

As estacas prensadas e concretadas in situ (PCIS) se configuram como um tipo de fundação


profunda com potencial para atender as demandas executivas, técnicas e ambientais da
engenharia de fundações atual. Apesar de não se tratar de um novo tipo de estaca, na literatura
existem relativamente poucos estudos abordando o desempenho de estacas prensadas e
concretadas in situ. No entanto, os avanços tecnológicos no desenvolvimento de equipamentos
robustos podem viabilizar e difundir a adoção das estacas PCIS nos projetos de fundações
(Flynn, 2014).

Estas estacas assumem aspectos compartilhados entre estacas de grande deslocamento e estacas
de substituição. A Figura 1 apresenta de forma esquemática o processo executivo. Inicialmente
crava-se por prensagem (ou macaqueamento) uma camisa metálica com extremidade inferior
fechada por chapa metálica, de forma que durante o processo de cravação a camisa promove
grande deslocamento no solo adjacente. Em seguida, a camisa metálica é extraída de forma que
concomitantemente ou posteriormente à extração inicia-se o processo de concretagem. O
processo de concretagem concomitantemente à extração da camisa (Figura 1a) se dá quando
em nível abaixo do nível freático ou quando o solo não possui coesão suficiente para manter a
integridade do furo sem encamisamento. Neste processo de concretagem há perda (ou
sacrifício) da chapa metálica que promove o fechamento da extremidade inferior da camisa. A
concretagem posteriormente à extração da camisa se dá de forma similar às estacas escavadas
sem fluido estabilizante com o lançamento do concreto em furo aberto. A ordem de colocação
da armação é dependente do processo de concretagem. Ressalta-se que a retirada da camisa
metálica pode promover alívio das tensões horizontais na parede do furo, o que por sua vez
L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 68

pode influenciar nos níveis de atrito lateral (Randolph, 2003; Chatzigiannelis; Elsayed;
Loukakis, 2009; Ma; Wang, 2012; Flynn; McCabe, 2016).

Figura 1 – Processo executivo das estacas prensadas e concretadas in situ: (a) concretadas concomitantemente à
extração da camisa e (b) concretadas posteriormente à extração da camisa

(a) (b)

Quanto às vantagens técnicas, durante o processo de prensagem da camisa metálica é possível


a determinação das cargas necessárias à cravação. Por se tratar de um processo quase estático
as forças demandadas à cravação da camisa metálica tem relação direta com os perfis de
resistência das camadas de solo penetradas, o que faz da prensagem uma forma de controle de
execução acurada (Tomlinson; Woodward 2008)

Por se tratar de uma estaca de grande deslocamento, estruturas circunvizinhas podem sofrer
esforços horizontais oriundos da movimentação de solo promovida durante a cravação e, ainda,
durante a penetração da camisa metálica em camadas de solo saturadas há geração de
poropressões positivas. O processo de cravação pode ocasionar amolgamento do solo adjacente
à camisa, o que pode ser desfavorável no aspecto capacidade de carga (Poulos; Davis, 1980;
Fleming et al. 2008).

Outros aspectos de relevância a serem observados são as vantagens ambientais propiciadas


pelas estacas prensadas e concretadas in situ quando comparadas a outros tipos de estacas. A
cravação por prensagem se sobressai às demais (por impacto ou por martelos vibratórios) haja
visto os baixos níveis de vibração e ruídos gerados durante o processo executivo. Ainda, o
processo de cravação não promove a extração de solo do furo, não demandando assim bota-
foras de descarte de solo, o que é muito útil em regiões urbanas muito adensadas e em locais de
solos contaminados.

Tendo em vista o potencial executivo, técnico e ambiental das estacas prensadas e concretadas
in situ, este trabalho estuda o comportamento de três estacas prensadas e concretadas in situ
com diferentes diâmetros e de uma estaca escavada manualmente. Foram realizados ensaios
instrumentados de provas de carga estática à compressão. Este trabalho faz, ainda, a
comparação dos resultados obtidos para estas estacas de concreto com os resultados de provas
de carga estáticas de estacas tubulares metálicas de ponta aberta e fechada instaladas no mesmo
campo experimental.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 69

2. Resultados

As curvas carga recalque obtidas por meios dos ensaios de prova de carga estática à compressão
estão apresentadas na Figura 2. É notório o crescente da rigidez com o aumento do diâmetro da
estaca. No que diz respeito aos retornos elásticos, tem-se uma taxa de retorno próxima para
todas as estacas. Comparando a estaca prensada e concretada in situ (C8) com a estaca escavada
(E8) nota-se que ambas possuem rigidezes semelhantes até 135 kN, divergindo entre si na
capacidade de carga.

A relação entre o valor da carga última (Pu) e o diâmetro das estacas (D) (Figura 3) foi
aproximadamente linear para as estacas PCIS, sendo tal relação apresentada na equação 1. Para
as estacas analisadas é possível observar que a capacidade de carga da estaca PCIS (C8) foi
aproximadamente 25% superior à capacidade de carga da estaca escavada (E8), indicando que
a prensagem prévia promove majoração da capacidade de carga.

Pu = 1,1702.D – 15,372 (1)

Figura 2 – Curvas carga recalque Figura 3 – Relação do diâmetro com a carga última

Carga (kN)
0 50 100 150 200 250
0 250
C4 C8
C6
5 C8
E8 200
E8
Pu (kN)

10
ρ (mm)

C6
15
150

20
C4
25 100
100 150 200 250 300
Diâmetro (mm)

As curvas de transferência de carga para as estacas C6, C8 e E8 estão apresentadas na Figura


4. Nestas figuras é possível observar a forma de mobilização tanto da parcela de atrito lateral
quanto de ponta. As retas correspondem aos estágios de carregamento durante o ensaio de prova
de carga estática. O aumento da inclinação das retas corresponde à mobilização de atrito na
estaca enquanto o deslocamento inferior de tais retas corresponde à mobilização da ponta. Nota-
se que para as estacas PCIS, no início dos carregamentos (1° ao 3°) estágio há mobilização
intensa da parcela de atrito, a qual, com o avanço dos estágios de carga, passa a ser
acompanhada pelo aumento da parcela de ponta. Para as estacas C6 e C8 a parcela de ponta
correspondeu a, respectivamente, 38% e 50% da carga final do ensaio, enquanto para estaca E8
a parcela da ponta foi de 15%.

As Figuras 5, 6 e 7 apresentam os recalques lidos no topo pelas respectivas tensões aplicadas


no topo, na ponta e de atrito lateral das estacas, respectivamente. Em termos de tensão no topo,
tem-se que para mesmos valores de recalque a tensão é maior para os menores diâmetros. Já
em termos de tensão na ponta, tem-se que as tensões são similares nas estacas C6 e C8. Observa-
L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 70

se que as tensões geradas na ponta da estaca escavada são relativamente baixas e apresentam
crescimento das tensões com o aumento dos recalques, ao contrário das estacas PCIS que
apresentam início claro de plastificação do solo sob a ponta. Tal fato deve-se ao solo deformado
e não retirado que ocupa a ponta da estaca devido a limitações do processo executivo, mas que
com o aumento do recalque tende a se densificar e a apresentar aumento das tensões resistidas.
Ressalta-se que os valores de tensão na ponta apresentados se referem às leituras obtidas pela
instrumentação que está 100 mm acima da ponta propriamente dita.

Figura 4 - Transferência de carga (a) C6; (b) C8 e (c) E8

(a) (b) (c)

Figura 5 – Recalque pela tensão Figura 6 – Recalque pela tensão na Figura 7 – Recalque pela tensão de
no topo ponta atrito lateral
12,0 3,5
Tensão na ponta (MPa)

3,0 0,06
Tensão no topo (MPa)

Tensão lateral (MPa)

9,0 2,5
2,0 0,04
6,0
1,5

3,0 1,0 0,02


0,5
0,0 0,0 0,00
0 5 10 15 20 25 0 5 10 15 20 25 0 5 10 15 20 25
Recalque no topo (mm) Recalque no topo (mm) Recalque no topo (mm)
C4 C6 C6 C8 C6 C8
C8 E8 E8 E8

A estaca C6 apresentou atrito unitário superior à C8 e o atrito unitário da estaca escavada E8


ficou entre o atrito unitário da estaca C6 e da estaca C8. Apesar da estaca escavada apresentar
forma do furo menor regular e aparentemente mais rugosa em relação às estacas PCIS, os níveis
de atrito foram relativamente próximos. Acredita-se que o alargamento do pré-furo com
diâmetro de 114,3mm para o diâmetro de 260mm praticamente não influenciou o atrito unitário
da estaca E8.
L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 71

O valor de qd obtido pelo ensaio PANDA2 abaixo da ponta foi de 2,96 MPa e o valor do Nspt
foi de 5 golpes. Tem-se que o valor de qd se aproxima da tensão de 3,05 MPa que foi obtida na
ponta das estacas C6 e C8. Para as estacas analisadas as relações entre a carga última e os
ensaios de campo (PANDA2 e SPT) estão apresentadas nas equações 2 a 6.

qb = qd (MPa)
(2)

Nspt
qb = (MPa)
1,65 (3)

(−0,1659. D m + 0,0873
τlat = . qd médio (MPa)
3,46 (4)

(−0,1659. D m + 0,0873
τlat = . Nspt médio (MPa)
5,86 (5)

Pu = qb . AP + τlat . AL (6)

Nota: qb é a tensão unitária última na ponta, qd é a resistência dinâmica do ensaio PANDA2; Nspt é o número de
golpes do ensaio SPT; τlat é a tensão unitária última lateral; D é o diâmetro da estaca; q dmédio é o valor de qd médio
ao longo do fuste da estaca; Nsptmédio é o valor de Nspt médio ao longo do fuste da estaca; Pu é a carga última prevista;
Ap é a área da ponta e AL é a área lateral da estaca.

A Figura 8 apresenta um comparativo entre os resultados deste trabalho e os resultados obtidos


por Galvani Jr et al. (2020). Ambos os trabalhos foram realizados em mesmas condições e no
mesmo campo experimental. Galvani Jr et al. (2020) analisaram estacas tubulares de ponta
aberta e fechada com diâmetros de 114,3 mm, 165,1 mm e 219,1 mm (mesmos diâmetros do
presente trabalho). As estacas C4, C6 e C8 foram executadas nos furos originados pela extração
destas estacas de ponta fechada. Ressalta-se que os atritos laterais unitários das estacas tubulares
de ponta aberta e de ponta fechada foram similares (Galvani Jr et al., 2020). A estaca C4 não
está apresentada na Figura 14 (a) e (b) por não possuir instrumentação, o que não permitiu a
obtenção da carga no nível da ponta desta estaca.

Quanto à parcela de ponta das estacas, tem-se que as cargas suportadas nas estacas de ponta
aberta (A) e nas estacas prensadas e concretadas in situ (C) foram similares, enquanto que as
estacas de ponta fechada (F) apresentaram parcelas de ponta 50% inferiores. A mobilização
similar da resistência do solo sob a ponta é induzida pelas interfaces solo-solo nas estacas de
ponts aberta e solo-concreto nas estacas PCIS.

Quanto à parcela lateral, o atrito das estacas PCIS é mais de 20 vezes maior que o atrito
mobilizado pelas estacas tubulares metálicas de ponta aberta e fechada. Quanto à carga total,
os diferentes tipos de estacas resultaram em diferenças significativas na capacidade de carga
ocasionadas pelos processos de interação entre os elementos de fundação e o solo.

A Figura 9 apresenta, para as estacas deste trabalho e do trabalho de Galvani Jr et al. (2020), a
relação do diâmetro das estacas com a carga última específica. A carga última consiste na carga
última obtida no ensaio de prova de carga à compressão normalizada pelos volumes das estacas.
A carga última específica está intimamente ligada à eficiência do tipo da estaca (método

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 72

executivo). Para as estacas prensadas e concretadas in situ há tendência de redução de Pu


específico com o aumento do diâmetro, haja visto que com o aumento do diâmetro há redução
da razão entre a área lateral e a área da ponta e, portanto, a parcela lateral passa a ter menor
influência no Pu específico. Já para as estacas metálicas tubulares, que possuíram maior parte
da carga suportada pela ponta a tendência é de que com a variação do diâmetro o Pu específico
seja razoavelmente constante

Figura 8 - Carga: (a) na ponta; (b) lateral e (c) no topo. Comparação com Galvani Jr et al. (2020)

250
120 120

100 100 200 F


Carga na ponta(kN)

Carga no topo (kN)


Carga lateral (kN)
A
80 80 150
C
60 60 FeA
100
40 F 40
C
A 50
20 20
C
0 0 0
100 150 200 250 100 150 200 250 100 150 200 250
Diâmetro (m) Diâmetro (m) Diâmetro (m)
(a) (b) (c)

Figura 9 – Relação entre a carga última específica e o diâmetro

3700
C4
3200
Pu específico (kN/m³)

2700
C6
2200
C8
1700

1200 A6 E8
A4 A8
700 F6 F8
F4
200
100 150 200 250 300
Diâmetro (mm)
3. Conclusões

Foi realizada uma comparação de provas de carga instrumentadas realizadas em estaca escavada
e em estacas prensadas e concretadas in situ com diferentes diâmetros. Foi ainda realizado um
comparativo entre os resultados dessas estacas com estacas metálicas tubulares de ponta aberta
e fechada instaladas no mesmo campo experimental.

As principais observações deste trabalho podem ser resumidas nos seguintes tópicos:

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 73

 A estaca prensada e concretada in situ com diâmetro de 219mm apresentou capacidade de


carga superior à estaca escavada com diâmetro de 260 mm, embora as rigidezes iniciais
tenham sido similares;

 Quanto menor foi o diâmetro da estaca prensada e concretada in situ maior foi a tensão
aplicada no topo durante a execução do ensaio de prova de carga estática;

 A tensão na ponta foi similar para as estacas prensadas e concretadas in situ com diâmetros
de 165 mm e 219 mm;

 O ensaio PANDA2 apresentou valores de resistência à penetração de cone próximos às


tensões de ponta das estacas prensadas e concretadas in situ;

 Quanto à parcela de ponta das estacas, tem-se que as cargas suportadas nas estacas de ponta
aberta (A) e nas estacas prensadas e concretadas in situ (C) foram similares.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal


de Nível Superior - Brasil (CAPES) e da Fundação de Apoio à Pesquisa da Universidade
Federal de Goiás (FUNAPE-UFG). Os autores gostariam de externar o agradecimento também
aos amigos e mestrandos Carlos Amaecing Jr, Eduardo Ferreira e João Vitor Guabiroba pelo
apoio na concretagem, à SETE Engenharia pela execução das estacas de reação e pela viga de
reação, à CONTECH pela realização de uma sondagem SPT, à CONCRECON pelo
fornecimento do concreto das estacas de reação, ao LABITECC-UFG pelo auxílio na calibração
das células de carga, ao LAMAF-UFG pelo apoio a serviços mecânicos e à GERDAU pelo
fornecimento da armação das estacas de reação.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 74

CAPÍTULO 7
CONCLUSÕES

Este trabalho avaliou o comportamento de estacas metálicas tubulares de ponta aberta e fechada
frente à cravação por macaqueamento e frente a carregamentos estáticos via provas de carga.
Durante a instalação as forças demandadas à cravação foram medidas e, para as estacas de ponta
aberta, os desenvolvimentos dos tampões de solo foram determinados. Os ensaios deste trabalho
foram realizados na estação seca e comparados a ensaios realizados em estacas similares
executadas na estação chuvosa no mesmo campo experimental.

Os ensaios foram realizados no campo experimental da EECA-UFG na cidade de Goiânia, GO.


O solo ao longo de toda profundidade do fuste das estacas foi classificado como areia argilosa
laterítica quando considerada a distribuição granulométrica sem defloculante na fase de
sedimentação. Trata-se de um solo poroso, com concreções lateríticas e com baixa resistência
à penetração nas camadas superficiais. Não foram registrados episódios de precipitação no
período de ensaios deste trabalho.

Quanto ao desenvolvimento do tampão de solo nas estacas de ponta aberta, observou-se que os
comprimentos finais dos tampões eram maiores nas estacas de maiores diâmetros internos e
que o estado totalmente tamponado era atingido nas menores profundidades para as estacas de
menores diâmetros. Comparando-se estacas similares executadas em diferentes regimes de
precipitação, observou-se que as estacas instaladas na estação seca apresentaram comprimentos
finais dos tampões maiores. Com isso conclui-se que o nível de tamponamento das estacas está
ligado à relação entre a resistência à penetração do solo e o atrito interno da massa de solo
embuchada. O processo de tamponamento se dá gradualmente de forma que no estado não
tamponado a estaca promove poucos deslocamentos no solo adjacente e no estado totalmente
tamponado promove grandes deslocamentos no solo adjacente à estaca.

Quanto ao comportamento frente à cravação, observou-se que as estacas de ponta aberta


demandavam forças de cravação menores nas profundidades superficiais e maiores nas
profundidades finais. O processo de desenvolvimento do tampão de solo nas estacas de ponta
aberta promovia um ganho de resistência com o aumento da profundidade fazendo com que as
estacas de ponta aberta se tornassem mais resistentes que as de ponta fechada com o avanço da
cravação. Em concordância com a evolução dos tampões de solo, para os menores diâmetros,

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 75

as resistências das estacas de ponta aberta superavam as de ponta fechada em menores


profundidades. O fato de as estacas de ponta aberta apresentarem maiores resistências nas
profundidades finais contrariou alguns resultados encontrados na literatura. As estacas
executadas na estação seca apresentaram resistências significativamente superiores às
executadas na estação chuvosa, de forma que as diferenças de comportamentos eram maiores
nas profundidades mais superficiais.

Quanto à capacidade de carga, observou-se que a medição da força demandada à cravação se


mostrou como uma forma eficaz para determinação da capacidade de carga das estacas.
Observou-se, ainda, que as relações carga recalque tiveram um comportamento linear até 80%
da carga última e as estacas apresentaram rupturas bruscas, o que pode estar relacionado às
dimensões reduzidas das estacas. O efeito da não saturação do solo apresentou influência na
capacidade de carga das estacas, de forma que, embora as rigidezes não tenham sido muito
influenciadas, as estacas executadas na estação chuvosa apresentaram capacidades de carga
significativamente inferiores.

As instrumentações nas estacas de ponta fechada e as provas de carga à tração indicaram baixos
níveis de atrito, apontando que o processo de interação do solo na ponta é relevante no
desempenho à compressão das estacas.

Quanto aos métodos de previsão da capacidade de carga, observou-se que os métodos


específicos desenvolvidos para areias foram majoritariamente conservadores considerando a
capacidade de carga total e os métodos semi-empíricos brasileiros foram assertivos na
capacidade de carga total, mas divergentes na distribuição das parcelas de ponta e atrito.
Observou-se, ainda, que os métodos específicos apresentaram capacidade preditiva satisfatória
visto a proporcionalidade das parcelas de ponta previstas e medidas. A adoção da resistência
dinâmica de cone obtida no ensaio PANDA2 em substituição à resistência de cone do ensaio
CPT se mostrou satisfatória.

Sugere-se que mais estudos sejam realizados em estacas metálicas tubulares de ponta aberta e
fechada para um melhor entendimento dos comportamentos de tais estacas instaladas em solos
tropicais e para uma confirmação das tendências observadas neste trabalho.

Quanto às estacas prensadas e concretadas in situ, observou-se que estas estacas apresentaram
comportamentos satisfatórios, com níveis de atrito similares às estacas escavadas e capacidades

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 76

de ponta similares às estacas tubulares metálicas de ponta aberta. São necessários mais estudos
acerca das estacas prensadas e concretadas in situ visto seu potencial para atendimento das
atuais demandas da engenharia de fundações. Os fatores ambientais associados aos aspectos
executivos possibilitam a adoção deste tipo de estaca tanto em novas estruturas quanto no
reforço de estruturas preexistentes.

L. C. GALVANI JR
Desempenho de estacas metálicas tubulares de ponta aberta em um perfil de solo tropical 77

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