Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Professores Orientadores:
Alberto S. F. J. Sayão (PUC-Rio)
Denise M. S. Gerscovich (UERJ)
RESUMO
Os resultados mostram que o módulo de Young (E) e a coesão do solo (c’) são de
grande relevância para o projeto de estruturas grampeadas. Adicionalmente, as análises
indicam que a resistência ao cisalhamento na interface solo-grampo (qs) é também um
parâmetro importante, particularmente nos casos com grampos de comprimento (L)
inferior a 80% da profundidade de escavação (H) (L/H < 0,80). Recomenda-se que o valor
de qs seja determinado diretamente a partir de ensaios de arrancamento no campo.
No que se refere à inclinação (α) dos grampos, os resultados mostram que não há
diferenças significativas nos deslocamentos do maciço reforçado para α ≤ 10o. Estes
resultados são particularmente interessantes do ponto de vista de execução, pois
inclinações da ordem de 10o facilitam os procedimentos de injeção no campo.
ABSTRACT
The use of passive inclusion for soil reinforcements, technique usually known as
soil nailing, has been gaining growing acceptance within civil engineering professionals,
especially in Rio de Janeiro. However this technique lacks a more detailed study on the
relevant parameters influencing the deformability of soil nailed masses.
The nails are rigid inclusions, sub horizontally positioned, without tension or free
space between the nail and the surrounding soil mass. The axial forces on the nails are
developed due to lateral decompression caused by soil excavation. As the excavation
stages proceed, the nails are successively being installed, producing a reinforced zone,
which acts as a support for the soil mass. The frontal face of the excavation is usually
protected by shotcrete, and has no structural functions.
This research aims at evaluating the influence of the various geotechnical and
geometric parameters on the stress-strain behavior of nailed excavations, with vertical
face and horizontal soil surface.
The parametric analysis was performed using FLAC (Fast Lagrangian Analysis of
Continua), which is a computer program based on the finite difference method. This
program simulates bi-dimensional behavior of reinforced structures of soils and/or rocks,
which may be submitted to plastic flow when the strength limit is reached.
The results show that the Young’s modulus (E) and soil cohesion (c’) have a very
significant influence on the displacement of a soil nailing structure. The analysis also
indicates that the mobilized shear strength at the soil-nail interface (qs) is also an
important parameter, particularly for nail lengths (L) smaller than 80% of the excavation
height (H) (L/H < 0,80). It is therefore recommended that qs be directly determined by
pullout in situ tests.
Regarding nail inclination (α), the results suggests no significant influence on the
reinforced soil mass displacement for α ≤ 10o. These results are particularly relevant for
engineering practice, because a 10o inclination facilitates grouting injections in the field.
The results in this research indicates the use of nail lengths (L) greater than 70%
of the excavation height (H) (L/H > 0,70) in soil nailing technique.
- iv -
AGRADECIMENTOS
Aos funcionários do DEC, Ana, Fátima, Lenílson e Cristiano, pelo apoio constante.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS______________________________________________________ xi
LISTA DE FIGURAS
Capítulo 2:
Figura 2.2 - Aplicações da técnica do solo grampeado (a) estabilização de taludes; (b)
escavações (GeoRio, 1999). ................................................................................................. 6
Figura 2.3 - Ciclo construtivo de muros de solo grampeado (Clouterre, 1991). .................... 8
Figura 2.5 - Cabeças dos grampos: (a) φaço 20 mm; (b) φaço <20 mm (Ortigão e
outros, 1993); (c) extremidade embutida no terreno (GeoRio, 1999). .......................... 11
Capítulo 3:
Figura 3.1 - Ciclo de cálculo do método explícito utilizado pelo programa FLAC (Itasca,
1996). ...................................................................................................................................... 32
Figura 3.3 - Malha gerada pelos comandos dos Blocos B e C da Tabela 3.1. .................... 37
Figura 3.7 - Características geométricas da malha gerada para realização das simulações
do presente trabalho. ............................................................................................................ 45
Figura 3.9 - Comparação entre os deslocamentos horizontais (ao longo de uma vertical
distante 1,75m da face da escavação) de grampos livres na malha (G-Livre) e de
grampos fixos à nós (G-Fixo) para relações de L/H entre 1,00 e 0,57......................... 47
Figura 3.10 - Distribuição esquemática da magnitude das forças axiais ao longo de cada
um dos 7 grampos dispostos para a profundidade de escavação de 10,5m (L/H =
0,57), para G-Livre e G-Fixo. .............................................................................................. 49
Capítulo 4:
Figura 4.2 - Forças axiais máximas nos grampos em função do aumento das escavações.
................................................................................................................................................. 58
Figura 4.3 – Localização dos pontos de força axial máxima nos grampos em função da
profundidade de escavação. ............................................................................................... 59
Figura 4.4 - Influência de Esolo nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. ......... 60
Figura 4.5 - Influência de Esolo nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. ......... 61
Figura 4.6 - Influência de Esolo nos resultados de forças axiais máximas nos grampos (fy =
Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57. ................................................................ 61
Figura 4.7 - Influência de νsolo nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. ......... 62
- ix -
Figura 4.8 - Influência de νsolo nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57........... 62
Figura 4.9 - Influência de νsolo nos resultados de forças axiais máximas nos grampos (fy =
Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57. ................................................................ 62
Figura 4.10 - Influência de φsolo nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. ....... 63
Figura 4.11 - Influência de φsolo nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. ....... 64
Figura 4.12 - Influência de φsolo nos resultados de forças axiais máximas nos grampos (fy
= Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57. ............................................................. 64
Figura 4.13 - Influência de csolo nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. ....... 65
Figura 4.14 - Influência de csolo nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. ....... 65
Figura 4.15 - Influência de csolo nos resultados de forças axiais máximas nos grampos (fy
= Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57. ............................................................. 66
Figura 4.16 - Influência de ψsolo nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57........ 66
Figura 4.17 - Influência de ψsolo nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. ....... 66
Figura 4.18 - Influência de ψsolo nos resultados de forças axiais máximas nos grampos (fy
= Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57. ............................................................. 67
Figura 4.21 - Influência de L nos resultados de forças axiais máximas nos grampos (fy =
Fmax / Fescoamento) para H = 9,0 e 10,5m. .............................................................................. 68
Figura 4.22 - Influência de φaço nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57........ 69
Figura 4.23 - Influência de φaço nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. ....... 69
Figura 4.24 - Influência de φaço nos resultados de forças axiais máximas nos grampos (fy
= Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57. ............................................................. 69
Figura 4.25 - Influência de φfuro nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. ...... 70
Figura 4.26 - Influência de φfuro nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. ...... 70
Figura 4.27 - Influência de φfuro nos resultados de forças axiais máximas nos grampos (fy
= Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57. ............................................................. 71
Figura 4.28 - Influência de qs nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. ......... 71
Figura 4.29 - Influência de qs nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. ......... 72
-x-
Figura 4.30 - Influência de qs nos resultados de forças axiais máximas nos grampos (fy =
Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57. ................................................................ 72
Figura 4.31 - Influência de Sfriction nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
................................................................................................................................................. 73
Figura 4.32 - Influência de Sfriction nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
................................................................................................................................................. 73
Figura 4.33 - Influência de Sfriction nos resultados de forças axiais máximas nos grampos
(fy = Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57. ....................................................... 74
Figura 4.34 - Influência de Sh = Sv nos valores de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. ...... 74
Figura 4.35 - Influência de Sh = Sv nos valores de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57........ 75
Figura 4.36 - Influência de Sh = Sv nos resultados de forças axiais máximas nos grampos
(fy = Fmax / Fescoamento) para L/H entre 1,00 e 0,57. ............................................................ 75
Figura 4.37 - Influência de α nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.............. 76
Figura 4.38 - Influência de α nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57............. 76
Figura 4.39 - Influência de α nos resultados de forças axiais máximas nos grampos (fy =
Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57. ................................................................ 77
Figura 4.40 - Influência de hparede nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. .... 77
Figura 4.41 - Influência de hparede nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57. .... 78
Figura 4.42 - Influência de hparede nos resultados de forças axiais máximas nos grampos
(fy = Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57. ....................................................... 78
ANEXO 1:
LISTA DE TABELAS
Capítulo 2:
Tabela 2.1 - Tipos de solos e alturas de escavação (Clouterre, 1991 e Gässler, 1990). .... 7
Tabela 2.5 - Parâmetros de projeto de estruturas com face vertical e superfície do terreno
horizontal (Clouterre, 1991). ................................................................................................ 14
Capítulo 3:
Tabela 3.1 - Exemplo de arquivo de entrada para simulação de escavação com solo
grampeado. ............................................................................................................................ 36
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO.
Escopo da dissertação
A idéia de se reforçar maciços, tanto rochosos quanto de solo, é muito antiga, mas
foi se aprimorando bastante a partir do término da Segunda Guerra Mundial. A
necessidade de estabilização rápida de escavações em rocha teve sua origem nas minas
de exploração de minérios na Europa, na década de 50. A partir daí, houve um
crescimento muito grande da aplicação de ancoragens curtas, para utilização de túneis e
emboques de túneis, na França, Alemanha e Áustria.
O solo grampeado tem origem muito parecida com a do NATM descrita acima,
com suporte flexível, permitindo a deformação do terreno. Com isso permite-se a
formação de uma região plastificada no entorno da escavação, que pode ser reforçada
através de chumbadores.
Nos Estados Unidos tem-se notícia que a primeira aplicação do sistema de solo
grampeado ocorreu nas escavações para construção do Hospital “Good Samaritan” em
Portland, Oregon, em 1976. (Shen, 1981; Engineering News. Record, 1976).
No Brasil, que tem um solo muito apropriado para aplicação do método, já foram
executadas muitas obras deste porte. Em 1966, a empresa Ródio Perfurações e
Consolidações, aplicou concreto projetado e tela metálica para estabilização de taludes
na barragem de Xavantes. Em 1970, a SABESP utilizou, nos emboques do túnel-05 do
sistema Cantareira de abastecimento de água para São Paulo, tratamento com
chumbadores curtos, concreto projetado e tela metálica. A partir de 1972, nos túneis e
taludes da Rodovia dos Imigrantes foram aplicadas contenções por chumbadores,
perfurados e injetados com calda ou somente cravados a percussão e reticulados de
micro-estacas.
A maior parte das obras com registro em publicações está nos estados de São
Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Vários dados sobre algumas delas podem ser observados
nos trabalhos de Zirlis e Pitta (1992), Ortigão e Palmeira (1992), Ortigão, Zirlis e Palmeira
(1993) e na publicação da ABMS / ABEF (1999).
O material a ser escavado deve apresentar uma coesão efetiva (c’) mínima de 10
kPa, do contrário não se pode executar a escavação. O solo, portanto, deve ter uma certa
coesão, ainda que capilar, para se manter estável. Uma resistência como esta,
entretanto, é possível obter na maioria dos solos argilosos e arenosos, mesmo em areias
puras úmidas, devido ao efeito da capilaridade. Somente em areias secas e sem
qualquer cimentação entre grãos ou em solos argilosos muito moles este processo
dificilmente terá sucesso.
reforço. Caso seja utilizada esta lama, recomenda-se a execução de lavagem eficiente do
furo com calda de cimento.
Após as barras terem sido introduzidas nos furos e posicionadas com o auxílio de
centralizadores, preenchem-se os vazios com fluido cimentante qualquer, usualmente
calda de cimento ou resinas. Normalmente se utiliza calda com elevado teor de cimento
para solos, reservando as resinas para materiais rochosos.
A Figura 2.4 mostra uma seção típica do grampo injetado. Nesta figura observa-se
a presença de centralizadores que tem a função de evitar que o elemento metálico se
aproxime do solo. Desta forma, garante-se uma espessura constante de material
cimentante no entorno da barra.
- 11 -
Decorrido o tempo de cura da calda, pode ser dada uma pequena protensão aos
grampos, de cerca de 10% da sua carga de trabalho, para que haja uma melhor
acomodação entre o solo e a argamassa e sejam assim minorados possíveis
deslocamentos. Este procedimento, porém, não é obrigatório, nem tampouco utilizado na
maior parte das obras deste tipo.
Concreto
j t d
30
0
200
Concret
200
m oldad in loco
50
30
0
50 Gram po
250
50
Dimensões em mm
baixo. Este processo também não pode ser empregado em solos muito resistentes, como
os saprolitos de granito e gnaisses, face à dificuldade de cravação do grampo nessas
condições.
0,8
IGU
0,7
IRS
0,6
0,5
qs
(MPa) 0,4
0,3
0,2
IRS (um estágio)
0,1 IGU (vários estágios)
0
0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0
p1 (MPa)
0,3
IRS
qs 0,2
(MPa)
IGU
0,1
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
p1 (MPa)
0 10 20 30 40 50 60
N
Figura 2.7 - Correlações empíricas para a resistência ao arrancamento do grampo
devido a interação solo/grampo (qs) em argilas e siltes (Bustamante e Doix, 1985).
É vital que a estrutura esteja protegida contra infiltração de água, que pode
resultar em carregamentos na face que podem causar deslizamento ou ruptura do solo.
Água pode também induzir uma rápida redução na resistência da estrutura, através da
corrosão das barras, especialmente quando a água contiver substâncias corrosivas.
Zona ativa
Revestimento Concreto
armado
A grande maioria das cortinas tradicionais tem parede vertical moldada in loco,
pois a concretagem inclinada apresenta problemas executivos que assim são evitados.
Ao contrário, os muros de solo grampeado podem facilmente ter paredes inclinadas, com
vantagens para a estabilidade da obra e redução de escavações.
A corrosão dos tirantes tende a ser maior, visto que o mesmo está exposto ao
efeito da corrosão sob tensão, necessitando de cuidados especiais de tratamento
principalmente no caso de obras permanentes.
iv) Há uma interação física e química entre os grampos e o solo, devido à injeção
de fixação da barra de aço no furo, ou seja, tem-se um trabalho de atrito e
adesão. Na terra armada o trabalho é normalmente só por atrito entre o solo e
as nervuras. Além disso, o concreto projetado, aplicado logo após a escavação,
- 25 -
2.4.1 - Vantagens.
i. Baixo Custo.
iv. Acessibilidade.
v. Tipos de Solo.
vi. Segurança.
Um grampo que venha a sofrer uma sobrecarga, não induzirá o colapso do sistema
como um todo.
vii. Versatilidade.
2.4.2 – Limitações.
i. Tipo de Solo.
O solo deve possuir alguma coesão ou cimentação, para que o talude permaneça
estável por algumas horas até a instalação dos grampos.
A técnica não se aplica a solos que contenham alto teor de argila ou que sejam
suscetíveis a variações volumétricas significativas (argilas expansivas, argilas
orgânicas).
O uso da técnica limita-se a solos que não apresentem nível água. Na presença de
nível d’água deve-se projetar sistemas eficientes de rebaixamento permanente do
NA.
Zona Ativa
Zona Passiva
quanto à sua natureza. Maiores detalhes sobre os métodos podem ser vistos em
Dyminski (1994) e Ortigão e outros (1993).
(1) (1)
Superfície
circular
(2)
Bloco rígido
Tração Tração
Cisalhamento Cisalhamento Tração
Flexão Flexão
CINEMÁTICO BRIDLE ANTHOINE
- 30 -
Os materiais são representados por elementos que formam uma malha criada
pelo usuário do programa de modo a representar um problema real. Cada elemento
comporta-se de forma linear ou não linear segundo a lei da tensão e deformação imposta,
em resposta às forças aplicadas. O material pode romper ou escoar e a malha pode
deformar (a grandes deformações) e mover-se como o material que representa.
O método de diferenças finitas é talvez a técnica numérica mais antiga usada para
a solução de conjuntos de equações diferenciais, determinando valores iniciais ou
estimando valores de contorno (Desai e Christian, 1977). No método de diferenças finitas,
toda derivada no conjunto de equações governantes é substituída diretamente por uma
expressão algébrica escrita em termos das variáveis de campo (tensão ou deslocamento)
em pontos discretos no espaço; estas variáveis são indefinidas dentro dos elementos.
Equação de equilíbrio
(Equação de movimento)
Novas Novas
velocidades e tensões e
deslocamentos forças
Relação tensão/deformação
(Equação constitutiva)
Figura 3.1 - Ciclo de cálculo do método explícito utilizado pelo programa FLAC
(Itasca, 1996).
i. Null (vazios);
Fsmax
= sbond + p ′ × perímetro × tan( Sfriction ) (3.1)
L
define-se uma malha com elementos quadrados de lados iguais a 0,25m. O nó “e” situa-
se inicialmente na coordenada (–31,5m; -21,0m) e na posição i,j igual a (1,1) e o nó “d”
localiza-se na coordenada (3,0m; 0,0) e na posição i,j igual a (139,85).
s xx = s zz = s yy × ko (3.3)
y = - 21,0m e f g h
j=1
Figura 3.3 - Malha gerada pelos comandos dos Blocos B e C da Tabela 3.1.
Esolo
K solo =
3 ⋅ (1 − 2 ν solo )
(3.4)
E solo
G solo = (3.5)
2 ⋅ (1 + ν solo )
O comando da Linha 19, “hist unbal” objetiva fazer o controle do vetor de força
nodal máxima, também chamado de máxima força não balanceada. Esta força surge em
conseqüência de alguma alteração na condição de equilíbrio da simulação (escavação,
mudanças nas condições de contorno, colocação de grampos, etc.) e seu valor indica a
convergência do programa. O modelo para estar em equilíbrio deveria apresentar em
cada nó da malha o vetor de força nulo, porém, esta condição dificilmente é atingida em
análises numéricas. Na prática, o modelo é considerado em equilíbrio quando a máxima
- 38 -
força não balanceada for pequena comparada com a magnitude das forças aplicadas ao
problema. Neste trabalho, o equilíbrio do sistema era considerado aceitável quando a
máxima força não balanceada correspondia a um valor igual ou inferior a 0,01% da
máxima força não balanceada inicial. O gráfico da Figura 3.4 esclarece o conceito de
equilíbrio da máxima força não balanceada, apresentando no eixo horizontal o número de
iterações e no eixo vertical a máxima força não balanceada. Nesta figura, o equilíbrio da
máxima força não balanceada é atingido após 3715 passos, quando seu valor torna-se
constante. Se a máxima força não balanceada não se aproxima do valor nulo, isto indica
provável ruptura e escoamento plástico ocorrendo no modelo.
O comando da Linha 28 (mod null i 127 138 j 79 84) serve para excluir
um conjunto de elementos da malha simulando uma etapa de escavação. Esta primeira
fase de escavação possui 1,50m de profundidade e 3,0m de largura.
bparede ⋅ (hparede )
3
MIparede = (3.6)
12
Neste exemplo, a viga possui espessura (hparede) igual a 0,10m e base (bparede)
igual a 1,00m, considerando os cálculos por metro linear.
π (φaço )
2
a= (3.8)
4
σaço
yield = (3.9)
a
(2 π Ginjeção ) (3.10)
kbond =
é æ æ (φ furo − φaço ) ö öù
ê10 ln ç 1 + ç ÷÷
êë ç
è
ç
è (φaço ) ÷ø ÷øúúû
(
per = π φ furo ) (3.12)
- 41 -
Iniciar
DEFINIR O MODELO:
• Desenhar a malha retangular com maior discretização na região a ser escavada;
• Escolher o modelo constitutivo;
• Definir as propriedades do solo;
• Especificar as condições iniciais de tensões: sxx, syy e szz;
• Definir as condições de contorno para adensamento;
• Acionar a gravidade;
• Inserir a função “hist unbal” para verificar a convergência do programa.
Rodar o programa até atingir o estado inicial de equilíbrio, ou seja, até o equilíbrio da máxima força não balanceada.
Examinar a resposta
Resultados insatisfatórios do modelo
Modelo satisfatório
PROMOVER ALTERAÇÕES:
• Escavar o solo.
• Introduzir o grampo na malha.
ü Propriedades do aço;
ü Propriedades do grampo.
• Colocar o paramento de concreto projetado.
ü Propriedades da viga de concreto.
Rodar o programa até que o equilíbrio da máxima força não balanceada seja atingido
Resultado aceito
Finalizar
A expansão da malha deve ser suave com aumentos nas dimensões dos
elementos de forma gradual. Para que haja maior acurácia, a razão entre os lados de
cada elemento deve ser o mais próximo possível da unidade; qualquer valor abaixo de
5:1 é potencialmente não preciso (Itasca, 1996).
x = - 50,0' x = - 20,0' x = 0,0 x = 10,0'
i=1 i = 11 1,67L i = 31 i = 36
0,97H 0,65H 0,32H
Fase IV ∆H 4=4' H
1,03H
Fase V ∆H 5=5'
- 44 -
Fase VI ∆H 6=4'
y = - 21,0m e f g h
j=1
0,10
δ ver_superfície do terreno (%H)
0,05
0,00
-0,05
-0,10
-12 -10 -8 -6 -4 -2 0
Distancia da parede (m)
L/H = 1,00 G-Fixo L/H = 0,80 G-Fixo L/H = 0,67 G-Fixo L/H = 0,57 G-Fixo
L/H = 1,00 G-Livre L/H = 0,80 G-Livre L/H = 0,67 G-Livre L/H = 0,57 G-Livre
δh_x=1,75m (%H)
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
0,0
-3,0
L/H = 0,80 G-Fixo
-4,5
-6,0
L/H = 0,67 G-Fixo
-7,5
Profundidade (m)
-13,5
L/H = 0,80 G-Livre
-15,0
-16,5
L/H = 0,67 G-Livre
-18,0
-21,0
Na Figura 3.8 observa-se que os deslocamentos verticais podem ser positivos (de
elevação) ou negativos (de recalque): Para relações de L/H entre 1,00 e 0,67 visualizam-
se elevação da superfície do terreno no uso de G-Fixo, assim como ocorre para relações
de L/H entre 1,00 e 0,80 nas simulações com G-Livre. Este comportamento de elevação
da malha foi observado em Kirsten (1992) que também utilizou o programa Flac em suas
análises. Estas elevações no entanto são bem pequenas, menores que 0,05%H,
podendo ser justificadas pelo efeito de dilatância do solo e pela presença do reforço. Na
face da escavação (x = 0m), encontram-se os maiores deslocamentos (recalque ou
- 48 -
elevação). Na Figura 3.8, ainda se observa que para relações de L/H menores que 0,67,
os deslocamentos de recalque, para as simulações que apresentam o grampo livre na
malha ao longo de todo o seu comprimento (G-Livre) são maiores que os dos grampos
que são fixados à face da escavação: G-Fixo induz a menores deslocamentos verticais.
Nesta pesquisa, optou-se pela utilização de grampos livres para a realização dos
estudos de deformabilidade de escavações grampeadas por gerarem maiores
deslocamentos (horizontais e verticais).
- 49 -
h parede
H escav.
qs α
Sh=Sv
φaço
φfuro
De acordo com a Tabela 3.2 observa-se que o valor de φaço varia de 16 a 38 mm,
sendo preferencialmente adotado os valores iguais a 20 e 25 mm. Neste trabalho as
análises foram realizadas com valores de 20, 25 e 32mm para o φaço.
Shiu e outros (1997) relacionaram número de golpes do ensaio SPT (N) com
módulo de Young e observaram valores de Esolo na faixa de 3N (SPT) a 5,5N (SPT). Da
mesma forma, Negro e outros (1992) sugeriram como estimativa de Esolo adotar o valor
de 4N (SPT).
Nos estudos paramétricos foram adotados φsolo iguais a 25, 30, 32 e 35 graus e
csolo iguais a 5, 10 e 20kPa.
O estudo paramétrico tem como objetivo realizar uma análise de sensibilidade dos
parâmetros de projeto a partir de um caso padrão. A Figura 3.12 define como este estudo
foi realizado. Vinte e um parâmetros são necessários para a realização de um projeto de
escavação, porém apenas treze foram estudados (Sh = Sv, α, L, Esolo, νsolo, φsolo, ψsolo,
csolo, hparede, qs, φfuro, φaço e sfriction). No círculo de menor diâmetro estão apresentados os
parâmetros que não sofrem variação. No círculo intermediário estão apresentadas as
magnitudes dos parâmetros para o caso denominado padrão. Os valores dos parâmetros
apresentados no circulo externo, definem as 30 simulações do estudo paramétrico. A
Tabela 3.3 apresenta a variação dos valores dos parâmetros em relação à simulação
padrão.
0, 15
3, 9 e 30
e 12 m graus
2,0 e
2,5 m
20 cm α:
L: 10 graus
6,0 m Sv=Sh:
h parede : 20 e
1,5 m 32 mm
10 cm
25, 30 e φbarra :
35 graus φsolo: γsolo: 18,5 kN/m3
k 0: 0,50 25 mm
32 graus σaço: 500 MPa
E aço: 205 GPa φfuro: 100 e
G injeção : 9 GPa 75 mm
csolo: E parede : 24 GPa 200 mm
5e 10 kPa H G1: 1,00 m
20 kPa H escav. : 1,50 m q s:
ψsolo: 150 kPa
7,5 graus
Sfriction: 75 e
νsolo:
E solo: 0 graus 225 kPa
0 e 15 0,25
graus 45 MPa
16 e 32
0,15 e graus
0,35 22,5 e
90 MPa
δh (%H)
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
0,0
-3,0
L/H = 0,80 - x=0,00m
-4,5
-6,0
L/H = 0,67 - x=0,00m
-7,5
Profundidade (m)
-10,5
-13,5
L/H = 0,80 - x=1,75m
-15,0
-16,5
L/H = 0,67 - x=1,75m
-18,0
-21,0
Figura 4.1 - Deslocamento horizontal da face da escavação (%H) em duas verticais
diferentes (x=0 e x=1,75m).
fy (%)
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
1
L/H = 1,00
Grampo (número)
L/H = 0,80
2 L/H = 0,67
L/H = 0,57
3
4
5
6
7
Nota:
fy: Razão entre força axial máxima no grampo e força de escoamento do aço (Fmax / Fescoamento).
Figura 4.2 - Forças axiais máximas nos grampos em função do aumento das
escavações.
- 59 -
A Figura 4.3 indica a posição das forças axiais máximas em cada grampo em
função do aumento das escavações. Para um mesmo grampo, a localização da força
axial máxima tende a se afastar da parede a cada acréscimo de escavação.
-0,5
Figura 4.3 – Localização dos pontos de força axial máxima nos grampos em
função da profundidade de escavação.
Para relações de L/H entre 1,00 e 0,67 os deslocamentos verticais no topo são
positivos (Figura 4.5). Verificam-se elevações inferiores a 0,10%H quando L/H = 1,00.
Com o aumento da profundidade de escavação e conseqüente redução das relações L/H,
estas elevações diminuem até que a partir de L/H = 0,67, o topo da parede começa a
recalcar. A magnitude máxima de recalque (aproximadamente –0,15%H) ocorre para Esolo
= 22,5 MPa e a mínima da ordem de –0,05%H ocorre para Esolo = 90 MPa quando L/H é
igual a 0,57.
0,5
δh-topo (%H)
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
E = 22,5 MPa E = 45,0 MPa E = 90,0 MPa
Figura 4.4 - Influência de Esolo nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
- 61 -
0,2
δv-topo (%H)
0,1
0,0
-0,1
-0,2
-0,3
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
E = 22,5 MPa E = 45,0 MPa E = 90,0 MPa
Figura 4.5 - Influência de Esolo nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
Grampo (número)
2 2
3
3
4
4
5
5 6
6 7
E = 22,5 MPa E = 45,0 MPa E = 90,0 MPa E = 22,5 MPa E = 45,0 MPa E = 90,0 MPa
(a) (b)
Figura 4.6 - Influência de Esolo nos resultados de forças axiais máximas nos
grampos (fy = Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57.
0,5
δh-topo (%H)
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
0,15 0,25 0,35
Figura 4.7 - Influência de νsolo nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
0,2
δv-topo (%H)
0,1
0,0
-0,1
-0,2
-0,3
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
0,15 0,25 0,35
Figura 4.8 - Influência de νsolo nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
Grampo (número)
2 2
3
3
4
4
5
5 6
6 7
0,15 0,25 0,35 0,15 0,25 0,35
(a) (b)
Figura 4.9 - Influência de νsolo nos resultados de forças axiais máximas nos
grampos (fy = Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57.
grampos (Figura 4.12) bem distintos, mostrando ser este um parâmetro de grande
importância nas análises.
Pode-se verificar que para ângulo de atrito do solo igual a 25o a estrutura se
mantém estável para relações de L/H > 0,80 (H=7,5m). Observa-se ainda que para
ângulo de atrito igual a 30o induz-se um grande acréscimo no valor de deslocamentos
horizontais e verticais quando se muda a relação de L/H = 0,67 (H = 9,0 m) para L/H =
0,57 (H = 10,5 m).
Pode-se considerar que φsolo = 25o é um valor baixo, não sendo recomendada a
aplicação da técnica de solo grampeado para solos com ângulo de atrito desta
magnitude.
Na Figura 4.12 pode-se observar que os grampos da simulação em que φsolo = 30o
apresentam mobilização de forças axiais maiores que para os outros valores de φsolo.
Para L/H = 0,57, por exemplo, os grampos 4, 5 e 6 apresentam valores de fy maiores que
40%. Para os demais valores de φsolo (entre 32o e 35o), as curvas dos deslocamentos
horizontais e verticais estão bem próximas até a profundidade de 9,0 m (ou seja, L/H =
0,67), conforme mostrado nas Figuras 4.10 e 4.11. No topo da escavação grampeada, os
deslocamentos horizontais variam de 17 mm (φsolo = 35o) até 139 mm (φsolo = 30o);
enquanto os deslocamentos verticais variam de –3 mm (φsolo = 35o) até –85 mm (φsolo =
30o) para L/H=0,57 (H=10,5m). A princípio, sugere-se a aplicação da técnica de
grampeamento para escavações em solos com ângulo de atrito superior a 30o, e com
geometria correspondente a L/H não inferior a 0,67, desde que se verifique a
estabilidade.
1,4
1,2
δh-topo (%H)
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
25 graus 30 graus 32 graus 35 graus
Figura 4.10 - Influência de φsolo nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
- 64 -
0,2
0,0
δv-topo (%H)
-0,2
-0,4
-0,6
-0,8
-1,0
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
25 graus 30 graus 32 graus 35 graus
Figura 4.11 - Influência de φsolo nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
Grampo (número)
2 2
3
3
4
4
5
5 6
6 7
30 graus 32 graus 35 graus 30 graus 32 graus 35 graus
(a) (b)
Figura 4.12 - Influência de φsolo nos resultados de forças axiais máximas nos
grampos (fy = Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57.
4.2.1.4 - Coesão.
0,8
δh-topo (%H)
0,6
0,4
0,2
0,0
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
5 kPa 10 kPa 20 kPa
Figura 4.13 - Influência de csolo nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
0,2
δv-topo (%H)
0,0
-0,2
-0,4
-0,6
-0,8
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
5 kPa 10 kPa 20 kPa
Figura 4.14 - Influência de csolo nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
- 66 -
Grampo (número)
2 2
3
3
4
4
5
5 6
6 7
5 kPa 10 kPa 20 kPa 10 kPa 20 kPa
(a) (b)
Figura 4.15 - Influência de csolo nos resultados de forças axiais máximas nos
grampos (fy = Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57.
0,5
δh-topo (%H)
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
0,0 graus 7,5 graus 15,0 graus
Figura 4.16 - Influência de ψsolo nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
0,2
δv-topo (%H)
0,1
0,0
-0,1
-0,2
-0,3
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
0,0 graus 7,5 graus 15,0 graus
Figura 4.17 - Influência de ψsolo nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
- 67 -
Grampo (número)
2 2
3
3
4
4
5
5 6
6 7
0,0 graus 7,5 graus 15,0 graus 0,0 graus 7,5 graus 15,0 graus
(a) (b)
Figura 4.18 - Influência de ψsolo nos resultados de forças axiais máximas nos
grampos (fy = Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57.
0,8 0,8
0,7 0,7
δh-topo (%H)
δ h-topo (%H)
0,6 0,6
0,5 0,5
0,4 0,4
0,3 0,3
0,2 0,2
0,1 0,1
0,0 0,0
6,0 7,5 9,0 10,5 2,1 1,8 1,5 1,2 0,9 0,6 0,3
H (m) L/H
L=3m L=6m L=9m L = 12 m L=3m L=6m L=9m L = 12 m
(a) (b)
Figura 4.19 - Influência de L nos resultados de δh-topo.
0,2 0,2
δv-topo (%H)
δ v-topo (%H)
0,1 0,1
0,0 0,0
-0,1 -0,1
-0,2 -0,2
-0,3 -0,3
6,0 7,5 9,0 10,5 2,1 1,8 1,5 1,2 0,9 0,6 0,3
H (m) L/H
L=3m L=6m L=9m L = 12 m L=3m L=6m L=9m L = 12 m
(a) (b)
Figura 4.20 - Influência de L nos resultados de δv-topo.
2 2
3
3
4
4
5
5 6
6 7
6m 9m 12 m 6m 9m 12 m
(a) (b)
Figura 4.21 - Influência de L nos resultados de forças axiais máximas nos grampos
(fy = Fmax / Fescoamento) para H = 9,0 e 10,5m.
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
20 mm 25 mm 32 mm
Figura 4.22 - Influência de φaço nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
0,2
δv-topo (%H)
0,1
0,0
-0,1
-0,2
-0,3
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
20 mm 25 mm 32 mm
Figura 4.23 - Influência de φaço nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
Grampo (número)
2 2
3
3
4
4
5
5 6
6 7
20 mm 25 mm 32 mm 20 mm 25 mm 32 mm
(a) (b)
Figura 4.24 - Influência de φaço nos resultados de forças axiais máximas nos
grampos (fy = Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57.
- 70 -
0,5
δh-topo (%H)
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
75 mm 100 mm 200 mm
Figura 4.25 - Influência de φfuro nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
0,2
δv-topo (%H)
0,1
0,0
-0,1
-0,2
-0,3
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
75 mm 100 mm 200 mm
Figura 4.26 - Influência de φfuro nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
- 71 -
Grampo (número)
2 2
3
3
4
4
5
5 6
6 7
75 mm 100 mm 200 mm 75 mm 100 mm 200 mm
(a) (b)
Figura 4.27 - Influência de φfuro nos resultados de forças axiais máximas nos
grampos (fy = Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57.
Observa-se na Figura 4.28 e na Figura 4.29 que qs de 150 kPa e 225 kPa geram
curvas de deslocamentos horizontal e vertical muito próximas para profundidades de até
9,0 m (L/H = 0,67). Para qs igual a 75 kPa são encontrados valores de deslocamentos
semelhantes aos de 150 e de 225 kPa até a profundidade de 7,5m; para a relação de L/H
igual a 0,67 a simulação com qs = 75 kPa gera deslocamento horizontal máximo de 57
mm e recalque de 34 mm e para de L/H menores que esse indica-se ruptura. Os
resultados indicam que quanto maiores são os valores de qs menores são os
deslocamentos horizontais e verticais (recalques) obtidos para uma mesma profundidade
de escavação.
0,7
0,6
δh-topo (%H)
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
75 kPa 150 kPa 225 kPa
Figura 4.28 - Influência de qs nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
- 72 -
0,2
0,1
δv-topo (%H)
0,0
-0,1
-0,2
-0,3
-0,4
-0,5
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
75 kPa 150 kPa 225 kPa
Figura 4.29 - Influência de qs nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
Grampo (número)
2 2
3
3
4
4
5
5 6
6 7
75 kPa 150 kPa 225 kPa 150 kPa 225 kPa
(a) (b)
Figura 4.30 - Influência de qs nos resultados de forças axiais máximas nos
grampos (fy = Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57.
4.2.2.5 - Sfriction.
Os valores adotados para o Sfriction (0; 16o igual a φsolo/2; e 32o igual a φsolo)
geraram resultados com variações pouco significativas nas curvas de deslocamentos
horizontal (Figura 4.31) e vertical (Figura 4.32) e de forças axiais máximas nos grampos
(Figura 4.33).
0,5
δh-topo (%H)
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
0 graus 16 graus 32 graus
Figura 4.31 - Influência de Sfriction nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
0,2
δv-topo (%H)
0,1
0,0
-0,1
-0,2
-0,3
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
0 graus 16 graus 32 graus
Figura 4.32 - Influência de Sfriction nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
- 74 -
Grampo (número)
2 2
3
3
4
4
5
5 6
6 7
0 graus 16 graus 32 graus (a) 0 graus 16 graus 32 graus (b)
Figura 4.33 - Influência de Sfriction nos resultados de forças axiais máximas nos grampos
(fy = Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57.
0,5
δh-topo (%H)
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
1,5 m 2,0 m 2,5 m
Figura 4.34 - Influência de Sh = Sv nos valores de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
- 75 -
0,2
δv-topo (%H)
0,1
0,0
-0,1
-0,2
-0,3
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
1,5 m 2,0 m 2,5 m
Figura 4.35 - Influência de Sh = Sv nos valores de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
A Figura 4.36 mostra o desenvolvimento das forças axiais máximas nos grampos
para as relações de L/H entre 1,00 e 0,57.
Grampo (número)
-2 -2
-4 -4
-6 -6
-8 -8
-10 -10
1,5 m 2,0 m 2,5 m 1,5 m 2,0 m 2,5 m
(a) (b)
fy (%) para L/H = 0,67 fy (%) para L/H = 0,57
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0 0
Grampo (número)
Grampo (número)
-2 -2
-4 -4
-6 -6
-8 -8
-10 -10
1,5 m 2,0 m 1,5 m
(c) (d)
Figura 4.36 - Influência de Sh = Sv nos resultados de forças axiais máximas nos
grampos (fy = Fmax / Fescoamento) para L/H entre 1,00 e 0,57.
- 76 -
0,5
δh-topo (%H)
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
0 graus 10 graus 15 graus 30 graus
Figura 4.37 - Influência de α nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
0,2
δv-topo (%H)
0,1
0,0
-0,1
-0,2
-0,3
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
0 graus 10 graus 15 graus 30 graus
Figura 4.38 - Influência de α nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
- 77 -
Na Figura 4.39 observa-se que maiores forças axiais são desenvolvidas nos
grampos quanto maiores forem as inclinações dos mesmos em relação a horizontal.
Grampo (número)
2 2
3
3
4
4
5
5 6
6 7
0 graus 10 graus 15 graus 30 graus 0 graus 10 graus 15 graus
(a) (b)
Figura 4.39 - Influência de α nos resultados de forças axiais máximas nos grampos
(fy = Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57.
0,5
δh-topo (%H)
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
sem parede 10 cm 20 cm
Figura 4.40 - Influência de hparede nos resultados de δh-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
- 78 -
0,2
δv-topo (%H)
0,1
0,0
-0,1
-0,2
-0,3
1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50
L/H
sem parede 10 cm 20 cm
Figura 4.41 - Influência de hparede nos resultados de δv-topo para L/H entre 1,00 e 0,57.
Grampo (número) 2
2
3
3
4
4
5
5 6
6 7
sem parede 10 cm 20 cm 10 cm 20 cm
(a) (b)
Figura 4.42 - Influência de hparede nos resultados de forças axiais máximas nos
grampos (fy = Fmax / Fescoamento) para L/H iguais a 0,67 e 0,57.
iii. A localização dos pontos das forças axiais máximas em cada grampo em
função do aumento das escavações tende a se afastar da parede a cada
acréscimo de escavação.
de até 9,0 m (L/H = 0,67). Para H igual a 10,5 m (L/H = 0,57) as diferenças
nos deslocamentos se acentuam um pouco. Quanto maiores são os
diâmetros dos furos menores são os deslocamentos horizontais e verticais
(recalques) obtidos para uma mesma profundidade de escavação. A
variação do valor do diâmetro do furo de 75 mm para 200 mm gera curvas
de fy muito próximas.
xi. Os valores adotados para o Sfriction (0; φsolo/2; e φsolo) geraram resultados
com variações pouco significativas nas curvas de deslocamentos
horizontal, vertical e de forças axiais máximas nos grampos.
xvi. Maiores forças axiais são desenvolvidas nos grampos quanto maiores
forem as inclinações dos mesmos em relação a horizontal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
ABMS / ABEF (1999). “Fundações Teoria e Prática”. 2a.edição, Editora PINI, 755p.
BRUCE, D. A.; e JEWELL, R. A. (1987). “Soil nailing: the second decade”, Tunnels
and Foundations.
BUSTAMANTE, M. e DOIX, B. (1985). “Une méthode pour le calcul des tyrants et des
micropieux injectées.” – Bulletin des Liaison des Laboratoire des Ponts et Chaussées, no.
140.
DELMAS, P.; BERCHE, J. C.; CARTIER, G.; e ABDELHEDI, A. (1986). “Une nouvelle
méthode de dimensionnement du clouage des pents: programme Prosper”, Bulletin de
Liaison des Laboratoires des Ponts et Chaussés, 141, Janvier/Février, pp. 57-66.
DESAI, C.S. AND SIRIWARDANE, H.J. (1984). “Constitutive Laws for Engineering
Materiais with Emphasis on Geologic Materials”, New Jersey: Prentice Hall, Inc.
GERSCOVICH, D.M.S., MEDEIROS, L.V. AND SAYÃO, A.S.F.J., (2000). “Field Pullout
Tests in Scrap Tire Arrangements”, International Conf. On Geotechnical and Geological
Engineering (GeoEng 2000), Melbourne, Austrália, vol.2.
- 85 -
GIGAN, J. P.; e DELMAS, P. (1987). “Mobilisation des efforts dans les ouvrages
cloués – Etude comparative des différents métodes de calcul”, Bulletin de Liaison des
Laboratoires des Ponts et Chaussés, 147, Janvier/Février, pp. 49-58.
JEWELL, R. A.; e PEDLEY, M. J. (1990a). “Soil nailing: the role of bending stiffness”,
Ground Engineering, March 1990, pp. 30-36.
JEWELL, R. A.; e PEDLEY, M. J. (1990b). “Soil nailing: the role of bending stiffness”,
Author’s reply to discussion by Bridle and Barr, Ground Engineering, July-August, pp. 32-
33.
JURAN, I. et al (1988). “Kinematical limit analysis approach for the design of nailed
soil retaining structures”, International Geotechnical Symposium on Theory and Practice
of Earth Reinforcement. Fukuoka Japan, 5-7 oct 1988.
JURAN, I.; e ELIAS, V. (1987). “Soil nailed retaining structures: Analysis of case
histories”, Soil Improvement, ASCE Geotechnical Special Publication 12, ASCE, New
York, N.Y, 232-244.
JURAN, I.; e ELIAS, V. (1989). “Manual of practice for soil nailing”, Report FHWA-
RD89-198, prepared by Earth Engineering and Sciences Inc, for US FHWA – FEDERAL
HIGHWAY ADMINISTRATION.
- 86 -
JURAN, I.; e ELIAS, V. (1991). “Ground anchors and soil nails in retaining
structures”, Ch. 26 in Foundation Engineering Handbook, 2nd Ed, van Nostrand Reinhold,
pp. 868-905.
JURAN, I.; BAUDRAND, G.; FARRAG, K.; e ELIAS, V. (1990 a). “Design of soil nailed
retaining structures”, Proc. of the 1990 Specialty Conference, ASCE Conf. on Design and
Performance of Earth Retaining Structures, Cornell University, Ithaca, NY, Geotechnical
Special Publication 25, pp. 644-659.
JURAN, I.; BAUDRAND G.; FARRAG, E.; e ELIAS, V. (1990 b). “Kinematical limit
analysis for soil nailed structures”, Journal of Geotechnical Engineering. Div, ASCE, Vol.
116 1, pp. 54-72.
MATSUI, T.; e SAN, K. C. (1990). “Design and field test on a reinforced cut slope”,
Proceedings of the International Reinforced Soil Conference, September 1990.
Performance of Reinforced Soil Structures, British Geotechnical Society, edited by A.
McGown, K. C. Yeo and K. Z. Andrawes, London.
NEGRO , A.; SOZIO, L. E.; e FERREIRA, A. A. (1986). “In situ ground reinforcement
techniqus”, Int. Conf. On Deep Foundations, Beijing, China.
NICHOLSON, P.J. (1986). “In situ ground reinforcement technics”, Int. Conf. On
Deep Foundations, Beijing, China.
ORTIGÃO, J. A. R.; e FANNIN, R. J. (1992). “From tied back walls to soil nailing: the
practice in Vancouver and in Rio de Janeiro”, Geotechnical News, Bitech Publishers,
Vancouver, Canada.
L’Institut Technique de Batiment et des Travaux Publiques, 418, 473 pp., Sols et
Fondations 184, 8-23.
SHEN, C. K.; BANG, S.; ROMSTAD, K. M.; KULCHIN, L.; DENATALE J. S. (1981). “Field
Measurements of Earth Support System”, ASCE, Vol. 107, GT 12, pg. 1625-1642.
(A1.1)
- 90 -
(A1.2)
onde o sobrescrito (e) e (p) se referem as partes elástica e plástica,
respectivamente, e o componente plástico só é não-nulo durante o fluxo plástico. A
expressão incremental da lei de Hooke em termos das tensões principais e deformações
principais tem a forma
(A1.3)
onde e
A envoltória de ruptura é definida de ponto (A) até um ponto (B) pela função de
resistência de Mohr-coulomb
(A1.4)
(A1.5)
- 91 -
(A1.6)
Note que somente as tensões principais maior (σ1) e menor (σ3) são ativas na
formulação da resistência ao cisalhamento; a tensão principal intermediária (σ2) não tem
nenhum efeito. Para um material com atrito, φ ≠ 0, a resistência à tração do material não
pode exceder o valor σtmax dado por
(A1.7)
(A1.8)
(A1.9)
(A1.10)
(A1.11)
(A1.12)
(A1.13)
(A1.14)
(A1.15)
- 93 -
(A1.16)
(A1.17)
(A1.18)
(A1.19)
(A1.20)
(A1.21)
(A1.22)
(A1.23)
(A1.24)